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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Guiné 61/74 - P22394: Tabanca Grande (522): Ildeberto Medeiros ex-1º cabo condutor auto, CCAÇ 2753, "Os Barões" (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim/K3 e Mansabá, 1970/72): açoriano de Ginetes, Ponta Delgada, a viver em New Bedford, senta-se no lugar nº 845, à sombra do nosso fraterno e sagrado poilão

 



Ildeberto Medeiros senta-se à sombra do poilão da Tabanca Grande, 
no lugar n.º 845


1. Finalmente fica apresentado à Tabanca Grande o Ildeberto Medeirios, que foi 1.º cabo condutor auto, CCAÇ 2753, "Os Barões" (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim/K3 e Mansabá, 1970/72) (*), vindo assim juntar-se no nosso blogue, aos outros três "barões" que já cá estavam: os ex-alf mil Vítor Junqueira e José Carvalho, e o ex-fur mil Francisco Godinho, mas nenhum deles açoriano.  



O Ildeberto Medeiros e a esposa

Fotos (e legendas): © Ildeberto Medeiros (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. O Ildeberto Medeiros, açoriano, vive nos Estados Unidos da América. Pelo que sabemos, da sua página do Facebook;

(i) é natural de Ginetes, concelho de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores;

 (ii) nasceu em 23 de maio de 1949; 

(iii) andou na escola Escola Secundária Antero de Quental, Ponta Delgada; 

(iv) vive em New Bedford, estado de Massachusetts, EUA; 

(v) é casado; 

(vi) está reformado...

3. Comentário do editor LG:

Meu caro Berto (como te chamam os amigos do peito): és bem vindo, quer como "barão do K3", quer como nosso patrício dos Açores, a viver agora na diáspora lusitana... 

Louvo o teu esforço por chegares até nós e, finalmente, poderes cumprir as devidas formalidades e sentar-te à sombra do nosso sagrado e fraterno poilão. 

O teu lugar é o n.º 845. Sei que és sportinguista e que vais ficar ao lado de um portista, o Manuel Domingos Ribeiro, o n.º 844 (**). Mas aqui cabemos todos, independemente das nossas opções políticas, religiosas, futebolísticas, etc., ou das nossas diferenças de origem social, geográfica, étnica, etc. O que nos une é a camaradagem, fortalecida pelas memórias, boas e más,  da Guiné (1961/74).

O teu nome passa a figurar na coluna (estática), do lado esquerdo, do nosso blogue, na Lista Alfabética dos Amigos e Camaradas da Guiné.

Vês se nos mandas mais fotos do teu tempo de Guiné, com boa resolução e as respetivas legendas. Vou-te mandar os contactos do João Crisóstomo, que vive em Queens, Nova Iorque, e que é o régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona. Ele vai-te escrever e mandar s seus contactos, nomeadamente telefónicos. Ele vai gostar de poder falar contigo, se nos mandares, a  ele e a nós, o teu nº de telefone / telemóvel (, que naturamente não será divulgado no blogue).

Há muitos camaradas nossos, açorianos, madeirenses e continentais, que vivem nos EUA (e no Canadá) e que ainda não nos conhecem. Conto contigo para divulgares o nosso blogue, e para continuares a comentar os nossos postes. É também uma boa forma de afirmar a nossa língua materna na Internete. Vê se consegues sobretudo trazer mais açorianos até ao nosso blogue e à Tabanca Grande, que é a mãe de todas as tabancas... 

Boa saúde e longa vida, na companhia da tua esposa. Mantenhas (saudações em crioulo da Guiné). 
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sábado, 3 de julho de 2021

Guiné 61/74 - P22340: Tabanca da Diáspora Lusófona (16): Eh, malta da Tabanca do Atira-te ao mar, quando é que é o próximo "círio" ao Santuário da Senhora dos Remédios, Cabo Carvoeiro, Peniche ? (João Crisóstomo, Nova Iorque)


Lourinhã, 13 de dezembro de 2014. Comércio tradicional, animação de rua, promovida pela junta de freguesia local. Grupo de Gaiteiros da Freiria, Torres Vedras

Vídeo (1' 45''),alojado em You Tube / Luís Graça



1. Primeira parte de mensagem do João Crisóstomo, enviada no dia 1 do corrente:
 
Date: quinta, 1/07/2021 à(s) 12:10
Subject: "Atira-te ao mar" e aparece...
 
Meu  caríssimo mano, Luís Graça, meu  comandante, camarada,…

 "Atira-te ao mar" ou "pega o avião"… "E vai onde a gana te chama"…

Isto aplica-se da mesma maneira aos que estão aqui e esperam melhores ventos para ir a Portugal como aos que estão por aí e vêm há anos a adiar viagens aos USA e a outros  destinos...

Isto vem a propósito dos três "posts" sobre o Círio  ao Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal. (*)

Não conheço esse Santuário  mas este lugar que,  graças ao blogue,  vim a descobrir agora, como sucede com tantas coisas maravilhas por esse país fora, fez-me avivar ainda mais a minha gana de ir até Portugal. Para  com o auxílio e talvez mesmo a companhia  de alguém que me possa informar  e elucidar sobre estas coisas,  visitar este e tantos tesouros escondidos que precisam de ser redescobertos.

 Hoje, como  quase todos os dias, levantei-me cedo e depois duma chávena de café fui ver os emails e visitar a "minha Tabanca Grande ",  já  que as de Enxalé e Porto Gole e Missirá   são memórias queridas , mas que apenas aparecem quando algum camarada as chama nos seus posts de recordações.

Desta vez deparei-me com estes posts sobre o "Círio ao Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal", este lugar lindo que ainda não conheço, mas que vai ser das primeiras coisas a visitar quando voltar a Portugal. 

Aqueles azulejos fizeram-me abrir a boca de espanto, aquelas salas cheias de recordações e mensagens de fé de camaradas nossos emocionaram-me. E no meio deste deambular entre os posts apareceu um outro post do Beja Santos sobre a "Sociedade de Geografia de Lisboa" (**) que me fez parar também. 

Depois fui deparar com os meus queridos camaradas "quase em pessoa", tão vívidas são as imagens e momentos aí lembrados: As fotos da "Eugénia, Luís Graça, Jaime Silva. Alice Carneiro, Conceição Ferreira (viúva do Eduardo Jorge Ferreira, 1952-2019), Joaquim Pinto Carvalho, Esmeralda Costa e Maria do Céu Pinteus…" a mostrarem a alegria e satisfação do momento…

"O régulo, Joaquim Pinto de Carvalho, 62 anos depois, sentado no chão a guardar o tacho" ... que até parece pela sua postura e das suas mãos estar a chamar-me a mim e à Vilma:"cheguem-se , cheguem-se que há para todos!"
… 

A São ( a Conceição Ferreira, viúva do nosso saudoso Eduardo) e o Jaime Silva, a "fazerem negaças" para nos juntarmos ao próximo Círio à Senhora dos Remédios em Peniche.

Se este Círio no Carvalhal me era desconhecido,  o mesmo não sucede com o de Peniche que tenho visitado muitas vezes. Quando era miúdo,  meu pai falava muito dele e das "peregrinações a pé"  das gentes da Bombardeira,  dos Casais  do Cano, da  Póvoa de Penafirme, Casais  das Paradas, Sobreiro Curvo, A-dos-Cunhados e  outras terras vizinhas que  aí peregrinavam  todos os anos. Da alegria da partida e do cansaço do regresso...

 Puxa vida, que posts assim  até me fazem  sofrer . Quando é que este malvado vírus desaparece? A olhar e ver estes posts até parece que a normalidade voltou, mas logo leio outras informações, avisos  e não sei quantas coisas mais que me fazem conter o meu entusiasmo. E a decidir ter paciência  e esperar .

(...) Instrui-me para não esquecer ( como se fosse preciso lembrar-me !) de te  enviar ti, à Alice e demais amigos de quem tantas saudades temos   um grande abraço. (**)

João e Vilma 

2. Resposta do editor LG:

João, eu também sou daqui, do Oeste como tu, e nunca tinha ao Santuário do Senhor do Carvalhal, a 25 km da minha terra... Mas tenho a nostalgia dos círios (nomeadamente,  do Seixal) que passavam e paravam na Lourinhã, em carros engalanados, e com o gaiteiro, o tocador de gaita de foles, à frente!...

