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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6790: Notas de leitura (135): Rui Patrício: A vida conta-se inteira, de Leonor Xavier (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Julho de 2010:

Queridos amigos,
É verdade que Rui Patrício não está a fazer história, confia o seu testemunho, não tem todos os documentos à mão, é forçado a fiar-se na sua memória. Mas há enormidades que devemos evitar, a todo o custo ou então devemos renunciar ao testemunho, se ficámos incomodados com a substância dos nossos actos, quer como políticos quer como militares.
Não dá para perceber qual é a imagem que o Rui Patrício pretende dar daquilo que hoje se sabe que foram disparates e até pazadas de cal para o regime a que ele ainda hoje se mantém fiel.


Um abraço do
Mário


Rui Patrício e a Guiné

por Beja Santos

Rui Patrício foi ministro dos Negócios Estrangeiros de Marcello Caetano, já tinha experiência governativa quando chegou às Necessidades, viveu em cheio os acontecimentos diplomáticos que se prendem com a guerra de África. Resolveu agora contar a sua vida à jornalista e escritora Leonor Xavier (“Rui Patrício, a vida conta-se inteira”, por Leonor Xavier, Círculo de Leitores e Temas e Debates, 2010).

Como é óbvio, as notas que se seguem circunscrevem-se a matérias relacionadas com a Guiné.

Estava Rui Patrício como subsecretário do Fomento Ultramarino quando foi à Guiné, na Primavera em 1966. Ele escreve a visita desta
maneira:

 “A Guiné era uma província pequena, que os movimentos de libertação, a que chamávamos terroristas, cercavam e atacavam através do Senegal e da Guiné Conacri. Sempre foi a mais difícil de defender. Estive em Bissau e depois fomos a Catió, no interior. O Schultz não me acompanhou nesse dia e fui num avião de quatro lugares. Havia uma pequena pista no meio do mato e era preciso ter cuidado, especialmente perto das fronteiras. Mas nesse dia, quando eu ia voltar para Bissau, depois de uma manhã de trabalho, houve um problema com a porta do avião quando ia descolar e já estava no final da pista. Eu ia sentado ao lado do piloto, fiz-lhe um sinal, ele travou e o avião tocou com a asa no chão. Ficámos ali a tarde toda, com um calor terrível.

Noutro dia, fui também com o director-geral do Ensino a Madina do Boé”.

Rui Patrício passa a titular da pasta dos estrangeiros a 15 de Janeiro de 1970. Relata que logo no início do seu mandato houve que dar resposta aos incidentes no Senegal. Diz ele:

“A província de Casamansa, devido a conflitos tribais tinha sido sempre um factor de instabilidade para o governo do Senegal. O PAIGC, embora contasse sobretudo com o apoio da Guiné-Conacri, agia também a partir de Casamansa.

"Em reacção aos ataques que dali vinham, o Spínola, por vezes, mandava bombardear localidades situadas em Casamansa. Os Senegaleses queixavam-se aos Franceses... a nossa conduta poderia afectar grandemente as nossas relações com a França”. 

Não deixa de referir que se encontrou com o ministro dos Negócios Estrangeiros com o Senegal e que conhecia as iniciativas de Spínola para encontros com o Senghor.

Temos depois a repercussão internacional da ida a Conacri, graças à operação Mar Verde. Leonor Xavier pergunta-lhe se ele sabia que tinha havido a invasão, ao que ele responde:

“Trata-se de um assunto que ficou sempre mal esclarecido e muito controverso... Há hoje livros publicados sobre o assunto. Li neles que teria sido uma operação realizada pelos comandos portugueses chefiados pelo Alpoim Calvão”.

Leonor Xavier aborda-o frontalmente sobre as conversações de Londres, que se realizaram em Março de 1974, do lado português estava o diplomata Vilas Boas, a delegação do PAIGC era encabeçada por Vítor Saúde Maria. Fala no cessar-fogo e na independência. Rui Patrício procura esclarecer:

 “O embaixador do Reino Unido em Lisboa veio dizer que o Foreign Office se dispunha a esclarecer, com a maior discrição, um contacto com o PAIGC. A nossa orientação nunca foi a de ter conversas por via diplomática com os movimentos de libertação. Porquê? Por várias razões.

"Primeiro, porque isso seria reconhecer internacionalmente os movimentos de libertação. A via diplomática é a via de representação do Estado português no exterior, junto de organismos internacionais e de outros estados. Portanto, negociar pela via diplomática com os movimentos de libertação seria o mesmo que atribuir-lhes personalidade internacional e, assim, oficializar e legitimar todos os apoios que organismos internacionais, nomeadamente a ONU, e outros estados dessem ao PAIGC”. 

Leonor Xavier continua a insistir, dado que a resposta do antigo ministro é redonda e etérea: mas porque é que admitiu esse contacto e mandou o diplomata Villas-Boas ir encontrar-se com o PAIGC em Londres? E vem a resposta:

“Primeiro, porque foi uma missão puramente exploratória. Depois, e a verdade é esta, todas as questões doutrinárias e todas as teorias, de vez em quando, têm de mudar perante as realidades. A realidade na Guiné era extremamente complicada. A guerra tinha atingido patamares muito difíceis e, portanto, era possível que tivesse de ser encarada uma solução diferente na Guiné. Portanto, foi chamado o embaixador, com o conhecimento meu e do Conselho, sem mais ninguém saber, para um contacto exploratório em Londres. Depois voltou, mas aconteceu o 25 de Abril”.

Rui Patrício mostra-se céptico sobre a hipótese de Marcello Caetano preferir uma derrota militar na Guiné e afirma:

“Nunca ouvi dizer isso, e o facto de até admitir esse contacto com o PAIGC seria porque preferia evitar precisamente qualquer coisa que fosse uma derrota militar”.

Leonor Xavier diz na introdução que Rui Patrício mantém a mesma absoluta fidelidade ao regime que serviu e aos governos que integrou, no seu tempo de governação. Poderá ser. O que não obsta que se questione se entre a fidelidade e a integridade intelectual não deve haver consistência e se a distância entre o mando, no pretérito, e a verdade dos factos, hoje conhecidos, não deve obrigar a testemunhar com rigor e probidade. Não é admissível que o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros venha dizer que o PAIGC cercava a província da Guiné e atacava do exterior. Especule-se quanto à implantação do PAIGC no interior do território, não havia ninguém que não soubesse que o movimento de libertação estava de pedra e cal, tinha as suas bases, o seu apoio populacional, etc.

Para quê fazer propaganda, agitando a maquinação soviética e os ataques a partir do exterior? Já não querendo questionar o que leva um membro do governo a ir com um director-geral do Ensino a Madina do Boé, fica-se estupefacto quando se lê que o Dr. Rui Patrício, ministro dos Negócios Estrangeiros, acerca do ataque a Conacri, que ele disse na televisão portuguesa ter sido uma mentira, vem agora reiterar que nada sabia quando há provas que Marcello Caetano deu luz verde ao ataque a Conacri, tal como ele se desencadeou. Uma coisa é ter desmentido na época, outra coisa é vir declarar agora que faz leituras sobre a operação chefiada por Alpoim Calvão. É caricato demais para as funções que exerceu, inaceitável que possa dizer que não é capaz de confirmar que foram os portugueses a fazer a invasão de Conacri.

Há que reconhecer que o regime de Caetano teve uma vida tumultuosa nos seus últimos meses de vida, viveu-se o descontrolo de medidas totalmente opostas às declarações oficiais. Já em 1995 Rui Patrício dera a saber que houvera conversações em Londres com o PAIGC. O regime caiu arredado nas suas contradições, abandonado pelos seus antigos apoiantes. Mas vir dizer que tinha de ser encarada uma solução diferente na Guiné sem ser capaz de enunciar os trâmites dessa solução, também não deixa hoje de ser surpreendente.

Penso que Rui Patrício está a prestar um grande serviço narrando factos da nossa história recente com uma candura espantosa e ao arrepio da verdade histórica. Afinal, o regime inventou as suas próprias fábulas e as derradeiras figuras ou acreditam no mundo em que viveram ou revelam-se coerentes na argumentação que sabem estar falseada e que nós sabemos. Basta ver o que ele diz sobre a Guiné que todos conhecemos.
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 25 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6782: Notas de leitura (134): Invenção e Construção da Guiné-Bissau, de António Duarte Silva (Mário Beja Santos)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6424: E as Nossas Palmas Vão Para... (4): O Município de Vila Nova de Famalicão no Dia Internacional dos Museus, a que se associaram dez museus, públicos e privados, incluindo o Museu da Guerra Colonial

1. Excerto de notícia publicada no Portal do Município de Vila Nova de Famalicão: 

Cultura > Dez museus celebram Dia Internacional com programa diversificado
13-05-2009

Dez espaços museológicos públicos e privados do concelho de Vila Nova de Famalicão uniram-se para celebrar o Dia Internacional dos Museus, que se assinala no próximo dia 18 de Maio, sob o lema “Museus e Turismo”.

“É o programa de comemorações do Dia Internacional dos Museus mais diversificado de sempre e também aquele que regista a maior participação dos museus de Famalicão”, conforme salientou o presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Armindo Costa, na apresentação do programa.

As comemorações, que arrancam já no próximo sábado, dia 16, e decorrem até dia 30, incluem diversas iniciativas como visitas guiadas aos espaços em roteiros de autocarro (serviço gratuito assegurado pelo município), peças de teatro, workshops, recitais de poesia, oficinas de escrita criativa e ateliês para crianças, entre outras.
Para Armindo Costa, “a grandeza e a qualidade das iniciativas previstas não acontecem por acaso”. E explicou: “Acontecem porque os museus famalicenses são espaços de memória viva, com actividade permanente, que fazem de Famalicão um exemplo nacional na preservação e dinamização dos seus espaços museológicos”.

Neste âmbito, segundo o autarca, hoje, Famalicão afirma-se no panorama cultural nacional através do trabalho desenvolvido na Casa-Museu de Camilo, que foi eleito “Melhor Museu Português”, em 2006, mas também através das actividades promovidas no Museu Bernardino Machado, dedicado ao antigo Presidente da República, no Museu do Surrealismo, no Museu da Indústria Têxtil e no Museu dos Caminhos-de-Ferro, entre outros.

“Estamos a falar de espaços de memória viva.” “Espaços que fazem de Famalicão uma terra das artes e da cultura” referiu o edil, salientando o “trabalho realizado pela Câmara Municipal, mas também a capacidade de iniciativa dos agentes culturais locais, de que os responsáveis pelos museus particulares são um bom exemplo”. (...)
 
Esta iniciativa  merece o nosso aplauso (*). Os museus do concelho de Famalicão que participam nas comemorações do Dia Internacional são os seguintes: 

Casa-Museu Camilo Castelo Branco; 
Museu Bernardino Machado; 
Museu Ferroviário; 
Museu da Indústria Têxtil; 
Museu da Fundação Cupertino de Miranda; 
Museu de Cerâmica da Fundação Castro Alves; 
Museu de Arte Sacra de S. Tiago de Antas; 
Museu de Arte Sacra da Capela da Lapa; 
Museu do Automóvel Antigo; 
Casa-Museu Soledade Malvar; 
Museu Cívico, Cultural e Religioso de Mouquim.

2. Museu Guerra Colonial > Delegação local da ADFA

A história deste museu remonta ao ano lectivo de 1989/90, quando três dezenas de alunos,  oriundos de várias freguesias dos concelhos de Vila Nova de Famalicão, Barcelos e Braga,  participaram no projecto pedagógico-didáctico  "Guerra Colonial, uma história por contar". 

