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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P13018: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte III: A vida em campanha (Sidónio Ribeiro da Silva, hoje cor inf ref)

1. Histórias da CCAÇ 2533 > Parte III (Cap Inf Silvino R. Silva, hoje cor ref)


Continuamos a publicar as "histórias da CCAÇ 2533", a partir do livro editado pelo 1º ex-cabo quarteleiro, Joaquim Lessa, e impresso na Tipografia Lessa, na Maia. Esta publicação é uma obra coletica, feita com participação de diversos ex-militares da companhia (oficiais, sargentos e praças). As primeras 25 páginas são do cap Sidónio Ribeiro da Silva, hoje cor ref.

A brochura chegou-nos digitalizada através do Luís Nascimento. Temos autorização do editor e autores para dar a conhecer, a um público mais vasto de amigos e camaradas da Guiné, as andanças do pessoal da CCAÇ 2533, que andou por Canjambari e Farim, região do Oio, estando na dependência do BCAÇ 2879, o batalhão dos Cobras, cuja história já aqui foi publicada pelo nosso camarada e amigo Carlos Silva, carinhosamente tratado por "régulo de Farim".

Recordo, por outro lado, que as nossas duas companhias, a minha CCÇ 2590 (mais tarde CCAÇ 12), e a CCAÇ 2533, do Luís Nascimento e do Joaquim Lessa, viajaram, juntas no mesmo T/T, o Niassa, em 24 de maio de 1969, e regressaram juntas, a 17 de março de 1971, no T/T Uíge!... Ah! uma fantástica coincidência!...

Publicamos agora a parte correspondente às pp. 12 a 17, onde o cap inf Sidónio R Silva  fala de diversos aspetos da "vida em campanha", comuns à tropa que estacionou no CTIG: (i) formaturas e toques; (ii) o pelotão da "lata" (os miúdos que iam rapar o tacho da tropa); (iii) o primeiro ataque de abelhas; (iv) tropas nativas Pel Caç Nat 58 e 61, Pel Mil 183; (v) minitornados e seus efeitos devastadores; (vi) as colunas de reabastecimentos e a ida da Farim (c, 4 mil habitantes, fora a tropa), sede do BCAÇ 2879, apanhar o "ar da civilização"; (viii) a mascote da companhia. o nº 33, um macaco-cão; e, por fim,  (ix) o correio (; esta parte está truncada, vou pedir ao Luís Nascimento que volte a digitalizar as páginas 16/17).















Cortesia de Sidónio Ribeiro da Silva (ex-comandante da CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71), do Joaquim Lessa e do Luís Nascimento


(Continua)
________________

Nota do editor:

Último poste da série > 18 de abril de 2014> Guiné 63/74 - P13005: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte II: Embarque e as primeiras impressões do aquartelamento e tabanca (Sidónio Ribeiro da Silva, hoje cor inf ref)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12258: Álbum fotográfico do Luís Nascimento, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71 (Parte VI): Farim, em finais de 1970 e princípios de 1971:


Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2533 (1969/71)>  C. finais de 1970/princípios de 1971 > O Luís Nascimento, 1º cabo op cripto,  junto ao monumento ao BART 733 (Bissau e Farim, de 8/10/1964 e 7/8/1966).


Guiné > Região do Oio > Setor 02 > Farim > CCAÇ 2533 (1969/71)>  C. finais de 1970/princípios de 1971 > O Luís Nascimento, 1º cabo op cripto,  á esquerda, junto ao monumento ao BART 733 (1964/66),  tendo a seu lado um outro camarada não identificado.



Guiné > Região do Oio > Setor 02 >  Farim > CCAÇ 2533 (1969/71)>  C. finais de 1970/princípios de 1971 >  O Luís Nascimento com mais "3 viseenses"...


Guiné > Região do Oio > Setor 02 > Farim > CCAÇ 2533 (1969/71)>  C. finais de 1970/princípios de 1971 >  Em primeiro plano, o.O Luís Nascimento na piscina de Farim, com o rio Cacheu ao fundo.




Guiné > Região do Oio > Setor 02  > Farim > CCAÇ 2533 (1969/71)>  C. finais de 1970/princípios de 1971 > Uma coluna [de Camjambari]  a Farim


Guiné > Região do Oio > Setor 02  > Farim > CCAÇ 2533 (1969/71) >  C. finais de 1970/princípios de 1971 >  Quem disse que os criptos não saíam... para o mato ?


Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2533 (1969/71)>  C. finais de 1970/princípios de 1971 > O Luís Nascimento na sua cama... sem rede mosquiteira.




Guiné > Região do Oio > Setor 02  > Farim >  CCAÇ 2533 (1969/71)>  C. finais de 1970/princípios de 1971 >  Cartão (personalizado) de boas festas, Natal de 1970.




Guiné > Região do Oio > Setor 02  > Farim > CCAÇ 2533 (1969/71) >  C. finais de 1970/princípios de 1971 >  O  Luís Nascimento em tronco nu... Repare-se na tatuagem no braço direito, "Guiné 69-71". Na época, ou pelo menos entre nós, a arte da tatuagem ainda era incipiente... Nada que se pudesse comparar con a sofisticação, a técnica e a estética de hoje... Já tentámos abrir uma série sobre tatuagens... Mas creio que só saiu um poste...



Guiné > Região do Oio > Setor 02  > Farim >  CCAÇ 2533 (1969/71) >  C. finais de 1970/princípios de 1971 > "Homenagem ao Homem Grande de Farim"... Régulo ? Dignitário religioso ? Não sabemos...