Música encantatória, a da gaita de foles. Havia um na Atalaia, mas o mais famoso era do teu concelho, Torres Vedras, o Joaquim Roque... Mas a tradição não vai morrer... Há gente, malta nova, aqui no Oeste, a manter viva a gaita de fole(s), como por exemplo o Grupo de Gaiteiros da Freiria.

Quanto ao que me perguntas... A próxima caminhada até ao Santuário da Senhora dos Remédios, junto ao  Cabo Carvoeiro (c. 20 km desde a Lourinhã, ao longo da costa: Praia da Areia Branca, Paimogo, São Bernardino, Consolação, Peniche...) deve ser daqui a duas semanas... Eu, infelizmente, só poderei ir de carro, depois da sessão de fisioterapia que acabá às 12h20... Vou juntar à devoção, o prazer do convívio...  e de uma sardinhada no restaurante Toca do Texugo, mesmo ali ao lado... com as Berlengas à vista!

Mas ainda não recebi convocatória do régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar, Joaquim Pinto Carvalho, e/ou do seu adjunto, Jaime Silva.  Haveremos de matar saudades, quando tu e a Vilma puderem cá voltar. Oxalá/Enxalé/Inshallah  seja em breve. Saúde e chicorações fraternos... E muito cuidado com a 4ª vaga da maldita Covid-19. Luís
___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 1 de julho de 2021 > Guiné 61/74 - P22331: Tabanca do Atira-te ao Mar (5): O "círio" ao Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal - Parte III: Os painéis de azulejos com os nomes dos círios

(**) Último poste da série > 1 de julho de 2021 > Guiné 61/74 - P22333: Tabanca da Diáspora Lusófona (15): Convite do João Crisóstomo e da Vilma Kracun, aos seus vizinhos de rua, para se juntarem em convívio pós-Covid... no 14 de Julho, dia nacional da França... Um exemplo muito bonito de boa vizinhança e multiculturalismo!

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Guiné 61/74 - P22333: Tabanca da Diáspora Lusófona (15): Convite do João Crisóstomo e da Vilma Kracun, aos seus vizinhos de rua, para se juntarem em convívio pós-Covid... no 14 de Julho, dia nacional da França... Um exemplo muito bonito de boa vizinhança e multiculturalismo!


Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João e Vilma. Ela eslovena, com nacionalidade francesa. Ele português, com dupla nacionalidade, a viver na América desde 1975. Dois cidadãos do mundo, que não páram de nos surpreender. Casaram em segundas núpcias em 2013. Vivem em Queens, Nova Iorque. Saúde e longa vida oara eles!

Recorde-se que o nosso amigo luso-americano João Crisóstomo, e nosso camarada da diáspora (EUA, Nova Iorque) foi alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67).  É destacado ativista social, tendo liderado campanhas bem sucedidas como a defesa das gravuras rupestres de Foz Coa, a reabilitação da memória de Aristides Sousa Mendes ou o apoio à autodeterminação de Timor Leste. LG

Foto: © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


"Flyer", em inglês  (*), em que os nossos amigos João Crisóstomo e Vilma Kracun convidam os seus vizinhos de rua  a celebrar o 14 de Julho, festa nacional da França, depois da separação imposta pela pandemia de Covid-19. "Comes & Bebes" por conta dos anfitriões... 

A Vilma, embora de origem eslovena, tem passaporte francês. Casou-se com o João em 2013. Este é um exemplo que merece o nosso aplauso, de multiculturalismo e de boa vizinhança, que nos vem... da Tabanca da Diáspora Lusófono!... E que merece ser conhecido. 

João e Vulma, parabéns!... Boa Festa, mas cuidem-se... Apesar de vacinados, a Covid-19 ainda anda por aí a fazer estragos por todo o mundo... Se  decidirem cá vir a Portugal, ainda este ano, já sabem que serão recebidos de braços abertos pelas Tabancas da Tabanca Grande, e em especial pela Tabanca do Atira-te ao Mar, herdeira da Tabanca de Porto Dinheiro (que era animada pelo nosso querido Eduardo Jorge Ferreira, 1952-2019).  Aliás, vocês pertencem, de pleno direito, à Tabanca do Atira-te ao Mar (de que é régulo agora o Joaqim Pinto Carvalho).


1. Excerto de mensagem que o João Crisóstomo nos mandou, hoje, às 12h10: 

(...) Nós, por aqui "vamos andando”, como se costuma dizer. Na semana passada fomos a West Virgínia visitar uns amigos e na volta estivémos em Gettysburg, lugar da batalha mais conhecida e decisiva para os Estados na altura permanecerem Unidos como ficaram estão e para o fim da escravatura “oficial”( …) 

 O que mais me surpreendeu foi a diferença entre a cidade enorme de Nova Iorque ( repara que não digo ‘grande cidade” mas cidade enorme ) e as várias cidades e lugares por onde passámos. Em toda a parte tudo muito limpo, nada de papéis e lixo por todos os cantos com o sucede aqui, para frustração minha. 

Por isso, logo que acabe de te enviar este E mail, comentário aos posts sobre o Círio ao Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal, vou pôr a minha fardamenta de “voluntário do Departamento de parques” e vou limpar a vizinhança. Não posso fazer milagres, tanto mais que esta chata da ciática me inibe de me mover como eu estou acostumado, mas pelo menos a minha rua e lugares mais próximos da minha casa estão sempre mais ou menos limpos…

Neste momento eu e Vilma estamos já a preparar um pequeno”convívio", com os velhinhos da minha rua, um edifício de 72 apartamentos de regime de "vida assistida”. 

O próximo domingo, dia 4 de Julho, “Dia da Independência” é sempre festejado em toda a parte especialmente a nível familiar, com "pic nics” e outros eventos ao ar livre. E nós, queiramos ou não, americanizados também já especialmente pelos nossos filhos e netos, fazemos o mesmo. Desta vez vai ser na casa do meu filho que vive em New Jersey e que está morto por dar mais vida à piscina que mandou construir ao lado da casa. 

 Neste dia em Nova Iorque vai ser inaugurada uma segunda " Estátua da Liberdade” , réplica em ponto pequeno da bem conhecida senhora que se encontra no estuário entre Nova Iorque e New Jersey e que, assim consta, antes de ser colocada na capital dos US, onde vai ficar definitivamente, vai andar às voltas pelos Estados Unidos para benefício daqueles que vivem no interior e que não viajam a estas paragens.

Como não podemos estar aqui neste dia 4 de Julho, e uma vez que a Vilma ainda conserva o seu passaporte francês, decidimos celebrar com estes seniors ( que eu considero a “my extended family"!) o Dia da Bastilha, a 14 de Julho. Creio que o “flyer” que junto é elucidativo; e nem o vou traduzir pois sei que tu e quase toda a gente hoje conhecem suficiente inglês para o compreender ( e há sempre a tradução do “Google", para quem tem coragem para essas coisas digitais).

A Vilma acaba de se levantar e está a sair para se juntar a um pequeno grupo de coreanos, chineses, liderados por um americano-polaco, para os seus exercícios de Tai Chi,!!!… em que eu não alinho….

Instruiu-me para não esquecer ( como se fosse preciso lembra-me !) de te enviar ti, à Alice e demais amigos de quem tantas saudades temos um grande abraço. 

João e Vilma (**)
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Notas do editor:

(*) Tradução livre  e rápida para português (LG / Google):

A todos os residentes dos Sunnywood Apartments: 

Caro/a vizinho/a, como você sabe, os EUA têm uma segunda Estátua da Liberdade oferecida pela França. Esta nova estátua, em bronze, apelidada de "irmã mais nova",  é um décimo sexto do tamanho da mundialmente famosa que fica na Ilha da Liberdade. Será exposta na Ilha Ellis no Dia da Independência. Nós não estaremos aqui no dia 4 de julho, mas… Na quarta-feira, 14 de julho, Dia nacional da França! João e Vilma, convidam-na, a si!

