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quarta-feira, 12 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17573: Inquérito 'on line' (122): o aerograma era "seguro e rápido" ? ... Da minha experiência não tenho razões de queixa, mesmo sabendo que tinha ficha na PIDE/DGS (Hélder Sousa, ex-fur mil, TSF, Piche e Bissau, 1970/72)



Guiné > Bissau > s/d [1970-1972] > O Hélder Sousa no seu quarto em Bissau... Na parede, um poster (um pouco insólito) do 'Che'  Guevara, um ícone da juventude da época, mas também um grande amigo do PAIGC... Sabendo-se que o  Hélder tinha "ficha" na PIDE/DGS (, é ele que o diz), pode perguntar: "Como é que um homem do reviralho vai parar à arma das transmissões e, para mais, do STF ?"...Isso só quer quiser que os "psicoténicos" do exército estavam acima da PIDE/DGS ?... Seria mesmo ?... Está na altura de dar à PIDE/DGS a devida conta, peso e medida... Não era assim tão omnipotente, omnipresente e omnisciente como alguns a julgavam ou pintavam...

Foto: © Helder Sousa (2007). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Comentário do nosso colaborador permanente Hélder Valério de Sousa (ex-fur mil trms TSF, Piche e Bissau, 1970/72, ribatejano a viver em Setúbal, com página pessoal no Facebook)


E pronto, também já votei!

Desta vez não me apercebi das habituais objecções/sugestões do nosso António José [Pereira da Costa] mas realmente fiquei um pouco sem saber exactamente como responder.

É que, como por aqui já foi referido, é possível ter todas as opiniões.

"Era seguro e rápido".... 

Pois teria sido seguro a maior parte das vezes e para a maior parte das pessoas, nalgumas outras situações nem tanto. Quanto a rápido, pois também está visto que 'variou' embora, dadas as circunstâncias, também se possa considerar rápido.

"Era seguro mas não rápido"...

É tudo uma questão de relativização. A 'segurança' é a mesma da primeira questão, já a rapidez deve aqui entrar em linha de conta com o facto onde se estava. Em Bissau ou sede de Batalhão era seguramente mais rápido do que num Destacamento qualquer.

"Era rápido mas não seguro"...

Sobre a 'rapidez' os pontos acima mostram que o conceito depende então de onde se estava. Quanto à 'segurança' aqui podemos dividir em dois campos principais: o da violação da correspondência para verificação do conteúdo escrito, fosse lá motivado porque motivo fosse, ou para 'apropriação indevida' de qualquer conteúdo extra. Sobre isto acho que se pode considerar que, na generalidade, não houve assim tantas razões de queixa, pelo menos de extravio, embora isso não seja garantia de que a correspondência não tivesse sido lida por pessoas além do destinatário.

"Não era nem seguro nem rápido"....

Trata-se de considerar negativamente qualquer das situações e sobre isso a minha opinião é que "depende". Algumas vezes, sim, a maior parte das vezes, não.

"Não sei / já não me lembro"....

A questão mais fácil. Ao responder aqui, cumprimos o dever de participar no inquérito e descarregamos considerações.

Ora bem, a minha experiência foi de que não tive razões de queixa.

Escrevi e recebi aerogramas. Escrevi e recebi cartas. Com fotos. E chegaram todos e todas. Mais ou menos rápido, dependendo de estar em Bissau ou em Piche mas sem grandes razões de queixa.

Logo em Novembro, resolvi escrever um aerograma com uma série de observações que poderiam ser tomadas em conta como "subversão",  dirigido a uma jovem "católica progressista" e chegou sem problemas.

De um modo geral também não me alongava em grandes considerandos, apenas a superficialidade das circunstâncias: calor, bom tempo, muita chuva, saúde... etc.

Já agora.... sem querer alimentar qualquer tipo de polémica ou coisa parecida, tenho a ideia que um camarada que esteve comigo no CSM [, Curso de Sargentos Milicianos,] em Santarém e depois teve uma 'especialidade' diferente da minha, estava colocado na Repartição de Sargentos e Praças e na véspera da minha partida para a Guiné me esclareceu (vou 'vender' pelo mesmo preço, tanto quanto me recordo) que a "prestimosa polícia política" classificava os mancebos que tinha "debaixo de olho" como "suspeitos", "activistas", "comunistas" e "anarquistas" e que tinha visto a minha ficha de mobilização e lá figurava uma determinada 'categoria'.

Nunca quis confirmar isto. Embora na altura me interrogasse pela ordem da escala de 'perigosidade'.

Hélder Sousa

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Nota do editor:

(*) Vd. poste de  1 de julho de 2017 > Guiné 61/74 - P17567: Inquérito 'on line' (121): O aerograma ?... "Era rápido mas não seguro" (José Brás)... "Acabou por justificar a existência do Movimento Nacioanal Feminino" (António J. Pereira da Costa)... "A malta chegava a solidarizar-se e fretar a avioneta civil para trazer o correio" (Henrique Cerqueira)

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17565: Inquérito 'on line' (120): Mesmo com ficha na PIDE/DGS, nunca me inibi de escrever cartas e aerogramas, sem autocensura nem receio de represálias... E foram mais de 300!... Contei, a quem gostava, tudo o que acontecia no CTIG no meu tempo (António Graça de Abreu, ex-alf mil, CAOP 1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74)



Guiné >Região de Tombali > Cufar> CAOP 1 > O António Graça de Abreu, no aeroporto de Cufar, em dezembro de 1973, posando junto a um heli, Allouette III. No mês anterior, o aquartelamento de Cufar tinha sofrido uma flagelação com foguetões 122, e um ataque com RPG [lança-granadas foguete] e armas automáticas, nas proximidades dos arame farpado... Dezete meses depois do início da comissão, o António recebia finalmente o tão desejado quanto temido baptismo de fogo. Recorde-se que o António Graça de Abreu foi Alf Mil, CAOP 1,Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar (1972/74)

Foto: © António Graça de Abreu (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


Capa do livro do António Graça de Abreu,
 "Diário da Guiné: lama, sangue água pura"
 (Lisboa,  Guerra & Paz, 2007)
1. Comentário do António Graça de Abreu ao 
poste P17558 (*):

Cada um fala do que sabe. No meu caso, CAOP 1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/1974, com aviões e helis a chegar todos os dias aos nossos aquartelamentos (sei do que falo), algumas vezes com o meu major de Operações, outras vezes sozinho, habituei-me, guiando os jeeps, a ir buscar o piloto e o correio à pista.