Através da metodologia da história de vida oral,  os alunos recolheram o espólio dos combatentes das suas áreas de residência. Surgiram então vários documentos como processos por morte e ferimentos em combate,  correspondência (cartas e aerogramas), histórias de unidades, diários pessoais, diários de acção social e psicológica, relatos e processos confidenciais, objectos de arte, fotografias, bibliografias, objectos religiosos, fardamento, armamento, etc. enfim todo um rico e diversificado manancial de fontes que permitiu, entre outras coisas, organizar uma exposição e nela reconstruir as "peugadas" do combatente português na guerra colonial (1961/74)

Em 1992, iniciou-se um trabalho de colaboração com a Delegação da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) de Vila Nova de Famalicão.Foram efectuados novos estudos regionais com base nos arquivos e membros desta organização. Foi ampliada a exposição com a integração de nova documentação e  materiais.   A exposição integrou diversos eventos culturais e percorreu várias localidades.
Por fim,  em Maio de 1998, foi celebrado um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Delegação da ADFA de Famalicão e Externato D. Henrique de Ruilhe de Braga, formalizando a criação do Museu da Guerra Colonial.

"O Museu rege-se pela recolha, preservação e divulgação de fontes e estudos, reformulação técnica da exposição permanente, constituição de um centro documental e o alargamento de novos estudos na região".

Localização: 
Centro Coordenador de Transportes, 
Sala 1, 
Rua Henriques Nogueira, 
4760-038 Vila Nova de Famalicão

Ingresso: Entrada Livre 
Horário: De 2ª a 6ª feira,  09h30 - 12h00 e 14h00 - 19h00
(Sábado, só com marcação prévia)
Contactos: Tel. 252 322848 e 252 376323
E-mail: info@adfa-famalicao.rcts.pt 
Sítio: Delegação local da ADFA 

________________

Nota de L.G.:

(*) Último poste desta série > 24 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 – P5005: E as Nossas Palmas Vão Para... (3): Medalha de Prata de Serviços Distintos, com Palma (José Martins)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Guiné 63/74 - P6050: Vidas Lusófonas: 19 mulhões de visitas,

1. Mensagem que nos chegou através do Jorge Teixeira (Portojo), enviada por Fernando Correia da Silva, por altura do Natal de 2009:

 Assunto - Vidas Lusófonas


Internautas, caros Amigos,

Sim, é verdade, já recebemos mais de 19 milhões de visitas e verificámos ser possível conviver com os grandes vultos do nosso passado comum. É obra! Na lista abaixo, é só clicar sobre os respectivos nomes e eles irão sentar-se à vossa mesa para festejar o Natal e o Novo Ano que vem aí... E festejar será sinónimo de aplaudir e louvar, ou de franzir o sobrolho e vaiar, depende tudo da vossa apetência, festa rija, festa brava...

Feliz Natal e excelente 2010 para todos vós! - são os votos da equipa de

VIDAS LUSÓFONAS

http://www.vidaslusofonas.pt/

Quem vos leva o nosso abraço é o coordenador do site: Fernando Correia da Silva

LISTA DAS 128 VIDAS LUSÓFONAS, DISPOSTAS A FESTEJAR CONVOSCO O NATAL E A PASSAGEM DE ANO,  POR ORDEM ALFABÉTICA

Abreviaturas:

Ang - Angola
Br - Brasil
C V - Cabo Verde
G-B - Guiné-Bissau
Moç - Moçambique
P - Portugal


A FERREIRINHA (P) - Vinhateira (1811 – 1896), apresentada por Fernando Correia da Silva

AFONSO, JOSÉ (P) - Cantautor (1929-1987), apresentado  por Carlos Loures

AFONSO HENRIQUES (P) -Fundador da nação portuguesa (1109 - 1185), apresentado por Angela Dutra de Menezes.

AGUIAR, TEODORO FERREIRA (P) - Cirurgião, Militar, Diplomata (1769-1827), apresentado por Carlos Vieira Reis

ALBUQUERQUE, LUÍS DE (P) - Matemático e historiador português (1917 – 1992), apresentado por Carlos Loures

ALEIJADINHO (Br) - Escultor (1730? - 1814), apresentado por Cristina Vaz.

ALEIXO, ANTÓNIO (P) - Poeta (1899 - 1949), apresentado por Fernando Correia da Silva.

ALENCAR, JOSÉ DE (Br) - Escritor (1829 -1877), apresentado por Edmar Bernardes DaSilva

ALMEIDA, BRITES DE (P) - Padeira de Aljubarrota (1350 ? - ?), apresentada por Fernando Correia da Silva.

ALMEIDA, FIALHO DE (P) - Escritor português (1857 – 1911), apresentada por Carlos Loures

ALVES, CASTRO (Br) - Poeta (1847 – 1871), apresentado por Fernando Correia da Silva.

ANCHIETA, JOSÉ DE (P) - Missionário (1534 – 1597), apresentado por Fernando Correia da Silva

ANDRADE, MÁRIO DE (Br) - Escritor modernista brasileiro (1893 - 1945),  apresentado por Lúcia Helena Vianna .

ANDRADE, MÁRIO PINTO DE (An) - Escritor e político angolano (1928 - 1990),  apresentado por Fernando Correia da Silva. .

ANJOS, AUGUSTO DOS (Br) - Poeta (1884 – 1914),  apresentado por Paulo Vieira

ASSIS, MACHADO DE (Br) - Escritor (1839 - 1908), apresentado por Hélio Pólvora.

AZEVEDO, GUILHERME (P) - Poeta, dramaturgo e jornalista (1839 – 1882),  por Carlos Loures

BANDARRA (P) - Poeta popular, profeta (1500? - 1556), apresentado por Francisco Moreno de Carvalho.

BANDEIRA, MANUEL (Br) - Poeta (1886 - 1968), apresentado por Yudith Rosenbaum.

BARBOSA, ADONIRAN (Br) - Sambista (1910 - 1982),  apresentado por Oswaldo Martins

BOCARRO, MANOEL (P) - Médico judeu-português (1593 - 1662), apresentado por Francisco Moreno de Carvalho.

BOMBARBA, MIGUEL (P) - Médico e Político (1851 - 1910), apresentado por José Brandão

BRANDÃO, RAUL (P) - Escritor (1867 - 1930) , apresentado por Carlos Loures.

 CABRAL, AMÍLCAR (G-B) - Libertador (1924 - 1973), apresentado pro Carlos Pinto Santos.

(...) 1924, 12 de Setembro: Nasce em Bafatá, Guiné - 1932: Vai para Cabo Verde - 1943: Completa no Mindelo o curso liceal- 1944: Emprega-se na Imprensa Nacional, na Praia - 1945: Com uma bolsa de estudo, ingressa no I. S. Agronomia, em Lisboa - 1950: Termina o curso e trabalha na Estação Agronómica de Santarém - 1952: Regressa a Bissau, contratado para os S. Agrícolas e Florestais da Guiné - 1955: O governador impõe a sua saída da colónia; vai trabalhar para Angola; liga-se ao MPLA - 1956: Criação em Bissau do PAIGC - 1960: O Partido abre uma delegação em Conacri; a China apoia a formação de quadros do PAIGC - 1961: Marrocos abre as portas aos membros do Partido - 1963, 23 de Janeiro: Início da luta armada, ataque ao aquartelamento de Tite, no sul da Guiné; em Julho o PAIGC abre a frente norte - 1970, 1 de Julho: O papa Paulo VI concede audiência a Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Marcelino dos Santos; 22 de Novembro: O governador da Guiné-Bissau decide e Alpoim Calvão chefia a operação de "comando" "Mar Verde" destinada a capturar ou a eliminar os dirigentes do PAIGC sediados em Conacri: fracasso! - 1973, 20 de Janeiro: Amílcar Cabral é assassinado em Conacri. (..,)

 CABRAL, PEDRO ÁLVARES (P) - Descobridor (1467? - 1520?), apresentado por Fernando Correia da Silva.

CABRAL, SACADURA (P) - Aviador (1881 - 1922), apresentado por João Sodré.

CABRAL, VASCO (G-B) - Guineense, um dos líderes do PAIGC (1926 - 2005), apresentado por Fernando Correia da Silva.

(...) Em 1926 VASCO CABRAL nasce em Farim, no norte da Guiné-Bissau. - 1949: Participa, activamente, na campanha de Norton de Matos, candidato da Oposição anti-salazarista à presidência da República Portuguesa. - 1950: Conclui, em Lisboa, o curso de Ciências Económicas e Financeiras. - 1953: Em Bucareste, participa no IV Festival Mundial da Juventude; é preso ao regressar a Lisboa e só é libertado cinco anos depois. - 1956:Amílcar Cabral funda, em Bissau, o PAIGC, Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde. - 1957: Em Pidjiguiti, porto de Bissau, a tropa colonialista massacra 50 marinheiros e estivadores que reclamam aumento de salários. - 1961: Militante comunista, em Portugal Vasco Cabral passa à clandestinidade. - 1962: Numa fuga organizada pelo PCP, Vasco Cabral, juntamente com o angolano Agostinho Neto, de barco alcança Tânger. Ruma para o sul e vai procurar Amílcar Cabral para aderir ao PAIGC e lutar pela independência da Guiné-Bissau. - 1963: Início da luta armada na Guiné-Bissau. - 1973: A 20 de Janeiro, um bando de militantes do PAIGC, manipulado pela tropa colonial portuguesa, em Conakry assassina Amílcar Cabral. Vasco Cabral escapa por um triz ao atentado e não desistirá de perseguir os assassinos até conseguir a sua execução. - 1974: Em Portugal, a 25 de Abril, o MFA (Movimento das Forças Armadas) derruba o governo de Marcelo Caetano, sucessor de Salazar; no mesmo ano Portugal reconhece a independência da Guiné-Bissau, cujo primeiro presidente será Luís Cabral, irmão de Amílcar. - 1975: Portugal reconhece a independência de Cabo Verde, cujo primeiro presidente será Aristides Pereira. - 1980: Nino Vieira dá um golpe de Estado; o presidente Luís Cabral vai desterrado para Lisboa. Vasco Cabral não se opõe ao golpe. - De 1974 a 2004: Vasco Cabral, no Governo guineense, é ministro da Economia e Finanças, coordenador de Economia e Planeamento, ministro de Estado da Justiça e membro do Conselho de Estado. Será também vice-presidente da República. - 2005: A 24 de Agosto Vasco Cabral morre em Bissau. (...)

CAMÕES, LUÍS DE (P) - Poeta (1524? - 1580?), apresentado por Mirna Queiroz.

CARAÇA, BENTO DE JESUS (P) - Matemático, professor, político (1901- 1948), apresentado por
Leonor Lains.

CARAMURU (P) - Descobridor DIOGO ÁLVARES CORREIA, (1476 –1557), apresentado por Fernando Correia da Silva.

CARLOS I (P) - “O Martirizado” Rei de Portugal (1863 - 1908), apresentado por José Brandão

CASTEL-BRANCO, JOAN ROIZ (P) - Trovador (segunda metade do século XV), apresentado por Fernando Correia da Silva.

CASTRO, INÊS DE (P) - A paixão fatal d’el-Rei D. Pedro  (1325? - 1355), apresentada por Fernando Correia da Silva

CASTRO, ROSALÍA DE (G) - Poetisa Galega (1837 - 1885), apresentada por Carlos Loures

CORREIA, ROMEU (P) - Atleta e escritor (1917 - 1996), apresentada por Fernando Correia da Silva

COVILHÃ, PÊRO DA (P) - Viajante, espião: 1450 (?) - 1530 (?), apresentado por Fernando Correia da Silva

CRUZ, OSVALDO (Br) - Médico, cientista (1872 - 1917), apresentado por Fernando Correia da Silva

CRUZ E SOUSA (Br) - Poeta (1861 - 1898), apresentado por Marise S. Hansen

CUNHA, EUCLIDES DA (Br) - Escritor (1866 - 1909), apresentado por Maria Consuelo Cunha Campos

CUNHAL, ÁLVARO (P) - Político, escritor, artista plástico, resistente e dirigente comunista (1913-2005), apresentado por José Brandão

DELGADO, HUMBERTO (P) - Militar e político (1906 - 1965), apresentado por Rolando Galvão.