(Esclarecimento posterior do nosso querido amigo e camarada Carlos Silva, esse sim o verdadeiro 'régulo de Farim', como a gente lhe chama na brincadeira, devido aos contactos e ao conhecimento profundo que tem da Guiné, e em especial da região de Farim: "Meu caro Luís Nascimento: O 'Homem Garandi' da foto não era régulo, mas um simples cidadão muito simpático a quem chamavam carinhosamente '120 chuvas', porque,  e quando toda a malta em tom de brincadeira lhe perguntava quantos anos tinha, punha-se em sentido e respondia com simpatia ter '120 chuvas', pois era assim a forma de ele contar os anos.Era uma figura típica de Farim. Várias vezes me cruzei e falei com ele. O seu nome que de momento não tenho presente, consta da HU do BArt 733 que faz alusão à sua detenção em consequência de um acontecimento triste, já aqui narrado, em que morreram mais de uma dezena de civis devido ao lançamento de uma granada para o meio de uma batucada, pois presumiram que ele era um informador duplo. Abraços, Carlos Silva.").


Fotos (e legendas) : © Luís Nascimento (2013). Todos os direitos reservados. [Edição / Legendagem complementar: L.G.]


1. Continuação da publicação de uma seleção  de fotos
 do álbum do nosso camarada, Luis Nascimento, o ex-1º cabo operador cripto Nascimento (também conhecido, na tropa por Assassã, do francês "assassin", assassino, alcunha que ganhou no tempo em que era... júnior do Académico de Viseu) [, foto atual à esquerda].

O nosso grã-tabanqueiro Luís Nascimento pertenceu à CCaç 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71). As fotos foram-nos enviadas pela sua neta, Jessica Nascimento em 1/10/2013.



2. Sobre a história desta subunidade, ver o dossiê completíssimo publicado pelonosso querido camarada e amigo  Carlos Silva, na sua página Guerra na Guiné 63/74.


(i) A CCAÇ 2533  fdoi mobilizada pelo  BCAÇ 10, Chaves;

(ii) Partiu para o TO da Guiné em 24/5/1969 e regressou a 17/3/1971

(iii) Comandante: Cap. Inf Sidónio Martins Ribeiro;

(iv) Em 10/6/69, seguiu para Canjambari, a fim de realizar o treino operacional, sob a orientação do COP 3;

(v) Em 19/6/69, assumiu a responsabilidade do respetivo subsetor de Canjambari, em substituição do pessoal restante da CArt 2340 e outros efetivos ali colocados temporariamente em reforço,  ficando integrada no dispositivo e manobra do COP3 e depois BCaç 2879;

(v) Para atuação nos corredores de Sitató e Lamel, destacou, por períodos variáveis, dois pelotões para Cuntima, de 25/11/1969  a 3/12/196969 e de 27/12/1969 a 15/2/1970; e para  Jumbembem, de 19 a 27712/1969, 23/3/1970 a 10/4/1970 e de 23/4/197070 a 4/9/1970, ambas no mesmo setor;

(vi) De 16 a 21/11(1970, efetuou a rotação do seu efetivo com a CCaç 2681, deslocando-se para Farim, no mesmo setor, com a missão principal de contra penetração na linha de Lamel;

(vii) Em 20/2/191, foi substituída pela CCaç. 14 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

  As fotos que hoje publicamos foram tiradas em Farim,  presumivelmente entre finais de novembro de 1970 e meados de fevereiro de 1971.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11724: Os nossos médicos (50): Os batalhões que passaram pelo setor de Farim tinham um número variável de médicos, de 1 a 4... Quanto ao HM 241, era só... o melhor da África Ocidental (Carlos Silva, 1969/71)

1. Mensagem, de 15 do corrente,  de  Carlos Silva [, foto à esquerda, em março de 2008, no Saltinho. junto à morança do António Camilo], 

Amigos & Camaradas Luís e Vinhal

Aqui vai um texto sobre os nossos médicos quanto ao Sector de Farim e respostas ao questionário incluído no Post 11704 (*)

Agradeço que publiquem pois suscitam algumas questões que poderão suscitar outros desenvolvimentos
Com um abraço,

Carlos Silva

2, Respostas do Carlos Silva (*)

(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?

(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?


A propósito dos post nº 11704 e 11706, aqui vão mais alguns dados que recolhi da consulta às HU[, histórias de unidade,]  que tenho do Sector de Farim.

BCav 490 - 1º Batalhão sediado em Fari, 1964/65. Pois na sua HU consta na data do embarque 4 médicos adstritos às unidades.  a saber:

CCS - 1 médico
CCav 487 - 1 médico
CCav 488 - 1 médico, Jumbembem do qual existe 1 foto no meu site
CCav 489 - 1 médico Cuntima

Nota. Não sei se os outros 2 médicos estavam em Farim, há aqui camaradas tabanqueiros desta Unidade que podem esclarecer.

BArt 733 - 2º Batalhão sediado em Farim [, 1965/67]. Na sua HU consta na data do embarque 4 médicos adstritos às unidades a saber:

CCS - 1 médico
CArt 730 - 1 médico
CArt 731 - 1 médico
CArt 732 - 1 médico

Nota: Não sei se todos permaneceram no sector e se estiveram de facto nos subsectores Jumbembem, Canjambari e Cuntima, Binta; Guidage enquanto adstritos formalmente às Companhias.

BCaç 1887 - 3º Batalhão sediado em Farim, [1966/68]. O Comandante foi o Ten Cor Agostinho Ferreira, meu Comandante no Bat Caç 2879, já o Domingos Gonçalves fala no post 11706

Há fotos de 2 médicos no meu Site.

BCaç 1932 -  4º Batalhão sediado em Farim [, 1967/68]. Não tenho elementos neste momento apesar de já ter consultado a HU no AHM várias vezes.

BCaç 2879 (1969/71) - 5º Batalhão sediado em Farim. Já referi no post anterior. Apenas 1 médico integrou o Batalhão, embora no sector pelo menos durante um ano lá estivessem estado 2, um em Farim e outro em Cuntima.

BArt 3844 (1971/73)
 - 6º Batalhão sediado em Farim, e  que nos rendeu. Integrava na data do embarque 4 médicos, segundo  a HU.  Não sei se permaneceram todos no sector e distribuídos pelos subsectores.

BCaç 4512 (1973/74) -  7º Batalhão sediado em Farim. Não tenho elementos neste momento apesar de já ter consultado a HU no AHM várias vezes. Há aqui tabanqueiros que podem esclarecer.

