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quarta-feira, 15 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25524: Tabanca Grande (557): José Cuidado da Silva, ex-sold at inf, CCAÇ 2381(Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70) : senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 887


Guiné > s/l > c. 1968/70 > CCAÇ 2381 ((Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70) > Da esquerda para a direita: O "Calhordas", o Furriel José Manuel Silva,  Furriel José Manuel Samouco e o Zé da Silva (como era conhecido o José Cuidado da Silva)


Guiné > s/l > c. 1968/70 > CCAÇ 2381 ((Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70) > 
O Alferes Magro e o Furriel Samouco, ao centro da foto, ladeados por praças do 3.º Pelotão. À direita o Zé da Silva

Foto recente do José Cuidado da Silva, tirada no último convívio convívio anual da CCÇ 2381, em 2024, em Fátima





Dois excertos do "Diário", manuscrito, do José Cuidado da Silva (*)

Fotos (e legendas): © José Teixeira (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


 1. Pela mão do José Teixeira, ex-1.º cabo aux enf da CCAÇ 2381 (Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), chegou até ao nosso blogue (e, agora, à nossa Tabanca Grande)  o “Diário”, em verso e em prosa, do seu camarada "Maiorial" José Cuidado da Silva.

Escreveu o José Teixeira, ao apresentar o seu camarada:

(...) "Eu, que fui uma das últimas peças a 'encaixar' na Companhia, só me apercebi do José Silva em Ingoré. Aparentemente muito ingénuo, mas bem-educado e respeitador. Eu era 'o nosso cabo enfermeiro',  tratado por você, a quem foi pedir comprimidos para dores de cabeça. 

"Só muito mais tarde, já em Buba, voltamos ao convívio, quando me juntei ao grosso da Companhia e nos aproximamos nas saídas para a estrada e colunas. A sua forma de se expressar em voz alta escondia um jovem sensível, educado, que pensava, mas não expressava o seu pensamento. Muito disponível e cumpridor de ordens, segundo afirma o furriel J. M. Samouco. Um militar que nunca deu problemas, mas era marcadamente uma 'peça+ típica pela forma 'atabalhoada' de falar e sujeita a ser gozada pelos camaradas, pelo que precisava de especial atenção." (...) (*)

Seguindo a nossa sugestão, o Zé Teixeira, apressou-se a responder que apadrinhava "com todo o gosto a entrada do Zé Silva para Tabanca Grande:

(...) " Ele é a prova provada de toda a gente servia de carne para canhão. Felizmente foi integrado num grupo de combate em que o seu responsável direto, soube acolher e proteger, " (...)

Por outro lado ,informou-nos que "o nosso José Cuidado da Silva encontrou uma mulher, como ele, mas de armas. Totalmente dedicada ao Zé, continua a cuidar dele com todo o carinho, e como sabe da dedicação que ele tem aos camaradas, é ela que faz das tripas coração e todos os anos o traz ao convívio. Merece a minha mais profunda admiração." (...)

2. Comentário do nosso editor LG:

(...) "Zé Teixeira, é um escrita simples, escorreita, quase telegráfica, mas genuína, castiça, e diz muito sobre o historial dos Maioriais por aquelas terras do Forreá e de Tombali, com o inferno das mina, das emboscadas, dos ataques ao quartéis e tabancas... Há muito que não se falava aqui de Gandembel, por exemplo!...

Haverá mais pequenos diários destes para aí escondidos ou perdidos. Alguns dos nossos camaradas poderão até ter pudor em mostrá-los, pensando que não são "escritores"... Mas o o nosso José Cuidado da Silva, tem expressões originais, como esta: "Daí em diante viemos nas viaturas a cavalo, bem descansados da nossa vida"... Ou: "Estava um bombardeiro em Aldeia Formosa, de aonde levantou voo, e foi ter com a gente (sic), ainda nos encontrávamos debaixo de fogo"... "Tivemos um tarde de festa" (sic)... "Um condutor da minha companhia pôs o pé em cima que ficou com o pé todo escavacado (Sic)"...

Enfim, são documentos da nossa guerra, é importante que surjam à luz do dia e sejam partilhados num blogue como o nosso. (É para isso que ele serve.) (...)


O José Cuidado da Silva merece,pois,  ter honras de Tabanca Grande, figurando ao  lado do Zé Teixeiro e de outros Maiorais, como Samouco, o Zé Belo, etc... 

Está apresentado à Tabanca Grande, e mesmo sabendo que ele não tem endereço de email, o Zé Teixeira empresta o dele.   Passa a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 887 (**)

Um alfabravo fraterno para ele. 

 ___________

(**) Último poste da série > 10 de maio de  2024 > Guiné 61/74 - P25502: Tabanca Grande (556): o malae Rui Chamusco, cofundador e líder histórico da ASTIL - Associação dos Amigos Solidários com Timor-Leste, passa a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 886

terça-feira, 14 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25519: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (26): Um símbolo, não de guerra, mas de ecumenismo, reconciliação, paz, cooperação e tolerância ? (António J. Pereira da Costa / Luís Graça / Carlos Afeitos / José Teixeira)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 5 de maio de 2013 > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Aspeto exterior


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 5 de maio de 2013 > Núcleo Museológico Memória de Guileje > A capela, do tempo da CART 1613 (1967/68), restaurada.

Fotos: © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guileje > 2011 > Placa indicativa do antigo heliporto


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guileje > 2011 > Placa indicativa do local onde existiu um dos espaldões de artilharia


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guileje > 2011 > O trajeto do quartel para o heliporto, feito com garrafas de cerveja


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guileje > 2011 > Sinalização, com garrafas de cerveja, da entrada do posto de socorros

Fotos (e legendas); © Carlos Afeitos (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > 5 de maio de 2013 > Recordações guardadas em vitrina: objetos do quotidiano recuperados, provenientes das escavações do antigo quartel das NT, foto aérea do quartel, pista e tabanca, pratos de alumínio, emblemas, resto de vestuário...

Foto: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Simpósio Internacional de Guileje > Visita ao sul > 2 de Março de 2008 > Três camaradas nossos com um ar de felicidade... Ei-los aqui fotografados com um tesouro, a estatueta, em metal, da santa protectora dos Gringos de Guileje, encontrada nas escavações arqueológicas do antigo aquartelamento de Guileje... Da esquerda para a direita os valorosos representantes da penúltima subunidade quadrícula de Guileje, a CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972): José Carioca, Abílio Delgado e Sérgio Sousa... O Zé Carioca foi actor de teatro (amador ), vive em Cascais e é membro também da Tabanca da Linha.


Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados [ Edição : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje ou a caminho de Guileje > 2010 > "A Nossa Senhora de Fátima de Guileje"... A última doação à Capela de Guileje, uma imagem de N. Sra. de Fátima, trazida de Portugal por António Camilo e Luís Branquinho Crespo. 

Recordamos aqui uma mensagem do nosso saudoso amigo Pepito (1947-2014), com data de 16/3/2010:

"Luís: Mais uma importante contribuição dos nossos amigos da Capela de Guiledje, o António Camilo e o Dr. Luis Branquinho Crespo (na foto), que fizeram questão de se deslocarem a Guiledje para doarem a imagem da Nossa Senhora de Fátima à Capela. Este gesto tão bonito, foi acompanhado pelos votos de que esta oferta ajude a Guiné-Bissau a encontrar rapidamente os caminhos da Paz. Abraço. Pepito."

Foto: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Todos os direitos reservados [ Edião e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Cópia da factura, emitida pela Impar Lda, discriminando as despesas da reconstrução do oratório e a capela, num total de  387 mil CFA, o que corresponde a 589,98 €. (Para converter o CFA em euros, carrega aqui). 

Para se ter uma ideia dos preços de bens e serviços rtelacionados com a construção civil,  na Guiné Bissau, tomem como referência estes indicadores: 

(i) o transporte do material de Bissau a Guileje representou 26,5% do total;

 (ii) a mão de obra, 43,9%; 

(iii) os materiais custaram o resto (29,5%), com destaque para a tinta  branca (14,1%) e o cimento (4,8)...



Fotos: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Numa "contabilidade criativa" a reconstrução da capela de Guileje (e do oratório  construído pelos Gringos de Guileje, a açoriana CCAÇ 3477, que esteve lá entre nov 1971 e dezembro de 1972, comandada  cap mil e nosso tabanqueiro Abílio Delgado) custou 589,98 euros, totalmente cobertos pelos fundos recolhidos, em espécie (dinheiro), pelo Manuel Reis (590,00 euros) e entregues à ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, na pessoa do Pepito, na Tabanca de  São Martinho do Porto, em 21 de agosto de 2010. (O Manuel Reis  foi alf mil, da CCAV 8350, a última unidade de quadrícula de Guileje, 1972/73.)

Outros camaradas e amigos  contribuiram (e muito),  não em espécie mas em géneros (incluindo horas de trabalho), para estas obras:


Há ainda que fazer justiça a dois homens, nossos amigos, membros da nossa Tabanca Grande, e grandes guineenses, como o Pepito e o Domingos Fonseca, da AD- Acção para o Desenvolvimento, que estiveram de alma e coração neste projecto.



"N. Sra. de Fátima de Guileje".
Foto do António
Camilo (2010)
1. A criação do Núcleo Museológico Memória de Guiledje, no antigo 
 aquartelamento de Guileje, inaugurado em 20 de janeiro de 2010 (e que o nosso blogue acompanhou  pormenorizadamente), não terá sido totalmente consensual para todos os membros da Tabanca Grande, independentemente de conhecerem ou não aquele espaço (que não se resume às instalações do museu, p.d., ou melhor, do pequeno núcleo museológico; inclui também parte do antigo aquartelamento de Guileje,  objeto de escavações arqueológicas, inventariação, limpeza, desminagem, recuperação de armas e munições, objetos do quotidiano, documentos, etc.,  restauro  e reconstrução, como o foi o caso da capelinha erigida no tempo da CART  1613 (1967/68 e do oratório dos "Gringos de Guileje"). 

Eis aqui quatro pontos de vista:

(i) António J. Pereira da Costa (*):

(...) Um das coisas que mais me irrita é o facto de os portugueses andarem sempre a celebrar derrotas militares. Há mais de 400 anos que Portugal não ganha uma guerra, mas celebrações é mato.

Era evidente que a celebração de uma derrota em Guileje era mais uma espécie de paisagem em miniatura (diaporama) reconstituindo o sucedido. Também era de esperar que a Guiné não se preocupasse muito com uma vitória de há mais de 50 anos e à qual não dá hoje muita importância. Terá motivos para celebrar? Quais? Porquê?

Eu sou estrangeiro e nada tenho a ver com o "museu" de Guileje. Mas não gosto de ver o meu país aviltado desta maneira. Mandar uma equipa de militares e ex-militares
 construir um museu em que se celebra uma derrota (nossa) e uma vitória do inimigo e depois deixá-lo cair por falta de 
manutenção é gozar e apoucar o inimigo e ele prestar-se a isso. (...)

11 de maio de 2024 às 16:57 

(ii) Luís Graça (*):

Tó Zé, permito-me discordar de ti. Esse Núcleo Museológico, tal como foi pensado e montado, não celebra a derrota de ninguém nem é uma glorificação de uma das partes do conflito. Simboliza, isso, sim, a paz, a reconciliação, o ecumenismo.

O espaço museológico vale pelo seu conjunto, e preserva elementos importantes da nossa presença naqule local ao longo de toda a guerra, como por exemplo a capela de Guileje ou o oratório dos Gringos de Guileje...

Houve uma recolha de fundos no blogue, para esse efeito. Diversos camaradas participaram com entusiasmo, mesmo nunca  tendo posto os pés em Guileje. Outros sofreram duramente quando por lá passsaram. Em suma, é uma obra de paz, não é um monumento bélico.
 
11 de maio de 2024 às 23:28

(iii) Luís Graça (*):

No tempo do cap Eurico Corvacho e do 2º srgt Zé Neto (que exercia as funções de 1º srgt), da CART 1613 (1967/68), já se rezava, em Guileje, num espírito de ecumenismo e de tolerância religiosa entre cristãos e muçulmanos.

Daí ter-se erigido uma capela que, quarenta anos depois, será reconstuída de acordo com as fotos da época, capela essa que faz parte integrante do Núcleo Museológico Memória de Guiledje. A viúva do Zé Neto, a nossa tabanqueira Júlia Neto, esteve na inauguração e benção da capela, em 20 de janeiro de 2010.

Recorde-se que foi criado um grupo "adhoc", o Grupo dos Amigos da Capela de Guileje, que angariaram fundos, em dinheiro e em géneros, para este projeto, em parceria com a ONG AD - Acção para o Desenvolvimento.

O Pepito pôs todo o seu entusiasmo neste projeto, sabia que ele era um traço de união entre portugueses e guineenses, incluindo os "inimigos de ontem" que se haviam combatido de armas na mão"...