Temos saudades de todos vocês ! É hora de nos encontrarmos novamente, como costumávamos fazer antes da pandemia de Covid 19! Então ... Vamos almoçar juntos e desfrutar da companhia uns dos outros enquanto comemoramos o Dia nacional da França na quarta-feira, 14 de julho. 

Local: área da entrada para o nº 44-20, 64th Street, Woodside. Horário: 13h00.   Alimentos e bebidas serão servidos: Frango grelhado…. Arroz de marisco ... Salada de macarrão frio,  Salada verde mista ... Salada de frutas frescas ... Bolo ... e bebidas 

 Embora não seja necessário, se alguém quiser trazer algum prato ou qualquer coisa para compartilhar com todos ... está à vontade para o fazer!

sábado, 16 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21771: Tabanca da Diáspora Lusófona (14): uma singular história de vida como emigrante: João Crisóstomo, ex-mordomo de Jackie Kennedy Onassis (excerto de reportagem de Henrique Mano, Luso-Americano, dezembro de 2020)







Nova Iorque > V Avenida > Edifício 1040 > Foi aqui, num apartamento deste edifício,  que viveu e morreu Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1994), de quem o nosso camarada João Crisóstomo foi mordomo interno, de 1975 a 1979. [ "Jackie Kennedy Onassis fazia questão de enviar cartões personalizados, a maior parte escritos à mão em papel timbrado e com a sua assinatura, com agradecimentos ou votos de boas festas a João Crisóstomo (que tratava por Francisco - um dos seus nomes próprios, para diferenciar do filho, que se chamava John.)]

Créditos fotográficos: Henrique Mano (2020) (reproduzidos aqui com a devida vénia...)


EX-MORDOMO PORTUGUÊS DE JACKIE KENNEDY ONASSIS RECORDA OS NATAIS VIVIDOS AO SERVIÇO DA EX-PRIMEIRA-DAMA

“Foi um trabalho gratificante e até excepcional”, considera João Crisóstomo, natural de Torres Vedras

Por HENRIQUE MANO
Jornal LUSO-AMERICANO
Nova Iorque
www.lusoamericano.com


“Que tenha o Natal mais feliz com a sua maravilhosa família, querido Francisco. Obrigado por tudo o que fez para tornar o nosso Natal tão feliz. Carinhosamente, Jacqueline Kennedy Onassis”.

Era com mensagens destas que a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, uma das mulheres mais famosas (e fotografadas) do mundo, casada também com um dos maiores magnatas do planeta, agradecia o trabalho efectuado pelo seu mordomo português em Nova Iorque, João Crisóstomo (que tratava pelo segundo nome próprio para diferenciar do filho John). 

O imigrante de Torres Vedras guarda com natural afecto dezenas destes cartões, que Jackie Kennedy escrevia à mão, dando sempre um toque personalizado aos mesmos.

“A minha profissão de mordomo da senhora Onassis, se, por um lado, era um trabalho gratificante e até excepcional, porque era de regime interno, de horário a tempo inteiro, tinha a desvantagem de não me possibilitar muito tempo livre para os meus filhos”, conta Crisóstomo, em entrevista ao jornal Luso-Americano.

 “Eu sentia-o e sabia que eles sentiam a minha falta também. E por isso, ao fim três anos e picos, resolvi procurar outro trabalho com menos exigências em questão de tempo. A senhora Onassis compreendeu a minha situação e, no momento em que lhe falei, perguntou-me se ela podia continuar a contar comigo para a ajudar em ocasiões especiais e se eu podia encontrar alguém, preferivelmente português, para me substituir”.

"ELA ERA UMA UMA PRIMEIRA-DAMA NA VERDADEIRA ACEPÇÃO DA PALAVRA"  (
João Crisóstomo, ex-mordomo de Jackie Kennedy Onassis)

Crisóstomo segue a sua vida e deixa no seu lugar Efigénio Pinheiro, imigrante de Alenquer (depois da morte de Jackie Kennedy, Pinheiro passaria a trabalhar para John Kennedy Jr., até à morte deste).

“Da mesma maneira que eu costumava pedir a ajuda de outros mordomos para me assistirem quando a situação o exigia, eu comecei a prestar a minha ajuda sempre que o Efigénio o pedia e me era possível fazê-lo”, prossegue.

Onassis chegou a confiar a Crisóstomo as chaves de acesso ao seu apartamento, no 1040 da Quinta Avenida, “poupando-me assim o ter de ir para casa a altas horas da noite. Dias, semanas, meses por vezes, eu fiquei encarregado do apartamento quando a senhora Onassis se ausentava, especialmente durante o verão, possibilitando-lhe assim levar com ela os membros do pessoal de serviço permanente da sua casa”.

A sua presença era requerida em recepções, festas de aniversário, dias festivos “ou mesmo ocasiões simples de carácter pessoal, em que ela queria mostrar o especial cuidado ou importância que esse momento representava. 

"De todos estes momentos”, diz, “os relacionados com o Natal ficaram-me especialmente gravados. Embora por vezes houvessem alguns convidados, especialmente primos e até algum amigo mais íntimo dos filhos, os Natais eram quase sempre apenas para ela, Caroline, John e o seu companheiro, Maurice Tempelsman. A sala-de-estar e a de jantar transformavam-se nesta altura em algo de extraordinário pela sua beleza, em que o bom gosto e a simplicidade primavam. E, numa demonstração de consideração e até de carinho por aqueles que faziam parte do pessoal de serviço de sua casa, fazia questão que os presentes para estes fizessem parte do conjunto na base da sua árvore de Natal e fossem distribuídos pessoalmente no mesmo momento que todos os outros”.

"A MINHA PROFISSÃO DE MORDOMO DA SENHORA ONASSIS FOI UM TRABALHO GRATIFICANTE E ATÉ EXCEPCIONAL" (João Crisóstomo, ex-mordomo de Jackie Kennedy Onassis)

Acrescenta o ex-mordomo: 

“Como se isto não fosse já algo de invulgar, eu receberia sempre pelo correio, passados alguns dias, um cartão ou mesmo uma carta, sempre escritos à mão , agradecendo-me o ter sido parte do seu Natal. O mesmo sucedia em outras ocasiões, especialmente no dia dos seus anos, que eu nunca esquecia. Era facto que lhe não passava despercebido e sempre manifestava de forma simples mas bem evidente o seu muito apreço. E isso para mim era mesmo muito gratificante”.

João Crisóstomo esteve como interno em casa de Onassis de 1975 a 79. 

“Ela era uma primeira-dama na verdadeira acepção do termo”, afirma. “Uma mulher extraordinária, inteligente e diplomática, que tratava toda a gente da mesma maneira”.


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Nota do editor:

Último poste da série > 15 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21770: Tabanca da Diáspora Lusófona (13): O meu muito obrigado, com muitas saudades e esperança de melhores dias para todos (João Crisóstomo, Nova Iorque)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21770: Tabanca da Diáspora Lusófona (13): O meu muito obrigado, com muitas saudades e esperança de melhores dias para todos (João Crisóstomo, Nova Iorque)






Nova Iorque > Queens > Janeiro de 2021 > O minijardim zoológico dos Crisóstomos...

Fotos (e legenda)n: © João Crisóstomo (2021) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





João e Vilma (2014)
1. Mensagem do nosso amigo luso-americano João Crisóstomo, e nosso camarada da diáspora (EUA, Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), casado com a eslovena Vilma, e destacado ativista social, que liderou campanhas bem sucedidas como a defesa das gravuras rupestres de Foz Coa, a reabilitação da memória de Aristides Sousa Mendes ou o apoio à autodeterminação de Timor Leste.

Data - sábado, 9/01, 21:48
Assunto - O meu "muito obrigado"!



Caro Luís Graça,

Não preciso de te dizer que apesar de contínua luta, estes últimos tempos não têm sido fáceis para mim. 

 No meio desta pandemia e do ambiente caótico em que todos vivemos, além da perca das minhas queridas manas,  houve outras perdas que também me abalaram. 

