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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Guiné 63/74 - P8930: A nossa expedição à Guiné (Tina Kramer) (2): Bula e Cacheu (de 12 a 18 de Abril de 2011)

A nossa expedição à Guiné
Escrito por Tina Kramer

Para a minha tese sobre as memórias da Guerra Colonial/Luta de libertação eu fui para a Guiné no mês de Fevereiro até Junho em 2011

2 - Bula e Cacheu (de 12 a 18 de Abril 2011)

Durante a segunda viagem o que me impressionou muito foram Bula e Cacheu. Gostei imenso da natureza do noroeste com as suas palmeiras, o cadju e as terras planas vastas. Por causa dos rios e do mar perto tem um clima muito mais fresco e agradável do que o nordeste ou o sul da Guiné.

Em Bula ficámos surpreendidos quando o presidente da câmara conseguiu organizar encontros com seis antigos combatentes do PAIGC que estavam todos muito motivados para falar sobre as memórias deles. Em geral tivemos a impressão que sempre depende da situação social de presente como os antigos combatentes do PAIGC estimam a luta. Quem teve proveitos depois da independência, por exemplo no governo, diz que a luta valeu a pena e que hoje os guineenses estão livres. A maioria dos outros que não tiveram proveito nenhum da independência já não percebem porque eles lutaram durante doze anos e sacrificaram tanto para nada.

Depois da guerra o antigo aquartelamento do exército português em Bula foi usado como uma escola, mas hoje está vazio e abandonado. Como vimos durante as nossas viagens muitos antigos quartéis portugueses estão abandonados hoje (Bula, Tite, Bambadinca, Suzana), mas alguns são usados pelo exército guineense (Bissau, Gabu, Buba), ou funcionam como residências (Catió). Em todos os quartéis o PAIGC tirou as inscrições portuguesas ao pé dos mastros de bandeira. Aparentemente tentou retirar todos os monumentos portugueses até ao monumento na antiga Praça do Império em Bissau que estava forte demais. Infelizmente ninguém na Guiné podia explicar-me o significado deste monumento português em Bissau.

Parte do antigo aquartelemento português em Bula, 12 de Abril de 2011
Foto ©: Tina Kramer

Parte da entrada do antigo aquartelamento português em Bula, 12 de Abril de 2011
Foto ©: Tina Kramer

Em Cacheu a influência dos portugueses ainda está muito visível, sobretudo na arquitectura como a rua larga que tende para o porto, a fortaleza ao lado esquerdo e o cemitério. Podíamos visitar a fortaleza que dá uma vista impressionante ao mar e às casas. Dentro ficam monumentos dos quatros personagens históricos: Nuno Tristão, que na época estava instalado no porto de Pidjiguiti em Bissau, Diogo Cão que na época estava instalado na Fortaleza Amura em Bissau, Teixeiro Pinto, antigamente instalado na Praça de Che Guevara em Bissau e Honório Barreto, antigamente na praça do mercado em Cacheu. As figuras estão destruidas parcialmente.

O porto em Cacheu, 16 de Abril de 2011
Foto ©: Tina Kramer

A fortaleza em Cacheu, 16 de Abril de 2011
Foto ©: Tina Kramer

A fortaleza em Cacheu, 16 de Abril de 2011
Foto ©: Tina Kramer

Monumento do Nuno Tristão na Fortaleza de Cacheu, 16 de Abril de 2011
Foto ©: Tina Kramer

Honório Barreto na Fortaleza de Cacheu, 16 de Abril de 2011
Foto ©: Tina Kramer

Não encontrámos nenhum antigo combatente em Cacheu, mas falámos com um omi garandi (= homem idoso) de noventa anos, educado em Cacheu e na escola agrícola em Bissau. Ainda se lembra dos contos dos pais dele sobre Teixeiro Pinto e Honório Barreto. Ele falou dos tempos difíceis antes da guerra quando os guineenses sofreram sob a pobreza e o trabalho forçado para o comércio com amendoim e coco em que comerciantes franceses, ingleses e portugueses estavam involvidos. Ele disse que no início da construção da fortaleza os habitantes de Cacheu não sabiam que ia ser uma fortaleza para escravos. Portanto na opinião dele Cacheu estava muito mais bonito antes da independência. Tudo era mais barato, as ruas estavam com mais vida e entre a gente havia ainda mais respeito. Ele disse que muitas cidades na Guiné têm um epíteto e para Cacheu é o nome Cacheu da Silva. Infelizmente ele não sabia porquê.

