Mostrar mensagens com a etiqueta CART 2714. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta CART 2714. Mostrar todas as mensagens

sábado, 14 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8270: Convívios (338): 5º Encontro/Convívio da CCS do BART 2917, em Montemor-o-Velho, 18 de Junho (Benjamim Durães)


1. O nosso Camarada Benjamim Durães (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 – Bambadinca -, 1970/72), enviou-nos um convite para a festa anual da sua Companhia e de todas as unidades que estiveram sob o comando do BART 2917.
5º ENCONTRO-CONVÍVIO DA CCS / BART 2917MONTEMOR-O-VELHO
18 DE JUNHO DE 2011
Mobilizam-se os ex-Militares, Familiares e Amigos da CCS/BART 2917 e de todas as Unidades Militares que estiveram sob o Comando do BART 2917 [Cart 2714, 2715 e 2716, CCaç 12; Pel Caç Nat 52, 53 e 63, Pel Rec Daimler 2206 e 3085, Pel Mort 2106 e 2268, Pel Intend A/D 2189 e 3050, 20º Pel Art/GAC 7 e Pel Eng do BENG 447 de Bambadinca], para o para o seu 5º ENCONTRO/CONVÍVIO que vai decorrer no próximo dia 18 de Junho de 2011, a partir das 09h00, no Castelo de Montemor-o-Velho.

O Convívio é no Restaurante “Encosta de São Pedro”, que fica no Bairro de São Pedro na Carapinheira. (com as coordenadas N – 40º 12’ 06” / O - 8º 38’ 36”).
O custo é de 35,00 Euros para adultos e 20,00 Euros para crianças (dos 08 aos 12 anos).


Para quem vier pela Auto Estrada, em Coimbra-Norte toma da Auto Estrada 14 (A14) e sai em Montemor-o-Velho. Depois dirige-se ao Castelo de Montemor-O-Velho (ver no mapa).

Quanto à estadia, a Organização sugere o HOTEL IBIS, na Figueira da Foz (a 100 metros do Casino). Se a marcação for efectuada através da Internet no endereço http://www.ibishotel.com/pt/hotel-2104-ibis-figueira-da-foz/index.shtml o custo é de 35,00 Euros/noite, mas se a for por Telefone: 233 408 190 ou por Fax: 233 408 195 o custo é de 45,00 Euros/noite. A estes valores acresce 6,00 Euros se incluir o pequeno-almoço.

Para quem não tiver computador, poderá solicitar à Organização, que marcará o alojamento.

A organização está a cargo de BENJAMIM DURÃES (Fur Mil) e JOSÉ GONÇALVES SILVA (1º Cabo Radiotelegrafista), ambos da CCS/BART 2917.

Solicita-se a todos os ex-Camaradas de armas que confirmem até dia 05 de Junho as suas presenças, para o BENJAMIM DURÃES – Telemóvel: 93 93 93 315 ou pelo e-mail: duraes.2917@hotmail.com

Para outros casos relacionados com o evento liguem para o JOSÉ GONÇALVES SILVA – Telemóvel: 91 725 33 60; Telefone 239 951 359 ou e-ma: geral@iobom.com; ou filipe.iobom@gmail.com

A ORGANIZAÇÃO:

BENJAMIM DURÃES – Telemóvel 93 93 93 315 - E-Mail : duraes.2917@hotmail.com;

JOSÉ ANTUNES GONÇALVES SILVA – Telemóvel 91 725 33 60 – Telefone - 239 951 359 / 239 951 718 (Empr) – e-mail: geral@iobom.com ou filipe.iobom@gmail.com
____________
Nota de M.R.:

Vd. o último poste desta série em:
13 de Maio de 2011 >
Guiné 63/74 - P8268: Convívios (331): Pessoal da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Os Terríveis), dia 28 de Maio de 2011 em Fátima (Manuel Maia / Vitor Cordeiro)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7865: Operações do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) (1): Quadrilha Sagaz, Satecuta, subsector do Xitole, 11-12 de Julho de 1971



1. Excertos do Cap II da História do BART 2917, Bambadinca, 1970/72 - Documento classificado como "reservado" - , segundo versão policopiada gentilmente cedida ao nosso blogue pelo ex-Fur Mil Trms Inf, José Armando Ferreira de Almeida, CCS/ BART 2917, Bambadinca, 1970/72, membro da nossa Tabanca Grande; cotejada igualmente com a versão, em suporte digital, corrigida e melhorada pelo Benjamim Durães (*).

Já aqui publicámos alguns excertos deste documento, nomeadamente com elementos de caracterização sociodemográfica e político-militar do Sector L1 (*)... Hoje damos início a nova série, Operações do BART 2917, com a publicação de um excerto , correspondente às pp. 78-81, e à Op Quadrilha Sagaz, que envolveu forças da CART 2716 (Xitole) e CART 2714 (Mansambo)... 

O objectivo nas NT, com, esta operação que decorreu em 11 e 12 de Julho de 1971, era atingir a antiga tabanca de Satecuta (subsector de Xitole, abaixo de Galo Corubal, na margem direita do Rio Corubal), onde se estimava que o PAIGC tivesse sob o seu controlo cerca de 300 habitantes (p. 42), defendidos por um grupo, comandado por MÁRIO MENDES (p. 44) (Segundo informação do António Duarte, nosso camarigo, lisboeta, furriel miliciano da 3ª terceira geração de quadros metropolitanos da CCAÇ 12, o "Mário Mendes, comandante de bi-grupo na zona do Xime, foi morto numa acção da CCaç 12 no final de 1972: numa deslocação feita para lá de Madina Colhido, foi abatido pelo apontador de HK21 do 4º pelotão"). 

Em 11 de Julho de Julho de 1971, noutro subsector (Xime) do Sector L1,  "um grupo IN não estimado flagelou, durante 25 minutos, da direcção de SSE com CAN S/R, MORT 82 e FOGUETÕES 122 o aquartelamento e a tabanca do XIME, causando um ferido ligeiro à população" (p.78)... (No meu tempo, ainda não havia, no Sector L1,  os Katiusha).

Esta operação acaba também de ser descrita por nosso camarada Jorge Silva, no poste P7843 (**).


[ Fixação / revisão de texto / título: L.G.] 


Mapa (esboço) do Sector L1, ao tempo do BCAÇ 2851 (1968/70), do BART 2917 (1970/72) e da CCAÇ 12 (1969/71)... 

Observações: NT= Nossas Tropas; Badora, Bissari, Corubal, Cuor, Xime = Regulados; RGeba, RCorubal = Rio Geba, Rio Corubal; N, W, S, L= Quatro pontos cardeais: norte, oeste, sul, este; IN= Inimigo; 1 = Um bigrupo (50/60 guerrilheiros); 2 = Dois bigrupos (90/100 guerrilheiros); A/B = 1 grupo de artilharia (morteiro 82, canhão s/r 75 e 82) + 1 grupo especial de bazuqueiros (RGP) (Mangai…).



Guiné > Zona leste >Sector L1 > CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) > Um coluna logística ao Xitole... O pessoal fazendo uma paragem na Ponte dos Fulas, destacamento do Xitole.

Foto: © Arlindo Teixeira Roda (2010) & Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


11 e 12.JULHO.71  > OPERAÇÃO “QUADRILHA SAGAZ”

(DESENROLAR DA ACÇÃO)

- No dia 08.JUL pelas 9,00 horas um Grupo de Combate da CCAÇ 12 saiu de BAMBADINCA para o XITOLE onde chegou através de GALOMARO, pelas 16,00 horas a fim de garantir a defesa do XITOLE e tabancas em A/D na área durante a operação.

- No dia 09.JUL pelas 13,00 horas um Grupo de Combate da CCAÇ 12 saiu de BAMBADINCA para MANSAMBO afim de reforçar a guarnição de MANSAMBO durante a operação garantindo a defesa da povoação e tabancas em A/D da área durante a operação.

- Tal antecedência de reforço, que pode ter denunciado a operação,  foi devida aos apoios aéreos inicialmente concedidos para 10.JUL.71 terem sido cancelados pela mensagem 3131/C de 091645JUL71 (já com as tropas da CCAÇ 12 em movimento) e posteriormente concedidos para 12JUL71.