DIAS, BARTOLOMEU (P) - Navegador (1450?-1500), apresentado por Fernando Correia da Silva

DIAS, FERNÃO (Br) - Bandeirante (1608 - 1681), apresentado por Mirna Queiroz.

DUMONT, SANTOS (Br) - Pioneiro da aviação (1873 - 1932), apresentado por Carlos Loures.

DUQUE DE CAXIAS (Br) - Patrono do Exército Brasileiro (1803 – 1880), apresentado por Creusmar Pereira de Almeida

DRUMMOND DE ANDRADE, CARLOS (Br) - Escritor (1902 - 1987), apresentado por  Maria Consuelo Cunha Campos

ESPANCA, FLORBELA (P) - Poeta (1894 - 1930), apresentada por Rolando Galvão.

FERREIRA, JOSÉ GOMES (P) - Poeta (1900- 1985), apresentada por Carlos Loures.

FRANCO, JOÃO (P) - Primeiro-ministro da monarquia (1855 – 1929), apresentada por José Brandão

GAMA, VASCO DA (P) - Descobridor, guerreiro (1461? - 1524), apresentado por Fernando Correia da Silva.

GÓES, DAMIÃO DE (P) - Escritor, humanista (1502 - 1574), apresentado por Orlando Neves.

GOMES, GUALDINO (P) - Intelectual português (1857 - 1948), apresentado  por Carlos Loures

GOMES, SOEIRO PEREIRA (P) - Escritor, político (1909 - 1949, apresentado  por João Machado

GONZAGA, CHIQUINHA (Br) - Compositora e maestrina brasileira (1847-1935), apresentada por Camila V. Frésca

GRAÇA, FERNANDO LOPES (P) - Músico/compositor (1906-1994), apresentado por Leonor Lains.

GUSMÃO, BARTOLOMEU DE (P) -Inventor do Aeróstato(1685 – 1724), apresentado por Fernando Correia da Silva. .

HOUAISS, ANTÔNIO (Br) - Dicionarista (1915 – 1999), apresentado por Ivan Costa-Pinto.

INFANTE D. HENRIQUE (P) - Impulsionador dos descobrimentos portugueses (1394 - 1460), apresentado por Fernando Correia da Silva

INFANTE D. PEDRO (P) - Regente de Portugal (1392 - 1449), apresentado por Fernando Correia da Silva.

JOÃO I (P) - Libertador, estadista (1357 - 1433), apresentado por João Sodré.

JOÃO II (P) - Estadista, impulsionador dos Descobrimentos (1455 - 1495), apresentado por Carlos Loures.

LAMAS, MARIA (P) - Jornalista, activista política e cívica, escritora portuguesa (1893 - 1983), apresentada por João Machado

LAPA, MANUEL RODRIGUES (P) - Linguista (1897 - 1989), apresentado por Carlos Loures e José Ferraz Diogo

LEIRIA, MÁRIO-HENRIQUE (P) - Escritor (1923 – 1980), apresentado por Fernando Correia da Silva

LISPECTOR, CLARICE (Br) - Escritora  (1920 - 1977), apresentada por Rachel Gutierrez.

LOBATO, MONTEIRO (Br) - Escritor (1882 - 1948), apresentado por Fanny Abramovitch.

LOPES, FERNÃO (P) - Cronista (1380 ? - 1460?), apresentado por Carlos Loures.

LUSITANO, AMATO (P) - Judeu português, médico e escritor (1511 - 1568), apresentado por Carlos Vieira Reis

MACHADO, JOSÉ PEDRO (P) - Filólogo, arabista (1914 – 2005), apresentado por Carlos Loures

MAGALHÃES, FERNÃO DE (P) - Descobridor (1480? - 1521), apresentado por Fernando Correia da Silva.

MAIA, SALGUEIRO (P) - Militar, capitão de Abril (1944 -1992), apresentado por Carlos Loures.

MARQUES, HELENA (P) - Romancista (Nascida em 1935), apresentada por Mónica Rector

MENDES, SOUSA (P) - Diplomata (1885 - 1954), apresentado por Fernando Correia da Silva.

MANUELINHO (P) - Louquinho da cidade de Évora (patriota?) (1600 ? - 1638 ?), apresentado por Fernando Correia da Silva.

MEIRELES, CECÍLIA (Br) - Poeta (1901-1964), apresentada por Lúcia Helena Vianna

MONIZ, ANTÓNIO EGAS (P) - Médico, cientista, prémio Nobel (1874 - 1955), apresentado por João Sodré.

MURALHA, SIDÓNIO (P) - Poeta (1920 - 1982), apresentado por Fanny Abramovitch.

NAMORA, FERNANDO (P) - Médico, escritor, artista, argumentista, humanista, universal (1919-1989), apresentado por Carlos Vieira Reis.

NASONI, NICOLAU (P) - Arquitecto (1691-1773), apresentado por Cristina Vaz.

NAVA, PEDRO (Br) - Escritor (1903 - 1984), apresentado por Maria Consuelo Cunha Campos

NEGREIROS, ALMADA (P) - Pintor (1893 - 1970), apresentado por Cristina Vaz.

NERI, ANA (Br) - Matriarca da Enfermagem no Brasil (1814 - 1880), apresentada por Fernando Correia da Silva.

NETO, AGOSTINHO (An) - Primeiro presidente da República de Angola (1922 – 1979), apresentado por
Fernando Correia da Silva.

NGUNGUNHANE (Moç) - Resistente anticolonial (1850? - 1906), apresentado por Carlos Pinto Santos.

NUNES, PEDRO (P) - Médico, matemático, cosmógrafo: 1502 - 1578, apresentado por João-Maria Nabais

O'NEILL, ALEXANDRE (P) - Poeta (1924 - 1986), apresentado por Fernando Correia da Silva

ORTA, GARCIA DA (P) - Médico e Naturalista (1499? - 1568), apresentado por Francisco Moreno de Carvalho.

PAGU - PATRÍCIA GALVÃO (Br) - Escritora (1910 - 1962), apresentada por Camila V. Frésca

PAIS, SIDÓNIO (P) - Presidente - Rei (1872 - 1918), apresentado por José Brandão

PATRÃO LOPES (P) - salva-vidas (1798 - 1890), apresentado por Fernando Correia da Silva

PATROCÍNIO, JOSÉ DO (Br) - Jornalista, escritor, abolicionista (1853 - 1905), apresentado por Fernando Correia da Silva

PEPETELA (An) - Escritor angolano ( nascido em 1941), apresentado por Robson Dutra.

PESSOA, FERNANDO (P) - Poeta (1888 – 1935), apresentado por Mirna Queiroz.

PINHEIRO, RAFAEL BORDALO (P) - Desenhador, ceramista (1848 – 1905), apresentado por Cristina Vaz.

PINTO, FERNÃO MENDES (P) - Aventureiro, escritor (1510? - 1583), apresentado por Fernando Correia da Silva.

PORTINARI, CÂNDIDO (Br) - Pintor (1903 - 1962), apresentado por Cristina Vaz.

QUEIRÓS, EÇA DE (P) - Escritor (1845 – 1900), apresentado por Carlos Loures.

QUENTAL, ANTERO DE (P) - Poeta (1842 – 1891), apresentado por Carlos Loures.

QUINTANA, MÁRIO (Br) -  Poeta (1906 – 1994), apresentado por John D. Godinho

QUITÉRIA, MARIA (Br) - Heroína das guerras pela independência do Brasil (1792 ? - 1853 ?),  apresentada por Hélio Pólvora.

RAINHA JINGA (Ang) - Soberana de Angola (1582-1663), apresentada por Fernando Correia da Silva

RAMALHO, JOÃO (Br) - Pioneiro entre os índios brasileiros (1493? - 1580), apresentado por Fernando Correia da Silva.

RAMOS, GRACILIANO (Br) - Escritor (1892 - 1953), apresentado por Hélio Pólvora.

REIS, SOARES DOS (P) - Escultor (1847 – 1889), apresentado por Cristina Vaz.

RIBEIRO, AQUILINO (P) - Escritor (1885-1963), apresentado por Carlos Loures

ROCHA, GLAUBER (Br) - Cineasta (1939 - 1981), apresentado por Ivana Bentes

RODRIGUES, AMÁLIA (P) - Fadista, cantora (1920 - 1999), apresentada por Leonor Lains.

RONDON, CÂNDIDO (Br) - A não violência, o Gandhi brasileiro (1865 - 1958), apresentado por Fernando Correia da Silva.

ROSA, JOÃO GUIMARÃES (Br) - Escritor (1908 -1967), apresentado por Marília Librandi Rocha.

SANTOS, MACHADO (P) - O fundador da República Portuguesa (1875 - 1921), apresentado por José Brandão

SANTOS, REYNALDO DOS (P) - Médico, pedagogo, cientista, escritor, historiador e crítico de arte, um ser em movimento, universal (1880-1970), apresentado por Carlos Vieira Reis

SALAZAR, ABEL (P) - Médico, cientista, escritor, artista plástico, um ser plural (1889-1946), apresentado por Carlos Vieira Reis

SALAZAR, OLIVEIRA (P) - Ditador (1889 - 1970), apresentado por Fernando Correia da Silva.

SALLES, WALTER (Br) - Cineasta e documentarista (n.1956 - ...), apresentado por Hudson Moura

SANCHES, RIBEIRO (P) - Um estrangeirado na Europa das luzes (1699 - 1783), apresentado por João-Maria Nabais

SEPÚLVEDA, MANUEL (P) - Fidalgo na Índia, náufrago (? – 1552),  apresentado por Fernando Correia da Silva.

SILVA, ISMAEL (Br) - Professor de samba (1905 - 1978), apresentado por  Oswaldo Martins.

SILVA, M. HELENA VIEIRA (P) - Pintora (1908 - 1992), apresentada por Cristina Vaz.

TAVARES,  EUGÉNIO (CV) - Poeta cabo-verdiano (1867 – 1930), por Carlos Loures.

TIRADENTES (Br) - Lutador pela independência do Brasil (1768 - 1792), apresentado por João Sodré.

TORGA, MIGUEL (P) - Poeta e prosador (1907-1995), apresentado por Rolando Galvão.

VERDE, CESÁRIO (P) - Poeta (1855 – 1886), apresentado por  Fernando Correia da Silva.

VERÍSSIMO, ERICO (Br) - Um gaúcho a pé mais a sua máquina de escrever (1905 - 1975), apresentado por João-Maria Nabais

VICENTE, ARLINDO (P) - Pintor, advogado e candidato à Presidência da República (1906 – 1977), apresentado por João Machado

VIEIRA, PADRE ANTÓNIO (P) - Escritor, pregador (1608 - 1697), apresentado por Orlando Neves.

VILLA-LOBOS, HEITOR (Br) - Músico/compositor (    )

ZUMBI DOS PALMARES (Br) - Líder de escravos insurrectos (1655 - 1695), apresentado por Fernando Correia da Silva.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5793: Pré-publicação de Mulher Grande, de Mário Beja Santos (4): S. Domingos, 21 de Julho de 1961: Benedita, eles já aqui estão!


Guiné > Região do Cacheu > Varela > 1961 > Luta felupe, de Augusto Trigo. Painel que se encontra(va) numa parede de um restaurante/café, completamente em  ruínas. O painel foi restaurado, digitalmente, pelo Rui Fernandes. Foto de Rui Fernandes, cedida ao nosso amigo Pepito e aqui reproduzida com a devida vénia. (O Rui integra a nossa Tabanca Grande, desde Janeiro de 2008).

Augusto Fausto Rodrigues Trigo nasceu em Bolama, a 17 de Outubro de 1938. Órfão de pai em 1945, veio com mais dois dos seus irmãos para Portugal. A  mãe ficou  na Guiné, com o filho mais novo.

