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domingo, 20 de novembro de 2011

Guiné 63/74 - P9069: O nosso blogue em números (21): A propósito dos 3 milhões de visitas... Sondagem... Fotos de Nova Lamego, de Tino Neves





Guiné > Zona leste > Região do Gabu >   Nova Lamego > CCS do BCAÇ 2893 (1969/71) > Cerimónia de Inauguração do Quartel Novo em 31 de Janeiro de 1971.

Fotos do Constantino (ou Tino) Neves, ex-1º Cabo Escriturário, desta CCS/BCAÇ 2893, membro da nossa Tabanca Grande desde 2006, mas de quem não temos tido notícia há muito tempo.



Fotos: © Tino Neves (2007). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem enviada, internamente, pelo correio da Tabanca Grande aos amigos e camaradas da Guiné, em 16 do corrente, e que republicamos aqui com as necessárias adaptações:

 Amigos/as e camaradas:

(i)  Não queremos abusar da vossa santa paciência... Mas   a vossa opinião (sobre a forma e o conteúdo do blogue) interessa-nos... Queremos fazer todos os dias mais e melhor... Claro que a qualidade do blogue não depende tanto (ou tão só) dos editores como (sobretudo) dos autores que nos enviam os seus escritos, fotos e outros documentos...

(ii) Não queremos pensar que o "baú de memórias da Guiné" está a chegar ao fim... Na realidade, podemos perguntar:

Quantas histórias ainda há por contar ?!...
Quantos camaradas ainda há a espreitar à porta da Tabanca Grande ?!...
Quantos lugares há ainda por visitar (e conhecer) ?!...
Quantas fotos, aerogramas e outros papéis ainda estão por ver a luz do dia ?!...
(iii) Nos próximos 6 dias vai decorrer (está já a decorrer até amanhá) uma sondagem, "on line", para a qual se pede a vossa colaboração (assilando o vosso voto no blogue, no respetivo sítio,  na coluna ao lado esquerdo)...

(iv) Infelizmente o enunciado tem uma malvada gralha que já não pode ser corrigida... Mas é facilmente detetável: "Expetivas iniciais" em vez de "expetativas iniciais"... 

(v) O enunciado correto é este:

Sondagem: Tendo em conta as minhas expetativas iniciais e a minha experiência de utilização, hoje, com 3 milhões de visitas, o nosso blogue está...
Seguem-se depois 7 hipóteses de resposta... Quem quiser fazer o favor de votar, é só escolher uma dessas hipóteses, a que corresponder mais aproximadamente  à vossa opinião...
Muito melhor / Melhor / Bom / Nem bom nem mau / Mau / Pior / Muito pior
(vi) Mandem-nos, também, por email (ou escrevam diretamente na respetiva caixa), os vossos comentários a fundamentar a vossa escolha: por exemplo, "Acho que o blogue está melhor ou  está pior, por isto e por aquilo"... E, se possível, deem uma ou duas sugestões de melhoria...

A quem já participou, votando e/ou comentando, o nosso agradecimento e o nosso apreço.
Um Alfa Bravo para todos/as. Luís Graça
 ___________________

Nota do editor:

Último poste da série > 20 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9067: O nosso blogue em números (20): A propósito dos 3 milhões de visitas... Comentários dos tertulianos António Estácio, Armandino Oliveira e Juvenal Amado

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3861: Memória dos lugares (17): Nova Lamego, a raínha do Gabu (Tino Neves)

Gabu > Administração de Gabu (Foto actual)

Gabu > Fonte da Bajudas

Tino Neves. Ao fundo a Estação dos CTT de Gabu

Praças convidados para a festa de despedida das filhas do Administrador de Gabu

Gabu > Estação dos Correios (Foto actual)

Tino Neves

Peluda > Gravura feita em stencil


1. Mensagem de Contantino Neves (Tino Neves), ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego (Gabu), 1969/71, com data de 5 de Fevereiro de 2009:

Caros Camaradas e amigos: Luís, Carlos e Briote e restantes membros da Tabanca Grande.

Já há uns tempos que não vos enviava quaisquer apontamentos por mim escritos, mas desta vez, houve algo que há muito estava à espera que acontecesse, foi alguém que, descrevesse a Vila de Nova Lamego tão bem, que, nem um dos melhores criadores de Guias Turísticos o teriam feito com a mestria do nosso camarada José Manuel Dinis no post P3834 de 29 de Janeiro.

Mas, um Guia Turístico nunca está totalmente completo, daí o meu desejo, não de o completar, não tenho essa pretensão, mas sim, dar mais uma ajuda para alcançar então esse fim, se possível, outros o completarão.

Como já disse atrás, a descrição feita de Nova Lamego está muito bem feita, não faltando de facto um dos ex-libris, do qual achei até muita graça, da "GMC" e do "Unimog", de que me recordo perfeitamente, mas há muitos mais, assim como a Fonte das Bajudas, (que junto imagem), que era a fonte onde as bajudas, nossas lavadeiras, iam lavar as nossas roupas, que ficava no caminho vindo, julgo eu, de Piche, ao entrar-se em Nova Lamego. Passava-se junto da Administração do Gabu, de que também junto foto actual (Fev/2005), passava-se então pelo cruzamento (onde estou eu na foto à civil, no dia 8/02/70). Sei que foi tirada nesse dia, porque foi dos poucos dias em que eu me vesti à civil, em Nova Lamego. E porquê? Porque no BCaç 2893, quem fizesse anos tinha como prenda a folga de quaisquer serviços e autorização para se vestir à civil, portanto essa foto foi-me tirada no dia em que fiz 22 Invernos, no cruzamento, entre os CTT, correios civis (que junto 2 fotos, antiga e actual), o Cine Gabú e a loja do Sr. Caeiro, um português de raça branca. Era uma loja essencialmente de electrodomésticos, mas não só, e na ponta que falta, a do meu lado direito, um dos edifícios civis utilizados para o quartel velho.

Por falar da loja do Sr. Caeiro, o telhado da referida loja era simplesmente uma placa de cimento, não sendo muito grande, talvez pudesse lá pousar um helicóptero, mas foi utilizado para outra coisa diferente. Estando lá um Capitão pára-quedista que estava a preparar-se para uma competição no estrangeiro, de salto em queda livre, resolveu fazer uma aposta em como iria saltar e pousar no telhado da loja do Sr. Caeiro. Assim fez, saltando de um helicóptero que subiu em espiral, tão alto, até deixar de se ver.

O segundo dia em que fui também autorizado a trajar à civil, foi para ir a uma festa de despedida das filhas do Sr. Administrador do Gabu, que era de origem caboverdianas, que estavam em Portugal, segundo me recordo, na região de Évora, num colégio de freiras a estudar. Tinham passado lá em Nova Lamego um mês de férias e estavam de partida. Foi então organizada uma festa com baile, julgo que pelo próprio Sr. Salomão, pai das ilustres homenageadas, que eram muito giras e simpáticas. (Também junto foto dos únicos praças (Cabos), que foram convidados).

Por detrás de mim, nesse cruzamento, mais atrás do meu lado direito, fica a porta de armas do quartel, onde eu estou ao telefone e sensivelmente mais atrás do meu lado esquerdo ficava um pequeno Destacamento de Engenharia. Entre os poucos elementos que o compunham, estava um Furriel, nome do qual já não me recordo, mas para quem trabalhei muitas vezes a pedido do meu capitão, pois ele tinha que fazer todas as semanas a listagem de pagamentos aos civis a seu cargo e muitas das vezes não o conseguia fazer sozinho e atempadamente. Eram bastantes folhas com 4 ou 5 cópias cada lista. Com o papel e o químico em 5 cópias, tinha que se bater bem forte nas teclas da máquina de escrever e, como as letras como o "a", "o", "b" e "d" cortavam o papel, sendo a lista composta pela maioria de "Baldés" e Djalós", os duplicados passariam por vezes a serem os originais, por estes estarem tão esburacados.
Noutros trabalhos feitos em Stencil (ou folhas de cera) com aquela máquina, tinha que se ser muito suave ou utilizar o verniz, para repor a letra cortada. Com as folhas de Stencil eu fazia qualquer tabela criada a régua e estilete, incluído este boneco, de que não sendo o seu autor, me foi concedido para fazer subscritos (envelopes) para cartas e serem enviadas por nós aos nossos familiares e Madrinhas de Guerra.