Uma destas foi o Francisco Ferreira da Silva, da Ponte do Rol, Torres Vedras.  Não sei se o conhecias e te lembras dele; eu falei-te dele e do António Vieira Abreu, ( P. 20258) (*) Ele foi mesmo a uma reunião da CCaç 1439, mas creio que não estiveste nesse encontro. 

Cheguei a convidá-lo para se sentar na nossa Tabanca, mas ele não respondeu e eu achei melhor não insistir. Ele foi meu colega em Montariol e Leiria e mais tarde esteve na Guiné e Angola. 

Depois foi piloto da TAP. Eu apenas o conhecia pelo nome de Antunes, seu nome no Seminário; mas depois de ter saido ninguém o conhecia como tal; reencontrei-o depois de muitos anos e recomeçamos a nossa amizade. Já há tempos que não sabia dele e agora em resposta a um E mail que lhe enviei recentemente a esposa Carmen respondeu, que o Francisco Antunes Ferreira da Silva faleceu em 29 de Agosto passado dum ataque cardíaco fulminante. Puxa vida, que "quando chove logo troveja”… Que reste na Paz do Senhor.


Gostaria de agradecer e dizer o meu sentido muito obrigado a todos os que de alguma maneira estiveram comigo neste difícil momento. Aqueles que por telefone e E mail me contactaram não deixarei de reciprocar da mesma maneira. 

No caso dos nossos amigos "camaradas da Guiné”: Não quero estar a fazer algo que não esteja dentro das normas que regem este blogue, mas como não achaste impertinente dar a conhecer neste teu/nosso blogue a passagem das minhas manas Maria Augusta e Emília, ambas falecidas em Leiria no mesmo dia 30 de Dezembro passado, creio que não acharás abuso da minha parte usar este meio para manifestar a minha gratidão e apreço pelas mensagens de apoio e solidariedade recebidas. A todos o meu grande abraço de amizade e gratidão.

Disse-te há tempos que muito me tem ajudado e valido o meu “intercâmbio" com os pássaros, esquilos e outros “irmãos nossos” no dizer do Francisco de Assis. E sugeriste que te enviasse uma foto do telhado do alpendre sobre o qual, na falta de espaço mais apropriado eu lhes providenciei um pequeno “‘bosque”, agora melhorado com meia dúzia de árvores de Natal que eu e a Vilma andamos de porta em porta a recolher , antes de serem levadas pelo carros da limpeza das ruas. 

 Aqui estão. Em boa hora o fiz pois quase sem podermos sair de casa, devido às condições impostas pelo covid 19, estes nossos pequenos irmãos regalam-nos todos os dias , sobretudo nas horas de rancho com um show , para nós mais gratificante do que muitos shows que temos visto em Carnegie Hall e Lincoln Center em Nova Iorque.

Com saudades e esperança de melhores dias para todos nós, (**)

João Crisóstomo, Nova Iorque




2. Nova mensagem, com data  de 10 de janeiro de 2021, 15h23

Caro Luís Graça,

A Vilma, ao ver o E mail que te enviei,  ficou desapontada com as fotos … e sugeriu que te enviasse pelo menos esta foto que ela tirou com o I phone dela e que realmente mostra muito melhor o teto do alpendre com o "bosque frankestein” que eu fiz para a bicharada, e mostra ainda parte do nosso patiosito atrás da nossa casa. 

 Francamente eu não creio que os nossos colegas camaradas estejam muito interessados nisto. Só enviei a foto porque tu me sugeriste que o fizesse. E para nós pessoalmente isto é realmente algo de muito valor e estima pessoal pelo que representara nós pois muito nos ajuda a esquecer, a pensar menos e aguentar estes tempos difíceis que estamos a passar. Mas isso isso não quer dizer que tenha o mesmo valor para outros. Mas ela insistiu que te enviasse esta foto para substituir a que te enviei e não quero que ela pense que não ligo às suas sugestões. Aqui está portanto, para tua consideração, para o caso de achares que vale a pena mudar a foto.

Um grande abraço, João e Vilma

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21626: Tabanca Grande (506): António Marreiros, natural de Sagres, a viver há 48 anos no Canadá, ex-alf mil em rendição individual, CCaç 3544 (Buruntuma, 1972) e CCAÇ 3 (Bigene e Guidage, 1972/74): senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 822


Foto nº 1


Foto nº 2

Fotos (e legendas): © António Marreiros (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Mensagem de António Marreiros, a viver há 48 anos no Canadá (Victoria, BC, British Columbia), ex-alferes miliciano em rendição individual na Companhia CCaç 3544, "Os Roncos", Burumtuma, 1972,  e, meses depois, transferido para Bigene/Guidage, CCaç 3, até Agosto 1974 (*):


Date: sexta, 4/12/2020 à(s) 01:00
Subject: Hoje ...e 48 anos antes

Olá,  Luís Graça,

Depois de uma volta a pé nesta tarde cinzenta de Dezembro, fui à procura da caixa com fotos antigas e encontrei o grupo de Buruntuma e Bigene. Vou tentar copiar algumas mas não sei a melhor maneira de mandar:  Messenger, WhatsApp,  ou assim?

Para me registar na Tabanca aqui vai a minha foto tirada em Março [deste ano] no Algarve [Foto nº 2]  e …48 anos antes,  no rio Cacheu a caminho de Bolama ...e ainda muito "pira"! [Foto nº 1]. Penso que ainda tenho nalgum sítio aquele colar nativo feito com osso de peixe.

Sim, pelo apelido  de família [, Marreiros,] viste que sou algarvio! Nasci em Sagres e um mês depois de vir da Guiné estava numa longa viajem para este lado do Pacífico…

Nos primeiros 10 anos foi difícil regressar a casa periodicamente, mas com o tempo surgiram mais possibilidades e hoje volto  pelo menos cada 2 anos.

Ainda não respondi ao amigo Crisóstomo,  de New York, mas vou fazê-lo, ele foi tão pronto em me contactar!

Só agora é que tive coragem de abrir os outros links que me mandaste (P) …Tive dificuldade em ler a vivida descrição do ataque a Guidage e as emboscadas  (Amilcar Mendes, 38.ª CCmds) de Maio de 1973, porque eu fiz parte da tropa que se juntou aos Comandos nessa coluna que conseguiu finalmente chegar  a Guidage.

Tenho um nó no estômago outra vez... ver os nomes dos dois alferes que se perderam e toda aquele caos que se seguiu (eles voltaram dias depois a Bigene com a ajuda dos soldados africanos que conheciam o mato)…

Vou ler mais, mas noutro dia…
Um abraço do Canadá.
António Marreiros


2. Comentário do editor LG:

Camarada Marreiros, em meu nome pessoal, dos demais editores, colaboradores permanentes  e o resto da Tabanca Grande (que abaraça um leque de mais 8 centenas de camaradas que passaram pelo CTIG de 1961 a 1974), eu saúdo e faço votos para que te sintas sempre bem, ao nosso lado, sentado à sombra do nosso poilão...

Passas a ser nº 822... E o teu nome passa a constar permanentemente da lista alfabética, de A a Z, dos membros da Tabanca Grande, constante da coluna estática do blogue, no lado direito.

Peço desculpa de, no comentário anterior (*), ter confundido a tua segunda companhia, que não é a CCAÇ 19 (que estava em Guidage), mas sim a CCAÇ 3, da qual temos meia centena de referências. Mais à frente, no ponto 3, apresento-te um resumo do historial da CCAÇ 3.

 Em relação às tuas dúvidas... Tudo o que nos quiseres mandar (fotos, digitalizadas com boa resolução, em formato jpg, de preferência; ou textos em word ou pdf), usa de preferência o meu endereço de email, o mesmo que usaste agora: luis.graca.prof@gmail.com.

O nosso blogue tem algumas regras, simples, pacíficas, consensuais, que podes consultar aqui.

Mas, no essencial, devo dizer-te o seguinte, para te sentires inteiramente confortável aqui e à vontade para partilhares as tuas memórias, sem constrangimentos.

O Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, criado em 2004, é um espaço, de informação e de conhecimento, mas também de partilha e de convívio, abertos a todos os combatentes que conheceram o TO da Guiné, entre1961 e 1974). 