(Continua)
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Nota do Editor:

Vd. primeiro poste da série de 19 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8928: A nossa expedição à Guiné (Tina Kramer) (1): Gabu - Lugadjole (de 28 de Março a 7 de Abril de 2011)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Guiné 63/74 - P8928: A nossa expedição à Guiné (Tina Kramer) (1): Gabu - Lugadjole (de 28 de Março a 7 de Abril de 2011)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Outubro de 2011:

Queridos Amigos,
A Tina envia este relatório para o blogue. Por mim, não mexeria no português, é tudo compreensível, afectuoso, um olhar compenetrado de uma antropóloga que descobriu um povo amável com gente da nossa idade ferida até ao tutano, os do PAIGC, que se sentem desprezados e ignorados pelas novas gerações, os que combaterem sob a nossa bandeira que aguardam uma reparação na velhice.
Enfim, sofrimento a rodos, um constrangimento para nós.

Um abraço do
Mário


2. Mensagem de Tina Kramer* para Mário Beja Santos:

Querido Mário,
Como está e como corre o trabalho?
Falei com o Abdu na semana passada e ele contou-me me que foi assaltado. Que horrível! Espero que ele esteja melhor agora.


Enfim escrevi um pequeno relatório sobre a nossa viagem à Guiné. Espero que não tenha muitos erros e que seja aceitável para o blog. Caso tenha dúvida, avisa.

Senão tenho mais uma pergunta: O Mário sabe onde eu podia encontrar informações quanto aos leis portugueses e guineenses sobre as reformas para os antigos combatentes?

Um abraço
Tina


A nossa expedição à Guiné
Escrito por Tina Kramer

Para a minha tese sobre as memórias da Guerra Colonial/Luta de libertação eu fui para a Guiné no mês de Fevereiro até Junho em 2011

Felizmente através do Doutor Mário Beja Santos eu conheci o Abduramame Serifo Sonco, um homem muito inteligente e bem educado, oriundo da Guiné e um neto do grande Régulo Infali Sonco de Missirá, perto de Bambadinca. O Abdu passou a ser o meu assistente na Guiné e acompanhou-me a maior parte do tempo lá. Graças à indispensável ajuda do Mário antes da minha partida e do Abdu durante a minha estada, a Guiné foi uma experiência extraordinária para mim e eu podia colecionar muitos dados interessantes para o meu trabalho. De seguida queria mostrar alguns aspectos da nossa viagem.

Logo depois da nossa chegada em Bissau o Abdu apresentou-me à família dele e como a família é grande também durante as viagens ao interior do país encontrámos outros membros da família. Todos foram muito hospitaleiros e assim muitas vezes tivemos um alojamento em família.

Durante a minha estada em Bissau fiquei na Pensão Central. Felizmente eu podia ainda conhecer o encanto da Pensão e sobretudo da avó Berta. Gostei muito dos almoços deliciosos, quando havia visitas e a avó fazia o seu sorriso cheio de alegria e humor. Também apreciei muito os momentos à noite com a avó e os empregados dela na varanda quando a avó começava a cantar e contar algumas anedotas da vida dela. Parece que com a partida da avó Berta de Bissau uma parte importante da história da Guiné do século vinte terminou.

Na totalidade fizemos mais ou menos três viagens prolongadas no interior do país. Como os transportes públicos não são muito seguros e não chegam a todas as localidades que nós queríamos visitar, comprámos uma motorizada pequena para começar a nossa aventura.

Avó Berta e eu em Bissau, 18 de Fevereiro de 2011
Foto ©: Tina Kramer

O Abdu com a nossa motorizada em Lugadjole, 2 de Abril de 2011
Foto ©: Tina Kramer

1. Gabu - Lugadjole (de 29 de Março a 7 de Abril 2011)

A nossa primeira viagem levou-nos ao nordeste do país (Bambadinca-Bafatá-Gabu-Beli-Lugadjole). Por causa dos buracos na estrada empanámos muitas vezes o que nos deu a possibilidade de ver tabancas (=aldeias) outras que planificadas e de falar com a gente lá. Ao contrário de Bissau com o seu barulho, o lixo, os abutres e a poeira, as tabancas da Guiné são calmas, lindas e limpas. Os habitantes são simpáticos, a peito descobertos, solícitos e hospitaleiros.