Falei do senhor libanês que tinha uma loja muito concorrida e uma esposa muito bonita. Posso afiançar que era verdade, cheguei a vê-la, só bonita não chega, mas fiquemos por aqui, não terei adjectivos suficientes para a descrever.
Havia mais uma loja de outro libanês que não ficava atrás, talvez fosse até mais popular, que era o Sr. Magid Danif. Era ele e a mãe do qual não me lembra o nome, mas estando eu lá na altura, suponho que no Inverno de 1970, talvez em Dezembro, a senhora veio cá a Portugal, porventura passar o Natal ou outro assunto, o certo é que faleceu num quarto de pensão, asfixiada com um calorífico a gás.

Do Sr. Madid Danif tenho uma estória que me aconteceu cá em Portugal, a qual nunca contei a ninguém. Vai ser contada agora pela primeira vez.

Eu era caixa na Agência do Totta & Açores, na Cova da Piedade e, no inicio dos anos 90, não tenho presente de facto o ano certo, mas julgo ter sido por essa altura, estava eu na caixa a pagar cheques, quando me aparece uma jovem bonita, alta e elegante bajuda que me entrega um cheque para receber. Nos instantes em que ela procurava o B.I. para eu conferir os dados e assinatura do verso do cheque, passo com os olhos pelo nome de quem pertencia o cheque, quando dei um berro, lendo o nome do apelido lá escrito, MAGID DANIF. Assim o disse, logo recuperei a calma e julgo que ela não se tenha apercebido da minha reacção, pois estava com os olhos metidos na mala na procura da carteira, mas eu fiquei com o coração aos saltos. Ver e ouvir ali à minha frente, uma criatura, que eu talvez tenha visto em pequenina ou simplesmente ser familiar de uma pessoa que eu conheci na Guiné, para mim, e julgo que por todos aqueles que por lá passaram, ficamos vacinados, aliás, não diria vacinados, mas sim contaminados com o vírus Guiné. Qualquer coisa que se relacione com aquele país, o vírus manifesta-se logo e como ia dizendo, depois enquanto a ía atendendo, dialoguei com ela que me confirmou ser filha do Sr. Magid Danif e que estava cá em Lisboa a estudar. Acabei de a atender, dei-lhe o dinheiro do cheque e ela foi-se embora, mas eu não fiquei bem, queria falar um pouco mais com ela, saber mais coisas lá de Nova Lamego, etc., mas não podia, porque tinha um a bicha (fila) de pessoal à espera para atender. Chamei a pessoa que se seguia e aí é que foi o problema, só à terceira tentativa é que eu consegui fazer a operação de lançamento do cheque correctamente, porque naquele momento eu não me encontrava ali, na Agência do Totta da Cova da Piedade, mas sim a milhares de quilómetros, na Guiné, mais propriamente em Nova Lamego, a percorrer as suas ruas, a visitar a loja do Sr. Magid Danif. Acabei de atender essa pessoa, fechei a caixa do dinheiro e desci aos arquivos, a fim de tentar acalmar, pois o meu coração estava aos saltos, estava eufórico, não sabia o que estava acontecer, só sabia que tinha ficado com pena de não ter ficado à fala um pouco mais com aquela encantadora criatura que tinha aparecido à minha frente. Confesso aqui pela primeira vez, que chorei, as lágrimas corriam-me pela face abaixo, que nem torneiras, mas era um choro silencioso e de alegria, satisfação e tristesa ao mesmo tempo, por não saber mais nada de novo. Não me conseguindo controlar, tentei lá no arquivo procurar alguma coisa que me desviasse a atenção e me acalmasse, o que aconteceu passados 15 minutos (o que naquele balcão nessa altura era possível, porque eram várias caixas a trabalhar ao mesmo tempo e eu tinha também ao meu cargo o arquivo). Peguei numa pasta e regressei à caixa para acabar o trabalho que faltava. Já mais calmo, mas já no final do fecho da caixa, procurei o cheque da menina Magid Danif e fui à base de dados procurar os contactos dela, com a intenção de mais tarde a procurar por telefone ou pessoalmente, mas quando já tinha no visor do PC o que procurava e me dispunha a tomar nota, senti uma mão no meu ombro esquerdo.Virei-me quase de imediato e qual foi o meu espanto, não vi ninguém que o tivesse feito, porque estavam todos bastante afastados de mim e eu estava sozinho. Aquela mão invisível fez-me vir à realidade e pensar para mim, o que é que estar a fazer? A pequena não ficou muito satisfeita, apesar de confirmar quem era, não mostrou com sorriso o acontecido, talvez tenha ficado assustada ou qualquer outra coisa. Desliguei o computador sem tomar nota e pensei se de facto ela também ficou curiosa talvez torne a vir cá, apesar da conta ser de Lisboa. E assim acabei o dia e muitos mais dias, meses e anos, sem saber mais nada daquela encantadora criatura nem de Nova Lamego.

Muitos ao lerem este meu desabafo, vão comentar, este deve estar, ou esteve apanhado do clima, mas não se esqueçam que naquela altura, na NET pouco se sabia ou nada e o que sabíamos da Guiné e, do meu caso em especial Nova Lamego, nada. Agora sim com a NET, sabemos tudo o que queiremos, é só procurar.
Antes deste acontecimento, tinha muitos casos em que me dava à fala com guineenses, porque sempre que via um africano, que me parecesse da Guiné, tentava logo saber donde eram e se eram do Gabu ou não.

Fico por aqui, satisfeito e aliviado por ter desabafado, mas só mais uma coisa, o VIRUS DA GUINÉ é do tipo Proteico / Vitamínico, porque quando vemos, ouvimos ou lemos algo sobre a Guiné, de bom, nos dá força e nos rejuvenesce, mas quando é mau, nos deita abaixo, faz-nos dor e sofremos.

Um Abraço
Tino Neves
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 3 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3837: Memória dos lugares (16): Cacheu, 1964 (António Paulo Bastos, Pel Caç 953, 1964/66)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3580: Brasões, guiões ou crachás (5): BCAÇ 2893, CART 730 e 23339, CCAÇ 726, 1426, 2406, 2636, 2701 e 3477 (José Martins)

BATALHÃO DE CAÇADORES N.º 2893

BCAÇ 2893 - Guiné 1969/71 - Divisa: Sempre Excelentes e Valorosos

Mobilizado no Batalhão de Caçadores n.º 10

Embarque em 15Nov69
Desembarque em 20Nov69

Regresso em 25Set71

Divisa – Sempre Excelentes e Valorosos

Foi comandar o Sector L3 (Nova Lamego) em 29Nov69, abrangendo os subsectores de Pirada, Nova Lamego, Cabuca, Canjadude e Madina Mandinga. A 20Jun70 foi reduzido do subsector de Pirada e em 01Fev71 recebeu o subsector de Mereué. Durante a actuação das forças sob o seu comando, foram detectadas e levanradas95 minas, e apreendido um morteiro, um lança granadas foguete e 4.000cartuchos de armas ligeiras. Recolheriam em 05Set71 a Bissau para embarque.

Tem como subunidades orgânicas as CCaç 2617, CCaç 2618 e CCaç 2619.
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COMPANHIA DE ARTILHARIA N.º 730

CART 730 - Guiné 1964/66 - Divisa: Valorosos Audazes Corajosos

Mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1 - Lisboa

Embarque em 08Out64
Desembarque em 14Out64

Regresso em 14Ago66

Divisa – Valorosos Audazes Corajosos

Realizou o treino operacional em Bironque entre 31Out64 e 23Nov64 e actuou nas regiões do More e Tiligi, de 14Dez64 a 04Jun65, em reforço da guarnição local. Em 07Jun65 assume a responsabilidade do subsector de Jumbembem, destacando um pelotão para Camjambari, integrado na zona de acção do seu batalhão. A 20Jul66 foi deslocada temporariamente para Farim, seguindo para Bissau em 06Ago66, para aguardar embarque.