Das HU das Companhias independentes, que estiveram no sector e que tenho algumas, não consta no seu efectivo qualquer médico, mas sei que houve companhias que integraram médicos nos seus efectivos.

Aqui tendes o panorama do Sector de Farim que por vezes integrou Barro, Bigene (no início da luta), Binta e Guidage quase sempre, incluindo no âmbito do meu Batalhão.

Da análise exposta no comentário anterior, podemos concluir que a dotação de médicos nos batalhões era variável, pelo menos de 1 a 4;  e que nem sempre estavam colocados nos subsectores do sector do batalhão e,  mais ainda, pelo que tenho lido e observado, nem todos, para não dizer uma grande maioria, permaneceram a 100% nos locais onde estiveram as suas Unidades, pois dá para perceber que havia rotatividade consoante as necessidades, sendo deslocados para outras localidades ou para o HM 241 em Bissau.


(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?

Os nomes completos dos médicos constam das HU, quem quiser saber os nomes que consulte as mesmas.

Nas HU que tenho constam os nomes deles, mas em minha opinião não devo divulga-los, pois podem não quererem e não gostarem. Acho um abuso.

(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?

Sim e fui bem tratado Cabe aqui dizer, que no meu tempo e no caso da minha Unidade que esteve sediada em Jumbembem de 2-01-70 a 16-06-71, onde não havia médico, não ia à consulta quem queria, e creio que assim acontecia nas outras Unidades, pois havia uma triagem feita pelo Furriel Enfermeiro que aferia da necessidade da deslocação a Farim para irem à consulta médica ou era logo encaminhado para o HM241.

Não se esqueçam que há situações e situações.

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermaria do aquartelamento (se é que existia)

Creio que em todas as Unidades/subsectores havia enfermaria que estava a cargo do Fur Enfermeiro. Em Jumbembem no meu tempo havia, mas internamentos não.

(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241 ?

Sim. Ortopedia e tenho uma história bem engraçada contada no meu diário.

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?



(viii) Tiveram alguma problema
 de saúde que o vosso médico
 ou o enfermeiro conseguiu
resolver sem evacuação?


É público e notário que milhares foram evacuados para a metrópole e milhares e milhares de situações foram resolvidas sem evacuação e mau era se assim não fosse. Isso só demonstraria que os nossos médicos eram uns analfabetos

Já se esqueceram que o HM241 que naquele tempo era o melhor de toda a Àfrica Ocidental ?

Ò Luís, por vezes fazes questionários e perguntas que não têm cabimento.

Todos nós passámos por lá e os que não passaram sabem disso, é público e notório e já faz parte da nossa História contemporânea.

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?...

Relativamente à prestação de serviços médicos à população, claro que prestavam em todas as localidades e no caso do Sector de Farim, no subsector de Cuntima junto da fronteira, até prestavam cuidados médicos às populações transfronteiriças do Senegal que ali se deslocavam às dezenas, centenas por mês.

Presumo que assim acontecesse nas outras localidades de fronteira, isto pelo menos no Norte e basta consultar as HU.

Já não sei se assim acontecia junto das fronteiras com a Guiné Conakry, caso por exemplo, Buruntuma, Gadamael Porto, mas tenho curiosidade em saber.

Creio que há uma estimativa, se te deres ao trabalho de ir para o AHM e consultares as HU, aí saberás os dias, meses que perderás para chegares a essa estimativa.

Um abraço

Carlos Silva (**)

[ex-Fur Mil Inf CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Jumbembem, 1969/71;

_________________

Notas do editor:


(...) Questões:

(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?

(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?

(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?

(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?

(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241 ?

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?

(viii) Tiveram alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?...

(**) Último poste da série > 18 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11722: Os nossos médicos (49): O BART 733 tinha 4 médicos (Artur Conceição, 1965/67) ... Outros batalhões que passaram pelo setor de Farim tinham um número variável de médicos (Carlos Silva, 1969/71)

sábado, 27 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10583: Ciganos, meus camaradas (2): Arménio Santos, ex-combatente do 4.º Pelotão/CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (Carlos Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Carlos Silva (ex-Fur Mil Inf CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Jumbembem, 1969/71), com data de 24 de Outubro de 2012, com um trabalho subordinado ao tema Ciganos, meus camaradas*:

Amigos
Aqui vai ao vivo a minha história sobre o relacionamento com o meu amigo e camarada Arménio Santos que podem publicar.

Um abraço
Calos Silva


Militares de Etnia Cigana

Os cidadãos portugueses quer sejam minhotos, trasmontanos, durienses, beirões, ribatejanos, alentejanos, algarvios, açorianos, madeirenses e na altura naturais das ex-províncias ultramarinas ou de etnia cigana, eram/são todos iguais perante a lei e sujeitos a deveres e titulares de direitos, donde os nossos concidadãos da etnia referida tinham o dever de cumprir o serviço militar com todas as consequências inerentes.

Na minha CCaç 2548 tive/tenho um camarada de etnia cigana que era do meu 4.º pelotão e da minha secção. Convivi com ele 2 anos e nunca soube que era cigano, mas também nunca lhe perguntei, apesar de alguns camaradas terem conhecimento de tal facto e de por vezes o chamarem de cigano, sem que ele suscitasse qualquer problema. Para mim era um transmontano/cigano de 4 costados, valentão, arrojado e bom camarada, amigo e respeitado por todos nós.

Região do Oio>Sector O2 Farim>Jumbembem Abril 1970 > Construção das novas tabancas no âmbito do reordenamento implementado pelo General Spinola "Por uma Guiné Melhor" > O Arménio Santos é o 1.º da esquerda, de pé, e Carlos Silva sentado à direita

Regressámos nos finais de Junho de 1971 à Metrópole e não vi o Arménio durante anos. Como faço milhares de quilómetros para visitar camaradas do Batalhão, Companhia e principalmente os meus camaradas do pelotão vai daí, fiz uma viagem pelo Norte à procura de vários deles.