O nosso comportamento (bloguístico) deve estar  de acordo com algumas regras ou valores, sobretudo de natureza ética:

(i) respeito uns pelos outros, pelas vivências, valores, sentimentos, memórias e opiniões uns dos outros (hoje e ontem);

(ii) manifestação serena mas franca dos nossos pontos de vista, mesmo quando discordamos, saudavelmente, uns dos outros (o mesmo é dizer: que evitaremos as picardias, as polémicas acaloradas, os insultos, a insinuação, a maledicência, a violência verbal, a difamação, os juízos de intenção, etc.);

(iii) socialização/partilha da informação e do conhecimento sobre a história da guerra do Ultramar, guerra colonial ou luta de libertação (como cada um preferir);

(iv) carinho e amizade pelos nossos dois povos, o povo guineense e o povo português (sem esquecer o povo cabo-verdiano!);

(v) respeito pelo inimigo de ontem, o PAIGC, por um lado, e as Forças Armadas Portuguesas, por outro;

(vi) recusa da responsabilidade colectiva (dos portugueses, dos guineenses, dos fulas, dos balantas, etc.), mas também recusa da tentação de julgar (e muito menos de criminalizar) os comportamentos dos combatentes, de um lado e de outro;

(vii) não-intromissão, por parte dos portugueses, na vida política interna da actual República da Guiné-Bissau (um jovem país em construção), salvaguardando sempre o direito de opinião de cada um de nós, como seres livres e cidadãos (portugueses, europeus e do mundo);

(viii) respeito acima de tudo pela verdade dos factos;

(ix) liberdade de expressão (entre nós não há dogmas nem tabus); mas também direito ao bom nome;

(x) respeito pela propriedade intelectual, pelos direitos de autor... mas também pela língua (portuguesa) que nos serve de traço de união, a todos nós, lusófonos.

Não menos importante:

(xi) defendemos e garantimos a propriedade intelectual dos conteúdos inseridos (texto, imagem, vídeo, áudio...).

(xii) em contrapartida, uma vez editados, os "postes" não poderão ser eliminados, tanto por decisão do autor como do editor do blogue, mesmo que o autor decida deixar de fazer parte da Tabanca Grande.

(xiii) qualquer outra utilização desses conteúdos, fora do propósito do blogue (ou da página do Facebook da Tabanca Grande), necessita de autorização prévia dos autores (por ex., publicação em livro).

Dito isto, camarada António Marreiros, esperemos que partilhes também connosco alguns dos "segredos" que vais contar à tua neta, relativamente àquele período da tua vida (cerca de 3 anos) em que estiveste ao serviço do Exército Português... Happy Cristmas!... Luís Graça

PS - Noutra oportunidade, falar-te-ei do nosso camarada A.Marques Lopes, cor inf DFA,  que foi também alf mil na CCAÇ 3, tendo estado em Barro, em 1968. É autor do livro "Cabra-Cega: do seminário para a guerra colonial" (Lisboa, Chiado Editora, 2015), autobiografia escrita sob o pseudónimo João Gaspar Carrasqueira, e que conta a história de António Aiveca. É um dos históricos da Tabanca Grande. Tem cerca de 250 referências no nosso blogue.
 


3. Companhia de Caçadores nº 3  (CCAÇ 3) > Ficha de Unidade:
 
Comandantes:

Cap Art Samuel Matias do Amaral
Cap Inf Cassiano Pinto Walter de Vasconcelos
Cap Inf Carlos Alberto Antunes Ferreira da Silva
Cap Inf José Olavo Correia Ramos
Cap Art Carlos Alberto Marques de Abreu
Cap Art Fernando José Morais Jorge
Cap Inf João da Conceição Galamarra Curado
Cap Inf Carlos Alberto Caldas Gomes Ricardo
Cap Cav Nuno António Amaral Pais de Faria
Cap QEO João Pereira Tavares
Alf Mil Inf José Manuel Levy da Silva Soeiro
Cap Inf Manuel Gonçalves Mesquita
Cap Mil Inf José Maria Tavares Branco
Cap Mil Inf António Eduardo Gouveia de Carvalho
Cap Mil Inf José Maria Tavares Branco

Divisa: "Amando e Defendendo Portugal"

Início: lAbr67 (por alteração da anterior designação de 1ª CCaç)
Extinção: 31Ago74

Síntese da Actividade Operacional

Em 1Abr67, foi criada por alteração da anterior designação de 1ª Companhia de Caçadores.
.
Era uma companhia da guarnição normal do CTIG, constituída por quadros metropolitanos e praças indígenas do recrutamento local.

Continuou instalada em Barro, mantendo-se então integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1894, com dois pelotões destacados em reforço do BCaç 1887 e estacionados em Binta e Jumbembém, este depois em Canjambari a partir de finais de Set67. 

Ficou sucessivamente integrada no dispositivo e manobra dos batalhões e comandos que assumiram a responsabilidade da zona de acção do subsector de Barro.

Após recolha dos pelotões instalados em Binta e Canjambari em 20Jul68, destacou, em meados de Out68, um pelotão para Guidage, tendo assumido, em 09Mar69, a responsabilidade do subsector de Guidage por troca com a CArt 2412 e destacando então dois pelotões para Binta, sendo especialmente orientada para a contrapenetração no corredor de Sambuiá, onde em 2l/22Jan69 tomou parte
na operação "Grande Colheita", realizada pelo COP 3.

Em 22Fev72, rendida em Guidage pela CCaç 19, assumiu a responsabilidade do subsector de Saliquinhedim, onde substituiu a CCaç 2753 e ficou integrada no dispositivo e manobra do COP 6 e depois do BArt 3844.

Em 08Dez72, foi substituída, transitoriamente, por forças da CArt 3358 no subsector de Saliquinhedim e foi colocada em Bigene para onde se deslocou, por escalões, em 26Nov72 e 08Dez72 e onde assumiu a responsabilidade do respectivo subsector em substituição da CCaç 4540/72, ficando então novamente
integrada no dispositivo de contrapenetração no corredor de Sambuiá.

Em 31Ag074, as praças africanas tiveram passagem à disponibilidade e, após desactivação e entrega do aquartelamento de Bigene ao PAIGC, o restante pessoal recolheu a Bissau, tendo a subunidade sido extinta.

Observações
Não tem História da Unidade. Tem Resumo de Actividade referente ao período
de Mai73 a Set74 (Caixa n." 129 - 2.a Div/d." Sec, do AHM).

Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas de unidade: Tomo II - Guiné - (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002), pp. .627/628
_________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21561: O nosso livro de visitas (207): António José de Sousa Marreiros, que vive no Canadá (Victoria, BC): foi alf mil, em rendição individual, CCAÇ 3544 (Buruntuma, 1972) e CCAÇ 19 (Bigene e Guidaje, 1973/74)

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21064: Tabanca da Diáspora Lusófona (12): O "açoriano" da CART 1659 (Gadamael e Ganturé, 1967/68), José Manuel Espínola Picanço, dá sinais de vida: vive em Strathroy, Ontário Canadá, a menos de 900 km do luso-americano João Crisóstomo

1. O nosso camarada José Manuel Espínola Picanço respondeu ao pedido do Mário Gaspar (*) que o tentava localizar: foi 1º cabo apontador de metralhadora da CART 1659, "Zorba",  (Gafamael e Ganturé, 1967/68). 

Ficamos a saber que vive, desde 1971, no Canadá, mas tem casa na sua ilha natal, Graciosa, Açores. Como muitos outros açorianos, madeirenses e continentais, teve de procurar "melhor sorte" no estrangeiro, depois de regressar da Guiné...Nunca saberemos quantos são,  ou quantos foram, os nossos camaradas da Guiné espalhados pelos quatro cantos do mundo...


O Piçanço fica desde já convidado a integrar a nossa Tabanca Grande, e eu vou pedir ao João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona (**), para falar com ele... Afinal, vivem os dois no "Novo Mundo", e até são quase vizinhos, de Nova Iorque a Strathroy, Ontario, Canada,  a distância não chega a 900 km, de carro. O Piçanço deve ter dupla nacionalidade tal como o Crisóstomo. 