É subunidade orgânica do BArt 733
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COMPANHIA DE ARTILHARIA N.º 2339

CART 2339 - Guiné 1968/69 - Divisa: Os Viriatos

Mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira nº 3 - Évora

Embarque em 14Jan68
Desembarque em 21Jan68

Regresso em 09Dez69

Divisa – Os Viriatos

Segue em 25Jan68 para o Xime para a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional e assumir a função de intervenção e reserva, instalando-se em Fá Mandinga a partir de 15Fev68. Iniciou a construção do aquartelamento de Mansambo em 21Abr68, para onde se transferiu e assumindo a responsabilidade do subsector, então criado. Orientou o reordenamento de Afiá e Candamã e destacou dois pelotões para estas áreas. Por períodos curtos e variáveis reforçou as guarnições de Geba, Xime e Bambadinca. Deslocou-se em 21Nov69 para Bissau, para aguardar embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 726

CCAÇ 726 - Guiné 1964/66

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 16 - Évora

Embarque em 06Out64
Desembarque em 14Out64

Regresso em 07Ago66

Divisa –

Depois de curta estada em Bissau efectuou a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional nas regiões de Có-Pelundo e Prabis. A 18Nov64 destacou um pelotão para reforço da guarnição de Madina do Boé. Em 05Dez64 segue para Nova Lamego como subunidade de intervenção e reforço, destacando forças para Buruntuma e Piche. Entre outras operações, tomou parte na emboscada realizada em 30Jan65, na estrada Madina do Boé-Cobige, que causou bastantes baixas ao IN. A 18Fev65 assumiu a responsabilidadedo subsector de Canquelifá. Por períodos curtos e variáveis, destacou forças para reforçar Dunane, Sinchã Jidé, Cantiré e Sinchã Juté. A 22Ago65 segue para Piche, assumindo a responsabilidade do subsector, destacando forças para a Ponde do rio Caium e Dunane. Em 05Ago66 recolhe a Bissau para embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 1426

CCAÇ 1726 - Guiné 1965/67 - Divisa: União - Cooperação - Bravura

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 16 - Évora

Embarque em 18Ago65
Desembarque em 24Ago65

Regresso em 03Mai67

Divisa – União – Cooperação - Bravura

Até Out65 ficou em Bissau, tendo sido deslocada para a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional em Mansoa, tendo, entretanto, realizado uma operação na região de Cubongue em 24Set65. Em 19Out65 assumiu a responsabilidade do subsector de Bafatá, com destacamentos em Catacunda e Camamudo. Em 23Out65 é criado o subsector de Geba, que é atribuído a esta subunidade, transferindo a sua sede para esta localidade em 07Jan66, deslocando um pelotão para Banjara em 27Nov65. É destacada para Fá Mandinga como unidade de reserva em 20Abr67, seguindo para Bissau a 01Mai67, para aguardar embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2406

CCAÇ 2406 - Guiné 1968/70 - Divisa: Sacrifícios não Contamos

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 2 - Abrantes

Embarque em 24Jul68
Desembarque em 30Jul68

Regresso em 28Mai70

Divisa – Sacrifícios não Contamos

Em 30Jun68 segue para o Olossato para treino operacional e intervenção, destacando forças para Banjará e Maqué. Em 20Fev69 seguiu para o Saltinho assumindo a responsabilidade so dibsector. Destacou forças para, temporariamente, guarnecerem Xime, Quirafo, Cansamangue e Sibchã Maunde Bucó. Em 07Nov69 passou para o sector L5, mantendo as suas forças no Saltinho com forças em Cansamangue e Cansongo. A 10Mai70 segue para Bissau para efectuar o regresso.

É subunidade orgânica do BCaç 2852.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2636

CCAÇ 2636 - Guiné 1969/71 - Divisa: Armas Não Deixarão Enquanto a Vida os Não Deixar

Mobilizado no Batalhão Independente de Infantaria nº 18 – Ponta Delgada

Embarque em 20Out69
Desembarque em 28Out69

Regresso em 06Set71

Divisa – Armas não deixarão enquanto a vida os não deixar

Colocada em Có em 04Nov69 para treino operacional e reforço do Sector O7 (Pelundo) e protecção aos trabalhos da estrada Có-Pelundo. Em 29Abr70 destacou dois pelotões para operações na região de Dulombi. A 06Mar70, foi colocada em Bafatá como força de intervenção e reserva, destacando dois pelotões para Ualicunda, desde 07Mar74 a Sare Uale desde 17Mar70.Actuou em operações nas regiões de Cuor, Dulombi, Mansomine e Cancolim. A 02 e 04Jul70 destacou dois pelotões para reforço do COT 1 na zona Leste, instalando-se em Paúncaaté 23Set70. Assumiu a responsabilidade do subsector de Sare Bacar, com destacamentos em Sora e Sare Aliu Sene. A 27Ago71 segue para Bissau para aguardar embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2701

CCAÇ 2701 - Guiné 1970/72 - Divisa: Excelentes e Valorosos

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 2 - Abrantes

Embarque em 24Abr70
Desembarque em 01Mai70

Regresso em 23Mar72

Divisa – Excelentes e Valorosos

Segue em 04Mai70 para o Saltinho, assumindo a responsabilidade do subsector em 10Mai70, com um pelotão em Cassamange até Jun71 e em Cansonco até Jan72 A partir de 09Nov71 destacou um pelotão para Cansamba no subsector de Galomaro. Em 11Mar72 segue para Bissau para efectuar o embarque de regresso.

É uma subunidade orgânica do BCaç 2912.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 3477

CCAÇ 3477 - Guiné 1971/73 - Divisa: Gringo Não Perdoa

Mobilizado no Batalhão Independente de Infantaria nº 18 – Ponta Delgada

Embarque em 25Set71
Desembarque em 30Set71

Regresso em 13,15 e 17Dez73

Divisa – Gringo não perdoa

Realiza a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional entre 02 3 30Out71, no Centro Militar de Instrução situado no Cumeré, seguindo em 21Nov71 para Guilege, onde a 18Dez71 assume a responsabilidade do subsector, tendo como missão efectuar acções de contra penetração naquele corredor. A 15Dez72 inicia a deslocação para Nhacra, assumindo a responsabilidade do subsector em 22Dez72, destacando forças para Ensalmá. É integrado no COMBIS – Comando Militar de Bissau – em 19Set72, assumindo o subsector de Brá em 25Set73 até 08Dez73, data em que fica a aguardar embarque.

É companhia independente.
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Notas de CV:

Vd. postes anteriores da série de:

10 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3429: Brasões, guiões ou crachás (1): CCAÇ 2797, Pel Caç Nat 51 e Pel Caç Nat 67, Cufar, 1970/72 (Luís de Sousa)

14 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3453: Brasões, guiões ou crachás (2): CCAV 678, 1964/66 (Manuel Bastos)

22 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3501: Brasões, guiões ou crachás (3): CAOP 1: BCAÇ 2885; CART 2732 e CCAÇ 5 (Jorge Picado/Carlos Vinhal/José Martins)

1 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3551: Brasões, Guiões ou Crachás (4): CCAÇ 728; CCAÇ 2617; CCAÇ 3566; PEL CAÇ NAT 63; CCAV 677 e CCAÇ 2402 (José Martins)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3192: Álbum das Glórias (47): Talão de almoço e Licença Militar (Tino Neves)

1. Mensagem, de 5 de Setembro de 2008, do nosso camarada Contantino Neves (Tino Neves), ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego (Gabu), 1969/71, que tem andado desaparecido (1).

Olá Camaradas, Luís, Vinhal e Briote e restante Tabanca

Há muito que não escrevia algo para o blogue, aqui vão dois temas:

1) - Almoço em Bissau
2) - Título de Licença

1) – Junto imagem dum talão de almoço que tive com mais dois camaradas amigos, que encontrei em Bissau, um deles meu vizinho e da minha criação, ou seja desde as carteiras da escola primária, o Fur Mil Arménio Delfim da Silva Santos, que estava julgo que em Olossato.

O almoço nesse tempo era barato! Três almoços bem comidos e melhor regados por 230$00 vai fazer agora dia 19 de Setembro trinta e sete (37!!!) anos, uma beleza.

O Bar NOÉ, talvez não fosse muito conhecido, mas era muito frequentado, por quem queria comer bem e barato.


Alguém se lembra do Snack-bar Noé, em Bissau, onde três manos almoçavam por 230 escudos (pesos) ? Nos dias de hoje, nem dá para a gorjeta... Repare-se, por outro lado, no número de telefone (2226), o que dá uma ideia do tamanho da rede telefónica da então província portuguesa da Guiné (CV)...


2) – Título de Licença, era o documento, que qualquer militar, (não sei se só para os desmobilizados) com a caderneta militar em dia, quisesse se deslocar à nossa vizinha Espanha, teria que pedir em qualquer Quartel Militar (neste caso, o de Tavira).

Esta licença foi-me passada em 13 de Julho de 1981, para simplesmente me deslocar por umas horas a Ayamonte.