Durante todas as viagens que fizemos foi fácil encontrar antigos combatentes do PAIGC que estavam prontos para uma entrevista. Mesmo em tabancas pequeninas pelo menos um. Ao contrário foi difícil para nós encontrar antigos combatentes do exército português que queriam falar connosco. Muitos ainda têm medo de falar sobre a guerra e de mostrar que eles combateram do lado português. A perseguição e os fuzilamentos dos camaradas deles pelos combatentes do PAIGC logo depois da independência são ainda experiências traumáticas na memória destes guineenses.

Mas quando tínhamos chegado a Gabu, encontrámos dois combatentes da Associação dos Ex-Militares das Forças Armadas Portuguesas na Guiné. Iniciada pelos membros da Liga do Combatente e legalizada em 2002 esta associação e bem conhecida também noutras partes da Guiné, por exemplo em Bissau, em São Domingos e em Buba. Mas por causa dos grandes problemas financeiros não executam actividades há alguns anos. Muitos dos antigos combatentes do exército português com quem falámos desejam um apoio e sentem-se atraiçoados pelo governo português. Também muitos queriam entrar de novo em contacto com os antigos camaradas portugueses, mas não têm meios para isso.

Ao lado do mercado em Gabu, 31 de Março de 2011
Foto ©: Tina Kramer

Deixámos Gabu atrás de nós com os seus comerciantes Fulas, as mulheres bonitas, tantos burros e vacas, bicicletas e motorizadas. Continuámos para Lugadjole com a sua colina Orre Fello, onde no dia 24 de Setembro 1973 o PAIGC proclamou a independência da Guiné-Bissau. Com um trajecto de ca. 100 km pensámos que íamos chegar logo, mas o caminho foi muito mais difícil do que esperávamos. Com uma estrada de terra batida e cascalhos grandes e calores que podíamos sentir durante umas caídas com a mota. Sofremos sede e fome e queimámos no sol rigoroso. Assim eu podia imaginar um bocado como os antigos combatentes deviam sofrer durante as marchas extensas no mato.

Finalmente chegámos e encontrámos uma tabanca que não tinha luz nem captação, mas com habitantes hospitaleiros e generosos, que nos deram um telhado e comida. No dia seguinte de madrugada um antigo combatente do PAIGC e o filho dele que trabalha como professor mostraram-nos o sítio histórico no Orre Fello. Infelizmente só existem ruínas duma pequena casa, o que o Amílcar Cabral devia habitar. Mas o orgulho está ainda visível nos olhos do velho e a gente da aldeia esperam um apoio do governo guineense para recuperar este lugar importante para a história da Guiné.

Ruínas da proclamação da independência em Lugadjole (Madina de Boé), 2 de Abril de 2011
Foto ©: Tina Kramer

(Continua)
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Nota do Editor:

(*) Vd. postes de:

22 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6774: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (1): Pedido de colaboração da doutoranda alemã Tina Kramer

26 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6791: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (2): Tina Kramer, etnóloga, Universidade de Frankfurt, em trabalho de campo, em Lisboa

31 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6813: Tabanca Grande (234): Tina Kramer, 27 anos, etnóloga, da Universidade de Frankfurt, Alemanha

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8602: Agenda cultural (146): Reportagem, na TVI, em data a anunciar, sobre a expedição Latitude Zeroº - Rota Ingoré 2011 (24 de Fevereiro / 4 de Março de 2011)



Imagem da página principal do sítio Latitude Zero - Rota Ingoré... Webmaster:  João Brito e Faro, da Moreira da Maia.

 
1. Estava prevista para hoje, na TVI, mas foi adiada para data... oportunamente a anunciar, a exibição de uma  reportagem sobre a expedição à Guiné-Bissau 2011, organizada pelo projecto Latitude Zeroº - Rota Ingoré 2011.

 Eis o teor da mensagem que recebemos do nosso leitor António Morais, com data de 18 do corrente:

No dia 25 de Julho, depois do telejornal das 20 horas – entre as 20h30 e as 21h30 – a TVi em Portugal irá apresentar a reportagem, de 30 minutos, realizada sobre a expedição da Latitude Zeroº – Rota Ingoré 2011,  pela Guiné-Bissau.