- No dia 11.JUL pelas 22,00 horas os AGRUPAMENTOS saíram dos seus respectivos quartéis em marcha, pela estrada de MANSAMBO – XITOLE,  tendo o AGRUPAMENTO VERMELHO [CART 2714, Mansambo], atingido pelas 23,30 horas a PONTE do RIO BISSARI, continuando a progressão a corta mato ao longo da margem esquerda deste rio até à bolanha que corre para leste da sua confluência com o RIO SAMBA ERIEL onde emboscou pelas 3,00 horas do dia 12.JUL para descanso do pessoal.

- Entretanto o AGRUPAMENTO AZUL [CART 2716, Xitole] ao atingir a área de CULOBO abandonou a estrada inflectindo para W na direcção de GALO CORUBAL tendo pelas 04,30 horas emboscado na área de (XIME 4F6-37) aguardando a chegada dos meios aéreos.

- No dia 12 pelas 04,00 horas o AGRUPAMENTO VERMELHO continuou a progressão para Sul tendo pelas 5,30 horas emboscado na área de (XIME 4F1-54) onde aguardou a chegada dos meios aéreos.

- Pelas 6,30 horas o AGRUPAMENTO AZUL referenciou uma patrulha IN de 4 elementos armados que, descobrindo o trilho das NT,  fez um disparo de LROCK e alguns tiros de LM possivelmente para alertar outras forças IN e população da área. As NT não reagiram para evitarem revelar a sua posição. Os AGRUPAMENTOS tentaram simultaneamente entrar em contacto entre si (o AGRUPAMENTO VERMELHO para perguntar o que sucedera, o AGRUPAMENTO AZUL para informar que a patrulha seguira para NW), mas não conseguiram estabelecer a ligação rádio.

- Pelas 7,00 horas chegou a DO-27 a BAMBADINCA,  tendo nele imediatamente embarcado o Comandante da Operação que se dirigiu para o XITOLE (as nuvens muito baixas obrigaram o piloto a seguir o RIO CORUBAL a baixa altitude para conseguir atingir aquela pista de aterragem).

- Estabelecido contacto rádio com os AGRUPAMENTOS,  o Comandante da Operação ordenou o reinício da progressão,  indo aterrar no XITOLE onde ficou em alerta.

- Pelas 7,15 horas o AGRUPAMENTO VERMELHO continuou a sua progressão para Sul, paralelamente ao antigo trilho de GALO CORUBAL com grandes dificuldades devido à densidade da vegetação que embaraçava a progressão o que, associada às nuvens baixas que cobriam o Sol, desorientava o guia nativo.

- Pelas 7,20 o AGRUPAMENTO AZUL reiniciou a progressão mas como o guia principal encontrasse grande dificuldade na sua orientação devido à arborização apresentar nesta época um aspecto uniforme, o capim estar já com uma razoável altura e as nuvens muito baixas encobrirem o Sol, houve, a seu pedido,  que deslocar um auxiliar de guia de um dos pelotões para a testa da coluna para entre ambos encontrarem o caminho a seguir.

- Pelas 8,30 um grupo IN estimado em 40 elementos emboscou com MORT 82, RPG-2 e ML em [XIME 4F3-37] o AGRUPAMENTO AZUL,  ferindo nos primeiros disparos os dois guias que tiveram posteriormente a ser evacuados.

- A pronta reacção das NT obrigou o IN a debandar levando consigo pelo menos 4 elementos feridos confirmados visualmente por vários elementos das NT e pelos rastos de sangue deixados no terreno. Ao mesmo tempo que debandava o IN flagelava a zona com MORT 82 cujos impactos cobriram eficazmente a sua retirada não permitindo a perseguição das NT.

- É de realçar que este grupo tem que dispor de um muito bom apontador de MORT 82 dada a precisão de tiro desta arma. As NT,  impedidas de perseguir o IN, flagelaram-no com MORT 60, BAZOOKA e dilagramas provocando possivelmente mais baixas pois os impactos situaram-se na zona de retirada do grupo IN.

- Apenas se deu esta emboscada,  o Comandante da Operação sobrevoou a área tendo pelas 8,40 horas pedido a evacuação dos dois guias feridos e orientado o AGRUPAMENTO AZUL para uma clareira em [XIME 4F3-38] de onde se iriam fazer as evacuações e nas imediações da qual o AGRUPAMENTO AZUL emboscou.

- O AGRUPAMENTO VERMELHO que,  aos primeiros rebentamentos se encontrava a uma distância estimada em 1.000 metros do local dos impactos, possivelmente em [XIME 4E7-44], emboscou preparando-se para socorrer o AGRUPAMENTO AZUL se necessário ou intersectar, capturando-o ou ao menos aniquilando-o, o Grupo IN em retirada.

- Às 9,00 horas obtida a certeza de que o IN não retirara na sua direcção e de que o AGRUPAMENTO AZUL não precisava de auxílio, o AGRUPAMENTO VERMELHO deixando parte das suas tropas emboscadas iniciou o reconhecimento da zona definida pelos pontos:

PONTO 12 - XIME 4D7-45; PONTO 13 – XIME 4E7-47; e pelo PONTO 3 – XIME 4E2-36,

Não tendo sido detectados trilhos ou indícios de instalação IN.

- A vegetação muito densa, dificultando a orientação, frequentemente obrigava a retroceder até ao antigo trilho do GALO CORUBAL para orientação.

- Pelas 10,10 horas do dia 12 com a protecção do Helicanhão foi feita a evacuação dos dois guias feridos e ordenado pelo Comandante da Operação o seu prosseguimento dentro dos planos estabelecidos.

- O AGRUPAMENTO AZUL informou então de que os guias evacuados eram os únicos que conheciam o caminho dispondo agora apenas de dois auxiliares de guias e que,  dado o aspecto actual da vegetação e as condições meteorológicas que dificultavam a orientação, estavam bastante diminuídas as possibilidades de atingir o objectivo.

- Perante esta informação e dado que o DO necessitava de abastecer, o Comandante da Operação ordenou, pelas 10,25 horas, que as tropas emboscassem até ao regresso do DO à zona em virtude de ter reconhecido ser impossível prosseguimento do AGRUPAMENTO AZUL sem que o mesmo fosse orientado por um meio aéreo.

- Abastecido o DO em ALDEIA FORMOSA,  o Comandante da Operação dirigiu-se imediatamente à zona onde chegou pelas 11,30 horas precisamente na altura em que o AGRUPAMENTO AZUL voltava a ser flagelado em [XIME 4F2-39] com MORT 82, ML e Lança Rocket, por um grupo IN estimado em 40 elementos, sem consequências para as NT, que reagiram prontamente, sendo de admitir terem provocado baixas do IN, uma vez que os pontos de impacto de MORT 60, Bazooka, e dilagramas se situaram sobre a área de instalação do Grupo IN; mais uma vez os impactos de MORT 82 cobriram eficazmente a retirada do IN, não permitindo a sua perseguição pelas NT.

- Não tendo os meios aéreos localizado o IN, o Comandante da Operação determinou a sua continuação dentro dos planos previstos,  passando o DO a orientar directamente a progressão do AGRUPAMENTO AZUL.

- Entretanto o Helicanhão teve de seguir para ALDEIA FORMOSA para abastecer.

- Pelas 12,15 horas com o AGRUPAMENTO AZUL,  progredindo na mata cerrada em direcção ao objectivo e a cerca de 3 km de distância deste o piloto do DO informou que em virtude de ter recomeçado a chover na área da linha de borrasca que se aproximava, não lhe era possível continuar a orientar o AGRUPAMENTO AZUL atingir SATECUTA e tendo o AGRUPAMENTO VERMELHO já explorado a área de GALO CORUBAL, o Comandante da Operação deu ordem de retirada aos AGRUPAMENTOS pelas 12,20 horas, para a estrada XITOLE – MANSAMBO por itinerários sensivelmente paralelos aos que tinham seguido na aproximação.

- No dia 12 pelas 12,40 horas o AGRUPAMENTO VERMELHO sensivelmente em (XIME 4E7-48) detectou um elemento armado IN que se erguera a coberto de um tronco de árvore alertando todo o pessoal.

- As NT abriram fogo, tendo o IN respondido com grande intensidade e potencial de fogo diverso, com MORT 82, LROCKET e ML , não tendo as NT caído na zona de morte.

- Ao fim de cerca de 5 minutos de fogo intenso, o IN retirou para Leste na direcção da Ponte do RIO JAGARAJÁ.