Em 1981 ainda era preciso cumprir esta formalidade? Desconhecia (CV)

Sem mais
Um abraço para todos os Tertulianos
Tino Neves
Almada

Fotos: © Tino Neves (2008). Direitos reservados.
Legendas de Carlos Vinhal


2. Comentário de L.G.:

Sobre o "nosso poder de compra", na época, ver os seguintes postes:


28 de Julho de 2005 > Guiné 63/74 - CXXIX: Cem pesos, manga de patacão, pessoal! (1) (Luís Graça)

1 de Agosto de 2005 > Guiné 63/74 - CXXXII: Cem pesos, manga de patacão, pessoal! (2) (Luís Graça)

Recorde-se que com uma nota de cem pessos, o tuga (militar) compravas, na caserna, duas garrafas de uísque novo. O Old Parr (uísque velho, então muito apreciado lá e cá) já custava mais: 130 ou até 150 pesos, se não me engano… Além do pré (6oo pesos/mês), os soldados africanos da CCAÇ 12 (que eram praças de 2ª classe!, lembre~m-se...) recebiam mais 24,5 pesos por dia pelo facto de serem desarranchados (o mesmo que nós, os metropolitanos).

Ainda em matéria de Comes & Bebes, um quilo de camarões tigres, do Rio Geba, comidos na tasca do Zé Maria, em Bambadinca, com uma linda vista para o rio, custava cinquenta pesos (uma exorbitância(… Um bife com batatas fritas e ovo a cavalo (supremo luxo de um operacional quando ia a Bafatá, "mudar o óleo"...) costumava, na Transmontana cerca de vinte a vinte e cinco pesos.

Ainda me lembro, isso sim, de o vagomestre da CCAÇ 12, o Jaime, comprar uma vaca raquítica por 950 pesos, depois de bater não sei quantas tabancas da região de Bambadinca… Nas tabancas, fulas, por onde passei e onde fiquei, uma semana ou mais, era costume comprar, mesmo a custo, galinhas e frangos, mas já não me lembro quanto pediam pelos bichos de capoeira (sete pesos e meio?)… As ostras em Bissau custavam 20pesos (uma travessa)… E por aí fora.

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Notas de CV:

(1) - Vd. último poste de 26 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2216: Os nossos vídeos (1): Feliz Natal e até ao meu regresso (Tino Neves)

(2) - Vd. último poste da série de 23 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2791: Álbum das Glórias (46): O distintivo da CCAÇ 2382, 1968/70 (Manuel Baptista Traquina).

terça-feira, 25 de março de 2008

Guiné 63/74 - P2681: CCAÇ 2617, Os Magriços do Guileje (Guileje, Mar 1970 / Fev 1971) (José Crisóstomo Lucas / Abílio Pimentel)

Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 2617, Magriços do Guileje, Março de 1970 / Fevereiro de 1971... As boas vindas... Na foto, no lado esquerdo, o Fur Mil Abílio Pimentel, de seu nome completo Abílio Alberto Pimentel Assunção.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 2617, Magriços do Guileje, Março de 1970 / Fevereiro de 1971... A chegada da avioneta com o correio (e, às vezes, alguns víveres)... Na foto, em primeiro plano, da esquerd para a direita, o Fur Mil Abílio Pimentel, um alferes e o piloto da aeronave, cuja identidade desconhecemos. O Álbum Fotográfico do Pimentel não tem legendas... Mas segundo informação posterior do Jorge Félix, ex-Alf Pil Av, a aeronave (um Cessna vermelho) pertencia aos TAGCV - Transportes da Guiné e Cabo Verde e o piloto era o Castro, "naquele tempo já na aviação civil" (LG).

Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 2617, Magriços do Guileje, Março de 1970 / Fevereiro de 1971... O Fur Mil Abílio Pimentel junto a uma das peças de artilharia 11,4 que guarneciam o aquartelamento (LG).



Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 2617, Magriços do Guileje, Março de 1970 / Fevereiro de 1971... As boas vindas... Na foto, junto a um abrigo (creio que o do morteiro), do lado direito, o Fur Mil Abílio Pimentel, tendo a seu lado, em tronco nu, o Alf Mil José Carlos Mendes Ferreira, falecido há ano e meio, amigo do Humberto Reis, do Tony Levezinho e de mim próprio (furriéis milicianos da CCAÇ 12). Era natural da Amadora ou vivia na Amadora, desde miúdo (já não estou certo). Visitou-nos em Bambadinca, a caminho da região do Gabu para onde foi inicialmente o seu batalhão (BCAÇ 2893) e a sua companhia (CCAÇ 2617). Ainda convivi com ele na Amadora, depois do regresso da Guiné (LG).

Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 2617, Magriços do Guileje, Março de 1970 / Fevereiro de 1971... O Fur Mil Abílio Pimentel num jipe (LG).

Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 2617, Magriços do Guileje, Março de 1970 / Fevereiro de 1971... O Fur Mil Abílio Pimentel com o Alf Mil José Carlos Mendes Ferreira (LG).


Fotos : © Abílio Pimentel / AD - Acção para o Desenvolvimento (2006). Direitos reservados. (Editadas por L.G. Reprodução com a devida vénia...)




Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 2617, Magriços do Guileje, Março de 1970 / Fevereiro de 1971... O emblema dos valorosos Magriços do Guileje, que pertenciam ao BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71)

Foto: © Tino Neves (2006). Direitos reservados



1. Mensagem do José Crisóstomo Lucas, com data de ontem:



Meu nome : José Crisóstomo Lucas, ex alferes miliciano [, de operações especiais], de uma companhia residente em Guileje (Guiledje) entre 1969 e 1971, conhecida pelos MAGRIÇOS DE GUILEJE, de que muito me orgulho [, a CCAÇ 2617] (1).

Sou amigo pessoal do vosso cartógrafo de serviço (Humberto Reis ) que conheci só em Lisboa através de outro alferes Magriço, já falecido, [o José Carlos Mendes Ferreira,] bem assim como do Hélder de Sousa, que hoje descobri também ter estado na Guiné sendo um antigo combatente, embora não tenha lá voltado.

Eu, pelo contrário, já voltei a Bissau. Fui muito bem recebido nomeadamente por diversos ministros e pelo Sr Presidente na altura (Nino Vieira, que é o mesmo de hoje). Alguns dos que estavam nessa reuniões, eram antigos combatentes ( um deles, de que não me lembro do nome, na época de 69/71 era o comandante da zona Sul)... Posso dizer que, após alguns momentos de silencio e de eventual desconfiança, a abertura e os risos de boa disposição foram totais.

Ao contrário de algumas notícias que li sobre Guileje e não só, sou dos que tenho orgulho do trabalho que executámos em Guileje, independentemente da tradicional frase do Sangue, suor e lágrimas. Faço notar que foi mais suor do que o resto.

Durante todo o tempo, além de termos resistido a muitos ataques, alguns ao arame - faz anos na Páscoa, tivémos 3 ataques ao quartel no mesmo dia - , ainda fizemos alguns roncos e peripécias de que me abstenho neste momento de contar mas que constam de um diário de guerra que, segundo li, está em vosso poder, basta ler.

Quero chamar a atenção que nem as gentes da Guiné são uns coitadinhos nem as nossas tropas foram uns malandros. Pensem que no meio estará o ponto de equilíbrio.

Enviei 2 emails sobre Guileje sobre a questão dos morteiros existentes na altura, mas não tive o prazer de os ver publicados

Uma abraço

J. C. Lucas


2. Comentário do editor L.G.:

Obrigado, camarada, por nos teres dado notícias dos teus Magriços do Guileje, uma unidade de quadrícula de Guileje da qual sabemos pouco. O único contacto que até agora tínhamos era do Abílio Alberto Pimentel Assunção, que eu vim a descobrir ser Fur Mil At Inf, e residir no Seixal. Em tempos, ele forneceu umas dezenas de fotos de Guileje ao Pepito, da AD - Acção para o Desenvolvimento, a ONG que liderou a organização do Simpósio Internacional de Guileje, em que eu tive o privilégio de participar, juntamente com outros camaradas nossos, além de antigos combatentes do PAIGC, investigadores e outros interessados pelo tema da guerra colonial / luta de libertação da Guiné-Bissau.

Os amigos dos amigos nossos amigos são... Refiro-me ao Humberto Reis (da CCAÇ 12, a mesma unidade a que eu pertenci, Bambadinca, Junho de 1969 / Março de 1971) e ao José Carlos, teu camarada, que infelizmente a morte já apartou do nosso convívio. Foi com emoção que o identifiquei ao rever o álgum fotográfico do Abílio Pimentel (que me chegou em CD-ROM via Pepito).

Os emails que referes não chegaram a bom termo, por razões que desconheço (possível erro de endereço...). Podes fazer-me o favor de os reencaminhar para o endereço de correio electrónico do nosso blogue ? Entretanto, querias-te referir ao calibre das peças de artilharia e não propriamente dos morteiros... Era isso ?

Quanto à história da tua unidade, vou ver se tenho algum documento em arquivo que me tenha chegado às mãos. No nosso blogue, há apenas umas breves referências à tua unidade (2). Entretanto existe uma página sobre o teu batalhão, criada e mantida pelo nosso amigo e camarada Constantino Neves.