Recordamos que durante nove dias, de 24 de Fevereiro a 4 de Março de 2011, António Vieira, jornalista, e Norberto de Sousa, operador de imagem, da TVi, acompanharam esta expedição por Bissau – Ilhandé – Buba – Nhala – Guileje – Iemberem (Parque de Cantanhez) – Mato de Lautchande – Bambadinca – Bafatá – Farim – Bigene – Ingoré – Quinhicam – Canchungo – Cabienque – Tame – Canhobe – Ponta Pedra - Ilha de Pecixe – Bissau.

Em Canchungo, na Região de Cacheu, o tema será a Bankada Andorinha e o seu projecto de promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa.


Relatos e fotos da viagem pela Guiné-Bissau: podem ser vistos aqui. A ONG Andorinha em Canchungo tem um blogue próprio, que pode ser visto aqui.

2. E a propósito, acrescente-se: A ONG Bankada Andorinha... (i) tem como objectivo promover a Língua Portuguesa e a Cultura em Língua Portuguesa (Canchungo, Região de Cacheu, Guiné-Bissau); (ii) nasceu de um programa radiofónico de promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa na Rádio Comunitária Uler A Baand e Rádio Babok em Canchungo na Guiné-Bissau; (iii) deu origem a diversas bankadas nos bairros de Canchungo, nas tabankas do sector de Canchungo, na Região de Cacheu e em Bissau, de jovens alunos e professores que se agrupam para falarem (treinarem, ultrapassarem o receio) a Língua Portuguesa e organizarem diferentes actividades (Nô Pensa Cabral!, Nô Mindjers bali pena!, Feira do Livro, sessões de sensibilização em escolas, etc).

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Nota do editor:
 
Último poste da série > 22 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8586: Agenda cultural (145): Concerto de Bubacar Djabaté, natural da mítica tabanca de Tabatô, terra de Kimi Djabaté e de outros grandes cantores e músicos, tocadores de balafon e de kora, dia 23, 6ª feira, às 23h, em Lisboa, no Arte & Manha

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3906: Expedição Humanitária 2009 (4): 25 toneladas de ajuda, 897 caixotes, 22 expedicionários... E obrigado, povo meu (José Moreira)

1.Mensagem do José Moreira, presidente da Associação Memórias e Gentes, com sede em Taveiro - Coimbra (*):

[Negritos do editor, L.G.]

Caro camarada Luis Graça,

Com muita mágoa, ainda não foi possível, relatar no 'nosso' Blogue, a envolvência desta Associação na mobilização de imensos parceiros, que comungam connosco nestas campanhas de solidariedade para com o povo da Guiné. Todos, mas mesmos todos, estamos altamente empenhados para que esta missão seja mais uma vês um êxito.

É esta a razão do nosso silêncio, pois o trabalho tem sido imenso.

Já estamos mais tranquilos, pois o contentor marítimo com 25 toneladas já está em Bissau (finalmente!).

Desde Novembro passado, nós, as nossas mulheres, filhos e netos, assim como gente anónima, fizemos a triagem e encaixotamos 897 caixotes de: brinquedos, roupa para bebé, criança, adolescentes e adultos, calçado para os mesmos grupos etários, muito material didáctico, legos, livros de histórias, contos, romances e alguns escolares, roupa de hospital, material hospitalar, soros diversos, medicamentos e ainda material para, finalmente, Bissau ter um parque infantil (este ano levamos um escorrega completo, novinho em folha, 2 tabelas de basquete e um baloiço duplo, pois para o ano queremos continuar a apetrechar o mesmo).

A expedição deste ano parte de Coimbra já no próximo dia 20 (6ª Feira), às 9 horas, do Largo da Portagem em Coimbra.

Dos 22 expedicionários [, incluindo a malta da Tabanca de Matosinhos,], uma vez mais, vão senhoras.

Para já é tudo!

Só quero expressar o meu reconhecimento ao povo a que eu pertenço, de ser tão solidário. BEM-HAJAM a todos, o povo, sobretudo as crianças da Guiné, agradecem.