Esteve na Casa Pia até aos 19 anos (1957). Aí começou a revelar e a desenvolver o seu talento artístico. O seu primeiro emprego foi como pintor de publicidade. Regressa à Guiné para rever a mãe e os irmãos. Trabalha como desenhador cartográfico. Nos momentos livres, desenha e pinta (a óleo e a aguarela). Em 1964 realiza a sua primeira exposição de pintura. O Governo da província faz-lhe encomendas... O quadro, cuja imagem reproduzimos acima, data de 1961... Ainda viveu na Guiné-Bissau, a seguir à independência, tendo dirigido o Departamento de Artesanato Nacional, mas regressou definitivcamente a Portugal, em Setembro de 1979. É hoje um conhecido ilustrador e consagrado autor de Banda Desenhada (em parceria com o argumentista Jorge Magalhães). Para saber mais,  clicar aqui.


Foto: © Rui Fernandes / AD - Acção para o Desenvolvimento (2008). Direitos reservados


1. Pré-publicação de excertos do próximo livro do nosso amigo e camarada Mário Beja Santos, Mulher Grande. Trata-se da terceira parte do Capº III (*):


Mulher Grande > III > A Guiné em chamas ou o “Tubabo Tiló”
por Mário Beja Santos


[III. 4] Décimo segundo solilóquio


O tempo esfriou, chuvisca, aproveito para ir ao Google ver o que aconteceu em S. Domingos, naquele dia 21 de Julho de 1961. Coisa estranha, parece que a luta armada só começou em Janeiro de 1963, com o ataque a Tite, desencadeado pelo PAIGC. No entanto, aos farrapos, fala-se da formação de rebeldes no Senegal, de um Movimento para a Libertação da Guiné, nalguns documentos fala-se mesmo da FLING. Imprimo tudo, algumas respostas podem ser encontradas nas entrelinhas.

Afinal, a FLING fora alimentada pelas autoridades de Dakar, tinha um projecto exclusivamente guineense, não queria o envolvimento dos cabo-verdianos. Noutro documento encontro referências à fuga de quadros, vejo mesmo o nome de Rafael Barbosa ligado à FLING, surpreende-me, pois o seu nome também aparece associado ao PAIGC.

No último almoço em casa da Benedita vi a emoção com que ela falou na degradação das relações com as novas autoridades senegalesas do Casamansa. Falámos na missão da Christine Garnier, ela ter-se-á encontrado com Senghor que mandou uma mensagem para Salazar apelando-lhe a um quadro de pequenas concessões imediatas e sugerindo-lhe um plano de transmissão de poderes com a duração de 20 anos. O que quer que tenha acontecido, Salazar, que recebeu Benjamim Pinto Bull em S. Bento, recusou qualquer modalidade de negociação. Segundo a Benedita, 15 a 20 dias antes do ataque atribuído à FLING apareceu o administrador do Casamansa em S. Domingos. Encontrou-se em privado com o Albano, ele partiu para Bissau com uma mensagem e entregou-a ao Governador. Soube-se mais tarde que foi uma derradeira tentativa para a negociação.

Dou comigo a pensar como certos protagonistas secundários têm às vezes entre mãos responsabilidades que podem levar à mudança da História. A acreditar-se no relato da Benedita, o Albano tinha consciência que se estava a dançar à beira do abismo. Seria muito interessante saber-se como Bissau transmitia para Lisboa a versão das hostilidades iminentes.

Estou a entusiasmar-me por um pedaço da história da Guiné que eu ignorava completamente. Mas o que mais me surpreendeu foram as respostas que me deram quando telefonei, por sugestão da Benedita, para um administrador e dois chefes de posto do tempo, bem como dois coronéis na reserva, alferes na Guiné em 1961. Foram muito cordatos ao telefone, ninguém se lembrava do nome dos rebeldes, aonde se situava o seu acampamento, embora se tenha falado que estava dentro do Casamansa ou em Kolda, nunca tinham ouvido falar na FLING ou no Movimento para a Libertação da Guiné.

Porque será que estes homens não querem falar? Pondo imediatamente de parte a hipótese de uma conspiração de silêncio, somos levados a pensar que ninguém acreditava que dois países independentes à volta da Guiné portuguesa iam ficar quietos, sem explorar o descontentamento existente nas várias linhas de independentistas guineenses. E não menos curioso é como esta sucessão de episódios não consta na história da Guiné-Bissau.

Mais recordações da Benedita (décimo segundo trabalho de casa)

Haverá o direito de eu estar a arrogar-me a um papel importante nos acontecimentos do ataque a S. Domingos? Tenho a consciência que a memória não me atraiçoa. Aí uns dez dias antes do ataque o Albano soube que ia haver um desfile contra Portugal, em Ziguinchor. Aquelas informações eram vitais, ele não podia ir nem ninguém da administração.

Vendo-o tão preocupado, sem saber o que fazer, tomei uma decisão sem hesitar: “Albano, eu vou, não se preocupe, toda a gente me trata bem em Ziguinchor, diga-me exactamente o que pretende saber”. Ele ainda tentou dissuadir-me, mas acabou por me dar razão. Ao amanhecer do dia previsto do desfile, parti com o chefe da central eléctrica de S. Domingos, pretextei uma indisponibilidade do Albano, referi que tinha umas compras urgentes, ao princípio da tarde estaríamos de regresso.

Em Ziguinchor, notava-se à vista desarmada um clima de grande tensão, as pessoas procuravam não falar comigo, ou respondiam-me com monossílabos. Estive na farmácia, no escritório de Hugues Lemaire, depois comprei tecidos a um mercador ambulante. Na farmácia, o farmacêutico que era claramente contra a presença portuguesa, perguntou-me por Monsieur le Commandant, senti-me bem tratada.

O desfile anti-português estava praticamente no fim, via papéis a convocar para a manifestação espalhados pelo chão, resolvi não apanhar nenhum. Na loja de um djila, senti que ele me estava a fazer perguntas acintosas, do tipo “o que é que eu pensava se ele abrisse um magasin em S. Domingos”, respondi que ficaria encantada. Hugues Lemaire recebeu-me imediatamente e advertiu-me: “O Albano que se organize e se defenda. O melhor seria vocês abandonarem já S. Domingos, eles vão atacar em breve”.

A mulher dele deu-me uma pistola e Hugues Lemaire precisou as últimas instruções: “Não posso escrever nada, a partir de agora, se souberem que estou a passar informações estamos perdidos. Estão a ser preparados 200 homens nas granjas de Tibelor, perto dos serviços de agricultura de Ziguinchor”. Ainda fui comprar umas conservas, livros e revistas.

Foi no carro que o Augusto, o chefe da central eléctrica, me mostrou os panfletos que tinham sido distribuídos na manifestação do tipo um capitalista gordo com charuto na boca às costas de um nativo, um cipaio com uma palmatória na mão a maltratar um indígena com as correntes nos pés e de mão estendida. Um dos panfletos falava na luta para expulsar os portugueses, admitindo se necessário recorrer à destruição de vidas. O Augusto disse-me: “Senhora, as coisas estão muito feias, eles têm espingardas e granadas”. Seguimos imediatamente para S. Domingos, o Albano não escondeu o seu alívio quando ali cheguei. Ouviu-me, escreveu uma longa mensagem, o secretário seguiu imediatamente para Bissau.


Antes do ataque a S. Domingos, em 21 de Julho de 1961


Pela primeira vez na minha vida, eu sentia-me no centro de uma agitação política que não entendia, onde não participava directamente, olhava, ouvia os comentários do Albano, lançaram-me avisos em Ziguinchor, mas como não via guerra nem era evidente qualquer hostilidade, continuei a viver sem alterar nada.

Enviaram de Bissau um novo secretário e um novo aspirante para S. Domingos, logo percebi que era para dar mais tempo ao Albano, libertá-lo das tarefas administrativas, os acontecimentos do Senegal e o espectro da guerra ocupavam-no cada vez mais. Nós estávamos preocupados com o que tinha acontecido em Angola, começava-se a pensar que íamos ser brutalmente atacados, até mesmo chacinados.

A mexer nos meus papéis, nas coisas que juntei nos últimos dias, tenho aqui registada a chegada de um homem que só nos deu dores de cabeça, Aventino Guerreiro, um aventureiro que chegou a S. Domingos com uma proposta de instalar um negócio de óleo de palma, queria que o Albano lhe concedesse mão-de-obra gratuita. Claro que o Albano recusou e pô-lo fora do gabinete.

Este Aventino Guerreiro só no ano de 1961 apresentou 15 queixas contra o Albano. Ele devia ter muitos apoios em Bissau, deve tê-los sugestionado com um conto do vigário, qualquer coisa como montar um sistema de informações ao longo de toda a fronteira, o pretexto seria a compra de mancarra, seria aí, durante as transacções, que se obteriam informações.

Um dia, vínhamos nós de Bissau, o Albano contou-me tudo no carro, como publicamente se manifestara contra este embuste, se Bissau queria boas informações, se queria confirmar e ampliar as informações que a PIDE oferecia, deviam estar atentos ao que ele escrevia, sobretudo às informações que ele recolhia em Ziguinchor.

O Albano tudo fazia para manter excelentes relações com os colegas do Casamansa. Ele sabia, desde 1960, que as relações iam ficar tensas, esforçou-se por fazer convites oficiais às novas autoridades senegalesas, recebemo-los em nossa casa, notámos da parte deles que não queriam muita intimidade, sentia-se no ar que em breve se iria chegar à ruptura. O Albano estava a sofrer muito, tinha recebido um telegrama a anunciar que a mãe estava a morrer, decidiu não vir a Portugal com tudo o que se estava a passar ali à volta.

Pode parecer contraditório, mas eu estava a receber novas alegrias. Fui admitida como professora no ano lectivo de 1960-1961, ninguém mais concorreu para S. Domingos. Comecei a juntar dinheiro, pois o ordenado de professora ia inteirinho para Lisboa, aproveitando o direito à transferência. Adorei ensinar, ver aquelas crianças que por vezes faziam quilómetros a pé a mostrar entusiasmo com a tabuada, começavam a soletrar e meses depois assistia àquele milagre das palavras serem ditas, mesmo aos solavancos.

É de repente que começo a sentir o desânimo do Albano por causa da indiferença de Bissau face aos seus avisos. Aquela indiferença deitava-o por terra. Já na festa da independência do Senegal ficara ao lado de um oficial reformado do exército francês que se mostrou muito glacial comigo. Perguntei ao meu amigo Hugues Lemaire o que levava aquele senhor a ser tão pouco gentil comigo e ele disse-me sem papas na língua: “Benedicte, tu não acreditas no que te andamos a dizer, tu jantaste ao lado do oficial que anda a treinar os rebeldes guineenses aqui no Senegal”. Fiquei sem saliva, olhei-o sem poder articular uma palavra. Hugues Lemaire também já avisara o Albano que Senghor queria marcar posição antes de Sekou Touré, iria apoiar insurreições no Norte da Guiné com rebeldes da nossa província. Senghor era a favor de uma Guiné para os guineenses, não apreciava os cabo-verdianos. Senghor dizia abertamente que o futuro desta nova Guiné independente iria ficar sob a sua custódia.

Vão seguir-se dias de tensão, nunca mais na minha vida tive uma espera tão dolorosa, inquietante, como aquela. Sentimos que muita gente estava a partir, até mesmo gente da população local deixou de vir a S. Domingos. Os comerciantes de Bissau, do Cacheu, de Bissorã ou Bula, nunca mais apareceram. O silêncio nocturno era horrível, nunca mais se ouviu um batuque, acabaram as fogueiras, as cerimónias e festas dos Felupes ou dos Manjacos. Eu procurava resistir dando aulas mas sentia também a falta de muitos alunos.
Estávamos todos à espera, num enervamento horrível. Chegara entretanto um contingente de tropa que ficou a viver dentro da povoação, e não muito longe de nós. Começava o nosso relacionamento com a tropa, que não foi nada feliz. Na noite de 21 de Julho, estávamos deitados quando se ouviram tiros, um deles partiu um vidro do nosso quarto. Como uma mola, saltámos da cama e rastejámos para a porta, punha-se assim termo a todos aqueles meses de expectativa.