(iv) Carlos Afeitos (**):

 [professor de matemática, cooperante na Guiné-Bissau, durante 4 anos (2008-2012), e nosso grã-tabanqueiro, com nº.  606, que nos mandou mais de uma meia centenas de fotos recentes de Guileje. ]


 (...)  Durante o tempo que estive na Guiné passei por Guilege duas vezes. A primeira vez foi a caminho de Cantanhez, região lindíssima e que vale a pena visitar. A segunda vez foi quando convidei a minha irmã para ir conhecer a Guiné em 2 semanas. Fiz questão de levá-la um bocado ao sul e ficar a conhecer um bocado mais da história que une os dois países.

Pelas conversas que tive com um homem a viver e a recuperar o antigo aquartelamento, está previsto edificar um complexo que irá servir de escola profissional no sítio da pista de aterragem de helicópteros, relembro que isto segundo as informações.

O senhor serviu de guia e explicou-nos como estava ordenado o quartel e como viviam os militares que estavam destacados para lá. O museu relembra muito bem da vida e da luta de ambas as partes envolvidas no conflito. À entrada podemos ver uma antiaérea e um Unimog, lado a lado. Fizemos uma visita à pista de aterragem exactamente pelo caminho feito de garrafas e depois mais umas voltas pelos pontos assinalados. 

Na minha segunda visita também tive uma conversa muito amigável com uma pessoa que estava a viver na tabanca no interior do quartel aquando da retirada. Ele contou-me alguns dos momentos complicados que passou e recordou com alguma angústia e nostalgia. As memórias ainda fazem chorar...

Uma das coisas curiosas que eu reparei é do carinho que a população tinha por alguns militares portugueses, pois é uma das coisas que todos falam é nos nomes deles. Depois de tantos anos ainda os recordam e sabem exactamente quem são, a graduação que tinham e de onde eram. (**)

(v) José Teixeira (***):

[O José Teixeira é membro sénior da Tabanca Grande e ativista solidário da Tabanca Pequena, ONGD, de Matosinhos; partiu de Casablanca, de avião, e chegou a Bissau, já na madrugada do dia 30 de abril de 2013; companheiros de viagem: a esposa Armanda; o Francisco Silva, e esposa, Elisabete; no dia seguinte, 1 de maio, o grupo seguiu bem cedo para o sul, com pernoita no Saltinho e tendo Iemberém como destino final, aonde chegaram no dia 2, 5ª feira; na 1ª parte da viagem passaram por Jugudul, Xitole, Saltinho, Contabane Buba e Quebo; no dia 3 de maio, 6ª feira, visitam Iemberém, a mata di Cantanhez e Farim do Cantanhez; no dia 4, sábado, estão em Cabedú, Cauntchinqué e Catesse; 5, domingo, foram de Iemberém, onde estavama hospedados, visitar o Núcleo Museológico de Guileje, e partinso  depois para o Xitole, convidados para um casamento ] 


(...) O dia nasceu suavemente, com um mango a acordar-me ao cair encima do telhado de capim e rolar até ao chão. Talvez um dos macaquitos que estava a tomar o seu matabicho se tenha descuidado. Estes macacos, de pelo cinzento, não armam aquela gritaria a que nos habituamos em tempos idos com o macaco cão. Habituaram-se a viver com o homem e passeiam-se nas árvores por cima de nós, pacifica e calmamente. Certo é que neste dia 5 de Maio, o sol já ia alto quando me sentei para tomar o pequeno-almoço, que começou por um mango madurinho e saboroso.

(...) Partimos (de Iemberém) com destino a Bissau. Duas horas depois estávamos a admirar o Museu Memórias de Guiledje (****), inaugurado em 2010 e que pretende documentar todo um passado de luta pela independência da Guiné-Bissau. À nossa espera estava o diretor, Domingos Gomes, como tinha prometido, para uma visita guiada. Foi um regresso ao passado para mim e para o Francisco Silva no reencontro com as armas e canhões, com as viaturas, com as imagens da guerra que ambos vivemos em locais e tempos diferentes.

Em cada visita que faço, noto com alegria que o museu vai crescendo. Há outras partes do antigo quartel levantadas. No pavilhão principal estão os instrumentos de guerra portugueses, bem como as armas que o PAIGC usava, as fotografias da guerra e outros memoriais. Livros, poucos, sobre a guerra, são o princípio de uma biblioteca que se pretende seja enriquecida com todos os livros e documentos possíveis para enriquecer a história do conflito que existiu para separar e afastar os portugueses da Guiné e de facto separou-nos com muito sangue derramado, dor e pranto, mas creio que estranhamente nunca os guineenses estimaram tanto os portugueses como agora que estão livres da sua tutela política.

Um Unimog bem conservado transportou-nos ao tempo das colunas por aquelas picadas inóspitas atapetadas de perigosas minas. Transportou-nos até ao grupo de picadores que, à sua frente e com todo o cuidado, picavam a terra, centímetro a centímetro, na esperança de as detetar e assim salvar possivelmente algumas vidas. Transportou-nos a um tempo que já passou, mas as suas marcas continuam bem presas na nossa mente e só desaparecerão com o pó da terra que nos há-de tragar.

A capela com a imagem de Nª Senhora de Fátima no seu altar, tal como no tempo da guerra, e o oratório do Santo Cristo dos Milagres construída pelos devotos Gringos açorianos. Locais, onde os mais devotos se ajoelhavam a pedir por seu intermédio a bênção de Deus para os momentos difíceis que a guerra e agradecer os perigos passados dos quais se livraram com vida.

O Museu foi enriquecido com um novo auditório onde está patente, onde foi instalado o Museu de Cultura e Ambiente onde se pretende espelhar o ecossistema da mata do Cantanhez e as culturas dos diferentes grupos étnicos que habitam a região.

O tempo não tem paciência para esperar e os ponteiros do relógio vão marcando as horas. Tínhamos encontro marcado na tabanca do Xitole para participarmos na festa do casamento da filha do nosso amigo Mamadu Aliu que há três dias atrás atuou de cicerone na visita/peregrinação que o Francisco Silva ali fez em busca do seu passado.

Com pesar para o Domingos Gomes, que bem insistiu para ficarmos mais um pouco e havia muito para ver e refletir, mas não queríamos ficar mal com a família da noiva que tão amavelmente nos tinha convidado. (...)

Excertos de: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau (30 de Abril - 12 de maio de 2013) - Parte VI (***)

(Excertos, revisão e fixação de texto: LG)



(***) Vd.  poste de 22 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11745: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (6):De Iemberém a Guileje, a caminho de um casamento no Xitole

(****) Um "visita virtual" ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje pode ser feita através dos  postes a seguir.  (Este descritor tem 40 referências no blogue.)