No mês de Agosto de 1990, eu e o meu amigo e camarada Galo, também furriel do meu pelotão, lá fomos à procura do Arménio para o concelho de Vinhais com a indicação por outro camarada que ele vivia em Sobreiró. Ali chegados, dirigimo-nos a um café junto a uma capela, ao lado da estrada nacional Chaves – Bragança, perguntámos às pessoas ali presentes se conheciam um indivíduo de nome Arménio Santos que tinha estado na Guiné connosco em 1969/71, que era um individuo forte, que fazia feiras e festas, etc, etc, pois indicaram-nos que residia na zona.

Apresentadas as características responderam em uníssono:
- Eh pá, só pode ser o CIGANO

Retorqui, qual cigano qual carapuça, o rapaz não é cigano… Estamos a ouvir isso pela primeira vez...
- Olhe que é… Contudo dirija-se ali à frente, 100 metros de distância e pergunte por esse nome, pois deve ser o vosso amigo que continua bem forte, levemente nutrido…

Lá fomos e qual o nosso espanto e o dele em ver-nos …. Era o Arménio em carne e osso, o cigano….

Abraços para aqui e para acolá e regressámos ao café para deitar mais umas “bazookas” abaixo pois se fazia calor.

Com naturalidade lá fomos conversando e esclarecendo o Arménio de que não conhecíamos a sua origem e que ficámos a saber nessa altura através dos seus vizinhos.

Calmamente e sem hesitação lá nos esclareceu que a rapaziada do 4.º pelotão sabia mas que nunca se proporcionou a ter de invocar perante nós a sua origem, pois era um cidadão como outro qualquer e claro que sim, o que nunca foi posto em causa e nem sequer o permitiríamos.

Sobreiró de Cima, Agosto/1990 o Arménio entre os antigos camaradas que nunca o esqueceram.

Depois desta visita outras se sucederam e a última, depois de chegar a casa dele sou informado de que estava na festa de Curópos que ficava distante uns 7 a 10 Kms e lá fui eu a procura do Arménio.

Sobreiró de Cima, 26-08-2006 - Carlos Silva entre o Casal Santos

Nesta visita fui presenteado com duas garrafas de vinho do Porto e dizia-me o Arménio que já não podia acompanhar-me numas “bazookas” pois já andava com problemas de saúde e estava proibido de beber álcool, dado que a sua caldeira inox de outros tempos já não era a mesma coisa.

Curópos Agosto de 2007 – O Arménio na feira, fotografado de surpresa

Curópos Agosto de 2007 – O Arménio dá um pulo de alegria quando se apercebe que estou a fotografá-lo.

Abraços e mais abraços e depois da fase eufórica, entristecido lá me vai contando que a Senhora dele já não fazia parte dos vivos e que agora a sua vida de futuro seria muito diferente sem a sua companheira apesar dos seus filhos serem bons amigos.

Aqui estamos nós em frente da barraca ou stand dos brinquedos de um dos filhos, pois ele para se entreter vai confeccionando pipocas com a sua máquina para ver se ganha algum para garantir a sua subsistência.

Eis a vida do meu amigo e camarada Arménio, o CIGANO, que para mim nunca foi, pois é um cidadão como outro qualquer.

Com um abraço amigo
Carlos Silva
____________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 24 de Outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10566: Ciganos, meus camaradas (Tino Neves, ex-1º cabo escriturário, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71)

domingo, 23 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10424: Blogpoesia (300): Deram-me uma arma... (Ricardo Almeida, o poeta da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71)


1.  Poema do novo membro da Tabanca Grande  Ricardo [Marques de ] Almeida [, foto à esquerda,], que em 8 de agosto de 2012 se apresentou nestes termos 


Boa tarde,  camarada Luis graça.

Antes de mais, começo por me apresentar, como ex- 1.º cabo nº 08922568 da CCAÇ 
2548 / BCAÇ 2879, do 3º pelotão, comandado pelo alferes João Rebelo e dentre os demais furrieis destaco o furruiel Godinho, ,  o fotografo-dia,que registava as nossas imagens.

Camarada desde o nascimento do nosso blogue que tento entrar sem o conseguir até agora, mas adiante.

Acuso a mensagem que me enviaste dando-me conta de alguns pormenores como o destacado nela, a segurança montada pela tua companhia no regresso da 2548 para Bissau á espera de embarque para Portugal.

Por minha infelicidade, não fiz essa viagem de despedida visto a minha guerra ter antes terminada.  Ou melhor, travei outr, a talvez esta mais violenta que a primeira a que nos estamos a referir pois, foi travada noutras frentes de hospital, em hospital (Caramulo incluído), devido a  tuberculose pulmonar que poderia ser a minha última batalha, deixando-me esta agarrado para sempre, à ADFA - Associação dos Deficientes cdas forças Armadas, meu refúgio e minha segunda casa (...) 

Viseu em 8/8/12
Ricardo Marques de Almeida

[ ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71]




2. Mensagem inserida na nossa página do Facebook, em 21 do corrente:


Em mensagens anteriores via e-mail apresentei-me à Tabanca Grande como sendo o ex-1º cabo nº  089225/68,  respondendo pelo nome de Ricardo Marques de Almeida,  da CCAÇ 2548 / BCAÇ 2879 que passou pela Guiné nos anos de 1969 a 1971,  sendo este batalhão comandado pelo malogrado tenente coronel Manuel Agostinho Ferreira. 

Apresentei-me com várias fotos e um poema que ainda estarão  em vossa posse á espera de serem publicadas.  Também (vide história do BCAÇ 2879) estou postado no blogue de Carlos Silva sobre a guerra da Guiné. (...)


3. .Poema publicado em 18 de setembro, na nossa página do Facebook >Tabanca Grande 


Deram-me uma arma e disseram-me
estima-a bem, porque vai ser tua mulher
e tua amante!

E
de agora em diante,
haja o que houver,
só ela te pode valer
em momentos de aflição.

E
ganhar-lhe-ás afeição,
porque só ela te pode safar,
em situações menos boas
ela serve para matar.