Eu era o alferes miliciano da pequena logística do CAOP 1. O correio não falhava. Era eu quem, muitas vezes, abria os sacos com o correio e juntava uma multidão à minha volta ansiosa pelas cartas e aerogramas que eu, carteiro de circunstância, distribuía aos meus soldados.

No que me diz respeito escrevi mais de trezentos aerogramas, sem autocensura, contando, a quem gostava, tudo o que nos acontecia na Guiné. A PIDE/DGS, que havia dado por mim antes da Guiné, nos tempos de Faculdade de Letras (tenho um lindo processo que consultei e fotocopiei, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo), desde que fui promovido a aspirante parece que me perdeu o rasto.

Tudo o que escrevi então chegou ao destinatário. Em 1972/1974 garanto que o correio, desde Lisboa, chegava a Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, quase todo, em menos de 24 horas.

Abraço,
António Graça de Abreu
_______________

Nota do editor:

sábado, 8 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17558: Inquérito 'on line' (119): num total (provisório) de 35 respostas, até às 21h00 de hoje, menos de metade (17) entende que "em geral, o aerograma era seguro e rápido"... Comentários de: José Martins, Manuel Amaro e Carlos Vinhal

I. INQUÉRITO 
DE OPINIÃO: 

"EM GERAL, O AEROGRAMA 
ERA SEGURO 
E RÁPIDO" (*)


[Seguro=em geral,  não se extraviava, não se perdia, era devolvido em caso de erro no endereço, não era facilmente violável, não havia censura, a pessoa sentia-se à vontade para escrever o que lhe apetecesse ...]

[Rápido = em geral, demorava poucos dias a chegar ao destinatário]

Assinalar, diretamente, no canto superior esquerdo do blogue, uma das cinco hipóteses de resposta, de acordo com a perceção e e experiência de cada um, no TO da Guiné,

Em 35 respostas preliminares, temos os seguintes resultados;


1. Era seguro e rápido 17 (48,6%) 

2. Era seguro mas não rápido 3 (8,6%) 

3. Era rápido mas não seguro 9 (25,7%)

4. Não era nem seguro nem rápido 3 (8,6%) 

.5 Não sei / já não me lembro 3 (8,6%)

Total > 35 (100,0%)

O prazo de resposta termina na 5ª feira, dia 13, às 16h59.


2. Comentários dos nossos leitores

(i) José Marcelino Martins: 

Escolhi, no leque de respostas a hipótese dois: Era seguro, mas não rápido.

Pelo que sei, os "responsáveis pelos SPM", a nível de terreno, eram requisitados aos CTT e graduados em 1º Sargento. Alguns eram, na realidade, carteiros de profissão.

A velocidade com que faziam o trajeto variava, em função:
- Da quantidade de voos semanais, da TAP, que era quem os transportava;
- Da EPM [Estação Postal Militar] em Bissau, seguiam para os Batalhões;
- Dos Batalhões seguiam para as unidades, nível de companhia, que a distribuía ou enviava para os destacamentos que tinha, e de acordo com o ritmo de "transporte".

Portanto tudo variava. Até o esquecimento daquilo que era o que animava a malta

(ii) Manuel Amaro
Um aerograma entregue nos CTT do Aeroporto de Lisboa, até às 19.00 horas, era distribuído em Aldeia Formosa (Quebo), por volta das 16.00 horas do dia seguinte.

(iii) Carlos Vinhal;

Não é líquido um aerograma ser mais rápido que uma carta ou vice-versa porque a distribuição do correio no mato dependia das condições logísticas.
 
José Martins, o que expões,  não acontecia nas cartas?  Iriam as cartas de barco e chegavam mais depressa a Bissau? Os aerogramas não percorriam o mesmo calvário que as cartas? Ou tinham tratamento diferente chegados a Bissau?

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17555: Serviço Postal Militar (SPM): o aerograma... multiusos: da simples correspondência postal ao marketing político, comercial, religioso e... artístico... Continuo a guardar quase todos os aerogramas e cartas que enviei aos meus pais... Talvez a pensar nos meus netos... (Belarmino Sardinha, ex-1º cabo radiotelegrafista STM, Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau, 1972/74)






Um exemplo de como o famoso aerograma, nascido em 1961 no seio do Movimento Nacional Feminino, podia ter (ainda tem...) múltiplos usos, para além da sua função principal que era facilitar a correspondência postal entre os militares mobilizados para o ultramar e as suas famílias e amigos.

Fotos: © Belarmino Sardinha (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de 4 do corrente, de  Belarmino Sardinha  (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista STM, Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau, 1972/74),

Boa tarde Luís e Carlos,

Lembrei-me de escrever isto e enviar-vos. Como estamos a falar de SPM (*), aproveito para vos lembrar de um anterior texto que enviei e foi publicado. Tratava-se de um aerograma que recebi na Guiné, enviado por alguém de uma religião, sem que eu soubesse quem, com palavras de conforto ao mesmo tempo que procurava catequizar-me para a causa (**).

Além dos aerogramas de familiares e amigos havia estes e eventualmente outros.