- Da batida imediatamente feita, estimou em 20 elementos armados o efectivo do grupo IN e verificou-se que os impactos e crateras provocadas pelas armas das NT se situavam na zona de instalação IN e, pelos rastos de sangue e sinais de corpos arrastados, era de admitir que o IN tivesse sofrido baixas. Não foi encontrado qualquer material abandonado,  a não ser cápsulas de cartuchos e um chapéu de palha.

- Na consequência do fogo IN, sofreram três feridos ligeiros provocados por estilhaços; foram eles o:

- Alferes Mil Atirador JOAQUIM SILVA PEREIRA;  Soldado Atirador MANUEL AUGUSTO SILVA RIBEIRO; e o  Guia Nativo Assalariado IABO BALDÉ.

- Sobrevoada entretanto a zona,  o PCV nada detectou tendo o AGRUPAMENTO VERMELHO continuado a progressão inflectindo mais para Norte atingindo a estrada XITOLE – MANSAMBO, a 2 km a Sul da Ponte do RIO BISSARI, pelas 15,15 horas.

- O PCV manteve-se na área até que o péssimo estado de tempo o obrigou a aterrar pelas 13,00 horas,  orientando sempre o AGRUPAMENTO AZUL que, quando o PCV abandonou a área,  seguia em bom andamento e aparentemente sem dificuldades de orientação cerca de [XIME 4G3-22].

- Pelas 15,15 horas o AGRUPAMENTO AZUL foi novamente flagelado em [XIME 4D7-49] com MORT 82, ML e lança Rocket, tendo-se notado nesta flagelação uma considerável redução de utilização de armas ligeiras o que leva admitir que o Grupo IN agora estimado, pelos vestígios deixados, em cerca de 30 elementos tivesse nos primeiros recontros, sofrido baixas ou esgotado munições.

- Mais uma vez é de realçar o excepcional trabalho do apontador de MORT 82, cobrindo excelentemente a retirada do IN que debandou pela reacção das NT. Nesta altura constatou o Comandante do AGRUPAMENTO AZUL que o guia se encontrava perdido pois dizia ser a estrada XITOLE – MANSAMBO para OESTE,  pelo que solicitou orientação aos meios aéreos que imediatamente haviam ocorrido à área.

- O Comandante da Operação determinou então ao Helicanhão que orientasse o AGRUPAMENTO AZUL para a estrada MANSAMBO – XITOLE,  o que fez até ao seu limite de autonomia de voo e visibilidade para atingir ALDEIA FORMOSA numa manifestação de espírito de missão verdadeiramente notável,  aliás já manifestada também pelo piloto do DCON que,  após a saída do Héli,  continuou a orientar a progressão do AGRUPAMENTO AZUL até cerca das 17,30 horas, [altura] a que teve de regressar a BAMBADINCA e posteriormente a BISSAU.

- No dia 12 pelas 16,30 horas o AGRUPAMENTO VERMELHO atingiu MANSAMBO, em meios auto a partir da Ponte sobre o RIO BISSARI.

-No dia 12 pelas 18,30 horas o AGRUPAMENTO AZUL atingiu a estrada do XITOLE na área do PONTÃO sobre o RIO JAGARAJÁ e pelas 21,00 horas atingiu o quartel do XITOLE transportado em viaturas auto a partir da PONTE PULON.

- No dia 13 pelas 2,30 horas [?] do dia 13 o Grupo de Combate da CCAÇ 12 abandonou o XITOLE tendo atingido BAMBADINCA pelas 15,30 horas.

-No dia 14 pelas 6,30 horas o Grupo de Combate da CCAÇ 12 abandonou o XITOLE tendo atingido BAMBADINCA pelas 14,00 horas.


________________

Notas de L.G.:


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6335: O Spínola que eu conheci (19): "Fiquei francamente mal impressionado com a visita à Companhia sediada em Mansambo" (Benjamim Durães / Jorge Cabral / Luís Graça)



Guiné > Região Leste > Mansambo > CART 2339 (1968/69), Os Viriatos > 1969 > O Humberto Reis, Fur Mil Op Esp, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71),junto ao monumento aos mortos da CART 2339   pertencente ao BCAÇ 2852 (1968/1970), e que foram os construtores de Mansambo.  Em Novembro de 1970, aquando da visita de inspecção do Gen Spínola, a subunidade de quadrícula era a CART 2714, pertencente ao BART 2917 (Bambadinca, 1970/72),  reforçada com um 1 Esq do Pel Mort 2106, e com menos um pelotão (que foi reforçar o Xime).

Foto: © Humberto Reis (2005). Direitos reservados.









Guiné > Região Leste > Mansambo > CART 2339 (1968/69), Os Viriatos> Fotos Falantes II > S/ legenda > O nosso general adorava andar de helicóptero... Mas possivelmente não nunca terá ido numa simples coluna auto,como esta, na Estrada (?)  Bambadinca- Mansambo - Xitole, na época das chuvas...  O inferno, na terra... 


Fotos: © Torcato Mendonça  (2006). Direitos reservados.


Continuação da publicação do  Despacho do Com-Chefe, de 7/1/1971,  relativo à visita de inspecção ao BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), um documento de 12 páginas (*)


5. Visita a Mansambo em 18Nov70 

- Fiquei francamente mal impressionado com a visita à Companhia sediada em
Mansambo.

Foram notadas as seguintes anomalias:

-O Alferes Comandante interno da Companhia desconhecia em absoluto o plano de defesa, a actuação do IN na área e a própria situação de alguns postos de combate.

- As casernas abrigos apresentam-se totalmente inoperacionais; não há postos de combate nem tão pouco valas.

-As metralhadoras estão mal instaladas e em posições que não lhe permitem tirar rendimento de tiro.

- As bazookas e os morteiros estavam igualmente mal instalados, não se podendo de forma alguma extrair deles rendimento aceitável.

- O plano de fogos de morteiro está deficientemente elaborado. No campo da execução de tiro a ligação telefónica PC/abrigos apresenta-se totalmente inoperante; no interrogatório feito à guarnição depreendeu-se que em caso de ataque o tiro era feito “a olho”, dado que a guarnição não acreditava na eficácia do planeamento.

- Ainda no âmbito da defesa, verificou-se a construção dos balneários à frente dos abrigos, o que elimina totalmente a já precária utilização destes.

- Em resumo: a defesa do aquartelamento está estruturalmente errada na concepção e apresenta-se inoperante na execução.

-No âmbito das instalações do pessoal, verificou-se a existência duma sala de oficiais bem instalada e com requintes de decoração, a contrastar flagrantemente com a acomodação dos soldados. Foi ordenada a imediata resolução deste problema.

Neste particular o comportamento do comando da Companhia revela-se francamente negativo, tanto mais que foi chamada a atenção de todos os Comandos para a constante atenção que deve merecer o bem-estar dos soldados.

- No tocante à alimentação foram detectadas várias deficiências, nomeadamente batatas e frescos estragados (pp. 3/5).


6. Visita a Afiá e Candamã em 18Nov70 (**)

- Estas duas tabancas encontravam-se totalmente abandonadas.

Os respectivos comandantes da milícia responsáveis pela defesa não têm a mais pequena noção do que lhes compete fazer em caso de um ataque organizado. Estas tabancas encontram-se praticamente entregues a si próprias, guarnecidas por pessoal inapto e sem instrução.

- Na revista de armamento, as armas apresentavam-se em péssimas condições de limpeza, pelo que foram retiradas algumas como castigo.

- A rede de amare farpado encontra-se destruída e os campos de tiro tapados com capim.

- Não há abrigos para as populações e os antigos abrigos abatidos não foram reconstruídos.

- Os professores queixam-se da carência de cadernos, esferográficas, lápis, quadros pretos e cola.

-Os comandantes da milícia queixaram-se da falta de catanas para procederem à capinagem; quanto à limpeza de armamento queixaram-se que a Companhia não lhes fornecia óleo para o efeito.

- Em resumo: Estas duas tabancas encontram-se à mercê de ataques IN reunindo as melhores condições para serem totalmente aniquiladas.

Salienta-se que estas duas tabancas já estiveram devidamente instruídas e mentalizadas parta uma eficiente defesa. (p. 5)



[ Revisão / fixação de texto: L.G.]