E
defenderes teus camaradas
ao fazerem emboscadas
naquelas matas escuras,
sofrendo a humilhação
de andar á caça de vidas,
muitas delas por lá interrompidas,

E
outras por lá ficarão
para sempre esquecidas,
enterradas sem caixão.

E
seu pai sem o saber
E
de coração apertado
pensa nada acontecer
ao seu filho tão amado!


Mas eis que chega o carteiro
com a noticia inesperada,
ele salta do pardieiro
onde então se encontrava...

E
estranhando o aerograma
porque era de forma diferente~,
lhe entrega o telegrama
com o faz a tanta gente!

O EXÉRCITO PORTUGUÊS
VEM DIZER-LHE QUE SEU FILHO
AGORA MARCHOU DE VEZ,
VAI CAMINHAR NOUTRO TRILHO.

na sua nova morada
uma árvore é plantada,
de seu gosto o seringueiro
para assinalar que ali
E
a quem passar por aqui
verá Portugal inteiro.


Mas outra árvore nasceu
E
como a outra cresceu
na campa daquele soldado
que foi preciso ele morrer
para Portugal o ver
como cidadão inteiro!

E
de mãos dadas caminham
em perfeita solidez,
numa amizade eterna,
o soldado português
E
o preto guerrilheiro...
vir de tão longe morrer
na pátria de outro ser
E
obrigado a combater
os filhos de outro povo,
sem que razão mais houvesse
p'ra que isso acontecesse.

LIBERDADE, INDEPENDÊNCIA
PÃO, EDUCAÇÃO
SAÚDE, CIÊNCIA

NASCEU EM PORTUGAL
MAMOU LEITE PORTUGUÊS
HOJE É UM SEM ABRIGO EM PORTUGAL
HOJE É UM INDIGENTE PORTUGUÊS

e
hoje
e
hoje
e
hoje.

escrito no ponche de protecção
nas matas de Lamel,

setembro de 1969.
Marques de Almeida

__________________

Nota do editor:

Último poste da série > 18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10401: Blogpoesia (299): Memória da guerra (António Graça de Abreu)

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10399: As Nossas Tropas - Quem foi quem (10): Ten Cor Manuel Agostinho Ferreira, o "metro e oito", comandante do BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71) e BCAÇ 2892 (Aldeia Formosa, 1969/71) (Paulo Santiago / Carlos Silva / Manuel Amaro)

1. Mail de Paulo Santiago [, foto à direita], de 15 de janeiro de 2008:

Camaradas: Acabei de ler o poste do Carlos Silva "de Abrantes para Farim" (*) onde aparece como comandante de batalhão [, o BCAÇ 2897, ] o ten-cor Agostinho Ferreira, chamado de Metro e oito, o qual tive o prazer de conhecer, numa visita ao Saltinho, em 1971, visita mencionada numa das minhas Memórias, sendo na altura comandante do batalhão de Aldeia Formosa [, o BCAÇ 2892].


Foi no mesmo dia que conheci o, na altura, cap mil Rui Alexandrino Ferreira, [o nosso] Ruizinho, comandante da CCAÇ 18, também na Aldeia Formosa. Aliás, no livro Rumo a Fulacunda, o Rui fala, em termos elogiosos, do seu comandante de batalhão, o ten-cor Agostinho Ferreira.


Porque saiu de Farim para Aldeia ? Terá sido alguma chicotada psicológica do Spínola ? O Carlos Silva que explique este desfasamento.

Abraço, Paulo Santiago

P.S.- Não descobri o mail do Carlos Silva para dar conhecimento.




Ten cor inf Manuel Agostinho Ferreira, comandante do BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71) e do BCAÇ 2892 (Aldeia Formosa, 1969/71), popularmente conhecido como o "metro e meio". Faleceu em 2003, com o postod e major general. Foto de Mário Pinto.



2. Nota do Carlos Silva, que foi apresentado á nossa  Tabanca Grande em 20 de julho de 2007 [Foi fur mil at armas pesadas inf, tendo pertencido à CCAÇ 2548 (Jumbembem, 1969/71), do BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71).


O ten cor Manuel Agostinho Ferreira, falecido a 29-10-2003, com a patente de Major-General, ficou conhecido pela rapaziada do Batalhão pelo “metro e oito “. Distinto oficial, inteligente e corajoso, que, sendo comandante de batalhão, não se poupava a esforços nem a sacrifícios, assim como não hesitava em participar nas operações, a fim de poder apreciar in loco a justeza dos factores de planeamento, quantas vezes abstractos, que os manuais forneciam. 

Esta postura do nosso comandante que, por um lado, era altamente louvável, por outro incutia na rapaziada uma confiança que fazia ultrapassar o medo que porventura existisse. Tal atitude granjeou-lhe da nossa parte uma grande simpatia e admiração que ainda hoje se faz sentir e há-de perdurar ao longo dos tempos até ao último sobrevivente do Batalhão. expressão de tal sentimento resulta bem claro nos almoços de confraternização do Batalhão (*). 


3. Resposta à pergunta do Paulo Santiago, que ficou mais de quatro anos por responder:
Excerto do poste 8 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5075: Não-Estórias de Guerra (1): O Furriel Enfermeiro de Quebo (Manuel Amaro)  [, foto atual, à direita]:
 (...) Quando cheguei a Aldeia Formosa (Quebo) no final de 1969, aquilo era assim quase um paraíso.

Tínhamos feito um mês de estágio em Nhacra (englobando Safim, João Landim, Cumeré e Dugal). Aqui no Dugal, o Pelotão do Alferes Caçador ainda foi presenteado com uma rocketada que levantou as chapas da cobertura.

A viagem em LDG, via Bolama, até Buba, foi desagradável. A coluna Buba/Aldeia de uma qualidade indescritível.

Mas em Aldeia Formosa não havia guerra. Diziam os mais velhos que isso se devia à acção de alguns Comandantes que por lá passaram, nomeadamente o major Azeredo e o major Fabião. E também devido à existência do Cherno Rachid Djaló. Mas… como não há bem que sempre dure…

Entre 20 de Março e 30 de Abril de 1970, Aldeia Formosa foi duramente castigada pelo inimigo. Tanto com emboscadas no mato, de que resultaram três mortos, como ataques ao quartel.