Neste dia 10 de Junho de 2020, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, lembremo-nos destes nossos camaradas que, acabadas as suas comissões de serviço militar, não tiveram lugar à mesa da Pátria que lhes pediu tudo, incluindo, se necessário, o supremo sacrifício da vida... 

2. Transcrevse-se, a seguir,  a resposta do ex-1º cabo Espínola Picanço (*):

Olá,  Mário Gaspar, eu sou o José Manuel Espínola Picanço, a identificação que fizeste sobre mim,  está correta.(*)


Eu era o "Açoriano", pertencia ao pelotão do do alferes Moreira. 

No ano de 1970 encontrei alguns elementos da nossa companhia, em Lisboa inclindo o ex-capitao Mansilha. Em 1971 emigrei para o Canadá, onde resido atualmente.

A minha direção é esta:

13 Westgate Ave
Strathroy 
Ontario 
Canada

E os meus contactos:

telefone fixo 519-245-3440 telemóvel 519-639-5104. 

Email: luzense101@hotmail.com

Também tenho casa na ilha Graciosa,  Açores, costumo passar lá 4 ou 5 meses por ano, mas este ano,  devido à pandemia, não devo la ir. 

Aqui fica um abraço deste ex-combatente Zorbista,e fico sempre ao seu dispor.

8 de junho de 2020 às 14:44

_______________

Nota do editor:

(*) Vd. poste de á7 de junho  de 2020 > Guiné 61/74 - P21052: Em busca de... (306): 1º Cabo Apontador de Metralhadora, nº 03122666, José Manuel Espínola Picanço, CART 1659 (Gadamael e Ganturé, 1967/68) (Mário Gaspar)

(**) Último poste da série >  10 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21063: Tabanca da Diáspora Lusófona (11): Procuro, desde 1967, o Luís Filipe, que foi meu camarada, no COM, 1º turno de 1964, 3ª Companhia, 5º pelotão, EPI, Mafra... Encontrei-o na estação de caminho de ferro de Vila Franca de Xira, deu-me um grande abraço, julgava-me morto na Guiné, passámos um fim de semana no Algarve, tenho ideia que era alentejano, de boas famílias... Quem saberá o seu nome completo, e outros dados que me permitam ainda poder encontrá-lo ? (João Crisóstomo, Nova Iorque)

Guiné 61/74 - P21063: Tabanca da Diáspora Lusófona (11): Procuro, desde 1967, o Luís Filipe, que foi meu camarada, no COM, 1º turno de 1964, 3ª Companhia, 5º pelotão, EPI, Mafra... Encontrei-o na estação de caminho de ferro de Vila Franca de Xira, deu-me um grande abraço, julgava-me morto na Guiné, passámos um fim de semana no Algarve, tenho ideia que era alentejano, de boas famílias... Quem saberá o seu nome completo, e outros dados que me permitam ainda poder encontrá-lo ? (João Crisóstomo, Nova Iorque)


Ministério do Exército > Praças nas Fileiras > EPI [, Escola Prática de Infantaria,] > Bilhete de Identidade militar do João Francisco Crisóstomo, soldado cadete nº 1064/64, emitido em 20 de abril de 1964. Nº de matrícula: E-86804. O Comandante, assinatura ilegível [, Manuel Ribeiro de Faria, foi cor inf, foi o comandante da EPI, de 8/1/1963 a 25/9/1969] [Anotações: Grupo sanguíneo B].



Mafra > EPI > 1º Turno do COM > 3ª Companhia > 5º Pelotão > 27 de janeiro de 1964, dia de São João Crisóstomo > Cópia das notas da agenda do soldado cadete João Crisóstomo

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2020) Todos os direitos reservados.  [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de João Crisóstomo [luso-americano, natural de Torres Vedras, conhecido ativista de causas que muito dizem aos portugueses: Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes... Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, foi alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): vive desde 1975 em Nova Iorque; é casado, em segundas núpcias, desde 2013, com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun]

Date: sábado, 9/05/2020 à(s) 16:40
Subject: Luis Filipe, soldado-cadete do 1º turno do COM, 3º Companhia, 5º Pelotão, EPI, Mafra, 1964, 

 Caro Luís Graca,

Todos nós temos direito "a ter a nossa telha". No meu caso sou um privilegiado nesse aspecto  (ou desprivilegiado, conforme a maneira que o encararmos), pois nunca  me faltaram "telhas a necessitar cuidados". Uma delas é a mania de não gostar de estar sem saber de alguém que  em qualquer altura na minha vida foi meu amigo e com quem depois perdi contacto. E é  para mim,   e sem dúvida para muitos outros, sempre uma experiência hilariante quando reencontramos alguém.

O "destino" tem sido particularmente generoso comigo como sabes;  entre a meia dezena pessoas amigas que depois de dezenas de anos  reencontrei já,   de  vários conhecimentos/amizades feitos em Paris, Londres e Stuttgart , o melhor acontecimento foi reencontrar a que é  agora a minha esposa. Vilma Kcracun. Este  caso de  de tão invulgar  até levou o New York Times a escrever/contar  a "nossa história" para os seus leitores  em longo artigo  que foi depois reproduzido nos quatro cantos do mundo.

Aliado aos muitos "encontros organizados por antigos combatentes,  o teu/nosso  blogue tem proporcionado  a muitos de nós reencontrar   camaradas/amigos   de quem, não fora este blogue   talvez  nunca teríamos mais ouvido falar. No meu caso não só reencontrei velhos amigos, como o Lopes e  o Zagalo - recordas-te da campanha que foi para finalmente o encontrar? -   como  directa ou indirectamente vim a fazer novas amizades, hoje muito queridas para mim e que enriquecem agora tanto a minha vida!

Mas ainda há pessoas a quem ainda não consegui chegar e a quem não desisti reencontrar. Entre estas conta-se um indivíduo que fez o curso de cadetes em Mafra comigo. Deixa-me contar-te:

 Entrei para o quartel de Mafra  onde fiz a preparação de cadete em Janeiro de 1964.  A minha "memória de gato"  há  muito  perdeu  quase tudo:  Lembro o entrar: a fila; e o "exame"; lembro ter recebido um conjunto de "farda";  e, vagamente já,  o que foi depois durante seis meses  esse período de preparação… mas de resto pouco lembro já, incluindo os nomes dos meus colegas cadetes, excepto um, por um inesperado  acontecido mais tarde que te vou contar a seguir.

Recordo que o comandante/instrutor do meu pelotão era um alferes  de nome Cera;  e do capitão da Companhia não lembro muito,  excepto que pela sua apresentação sempre esmerada,  pela  "dedicação" e  exigências  sem o mínimo de desculpas fosse para o que fosse, nós o alcunhávamos de "tesão de mijo militar"…

Acabado o curso, feitos "aspirantes"  cada um seguiu o seu rumo. Eu fui parar à Guiné. E passados dois anos, em 1967,  regressámos a Portugal.  Eu resolvi ir "dar uma volta pela Europa" para aperfeiçoar línguas. O meu primeiro poiso  foi em Londres, onde iria a permanecer dois anos e onde voltei para casar em 1971  depois de ter feito estágios em  Paris e em Stuttgart.

Na minha primeira ida, de férias,   a Portugal um dia fui ao Porto; e de regresso a Lisboa,  tomei o comboio. Lembro que estávamos parados na estação de Vila Franca de Xira e eu vim ao corredor . E de repente vejo à minha frente o Luís Filipe…

Reconheci-o como  um antigo cadete de Mafra do meu pelotão: alto, magro, olhou para mim, cara e olhos esbugalhados… e só disse: "João Crisóstomo"!…. ao mesmo tempo que se agarrava a mim e me apertava com um abraço sufocante…

Quando ele me libertou e eu olhei  para ele, confuso e espantado, vi que as lágrimas  lhe caiam, ao mesmo tempo que dizia:  "Eh pá..., disseram-me que tinhas morrido na Guiné!"….  e então compreendi e fui eu que o abracei emocionado…

Sei que me convidou e fui  ao  Algarve com ele. Tenho a ideia de que ele era alentejano, mas que a família tinha  residências / quintas  no Algarve… onde passei um fim de semana com ele.