Ficas automaticamente a pertencer à nossa tertúlia. Tens assim a honra de ser, se eu não me engano, o 1º Magriço do Guileje a franquear a entrada da nossa Tabanca Grande. Manda-me as duas fotos da praxe (uma antiga e outra actual), que é para acrescentar à nossa fotogaleria (que anda desactualizadíssima...). E escreve, por favor, mais coisas sobre a tua companhia e o tempo que vocês passaram em Guileje que, felizmente, como dizes, foi mais de suor do que sangue e lágrimas...

Sê bem vindo, em meu nome, em nome dos meus co-editores, Carlos Vinhal e Virgínio Briote, em nome do cartógrafo de serviço, o Humberto Reis, bem como dos demais amigos e camaradas da Guiné. Vê se trazes também o Abílio para a nossa companhia. Não tenho sequer o email dele para o poder contactar.

____________

Notas de L.G.:


(1) Lista das unidades de quadrícula de Guileje (1964/1973):

CCAÇ 495 (Fev 1964/Jan 1965)
CCAÇ 726 (Out 1964/Jul 1966) (contactos: Teco e Nuno Rubim)
CCAÇ 1424 (Jan 1966/Dez 1966) (contacto: Nuno Rubim )
CAÇ 1477 (Dez 1966/Jul 1967) (contacto: Cap Rino)
CART 1613 (Jun 1967/Mai 1968) (contacto: Cap Neto) [infelizmente já desaparecio, José Neto, 1929-2007]
CCAÇ 2316 (Mai 1968/Jun 1969) (contacto: Cap Vasconcelos)
CART 2410 (Jun 1969/Mar 1970) (contacto: Armindo Batata)
CCAÇ 2617 (Mar 1970/Fev 1971) > Os Magriços (contacto: Abílio Pimentel)
CCAÇ 3325 (Jan 1971/Dez 1971) (contacto: Jorge Parracho);
CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972) > Os Gringos de Guileje (contacto: Amaro Munhoz Samúdio);
CCAV 8350 (Dez 1972/Mai 1973) > Os Piratas de Guileje (contacto: José Casimiro Carvalho )


(2) vd, poste de 5 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1404: Um pequena estória dos Magriços de Guileje (CCAÇ 2617) (Tino Neves)

(...) "Estavam instalados em Pirada [, zona leste, junto à fronteira com o Senegal], mas em Março de 1970 (apenas 4 meses depois do início da comissão), foram substituídos pela CCAÇ 2571, e destacados para o Guileje, por castigo.

"Na altura, Guileje era flagelada quase todos os dias.Os Magriços ficaram famosos pelo facto de, enquanto estiveram no Guileje (10 meses e 18 dias, conforme, vi num gráfico), limparam a zona, por 10 km ao redor do aquartelamento, e por esse facto, o restante tempo de comissão foi passado em Bissau, como prémio desse feito.Tiveram um único morto e não foi em combate, foi electrocutado, agarrado à lâmpada da caserna, após ter tomado banho. Vivam os Magriços !" (...)

sábado, 19 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2454: PAIGC - Instrução, táctica e logística (8): Supintrep nº 32, Junho de 1971 (VIII Parte): Minas III (A. Marques Lopes)

Publica-se hoje a terceira e última parte relativa ao capítulo sobre minas e outros engenhos explosivos utilizados pela guerrilha, no CTIG. Extractos de Supintrep, nº 32, de Junho de 1971, documento classificado, de que nos foi enviada uma cópia, em 14 de Setembro de 2007 pelo nosso camarada A. Marques Lopes:

PAIGC - Instrução, táctica e logística (8): Supintrep nº 32, Junho de 1971 (VII) > UTILIZAÇÃO DE ENGENHOS (III Parte)


Revisão e fixação de texto: L.G. (As imagens digitalizadas pelo AML, a partir de um exemplar do original, têm fraca qualidade; optou-se, mesmo assim, por inseri-las, na maior parte dos casos (1).

6. Técnicas de implantação [de engenhos explosivos] detectadas na Província da Guiné


(i) Em 1 de Dezembro de 1966, o IN implantou um engenho explosivo A/C no itinerário Xime-Bambadinca, procedendo da seguinte forma:

O itinerário encontrava-se bastante danificado, principalmente na bolanha do Rio Canhala, junto ao Xime. As NT, a fim de possibilitar a passagem das viaturas e, na falta de cascalho e pedra para tapar os inúmeros buracos, obstruíram alguns com cibes. O IN, aproveitando-se dessa circunstância, colocou debaixo de um desses cibes um engenho explosivo A/C, sem possibilidades de detecção por picagem.

(ii) Em 5 de Agosto de 1968, pelas 10h07, em [?] 1615 1220 A0-74, foi levantada uma mina A/C TMD, reforçada com 2 granadas P27, uma de cada lado. As duas espoletas MUV foram escorvadas em 2 petardos de 20 gramas de trotil e colocadas ao alto, indo o armador apoiar-se directamente na cauda do percutor, estando a mina montada para ser accionada por pressão.

Em lugar da cavilha normal metálica da espoleta MUV encontrou-se uma cavilha calibrada, de madeira. O peso de qualquer indivíduo era suficiente para partir tal cavilha e accionar a espoleta, pelo que a mina assim montada funciona como anti-carro e anti-pessoal.




(iii) Em 20 de Junho de 1968, forças do BCAV 1905 verificaram que o IN, na estrada Sare Banda - Banjara [ Zona Leste] implantou 1 engenho explosivo do seguinte modo (2):



- no trilho do rodado implantou uma mina A/P e acoplada com esta uma mina A/C no centro das estrada;

- atravessados na estrada encontravam-se troncos de árvore, colocados por cima da mina A/C que aos serem pisados pelos rodados das viaturas accionariam esta mina.


(iv) Em 4 de Julho de 1969, foi levantado o engenho explosivo abaixo descrito no itinerário Madina do Boé - Cheche [, no sudeste da Guiné]:



Era constituído por uma mina A/P PMD-6 associada a uma mina A/C TMD reforçada com 2 petardos de 200 gramas de TNT. A ligação entre ambas era feita por cordão detonante. Em ambas as minas existia 1 detonador (na extremidade do cordão detonante) ligado aos invólucros das minas por uma substância deformável de cor negra. A mina A/P (que fazia actuar o conjunto) estava colocada numa das margens da estrada e a A/C no eixo da mesma. O engenho poderia, portanto, ser accionado por elementos apeados ou por viaturas.

(v) Em 19 de Dezembro de 1969, no itinerário Guidaje-Cufeu, foi accionada uma mina A/C por uma viatura após a picagem das NT.

Um elemento das NT, que seguia próximo da viatura, ao ouvir o rebentamento, lançou-se para a berma da estrada, para se instalar, fazendo accionar uma mina A/P.

Na berma da estrada, escondidas no capim, foram detectadas e levantadas 8 minas A/P.

As NT verificaram criteriosamente o local e encontraram pequenos bocados de trapo desfeitos, pelo que se supõe que a mina A/C estivesse coberta com trapos e papéis para abafar o som característico das minas na picagem para não serem detectadas.


(vi) Em 8 de Março de 1970, o BCAÇ 2893 refere que foram detectadas e levantadas no itinerário Ieromaro Delta – Madina Mandinga [, região de Gabu,] 9 minas, 1 A/C e 8 A/P, com a seguinte disposição:



A mina A/C encontrava-se implantada no rodado das viaturas e junto a uma árvore, e uns metros mais afastados estavam implantadas as minas A/P, estas fora do itinerário e em locais que têm logicamente de ser utilizados pelas NT ao saltarem das viaturas para socorrerem os feridos, no caso de ser accionada a mina A/C.

(vii) No relatório da Acção Querubim realizada em 6 de Novembro de 1970 consta terem sido detectados alguns túneis abertos sob o itinerário Nova Sintra - S. João, provavelmente para colocação de minas.

O leito do itinerário, debaixo do qual se encontram aqueles túneis, é bastante duro, o que impossibilita a detecção das minas aí colocadas pelo sistema de picagem.

É de presumir que as minas assim colocadas sejam comandadas, pois será difícil o seu accionamento por pressão.


(viii) Em 17 de Dezembro de 1970 a CCAÇ 2700 detectou 6 minas A/P em Padada 201-42 colocadas segundo o esquema que a seguir se apresenta (3):



(ix) Do relatório da Acção Salpicos realizada em 13 de Novembro de 1970 extraíu-se a seguinte técnica de implantação de engenhos explosivos pelo IN:

Durante o regresso ao aquartelamento, quando a força que havia executado a acção se deslocava por uma picada que não transitava há muito tempo e que se encontrava cheia de capim com excepção de um trilho que corria a meio dela, foi detectada e levantada uma mina A/P PMD-6, sob a qual havia uma mina A/C TM46 que, na abertura para o detonador, tinha um petardo de 100 grs. O conjunto estava reforçado com vários petardos observando-se ainda 2 tampões da mina A/C, os quais produziriam estilhaços.