Vd. também poste de 4 de fevereiro de 2010 > Guiné  63/74 - P5761: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (13): Iintervenção da Presidente da AD , Osabel ;Miranda, no dia 20 de janeiro de 2010  

(...) "O  'Museu 'Memória de Guiledje' é, antes de tudo, uma homenagem à geração de Cabral, a todos os que com o seu exemplo escreveram uma das mais belas páginas da nossa História. Mas é também um lugar de confluência de rios anteriormente desencontrados que hoje procuram um caminho comum.

"Encontro com os militares portugueses, aqueles que, embora em campo oposto, aprendemos a respeitar pela sua coragem e capacidade militar numa luta de longa duração e que, afinal, partilham os mesmos sentimentos de amor pela Guiné-Bissau e pelo seu povo, pela sua humildade, dignidade, valentia e determinação, os quais sempre souberam distinguir o povo português do regime colonial que a ambos oprimia .

"Hoje, em liberdade, reencontramo-nos com emoção, com vontade de juntar memórias, recordações, encontros e desencontros, voltar a caminhar juntos num caminho de respeito e progresso.

"Saudamos a presença da Srª Julia Neto, esposa do capitão José Neto que tanto amou este canto e que tanto contribuiu para que o Museu 'Memória de Guiledje' fosse um êxito. Poucos dias antes de falecer, deixou-nos o seu desejo mais profundo: 'hei-de voltar a Guiledje', disse. A sua esposa, Srª Julia Neto, está hoje entre nós para realizar esta sua última vontade. Através dela saudamos todos os militares portugueses das 12 companhias que passaram por Guiledje e que quiseram deixar um pouco das suas recordações (aerogramas, fotografias, filmes, contos e narrativas). (...).

sábado, 11 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25510: Facebook...ando (55): A nossa tabanqueira Inês Allen inaugurou, em 23 de março último, em Empada, o Estádio de Futebol Xico Allen, dos Metralhas de Empada FC

 










Guiné-Bissau > Região de Quínara >  Empada > Março de 2024 >  A Inês Allen foi inauguar o estádio do Empalhas Metralhas FC, que tem o nome de seu pai, Xico Allen (que foi 1º cabo at inf, CCAÇ 3566, "Os Metralhas", Empada, 1 972/74)  Um sonho tornado realidade. Um sonho lindo. 

Fotos: © Inês Allen / Metralhas de Empada FC  (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. A notícia já tinha sido dada aquii pelo nosso "histórico" (e grande amigo da Guiné-Bissau) Zé Teixeira (*):


(...) Um grupo de 19 pessoas, entre os quais, doze ex-combatentes, na sua maioria companheiros do Xico Allen dos tempos da guerra colonial, acompanham a Inês Allen, nesta sua viagem à Guiné-Bissau, mais propriamente a Empada, para participarem na inauguração do campo de futebol Francisco Allen.

Tudo começou em 2005, quando o Xico Allen descobriu que a placa em cimento com o totem da sua Companhia militar servia de tapete de entrada, numa casa de um importante cidadão local. Revoltado com o que viu, pegou na pesada pedra e trouxe-a para Portugal.

Na sua última visita àquela tabanca, onde esteve cerca de dois anos, ente 1972 e 1974, apercebeu-se de que o clube de futebol local, adotara o nome da sua Companhia operacional – Os Metralhas de Empada, e decidiu devolver a placa com o símbolo da Companhia, ao Clube de Futebol.

Infelizmente a morte montou-lhe uma emboscada antes de ele conseguir voltar a Empada, mas a sua filha Inês tomou a peito a sua decisão, cumpriu a promessa do pai, e foi, no ano passado, a Empada levar o símbolo.

Foi recebida em festa, tal como o pai era recebido. Ele era um filho da terra, muito querido.

Guião da CCAÇ 3566.
Cortesia de Carlos Coutinho (2009)
Não havia campo de futebol, apenas um espaço de terreno, onde se jogava a bola. A Inês, generosa e ativa, avançou com um projeto de angariação de fundos e o campo de futebol, o sonho dos jovens de Empada, ganhou forma. Hoje, é uma realidade, graças ao empenho solidário da Inês, do Ricardo Abreu, do Silvério Lobo, dos Metralhas e de outros camaradas que se uniram e deram forma ao sonho, tornando-o realidade.


O campo de futebol Francisco Allen vai ser 
inaugurado no próximo dia 23 de março 
com a presença da Inês Allen e dos amigos que já se encontram na Guiné-Bissau.

O Ricardo Abreu, grande amigo do Xico Allen e companheiro  
de várias viagens à Guiné-Bissau, nunca vai só. Procura levar na bagagem coisas de primeira necessidade para o povo guineense, nomeadamente medicamentos. Desta vez, levam cerca de 250 quilos em doações de farmácias, nomeadamente comida para bebé, biberões, seringas que vai deixar pelas tabancas por onde vão passar.

Partiram no sábado passado e logo à chegada fizeram uma romagem ao cemitério de Bissau, onde estão sepultados muitos soldados que tombaram ao serviço de Portugal. Vão de seguida dar uma volta pela Guiné-Bissau profunda, passando por, entre outras tabancas, Tite, Nova Sintra e Fulacunda.

No dia vinte e três, vão participar na festa de inauguração do campo de Futebol de Empada -Francisco Allen, com a presença da Inês Allen, a grande impulsionadora e financiadora do projeto da sua construção.

Nessa data será também inaugurada a descascadora de arroz, um projeto inovador que permite libertar as mulheres e sobretudo 
as crianças da tarefa do descasque manual no famoso pilão, 
o que permite libertar tempo às jovens para se dedicarem à sua valorização escolar. 

Zé Teixeira

2.  As fotos que publicamos, retiradas com a devia vénia da página do Facebook da Inês Allen e da dos Metralhas de Empada FC,  falam por si. (***)

Foram editadas por nós. A Inês herdou o amor pela Guiné, por via do pai e da mãe, dois dos primeiros "tugas" a irem à Guiné-Bissau em turismo de saudade (primeiro em 1992, depois, 1994, 1996 e 1998, e por aí fora). Ambos são dois históricos do nosso blogue. Infelizmente já faleceram. Mas a sua memória,  e em especial a do "metralha" Xico Allen, foi devidamemnte homenageada pelos homens, mulheres e crianças de Empada e as suas equipas de futebol (incluindo a equipa feminina), no passado dia 23 de matço.

 É espantoso como o futebol pode também gerar cadeias de solidariedade, emoção e amizade. Bem hajas, Inês. Os teus pais bem se podem orgulhar de ti, lá na estrelinha do céu donde irradiam amor,  sabedoria e inspiração.