Há quem diga que quando morremos a nossa vida passa no nosso cérebro como um filme acelerado, já me disseram que vemos e pensamos aquilo que mais no impressionou na existência. Pois eu sei que vou ouvir nesse momentos a voz do Albano gritar-me ao ouvido, plena de exaltação: “Benedita, eles já aqui estão!”.

(Continua)

[ Revisão  / fixação de texto / título: L.G.]
_____________

Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste desta série > 4 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5758: Pré-publicação de Mulher Grande, de Mário Beja Santos (3): Dois anos maravilhosos: S. Domingos, Varela, Ziguinchor, antes da guerra...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4576: Bibliografia de uma guerra (49): Lista de 77 autores de obras sobre o fim do Império (Mário Beja Santos / Manuel Barão da Cunha)

1. Lista gentilmente enviada pelo nosso camarada Beja Santos, da responsabilidade de Manuel Barão da Cunha. Cor Cav Ref e escritor:

ALGUNS AUTORES DE OBRAS SOBRE O FIM DO IMPÉRIO (77) (versão 15) (a):


[Revisão / fixação de texto / notas adicionais entre parênteses rectos: L.G.]


* Afonso, tenente-coronel Aniceto: “O Meu Avô Africano”, a acção decorre no norte de Moçambique imediatamente antes do 25 de Abril; aniceto.afonso4@gmail.com, 963 047 043.

* Arouca, Manuel: “Deixei o meu coração em África”. [...]

* Bernardo, cor. Infantaria Manuel Amaro: “Timor: abandono e tragédia; a descolonização de Timor (1974-1975)” c/ Morais e Silva, “Prefácio”,2000, 271pp; “Combater em Moçambique – guerra e descolonização, 1964-75”, “Prefácio”, 2003, 452pp; “Memórias da Revolução, Portugal, 1974-1975”, “Prefácio”, 2004; “Guiné 1970-1980”, com prefácio de Ricardo Durão, ed. Prefácio, 2007, 410pp.

* Beça, coronel Carlos Gomes: “Angola – a luta contra a subversão e a colaboração civil -militar”, 1977.

* Brito, António: “Olhos de Caçador”, Sextante Editora, 2007,407 pp, capa com foto de Fernando Farinha, a acção decorre no norte de Moçambique, sendo o narrador o soldado Zé Fraga, compelido a ir para a guerra por ter estado preso e que acaba por ser ferido e ficar deficiente; romance bem escrito mas que beneficiaria com a diminuição de referências “merdosas”.

* Cabrita, Leonel Pedro ( Pedro C. ): “Os Capitães do vento”. [...]

* Cadilhe, Gonçalo: “África acima”. [...]

* Calvão, capitão de mar e guerra Guilherme Alpoim: “Contos de guerra”, com Sérgio A. Pereira, 1994.

* Caan, J. P.:”Contra a insurreição em África (1961-74)”, Ed. Atena, 1998.

* Cardoso, cor. Inf. Mário Vargas: …, inédito.

* Castilho, Rui de : “O Capitão do Fim”, “Prefácio”, 2002, 476 pp. Muito interessante, a acção decorre no norte de Moçambique, no final da guerra, sendo a personagem principal um oficial miliciano que acaba por ser graduado em capitão.

* Correia, majgeneral Pedro Pezarat: “Descolonização de Angola – a jóia da coroa do império português”, 1991.

* Cruz, Pompílio da: “Angola, os vivos e os mortos”, Intervenção, 1976.

* Cunha, cor. Cavalaria Manuel Barão da : “Aquelas Longas Horas”, 1968; “Tempo Africano”; “A Flor e a Guerra”; “Radiografia Militar”, “Na 23ª Hora do MFA”; “Tempo africano – aquelas longas horas em sete andamentos”, 2008.

* Faria, Joaquim: “Boinas Verdes, os soldados sempre tiveram voz”, ed. do autor, 2005.
* Fernandes, tencor Álvaro Henriques: “Kianda, o rio da sede”, 1996.

* Ferreira, coronel piloto aviador Amadeu (+): “Catana, canhangulo e arma fina”, 1964.

* Ferreira, Antunes: “Morte na Picada”, Via Occidentalis, 2008.

* Ferreira, Manuel Ennes: “Angola – Portugal, do espaço económico português às relações pós-coloniais”, Escher, 1990.

* Gomes, cor. Cav. Carlos Matos ( Carlos Vale Ferraz ) : “Nó Cego”, 1982; “Soldadó”, 1988; “Moçambique-1970”, Prefácio; (matosgomesCnetcabo.pt, 964 018 979 ).

* Gouveia, Daniel: “Arcanjos e bons demónios- crónicas da guerra de África 1961-1974”, “Hugin”, 2ª ed. 2002, a acção decorre em Angola. [...]

* Gueifão, dr. Carlos : “Mata Couros ou as guerras do capitão Agostinho”, Universitária Editora, 1998,177pp, o autor foi capitão miliciano, decorrendo a acção em Mafra, Lamego e Angola.

* Guerra, Álvaro(+): “O Capitão Nemo e Eu” [...]

* Guerra, João Paulo: “Memórias das Guerras Coloniais”, Afrontamento, 1993.

* Lavado, Ana Paula: “Vozes ao vento” ( 253 964 095, 962 642 975 ). [...]

* Lima, Coutinho e: “A Retirada do Guileje”.[2008]

* Lobo, Domingos: “Os Navios negreiros sobem o Cuando” e “As Lágrimas dos Vivos”, Veja, 2005.

* Loja, António: “As Ausências de Deus no labirinto da guerra colonial”, ed. Notícias, 2001.

* Lopes, tencoronel Rui de Freitas: “Manguços e outros, recordações de Angola”, 114 pp A4, inédito; “Quadros da minha tropa, 1ª série”, 95 pp A4, inédito.

* Lourenço, cor. Inf. Vasco : “No regresso vinham todos”, 1975.

* Machado, tenente cororonel António José de Melo: “Entre os Macúas de Angoche”, 1970.

* Machado, gen. Ernesto : “No sul de Angola”, 1956.

* Magalhães, Helena Pinto: “Mousse de Manga”, ed. “Oro Faber”, 2008.

* Magalhães, Júlio: “Os Retornados. Um amor nunca se esquece.”,A Esfera dos Livros, 2008.

* Maia, tenente-coronel Cav., dr. Fernando Salgueiro (+): “Capitão de Abril: histórias da guerra do ultramar e do 25 de Abril”, 1994

* Marcelino, cor. Inf. Rui : “Guerras da minha guerra”, inédito; ( rapmarcelino@netcabo.pt ).

* Martelo, David: “As Mágoas do Império”, Europa-América. [...]

* Martins, ten.cor. Inf. José Lomba, José Aparício (aparjose@gmail.com, 919 012 674, 217 597 965 ), cor.José Parente ( rparente@ndr.pt, 964 124 640, 217 270 017 ), ten.gen. Silvestre Martins, cor. Tir. António Botelho e outros 16 : “A Geração do fim - Infantaria 1954-2004”, “Prefácio”, 2007, 356 pp.

* Mata, Inocência e Laura Cavalcante Padilha (organização): “A Mulher em África, vozes de uma margem sempre presente”, Colibri, 2007.

* Matias, Abel: “Angola, paz só com Muxima”, Edições Ora & Labora, 1996, 1993, 267 pp.

* Mc Queen, Norrie: “ A Descolonização da África Portuguesa”, Ed. Império, 1998.

* Melo, general da FA Carlos Galvão de (+): “Um militar na política”, ed. Shinton Investments, 3ª ed. 2002, 235 pp.

* Mendes, ten.gen. do Ex. Reynolds : [...]

* Mendes, Abílio Teixeira: “Henda Xala”, com prefácio de Vítor Alves, Ulmeiro, Lisboa, 1984, 235 pp, o autor é médico e a acção decorre em Angola. [ autor já morreu].

* Mensurado, cor. Inf. Pára - quedista Joaquim Manuel : “Que nunca por vencidos se conheçam”,1993: “Os Páras na guerra”.

* Metzner, Leone: “Caso Angoche. Mais um crime”, Intervenção, 1979.

* Miguel, Ruy: “Os Últimos heróis do Império (1961–1974)”.

* Morais, cor. Cav. Carlos Alexandre de (+): “A queda da Índia portuguesa”. [...]

* Mourão, coronel Piçarra: “ De Guiné a Angola – o fim do Império”, Quarteto, 2004.

* Nunes, ten.coronel Art. António Lopes Pires : “Angola 1961, da Baixa do Cassange a Nambuangongo”; “Angola 1966-74, vitória militar no Leste”; “Operações em Angola (1961-1964), prémio Ministro da Defesa 1999; “Operações em Angola (1964-74)”.

* Ornelas, cap. Ayres de (+): “Carta de África – campanha do Gungunhana”, 1895.

* Passos, Inácio de: “Moçambique, a escalada do terror”, Literal, 1977.

* Paulo, ten. cor. (?) Cav. João Mendes (+): “Elefante Dundum” ( jou-canavarro@clix.pt, 917950000)

* Pais, cor. Inf.José C. (+): “Coisas de África e a Senhora da Veiga”. [...]

* Pinheiro, Pedro: “A Última Crónica da Índia”, Editorial Escritor, 1997.

* Pires, maj. gen. do Ex. Mário Lemos(+) : “Descolonização de Timor: missão impossível”, 1991

* Ribeiro; Margarida Calafate: “África no Feminino”. [...]

* Rocha, gen. Vieira da(+): “Acção da Cavalaria portuguesa no sul de Angola em 1914/15”, 1936.

* Rodrigues, tenente- general do Ex. Joaquim Chito : “Moçambique, anatomia de um processo de paz”, 2006.( chitorod@gmail.com ).

* Santos, cor. Carlos Afonso dos ( pseudónimo Carlos Selvagem ) (+): “Império ultramarino português”, 1920.

* Santos, dr. Mário Beja : “Na Terra dos Soncó”, ed. Círculo de Leitores, 2008, e “Tigre Vadio”, ed. Temas e Debates, 2008.

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* Santos, cor. Nuno Valdez dos : “O desconhecido Niassa”, 1964.

* Sena, tenente- coronel de Cav. João Sena ( pseudónimo Bernardino Louro) : “O Caçador de brumas” 2 vols, 3ºvol. inédito ( jose26do6@gmail.com )

* Schneidam, A. W. : “Confronto em África”, ed. Tribuna. [....]

* Silva, cor. Pil. Av. José Morais da : “Timor: abandono e tragédia”, com Manuel Bernardo, 2000:*Silva, tenente-general Mário Jesus da (+): “O Sortilégio da cobra”. [...]

* Silva, dr. Rui Neves da : “Milicianos – os peões das nicas”.

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* Soares, coronel Alberto Ribeiro : “As Mulheres na Guerra”, ed. Gráfica Combatente. [...]

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* Verdasca, cap. Inf. José: “Memórias de um capitão – guerrilha em Moçambique”, Universitária Editora, 2003.

* Viana, Manuel: “A Balada do Pidjiguiti”, Editorial Escritor, 2001.