Feita picagem na área, foram detectados mais dois conjuntos em todo semelhantes ao anterior, estes reforçados com uma granada de RPG2 e uma granada de mão defensiva F1, respectivamente, distanciados de cerca de 50 metros e sempre junto de árvores de grande porte, distantes de todas as outras para fácil referenciação.

A colocação dos engenhos não foi feita sobre os trilhos mas sim imediatamente ao lado.


(x) Em 13 de Janeiro de 1971, viaturas das NT accionaram 2 minas A/C no itinerário Bambadinca – Nhabijões, implantadas segundo o esquema que a seguir se refere (4):



Dos ensinamentos colhidos realça-se que o IN colocou uma mina no leito da estrada e outra na berma a uma distância que calculou ser suficientemente longe para não ser abrangida pela habitual pesquisa em redor dos engenhos explosivos detonados mas suficientemente perto para ser accionada na inversão de marcha das viaturas de socorro.

_________

Notas de L.G.:

(1) Vd. postes anteriores:

4 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2327: PAIGC - Instrução, táctica e logística (6): Supintrep nº 32, Junho de 1971 (VI Parte): Minas I (A. Marques Lopes)

17 de Janeiro de 2008 > Guine 63/74 - P2446: PAIGC - Instrução, táctica e logística (7): Supintrep nº 32, Junho de 1971 (VII Parte): Minas II (A. Marques Lopes)


(2) Sobre o temível itinerário Sare Banda - Banjara que pertencia ao sector de Geba (Sector L2, Zona Leste), há vários postes do A. Marques Lopes (que foi Alf Mil da CART 1690, Geba, 197/68): vd. por exemplo:

25 de Maio de 2005 > Guiné 69/71 - XXIV: O ataque ao destacamento de Banjara (1968) (1) (A. Marques Lopes)

30 de Maio de 2005 > Guiné 69/71 - XXXIII: A morte no caminho para Banjara (A. Marques Lopes)

5 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - XLVI: Em memória dos bravos de Geba... (A. Marques Lopes)
10 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1745: Eu e o meu capitão e amigo Guimarães, morto aos 29 anos, na estrada de Geba para Banjara (A. Marques Lopes, CART 1690)

10 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2424: Álbum das Glórias (37): Os alferes da CART 1690 ou uma estória de amizade e camaradagem a toda a prova (A. Marques Lopes)

(3) Vd. 15 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1595: História da CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72) (Fernando Barata) (3): minas, tornados, emboscadas, flagelações e acção... psicossocial

(4) Vd. postes de:
23 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCV: 1 morto e 6 feridos graves aos 20 meses (CCAÇ 12, Janeiro de 1971) (Luís Graça)


(...) "O dia 13 seria uma data fatídica para as NT, e em especial para a CCAÇ 12 cujos quadros metropolitanos estavam prestes a terminar a sua comissão de serviço em terras da Guiné. Eis o filme dos acontecimentos:

"(i) Às 5.45h o 1º Gr Comb detectou, durante a batida à região de Ponta Coli, vestígios dum grupo IN de 20 elementos, vindos em acção de reconhecimento aos trabalhos da TECNIL na estrada Bambadinca-Xime e locais de instalação das NT.

"(ii) Às 11.25h, na estrada de Nhabijões-Bambadinca, uma viatura tipo Unimog 411, conduzida pelo Sold Soares (CCAÇ 12) que ia buscar [a Bambadinca] a 2ª refeição para o pessoal daquele destacamento, accionou uma mina A/C.

"0 condutor teve morte instantânea. Ficaram gravemente feridos 1 Oficial (CCS / BART 2917)[Alf Mil Moreira] , 1 Sargento (Fur Mil Fernandes/CCAÇ 12) e 1 Praça (CCS / BART 2917).

"(iii) Imediatamente alertadas as NT em Bambadinca, o Gr Comb de intervenção (4º, CCAÇ 12) recebeu a missão de seguir para o local a fim de fazer o reconhecimento da zona, enquanto outras forças acorriam a socorrer os sinistrados.

"Ao chegar junto da viatura minada, o Cmdt do 4° Gr Comb [Alf Mil Rodrigues] (b) deixou duas praças a fazer a pesquisa, na estrada e imediações, de outros possíveis engenhos explosivos, no que foram apoiados por alguns elementos do destacamento, seguindo depois uma pista de peugadas recentes, detectadas nas proximidades, e que se dirigiam para a orla da mata.

"Aqui, a 50 metros da estrada, atrás duma árvore incrustada num baga-baga, encontraram-se vestígios muito recentes. Seguindo os rastos através da mata, foi dar-se à antiga tabanca de Imbumbe [um dos cinco núcleos populacionais de Nhabijões, agora transferidos para o reordenamento], mas nas proximidades do reordenamento (Bolubate) aqueles passaram a confundir-se com os do pessoal que trabalha na bolanha.

"(iv) Regressado ao local das viaturas, o Gr Comb pelas 13.30h recebeu ordens para recolher, tendo o pessoal tomado lugar no Unimog e na GMC em que tinha vindo. Esta última [onde vinham as secções, comandadas pelos Fur Mil Marques e Henriques] , entretanto, ao fazer inversão de marcha, e tendo saído fora da estrada com o rodado trazeiro, accionaria uma outra mina A/C colocada na berma, a 10 metros da anterior, e que não havia sido detectada pelos picadores.

"Em resultado de terem sido projectados, ficaram gravemente feridos o Fur Mil Marques e os Sold Quecuta, Sherifo, Tenen e Ussumane. Sofreram escoriações e traumatismos de menor grau o Alf Mil Rodrigues, o Sold Trms Pereira e os Sold Cherno e Samba" (...).


2 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCXXIX: E de súbito uma explosão (Luís Graça)

(...) "E de súbito uma explosão. O sol dos trópicos desintegra-se. O céu torna-se bronze incandescente. O mamute de três toneladas dá um urro de morte ao ser projectado sob a lava do vulcão. E depois, silêncio... Era uma hora e meia da tarde quando o meu relógio parou, na estrada de Nhabijões-Bambadinca" (...).

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2216: Os nossos vídeos (1): Feliz Natal e até ao meu regresso (Tino Neves)

Download:
FLVMP43GP


Guiné > Bissau > Natal de 1970 > O Com-Chefe, General António Spínola, desejando festas felizes aos seus homens e às suas famílias, bem como aos antigos combatentes da Guiné. Para Spínola, era o seu terceiro Natal, passado na Guiné.

Vídeo: 1 m 39 ss. Alojado no You Tube > Nhabijoes



Download:
FLVMP43GP



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS do BCAÇ 2893 (1969/71) > Natal de 1970 > o 1º Cabo Escriturário Constantino Neves falando para as câmaras da RTP.Vídeo: 23 ss. Alojado no You Tube > Nhabijoes Vídeos: © Tino Neves / Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.

(Nota dos editores: um especial agradecimento ao Rui Gonçalves, filho do nosso camarada Gabriel Gonçalves, que fez a conversão dos ficheiros.wav do Tino Neves e colocou os filmes, à nossa disposição, no You Tube).

1. Mensagem do Tino Neves:

Camarada Luís:

Aqui te envio os 2 vídeos de que te falei [, no dia da estreia do fime As Duas Faces da Guerra, na Culturgest], sobre as mensagens de Natal do ano de 1970.

O primeiro é o General António de Spinola, que faz a entrada na reportagem da RTP, desejando um bom Natal a todos os militares, incluindo a Marinha e a FAP, que combatiam ou combateram na Guiné.

O vídeo original tem cerca de 30 minutos, com as mensagens recolhidas no Aquartelamento de Nova Lamego (velho), em que se incluem as mensagens do Comandante do Batalhão de Caçadores 2893, o Exmo Sr Ten Cor(na altura) Fernando Carneiro de Magalhães, e do Cmdt da CCS, o Sr Capitão Miliciano Herlânder Loureiro Rodrigues, no final de todos os outros. Só envio apenas o meu pequeno registo.
Trata-se, pois, de um extracto da cassete de vídeo, que eu comprei à RTP.