Recebe um abraço,

José Moreira

Nota - A maior parte dos bens hospitalares vão, na sua maior parte, para o sul: Quebo, Fulacunda, Buba, Catió e uma aldeia de nome Capiane (Catió), onde surgiu o primeiro surto de cólera 2008 (é a 1ª vez que esta zona vai ser contemplada); claro que levamos também outros bens.

2. Comentário de L.G.:

José (que eu ainda não tenho o grato prazer de conhecer pessoalmente, e dar o Alfa Barvo apertado, ao vivo, que tu mereces pelo teu trabalho solidário):

Gostaria, no fim desta expedição, no regresso, de ler e dar a ler (através do blogue) as tuas notas, as tuas emoções, as alegrias de quem leva um pouco de consolo e de conforto aos guineenses, homens, mulheres e crianças, pais, educadores, professores...

Sei que não vais ter rempo para te coçares, mas podes pedir a alguém que leve um caderninho de viajante e vá tomando umas notas (horas, lugares, pessoas, actividades...), além da máquina fotográfica. Tiramos muitas fotografias...mas depois não pomos (ou não sabemos pôr) as legendas...

Em suma, um pequeno diário da tua expedição... É bom para ti, para a tua associação, para os teus expedicionários/as, para os teus/vossos futuros colaboradores, etc. Daqui a uns anos, encostas às 'boxes' e é preciso continuadores...

Não basta fazer, e saber fazer, e fazer bem, como só tu sabes fazer... Permite a minha opinião: também é preciso saber mostrar aos outros (cá e lá, nos nossos blogues, nas nossas páginas...) o que fazemos (muito com tão pouco) e como fazemos (bem).

Aceita esta dica: arranja um(a) expedicionário(a) que seja calmo(a), organizado(a) e observador(a) para esta tarefa... No final da viagem, podes mostrar, a todos nós, as alegrias (e as canseiras) da viagem. E se quiseres partilhar connosco, com os amigos e camaradas da Guiné, tanto melhor.

Boa viagem, camarada. E que Deus/Alá te proteja. A ti e ao resto da equipa e da equipagem (máquinas incluídas)... Se passares pelo Xime, Amedalai, Bambadinca, Mansambo, Xitole, Saltinho... parte mantenhas com os meus queridos nharros da CCAÇ 12 (1969/71) onde eu fui, noutra encarnaçãO, o Furriel Henriques... Tem também, se puderes, uma palavra de compaixão para com todos os mortos, de morte matada, naquela guerra, que se transformaram em irãs, bons e maus, povoandos poilões de Madina Colhido ao Poindon, da Ponta do Inglês ao Fiofioli... A todos os guineenses, leva sobretudo uma palavra de esperança e de confiança.

Um Alfa Bravo. Luís

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Nota de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores desta série:

16 de Fevereiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3902: Expedição Humanitária (3): Mensagem do Pepito para o Paulo Santiago, o Zé Moreira, o Xico Allen e o Julião Sousa

16 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3901: Expedição Humanitária 2009 (2): Mensagem do José Moreira, de Coimbra, para o Pepito (AD - Bissau), em Lisboa (Paulo Santiago)

16 de Fevereiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3900: Expedição Humanitária 2009 (1): Já se fez à estrada a expedição da Humanitarius, com o J. Almeida, o A. Camilo e outros

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3901: Expedição Humanitária 2009 (2): Mensagem do José Moreira, de Coimbra, para o Pepito (AD - Bissau), em Lisboa (Paulo Santiago)



Apartado 453046-801 TAVEIRO (COIMBRA) / Contacto: E-mail j.moreira@sapo.pt / Telem.: 96 402 80 40

Associação sem fins lucrativos / Matriculada na C.R.C. de Coimbra / NIPC 508 343 461

Parceiro especializado da LIGA DOS COMBATENTES para acções humanitárias


1. Mensagem do Paulo Santiago, remetida ontem ao Pepito, com conhecimento ao nosso blogue (*):

Boa Noite, Pepito:

Acabei de chegar de um jantar na Mealhada, onde o Zé Moreira, da Associação Memórias e Gentes, me pediu para te enviar uma mensagem que especifico mais à frente.

Este jantar de hoje serviu para alguns dos amigos de Coimbra darem algumas dicas aos amigos do Porto [, da Tabanca de Matosinhos,]que também seguirão na Expedição Humanitária, com partida de Coimbra na próxima 6ª feira, dia 20, às 9.00 horas (*).