Próximo ponto > 7. Visita a Xime em 12Dez70

Observ. de L.G.:

 É estranho que, na véspera da Op Mar Verde (invasão de Conacri, em 22 de Novembro de 1970), Spínola ande a fazer "visitas de rotina" em pleno interior do CTIG...

De qualquer modo, depois de 18 de Novembro (visita a Mansambo, Afiá e Candamã), há um interregno... O general volta a zona leste, para estas visitas de inspecção, no dia 12 de Dezembro de 1970 (Xime), Dembataco, Taibatá,  Enxalé, Nhabijões  (a 15), e por fim Amedalai, Finete e Missirá (a 19)... 

Spínola fará, no Xime, duras críticas ao Comando do BART 2917, por causa da violentíssima emboscada que tivemos (a CART 2715, a CAÇ 12 e outras forças) na Ponta do Inglês, causando-nos 6 mortos e 9 feridos graves (Op Abencerragem Candente).


____________

Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste da série > 6 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6327: O Spínola que eu conheci (17): A visita de inspecção ao Xitole e às tabancas em autodefesa de Sinchã Madiu, Cambesse e Tangali em 16 de Novembro de 1970 (Benjamim Durães / Jorge Cabral / Luís Graça)

(**) Tinham cerca de 200 habitantes cada uma. Candamã era a sede do regulado de Corubal.  Mansambo não tinha população, a não ser os guias e as suas famílias.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6110: Convívios (210): 4º Encontro-Convívio da CCS/BART 2917 e Unidades Agregadas ao Comando do BART, MAI70 a MAR72 (Benjamim Durães)


1. O nosso Camarada Benjamim Durães (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 – Bambadinca -, 1970/72) enviou-nos uma mensagem dando-nos notícias do 4º Encontro-Convívio da sua CCS/BART 2917:

Camaradas,

No passado dia 27 de Março, teve lugar em Coruche o 4º Encontro-Convívio da CCS/BART 2917 e das Unidades agregadas ao Comando do BART, entre Maio de 1970 e Março de 1972.

Marcaram presença 117 convivas, sendo 58 ex-militares (41 da CCS, 2 da CART 2714, 2 da CART 2715, 4 da CART 2716, 5 da CCAÇ 12, 2 do PEL CAÇ NAT 63, 1 do PEL MORT 2268 e 1 do PEL ENG/BENG 447), incluindo 12 estreantes nestes Convívios.

Nos Encontros-Convívios já realizados, marcaram presença ao todo 96 ex-Militares, com 27 totalistas.



O grupo dos ex-Militares
O grupo ex-Militares com os seus Familiares
Um abraço para vós
Benjamim Durães
Fur Mil OpEsp/RANGER da CCS/BART 2917
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
_____________
Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5338: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69/Mai 71) (4): O pacto de Deus... com os 'turras'


1. Mensagem de Arsénio Puim, que esteve fora, nos EUA, fazendo divulgação do seu úlimo livro sobre a sua terra, Santa Maria, Açores:

Luis Graça

Depois de muito tempo ausente, mando mais um trabalho sobre as memórias simples dum velho capelão.

Um abraço

Arsénio Puim

2. Continuação da publicação das memórias de Arsénio Puim, ex-Alf Mil Capelão, CCS/ BART 2917, e que esteve em Bambadinca entre Maio de 1970 e Maio de 1971. Vive actualmente em Vila Franca do Campo, Ilha de São Miguel, Região Autónoma dos Açores (RAA), estando reformado como enfermeiro do Serviço Regional de Saúde da RAA (*).

RECORDANDO... IV > A MINHA PEQUENA EXPERIÊNCIA DA GUERRA
por Arsénio Puim


É natural que uma parte importante dos textos publicados por ex-combatentes da Guiné, no histórico Blogue de Luís Graça, incida sobre variadas situações de combate vividas pelos próprios ou pelos companheiros, em ataques, assaltos, emboscadas e demais operações militares dum teatro de guerra. São experiências, frequentemente, de grande dureza, muita tensão e perigosidade, que eu não tive.

Ao capelão militar é atribuída uma função específica, que é prestar assistência religiosa aos militares do Batalhão e testemunhar, na medida do possível, os valores do Evangelho, e ele não é, compreensivelmente, um combatente da guerra, independentemente da justeza ou não desta, posição que eu assumi e demarquei logo de início, renunciando à posse de arma de combate, que me era proposta. Nem, de resto, a preparação elementar ministrada no Curso de Capelães Militares durante um mês e meio, na Academia Militar da Rua Gomes Freire, me habilitava para esse desempenho.

Vivi, no entanto, durante um ano, dia a dia, no teatro de acção do Batalhão 2917, deslocando-me assiduamente a todas as Companhias e permanecendo nestas por vários dias e, às vezes, algumas semanas - visitei 6 vezes a Companhia de Mansambo [CART 2714], 5 vezes a do Xime [ CART 2715] e 4 vezes a do Xitole [CART 2716], que ficava a 40 quilómetros - para além das minhas idas a todos os Destacamentos, mais abreviadas mas com permanência em alguns, como o Enxalé (3 vezes), Missirá (1 vez), e a Ponte dos Fulas (1 vez). (**)

Para a deslocação integrava-me, por regra, nas longas, lentas e penosas colunas militares do Batalhão ao longo das picadas. De uma vez regressei do Xitole na avioneta, que por lá passou. Muito pequena, de um só motor, eu vinha sentado atrás no chão mais o cabo sacristão. A meio da viagem foi decidido fazer um reconhecimento sobre um acampamento «turra». Tive assim oportunidade de ver de perto as regiões dos guerrilheiros do Buruntoni e Ponta do Inglês. Junto do Corubal, bastante largo. Grandes bolanhas, cultivadas. Mato, em alguns sítios, muito denso. Algumas casas, instaladas debaixo de árvores. Muitos trilhos. Nem uma pessoa. Um mundo «do outro lado», dentro da Guiné.

Mas, com tantas voltas e viravoltas, descidas picadas alternando com vertiginosas subidas, e os não menos danosos movimentos laterais curtos e rápidos para seguir um trilho, eu, que nunca me dei bem em mar bravo, acabei por vomitar muito e ficar bastante exausto.

Ainda hoje me interrogo se o senhor Major quis pregar uma «partidinha» ao nosso Capelão...

Em toda a minha presença na Guiné, apenas apanhei um ataque, no dia 3 de Setembro de 1970, no quartel do Xime, aquando de uma das minhas visitas. Era de manhã cedo. Saltei da cama e corri para o abrigo, onde já estavam cerca de duas dezenas de homens – uns algo tensos, outros bem dispostos, uns meio nús, outros com a barba metade feita - e ali permanecemos até acabar o tiroteio, que não foi longo nem teve consequências, a não ser para uma criança da tabanca ao lado, atingida por um pequeno estilhaço.

Várias vezes, porém, «fugi», sem saber, dos ataques do PAIGC aos nossos quartéis. A primeira foi quando me encontrava de visita ao Xime, num dia em que resolvi visitar o Destacamento do Enxalé, na outra margem do Geba. Atravessei o rio no habitual serviço «público» de piroga, manobrada por um nativo com hábil manejo do remo da ré, e tomei um carro na margem de lá. Mal eu chegara ao Enxalé, começou um ataque ao Xime, com forte tiroteio, tendo sido atingidos por estilhaços alguns soldados, sem gravidade. Era o dia 24 de Junho de 1970.

Cerca de um mês e meio mais tarde, deu-se um caso semelhante. Tinha terminado a minha estadia em Mansambo há muito poucas horas, para voltar a Bambadinca, quando teve início um ataque àquele quartel, sem consequências também.

Mas houve uma terceira vez, pelo menos. Na manhã do dia 8 de Abril de 1971, deu-se um ataque ao quartel do Xime, rápido e intenso, com várias roquetadas a cair dentro do arame farpado, e isso aconteceu pouco tempo antes de eu ali chegar para uma visita de dois dias.

Perante tais casos, compreendo que o nosso Comandante um dia me tenha perguntado, à laia de graça, se eu tinha algum pacto com os «turras».

Como é evidente, são as casualidades da vida e a sorte, que às vezes nos acompanha.