Os ataques do PAIGC a Aldeia Formosa incomodaram tanto o General Spínola que este tomou a decisão de substituir o Comandante do BCAÇ 2892, nomeando para o cargo, o Ten Cor Manuel Agostinho Ferreira.

O novo Comandante, mal tomou posse reuniu com o 2.º Comandante, o Oficial de Operações, Comandantes de Companhia, Oficiais e Sargentos. Falou muito e ouviu pouco. De seguida, sentou-se naquela mesa enorme, na Sala de Operações, e, olhando para os mapas, questionava o oficial de operações:
- A CART 2521 tem o pessoal todo operacional?
- Sim, tem, meu Comandante.
- E a CCAÇ 2615 tem o pessoal todo operacional?
- Sim, tem, meu Comandante - repetiu o Major... Mas hesitou e corrigiu…
- Bem, quer dizer… o Furriel Enfermeiro está destacado no Posto Escolar.

O Comandante deu um salto e gritou:
- É isso… não pode ser. O pessoal de saúde tem que estar integrado nas suas Unidades Operacionais. Esse Furriel cessa funções hoje. Amanhã já está integrado na Companhia. Nomeia-se outro Furriel, Amanuense ou de Transmissões, para a Escola.

O Tenente Lopes, que dava os últimos retoques no stencil da Ordem de Serviço, ainda conseguiu incluir o texto do Despacho, que foi publicado e distribuído, nesse dia, já noite dentro.

Esta foi a grande decisão do novo Comandante. E a decisão foi cumprida

No dia 6 de Maio de 1970, quando o Pelotão (aqui apetece-me chamar-lhe Grupo de Combate) saiu para a Operação de rotina, já integrava o Furriel Enfermeiro, de camuflado, carregando uma bolsa tradicional, mas de G3 a tiracolo. Esta cena teve assistência, mirones, assim uma coisa semelhante à apresentação do Cristiano Ronaldo, em Madrid…

Saliente-se que esta decisão e a sua imediata implementação, foi tão importante que, quando o Pelotão que fazia a segurança nocturna, no exterior do quartel, regressava a casa, já se cruzou com o gila, informador do PAIGC, que ia a caminho da fronteira, para transmitir a novidade.

Nino recebeu o mensageiro que chegou com ar cansado da viagem, mas feliz por cumprir tão importante missão informativa:
- O novo Comandante de Quebo já tomou uma decisão. O Furriel Enfermeiro que estava na Escola passou a operacional. A partir de hoje, cerca de 15% das operações na área de Quebo terão a sua participação.

Nino, que de início parecia tranquilo, começou a dar sinais de impaciência e algum nervosismo. Para disfarçar, começou por acariciar a sua kalash com a mão direita, mas a esquerda, mais difícil de controlar, começou a coçar a cabeça. Quando o Nino coçava a cabeça já se sabia que alguma coisa estava a correr muito mal.
- Isso é mau. E logo agora que tínhamos algum controlo na zona.

Nino pensou, pensou… mas não demorou mais de cinco minutos para ordenar aos seus adjuntos o que fazer de imediato:
- As armas pesadas cumprem o plano até esgotar as munições... O grupo do GB, até ordem em contrário, não faz as emboscadas previstas na zona de Quebo.

E a ordem foi cumprida. E a vida continuou. Até que uns dias depois, ainda em Maio, o gila aparece de novo e informa:
- Camarada Comandante Nino, o Furriel Enfermeiro deixou a zona operacional. Agora só faz colunas de reabastecimento Quebo/Buba/Quebo. É que os outros enfermeiros não gostam de fazer colunas e ele gosta de ir a Buba comer peixe grelhado e cumprimentar os amigos que tem em Buba e Nhala.

Nino pareceu não dar muita importância à informação, mas logo que o gila se afastou, ordenou, até ordem em contrário, a paragem da colocação de minas na estrada e/ou ataques às ditas colunas. E a ordem foi cumprida.

Mas a vida no teatro de guerra é muito agitada, mesmo para quem não faz a dita. Ainda decorria o mês de Junho e já o gila estava a solicitar nova audiência.
- Camarada Comandante Nino´, lembra-se do Furriel Enfermeiro de Buba, que foi ferido e não foi substituído? Está no Hospital em Lisboa, com uns centímetros de intestino a menos…

Nino não entendeu a razão desta conversa, mas replicou:
- Em Buba os colonialistas têm um médico.
- Pois - concordou o gila -, mas o médico vai de férias a Portugal. O Camarada Nino imagina quem vai substituir o médico durante esse tempo?... O Furriel Enfermeiro do Quebo.

Nino soltou um palavrão. (Que eu não repito, porque eu não escrevo palavrões, mesmo quando são ditos por outros). E depois ordenou:
- Até ordem em contrário, o Grupo do MS não executa ataques na zona de Buba.

E a ordem foi cumprida.... Em Outubro lá estava de novo o gila informador, o que era um incómodo para Nino, porque estas informações eram pagas, mas ao mesmo tempo eram informações válidas e sempre credíveis, portanto úteis, para a operação do PAIGC.
- Então que notícias temos de Quebo? - perguntou Nino.
- Coisa grande, Camarada. A Companhia de Nhala vai para Quebo e a de Quebo vai para Nhala.

Nino não entendeu a razão da importância desta informação e argumentou:
- Mas isso é uma simples troca, não altera nada.
- Altera, sim, camarada Comandante. É que o Furriel Enfermeiro, agora, vai ficar em Nhala, até ao fim da comissão, em Setembro do ano que vem. – sentenciou o gila.

Nino, que até ali estivera de pé, durante toda a conversa, sentou-se, baixou a cabeça, colocou-a entre as mãos e, em vez do tradicional palavrão, disse baixinho:
- … Dasse… dasse… dasse…

Passados uns minutos levantou-se, passou as mãos pelo rosto, alisou o cabelo e ordenou a todos os seus comandantes:
- Até Setembro de 1971, não haverá qualquer acção contra os militares colonialistas instalados em Nhala, incluindo o quartel, a estrada e os carreiros.