Pensam chegar ao hotel de João Landim, dia 26 ou 27.

Pepito: Nenhum dos presentes no jantar sabia que estavas em Portugal, eu soube porque passei pelo blogue antes de ir para a Mealhada. Ainda perguntei ao Julião S. Sousa [, da Casa da Guiné-Bissau em Coimbra], também presente no jantar por indicação minha, se tinha o teu contacto telefónico, não tinha e deu-me a entender que espera uma conferência tua em Coimbra. Estou a dar conhecimento ao Luís porque penso ele ter o teu contacto em Portugal.

[Foto à esquerda: Guiné-Bissau > Março de 2008 > O José Moreira, inspirador, fundador, presidente e líder da Associação Humanitária Memórias e Gentes, em acção (é o primeiro à esquerda, em primeiro plano, logo na primeira foto, de cima). Técnico Oficial de Contas, reformado, mora em Coimbra. Foi Fur Mil da CCAÇ 1565, 1966/68. Foto: © José Moreira (2008). Direitos reservados.].

O Zé Moreira, que ainda não te conhece, diz querer encontrar-te este ano. Não se conseguiram as 300 t-shirt brancas, que me indicaste tempos atrás, há 300 t-shirt mas têm publicidade, mas além deste material que vai nos jipes, já seguiram no contentor várias caixas para serem entregues à AD.

Transmiti ao Moreira o que li no blogue "vou estar em Bissau na última semana de Fevereiro para receber os amigos que chegam de Portugal".

Abraço
Paulo

2. Comentário de L.G.:

Paulo: Obrigado pela tua mensagem. Os contactos telefónicos do Pepito, em Portugal, já tos mandei por telefone, com conhecimento ao José Moreira e alguns dos camaradas da Tabanca de Matosinhos que também seguem na expedição. Estive hoje, em Lisboa, com o José Manuel Lopes que me falou em mais de um dúzia de camaradas (dois levam as esposas) que vão juntar-se à malta de Coimbra. No total serão cinco jipes, mais uma carrinha e outros dois veículos automóveis, segundo percebi. O último a inscrever-se foi o Alves, de Leça da Palmeira, antigo soldado condutor da CART 6250 (Mampatá, 1972/74).

O Pepito está cá desde ontem e deve regressar a Bissau a 27 de Fevereiro. Nos próximos dias, até quinta-feira, peço que o poupem, por que ele tem uam série de exames de saúde a fazer, incluindo uma pequena intervenção cirúrgica.

Ele espera poder acolher e abraçar pessoalmente toda a malta que parte para mais uma expedição huminátário, de carro e de avião. A ONG que ele dirige, a AD - Acção para o Desenvolvimento, dará, no terreno, o apoio que for necessário.

A todos desejamos boa viagem e bom regresso. Iremos falando falando desta expedição, onde vão dois históricos, o José Moreira (Coimbra) e o Xico Allen (Tabnava de Matosinhos), além do ´Camilo (que integhra o grupo dos algarvios que partiram no dia 10).

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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste anterior, de hoje, 16 de Fevereiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3900: Expedição Humanitária 2009 (1): Já se fez à estrada a expedição da Humanitarius, com o J. Almeida, o A. Camilo e outros

Guiné 63/74 - P3900: Expedição Humanitária 2009 (1): Já se fez à estrada a expedição da Humanitarius, com o J. Almeida, o A. Camilo e outros

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > 1 de Março de 2008 > O António Camilo, empresário, algarvio, natural de Lagoa, na morança que construiu, no Clube de Caça do Saltinho, na margem direita do mítico e sempre deslumbrante Rio Corubal. Ei-lo aqui à porta de casa, e com seu/nosso amigo Carlos Silva (em primeiro plano). Pelo li, o Camilo volta este ano (2009) à Guiné, na sua 8ª expedição. O ano passado encontrámo-nos por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje (1-7 de Março de 2008).

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.