Arsénio Puim

[Revisão / fixação de texto / bold a cor / título: L.G.]
_____________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores desta série:

14 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4521: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69/ Mai 71) (1): No RAP 2, V.N. Gaia, onde fez mais de 60 funerais

(...) Este é o primeiro duma série de pequenos relatos, para este histórico blogue de Luís Graça, respeitantes à minha vivência como alferes capelão do Batalhão 2917, que acompanhei desde a Serra do Pilar até Bambadinca, no centro da Guiné, entre Dezembro de 1969 e Maio de 1970.

É meu propósito essencial rememorar e partilhar com os antigos companheiros do Batalhão, por quem tenho muito apreço, alguns factos e acontecimentos que nos são comuns, sem nunca pretender atacar quem quer que seja. (...)


10 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4666: Memorias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69/Mai 71) (2): De Viana do Castelo a Bissau

(...) No dia 2 de Março de 1970, o BART 2917, em que me integrava como alferes-capelão, já deixara a Pesada [, o RASP 2,] em Gaia, e encontrava-se na linda e pequena cidade de Viana do Castelo, para fazer o IAO.

Foram dois meses e meio de intenso treino operacional, incluindo um acampamento, em princípios de Março, na serra, para as bandas de Santa Luzia, em que também participei. Um ambiente duro, onde faltava tudo o que pudesse saber a conforto. E, sobretudo, que frio, meu Deus, durante a noite! (...)


21 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4989: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69/Mai 71)(3): De Bissau a Bambadinca, a cova do lagarto


(...) Às duas horas da manhã do dia 31 de Maio de 1970 deixámos Bissau, numa LDG, e continuámos a subir o Rio Geba, em geral bastante largo e de margens baixas e arborizadas, pela calada da noite, estranhamente muito fria. Cinco horas de viagem, sem qualquer incidente, até ao Xime, onde ficou já a Companhia 2715.

No dia anterior tinha-se realizado a entrega das armas aos membros do Batalhão. Todos em fila, um por um. Quando chegou a minha vez, recusei receber a G3. Uma questão, simplesmente, de missão específica do capelão e de consentaneidade com as suas funções, enquanto sacerdote ao serviço da Igreja - expliquei.
- Você é testemunha de Jeová? – atalhou um oficial superior que superentendia ao acto.
- Não, sou padre católico – retorqui. (...)


(**) Companhias de quadrícula do BART 2917 (Maio de 1970/Março de 1972) (comandado por Ten Cor Art Domingos Magalhães Filipe e depois por Ten Cor Inf João Polidoro Monteiro):

(i) CART 2714, sita em Mansambo (Cap Art José Manuel da Silva Agordela)

(i) CART 2715, sita no Xime (Cap Art Vitor Manuel Amaro dos Santos, Alf Mil Art José Fernando de Andrade Rodrigues, Cap Art Gualberto Magno Passos Marques, Cap Inf Artur Bernardino Fontes Monteiro, Cap Inf José Domingos Ferros de Azevedo)

(iii) CART 2716, sita no Xitole (Cap Mil Art Francisco Manuel Espinha de Almeida)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4885: Relembrando o nosso querido capelão, Arsénio Puim, no Xitole (David Guimarães)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Xitole > 1970 > O Alf Mil Capelão Arsénio Puim, capelão militar, de origem açoriana (à esquerda), com o furriel Guimarães da CART 2716 (à direita). Devido presumivelmente às suas homilías, o capelão do BART 2917 (Bambadinca , 1970/72) teve problemas com as autoridades do CTIG, acabando por ser detido em Bambadinca, em Maio de 1971, levado para Bissau e, ao fim de um semana, repatriado e demitido de capelão miliar. Terá havido outros casos: o caso talvez mais famoso foi o do Padre Mário da Lixa, também membro da nossa Tabanca Grande.

Até há três meses atrás, era a única foto que possuímos do nosso camarada, hoje enfermeiro reformado, a viver em Vila Franca do Campo, Ilha de São Miguel, Região Autónoma dos Açores, donde é natural (Ilha de Santa Maria).(*)
Por seu turno, , David Guimarães é o membro nº 3 da nossa Tabanca Grande, ex-Fur Mil At Atilharia e Minas, Xitole, sede da CART 2716 / BART 2917 (1970/72). Está reformado da Segurança Social e vive em Espinho.
Foto: © David Guimarães (2005). Direitos reservados.

1. Mensagem de L.G. dirigida ao David Guimarães, com data de 16 de Janeiro de 2008:

Convivi pouco com o capelão Puim. Já não ia missa nessa idade, e muito menos na Guiné, em Bambadinca. Além disso, a malta da CCAÇ 12 tinha uma intensa actividade operacional, ao serviço do comando do do batalhão, sobrando pouco tempo para conviver com a malta da CCS. Levei-o, a ele, Puim, uma vez, numa das nossas colunas logísticas ao Xitole, a ele e à mulher do Carlão... (Ainda me recordo de a ver, de camuflado, e de sapatos de salto alto, vermelhos, à guarda do angélico Puim... Não sei se te recordas: o Carlão era um dos alferes da CCÇ 12, estando na altura destacado no reordenamento de Nhabijões... Alguém se recusou, por razões de segurança, a levar a mulher do Carlão. Deve ter sido o comandante da coluna, um dos nossos alferes ou talvez o Beja Santos, do Pel Cal Nat 52, já não me recordo ao certo... Julgo que a coluna ia mesmo até ao Saltinho. Já não tenho a certeza se ela acabou por ir ou por ficar. O Puim foi dessa vez, e terá sido essa uma das quatro vezes que ele te visitou, no Xitole)...


E posteriormente, a 29 de Janeiro de 2008:

David: Foi nesta altura que conviveste mais com o Padre Puim... Ele ficou no Xitole, duas semanas...Vê se te lembras de mais pormenores, incluindo esta cena da mina e dos picadores de Mansambo... Vou perguntar também ao Humberto, que ia nesta coluna... Julgo que o Vacas de Carvalho também foi... Terá sido no 2º semestre de 1970... O BART 2917 chegou a Bambadinca em meados de 1970 (Junho), tinha a CCAÇ 12 já um ano...


2. Resposta do David Guimarães, com data de 29/1/2008, e até agora inédita:

E pronto, aqui está um problemazinho que nos diz respeito: foi há muito tempo... no tempo da guerra... mas foi, aconteceu. Aquela estrada Bambadinca-Xitole era fértil em tudo e até em minas... Contei há dias algo sobre a Coluna que nos reabasteceu nas alturas do primeiro Natal nosso... 10 de Dezembro de 1970, fixei-me em memória porque efectivamente estive presente na protecção desta e mais tarde no armadilhamento da Mercedes 322 que ficou com a parte da frente destruída quando caiu numa mina reforçada na ponte do Jacarajá e quando regressava a Bambadinca...

Efectivamente houve um com muita gravidade, o 1º Cabo Armindo, da CCS do BART 2917... Este história contei-a já, ainda estamos muitas testemunhas do facto e a apoiar esta informação incluindo os militares da CCaç 12 a que pertenciam o Carlão, o Humberto [Reis], o Henriques (Luís Graça) e tantos outros, claro... Mais testemunhas foram o Major de Operações do BART [2917, o major B.B.] e uma secção onde eu estava - que foi a responsável pela protecção por armadilhamento do que sobrou da Mercedes com três granadas defensivas com arames de tropeçar...

Tudo isto se passou como disse na ponte do Jagarajá - zona de raio de acção das CART 2716, aquartelada no Xitole, e da 2714, aquartelada em Mansambo. Apoiei-me agora em datas, não em factos porque os tenho bem de memória e estão confirmados pelo livro do BART 2917 e inserida esta acção nas pág. 41 de 75 HU-CAP II.

Também creio que não foi esta a coluna onde aconteceu esse guias terem lerpado enfim, na coluna que o nosso capelão seguia... e se deu para além da zona a que eu estava inserido, quer dizer que foi para lá do Jagarajá, quem do Xitole se desloca para Bambadinca...

Claro que, consultando o livrinho, ele poderá avivar, ela foi outra que não essa... mas a data será menos importante que o acontecimento...

A relação com o Capelão do Batalhão - o Padre Puim (**)...

Os quinze dias de convívio com o nosso capelão no Xitole foi importante naturalmente - o Padre Puim era uma pessoa que transmitia paz e segurança, era ouvido atento, conselheiro e amigo e camarada também...