E como de aerogramas se fala, aproveito para vos apresentar um trabalho cujo catálogo foi inspirado no correio aéreo (aerograma) dos militares em serviço, à data, nas províncias ultramarinas, que me foi entregue num almoço da Tabanca do Centro e que eu guardei por achar interessante. Trata-se de uma escultura levada a efeito por Nuno Sousa Vieira e Rita Gaspar em Novembro de 2004, a convite da Câmara Municipal de Leiria, cujo presidente da Câmara foi também militar na Guiné, trabalho esse que pretende homenagear o papel da mulher no contexto da guerra.

Falo agora dos aerogramas por mim enviados. O conteúdo nunca manifestou qualquer interesse, ao contrário de alguns camaradas que já aqui publicaram, eu nunca falei sobre as condições que tinha ou aquilo que fazia ou o que se passava, limitava-me a perguntar como era o estado de saúde dos meus pais e referindo que a minha saúde ia bem como sempre, lamentava a falta de assunto e lembrava que o mais importante era a passagem do tempo.

Desconheço se a censura era apertada ou não sobre este tipo de correio. Já com o correio pago, carta, posso dizer que uma vez dei por haver algo estranho, umas fotos que enviei nunca chegaram, mas foram caso único e desconheço a razão, suspeito, mas nunca consegui apurar a verdadeira causa. Quanto à circulação do correio, em termos de tempo, aerogramas ou cartas, sempre me pareceram normais, havia alguma demora apenas quando mudava de SPM.

Continuo a guardar quase todos os aerogramas e cartas que enviei aos meus pais. Por mais que uma vez estive tentado a deitá-los fora, mas depois dá-me um remoque e acabam por ficar, talvez a pensar que os netos poderão interessar-se e gostar de saber o que se passou, não com o avô, mas sobre a história do País, aquela que parece quererem apagar ou esquecer. Mas mesmo mantendo tudo interrogo-me, valerá a pena?

Enfim, quem cá ficar que decida o que fazer com estes papéis.

Belarmino Sardinha
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Leiria > O projeto SPM, dos artistas plásticos Nuno Sousa Vieira e Rita Gaspar Veira, com apoio da Liga dos Combatentes .- Núcleo de Leiria e Junta de Freguesia de Leiria
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Prezado Jovem

Que neste momento, quando receber este aero, esteja de boa saúde junto dos seus amigos, são os nossos votos. 

Somos como já deve saber, pelo carimbo que está na parte de fora, “O Correio Áureo”.
O Correio Áureo é um departamento das Assembleias de Deus, formado por dezenas de jovens que pretendem que os militares possam receber através do serviço de correspondência, apoio moral, revistas “Novas de Alegria” e “Caminhos”, literatura, Bíblias, Novos Testamentos etc.
A criação deste departamento foi ideia de um furriel miliciano, membro da Assembleia de Deus de Lisboa, quando prestava a sua comissão na província da Guiné. 

A missão do “Correio Áureo” é além de tudo, a de edificar espiritualmente os militares incrédulos. Isto é, aqueles que ainda não andam neste maravilhoso caminho. 

Talvez o jovem esteja agora a pensar a que caminho eu me estou a referir. (...)

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17552: Inquérito 'on line' (118): "Em geral, o aerograma era seguro e rápido"... Prazo de resposta até 5ª feira, dia 13, às 16h59


Guiné > Zona leste > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Pista de Bambadinca > Ao fundo, o muro do cemitério ... Uma DO 27 na pista... Tímhamis uma relação de amor-ódio para com a D=-27, ara uma pequena aeronave, monotor, que adorávamos quando nos trazia de Bissau os frescos e a mala do correio ou, no regresso, nos dava boleia até Bissau, para apanharmos o avião da TAP e ir de férias... Era uma aeronave preciosa nas evacuações (dos nossos feridos ou doentes militares, bem como dos civis)... Era um "pássaro" lindo a voar nos céus da Guiné, quando ainda não havia o Strela... Em contrapartida, tínhamos-lhe, nós, os infantes, um "ódio de morte" (sic) quando se transformava em PCV (ponto de comando volante) e o tenente coronel, comandante do batalhão, ou o segundo comandante, ou o major de operações, ou outro "xico-esperto qualquer" ia ao lado do piloto, a "policiar" a nossa progressão no mato... Quando nos "apanhavam" e ficavam à nossa vertical, era ver os infantes (incluindo os nossos "queridos nharros") a falar, grosso, à moda do Norte, com expressões que eram capazes de fazer corar a Maria Turra..."Cabr..., filhos da p..., vão lá gozar pró c..., daqui a um bocado estamos a embrulhar e a levar nos corn...". Também os nossos comandantes operacionais (capitães QP ou milicianos) não gostavam nada do "abelhudo" do PCV, em operações no mato... Mas, enfim, fica aqui a lembrança mais positiva, a do transporte do correio aéreo, no âmbito do Serviço Postal Militar (SPM), Foto do álbum de Arlindo T. Roda, ex-fur mil da CCAÇ 12 (1969/71).

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

I. INQUÉRITO DE OPINIÃO: 

"EM GERAL, O AEROGRAMA ERA SEGURO E RÁPIDO" (*)

[Seguro=em geral não se extraviava, não se perdia, era devolvido em caso de erro no endereço, não era facilmente violável, não havia censura, a pessoa sentia-se à vontade para escrever o que lhe apetecesse ...]