* Vouga, cor. Cav. Fernando Costa Monteiro (nome literário Costa Monteiro ): “Caminhos perdidos na madrugada”, romance, “Escritor”, 1999

Oeiras, 2009.01.26 a 06.24

Manuel Barão da Cunha, com a colaboração de: coronéis Manuel Bernardo e José Parente, drs. Carlos Gueifão e Mário Beja Santos e outros.
_____________

Nota de L.G.:

(a) É uma lista bibliográfica em construção... Faltam-lhe muitos outros autores, incluindo membros do nosso blogue. Eis, a título meramente exemplificativo, mais alguns autores já referenciados no nosso blogue, em especial na série Bibliografia de uma Guerra (temos mais de 150 referências com a palavra-chave Bibliografia) (**):

Abreu, António Graça de - Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura. Lisboa: Guerra e Paz, 2007.

Aguiar, Cristóvão de - Braço Tatuado - Retalhos da Guerra Colonial, 2ª ed. Lisboa: Dom Quixote, Lisboa (Colecção: Autores de Língua Portuguesa). 2008.

Antunes, José Freire - A guerra de África (1961-1974), 2 volumes. Lisboa: Temas e Debates, 1996.

Bacelar, Maj Gen Sérgio Augusto Margarido Lima - A Guerra em África, 1961-1974: Estratégias Adoptadas pelas Forças Armadas. Porto: Liga dos Amigos do Museu Militar do Porto, 2000.

Bastos, Manuel - Cacimbados: a vida presa por um fio. Babel Ed, 2008, 142 pp.

Brandão, José - Cronologia da Guerra Colonial: Angola-Guiné-Moçambique 1961-1974. Lisboa: Prefácio, 2008.

Branquinho, Alberto - Cambança, 2ª ed. [2009]

Cabral, Luís - Crónica da Libertação. Lisboa: O Jornal, 1974.

Chabal, Patrick - Amílcar Cabral: Revolutionary Leadership and People’s War. Trenton, NJ: Africa World Press, 2003.

Fernando, Beningno - O Princípio do Fim. Porto: Campo das Letras. 2001. 78 pp (Campo da Memória, 6).

Fraga, Luís Alves de - A Força Aérea na Guerra em África: Angola, Guiné e Moçambique 1961-1975. Lisbon: Prefácio, 2004.

Henriques, Fernando de Sousa - No Ocaso da Guerra do Ultramar: Uma Derrota Pressentida [...]

Lobato, António - Liberdade ou EvasãoO o mais longo cativeiro da guerra. Erasmos Ed. [...]

Loureiro, João - Postais antigos da Guiné. Lisboa: João Loureiro e Associados. 1997. 143 pp.

Melo, João de - Os Anos da Guerra, 1961-1975: Os Portugueses em África; Crónica, Ficção e História. Lisbon: Publicações Dom Quixote, 1988.

Monteiro, Fernando Amaro; Rocha, Teresa Vasquez - A Guiné do século XVII ao século XIX: O testemunho dos manuscritos. Lisboa: Prefácio, 2004.

Nóbrega, Álvaro - Luta pelo poder na Guiné-Bissau. Lisboa: ISCSP, 2003.

Oliveira, José Eduardo Reis de - Golpes de mão's: memórias de guerra. Prefácio de Alípio Tomé Pinto, Ten Gen [2009] [...]

Rei, Abel de Jesus Carreira - Entre o Paraíso e o Inferno: De Fá a Bissá. Memórias da Guiné (1967/68). (?): (?). 2002.

Reis, António - A minha jornada em África. Ed. Ausência [...]

Rodrigues, Luís Nuno - Marechal Costa Gomes: No Centro da Tempestade. Lisboa: A Esfera do Livro, 2008.

Rosa, António Júlio - Memórias de um prisioneiro de guerra. Porto: Campo das Letras.2003.

Spínola, Gen António de - Portugal e o Futuro. Lisboa: Arcádia, 1974.

Traquina, Manuel Batista - Os tempos de guerra: de Abrantes à Guiné. (?): Palha. 2009 (?). 230 pp., 70 fotos [Contactos do autor, ex-Fur Mil da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70: Telefones: 241 107 046 / 933 442 582; E-mail: traquinamanuel@sapo.pt]

Vicente, Mário - Pami Na Dono, a guerrilheira. Prefácio de Carlos da Costa Campos, Cor. Edição de autor. 112 pp. Estoril, Cascais. 2005

Vd. também:

A primeira série do nosso Blogue (Abril de 2005 / Maio de 2006)

Ver também as valiosíssimas página dos nossos camaradas:

Jorge Santos > Guerra Colonial > Bibliografia (com centenas de referências, de A a Z!!!)

António Pires> Guerra do Ultramar: Angola, Guiné, Moçambique > Livros

Vd. ainda no nosso blogue os postes de:

27 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4430: O poder aéreo no CTIG: uma pesquisa de Matthew M. Hurley, Ten Cor, USAF: Trad. de Miguel Pessoa (3): Parte III (Bibliografia)

19 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4380: Bibliografia de uma guerra (45): Entre o Paraíso e o Inferno, de Abel de Jesus Carreira Rei (CART 1661, 1967/68)

12 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4330: Bibliografia de uma guerra (44): Memórias de um Prisioneiro de Guerra, de António Júlio Rosa (M. Beja Santos)

25 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3936: Bibliografia de uma Guerra (43): 14.º Volume da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (V. Briote)

4 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3563: Bibliografia de uma guerra (40): Venturas e Aventuras em África, de Cristina Malhão-Pereira (Beja Santos)

28 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3536: Bibliografia de uma guerra (39): Nó Cego, de C. Vale Ferraz. (Cor Matos Gomes)

18 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3478: Bibliografia de uma guerra (37): Cacimbados, de Manuel Correia Bastos: CART 3503, Mueda, Moçambique, 1972

10 de Novembro de 2008 >Guiné 63/74 - P3430: Bibliografia de uma guerra (36): No ocaso da Guerra do Ultramar, de Fernando Sousa Henriques. (Helder Sousa)

26 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3520: Bibliografia de uma guerra (38): Tempo Africano, de M. Barão da Cunha. (Beja Santos).

19 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3331: Bibliografia de uma guerra (35): Desertor ou Patriota, de David Costa: da brincadeira ao pesadelo... (V. Briote)

17 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3907: Bibliografia de uma guerra (42): Escritor Combatente: "A Geração do Fim" (Mário Beja Santos)

27 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2136: Bibliografia de uma guerra (19): Guiné-Bissau e Cabo Verde, uma luta, um partido, dois países (Parte III) (V. Briote)

28 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1323: Bibliografia de uma guerra (15): Os Mastins e o Disfarce, de Alvaro Guerra (Beja Santos)

(**) Vd. também as séries do nosso blogue:

Notas de Leitura
Memórias Literárias da Guerra Colonial
Agenda Cultural
A literatura colonial

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3712: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (9): Para breve a 2ª edição do livro (Luís Graça)

Academia Militar > Aquartelamento da Amadora > Auditório > 13 de Dezembro de 2008 > Sessão de apresentação do livro do Cor Art Ref, Coutinho e Lima, A Retirada de Guileje: A Verdade dos Factos (Linda-A-Velha: DG Editora, 2008, 469 pp, € 20)(*) Excerto da apresentação do livro pelo autor, que refere as diligências feitas por si o período entre 15 e 21 de Maio de 1973, na qualidade de comandante do COP5. O cerco a Guileje por parte das forças do PAIGC (Op Amílcar Cabral) começou a 18 e prolongou-se até 25 de Maio de 1973 (entrada no quartel abandonado). A 22, foi tomada a decisão de retirar para Gadamael (**). Vídeo: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.Vídeo (6' 13'') alojado em: You Tube >Nhabijoes. [Clicar em assistir em alta qualidade, no caso de dificuldades em ver ou ouvir o vídeo] 1. Mensagem do nosso camarada Coutinho e Lima: Caro Luís: Regressado de umas merecidas férias e espero que com as tuas "baterias carregadas", para mais um ano de árduo trabalho, aqui estou eu a dar notícias. Tenho recebido muitos Votos de BOAS FESTAS e BOM ANO de 2009, de muitos tertulianos, bem como considerações positivas de alguns que já tiveram a oportunidade de ler o livro; por manifesta falta de tempo, pois tenho dado prioridade aos pedidos de envio do livro, bem como outras diligências, solicito mais uma atenção, a acrescentar às muitas já recebidas, no sentido de, através do blogue, agradecer em meu nome as variadas formas de solidariedade e simpatia que tenho vindo a receber. A aceitação do livro tem sido excepcional e para a próxima semana vou providenciar para ser executada uma 2ª. Edição, porque a 1ª. está praticamente esgotada (***). Junto envio a MENSAGEM dos HOMENS GRANDES de GUILEDGE por ocasião do lançamento do livro Retirada de Guileje. Se não o conseguires ler (o que já aconteceu com o meu filho), agradecia que me informasses, para que no fim de semana nos encontremos, para resolver este assunto, pois que na próxima 3ª feira vou para o Norte, donde só volto na 1ª semana de Fevereiro. Obrigado por tudo. Um grande abraço Coutinho e Lima PS - Definitivamente a mensagem não segue, por esta via, talvez por ser grande. Como é que nos encontraremos no fim de semana ? 2. Comentário de L.G.: Parabéns, Alexandre. A 2ª edição é uma justa recompensa por todos estes meses de trabalho árduo (não falando já dos longos anos em que estiveste votado ao esquecimento e ao silêncio...). Passo aí por casa, no fim de semana, para ir buscar o ficheiro com as mensagens dos homens grandes de Guileje/Mejo, que o Prof Eduardo Costa Dias, do ISCTE, trouxe da Guiné-Bissau. _________ Notas de L.G. (*) Como adqurir o livro do nosso camarada Coutinho e Lima ? Escrever ou telefonar para o autor: Rua TOMÁS FIGUEIREDO, nº. 2 - 2º. Esq 1500 – 599 LISBOA Telefone: 217608243 Telemóvel: 917931226 Email: icoutinholima@gmail.com (**) Vd. portal Guerra Colonial, da A25A > Guiné, Maio e 1973, o Inferno > Guileje - a outra ponta da tenaz. (Excerto) [Com a devida vénia e o nosso apreço; negritos do editor do blogue] (...) O ataque a Guileje, no Sul da Guiné, de que iria resultar a retirada das forças portuguesas, iniciou-se em 18 de Maio de 1973, coordenado com o de Guidaje. Comandado pelo próprio Nino Vieira, comandante militar do sul, foi-lhe dado o nome de código de Operação Amílcar Cabral e executada com intenção de o PAIGC apresentar os seus resultados à OUA, cujo 10.º aniversário se comemorava em 25 de Maio. Para o início da operação, o PAIGC concentrou em redor de Guileje, a bateria de artilharia de Kandiafara, com morteiros de 82 e 120 mm, canhões sem recuo, canhões de 85 mm e de 130 mm, um grupo de reconhecimento e observação e cinco bigrupos de infantaria do sector de fronteira. Deslocou ainda o 3.º Corpo de Exército do Unal para a mata do Mejo e transferiu três bigrupos da região do Boé e dois bigrupos do 2.º Corpo de Exército, no Tombali, para reforço do sector de fronteira. No total, o PAIGC concentrou na zona de Guileje, um corpo de exército (3.º CE), no Mejo, dez bigrupos em reforço ao sector de fronteira e uma bateria de artilharia, com um grupo de reconhecimento. Ao todo, considerando a base numérica de cada unidade do PAIGC utilizada pelos serviços militares portugueses, seriam cerca de 650 homens, efectivo idêntico ao que foi concentrado em Cumbamori para o ataque a Guidaje. As forças portuguesas da guarnição de Guileje (COP 5), comandadas pelo major Coutinho de Lima, eram constituídas por: Companhia de Cavalaria 8350 Pelotão de Artilharia Secção de auto-metralhadoras Fox Pelotão de milícias. Em 18 de Maio de 1973, o PAIGC realizou uma emboscada, às sete da manhã, a cerca de dois quilómetros de Guileje, às forças que iam abastecer-se de água ao poço situado no exterior, da qual resultaram um morto e sete feridos do pelotão de milícias e ainda o ferimento grave de um soldado metropolitano, que veio a morrer quatro horas depois, por falta de evacuação aérea, facto que afectou o moral das tropas e contribuiu para o agravamento da situação no interior de Guileje. Nessa noite, de 18 para 19, o quartel foi atacado e o comandante do COP5 pediu para se deslocar a Bissau, a fim de expor a situação, o que não lhe foi autorizado. Em 20, a partir de Cacine, o mesmo oficial pediu de novo autorização para ir a Bissau, onde se deslocou e expôs a situação ao comandante-chefe, regressando a Cacine. Em 21, o PAIGC realizou outra emboscada, com utilização de RPG-7 junto à bolanha onde militares recolhiam água. Ainda neste dia, Guileje sofreu três flagelações com um total de 45 granadas, uma às sete, outra às nove e outra às 13 horas. Às 14 e 15h, o posto de rádio emitiu a sua última mensagem: «Estamos cercados... », que foi captada em Gadamael. O comandante do COP5 regressou a Guileje ao fim da tarde, vindo a pé de Gadamel com dois grupos de combate, um da CCaç 4743, da guarnição de Gadamael, e outro da CCaç 3520, da guarnição de Cacine. Às 18 e 30h, o comandante do COP5 decidiu evacuar as tropas e os civis de Guileje. Em 22, pelas 5 e 30h da manhã, iniciou-se a saída do quartel, com a destruição do material abandonado. Por falta de comunicações, esta acção apenas foi conhecida quando a coluna chegou a Gadamael, pelas 10 e 30h do mesmo dia. Entre 18 e 22 de Maio, Guileje sofreu 36 flagelações, que causaram grandes danos, embora não tenham provocado baixas, dado o sistema de abrigos que ao longo dos anos ali havia sido construído. (...) [Observação do editor, L.G.: Atenção, houve um morto, um Fur Mil da CCaç 4743, de um grupo de combate da subunidade de Gadamael, destacado em Guileje]. ____________ Notas de L.G.: (*) Vd. postes anteriores desta série: 6 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3704: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (8): Notas e correcções de Abreu dos Santos, comentários meus (V. Briote) 2 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3689: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (7): Antecedentes relacionados e breve comentário (V. Briote) 31 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3686: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (6): Comentário do Ten Cor José Francisco Robalo Borrego 15 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3628: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (5): O sentido de uma sondagem (Joaquim Mexia Alves / Luís Graça) 15 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3627: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (4): Apresentação do livro, 5ª F, 18, na Casa da Guiné-Bissau em Coimbra 15 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3626: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (3): Tardia a nossa percepção do nosso próprio Vietname (Eduardo Dâmaso) 14 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3618: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (2): A festa ... e a solidão de há 35 anos (Luís Graça) 27 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3527: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (1): Lançamento do livro, 13/12/08, 17h, na Academia Militar, Amadora