Sei que na Cart 2716, durante aqueles 15 dias, ele foi pessoa bastante importante, o mensageiro da paz dentro da guerra e, curioso, aquela linda Capela que existia testemunhando decerto as nossa crença, foi nessa data usada para celebração de Eucaristia... Há boa maneira portuguesa e em honra a todas as aldeias que representávamos tivemos missa, no Xitole rezada pelo nosso Pároco afinal - o nosso querido Capelão...

Existe para aí uma foto em que eu estou com o Puim junto a uma bananeira - sim, será possivelmente a única foto que temos no blogue - mas é isso, ele procurou estar em todo o lado e esteve - tivemos dias diferentes...

Estava uma pessoa do Batalhão e que nos era querida a todos... Já tanto não seriam outras pessoas ligadas ao Comando, como é óbvio… que tomáramos nós vê-los sempre longe e muito longe - mas isso passou e o tempo ensinou-nos a isso e resta-nos dizer que a guerra era assim e por certo modo entender que efectivamente seria necessária aquela disciplina, mas isso é outra coisa...

O Puim foi uma pessoa que muito cedo se relacionou connosco... Colocados os quadros para formar Batalhão na Pesada 2 logo nos veio ter um Capelão...portanto logo começamos os quadros a relacionarmo-nos com o Padre Puim - curioso que não usávamos o termo Capelão... Creio também que nunca dissemos Meu Alferes, era o Sr. Padre e pronto...

Mas como dizia foi uma como que longa - a tropa era sempre muito - a nossa a estadia com o Padre Puim e portanto existia confiança e lealdade entre nós num relacionamento fraterno, menos militar e muito mais humano... Vi que a tropa aí era um acidente... Não a consegui reprovar contudo razões se impunham, talvez genéticas, sendo que contudo saberia que meu pai tudo faria para me livrar a atropa e ele era profissional - só por isso... Isso está escrito...

Assim o Padre Puim esteve na Pesada 2 (Vila Nova de Gaia), Viana do Castelo, um tempo largo e depois na Guiné... Ele e nós quadros do BART tivemos oportunidade de nos conhecermos muito bem e, como o IAO foi enorme, também os todos os militares que compunham o Batalhão o conheciam bem, a partir de Viana onde estivemos todos. Daí que houve uma grande e sã convivência entre todos - sendo que os Serviços religiosos, inúteis para a maioria, se tornavam essenciais quando apareciam Puims...

Teve o cuidado de visitar todas as Companhias, de ouvir toda a todos os cuidados e paciência de ouvir a todos e mais teve o cuidado de se fazer ouvir também... Assim esteve sempre perto de todos... Creio que se essa era a missão de um Capelão, pois se era ele cumpriu até ao fim, tempo em que deixou saudades a todo o Batalhão, como sabemos (**)...

E por ter sido apóstolo a tempo inteiro, os fariseus não lhe perdoaram...


Um abraço David Guimarães

___________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes de:

17 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1763: Quando a PIDE/DGS levou o Padre Puim, por causa da homília da paz (Bambadinca, 1 de Janeiro de 1971) (Abílio Machado)

5 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1925: O meu reencontro com o Arsénio Puim, ex-capelão do BART 2917 (David Guimarães)

16 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2444: Arsénio Puim, ex-Alf Mil Capelão, CCS/BART 2917, hoje enfermeiro reformado e um grande mariense (Luís Candeias)

18 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4372: Convívios (131): CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), com o Arsénio Puim e os filhos do Carlos Rebelo (Benjamim Durães)

19 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4378: Arsénio Puim, o regresso do 'Nosso Capelão' (Benjamim Durães, CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72)


(**) Vd. postes de:

14 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4521: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69/ Mai 71) (1): No RAP 2, V.N. Gaia, onde fez mais de 60 funerais

10 de Julho de 2009 >Guiné 63/74 - P4666: Memorias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69/Mai 71) (2): De Viana do Castelo a Bissau

10 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4665: Memória dos lugares (33): A minha visita a Missirá, na passagem de ano de 1970, com o médico Mário Ferreira (Arsénio Puim)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4490: Em busca de... (76): Pessoal da CART 2714, Mansambo, 1970/72 (Guilherme Sousa, ex-Soldado Condutor Auto, França)

Guiné- Bissau > Região Leste > Mansambo > 1996: Monumento erigido pela CART 2714 ("Bravos e Leais"), pertencente ao BART 2917 (Bambadinca, 1970/1972). É o único que restava de pé em 1996.


© Humberto Reis (2005)

O nosso Camarada Humberto Reis fez-nos chegar o seguinte apelo, via e-mail, com data de 7 de Junho de 2009, com o título Monumento de MANSAMBO, que lhe foi dirigido pelo ex-Soldado Condutor Auto Guilherme Sousa , que se encontra emigrado em França desde 1972:

Bom dia,

Eu, Guilherme Sousa, fui Soldado Condutor da CART 2714 e prestei serviço na Guiné, entre 1970/ 72, precisamente no acampamento de Mansambo, que fazia parte de Bambadinca, aonde estava a sede do nosso BART 2917.
Desde que regressei da Guiné emigrei para França.
Ao navegar um pouco pela internet encontrei no blogue do senhor Luís Graça, uma foto do acampamento de Mansambo aonde esta o Sr. Reis, de pé, ao lado do nosso monumento à CART 2714, que eu ajudei a construir.
Gostava muito de encontrar colegas da CART 2714, para eventuais encontros de convívio.
Talvez o senhor me possa ajudar.

Desde já muito obrigado.
Guilherme Sousa.
França: telef. 0033386951938 ou 0033670611957.

O Humberto Reis respondeu-lhe, com data de 8 de Junho de 2009, também via e-mail com o mesmo título: Monumento de MANSAMBO.

Sr. Guilherme Sousa,

Exactamente no blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné" encontra notícias da 2714, que eu conheci em Mansambo, até Março de 1971, quando me vim embora da CCAÇ 12 (a companhia de intervenção do sector de Bambadinca).

Cumprimentos,

Humberto Reis

___________

Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4372: Convívios (133): CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), com o Arsénio Puim e os filhos do Carlos Rebelo (Benjamim Durães)

Viana do Castelo, 16 de Maio de 2009 > Convívio do pessoal da CCS do BART 2917 (Bambadinca, , 1970/72).

Legenda das fotos, de cima para baixo:

(i) Medalhão do BART 2917, cujas subunidades estiveram em Bambadinca (CCS), Xime (CART 2715), Mansambo (CART 2714) e Xitole (CART 2716);

(ii) o Ex-Alf Mil Capelão Arsénio Puim, que veio propositadamente dos Açores, para esta 3ª edição do Convívio;

(iii) a foto do grupo;

(iv) o Durães, com o cunhado e os fillhos o Carlos Rebelo (que recentemente nos deixou);

(v) o Benjamim Durães, o Arsénio Puim e o Jorge Cabral, ex- Alf Mil Art, Pel Caç Nat 63);

Fotos: © Benjamim Durães (2009). Direitos reservados



1. Mensagem do Benjamim Durães, ex-Fur Mil do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72:

Luís Graça e Camaradas da Guiné:

Teve lugar no passado dia 16 de Maio em Viana do Castelo o 3º Encontro - Convívio da CCS/BART 2917 (*), onde foi apresentado, para quem quis adquirir, um medalhão em bronze do BART 2917 (edição reduzida) com o diâmetro de 80 mm.

Estiveram presentes, para além dos ex-militares da CCS, também do PEL CAÇ 63 (Fá Mandinga e Missirá, 1969/71), CART 2714 (Mansambo, 1970/72), CART 2716 (Xitole, 1970/72) e da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71).

Marcou também presença neste Convívio o ex-Alferes Miliciano Capelão ARSÉNIO CHAVES PUIM (**), que veio propositadamente dos Açores. Tivemos ainda a presença do Carlos e do Daniel Rebelo (filhos do Carlos Rebelo) e do cunhado Ernesto Santos, que assim satisfizeram o pedido do pai e cunhado pouco antes de falecer (***).

Junto em ficheiro anexo:

- fotografia do Grupo dos Ex-Militares;
- fotografia do Benjamim Durães, Arsénio Puim e Jorge Cabral
- fotografia do ex-Capelão Puim;
- fotografia do Durães com o Ernesto, cunhado do Rebelo e dos filhos Carlos e Daniel Rebelo; e,
- fotografia do medalhão do BART 2917.