[Rápido = em geral demorava poucos dias a chegar ao destinatário]


Assinalar, diretamente, no canto superior esquerdo do blogue, uma das cinco hipóteses de resposta, de acordo com a perceção e e experiência de cada um, no TO da Guiné, entre 1961 e 1974:

1. Era seguro e rápido
2. Era seguro mas não rápido
3. Era rápido mas não seguro
4. Não era nem seguro nem rápido
5. Não sei / já não me lembro



Prazo de resposta: 5ª feira, 13/7/2017, 16h59


II. Comentário do editor:



Há quem defenda que o SPM foi o melhor serviço que a tropa criou em tempo de guerra. No entanto, nunca foi avaliado pelos "utentes" (os militares, os seus familiares e amigos, etc.). Mais de meio século depois da sua criação (em 1961), ainda vamos a tempo de dar a nossa opinião... Comecemos pelo aerograma, uma "genial" criação do Movimento Nacional Feminino,   isento de franquia postal (porte e sobretaxa aérea), e cujo transporte (entre Lisboa e Bissau, no caso da Guiné) era assegurado, em geral, pela TAP, de borla... (Presumo que a FAP também colaborasse.)


Pergunta-se: será que o aerograma era mesmo "seguro e rápido" ? Alguns de nós (e as nossas namoradas, esposas, amigos, familiares, etc.), achavam o aerograma mais "impessoal", preferiam a carta, devidamente estampilhada,  expedida "por avião" (, de resto, como o aerograma)... Mas como era paga (porte mais sobretaxa aérea), achávamos que tinha tratamento especial, diferente do aerograma... Seria o equivalente hoje ao "correio azul"... 

Além disso, achávamos que a carta era mais "íntima", prestando-se melhor á confidências (políticas, amorosas, filosóficas, etc.), podíamos inclusive enviar no envelope uma fotografia (ou mais folhas de papel de carta), o que era taxativamente proibido no aerograma... 

Mas a maioria de nós, militares, e sobretudo as praças, não se podiam dar ao luxo de pôr no correio (SPM) muitas cartas, por causa da "guita", daí a opção pelo aerograma, de distribuição gratuita pelo Movimento Nacional Feminino e com expedição sem encargos... (Para o ano de 1974, o MNE fez uma encomenda de 32 milhões de aerogramas, nunca pensando que esse ano seria também o o seu último ano de vida.)

Camarada, responde ao nosso inquérito sobre o "SPM do nosso contentamento"... A tua opinião é muito importante (LG).





Foto: © A. Marques Lopes (2005). Todos os direitos reservados




Foto: © Alberto Nascimento  (2010). Todos os direitos reservados

Podia-se "escrever nas entrelinhas" dos aerogramas... Temos aqui dois exemplo de utilização do aerograma especial do Natal de 1968, concebido pelo Movimento Nacional Feminino... No primeiro caso, o nosso camarada A Marques Lopes, que era, na altura, alf mil da CCAÇ 3, em Barro, na região do Cacheu, mandou à irmã e ao cunhado um aerograma com o seguinte teor:

"Querida irmã e cunhado, um Natal feliz e que o Ano Novo seja sempre melhor que o anterior. António Manuel"... 

E ao canto superior direito, por cima do presépio, acrescentou: "Uma ginginha!.. Pois dar de beber à dar é o melhor"...

O desenho, do lado esquerdo, foi "vandalizado": (i) há tabancas a arder; e (ii) a criança e o soldado "sangram"... Sobre este aeograma natalício, o A. Marques Lopes, um dos nossos primeiros camaradas a entrar para o nosso blogue,  comentou o seguinte em 2005: "Este é mais outro aerograma que descobri. Mandei-o, pelo Natal, em 1968. O que eu quis transmitir é que eram natais de morte e que o que procurava era esquecer, dando de beber à dor".

No segundo caso, temos a cópia do aerograma original que o nosso camarada Alberto Nascimento, veterano da guerra da Guiné (ex-sold condutor auto, CCAÇ 84, Bambadinca, 1961/63) reutilizou para desejar a todos os membros da Tabanca Grande votos de  "um Natal muito feliz e um bom 2011"...

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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

6 de julho de 2017 >  Guiné 61/74 - P17550: O Serviço Postal Militar (SPM) do nosso contentamento: cartas e aerogramas... (E, a propósito, o que é feito dessas 10 toneladas de correio diário que circulavam nos vários teatros de operações durante a guerra ?)

27 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17518: Antologia (76): "O Correio durante a guerra colonial", por José Aparício (cor inf ref, ex-cmdt da CART 1790, Madina do Boé, 1967/69)... Homenagem ao SPM - Serviço Postal Militar, criado em 1961 e extinto em 1981.

(...) O serviço prestado pelo SPM foi notável. Muito para além dos números impressionantes de milhões de aerogramas, cartas, encomendas, vales do correio e valores declarados, por eles tratados e enviados; durante os anos de guerra a expedição média diária foi de 10 toneladas de correio (!!!) para um total transportado de 21 mil toneladas. É que nunca falhou, mesmo nos locais mais perigosos, difíceis e isolados, e os prazos médios entre a expedição e a recepção eram mínimos. (...) 

(**) Último poste da série > 31 de maio de 2017 Guiné 61/74 - P17418: Inquérito 'on line' (117): Imagens com história: a minha ida a Fátima (4/4/1965) e a minha chegada ao Cais da Rocha Conde de Óbidos (4/4/1974) (Jorge Araújo)

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17418: Inquérito 'on line' (117): Imagens com história: a minha ida a Fátima (4/4/1965) e a minha chegada ao Cais da Rocha Conde de Óbidos (4/4/1974) (Jorge Araújo)




I. Mensagem do nosso colaborador permanente, Jorge Araújo, com data de 23 do corrente:

Caro Luís,

Com algum atraso, por dificuldades de gestão da(s) agenda(s) - a minha e a dos meus - só agora conclui a resposta ao teu apelo relacionado com a temática "FÁTIMA" e os resultados apurados no inquérito "on-line". (*)


É curta a narrativa, mas é a possível neste "Mês do Coração".

Um abraço, com saúde da boa.

Jorge Araújo.