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3704: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (8): Notas e correcções de Abreu dos Santos, comentários meus (V. Briote)

1. Mensagem do nosso leitor Abreu dos Santos:

Boa noite, Camaradas da Guiné:

Anexo cópia do v/post supra mencionado, no qual integrei breves notas que aqui ficam à v/consideração.

Abreu dos Santos


2.
O Abreu dos Santos, a propósito do artigo Guiné 63/74 - P3689: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (7): Antecedentes relacionados e breve comentário (V. Briote) por mim publicado, procede a algumas correcções, levanta interrogações e faz algumas notas.

Da minha parte, para a elaboração do artigo referido, recolhi informação publicada em diversos artigos, no nosso próprio blogue e em Guerra Colonial, de Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes, tantas vezes citada que é considerada, ainda hoje, uma obra de estudo ou de referência.

Independentemente da justeza e do rigor das notas e correcções emitidas pelo Abreu dos Santos, a quem, aliás, agradeço a colaboração que nos dá, foi minha intenção pôr em destaque os principais acontecimentos que rodearam o "caso Guileje":

(i)O assassinato de Amílcar Cabral;

(ii)Os "Strella”;

(iii)A ofensiva do PAIGC, sem precedentes até àquela data, centrada em "poderosas e prolongadas acções de fogo ajustado sobre as guarnições fronteiriças de Guidaje, Guileje e Gadamael, as quais conjugou com acções terrestres de isolamento, que efectivamente conseguiu, durante alguns dias em Guidaje. (...) Esta actividade do PAIGC alcançou valores que são os mais altos de sempre desde o início da guerra - 220 acções durante o mês -, o mesmo sucedendo em relação às baixas causadas às tropas portuguesas - 63 mortos e 269 feridos" (pg 508 de Guerra Colonial, de A. Afonso e C. Matos Gomes).

Em relação aos efectivos empregues, em Guidaje (em relação a Guileje parece não haver dúvidas ou discordâncias), noto, ainda segundo a publicação referida:

"No início de Maio de 1973, a guarnição militar de Guidaje era constituída por uma CCaç, a CCaç 19, e pelo PelArt 124, equipado com obus de 10,5 cms. (...).

“O PAIGC dispunha, concentradas, as seguintes forças na região de Cumbamori:

- Corpo de Exército 199/B/70, com 4 bigrupos de Infª e uma bateria de Artª
- Corpo de Exército 199/C/70, com 5 bigrupos de Infª e uma bateria de Artª;
- Grupo de Foguetes da Frente Norrte, com 4 rampas;
- Três bigrupos de Infª, um grupo de Reconhecimento e uma bateria de Artª do CE (Corpo de Exército) 199/A/70, deslocadas de Sare Lali;
- Foram ainda referenciados em Cumbamori um pelotão de morteiros 120 mm, um grupo especial de sapadores e diversos elementos recém-chegados do estrangeiro.

“Do lado do PAIGC estimavam-se em cerca de 650 a 700 os efectivos que empenhou nesta operação (...)".


Em termos de efectivos, a guarnição portuguesa de Guidaje teria cerca de 200 homens, aos quais há que acrescentar outros enviados para quebrar o cerco. Destaco, como exemplo apenas para contabilizar o número de militares empregues no auxílio a Guidaje e sem pôr em causa os méritos de outras unidades que, eventualmente, tenham estado também envolvidas (unidades navais e aéreas, p. exº):

- uma coluna saída de Farim, a 8 de Maio, formada por forças do BCaç 4512 (desconheço os efectivos reais, mas não imagino menos de três os Gr Comb envolvidos), que sofreu, em duas emboscadas (8 e 9 de Maio), 4 mortos e 30 feridos, entre graves e ligeiros. A mesma força acabou por sofrer ainda mais um morto e dois feridos, entre Binta e Guidaje;

- uma coluna de reabastecimentos constituída pelos DFE 3 e 4;

- uma Companhia de Páras;

- uma Companhia de Cmds;

- o BComds Africanos (cerca de 450 homens).

Assim, no conjunto das nossas forças envolvidas na zona de Guidaje, não parece excessivo o número de efectivos que calculei. Se não foram 1000 não devem ter andado longe.

Mas para o artigo em causa, mais que a exactidão dos números e das datas (importantes as correcções, insisto) foi comparar o que o ComChefe jogou em Guidaje e Guileje.

Quanto a mim, até demonstração contrária, sou de opinião que fez o que podia e devia em Guidaje. Em Guileje não.

V. Briote
__________

1. Artigo em questão publicado em

2 de Janeiro de 2009 >
Guiné 63/74 - P3689: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (7): Antecedentes relacionados e breve comentário (V. Briote);

2. Em pós-edição do referido artigo estão inseridas as correcções e notas enviadas pelo Abreu dos Santos.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3701: Blogues da Nossa Blogosfera (12): Portal Guerra Colonial, da A25A (Pedro Lauret)


1. Mensagem de Pedro Lauret


Está on-line o novo site sobre a Guerra Colonial – http://www.guerracolonial.org/ – lançado pela Associação 25 de Abril e coordenado por mim.

Os textos base são da obra de Aniceto Afonso e Matos Gomes – Guerra Colonial. De momento o site está em finalização e aperfeiçoamentos, devendo ser lançado oficialmente a 4 de Fevereiro. Nesse mesmo dia será lançado, conjuntamente, uma página, no site da RTP, com documentários da Guerra, quer produzidos na época quer actuais, incluindo o do Joaquim Furtado.

Se acharem indicado divulguem pela nossa Tabanca e quem entender fazer críticas ou sugestões nós agradecemos.

Para o lançamento oficial enviarei os adequados convites.

Pedro Lauret

2. Comentário de VB:

Ver aqui o mapa do site: http://www.guerracolonial.org/mapa_do_site

Tem cinco grandes dossiês:

» Cronologia
» ONU
» Protagonistas
» Galeria Multimédia
» Estatísticas

Os nossos parabéns ao nosso camarada Pedro Lauret e à sua equipa. Este portal historiográfico, recheado de textos, imagens e vídeos (estes, fundamentalmente com origem na RTP) é um valiosíssimo contributo para o aprofundamento e divulgação do conhecimento da guerra que Portugal travou em três frentes, no continente africano, entre 1961 e 1974.

Vamos incentivar os amigos e camaradas da Guiné a visitá-lo e a consultá-lo com atenção, entusiasmo e espírito crítico. Para já nem todas as funcionalidades parecem estar operacionais, presumimndo-se que o site ainda esteja em construção, como se deduz da própria mensagem do Pedro Lauret (por exemplo, ainda está disponível a informação de rodapé sobre: Colaborações e bibliografia; Equipa técnica; Mensagem; Links; Contactos...).
__________

Notas de vb:

1. Pedro Lauret, actualmente Capitão-de-mar-e-guerra na reforma, embarcou para a Guiné, em Setembro de 1971. Como Imediato do NRP "Orion" percorreu rios e braços de mar navegáveis (Cacheu, Geba, Buba, Tombali, Cumbijã, Cacine, Bijagós). Em Maio de 1973 encontrava-se em missão no Rio Cacheu aquando dos ataques a Guidage, Desembarcou o DF 8 no Jagali, afluente do Cacheu. No mesmo mês, no rio Cacine, foi a primeira unidade a chegar a Gadamael depois da retirada de Guileje, evacuando cerca de 300 militares e civis que se encontravam espalhados pelas margens do rio. Actualmente faz parte da Direcção da Associação 25 de Abril e lidera um projecto de investigação Histórica com a designação –“Marinha: do fim da II Guerra Mundial ao 25 de Abril de 1974”.

2. Último artigo da série:

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Guiné 63/74 - P3405: Efemérides (12): Nuno Álvares Pereira, um dos primeiros Portugueses em África (José Martins)

Um dos nossos primeiros Combatentes em África: Nuno Álvares Pereira, o Condestável e o Beato Nuno

Nasceu em 24 de Junho de 1360 – Dia de S. João;
Morreu em 1 de Abril de 1431 – Domingo de Páscoa ou
1 de Novembro de 1431 – Dia de Todos os Santos.



Durante a sua vida, foi pagem, combatente e, depois de ficar viúvo, distribuiu os seus bens e recolheu-se ao Convento do Carmo, edificado a suas expensas, sem contudo professar, em 15 de Agosto de 1423, adoptando o nome de Irmão Nuno de Santa Maria.

No Calendário Carmelita, que se encontra em Itália na Biblioteca da Parma e composto entre os anos de 1456 e 1478, que se destinava na ser usado pelos Carmelitas Portugueses, refere que já se celebrava a festa de Sanctus Nonius O Carm (São Nuno da Ordem dos Carmelitas) no dia 1 de Abril, prova de que havia sido inscrito no registo da Vida dos Santos Carmelitas.