1.
Todos os anos por esta altura, há grupos de antigos combatentes portugueses, que passaram pela Guiné, no tempo da guerra colonial (1963/74), que lá regressam, de jipe ou de avião, levando amizade, saudade e ajuda humanitária. Este ano identificámos quatro núcleos organizadores:


(i) um núcleo algarvio, que teve (e ainda tem como referência) o nome do António Camilo, ex-Fur Mil da CCAÇ 1565 (1966/68); a expedição deste ano é organizada pela Humanitarius, uma associação de apoio social internacional, recém criada, dirigida por João Almeida (que julgo não ter sido combatente), e que tem a sede em Portimão; a equipa da Expedição 2009 é composta por João Almeida, Helena Duarte, Vanda Germano, André Cadete e Jorge Baptista, e tem como "colaborador no terreno: António Camilo Baptista"; já partiu de Portimão em 10 de Fevereiro último;



Página principal do sítio da Ajuda Amiga – Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento, com sede na Rua do Alecrim, 8, 1º Dto, 2770 - 007 Paço de Arcos.

(ii) Há um núcleo lisboeta, à volta da ONGD Ajuda Amiga, representada pelos nossos camaradas Carlos Fortunato, consultor informático, ex-Fur Mil da CCAÇ 13 (Bissorã, 1969/71) e Carlos Silva, advogado, ex-Fur Mil da CCAÇ 2548 / BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71); esta pequena equipa deve chegar de avião a Bissau, em 25 de Fevereiro de 2009. Vd. poste de 9 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3860: Ser solidário (27): Mais de 320 caixas da Ajuda Amiga seguiram ontem para Bissau em contentor da Portline


Página da Associação Humanitária Memórias e Gentes, que vai organizar este ano mais uma Expedição Humanitária à Guiné-Bissau. (iii) um núcleo coimbrão, à volta da Associação Memória e Gentes, de que é presidente, ou melhor, a alma, o José Moreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 1565 (1966/68) Vd. postes de: 22 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2671: Ser solidário (8): O regresso da expedição humanitária a Bissau (Diário de Coimbra)

9 de Novembro de 2008 > > Guiné 63/74 - P3428: Ser solidário (24): Em marcha a expedição de ajuda humanitária de 2009 (José Moreira / Pepito / Carlos Silva / Xico Allen)


Vd. poste de 20 de Novembro de 2008 >Guiné 63/74 - P3489: Blogues da nossa blogosfera (4): Nasceu o bloguinho, o blogue da Tabanca de Matosinhos (Álvaro Basto)

(iv) e, por fim, um núcleo nortenho, à volta da Tabanca de Matosinhos, de que é justo destacar o nome do Xico Allen (na foto à esquerda: Guileje, 1 de Março de 2008) que, com o António Camilo e o José Moreira, são de facto os três históricos das viagens por terra à Guiné (seja em turismo de saudade seja em expedições humanitárias). Este ano vão à Guiné, por terra, devendo juntar-se à Expedição de Coimbra, uma dúzia de camaradas ligados, de uma maneira ou de outra, à Tabanca de Matosinhos e ao nosso blogue. Ainda não tenho a lista completa, mas de entre eles destaco, além do chefe, Xico Allen, o António Pimentel, o João Rocha, o José Manuel Lopes, o António Carvalho e o Nina (estes três últimos , pela primeira vez, e tendo feito parte da CART 6250, Mampatá, 1972/74).


  2. II Expedição Algarve-Guiné: já se fez à estrada a 10 de Fevereiro de 2009 

  Notícia extraída, com a devida vénia, do Barlavento - Semanário Regional do Algarve , 10 de Fevereiro de 2009 / Texto: ana sofia varela / Foto: armindo vicente (Na foto, à esquerda: Helena Duarte, João Almeida, Jorge Baptista e André Cadete. Na foto só falta António Camilo"). 

(...) "A Associação Humanitarius, constituída por um grupo de algarvios que, no ano passado, organizou uma expedição à Guiné-Bissau, em África, volta a enfrentar os [cerca de cinco] mil quilómetros que separam Portugal daquele país, para ajudar as populações com diversos projectos sociais. 

"Na bagagem levam 43 toneladas de donativos em material escolar, roupas, equipamento médico, calçado e brinquedos, para a cidade de Buba, na Guiné-Bissau. (...) A missão do grupo algarvio é requalificar o centro de saúde pública de Buba, acabar um pavilhão escolar naquela cidade, apadrinhar uma escola em Bambadinca, bem como criar uma biblioteca e videoteca num dos espaços comunitários. 