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 Nota do editor:

Último poste da série >  18 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17375: Inquérito 'on line' (116): Fátima... Num total (final) de 84 respostas, conclui-se que : (i) todos lá fomos, pelo menos uma vez na vida, antes (44%), durante (8%) ou depois da tropa (20%); (ii) não tanto como peregrinos (20%) mas mais como turistas (55%)... A questão admitia mais do que uma resposta.


(...) O facto mais surpreendente é que todos nós, ex-combatentes, crentes ou não crentes, já fomos a Fátima, num dado momento da nossa vida, uma ou mais vezes.

A maioria (55%) respondeu que foi lá "como simples turista ou em passeio". E só um em cada cinco admitiu que foi lá como "verdadeiro peregrino ou crente" (20%).

Os que lá foram logo depois de vir do ultramar (17%) ou muitos anos depois de vir do ultramar (20%) somam mais de um terço. Nestes haverá, por certo, um nº razoável de pagadores de promessas, mas que é difícil de quantificar, talvez uns 10% ou menos dos respondentes.(**)

Faltam-nos testemunhos de camaradas que tenham ido em peregrinação a Fátima, a pé ou de carro, por razões de fé, e nomeadamente no pagamento de promessas feitas por ocasião da guerra no ultramar /guerra colonial (por ex., não ter sido mobilizado, não ter ido como atirador, não ter morrido ou não ter sido ferido, ter voltado são e salvo).

Mas este é um assunto do foro íntimo, é difícil encontrar camaradas dispostos a dar, em público, no nosso blogue, o seu testemunho sobre a sua ida a Fátima. (...)

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17375: Inquérito 'on line' (116): Fátima... Num total (final) de 84 respostas, conclui-se que : (i) todos lá fomos, pelo menos uma vez na vida, antes (44%), durante (8%) ou depois da tropa (20%); (ii) não tanto como peregrinos (20%) mas mais como turistas (55%)... A questão admitia mais do que uma resposta.

I. INQUÉRITO 'ON LINE':
N. Sra. de Fátima de Guileje...
Foto do António Camilo (2010)



"FUI COMBATENTE, NUNCA FUI A FÁTIMA"...



Total de respostas > 84


1. Fui lá ainda em miúdo 

ou ainda antes de ir para a tropa > 37 (44%)

2. Fui lá, como militar, 
antes de ir para o ultramar > 7 (8%)

3. Fui lá logo depois de vir do ultramar > 15 (17%)

4. Só fui lá muitos anos depois 
(de vir do ultramar) > 17 (20%)

5. Fui lá como verdadeiro peregrino ou crente > 17 (20%)

6. Fui lá como simples turista ou em passeio > 47 (55%)

7. Nunca fui a Fátima 
mas ainda gostaria de lá poder ir > 0 (0%)

8. Nunca fui a Fátima 
nem tenho especial interesse em lá ir > 0 (0%)


II. O prazo de resposta terminou na 4ª feira, dia 18. (*)


O facto mais surpreendente é que todos nós, ex-combatentes, crentes ou não crentes, já fomos a Fátima, num dado  momento da nossa vida, uma ou mais vezes. 

A maioria (55%) respondeu que foi lá "como simples turista ou em passeio". E só um em cada cinco admitiu que foi lá como "verdadeiro peregrino ou crente" (20%).  

Os que lá foram logo depois de vir do ultramar (17%) ou muitos anos depois de vir do ultramar (20%) somam mais de um terço. Nestes haverá, por certo, um nº razoável de pagadores de promessas, mas que é difícil de quantificar, talvez uns 10% ou menos dos respondentes.(**)

Faltam-nos testemunhos de camaradas que tenham ido em peregrinação a Fátima, a pé ou de carro, por razões de fé, e nomeadamente no pagamento de promessas feitas por ocasião da guerra no ultramar /guerra colonial (por ex., não ter sido mobilizado, não ter ido como atirador, não ter morrido ou não ter sido ferido, ter voltado são e salvo). 

Mas este é um assunto do foro íntimo, é difícil encontrar camaradas dispostos a dar, em público, no nosso blogue, o seu testemunho sobre a sua ida a Fátima.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17363: Inquérito 'on line' (115): Fátima... Com 70 respostas no início da tarde, e a menos de 24 horas para o fim do prazo, conclui-se que todos lá fomos, pelo menos uma vez na vida, antes, durante ou depois da tropa... mais como turistas (58%) do que como peregrinos (18%)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Simpósio Internacional de Guileje > Visita ao sul > 2 de Março de 2008 > O ex-cap mil Abílio Delgado, que comandou a CCAÇ 3477 (sediada em Guileje de novembro de 1971 a dezembro de 1972; também conhecida por "Os Gringos de Guileje);

O Abílio Delgado foi, aos 21 anos (!), o capitão miliciano mais novo do CTIG. Membro da nossa Tabanca Grande, residente na Ericeira, foi fotografado pelo nosso editor Luís Graça, em Iemberém, com a estatueta, em metal, da Nossa Senhora dos Milagres de Guileje, a santa protectora dos Gringos de Guileje, "miraculosamente" encontrada nas escavações arqueológicas do antigo aquartelamento de Guileje em 2008, por Domingos Fonseca. Julgamos que esta estatueta estava na capela, construída pela CART 1613 (1967/68).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados.



Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3477 (1971/72) > Oráculo, com duas  imagens: (i) a  de Nossa Senhora de Fátima (à direita);  e (ii) a do Santo Cristo dos Milagres  (numa redoma de vidro ou relicário).

Na foto, vê-se ainda o Amaro Munhoz Samúdio, ex-1º cabo enfermeiro,   à civil, de óculos escuros. A foto foi-nos disponibilizada, sem legenda,  pelo Pepito, o histórico dirigente da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento.