____________


(**) Vd. poste de 30 de abril de 2023 > Guiné 61/74 - P24269: E as nossas palmas vão para ... (23): Inês Allen, hoje nossa tabanqueira nº 875: Devolveu a Empada, em fevereiro de 2023, a efígie de "Os Metralhas", divisa da CCAÇ 3566 (1972/74), e nome do clube de futebol local, dando cumprimento à última vontade do pai, Xico Allen (1950-2022)

(***) Último poste da série > 10 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25501: Facebook..ando (54): as lindas e gentis mulheres Tandas, de Imberém, Cantanhez: foto da semana de 20 de junho de 2011, da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25501: Facebook..ando (54): as lindas e gentis mulheres Tandas, de Imberém, Cantanhez: foto da semana de 20 de junho de 2011, da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento

 

Guiné-Bissau > Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > AD - Acção para o Desenvolvimento > Foto da semana > 20 de junho de 2011> 


"Um grupo de 'caltambas' acompanha as mulheres Tandas na sua colheita de arroz, manifestando a sua alegria pela boa produção obtida e dando coragem para que o trabalho se faça com sucesso. 

"O 'caltamba'representa a força da natureza que promove uma boa lavoura e produção, fazendo com que chova bem, haja paz e que as doenças sejam afastadas. As suas danças e especialmente as vestes baseadas na utilização de produtos da floresta como casca de árvores e folhas, são muito bonitas".

(https://www.facebook.com/adbissau)


Foto (e legenda): © AD - Acção para o Desenvolvimento (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém >  Visita ao Cantanhez dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > 2 de Março de 2008 >

O Zé Teixeira, no tchon nalu, em pleno Cantanhez, no meio de duas mulheres da população local, e etnia tanda. Belíssimas, gentis e vistosas ("todas bem  produzidas", diria o nortenho do Zé Teixeira), de porte altivo e de grande dignidade. (Na carta de Cacine, a toponomia é Jemberem, a norte de Madina de Cantanhez... Hoje todo o mundo diz e escreve Iemberém. De resto, um dos afluentes do Rio Cacine é o Rio Iemberem... Será que terá havido um erro dos nossos cartógrafos ou uma gralha tipográfica ?...Não, o mesmo topónimo, mas o povo é que fa< a língua... Iemberém foi o local onde a comitiva do Simpósio Internacional de Guileje pernoitou dois dias... Fica em plemo coração do Parque Nacional do Cantanhez.)

Foto (e legenda): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Quem os Tandas, de Iemberém ?

É um minoria que habita o Cantanhez, "chão nalu", a que se juntaram outros povos (fulas, balantas, sossos, etc.)-

Escreveu o Pepito em 2008 (**):

(...) "Relatos orais dão os Tandas como originários de Kindou, na região de Tambacunda, Senegal oriental, de onde se terão deslocado inicialmente para Badjar, região de Koundura, atual Guiné-Conacri, à procura de bons solos para a prática da agricultura. 

"Mais tarde foram para Kakalidi, zona de Boké, onde começaram a negociar com os Nalús a concessão de terras, tendo-lhes sido atribuído uma área onde fundaram a sua primeira tabanca na Guiné-Conacri: Madina.

"Na atual Guiné-Bissau, Cassimo Camará criou a primeira tabanca que foi designada de Lamoi, na área de Quitafine. Seguiu-se Cambraz, fundada por Danim Marena, igualmente em Quitafine. Já em Cubucaré, Adulai Cumpon criou Bomani, a que se seguiu Madina, na área de Guileje, por Umarú Nangacum. Caboxanque Tanda, em Quitafine é fundada por Umarú Galissa.

"Acabam finalmente por chegar a Iemberém, em 1930, através de um grupo de seis pessoas, constituído por Umarú Camará, Pedjedibi Camará (pai de Umarú), Issufo Galissa, Mutaro Galissa, Mamadú Nhabali e Alfa Galisssa. 

"Por último, Umarú Galissa funda a tabanca de Cambeque, na linda mata com o mesmo nome.

"De todas estas tabancas apenas existem atualmente quatro: três em Cubucaré (Iemberém, Cambeque e Cambraz) e uma em Quitafine (Caboxanque Tanda).

"No seu seio os Tandas têm seis sub-grupos: Aiendja, Aban, Abangar, Assóssó, Aiés, Abucul e Adjar." (**)

A  "foto da semana" de "20 de junho de 2011" já a conhecímos, do poste P10108 (***). Afinal, a página do Facebook da  ONG AD continua "on line" e já tinha sido criada no tempo do Pepito.  Em 12 de julho de 2012, escrevia-nos o seguinte:


(...) Há oito anos atrás, a AD inaugurava a sua presença na Internet, através do seu site institucional. Temos procurado, aos poucos, fazer mais e melhor e, recentemente, atingimos dois objectivos há muito desejados: por um lado, conseguimos que o site já seja integralmente dinamizado e alimentado por quadros guineenses da AD; por outro, começámos a apostar nas redes sociais (Facebook) e explorado como podemos usar estas plataformas para dar voz aos nossos parceiros e colaboradores. " (...).

Sobre a legenda da foto da semana, acresecente-se que as palavra "caltamba"  e "tanda" não estão grafadas nos nossos dicionários, pelo menos no que está mais à mão, o Priberam. O que é lamentável, sendo o português língua oificial da Guiné-Bissau. Os semhores lexicógrafos da Porto Editora deviam visitar mais vezes o nosso blogue...

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Notas do editor:

(*) Último poste da série >7 de abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25351: Facebook...ando (53): Joaquim Garrett procura camaradas que andaram com ele na EINAT n.º 2052 (1968/70)

(**) Vd. poste de 18 de julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3070: Antropologia (6): O povoamento humano da zona do Cantanhez: apontamentos (Carlos Schwarz, Pepito)

(***) Vd. poste de 3 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10108: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (24): questionário de opinião sobre o seu sítio na Net (que tem 8 anos) e sobre a sua página no Facebook (que tem 2 anos)

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25497: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (24): Recuperando, para a história, o programa do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez, algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > Antigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes) ...  Um grupo de jovens, rapazes e raparigas, que cantaram o Hino da Guiné-Bissau no início da cerimónia...

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez , algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje  (Bissau, 1-7 de março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > ntigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes)... Os tempos já eram  outros... As populações do Cantanhez, e nomeadamente as que apoiaram abertamente a luta do PAIGC (os nalus e os balantas), pareciam assumir o seu passado, com orgulho, com dignidade, sem arrogância....