"Mas, para que a concretização dos projectos «Saúde Alerta» e «Escola para Todos» seja uma realidade em Buba, muita da ajuda que a Humanitarius leva partiu da solidariedade de quem cá fica. Cidadãos anónimos, muitos alunos de diversas escolas portuguesas, empresários e autarquias contribuíram com os donativos. "Por isso, esta terça-feira [, dia 10 de Fevereiro,] , data da partida da II Expedição Algarve-Guiné por via terrestre, os expedicionários ainda tiveram tempo de passar em Portimão, Lagos, Lagoa e Albufeira, em paragens de cortesia para com as autarquias algarvias apoiantes. Por via aérea, seguirão depois dois técnicos da equipa, enquanto por via marítima já seguiu o contentor com os donativos, no fim-de-semana passado. 

3. Comentário de L.G.: 

 Saúdo todos os ex-combatentes que neste mês se delocam à Guiné, em turismo de saudade ou integrados em expedições humanitárais. Um abraço ao António Camilo, o primeiro a partir (com a equipa da Humanitarius): tive o prazer de conhecer pessoalmente, o ano passado na Guiné-Bissau, por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje, 1-7 de Março de 2008; estive inclusive com ele no Saltinho onde tem uma morança de fazer inveja a qualquer turista, no Clube de Caça, na margem direita do Rio Corubal, junto à ponte do Saltinho).

Esse abraço é também extensivo ao João Almeida, coordenador da Humanitarius, e restantes companheiros desta aventura solidária. Bons ventos os levem e bons ventos os tragam. O nosso blogue fica disponível para divulgar as notícias e as fotos que nos queiram enviar. (LG).

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Guiné 63/74 - P3408: Ser Solidário (23): Expedição à Guiné-Bissau 2009: 'Vamos Encher um Contentor' (Xico Allen)


1. Mensagem do nosso camarada Xico Allen, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 3566, Empada e Catió, 1972/74, com data de 2 de Novembro de 2008, dando conta da realização em curso de mais uma Expedição de Solidariedade à Guiné-Bissau, desta vez organizada, não por ele, mas pelos camaradas da Associação Humanitária Memórias e Gentes, de Coimbra, com quem de resto ele tem colaborado.

Assunto: Expedição à Guiné-Bissau 2009





"O sorriso enriquece os recebedores
sem empobrecer os doadores"






Apartado 45
3046-801 TAVEIRO (COIMBRA)

Contacto: E-mail
j.moreira@sapo.pt
Telem.: 96 402 80 40
Paulo Quintana
Associação sem fins lucrativos
Matriculada na C.R.C. de Coimbra
NIPC 508 343 461

Parceiro especializado da LIGA DOS COMBATENTES para acções humanitárias
____________

Coimbra, 02 de Novembro de 2008

Meus Amigos

Começamos a trabalhar para a Expedição Humanitária Portugal-Guiné-Bissau/2009.

Esta Associação (de todos nós) precisa da colaboração de toda a gente, fundamentalmente de vós, que tão bem conhecem a realidade daquelas gentes, sobretudo as crianças, deficientes e doentes. Vamos, uma vez mais, alegrar aquelas Instituições (que têm rosto e que são credíveis) minimizando as suas carências.

Tenho a certeza que vão empenhar-se para que esta missão seja mais um marco das nossas vidas "fazendo o bem". Temos local de armazenamento, temos pessoas para encaixotar, temos transporte, temos grua e temos contentor… por isso, a ordem é: VAMOS ENCHER UM CONTENTOR!!!

Não interessa quem vai ou quem não pode ir, pretende-se, isso sim, da colaboração de todos vós, para mais esta nobre missão.

É desejo de todos que o contentor esteja já no mar ou em Bissau, quando sairmos de Portugal, para isso, é urgente começar a angariar bens de todo o tipo, inclusivamente, bens alimentares "duradouros".

Apelo aos meus amigos que não fiquem expectantes… peçam aos vizinhos, aos amigos, às empresas, às instituições (inclusivamente hospitalares), enfim, vamos pedir a toda a gente (pois não estamos a pedir para nós).

A nível de secretariado (cartas, e-mails, etc) cá estarei para tratarmos em conjunto, se assim vós o entenderdes.

Não vos enfado mais!!!

Recebam um grande abraço do
Moreira
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Nota de CV

Vd. último poste da série de 11 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3297: Ser solidário (22): A Tipografia da ADFA (Luís Nabais)