No oráculo ao Santo Cristo dos Milagres, pode ler-se a oração em verso, inscrita na base do monumento: "Santo Cristo dos Milagres / Nesta capelinha oramos / Para sempre sorte dares / Aos Gringos Açoreanos".

 A companhia era maioritariamente constituída por pessoal dos Açores.  Guileje, por seu turno, sempre foi um dos locais de culto mariano, no TO da Guiné. Recorde-se a capelinha de Guileje, construída sob a invocação de N. Sra. Fátima pela CART 1613 (1967/68).  O culto do Santo Cristo dos Milagres bem como o de Nossa Senhora dos Milagres é muito mais antigo do que o de N. Sra. de Fátima, e ambos são de grande devoção nos Açores.

Esta lápide assim como a estatueta e diversos outros objectos de uso corrente, foram encontrados por ocasião das escavações arqueológicas do antigo aquartelamento das NT... Associado aos trabalhos de capela e ao núcleo museológico de Guileje, esteve incontornavelmente o nome do dedicado e incansável Domingos Fonseca, engenheiro técnico agrícola, quadro da AD, e o grande arqueólogo de Guileje. Peças como esta estatueta da Nossa Senhora foram encontradas por ele,  Por essa razão passou na altura a integrar a nossa Tabanca Grande.

Segundo informação do Samúdio,  o monumento, o oráculo da foto acima,  foi contruído pelos Gringos e inaugurado pelo então Ministro da Defesa Nacional, general Sá Rebelo e também pelo então governador, general Spínola, em 12 de junho de 1972. O oráculo e a capela foram reconstruídos pela ONG AD, com sede em Bissau, com o apoio da nossa Tabanca Grande, e nomeadamente o Grupo dos Amigos da Capela de Guileje.

Foto: © Amaro Samúdio (2006) / AD - Acção para o Desenvolvimento. Todos os direitos reservados. [Edição e legenda: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


I. INQUÉRITO 'ON LINE':

"FUI COMBATENTE, NUNCA FUI A FÁTIMA"...


As 70 primeiras respostas (até ao início da tarde de hoje):




1. Fui lá ainda em miúdo ou ainda antes de ir para a tropa  > 28 (40%)



2. Fui lá, como militar, antes de ir para o ultramar  > 4 (5%)



3. Fui lá logo depois de vir do ultramar  > 11 (15%)



4. Só fui lá muitos anos depois (de vir do ultramar)  > 13 (18%)



5. Fui lá como verdadeiro peregrino ou crente  > 13 (18%)


6. Fui lá como simples turista ou em passeio  > 41 (58%)

7. Nunca fui a Fátima mas ainda gostaria de lá poder ir  > 0 (0%)

8. Nunca fui a Fátima nem tenho especial interesse em lá ir  > 0 (0%)



II. Prazo de resposta: 



até amanhã, dia 17 de maio, 4ª feira, às 16h53.

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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de maio de  2017 > Guiné 61/74 - P17352: Inquérito 'on line' (114): Fátima... As 50 primeiras respostas: todos lá fomos, mas a maioria de nós (60%) como "simples turistas ou em passeio"... Prazo para responder termina 4ª feira, dia 17, às 16h53

domingo, 14 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17352: Inquérito 'on line' (114): Fátima... As 50 primeiras respostas: todos lá fomos, mas a maioria de nós (60%) como "simples turistas ou em passeio"... Prazo para responder termina 4ª feira, dia 17, às 16h53

I. INQUÉRITO 'ON LINE':

"FUI COMBATENTE, NUNCA FUI A FÁTIMA"...






As 50 primeiras respostas (até ao fim da tarde de ontem):


1. Fui lá ainda em miúdo 
ou ainda antes de ir para a tropa  > 20 (40%)

2. Fui lá, como militar, 
antes de ir para o ultramar  > 1 (2%)

3. Fui lá logo depois de vir do ultramar  > 8 (16%)

4. Só fui lá muitos anos depois 
(de vir do ultramar)  > 10 (20%)

5. Fui lá como verdadeiro peregrino ou crente  > 6 (12%)

6. Fui lá como simples turista ou em passeio  > 30 (60%)

7. Nunca fui a Fátima 
mas ainda gostaria de lá poder ir  > 0 (0%)

8. Nunca fui a Fátima 
nem tenho especial interesse em lá ir  > 0 (0%)


II. Prazo de resposta: 

até dia 17 de maio, 4ª feira, às 16h53.

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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17350: Inquérito 'on line' (113): Fátima... Gosto de lá ir em silêncio... e, para mim, a oração não é uma forma de negociar com Deus (José Teixeira)

1. Comentário ao poste P177347 (*), por José Teixeira,  um dos régulos da Tabanca de Matosinhos, ex-1.º Cabo Aux Enf, CCAÇ 2381 (Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70)



[Foto à esquerda: Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Simpósio Internacional de Guiledje > 1 de Março de 2008 > O Zé Teixeira com a Cadidjatu Candé.

Foto (e legenda): © José Teixeira (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Poucos dias depois de chegar à Guiné,  escrevi:

Prometi a minha mãe não me esquecer de Deus, mas confesso, que Ele se escapuliu, logo nos primeiros abalos do mar alto que me fizeram vomitar tudo quanto tinha e não tinha no estômago em alta sinfonia com centenas de camaradas alojados no porão do Niassa.

Singular fenómeno de religiosidade,  fui encontrar em Ingoré. Aí que tive o primeiro reencontro com Deus, após a saída de Portugal. 

Logo no segundo dia da chegada, depois do jantar e acabada a limpeza do refeitório, este enche-se de novo, agora sem pratos nem comida para o corpo. Seguia-se o momento de alimentar a alma. O grupo foi engrossando. Um estranho silêncio ou conversas em tom abaixo do normal, provocaram-me para ir averiguar o que se passava, com aquele grupo de camaradas de tez queimada por uns meses largos de sol na Guiné.