Depois voltei a Inglaterra e até hoje nunca mais soube dele. Quando a ocasião se apresenta,  tenho "perguntado" por ele… depois que entrei no teu/nosso blogue surgiu-me a esperança, mas até ao momento sem qualquer resultado: há lá vários nomes "Luís Filipe " , mas nada que me leve a agreditar que seja ele ( há um capitão, mas as datas não coincidem…); mesmo sem  fé no Facebook, já andei lá muitas vezes divagando/investigando  naquele labirinto, sempre perdido… 

Como vês os dados são poucos… mas às vezes o "destino"  acontece com ainda com menos  bases… Andei à procura de alguma coisa que pudesse ajudar  e encontrei o meu  primeiro "Bilhete de Indentidade", ( emitido em Mafra a 20 de Abril de 1964)  cuja foto junto.

E encontrei também uma velha agenda que junto  igualmente   ( eu tenho a mania de guardar "micheroquices" que me ajudam a lembrar e reviver o meu passado…) na qual eu apontei  os dados do dia da entrada em Mafra e o relato do nosso  primeiro dia (que por pura casualidade era o dia de S. João  Crisóstomo, como se pode ler na velha agenda).

João Francisco Crisóstom,o, soldado-cadete,
 EPI, COM, 20/4/1964
Menciono esta agenda porque nela eu escrevi,  no dia 26 de janeiro de 1964, Domingo:

"Às  16.00 cheguei a Mafra. Às 11.30 da noite dei entrada na E.P.I., Mafra. COM. 3ª Com. 5ª Pel.".


E na página seguinte está o horário e descrição das actividades desse nosso primeiro dia [, 27 de janeiro de 1964,], onde menciono ter chegado atrasado para o pequeno almoço e ter apanhado o meu primeiro raspanete…

6,15 - Levantar
7.10 - Pequeno almoço (atrasado) e 1º [raspanete]
7.35 - 1ª instrução
12.10 - 1º almoço (ótimo)
13.20 - Instrução da tarde
16.20 - Fim da instrução da tarde
19.00 - Jantar (ótimo)
21.30 - Cama

Talvez estas datas (o meu número de soldado cadete nº  1064/64 ); a data de emissão deste ID ( 20 de Abril de 1964) ;  como  eu e o Luís Filipe  pertencíamos ao mesmo pelotão ( 5º  pelotão da 3a Companhia) deste pessoal ingressado no dia 26 de Janeiro de 1964… Será que alguém tem alguma idéia de como "chegar" a algum arquivo militar com estes dados?  

Se fôr o caso, por favor digam-me. Muito dificilmente poderei ir pessoalmente  fazer alguma investigação, mas creio que através do velho telefone, apoiado com e-mails,  e o mais que for preciso, eu poderei chegar  a saber o nome completo do Luís Filipe, sua antiga  morada , e outros detalhes  que me permitam reencontrá-lo…

Um grande abraço. A Vilma esteve-me há pouco a lembrar que a não esquecesse num beijinho para a Alice também!

João C. (*)

2. Nota do editor LG:

João, como te disse uma vez o futuro cardeal patriarca de Lisboa, o João Policarpo, tu és um "berbequim", uma verdadeira força da natureza, persistente, teimoso, perseverante... Vamos, com a ajuda dos nossos camaradas da Tabanca Grande, e demais leitores, encontrar o teu amigo "Luís Filipe" (ou Felipe?)... A única coisa que eu  até agora descobri foi o nome do comandante do EPI do teu tempo, o que assinou o teu BI militar: era o cor inf Manuel Ribeiro de Faria... (, foi o dono da Máfrica, de 1963 a 1969).

Mas sobre o EPI e o COM tens muitos postes no nosso blogue. Dá uma vista de olhos a estes, para refrescar a tua "memória de gato" (**)... Sei que não desistirás facilmente, mais difícil foi encontrar, no Velho Mundo, a tua querida Vilma Kracun, ao fim de mais de 40 anos...

Bom dia 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Abraços e chicorações meus, da Alice e demais malta da Tabanca de Porto Dinheiro / Lourinhã, em particular o Joaquim Pinto Carvalho e o Jaime Bonifácio Marques da Silva, com quem me tenho encontrado na Lourinhã, nestes tempos de pandemia da COVID-19...
_____________

Notas do editor:
  
(*) Último poste da série > 5 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20943: Tabanca da Diáspora Lusófona (10): Notícias da pandemia de COVID 19, em Queens, Nova Iorque, e dos meus camaradas da CCAÇ 1439 (João Crisóstomo)

(**) Vd. postes de:

18 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13003: Mafra, EPI, COM: Instruções para os instruendos (Mário Vasconcelos): Parte I: Finalidade, Funcionamento, Provas de aptidão, classificação e Faltas

25 de abril de 2014 > Guiné 63774 - P13041: Mafra, EPI, COM: Instruções para os instruendos (Mário Vasconcelos): Parte II: Averbamentos; Serviço interno; (...); Salas de estudo; Comportamento; Saídas do quartel; Passaporte de dispensas ou licenças; Cartas de recomendação, pedidos feitos por interpostas pessoas, etc.. etc., [vulgo, "cunhas"].

28 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13055: Mafra, EPI, COM: Instruções para os instruendos (Mário Vasconcelos): Parte III :vi - Serviço interno; vii -Dispensas, pretensões; viii- Fardamento; ix - Uniformes, equipamento e armamento; x- Revista de saúde e curativos

2 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13355: Mafra, EPI, COM: Instruções para os instruendos (Mário Vasconcelos): IV (e última) Parte: A Máfrica como "total institution", no sentido sociológico forte do termo...

terça-feira, 5 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P20943: Tabanca da Diáspora Lusófona (10): Notícias da pandemia de COVID 19, em Queens, Nova Iorque, e dos meus camaradas da CCAÇ 1439 (João Crisóstomo)


Foto nº 1


Foto nº 2

Foto nº 1 > Nova Iorque > Queens >  O casal Crisóstomo: João e Vilma "Em 2016 encontramos na ponta de Sagres  no Algarve uma turista japonesa, especialista em museologia.  Ao ver-nos procurou-nos para uma informação e entabulamos conversa.  
De evidente vasta cultura e  de maneiras cativantes,  acabamos por passar o dia visitando lugares de interesse comum  e ao fim do dia era como se nos conhecêssemos de sempre. Desde então pelo Natal e em outras ocasiões  trocamos mensagens.
 E agora, ao ter conhecimento da situação aflitiva em Nova Iorque, quis ajudar:   acabamos de receber meia dúzia de máscaras, feitas à mão em sua casa … para que nos protejamos bem do virus convid-19. Amizade e Solidariedade! "

Foto nº 2 >  Nova Iorque > Queena > O   João Crisóstomo, confinado, com barba de quinze dias


Foto nº 3 | A dos Cunhados, Torres Vedras > Festa da famílias Crisóstomo  ë  Crispim, 15 de outubro de 2013 > O JúlioPereira e o João Crisóstomo


Foto nº 4 > Associação de Desenvolvimento de Paradas, Paradas, A dos Cunhados, Torres Vedras - Festa da famílias Crisóstomo >  Crispim  > 15 de outubro de 2013 > João Crisóstomo, camaradas e amigos. O Júllio Pereira e a esposa, Elisa são o casal da ponta direita...  Na fila de detrás, reconhecem.se os nossos camarada Eduardo Jorge Ferreira (recentemente falecido),  Jaime Silva e Luís Graça na primeira fila, à esquerda, o João Crisóstomo, um primo, a Alice Carneiro e a Dina (esposa do Jaime).

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2020) Todos os direitos reservados. 
[Edição e legendagem comlementar: Blogue Lu+is Graça & Camaradas da Guiné]


I. Mensagem do nosso camarada e amigo João Crisóstom [, luso-americano, natural de Torres Vedras, conhecido ativista de causas que muito dizem aos portugueses (Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes); Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona; ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67); vive desde 1975 em Nova Iorque, em Queens; é casado, desde 2013, com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracuna.