UM ABRAÇO
DURÃES

2. Comentário de L.G.:

Tive muita pena de não poder ir a Viana do Castelo dar um abraço aos meus amigos e camaradas da CCS do BART 2917, com quem privei durante cerca de nove meses (de meados de 1970 a Março de 1971). E, muito em especial, ao Arsénio Puim, que finalmente veio a este convívio, agora reformado como enfermeiro. Gostaria também de dar um abraço de solidareidade aos filhos e ao cunhado do nosso qerido Carlos Rebelo.

Reconheço nas foto do grupo outros camaradas, que fazem parte da nossa Tabanca Grande, tal como o Almeida (na primeira fila, à esquerda, de joelhos) e o David Guimarães (na segunda fila, à esquerda, de pé, junto ao Almeida), o Durães e, a seu lado, o Abílio Machado (na primeira fila, do lado direito)... Sem esquecer o Jorge Cabral, de pé, na terceira fila, ao centro; o Luis Moreira, ao fundo, à esquerda... (Certamente por lapso meu, não identifico ninguém da CCAÇ 12)... A todos, a minha saudação, as minhas saudades... LG

__________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 16 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4198: Convívios (111): 3.º Encontro/Convívio do pessoal da CCS/BART 2917, dia 16 de Maio de 2009, em Viana do Castelo (Benjamim Durães)

Sobre o último convívio, vd. poste de 16 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2847: Convívios (57): CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72): Viseu, 26 de Abril (Jorge Cabral)

(**) Vd. poste de:

17 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1763: Quando a PIDE/DGS levou o Padre Puim, por causa da homília da paz (Bambadinca, 1 de Janeiro de 1971) (Abílio Machado)

Vd. também outros postes com referência ao Arsénio Puim:

13 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1520: Bambadinca, CCS do BART 2917: Alferes Abílo Ferreira Machado, o Bilocas da Cooperativa (Humberto Reis)

28 de Março de 2007> Guiné 63/74 - P1631: À amizade (Abílio Machado, CCS do BART 2917/ Humberto Reis, CCAÇ 12)

29 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1635: Amigos, enquando vos escrevo, bebo um Porto velho à nossa saúde (Abílio Machado, CCS do BART 2917, Bambadinca, 1970/72)

5 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1925: O meu reencontro com o Arsénio Puim, ex-capelão do BART 2917 (David Guimarães)

8 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2421: Em busca de... (15): Pessoal da companhia madeirense que esteve em Jemberem (1973/74) (Luís Candeia, amigo do Arsénio Puim)

12 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2433: Em busca de ... (16): Pessoal da CCAÇ 4946/73, madeirense + Arsénio Puim, ex-capelão, açoriano, BART 2917 (Luís Candeias)

16 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2444: Arsénio Puim, ex-Alf Mil Capelão, CCS/BART 2917, hoje enfermeiro reformado e um grande mariense (Luís Candeias)

31 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2495: Arsénio Puim, ex-Alf Mil Capelão do BART 2917: recordando a atribulada coluna logística ao Xitole, em Setembro de 1970

14 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3314: Estórias de Guileje (15): Coisas daquela guerra que era uma loucura e deixou muita gente maluca (Luís Candeias)

7 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3579: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (7): A Toque de Caixa, com o Abílio Machado, ex-baladeiro de Bambadinca (Luís Graça)

(***) Vd. postes de:

7 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4301: In Memoriam (22): Carlos Rebelo, a última batalha (Abilio Machado, ex-Alf Mil, CCS / BART 2917, Bambadinca, 1970/72)

6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4291: In Memoriam (21): Faleceu hoje o nosso camarada Carlos Rebelo, ex-Fur Mil, CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) (Benjamim Durães)

(...) Através do Benjamim Durães, a viúva do nosso querido camarada Carlos Rebelo (CC/ BART 2917, Bambadinca, 1970/72), que nos deixou ainda há pouco tempo, mandou-nos a seguinte mensagem, singela mas tocante:"É muito gratificante para mim saber que o Carlos será recordado, com amizade, por tantos amigos."Aceitem os meus agradecimentos pelas vossas mensagens". Manuela Faria, mane.sfaria@gmail.com (...).

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4201: Em busca de... (71): Quem identifica o camarada da fotografia, pertencente a uma das Companhias do BART 2917? (Benjamim Durães)

1. Mensagem do nosso camarada Benjamim Durães com data de 11 de Abril de 2009:

QUEM PODE AJUDAR A IDENTIFICAR ESTE NOSSO CAMARADA DE ARMAS DO BART 2917 [ BAMBADINCA, 1970/72 ] ?

SÓ SEI QUE PERTENCIA A UMA DAS COMPANHIAS OPERACIONAIS DO BART 2917 [ CART 2714, MANSAMBO, CART 2715, XIME, CART 2716, XITOLE].

O PEDIDO É FEITO PELO NOSSO CAMARADA LUÍS MOREIRA, ALFERES MILICIANO SAPADOR DA CCS/BART 2917 (*).

UM ABRAÇO
DURÃES






É este o camarada de uma das Companhias operacionais do BART 2917 que se pretende seja identificado (**).~

Qualque informação pode ser enviada para Benjamim Durães(duraes.2917@hotmail.com).

__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 13 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - XCLXXXVII: Luís Moreira, Alf Mil Sapador, CCS/ BART 2917

(...) Estive em Bambadinca na CCS [do BART 2917] e sou o ex-alferes sapador Luís Moreira que fui ao ar com uma mina anti-carro no reordenamento dos Nhabijões (espero não estar a errar no nome).

Na sequência desse acidente [, em 13 de Janeiro de 1971,] passei aos serviços auxiliares e fui colocado no Batalhão de Engenharia, em Bissau, até ao fim da minha comissão que terminou já depois de vocês terem regressado e que fez com que eu hoje faça parte do grupo dos DFA [Deficientes das Forças Armadas].

Infelizmente não me recordo do nome da maioria dos camaradas com quem convivi, talvez devido ao traumatismo craneano que sofri na sequência do acidente. No entanto gostaria de recordar e contactar com o maior número de camaradas para tentar reconstituir esse período de quase um ano que passei em Bambadinca (...).

(**) Vd. último poste da série de 3 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4135: Em busca de... (70): Fur Mil Andrade e Cabrita Martins que estiveram em Fajonquito entre 1971/73 (Afonso Sousa)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2495: Arsénio Puim, ex-Alf Mil Capelão do BART 2917: recordando a atribulada coluna logística ao Xitole, em Setembro de 1970

Fão, Esposende > 1994 > 1º Encontro da malta de Bambadinca (1968/71): CCS do BCAÇ 2852 (1969/71), CCAÇ 12 (1969/71), Pel Daimler 2606 (1970/71) e outras unidades adidas.

Na foto, o ex-Alf António Carlão, transmontano, da CCAÇ 12, é o terceiro a contar da esquerda, sendo ladeado pelo Humberto Reis e o José Luís Sousa, ex-Fur Mil da mesma unidade (à sua esquerda) e pelo J.L. Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, do pelotão Daimler. O Carlão era, na altura, comerciante em Fão, tendo sido ele o organizador do encontro, com a prestimosa colaboração da sua Helena.

Foto: © Humberto Reis (2006).

1. Mensagem, enviada em 18 de Janeiro último, pelo nosso amigo Luís Candeias, açoriano, da Ilha de Santa Maria (e, portanto, conterrâneo do Arsénio Puim, além de seu amigo), onde é controlador de tráfego aéreo (1):

Bom dia, Luís:

O Arsénio não se zanga por eu reenviar este e-mail que recebi ontem.

Um grande abraço

Luís Candeias

2. Mensagem do Arsénio Puim para o Luís Candeias, com data de 17 de Janeiro:

Amigo Luís:

Obrigado por me teres posto no caminho de encontro com os meus velhos companheiros da Guiné. Um dia mais tarde vou entrar no blogue, quando estiver mais disponível. Confesso também que sou muito fraco, além dum pouco avesso, a estas tecnologias modernas.

Presentemente estou a preparar um livrinho sob o título «O Povo de Santa Maria - Seu Falar e suas Vivências», que espero publicar no próximo verão. Antes disso, porém, vou ir à minha ilha.