Um jovem soldado, lá na frente, começa a “votar” o terço em honra de Nossa Senhora, respondendo em coro o grupo de combatentes, onde se viam praças e um ou dois furriéis.

Foram vinte minutos de paragem, de reflexão, sobre o que me era exigido como seguidor do projeto de Jesus Cristo numa guerra para onde fui atirado, contra a vontade, pelos “senhores” do meu país.
Rezar, para mim, é mais um permanente estado de louvor a Deus pela vida, pela natureza que me disponibilizou para a minha felicidade. Corresponsabilizando-me com actos e acções de defesa de mim próprio no ambiente de guerra em que estou inserido, no respeito e serviço aos outros que me rodeiam pela missão que me foi atribuída - enfermeiro. 

A oração não é para mim uma forma de negociar com Deus, com promessas a cumprir se... chegar ao fim da comissão escorreito, ou um pedir permanente a proteção, vendo Deus como que um guarda chuva protetor, esquecendo que esse mesmo Deus também o é de tantos, quantos do outro lado da barricada nos atacam ou se defendem.

Os povos que ousam fazer-nos frente, possivelmente também tem a “sua Fé”, os seus santos a quem se agarrar nos momentos difíceis, os amuletos que lhes vemos à cintura são a prova evidente. Também têm avós, pais,  esposas, namoradas. Algumas, na frente de guerra, combatem lado a lado, outras, na retaguarda, sofrem como as nossas mães, os nossos familiares.

PS - Sobre o fenómeno de Fátima, onde gosto de ir no silêncio, já escrevi o poste nº 1873 um pouco baseado neste, que já estava escrito há muito tempo. (**)

Creio que esta reflexão continua atual, pois muitas vezes deusifica-se a Virgem Maria e tenta-se "negociar" com ela a salvação na vida terrena com promessas de sacrifícios. Ouso colocar a questão: Quem é a mãe/pai que gosta de ver um filho a sofrer, mesmo que seja por "amor" ?

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Notas do editor:

(*) Vd. poste d 11 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17347: Inquérito 'on line' (112): Fátima: num total preliminar de 20 respostas, cerca de 2/3 foi lá "como simples turista ou em passeio"... Prazo de resposta: dia 17, 4ª feira, até às 16h53

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17347: Inquérito 'on line' (112): Fátima: num total preliminar de 20 respostas, cerca de 2/3 foi lá "como simples turista ou em passeio"... Prazo de resposta: dia 17, 4ª feira, até às 16h53


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 1613 (1967/68) > A capelinha construída no tempo do nosso saudoso Zé Neto (1929-2007)... Havia três imagens da N. Sra. de Fátima, de diversos tamanhos... Reduzida a escombros, a capela foi reconstruída pela AD - Acção para o Desenvolvimento, com sede em Bissau, sob a liderança de outro nosso grande e saudoso amigo, o Pepito  (19949-2014). O Zé Neto já não viveu o suficiente para assistir à reconstrução da "sua" capela. Mas foi lá a sua viúva, a Júlia Neto. (*)

Foto: © Zé Neto / AD - Acção para o Desenvolvimento. (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Nucleo Museológico Memória de Guiledje > 2010 > A imagem de Nossa Senhora de Fátima, acabada de sair da embalagem que a protegeu durante a longa viagem Portugal-Guiné-Bissau. Imagem doada por António Camilo (Lagoa) e Luís Branquinho Crespo (Leiria / Coimbra).


Foto: © António Camilo (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



I. INQUÉRITO 'ON LINE': 

"FUI COMBATENTE, NUNCA FUI A FÁTIMA"... 


(ADMITE-SE MAIS DO QUE UMA RESPOSTA)



As 20 primeiras respostas (até ao princío da noite  de hoje):

1. Fui lá ainda em miúdo ou ainda antes de ir para a tropa 
8 (40%)

2. Fui lá,.como militar, antes de ir para o ultramar 
0 (0%)

3. Fui lá logo depois de vir do ultramar 
1 (5%)

4. Só fui lá muitos anos depois (de vir do ultramar) 
5 (25%)

5. Fui lá como verdadeiro peregrino ou crente 
2 (10%)

6. Fui lá como simples turista ou em passeio 
13 (65%)


7. Nunca fui a Fátima mas ainda gostaria de lá poder ir  
0 (0%)

8. Nunca fui a Fátima nem tenho especial interesse em lá ir 
0 (0%)


Prazo de resposta: até dia 17 de maio, 4ª feira, às 16h53. (**)


II. É difícil encontrar um português que não tenha ido a Fátima, pelo menos uma vez na vida. 

O fenómeno de Fátima é mais velho do que todos nós: vai fazer 100 anos este ano. Inevitavelmente, estão a surgir diversos livros, documentários, filmes (***)  e outros eventos, celebrando a efeméride. E o papa Francisco vai estar amanhã  entre nós.

Fátima também esteve presente na vida (espiritual) de alguns de nós, que fomos mobilizados e combatemos na guerra do ultramar / guerra colonial.  Na Guiné, ergueram-se capelas, nos nossos aquartelamentos, sob a invocação de N. Sra. Fátima. Guileje foi um exemplo. Mas não sabemos qual foi a extensão do culto mariano em tempo de guerra. Em peregrinação ou não, alguns de nós fomos entretanto a Fátima nessa altura ou então mais tarde. 

Seria interessante que quem foi combatente (na Guiné ou nos outros teatros de operações) pudesse responder a este questionário até 4ª feira: pode-se dar mais do que uma resposta: 

(i) se alguma vez foste ou não a Fátima; 
e (ii)  e no caso de teres ido, se foste como peregrino ou crente,  ou como simples turista. 