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez , algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau. 17-março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > Antigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes) ...   Dpisdos convidados estrangeiros, portugueses: o cor cav 'cmd' ref e escritor Carlos Matos Gomes e o Prof Doutor Luís Moita (1933-2023) , vice-reitor da UAL - Universidade Autónoma de Lisboa, e antigo fundador e dirigente do CIDAC.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Visita dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > 2 de Março de 2008 > As instalações da televisão comunitária Massar. Na foto, a Alice Carneiro. Massar, em dialecto nalu, quer dizer estrela. Do logótipo da TV Massar faz parte o mítico Nhinte-Camatchol.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > 
 Visitaao Cantanhez dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > 2 de Março de 2008 >O Zé Teixeira, no tchon nalu, em pleno Cantanhez, no meio de duas mulheres da população local. Belíssimas, gentis e vistosas mulheres tandas ("todas bem  produzidas",  diria o nortenho do Zé Teixeira), de porte altivo e de grande dignidade. (Na carta de Cacine, a toponomia é Jemberem, a norte de Madina de Cantanhez... Hoje todo o mundo diz e escreve Iemberém. De resto, um dos afluentes do Rio Cacine é o Rio Iemberem... Será que terá havido um erro dos nossos cartógrafos ou uma gralha tipográfica ?...Iemberém foi local onde a comitiva do Simpósio Internacional de Guileje pernoitou dois dias... Fica em plemo coração do Parque Nacional do Cantanhez.)

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > 1 de Março de 2008 > Saltinho, na Estrada Bissau - Mansoa - Bambadinca-Saltinho - Quebo - Gandembel - Guileje. Paragem no Saltinho, no Clube de Caça, para tomar um segundo pequeno-almoço reforçado. Que a viagem é longa até ao Guileje (chegada prevista às 12h30), no âmbito do programa social do Simpósio Internacional Guiledje Na Rota da Independência da Guiné-Bissau... Enquanto se come, pode-se ouvir em silêncio, na margem direita do Rio Corubal, a água que corre nos rápidos do Saltinho. Na volta, quis ir ver os rápidos de Cusselinta.
No Saltinho, o Patrick Chabal (1951-202 foi dar uma volta para ver mais de perto o Corubal, o único verdadeiro rio da Guiné, como defendia o seu biografado, o Amílcar Cabral.
 
Fotos (e legendas): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Contabane > Sinchã Sambel > 3 Março de 2008 > "Eu, o Pedro Lauret com o régulo Suleimane Baldé, régulo de Contabane, e outros habitantes da tabanca"


Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palce > 3 de Março de 2008 > "Abertura do Simpósio, tendo ao meu lado esquerdo, o jornalista do Correio da Manhã, José Carlos Marques; à direita, um dos
ex-militares de Guiledje, o Sérgio Sousa; à minha frente, pelado como eu, o cubano Ulisses Estrada" (1934-2014).

Fotos (e legendas): © Paulo Santiago (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Tombali >  Guileje > 19 de março de 2018 > Resto de munições e antiga placa toponímica "Parada Alf[eres] Tavares Machado, que em 2010 fazia partedoconjunto do Núcelo Museológico Memória de Guiledje.

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2018) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Lisboa > Campus da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa > 6 de Setembro de 2007 > Da esquerda para a direita, Nuno Rubim (1938-2023), Carlos Scharwz (Pepito) (1949-2014) e Luís Graça (n.1947). Para o Pepito, o nosso blogue fez a confluência de pessoas, memórias, sentimentos, ideias e afetos, tornando possível a realização, em Março de 2008, em Bissau, do Simpósio Internacional de Guilrdje...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Através do Arquivo.pt conseguimos recuperar o programa do Simpósio Internacional de Guiledje , há muito perdido... Trata-se de uma captura de 10 de julho de 2009, às 8:43. 

Originalmente estava alojado em http://www.adbissau.org/guiledje/programa (url entretanto descontinuado). 

Recordamos que o Arquivo.pt  é "uma infraestrutura de investigação que permite pesquisar e aceder a páginas da web arquivadas desde 1996. O principal objetivo é a preservação da informação publicada na Web para fins de investigação." E em especial na Web em português.

Pensamos que não foi este o programa definitivo ou a versão definitva do Simpósio Internacional de Guileje (ou Guiledje, na grafia da organização). Havia nomes a confirmar. Houve alterações de última hora. Os cabo-verdianos, por exemplo,  acabaram por não comparecer (ainda estava no poder o 'Nino' Vieira, foi a justificação que ouvi em Bissau, nessa altura, em que as sequelas do golpe de Estado de 14 de novembro de 1980  ainda estavam vivas na mémória de parte da "nomenclatura" do PAIGC, de origem cabo-verdiana). 

Recordo-me de ter havido também uma intervenção do biógrafo de Amílcar Cabral, o pof. Patrick Chabal, entretanto falecid0 (1951-2014).  (O seu nome, por exemplo, não consta desta versão do programa; ele participou também  na visita  a Guileje.)

Mas dos participantes (incluindo moderadores) abaixo listados, há uma série impressionante de nomes que já não estão entre nós... Cito alguns, de memória: além do francês Patrick Chabal, os guineenses Pepito, Roberto Quessangue, Nelson Dias, Salifo Camará ("rei dos nalus", régulo de Cadique) e Leopoldo Amado; os portugueses Coutinho e Lima, Luís Moita,  Nuno Rubim;   o cubano Ulises Estrada...., sem esquecer o 'Nino' Vieira (que fazia parte apenas da comissão de honra e recebeu em audiência, à última da hora, fora do programa oficial, um grupo de estrangeiros, portugueses, cubanos, brasileiros, um francês e outros)...

São elementos informativos que seria  uma pena perderem-se e ficam agora disponíveis para documentar e reforçar a história do Núcleo Museológico Memória de Guiledje e a necessidade de o revitalizar.  

São úteis também para a nossa propria memória enquanto Tabanca Grande. E sobretudo imprescindíveis para celebrarmos  a grata memória do Pepito, que foi  quem concebeu, planeou  e coordenou a realização desta irrepetível e histórica iniciativa.  Embora sempre discreto, ele foi a "alma" deste grande encontro, que juntou os "inimigos de ontem". Nada de parecido foi feito nos outros dois antigos teatros de operações (Angola e Moçambique).

Do ponto de vista organizativo, o Simpósio  foi um enorme "ronco", duvido que na Guiné-Bissau se tenha entretanto realizado, nos anos a seguir,  outro evento com o mesmo  sucesso: teve a participação de mais de 6 dezenas de estrangeiros e de muitos mais guineenses (algumas centenas, quer nas visitas ao Cantanthez quer em nas sessões em Bissau).  Só foi pena que os cabo-verdianos tenham desistido de aparecer.