Nota: Tinhamos acabado de há 2 ou 3 semanas atrás, no dia 15 de Novembro de 1970, de ser flagelados - estória essa já publicada no blogue (1). Nesse ataque houve bastantes mortos e feridos, na sua maioria civis, mas também 2 militares, da minha Companhia, a CCS, além do Sargento Cabo Verdiano Enfermeiro Cipriano, pertencente a Canjadude ( CCAÇ 5, os Gatos Negros, companhia do camarada José Martins) (2).
Esta acção do IN tinha sido noticiada na Metropole, em títulos de caixa alta ("Chacina em Nova Lamego - Guiné"). Daí nós, ao vermos os reporteres da RTP, pensarmos logo que isso seria para mostrar, em Lisboa, que apesar da flagelação estavamos todos bem.

Luís, como te tinha dito, envio-te já os videos, mas fica ao teu critério a data da sua edição.

Um abraço a todos

Tino Neves
Almada
2. Esclarecimento posterior do José Martins:
Caro Tino

Li o post 2216 de hoje. O 2º Sargento Miliciano Enfermeiro Cipriano Mendes Pereira, que prestou serviço durante mais de dois anos na CCAÇ 5 - Gatos Pretos, quando morreu estava colocado posteriormente no Hospital Militar 241 em Bissau. Não era Cabo Verdiano. Era Guinéu, da etnia Manjaca.

Ver post 839 de 04JUN06

Um abraço

José Martins

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Notas dos editores:

(1) Vd. post de 9 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1160: Lembranças de Nova Lamego (Tino Neves, CCS/BCAÇ 2893): A fatídica noite de 15 de Novembro de 1970
(...) Nesse dia fatídico, fazíamos um ano que tínhamos embarcado, na Rocha Conde de Óbidos, no navio Uíge. O nosso Comandante resolveu fazer uma festa, em comemoração desse dia, convidando um Oficial, um Sargento e um Praça em representação dos aquartelamentos mais próximos, pois, para além dum jantar melhorado para todos os presentes, também foi organizada uma festa de variedades no edifício do cinema da vila.
Como é natural, festa que se preze, não pode prescindir de um momento de fogo de artifício... Apesar de ninguém ter pensado e esperado que isso acontecesse, tivemos uma visita inesperada: sem que fossem convidados, os Turras vieram contribuir com a sua parte (...).

(2) Vd. post de 4 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P839: O valente Sargento Enfermeiro Cipriano, da CCAÇ 5, morto em Nova Lamego (José Martins)
O Sargento era manjaco e não caboverdiano (L.G.).
(...) Elementos recolhidos da História da CCaç 5 – Gatos Pretos – Canjadude. Pesquisa e compilação de José Martins – Fur Mil Tms Inf (1968/1970)
Cipriano Mendes Pereira, 2º Sargento Enfermeiro, número mecanográfico 82034859, já se encontrava ao serviço da Companhia em finais de 1969, tendo assumindo as funções de Comandante da Secção de Saúde.
Além das actividades inerentes à sua função, colaborou na construção do edifício destinado a Posto de Socorros e Enfermaria. Foi também professor das escolas primárias das crianças que residiam na povoação.
Foi abatido ao efectivo da Unidade em 10 de Outubro de 1970 por ter sido transferido para o Hospital Militar 241 / CTIG, em Bissau.
Veio a falecer em 16 de Novembro de 1970, em consequência da flagelação a Nova Lamego. [ A esposa também morreu, tendo ambos sido atingidos por um morteiro que caiu no quintal da casa; deixaram duas crianças órfãs].
O filho do sargento Cipriano é hoje oficial do Exército da Guiné-Bissau, provavelmente já com a patente de Major ou Tenente-Coronel. (...).

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Guiné 63/74 - P2130: Álbum das Glórias (28): O Aquartelamento novo de Nova Lamego (Gabu), inaugurado em 31 de Janeiro de 1971 (Tino Neves)




Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS do BCAÇ 2893 (1969/71) > 1970 > Tino Neves e os seus amigos, divertindo-se no novo aquartelamento, em construção.



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS do BCAÇ 2893 (1969/71) > Cerimónia de Inauguração do Quartel Novo em 31 de Janeiro de 1971 (1).


Fotos: ©
Tino Neves (2007). Direitos reservados.



1. Mensagem, com data de 15 de Junho último, do Tino Neves, ex-1º Cabo Escriturário, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego (Gabu), 1969/71 (2):

Camaradas Luís e Vinhal:

O Luís há dias atrás pediu-me que lhe enviasse fotos de Nova Lamego. Resolvi mandar algumas do Aquartelamento novo, que fica a cerca de 1 ou 2 kms da Vila. Digo que fica porque as instalações ainda existem e estão a ser utilizadas pelos soldados do Exército da Guiné-Bissau, como mostra numa foto cedida pelo ex-Furriel Mil José Couto, que foi lá em Fevereiro de 2005, e já foi publicada no blogue em 7 Dezembro de 2006 (1).

Essa mesma foto mostra a placa de homenagem aos mortos do nosso Batalhão (BCAÇ 2893), virada ao contrário e agora a servir de homenagem ao Amílcar Cabral.

Outras fotos (ver em cima) foram tiradas no meu tempo enquanto o Aquartelamento estava em construção. Íamos lá de visita ver como corriam as mesmas, e aproveitávamos para nos divertirmos, fazendo corridas de carros de mão das obras.

Uma delas foi tirada no preciso momento em que se ouviu um estrondo (ainda hoje não sei o que foi), e nós reagimos atirando-mos para o chão. Todos reagiram com cambalhota e eu com voo de cabeça.

As outras são na inauguração do Aquartelamento, em que fui eu o escolhido para içar a bandeira. Outras duas fotos das forças em parada já foram publicadas no post de 7 de Dezembro de 2007.

Sem mais,

Um abraço

Tino Neves
Almada

__________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 7 de Dezembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1349: Quartel Novo de Nova Lamego: paredes finas e chapa de zinco (Tino Neves)

(2) Vd. posts de:

3 de Outubro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1146: Constantino Neves, ex-1º Cabo Escriturário da CCS do BCAÇ 2893 (Lamego, 1969/71)

3 de Outubro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1145: Na fonte... com o Inimigo (ou a água quando nasce é para todos) (Tino Neves, CCS do BCAÇ 2893, Nova Lamego)

9 de Outubro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1160: Lembranças de Nova Lamego (Tino Neves, CCS/BCAÇ 2893): A fatídica noite de 15 de Novembro de 1970

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1922: Tatuagens (1): Sangue, suor e lágrimas (Tino Neves)

Cova da Piedade / Almada > Constantino Neves > Braço tatuado: "Guiné 15-11-69"

Foto: © Tino Neves (2007). Direitos reservados.

Texto do Tino Neves , ex-1º Cabo Escriturário, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego (Gabu), 1969/71:

1. Mensagem do Tino Neves:

Olá camaradas, Luís e Vinhais:

Não venho desta vez contar propriamente uma estória, mas sim lançar mais um assunto. As tatuagens (1).

Para além de actualmente estar muito na moda fazer, ter e mostrar o seu corpo tatuado, nos anos 60 e 70, também, e principalmente os ex-Combatentes, se tinha por hábito/costume, fazer tatuagens. Julgo eu que a razão principal não era só por moda. A tatuagem, para os nossos camaradas que fizeram a guerra do Ultramar, era assim como uma espécie de selo, uma marca do seu estado de espírito na altura (... mas também um sinal da sua passagem por África e pela guerra, para que mais tarde todos vissem, na Metrópole, por onde eles passaram e o que passaram).

Achei, portanto, que seria um tema interessante para o nosso blogue, não só para que comentem as minhas afirmações anteriores, se estarão correctas ou não, ou se haverá outras razões [para explicar o fenómeno], que julgo que sim.

Desde 1970 até aos nossos dias, tenho visto tatuagens lindas e bem feitas, outras não tanto (estou a referir-me somente a tatuagens feitas durante 1963 /74, relacionadas ao que normalmente se fazia na altura em comissão de serviço no Ultramar).

Daí eu fazer o desafio/pedido para que enviem as imagens das vossas tatuagens, e comentá-las se possível, pois tenho a certeza que vamos ter uma grande colecção delas e com comentários interessantes.

E, para iniciar, envio a minha, que é muito simples, e que vou comentá-la:

O meu Batalhão desembarcou em Bissau no dia 15/11/69, e só no dia 22/11/69 se iniciou a sua deslocação para Nova Lamego (Gabú). Nesses dias que fiquei em Bissau, fui visitar um amigo pára-quedista, e logo nesse dia, ao apresentar-me um seu camarada, que na altura estava a fazer uma tatuagem, eu comentei que gostaria também de fazer uma e ele de pronto ofereceu para ma fazer.