E a ordem foi cumprida.... Em Setembro de 1971, o Furriel Enfermeiro do Quebo e Nhala regressou à Metrópole. O gila emigrou e é estivador no porto de Marselha. O Nino… bem, sobre o Nino toda a gente sabe tudo.

A maior parte dos protagonistas desta não-estória já faleceram e não poderão confirmar o que aqui está escrito. Mas o nosso Camarada José Martins, recorrendo a todas as suas fontes de informação, poderá confirmar que todas as ordens de Nino, aqui referidas, foram cumpridas. (...)

 ____________________

Nota do editor:

(*) Poste de 15 de Janeiro de 2008 >Guiné 63/74 - P2440: História do BCAÇ 2879, 1969/71 (1): De Abrantes para Farim (Carlos Silva) ]

Útimo poste da série > 25 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10193: As Nossas Tropas - Quem foi quem (9): Marcelino da Mata, 1º cabo, Gr Cmds Diabólicos (1965/66) (Virgínio Briote)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10290: Em busca de... (200): Camaradas da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (K3 e Lamel, 1969/71) (Ricardo Almeida)

1. Mensagem do nosso camarada Ricardo Almeida* (ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71), com data de 20 de Agosto de 2012:

Luís,
Escrevo para tentar encontrar o meu camarada de Peloão, Alberto Marques Apolinário, Soldado NM 11892168 para voltar a cantar os meus versos como acontecia no K3 (Saliquinhedim) e em Lamel.
Decorava e alegrava a malta recitando-os.

Já agora, onde pararão os violas que o acompanhavam?

Se algum de vós me ler, agradeço que entrem em contacto comigo para o telemóvel 965 361 450.
Abraça-vos o Lisboa ou Marques de Almeida.

Para ti Luís, o meu bem haja e reconhecimento do teu valor.

Aquele abraço
Ricardo Almeida
____________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 1 de Agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10217: Tabanca Grande (352): Ricardo Marques de Almeida, ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (Farim, K3, Cuntima e Jumbembem, 1969/71)

Vd. último poste da série de 22 de Agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10288: Em busca de... (199): Pessoal da CCS/BCAÇ 2834 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael, Buba, 1968/69) (Francisco Gomes)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10217: Tabanca Grande (352): Ricardo Marques de Almeida, ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (Farim, K3, Cuntima e Jumbembem, 1969/71)

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Ricardo Marques de Almeida (ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71), com data de 28 de Julho de 2012:

Caro amigo Vinhal,
Boa tarde e bem assim para toda a tertúlia da Tabanca Grande, onde também me revejo e, ter alguma coisa para dizer acerca da Guiné, enquanto ex-combatente naquela província.

Sou o 1.º Cabo 08922568, Ricardo Marques de Almeida da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 que esteve no Oio, sector 2, entre 1969 e 1971.

********************

2. Um poema meu escrito na minha primeira noite passada em Lamel:

Foi numa noite de breu
que tudo aconteceu
perdidos naquela mata!

Uma forte trovoada
com vento forte a soprar
e chuva diluviana
que até uma liana
não suportando o temporal
veio cair mesmo à frente,
onde eles estavam deitados
e num circulo apertados
mais parecia um festival.
Pondo à prova a sua mente
e num arrepio constante
deixaram de ter noção
do perigo que então corriam!
E pondo à prova o coração
deram um salto para diante,
e nas armas então pegaram
desafiaram a natureza
e com alguma ligeireza,
suas armas disparavam.
Também queriam tomar parte
daquele festival oferecido!
E com o coração dorido
de já tão empedernido
Gritavam
gritavam
Portugal! Portugal! Portugal!

Com um abraço
Marques de Almeida




 Ricardo Almeida, na foto de baixo com uniforme completo


3. Comentário de CV:

Caro camarada Ricardo Almeida, bem-vindo à nossa Tabanca Grande onde acabas de entrar pela porta principal. Parece termos em perspectiva mais um vate.

Esperamos a tua colaboração com textos em prosa, ou verso como foi o caso de hoje, assim como em fotos que devem trazer as legendas respectivas para sabermos a data (se possível), o local e o nome dos fotografados. No caso da foto que hoje publicamos, os camaradas que estão contigo muito gostariam de ver os seus nomes referidos.

Tens que te habituar ao tratamento por tu, já que aqui na tertúlia não se fazem distinções de espécie alguma entre os camaradas da Guiné. Respeitamos as nossas diferenças, isto sim é uma norma a seguir. Sempre que utilizamos uma imagem ou partes de textos que não sejam nossos, devemos indicar o seu autor ou a sua proveniência. Não acalentamos discussões estéreis nem trocamos insultos. Os editores sentem-se no direito de não publicar ou eliminar os comentários que não cumpram estas condutas elementares de convivência.

Não te sintas atingido porque isto não é (só) para ti porque convém de vez em quando lembrar que para vivermos em comunidade, mesmo virtual, o respeito mútuo é fundamental.

Não sei se sabes, mas tens no nosso Blogue um camarada da tua Companhia, o ex-Fur Mil Carlos Silva, hoje advogado em Lisboa, que faz parte da Associação Ajuda Amiga que na Guiné-Bissau tem como alvo a tua tão conhecida Região do Oio, sector de Farim. Clica aqui  para saberes mais.
Por outro lado podes, e deves, visitar a sua página em: http://www.carlosilva-guine.com/, onde poderás recordar muito da tua Unidade e dos teus camaradas.

Já agora, por curiosidade, se bem te lembras, no fim da comissão quando o teu Batalhão saiu de Farim com destino a Bissau, indo pela estrada que começava no K3 e atravessava Mansabá, Cutia e Mansoa, nas imediações de Mansabá era a minha Companhia que estava a fazer a segurança enquanto vocês passavam.