Date: quinta, 23/04/2020 à(s) 03:24
Subject: De Nova Iorque
  
Meus caros,
  
1. Não sei se se lembram  do Júlio Pereira; pelo menos o Luís Graça deve-se lembrar bem dele: vd. poste P12456: Júlio Martins Pereira, sold trms, CCAÇ 1439 (Enxalé, Missirá e Porto gole, 1965/67), grã -tabanqueiro no. 635.  (*).

Ele foi a várias reuniões da CCAÇ  1439 e outras,  inclusive a uma nas  Paradas, Torres Vedras, que eu  organizei para os meus familiares, mas para a qual convidei os camaradas da Guiné; e alguns, para grande satisfação minha,  apareceram mesmo.  Mantenho-me em contacto frequente com ele, pois que as circunstâncias da vida nos aproximaram:  viemos ao mundo no mesmo dia (22 de Junho 1944); depois na Guiné,  além de pertencermos à mesma companhia, sofremos cada um a sua emboscada no mesmo dia, embora em lugares diferentes; e outras "coincidências",  como tantas  sucede sem sabermos a razão. 

Estranhei que, de há tempos para cá,  eram menos frequentes as suas mensagens pelo Facebook, que a minha esposa segue mais do que eu e de que me dava sempre  conhecimento. Finalmente obtive notícias frescas por vídeo WhatsApp   com a Elisa,  sua esposa: estiveram ambos internados no hospital, vítimas desta famigerada Covid-19 e estão ambos em franca recuperação. O caso dela foi mais leve e  depois de uns dias no hospital voltou a casa onde leva a sua vida quase normal. O  caso do Júlio  foi mais complicado e  perdeu bastante peso; mas  acaba de ter alta  do hospital e já se encontra  também  na sua casa. Embora ainda confinado ao seu quarto e   ainda sem o contacto normal  com os filhos, netos e amigos que da sua casa fazem local de reunião e convívio semanal  a que está acostumado,  está em bons espíritos  e  determinado a vencer também esta luta.   O seu  rosto e o sorriso na foto que a Elisa  me mandou  são de quem sabe  ter agora a carta/trunfo na sua mão. 

Força, Júlio! Estamos contigo!

2. Este caso do Júlio Pereira levou-me a  fazer uma dúzia  telefonemas  para saber de  outros "Camaradas da Guiné' (, refiro-me  aos meus colegas da CCAÇ 1439),  a maioria dos quais, "não sei porque cargas d' água", não fazem parte da nossa Tabanca…  E é pena… eu de vez em quando bem lhes falo no nosso blogue, mas para frustração minha (e para me  confirmar as minhas poucas habilidades persuasivas) não consegui convencer ninguém a pegar na caneta e a  pôr em papel  as vivências  de que a gente fala e lembra dos nossos tempos na Guiné quando nos encontramos. 

Ainda bem que o  Henrique Matos e o Beja Santos,  com as suas apreciadas e abundantes  recordações  relacionadas com  esta "minha" companhia CCAÇ 1439,  relatadas para a posteridade neste nosso blogue, a que modéstia aparte   junto a minha parte também,  de alguma maneira  compensam, embora parcialmente, evidentemente,   esta  lacuna.

Para os camaradas que por acaso  tenham encontrado alguns destes  em algum  convívio ou os conheçam, posso  informar que, salvo por algumas "mazelas  da idade" que de uma maneira ou outra  e em algum degrau  todos sofremos, os encontrei a todos bem.  "Bem" não é bem assim! … "mais ou menos" será  mais exacto dizer  ... porque verifiquei sem surpresa que  todos e cada um deles eles estavam tão preocupados  como eu  e, devido crédito lhes seja dado,  nenhum teve sequer ideia de o negar ou disfarçar… 

 Falei com o Freitas na ilha da  Madeira; e depois com  o Sousa , o Teixeira, o Geraldes, o Verdasca, o Neiva, o Agostinho  de Marrazes, o Pimentel…e a todos pude dar um "abraço à distância", abraço esse  que a maioria me pediu para partilhar com quem eu pudesse. Aqui está esse abraço de e para todos,  portanto.

Notei porém que o  sentido de "aquartelamento  forçado" não era   tomado  por todos com a mesma resignação…Eu infelizmente conto-me entre aqueles , a quem só falta pôr "fita -cola  gigante" à volta das portas e janelas para que o malvado  do coronavirus nem pelas  frinchas  possa entrar…: o Henrique Matos confessava passar horas agarrado à sua música "para ajudar a "despairecer"; e   só pude falar com a esposa do  Leitão (Mafra), pois que este valentão se encontrava no pomar a tratar do milho. 

O mesmo sucedia com o Figueiredo a quem a esposa foi chamar para ele vir falar comigo….  Com este Figueiredo  nunca esqueço de lembrar e reviver o dia em que, estando ele a conduzir,  fomos  projetados   por uma mina  anticarro; esta por acaso não era muito potente( ou destinava-se talvez a um unimog e a nossa viatura, se recordo bem,   era uma   GMC bem pesada;     porque iamos  na parte da frente, tirando o grade salto inesperado ,   nada nos sucedeu; menos sorte porém tiveram os que vinham atras,   que  tiveram que ser  evacuados de helicóptero para Bissau.  

Entre estes estava o médico do Batalhão,  o Dr. Francisco Pinho Costa,  que seguia nesta coluna, e e  a quem também chamei e falei  logo a seguir. É que nunca esqueço a coragem e sangue frio deste nosso camarada médico: projectado também, ao "voltar  das alturas" partiu ambas as pernas ao bater no chão ; mas ao ver que outros precisavam da sua assistência (e  recordo que um deles -- não lembro se era perna ou braço tinha o  osso partido em exposição), apenas disse da sua condição e da necessidade de ser evacuado , depois de ter prestado os serviços que as circunst^^ancias lhe permitiam. 

Até hoje,-- e já lá vão 54 anos—ainda nunca o encontrei pessoalmente; foi este Figueiredo que a meu pedido o "encontrou". Espero com muita antecipação o poder dar -lhe o abraço que ocasiões e situações assim pedem e  exigem.  Já tínhamos programado encontro para  Outubro deste ano; mas agora com esta praga de  vírus… vamos a ver.

3. No que nos  diz respeito… pouco a contar. Sigo as notícas daí pelo  Público, Expresso, Badaladas e  de vez em quando pela RTP Internacional.   As notícias do resto  do mundo…tento segui-las  onde posso (BBC, e outros), piois que estes americanos têm a mania de só falarem deles e neste momento pouco de bom podem dizer.  "Valha-nos Deus que bem pode", como dizia a minha mão em momentos de aflição. 

 Contrariando tudo o que me apetecia fazer, passamos  também o dia 20 de Abril fechados em casa, celebrando  o 7º aniversário  do nosso casamento … sem fazer nada. Levantei-me cedo para ir comprar   um ramo de flores  para a Vilma, mas quem apanhou surpresa fui eu, pois o carro,  de há  semanas parado,   tinha perdido a bateria!…  Para ajudar a " levantar  o moral"   disse à Vilma que ia fazer a barba, coisa que eu não fazia já há duas semanas, ao que ela acedeu com a condição de me tirar uma foto para  recordação e prova da  preguicite aguda que nos tem afligido… E agora , como vêem já estou  "normal' outra vez … Aqui está  a  prova… Como a Vilma não é de cervejas,— ninguém é perfeito! - e não podemos ser iguais em tudo!--- eu  até me permiti um copo de tinto  para a acompanhar…    

Abraço a vocês os  dois e aos vossos queridos, de nós dois (**).
João e Vilma
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 16 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12456: Tabanca Grande (415): Júlio Martins Pereira, sold trms, CCAÇ 1439 (Enxalé, Missirá e Porto Gole, 1965/67), grã-tabanqueiro nº 635

(**) Último poste da série >  9 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20835: Tabanca da Diáspora Lusófona (9): Um duplamente sentido abraço de Páscoa, em plena pandemia de COVID-19, mas já a pensar no nosso próximo encontro em outubro, em Ribamar, Lourinhã, e no Convento do Varatojo, Torres Vedras (João Crisóstomo, Nova Iorque, Queens)