Eu só quis que apenas escrevesse GUINÉ e por baixo a data da chegada à Guiné (15-11-69), até porque na altura não tinha tempo para fazer uma mais elaborada.

Durante a Comissão não fiz mais nenhuma, em parte porque esta ficou um pouco mal feita, não só o grafismo mal desenhado e com poucas picadas de tinta da china, como duas das picadas terem infectado (Como devem lembrar, elas eram feitas com uma simples agulha de coser, molhadas num tubo de tinta da china e espetadas na pele). Não havendo muita perícia nesse manusear de agulha, por vezes entrava pela carne dentro e fazia sangrar.

Sem mais

Um abraço

Tino Neves
Almada

2. Comentário de L.G.:

Fico entusiasmado como o repto ou desafio lançado pelo Tino Neves. As tatuagens feitas no tempo da guerra colonial não têm - segundo julgo saber - a sofisticação, a técnica, a perícia, a estética, a arte das actuais tatuagens que se podem ver nos corpos dos nossos jovens. Algumas são verdadeiras obras-primas. Ontem como hoje, o seu significado sócio-antropológico é (pode ser) muito rico. Daí o reforçar o pedido do Tino Neves: descrevam as vossas tatuagens, mandem-nos fotos, digam-nos como e quem as fazia, quanto pagavam, quais as vossas motivações... Lembro-me sobretudo dos dizeres de algumas: "Guiné... Sangue, suor e lágrimas" (uma das mais populares), "Amor de mãe", "Amor de pais", "Tu & eu"... Figuras (poucas): corações com setas para simbolizar a paixão e a fidelidade...

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Nota de L.G.:

(1) Páginas sobre este tópico:

Wikipédia > Tatuagem

Tattoo Br > Tatuagem no Brasil

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1844: Estórias do Gabu (6): Já chegámos à Madeira, ou quê ?! (Tino Neves)

Região Autónoma da Madeira > Ilha da Madeira > Maio de 2007 > Pico do Areeiro, o sítio mais alto da ilha (1818 m) a seguir ao Pico das Torres (1852 m) e ao Pico Ruivo (1862 m). Acessível por carro, é o mais visitado... Um deslumbramento... Ao fim de muitos anos (e de várias tentativas), consegui lá chegar, de carro, ao Pico do Areeiro e vê-lo, em dia sem nuvens nem frio nem chuva... Enfim, não basta chegar ao (e ficar no) Funchal, é preciso conhecer os picos e as veredas da Ilha e, claro, as suas gentes afáveis e hospitaleiras...

Esta estória do Tino Neves levanta-me uma questão (delicada): qual será exactamente a origem (e, portanto, a história) da expressão Já chegámos à Madeira ou quê ?!, que é claramente ofensiva para os madeirenses ?... Se alguém quiser, puder e souber responder, a gente agradece... Aproveito para mandar um abraço ao meu amigo e ex-camarada da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71), José Vieira de Sousa, um madeirense dos quatro costados... (LG).

Foto: © Luís Graça (2007). Direitos reservados.

1. Texto do Tino Neves , ex-1º Cabo Escriturário, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego (Gabu), 1969/71, enviado em 7 do corrente:

Caros camaradas Luís e Carlos:

Ontem enviei uma pequena estória de um Madeirense (1), e lembrei-me de uma outra, que resolvi primeiro analisar se a mesma teria conteúdo e que não fosse contra às regras do blogue.

Achei então, que para além de não quebrar as regras, serve a mesma para homenagear o homem que foi o ex-Sargento Ajudante Jaime Pitta, madeirense do Funchal e Porto Santo, que, sendo da GNR e para poder entrar no quadro de oficiais da GNR, teve que fazer, aos 54 ou 55 anos de idade, uma Comissão de Serviço na Guiné.

Foi para a Secretaria do Batalhão de Caçadores 2893, o meu batalhão, em rendição individual, alguns meses depois do Batalhão já estar em Nova Lamego (Gabu).

Senhor muito simpático e que eu prezava muito. Depois do episódio que vou aqui relatar, ainda mais o tive em consideração.

Faleceu em Março de 2005, com 88 ou 89 anos, depois de ter adoecido em 2003, nas vésperas de se deslocar a Lisboa para estar presente no 1º Encontro/Convívio da CCS do BCAÇ 2893, em Leiria, encontro pelo qual tanto ansiou.

Aí vai a estória. Um abraço do Tino.


Já chegámos à Madeira, ou quê?!
por Tino Neves


Foi capturado um soldado do PAIGC, e foi levado para as celas do Aquartelamento novo, de Nova Lamego (Gabu), ficando a aguardar transporte por via aérea, para Bissau.

E isso foi uma grande novidade para todos nós Como ainda nunca tínhamos visto um soldado do PAIGC, muito menos fardado a rigor, de caqui creme ou castanho claro - já não me lembro ao certo o tom - , com quico e botas de lona como as nossas, só com diferença na sola (que a deles tinha umas ranhuras que formavam umas divisas de sargento).

Toda a gente queria ver e falar com ele, pois ele falava bem português. Era um rapaz novo, de 18 ou 19 anos, e era apontador de lança-granadas-roquete, com a especialidade tirada em Moscovo.

Estava eu e mais alguns camaradas a falar com o preso, quando chega o Capitão Rodrigues (Cmdt da CCS). Oo soldado que estava de guarda ao preso, reclamou para o Capitão, de que já eram 2 horas da tarde e ainda não tinha sido substituído para almoçar. Então o Capitão pediu-me (ordenou) para ficar no lugar dele enquanto ele almoçava.

Mais tarde, ainda durante o meu posto de guarda ao preso, surge o meu Ajudante Jaime Pitta, que estava de Oficial de Dia, e vendo ali tanta gente agarrada às grades da cela para verem e falarem com o preso, resolveu correr com todos dali:

- Vá, todos embora daqui já ! - grita ele, empurrando a malta e indicando a porta de saída...

Mas eu fiquei, dizendo que não saía porque estava de guarda ao preso. Ele, não acreditando (os Cabos Escriturários não faziam guardas), tornou a repetir:

- Vá, todos embora daqui já! - e empurrando-me com uma certa violência, de tal modo que eu ía caindo.

Eu - como sempre, fui um pouco respondão, principalmente, quando me maltratavam, pois nunca admiti que me faltassem ao respeito - respondi:

- Mas o que é isto, já chegámos à Madeira ou quê ?! … (um termo muito usado nesse tempo).

Ele, o Sr. Ajudante Jaime Pitta, o Oficial de Dia, ouvindo isto, como madeirense que era, não gostou da minha resposta, e correu direito a mim com o braço no ar e de punho cerrado, gritando qualquer coisa que não entendi... Percebi é que ele tinha intenções de me agredir, pelo que fugi, pois não era oportuno fazer frente a um homem da idade dele, em fúria e um pouco tocado (bebido)... E principalmente porque ele tinha toda a razão, eu não tinha nada que responder aquilo, saiu-me...

Depois de fugir, fiquei à porta da prisão, pois não podia abandonar o meu posto, e fiquei a aguardar que ele chamasse o guarda ao preso, pois sabia que ele o faria, uma vez a G3 dele estava lá encostada à parede. quando o fez, respondi:
- Sou eu! - e pedi licença para entrar e explicar tudo.

Depois da minha explicação, ele respondeu:
- Espero que seja verdade, vamos aqui esperar por ele... - Assim que ele acaba de dizer isto, chegou o soldado, acabado de almoçar, que confirmou a minha versão.

Passadas 1 ou 2 horas depois, fez tenções de me convidar a ir ao ser quarto, e eu fui, aí vi um homem com uma grande satisfação e com uma lágrima no canto do olho, a mostrar-me fotos da sua esposa de 20 e poucos anos de idade, e sua filha bebé, e com uma das fotos de sua esposa na praia em fato de banho, dizia:
- Olha, ão é muito bonita e geitosa, a minha esposa querida?!<- É, sim - respondi eu. - Pois é - retorquiu ele - desculpa o acontecido há pouco, pois eu tinha bebido uns copos para matar as saudades dela e da minha filhinha... Aí sem mais palavras e muito emocionado, respondi que o culpado tinha sido eu em dizer aquilo, e que não fora por mal, não queria ofender, tinha saído da boca sem querer. Como já disse atrás já simpatizava com ele e, depois disto, aumentou ainda mais a minha consideração para com ele, e conto hoje esta estória em sua homenagem e que Deus o tenha em descanso._ ________ Nota de L.G.: (1) Vd. último post desta série Estórias do Gabu > 7 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1822: Estórias do Gabu (5): Nunca chames indígena a ninguém (Tino Neves)