Chegada dos Participantes vindos da Europa

  • 15h25: chegada e acolhimento no Aeroporto Osvaldo Vieira de Bissau;
  • 17h00: instalação nas diversas unidades hoteleiras onde os participantes vão ficar instalados.


  • 17H30: Entrega dos documentos e programa final

| 20h30: Jantar em conjunto, num restaurante da cidade |



Visita ao antigo quartel de Guiledje


  • 7h00 – Partida para Guileje, com paragem no Saltinho (9h30)


  • Paragem na ponte de Balana (11h00)


  • Paragem no antigo quartel de Gandembel (11h30)


  • Paragem no "Corredor de Guiledje" (12h00)


  • Paragem no quartel de Guiledje (12h30) e visita


  • Almoço na antiga pista de helicópteros (14h00)


  • 16h00 - Paragem em Medjo e Tchim-Tchim Dari
  • 18h00 - Chegada a Iemberém: acolhimento e jantar




7h30 - Pequeno-almoço
8h30 – Visita a Iemberém:


Centro Materno-Infantil


Rádio Comunitária Lamparam + Televisão Comunitária Massar



  • 9h30 – Encontro com ex-combatentes do PAIGC e ex-milicias portuguesas
  • 12h00 – Partida para o porto fluvial  de Canamine (na margem direita do rio Cacine) com paragens:

(i) num antigo acampamento do PAIGC em Cantanhez

(ii) na Mata de Cantanhez para apreciar a última floresta sub-húmida da Guiné-Bissau

| 13h30 - Almoço em Canamine |



  • 15h30 – Eventual visita de barco a Cacine
  • 17h00 – Regresso a Iemberém

| 20h00 - jantar | 21h00 – Manifestação cultural das diferentes etnias da zona |



  • 7h30 - Pequeno-almoço em Iemberém
  • 8h30 - Regresso a Bissau com possibilidade de paragem em Gadamael-Porto, para os que manifestarem interesse.
  • 13h30 - Almoço em Bissau
  • 17h00 – Sessão solene de Abertura do Simpósio, na Assembleia Nacional Popular


Moderador: Roberto Quessangue (Presidente da AG da AD)

  • Visita à Exposição “Guiledje” 
  • Alocução de Isabel Nosolini Miranda, Coordenadora do Simpósio: Preservação da memória de Guiledje: objectivos, acções previstas, aspectos metodológicos e estado actual da Investigação. Alocução do Representante da População de Guiledje (a indigitar)
  • Alocução de Sr. Embaixador de Cuba na República da Guiné-Bissau
  • Alocução de Sr. Embaixador de Portugal na República da Guiné-Bissau
  • Alocução de S. Excelência o Presidente da República de Cabo Verde (por confirmar)
  • Alocução de S. Excelência o Presidente da República da Guiné-Bissau (por confirmar)
  • 18h30 – Final da Sessão
|20h00 - jantar | 


(na Assembleia Nacional Popular)


Painel 1 > Guiledje e a Guerra Colonial/Guerra de Libertação

Moderador: João José Monteiro (Universidade Colinas de Boé)

  • 9h00 - 9h30: Leopoldo Amado (historiador guineense) – Génese e evolução do sentido estratégico-militar do corredor de Guiledje no contexto da guerra de libertação nacional.
  • 9h30 - 10h00: Agnelo Dantas (cabo-verdiano, ex-comandante militar do PAIGC) e Manuel Santos (guineense, ex-comandante militar do PAIGC) – Amílcar Cabral e a componente militar do PAIGC: achegas para a compreensão dos meandros estratégicos e tácticos da guerra de libertação nacional.
  • 10h00 - 10h30: Carlos Matos Gomes – (Coronel do Exército Português) – Guiné 1973 – Quando os portugueses perceberam que chegara o fim.
| 10h30 – 11h00: Pausa-Café |
  • 11h00 – 11h30: Alfredo Caldeira e Victor Ramos, Fundação “Mário Soares” – A operação “Maimuna” no Arquivo Amílcar Cabral.
  • 11h30 – 12h00: Ulisses Estrada (ex-militar e diplomata cubano) – Internacionalismo cubano e a participação de Cuba no esforço da guerra de libertação da Guiné-Bissau.
  • 12h00 – 13h00: Debate
| 13h00 – 14h30: Almoço |
  • 15h00 – 15h30: Coutinho Lima, (Coronel do Exército Português na reserva e ex-comandante do COP 5) – Factores considerados para tomar a decisão da retirada das forças militares e da população, do aquartelamento de Guiledje: relato histórico do ex-Comandante do COP 5
  • 16h00 – 16h30: Pedro Lauret, (Capitão-de-mar-e-guerra do Exército Português na situação de reforma) – A Marinha no Teatro de Operações da Guiné. Guileje Gadamael, Maio Junho de 1973, o papel da Marinha.
  • 16h30 – 17h00: Sandji Fati (Tenente-Coronel do Exército da Guiné-Bissau) – Subsídios para a História Militar da guerra de libertação no sul da Guiné-Bissau.
|  17h00 – 17h30: Pausa-Café | 
  •  17h30 – 18h00: Eduardo Costa Dias (Professor Titular do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e Empresas - ISCTE, Portugal) – Papel e influência das dinâmicas sócio-religiosas e políticas nos movimentos de libertação nacional na África Ocidental: o caso da Guiné-Bissau.
  • 18h00 – 19h00: Debate
|  20h30: Jantar | 



(na Assembleia Nacional Popular)

Painel 2> Guerra Colonial/luta de libertação nacional: problematização conceptual, contextualização histórica e importância historiográfica.