Se nunca foste a Fátima, podes optar por uma de duas respostas: 
(iii) nunca fui a Fátima  mas  ainda gostaria de lá poder ir; 
ou (iv)  nunca fui a Fátima  nem tenho especial interesse em lá ir. 

Seria bom atingirmos as 100 respostas.

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Notas do editor:

(*)  Vd. poste de 29 de janeiro de  2010 > Guiné 63/74 - P5726: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (10): A inauguração da capela, em 20 de Janeiro, na presença do embaixador de Portugal (Pepito)
(**) Último poste da série > 10 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17343: Inquérito 'on line' (111): num total de 34 respondentes, participantes dos nossos últimos oito encontros anuais (total 1282), mais de dois terços estão globalmente satisfeitos com o local (Monte Real) e o hotel (Palace Hotel de Monte Real) escolhidos

(***) Vd. poste de 11 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17344: Manuscrito(s) (Luís Graça) (118): "Fátima", do realizador João Canijo (Portugal / França, 153', cor, 2017)... Sangue, suor e lágrimas... ou onze mulheres à beira de um ataque de nervos... De Vinhais a Fátima, 430 km, 9 dias... E também aqui ninguém quer ficar para trás... Um filme sobre a caixa de Pandora feminina... A não perder.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17343: Inquérito 'on line' (111): num total de 34 respondentes, participantes dos nossos últimos oito encontros anuais (total 1282), mais de dois terços estão globalmente satisfeitos com o local (Monte Real) e o hotel (Palace Hotel de Monte Real) escolhidos



Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2017)


I. Inquérito 'on line': 

"ESTOU SATISFEITO COM O HOTEL ESCOLHIDO COMO LOCAL PARA O NOSSO ENCONTRO ANUAL"

Total de respostas > 34

1. Totalmente satisfeito  > 17 (50%)

2. Em grande parte satisfeito  > 3 (8%)

3. Satisfeito  > 4 (11%)

4. Assim-assim  > 6 (17%)

5. Não satisfeito  > 1 (2%)

6. Em grande parte não satisfeito  > 3 (8%)

7. Totalmente não satisfeito  > 0 (0%)


Total > 34 (100%)



O prazo de resposta terminou ontem, dia 9, às 13h42. (*)

II. Não é um referendo... Em 12 encontros nacionais, desde 2006, os últimos oito realizaram-se em Monte Real, no Palace Hotel de Hotel Real, com os seguintes nºs de participantes (vd. gráfico acima):

2010 (V, Monte Real, Palace Hotel) > 152 
2011 (VI, Monte Real, Palace Hotel) > 126 
2012 (VII, Monte Real. Palace Hotel) > 200 
2013 (VIII, Monte Real, Palace Hotel) > 131 
2014 (IX, Monte Real, Palace Hotel) > 145 
2015 (X, Monte Real, Palace Hotel) > 200 
2016 (XI, Monte Real, Palace Hotel) > 194 
2017 (XII, Monte Real, Palace Hotel) > 134

Total (2010-2017)= 1282 (média anual: 160,25)

Os 4 primeiros encontros (de 2006 a 2009) tiveram uma média anual de 91,5 participantes: o 1º, em 2006 (Ameira, Montemor-O-Novo, Qta da Ameira), o 2º em 2007 (Pombal, Solar do Marquês), e os 3º e 4 (2008 e 2009), na Ortigosa, Quinta do Paúl.

O total de participantes nos nossos 12 últimos encontros foi de 1648.

Responderam ao nosso inquérito apenas 34 participantes. A partir de 30, considera-se um número grande... Mas dificilmente esta amostra pode ser considerada representativa dos 1282 participantes dos nossos últimos 8 encontros nacionais, realizados em Monte Real, no Palace Hotel de Monte Real...

Mas leiam-se os resultados com as reservas habituais neste tipo de inquéritos 'on line' (*): mais de 2/3 da amostra está satisfeita com o local e com o hotel escolhidos...

III. Está já em marcha o XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande, a realizar em princípio no mesmo local e hotel,  em abril de 2018, a data a anunciar pela comissão organizadora. 

Sugestões e comentários, com vista à melhoria da organização e funcionamento do nosso próximo encontro, serão bem vindos e analisados pela comissão organizadora. (**)
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Notas do editor:



(**) Vd. postes de:


quinta-feira, 4 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17317: Inquérito 'online' (110): as primeiras 25 respostas: dois terços dos participantes estão globalmente satisfeitos com o hotel escolhido como local para o nosso encontro anual


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > "Foto de família": este ano juntámos 134 camaradas e amigos/as. Mas, para o ano há mais, se Deus, Alá e os bons irãs nos derem vida e saúde.

Foto: © Abel Santos / J. Casimiro Carvalho   (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


I. Questionário (escolher uma das 7 hipóteses de resposta):

"ESTOU SATISFEITO COM O HOTEL ESCOLHIDO COMO LOCAL PARA O NOSSO ENCONTRO ANUAL"



Respostas preliminares (n=25) (até ao meio dia de hoje)



1. Totalmente satisfeito  > 10 (40%)
\
2. Em grande parte satisfeito  > 3 (12%)

3. Satisfeito  > 3 (12%)

4. Assim-assim  > 6 (24%)

5. Não satisfeito  > 0 (0%)

6. Em grande parte não satisfeito  > 3 (12%)

7. Totalmente não satisfeito  > 0 (0%)

II. Camarada, amigo, camarigo:

Prazo de resposta: até 9 do corrente, 3ª feira, às 13h45.

Se participaste este ano ou em anos anteriores (desde 2010), no nosso encontro nacional anual, em Monte Real, responde ao nosso inquérito (diretamente no canto superior esquerdo). 

A tua opinião é muito importante para nós. Queremos chegar às 100 respostas.

Estamos já a preparar o próximo, o XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande, que deverá realizar-se  na 1ª quinzena de abril de 2018.

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