Não tenho muito mais para te dizer, a não ser que deves enviar a tua correspondência para luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com e para um dos co-editores (Carlos Vinhal ou Eduardo Magalhães), cujos endereços estão no lado esquerdo da página.

Recebe da tertúlia e dos editores deste blogue um fraterno abraço de boas-vindas.

O teu camarada e novo amigo
Carlos Vinhal
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 22 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10180: Tabanca Grande (351): Guilherme Gabriel da Costa Ganança, ex-Alf Mil da CCAÇ 1788/BCAÇ 1932 (Cabedú, Catió e Farim, 1967/69)

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P10090: Blogues da nossa blogosfera (50): A página do camarada Carlos Silva, "Guerra na Guiné 63/74" está de novo operacional


Depois de ultrapassados os problemas técnicos que davam como perigoso o sítio do nosso camarada Carlos Silva, o mesmo pode desde já ser acedido sem receio de contaminar os respectivos equipamentos informáticos.

Podem entrar em www.carlosilva-guine.com e sem medo navegar na extensa informação ali alojada. É que para além da História do BCAÇ 2879 (Farim, 1969/1971) encontrarão textos e fotos referentes a outras Unidades e localidades do TO da Guiné.

Ao Carlos Silva desejamos as maiores felicidades e que nunca mais passe por uma situação semelhante porque causa sempre alguma descredibilidade e receio a quem quer aceder.

Aqui fica a nossa colaboração e solidariedade bloguista.

Pelo Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
Carlos Vinhal
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 1 de Fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9470: Blogues da nossa blogosfera (49): CCAÇ 4641 (Mansoa e Ilondé, 1973/74)

sábado, 19 de maio de 2012

Guiné 63/74 – P9926: Convívios (438): Almoço de confraternização do pessoal do BCAÇ 2879, dia 26 de Maio de 2012 em Monte Real (Carlos Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Carlos Silva (ex-Fur Mil Inf CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Jumbembem, 1969/71), com data de 18 de Maio de 2012:

Meu Caro Carlos Vinhal
Junto envio a convocatória/anúncio para o convívio do Bat Caç 2879.
Agradeço que publiques no Blogue para ver se aparece alguém, apesar de nos anos anteriores nunca ter aparecido qualquer camarada através do Blogue, mas vamos tentando.

Um abraço nosso para vocês
Carlos Silva


____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 17 de Maio de 2012 > Guiné 63/74 – P9917: Convívios (255): Almoço/Convívio do Batalhão de Cavalaria 8323, dia 2 de Junho de 2012, em Coimbra (António Rodrigues)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8223: Convívios (327): 24.º Encontro do pessoal do BCAÇ 2879 (Guiné, 1969/71), dia 28 de Maio de 2011 em Pombal (Carlos Silva)

24.º ENCONTRO DO PESSOAL DO BCAÇ 2879 (GUINÉ 1969/71), NO 40.º ANIVERSÁRIO DA SUA CHEGADA, DIA 28 DE MAIO NO RESTAURANTE MANJAR DO MARQUÊS - POMBAL



PROGRAMA

Hora de chegada - Concentração e cavaqueira no parque do Restaurante
12h 30 - Serão servidos os aperitivos no espaço apropriado
13h 30m - Almoço


EMENTA

APERITIVOS: Pão, presunto ibérico, frutos secos martin, whisky, gin, vinho verde, águas, sumos.
ENTRADAS – Serviço à mesa : rissóis, croquetes, orelheira de coentrada, salada de feijão-frade, chamuças, pastéis de bacalhau, filetes de pescada. Acompanha com arroz de tomate
CARNE: Rojões com migas e morcela
SOBREMESA: Salada de frutas e leite creme queimado
BEBIDAS: Vinho tinto, Branco, Verde, águas, sumos, digestivos, café.
FINAL: Bolo do Batalhão acompanhado de espumante

Preço por pessoa: 25,00 € - crianças dos 5 aos 10 anos 12,00 €

CONFIRMAÇÕES ATÉ AO DIA 26 DE MAIO DE 2011

Agradecemos uma rápida resposta, devolvendo o talão destacável com o vale postal ou cheque, para qualquer dos camaradas indicados no verso, uma vez que temos de confirmar as presenças no restaurante com a devida antecedência e....! porque a rapaziada da organização também quer conviver.

NB: - A confirmação é obrigatória até à data indicada, devido à característica da ementa.
Quem aparecer de “pára-quedas“ no próprio dia, sujeita-se às consequências.


CONTACTOS

Manuel Augusto da Silva Mota [CCS]
Rua Júlio Dinis, 36 1º Esqº
3700 S. João da Madeira
Telef: 256 831 341 casa 256 828 777
Telem. 917 784 037 - 917 184 836

Carlos José Pereira da Silva [CCaç 2548]
Rua de Timor, 2 R/c Dto - 1170-372 Lisboa
Telef: 21 815 2897; Fax: 21 815 3470, escritório
Telem. 966 651 820
e-mail: carsilva.advogado@gmail.com

Jorge Pinheiro Silva Fernandes [CCaç 2547]
Rua D. Bernardo Holstein Beck, 1
2925 Vila Nogueira de Azeitão
Telef. 210 803 314 / 916 054 415

David Gonçalves de Oliveira [CCaç 2549]
Urb. Portela, Lt. 65, 9º Dto.
2685 Sacavém
Telem. 914 107 731

OBS: - O Restaurante fica próximo das bombas da REPSOL à saída de Pombal, no sentido Pombal>Porto

NOTA: - A ementa também está colocada no meu site: www.carlosilva-guine.com

Nome:..............................................
Morada:...........................................
Cód. Postal .................... Localidade.................................
Telef............................../............................... Telemóvel........................................ Fax......................
Nº Companhia....................... nº de pessoas.......
Vale postal ou cheque [ cruzado ] nº...............................em nome de Carlos José Pereira da Silva

 [Texto e fotos de Carlos Silva]
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 4 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8217: Convívios (321): 17º Encontro do Pessoal de Bambadinca, 1968/71, em Coimbra, 21 de Maio: Em busca de alguns "desenfiados" (António Murta)