Moderador: Leopoldo Amado

  • 9h00 – 9h30: João Medina (Professor Catedrático da Universidade de Lisboa) – A Literatura Portuguesa sobre as derradeiras Guerras Coloniais em África (1961-1974) como documento histórico acerca do fim do Império.
  • 9h30 – 10h00: Josep Sánchez Cervelló (Professor Titular de História Contemporânea da Universidade Rovira I Virgili de Tarragona, Espanha) – A relação dialéctica entre o PAIGC e o MFA e o seu papel na caída do Estado Novo Português.
  • 10h00 – 10h30: Leonardo Cardoso (historiador guineense, INEP) – Alcance histórico de “Guiledje” no contexto geral da luta de libertação Nacional e independência da Guiné-Bissau.
  •  10h30 – 11h00: Pausa Café
  • 11h00 – 11h30: Julinho de Carvalho (caboverdiano, ex-comandante militar do PAIGC) – A importância estratégica de Guiledje no contexto geral da manobra militar do PAIGC e do Exército português na Guiné.
  • 11h30 – 12h00: Fernando Delfim da Silva (guineense, político e filósofo) – A guerra-fria e os condicionalismos político-ideológicos da acção militar do PAIGC na guerra de libertação nacional.
  • 12h00 – 12h30: Julião Soares Sousa (historiador guineense) – Guiledje no horizonte político e militar de Amílcar Cabral em 1972: contribuição para o estudo de uma projectada ofensiva em tempos de guerra de libertação.
  • 12h30 – 13h30: Debate
| 14h00 – 15h30: Almoço |

Painel 3 > O pós-Guiledje: efeitos, consequências e implicações político-militares do assalto ao aquartelamento

Moderador: Mamadú Djau (Director do INEP)

  • 16h00 – 16h30: Luís Moita (Professor Catedrático e Vice-Reitor da Universidade Autónoma de Lisboa) – Fundamentos e originalidade táctico-estratégicos da acção político-militar de Amílcar Cabral e do PAIGC no contexto dos movimentos de libertação do Terceiro Mundo.
  • 16h30 – 17h00: Óscar Oramas (Ex-embaixador de Cuba na República da Guiné-Conakry) – Contribuição e participação cubana na luta de libertação nacional da Guiné-Bissau: dados, números e factos.
 | 17h00 – 17h30: Pausa Café |
  • 17h30 – 18h00: Nuno Rubim (Coronel e ex-combatente português no aquartelamento de Guiledje) – A batalha de Guiledje: uma tentativa de reconstituição histórica em dioramas.
  • 18h00 – 18h30: Luís Graça (Doutorado em Sociologia/Saúde Pública e dinamizador do maior site dos antigos combatentes portugueses da Guiné) – Cerco de Guiledje: a experiência traumática vivenciada a partir do Quartel de Guiledje.
  • 18h30 – 19h00: Luís Reis Torgal – (Professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) – Colonialismo, Anticolonialismo e identidade nacional: reflexões metodológicas para o estudo da história da Guiné.
  • 19h00 – 19h30: Debate
| 20h00: Jantar | 21h30: Sarau Cultural | 



(na Assembleia Nacional Popular)


Painel 4 > Guiledje: Factos, Lições e Ilações(depoimentos e testemunhos de elementos da população, dignitários, testemunhos presenciais, régulos, ex-combatentes do PAIGC e ex-milícias africanas do Exército português)

Moderadora: Isabel Buscardini 
(Ministra dos Combatentes da Liberdade da Pátria)

  •  9h00 - 9h30: Úmaro Djaló (Comande Militar do PAIGC) – A minha experiência de guerrilheiro e de comandante no Sul da Guiné-Bissau: achegas para a História de Guiledje.
  • 9h30 - 10h00: Buota Na N’ Batcha (Comandante Militar do PAIGC) – A acção dos bi-grupos e dos corpos de Exército do Sul na guerra de libertação nacional: o caso do assalto ao aquartelamento de Guiledje.
  •  10h00 - 10h30: Joãozinho Ialá (ex-guerrilheiro do PAIGC) – Memórias do Assalto ao Quartel de Guiledje, Gandembel e Balanacinho.
  • 10h30 - 11h00: Francisca Quessangue (Enfermeira do PAIGC) – Os aspectos sanitários-logisticos do PAIGC no assalto ao quartel de Guiledje

| 11h00 - 11h30: Pausa Café | 

  • 11h30 - 11h50: Fefé Gomes Cofre (ex-guerrilheiro do PAIGC) – O meu testemunho sobre o assalto ao Quartel de Guiledje.
  • 11h50 - 12h10: Salifo Camará (Régulo de Cadique) – O papel das populações civis na guerra de libertação no Sul e no assalto ao aquartelamento de Guiledje.
  • 12h10 - 12h30: Camisa Mara (ex-milicia do Exército português) – A vida no Quartel de Guiledje
  • 12h30 - 12h50: Cadjali Cissé (ex-guerrilheiro do PAIGC) – A minha participação no Assalto a Guiledje
  • 12h50 - 13h10: A designar (condutor) – A minha experiência no transporte de munições e mantimentos

| 13h30 - 15h00: Almoço |


Painel 5 > As Iniciativa de Cantanhez e de Guiledje na óptica do desenvolvimento económico e social e sua correlação com o imperativo da salvaguarda da memória histórica da guerra.

Moderador: Nelson Dias (Representante da UICN)

  • 15h30 - 16h00: Carlos Schwarz Silva (guineense, agrónomo) e José Filipe Fonseca (guineense, agrónomo) – O desenvolvimento económico e social na zona de Guiledje: AD e dinâmicas de participação e organização comunitárias.
  • 16h00 - 16h30: Tomane Camará (AD) – (guineense, agrónomo) – Evolução das características ecológicas da zona de Guiledje: antes, durante e depois da guerra.
  • 16h30 - 17h00: Alfredo Simão da Silva (guineense, geógrafo, Director do Instituto de Biodiversidade e Áreas Protegidas) – Imperativos de Desenvolvimento Sustentável e da Conservação da Natureza: Princípios e práticas no caso de Cantanhez
| 17h00 - 17h30: Pausa Café |
  • 17h30 - 18h00: Hugo Monteiro (sociólogo, Universidade Colinas de Boé), A intensa guerra de que o Sul da Guiné-Bissau foi alvo explica o seu ténue desenvolvimento relativamente às outras regiões do país?
  • 18h00 - 19h00: Debate
|  20h30: Jantar | 



(na Assembleia Nacional Popular)

Moderadora: Isabel Nosolini Miranda (Presidenta da AD)


  • 9h30: Sessão solene de Encerramento

(i) Alocução do Representante dos participantes caboverdianos
(ii) Alocução do Representante dos participantes portugueses
(iii) Alocução do Representante dos participantes cubanos
(ivc) Leitura do Documento final do Simpósio (Resoluções Finais)
(v) Alocução de S. Excelência o Senhor Primeiro-Ministro do Governo 
da Guiné-Bissau
(vi) Alocução de Encerramento do Simpósio por S. Excelência o Senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular da República da Guiné-Bissau.

  • 10h30 - Final dos trabalhos do Simpósio

| 12h30-almoço | 16h30- Partida dos participantes |

(Revisão / fixição de texto: LG)
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 7 de maio e 2024 > Guiné 61/74 - P25488: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (23) : Camisa Mara, o guardião e guia deste projeto, votado ao abandono depois da morte do Pepito, em 2014... Aqui recordado numa peça da agência Lusa.