Em 21 de Julho de 1437, o Rei D. Duarte envia uma carta ao Abade D. João Gomes em que lamenta não ter recebido cópia do despacho oficial dado pelo Papa Eugénio IV, com pontificado entre 3 de Março de 1431 a 23 de Fevereiro de 1447, afim de iniciar o processo de Canonização do Santo Condestável, forma como era conhecido pelo povo português, ainda em vida e após a sua morte.

Nas cortes realizadas em 1641, o rei D. João IV solicitou ao Papa Urbano VIII, com pontificado entre 6 de Agosto de 1623 a 29 de Julho de 1644, a canonização de Frei Nuno de Santa Maria, sendo este pedido renovado em 20 de Janeiro de 1674, pelo rei D. Pedro II ao Papa Clemente X, com pontificado entre 29 de Abril de 1670 e 22 de Julho de 1676.

A 15 de Janeiro de 1918 a Sagrada Congregação dos Ritos aprovou a Festa de D. Nuno a realizar em 6 de Novembro, com base na confirmação de Culto Antigo. Bento XV, com pontificado entre 3 de Setembro de 1914 e 22 de Janeiro de 1922, seis dias mais tarde, a 23 de Janeiro de 1918, eleva às honras dos altares como Bem-aventurado ou Beato, e dado como exemplo aos militares que combatiam na I Grande Guerra.

No ano de 1940, durante a 2ª Guerra Mundial o Papa Pio XII declarou que o Beato Nuno devia “ser modelo a seguir por todos os militares que combatiam na guerra”, e tentou a canonização por decreto, como “exemplo do soldado cristão num tempo de guerra”.

Os Prelados Portugueses também solicitaram a reabertura de canonização ao Papa Pio XII, com pontificado entre 2 de Março de 1939 e 9 de Outubro de 1958, que foi autorizada em 28 de Maio de 1941, mas obstáculos colocados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, impediram que fosse canonizado por decreto pontifício.

No ano de 1960, quando se iniciou a comemoração do 6º centenário do seu nascimento e as suas relíquias percorreram o país, a Ordem do Carmo reabriu, de novo, o processo, mas o início da Guerra do Ultramar e toda a polémica que a envolvia, e com receio que se valorizasse mais o seu papel como soldado do que como religioso, impediu o avanço do processo.

Nuno Alvares Pereira, ao desembarcar em Ceuta em 21 de Agosto de 1415, tornou-se num dos primeiros combatentes portugueses em terras de África.

É patrono do Exército Português, e, provavelmente, o próximo Santo Português, terá a sua festa no próximo dia 6 de Novembro, com liturgia própria.

___________


Nota de vb: Vd. poste anterior desta série

25 de Setembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3239: Efemérides (11): Comemoração do 35.º Aniversário da declaração unilateral da Independência da República da Guiné-Bissau (Casa da Guiné-Bissau, Coimbra)

domingo, 13 de julho de 2008

Guiné 63/74 - P3054: Simpósio Internacional de Guileje: Comunicação de Nuno Rubim (1): Como dar a volta aos Strela ?

Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guileje (1 a 7 de Março de 2008) > O Cor Nuno Rubim, entre o Cor Carlos Matos Gomes e o Gringo de Guileje, o ex-Fur Mil Zé Carioca, da CCAÇ 3477 (Guileje, Nov 1971/Dez 1972), explicando pormenores da sua obra-prima que foi o diorama de Guileje...


Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guileje (1 a 7 de Março de 2008) > Dia 5 de Março ded 2008 > Painel 3 > O pós-Guiledje: efeitos, consequências e implicações político-militares do assalto ao aquartelamento. Moderador: Mamadú Djau (Director do INEP) > Comunicação de Nuno Rubim, português, Cor Art Ref > 17h30 – 18h00 > "A batalha de Guiledje: uma tentativa de reconstituição histórica em dioramas" >

Fotos e legendas: ©
Luís Graça (2008). Direitos reservados




Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guileje (1 a 7 de Março de 2008) > Dia 5 de Março ded 2008 > Painel 3 > O pós-Guiledje: efeitos, consequências e implicações político-militares do assalto ao aquartelamento. 

Moderador: Mamadú Djau (Director do INEP) > Comunicação de Nuno Rubim, português, Cor Art Ref > 17h30 – 18h00 > "A batalha de Guiledje: uma tentativa de reconstituição histórica em dioramas" > Neste excerto da sua comunicação, Nuno Rubim aborda sobretudo a ameaça que representou, para as NT, o aparecimento dos mísseis terra-ar Strela, sob os céus de Guileje... O resto da comunicação será apresentado sob a forma de slides que ele teve a gentileza de nos disponiblizar, para divulgação no blogue. O pequeno vídeo foi feito em más condições de som e luz.

Recorde-se que
Nuno Rubim comandou duas das unidades que passaram por Guileje: a CCAÇ 726 (Out 1964/Jul 1966) e a CCAÇ 1424 (Jan 1966/Dez 1966) (*).

Vídeo (4' 58''): ©
Luís Graça (2008). Direitos reservados. Vídeo alojados em: You Tube >Nhabijoes

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Nuno Rubim - CV abreviado 

1- Chefe da Secção de Estudos do Museu Militar de Lisboa, 1981-1984.

2- Organizou a Exposição “Armas em Portugal – Origem e Evolução”, no Museu Militar de Lisboa, tendo elaborado o respectivo catálogo.

3- Fez parte do grupo restrito que planeou e instalou a “Exposição Nacional Comemorativa do 6º Centenário da Artilharia Portuguesa”, que esteve patente ao público no Museu Militar do Porto, de Julho a Setembro de 1982, elaborando parte do respectivo catálogo.

4- Adjunto do Centro de Estudos da Direcção do Serviço Histórico - Militar, 1984 -1986.

5- Organizador do 1º Curso de Museologia Militar, no ambito da DSHM, 1985.

6- Planeou e dirigiu a execução da exposição “Artilharia Histórica Portuguesa Fabricada em Portugal”, patente ao público no Museu Militar de Lisboa, desde Junho de 1985, sendo autor da respectiva memória histórica .

7- A convite do Exmo. Presidente da respectiva Comissão, realizou trabalho de investigação e posterior instalação da artilharia embarcada a bordo da Fragata “D. Fernando II e Glória”, tarefa iniciada em 1991 e que se prolongou até 1998.

8- De Dezembro de 1991 a Junho de 1993, a convite do então IPPAR, desenvolveu um estudo técnico-militar sobre a Torre de Belém, abrangendo o período que decorreu desde a sua construção até à data da sua desactivação como fortaleza de defesa costeira, entregando nessa última data um pormenorizado relatório.

9- Proferiu, no ano lectivo de 1991-1992 e a convite da Comissão Científica de História da Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, uma série de 16 conferências, no âmbito do Mestrado sobre “Os Descobrimentos e a Expansão Portuguesa”, que abordaram disciplinas como a Náutica, a Construção Naval, a Artilharia, a Fortificação, a Organização e Táctica militares.

10- Em conjunto com uma equipa, englobando Oficiais de Artilharia e Docentes Universitários, planeou, coordenou e participou nos trabalhos que levaram à criação do Museu da Escola Prática de Artilharia, aberto ao público em Vendas Novas no dia 4 de Dezembro de 1992. Tem continuado aí a sua colaboração, dirigindo a implementação das seguintes Exposições: (i) Operações; (ii) A Defesa Costeira antiga (Portugal, sécs. XV-XVI)

11- Conferencista convidado, no âmbito do 1º Curso de História Militar, Fórum da Maia, Fevereiro de 1993.

12- Comissário Técnico, convidado pela “Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses”, para os aspectos militares da Exposição “A Paz e a Guerra na Época do Tratado de Tordesilhas”, realizado em Burgos, Espanha, em Setembro de 1994, tendo elaborado a notícia histórica, o desenho à escala de un Galeão que possibilitou a feitura de um modelo, em corte, à escala 1:10, e executando ainda os modelos, também à escala, do tipo de peças que guarneciam esse navio, São Diniz, Almirante no Índico na 2ª década do Séc. XVI. Realizou ainda todos os estudos técnicos, englobando desenhos, que possibilitaram a feitura de um filme de animação, em vídeo, sobre o tiro de artilharia na transição dos Sécs. XV / XVI.

13- Professor convidado, Regente da Cadeira de História Militar, Academia Militar, no ano lectivo de 1998 – 1999.

14- Colaborador científico convidado, para os aspectos relacionados com as armas de fogo no período medieval, Exposição “Pera Guerrejar”, no âmbito do Simpósio Internacional sobre Castelos, que decorreu em Palmela de 3 a 8 de Abril de 2000.

15- Responsável pela reconstituição histórico-militar do Forte de Oitavos, à data de 1796, (CM-Cascais), cujos trabalhos decorreram entre 1999 e 2001.

16- Tem proferindo comunicações, conferencias e palestras, sobre temas relacionados com a história militar (incluindo a naval ) nas Universidades de Lisboa e Coimbra (no âmbito de Mestrados ), Escolas Secundárias e outros organismos nacionais.


Tem publicados os seguintes trabalhos:-

- “As origens da Artilharia Piro-Balística”, Revista de Artilharia, Nov-Dez 1977
- “Falcões Pedreiros”, Bulletin, Early Sites Research Society, Vol. 10, Nº 2, Dec 1983, Mass., USA.
- “Sobre a possibilidade técnica do emprego de Artilharia na Batalha de Aljubarrota”, Revista de Artilharia, Jan-Fev 1986
- “A Artilharia Portuguesa nas Tapeçarias de Pastrana –A Tomada de Arzila em 1471”, Separata da Revista de Artilharia, 1987.
- “Algumas Questões sobre as Munições de Artilharia de Alma Lisa”, in “Bombardeiro, Boletim Nº 15 do RAC, Nov 1989
- “D. João II e o Artilhamento das Caravelas de Guarda-Costas-o Tiro de Ricochete Naval”, Separata da Revista de Artilharia, 1990
- “A Investigação Histórico-Militar Contemporânea em Portugal –Algumas achegas”, Revista de Artilharia, Nov- Dez 1990
- “A Artilharia em Portugal na segunda metade do século XV in “A Arquitectura Militar na Expansão Portuguesa”, CNCDP, Porto, 1994
- “Estudos sobre Artilharia Antiga –I / A Torre de Belém, Revista de Artilharia, nos 835-836, Mar-Abr 1995
- “Estudos sobre Artilharia Antiga –II / Uma Experiência Artilheira ‘Sui Generis’”, Revista de Artilharia, nos 878 a 880, Out a Dez 1998
- “A Artilharia antes da Utilização da Pólvora”, em colaboração com o Engenheiro Tércio Machado Sampaio, Separata da Revista de Artilharia, Jul 2000
- “Novo conjunto de Tapeçarias de D. Afonso V na Igreja de Pastrana em Espanha “, edição do autor, Lisboa 2005
- “Notas sobre os Armamentos Marroquino e Português nos Séculos XV e XVI”, Boletim do Arquivo Histórico Militar nº 66, 2004 – 2005 Em vias de publicação dois artigos:Um, em colaboração com o Dr. Carlos Guímaro, sobre peças de artilharia portuguesa do início do Séc. XVII que foram encontradas no Butão, a publicar na Revista de Artilharia.

Outro sobre a primeira bateria automóvel operacional existente no mundo, 1903-1905, um projecto luso-francês, a publicar no Boletim do Arquivo Histórico-Militar.

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Título da comunicação no Simpósio Internacional de Guiledje:

Guiledje 1963-1973, uma tentativa de reconstituição histórico-militar

Sinopse da comunicação > O autor tenta estabelecer resumidamente o percurso das unidades do Exército Português que estiveram sedeadas no Sector de Companhia de Guiledje desde 1963 até 1973.

O sector envolveu duas localidades, Guiledje e Medjo, mas também interessa focar outros dois aquartelamentos, Gadembel/Balana e Gadamael que, devido à sua proximidade, tiveram influência no desenrolar das operações militares nessa zona.