Tenho gosto em completar alguns elementos da viagem para o Xitole que o Luis Graça refere no teu email. Eu seguia realmente numa viatura com a esposa do alferes Carlão, uma simpática moça de nome Helena. Um pouco antes de Mansambo, a coluna parou de súbito. Carlão passou por mim e pediu-me para me deslocar à cabeça da coluna. Fui e topei com um grande buraco aberto no caminho por uma mina que acabara de rebentar e dois africanos estendidos no chão, que eram os picadores do pelotão de Mansambo que nos tinha vindo fazer segurança. Um estava morto e o outro, com uma perna partida e toda retorcida, olhou para mim com uns olhos suplicantes que eu nunca mais esqueci.

Continuámos viagem para o Xitole, tendo, porém, a esposa do alferes Carlão ficado em Mansambo até o regresso da coluna. Eu fiquei no Xitole, talvez por duas semanas.

As minhas saudações para a Ana e meninas.

Um grande abraço,Arsénio Puim

3. Comentário de L.G.:


As minhas calorosas saudações ao Arsénio. Faço votos para que, o mais breve possível, ele se junte a este simpático, ordeiro e bom povo da Tabanca Grande... Fico à espera de matar saudades dos bons (mas também evocar os maus) tempos de Bambadinca. Até lá desejo-lhe boa continuação da escrita do seu livro, e sobretudo muita saúde.

Sobre os factos que ele aqui descreve (uma coluna logística, organizada pelo BART 2917, no itinerário Bambadinca - Mansambo - Xitole, em que ele acompanhou a mulher do Alf Mil Carlão, da CCAÇ 12), posso acrescentar o seguinte:

(i) Tenho perfeita noção da organização dessa coluna pelo facto de nela se ter integrado o Alf Mill Capelão Puim (que ia visitar a unidade de quadrícula do Xitole, no âmbito da sua função de capelania), bem como a esposa, a Helena, do nosso camarada da CCAÇ 12, o Alf Mil Carlão;

(ii) Não consigo ser tão preciso quanto à data em que se realizou essa coluna; os aquartelamentos de Mansambo e Xitole, do Sector L1, e do Saltinho, do Sector L5, dependiam muito das colunas de reabasteciemnto feitas a partir de Bambadinca; essas colunas realizavam-se muito mais vezes no tempo seco do que no tempo das chuvas e envolviam grandes meios (viaturas civis e militares, escolta de segurança a nível de companhia, picadores, forças de segurança para guarnecer os flancos, ao longo do percurso e, às vezes até, apoio aéreo);

(iii) Na História da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) identifiquei um período onde se deve situar a cena acima descrita; tatra-se de resto de um coluna em que eu próprio participei... Transcrevo a seguir esse excerto.

4. Excertos da História da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71):


(15) Setembro/70: A CCAÇ 12 empenhada na segurança aos trabalhos da nova estrada Bambadinbca-Xime

(...) Quanto ao resto, a actividade operacional da CCAÇ 12 limitar-se-ia a colunas logísticas, tendo estado empenhada no trabsporte de 50 tonmealadas de arroz para as populações do Xitole / Saltinho, o que motivaria a realização de três colunas para o Xitole, com viatuars Berliet postas à disposição do BART 2917, nos dias 9, 14 e 15 [de Setembro de 1970].

A 14, forças da CART 2716 [, sediada no Xitole,] detectaram e levantaram uma mina A/P reforçada com 7 kg de trotil, entre a ponte do Rio Jagarajá e a ponte do R Pulon.

A 15, o Gr Comb da CART 2714 [, a unidade de quadrícula de Mansambo,] que picava o troco de estrada entre Mansambo e a ponte do Rio Timinco, seria emboscado por um grupo IN, simultaneamente ao accionamento de uma mina A/P reforçada (de que resultou a morte dum picador), escassos minutos antes da coluna Bambadinca-Xitole passar. O 1º Gr Comb da CCAÇ 12 que ia na testa da coluna, procedeu depois ao reconhecimento da área, tendo detectado trinta abrigos individuais e a posição de um morteiro 81 (a 1 km das estrada) (...)


__________

Notas dos editores:

(1) Vd. postes de:


19 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2452: Tabanca Grande (53): Luís Candeias, Ex-Fur Mil Inf (BII 18 e BII 19, Açores e Madeira, 1973/74

8 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2421: Em busca de... (15): Pessoal da companhia madeirense que esteve em Jemberem (1973/74) (Luís Candeia, amigo do Arsénio Puim)

12 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2433: Em busca de ... (16): Pessoal da CCAÇ 4946/73, madeirense + Arsénio Puim, ex-capelão, açoriano, BART 2917 (Luís Candeias)

16 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2444: Arsénio Puim, ex-Alf Mil Capelão, CCS/BART 2917, hoje enfermeiro reformado e um grande mariense (Luís Candeias)

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Guiné 63/74 - P2056: Convívios (24): Notícias de convívios de Unidades que estiveram no TO da Guiné (Jorge Santos, Carlos Vinhal)

Para conhecimento de todos os frequentadores da nossa Página, damos notícia de convívios de Unidades que estiveram no TO da Guiné.


Companhia de Transportes 2642 (1969/1971)
No dia 25 de Agosto realiza-se o Convívio na Batalha, na Quinta de Santo Antão. A concentração é às 10h30 junto ao Mosteiro, seguindo-se missa às 11 horas pelos camaradas falecidos. Contacto: Armindo Neves 919 279 970 / E-mail: armindoneves@netcabo.pt





Companhia de Caçadores 1426 (Geba, 1965/1967
No dia 8 de Setembro realiza-se o Convívio em S. João da Ribeira (Rio Maior).
Contacto: Fernando 243 949 744





Companhia de Artilharia 2519 (1969/1971 )
No dia 8 de Setembro realiza-se o 5.º Convívio em Boleiros (Fátima).
Contacto: Henriques Martins 212 901 490




3.ª Companhia de Artilharia do Batalhão de Artilharia 6523 (1973/74)


No dia 8 de Setembro realiza-se o Convívio anual perto das Termas de S. Vicente, na Estrada entre Penafiel e Paredes.
Local de concentração junto ao Quartel da GNR, ex-Regimento de Artilharia Ligeira N.º 5, às 10 horas


Companhia de Caçadores 4541 (Caboxanque, 1972/1974)
4541
No dia 22 de Setembro realiza-se o 7.º Convívio na zona da Gafanha da Nazaré. Contacto: Guilhermino 914 679 51


Companhia de Polícia Militar 590 (1963/1965 )

No dia 23 de Setembro realiza-se o Convívio em Pombal.
Contacto: Domingos 212 740 744


Companhia de Caçadores 763 (Cufar, 1965/1966)

No dia 23 de Setembro realiza-se o Convívio em Ameirim.
Contacto: Albuquerque 214 684 787 – 914 908 920


Companhia de Artilharia 2714 (Mansambo, 1970/1972
No dia 29 de Setembro realiza-se o Convívio em Fátima.
Contacto: Mário 969 069 348


2.ª Companhia do Batalhão de Caçadores 4612/72 (Jugudul, 1972/1974
No dia 29 de Setembro realiza-se o Convívio no Fundão.
Contacto: Barata Ascensão 275 951 743 / Santos Costa 966 042 248



Companhia de Caçadores 4540/72 (Cabo Xanque, 1972/1974
No dia 6 de Outubro realiza-se o 4.º Convívio no “Complexo Turístico D. Nuno”, na Estrada Minde-Boleiros-Fátima.
Contacto: Virgílio Carvalho 249 831 228 – 969 619 102



3.ª Companhia do Batalhão de Caçadores 4612/72 (Mansoa, 1972/1974
No dia 13 de Outubro realiza-se o 18.º Convívio em Foros de Almada (Infantado).
Contacto: Alberto Melo 969 690 551 - Jorge Canhão 912 748 556 /mail: jorgea.ferreira@netcabo.pt



Batalhão de Cavalaria 1905 (CCS/CCav 1649/1650/1651)
(Guiné 1967/1968)
No dia 20 de Outubro realiza-se o 9.º Convívio em Celeiro – Reguengo do Fétal, no restaurante “Pérola do Fetal”, junto à EN 356 (entre Fátima e a Batalha). Contacto: António Paulo 917 416 460 – 243 329 924 – scalabis44@yahoo.co.uk

________________________________

Nota dos editores:

O Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné,agradece a preciosa colaboração do nosso companheiro Jorge Santos , que nos forneceu os elementos indispensáveis para a elaboração deste Post com notícias de convívios de Unidades que estiveram no TO da Guiné.