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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10916: Postais ilustrados (19): O menino, Augusto, que fumava cigarros "White Horse" (Beja Santos)



1ª Exposição Colonial Portuguesa, Porto, Palácio de Cristal, 16/6/1934 - 30/9/1934.

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 3 de Janeiro de 2013:



Queridos amigos,

Eis o resultado de andar a vasculhar caixas com bilhetes-postais, uma atração irresistível em lojas de ferro-velho ou velharias de toda a espécie.

O Augusto a fumar não é para ficarmos indignados, à luz das mentalidades dos anos 1930. Ajuda a refletir sobre o tratamento de uma criança-objeto, uma imagem irrecusável que até talvez causasse simpatia, naqueles tempos em que havia crianças contorcionistas em trupes de ciganos, crianças trapezistas no circo ou a chicotear cavalos.

A exposição do Porto, em 1934, teve como uma das principais atrações os guinéus. Eduardo Malta, convém não esquecer, sentiu-se fascinado pelo régulo Mamadu Sissé, um dos incondicionais do capitão Teixeira Pinto, desenhou-o com imensa beleza. Fazia-se filas para ver os Bijagós desnudados, era um desregramento autorizado.
Para que conste.

Um abraço do
Mário


O menino da Guiné que fumava cigarros White Horse

por Beja Santos



Há, por ora, um embaraçante enigma que alguém, mais avisado, poderá contribuir para esclarecer. O postal que se exibe mostra o Augusto da Guiné, estamos em crer que ele veio na comitiva guineense que se apresentou na 1ª Exposição Colonial Portuguesa, que se realizou no Porto, em 1934. Na verdade, o Augusto aparece noutras fotografias, até tem honras de aparecer estampado no livro “O Império de Papel”. E a Tabacaria Trindade fez nome publicando imensos bilhetes-postais, basta ir ao Google. Como os tabacos White Horse também existiram, basta ir ao Google.

E vamos agora à exposição em que participou o Augusto. Diga-se desde logo que foi um invento com estadão e alto significado político. Uma coisa foi a Exposição Industrial de 1932, no que é hoje o Pavilhão Carlos Lopes, por lá acamparam uns régulos Fulas e respetivas famílias em pleno Parque Eduardo VII, foram tratados com uma atração de feira, era uma chamada de atenção para aquela terra de onde vinha amendoim, coconote, algumas madeiras exóticas, ceras e curtumes, convinha sensibilizar os investimentos para a orizicultura e outras potencialidades agrícolas, o Império não era só Angola e Moçambique, espaços largos, de se perderem à vista.

Em 1934, o regime consagrado pela Constituição de 1933 queria dar provas de que o Império era muito mais do que o imaginário, era obra de missionação, havia para ali recursos a explorar para o engrandecimento da Nação. O capitão Henrique Galvão recebeu instruções para que a encenação ultrapassasse tudo o que até agora fora mostrando dos diferentes povos no vasto Império. E ele não se poupou a esforços. 

O problema foi a moral pública, a reclamar daquelas bajudas com maminhas ao léu, aqueles Bijagós despudorados com saias de ráfia, praticamente nus, e de olhar tão inocente. Faziam-se excursões, rezam as notícias publicadas nos jornais da época, para ver aqueles povos bárbaros, as crianças atiravam pedradas, a polícia tinha que agir, o ministro das Colónias, Armindo Monteiro, não gostou das críticas, ordenou ao capitão Henrique Galvão que acabasse com os desmandos, quem desrespeitasse os guinéus ia para a choça.

O Augusto devia ser uma criança muito dócil, os pais até devem ter achado graça ver o menino a fumar, reproduzido em bilhete-postal. Não vale a pena fazer comentários, fica o registo de um tratamento primitivo. Em muitos domínios, a História não dorme.
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Nota de CV:

terça-feira, 10 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8256: Controvérsias (122): Exemplar de Bilhete Postal da Guiné, edição da Casa Mendes - Bissau (Augusto Silva Santos)


Bilhete Posta da Guiné / Execução da Foto Lisboa / Edição da Casa Mendes - Bissau


1. Mensagem de Augusto Silva Santos*, ex-Fur Mil da CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73, com data de 9 de Maio de 2011:

Camarada e Amigo Carlos Vinhal,

Fiquei incrédulo quando li os comentários do tal senhor (?) "Jomal" relativamente ao editado nos Poste P8243 / Mulher, Menina, Bajuda de Bedanda, enviado pelo camarada António Teixeira.

Realmente é como tu dizes. Só quem não passou por terras da Guiné e não teve possibilidades de conviver de perto com as populações, pode dizer semelhantes barbaridades pelo simples facto de uma mulher indígena se apresentar com o peito desnudado.

Esse senhor (?) está completamente desfasado da realidade e dos factos. Lembro-me perfeitamente que muitas das vezes eram as próprias bajudas / lavadeiras que nos pediam para tirar uma foto, não sentido qualquer pudor por se apresentarem sem nada a cobrir o peito.

Se entenderes que ainda vale a pena publicar só para ajudar algumas mentes menos esclarecidas, em ficheiro anexo estou-te a enviar a digitalização de um Bilhete Postal da então Guiné Portuguesa que, curiosamente, até enviei à então minha namorada e agora minha mulher em Março de 73 (bons tempos), postal esse que era vendido normalmente nas lojas em Bissau, e no qual no verso consta o seguinte:

Bilhete Postal / Feito em Portugal
Execução da Foto Lisboa
Edição da Casa Mendes - Bissau
Campune Bijagó
Ilha de Uno

Este postal tem o Nº 7-A, pois fazia parte de uma colecção com fotos idênticas das várias partes da Guiné, sobre usos e costumes das várias etnias, onde eram retratadas diversas situações idênticas à apresentada. E isto passava-se no tempo da censura. Parece que agora estamos a ficar um pouco pior.

Um Abraço
Augusto Silva Santos
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 6 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8231: Resumo da actividade do BCAÇ 3833 (1971/73) (5): Pel Caç Nat 59 e Pel Milícias (Augusto Silva Santos)

Vd. último poste da série de 10 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8255: Controvérsias (120): Ainda, e sempre, o Dia dos Combatentes, um dia que seja nosso, em 10 de Junho ou em qualquer outro dia do ano (Joaquim Mexia Alves)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6764: Memória dos lugares (93): Mais postais ilustrados (Parte II): Bafatá (Agostinho Gaspar)









Guiné > Zona Leste > Bafatá > s/d (c. 1966) > Postais ilustrados, Colecção Guiné Portuguesa, Edição Foto Serra, nº 136... De cima para baixo, edifício da administração de Bafatá (circunscrição) (as duas primeiras imagens); o mercado (3ª); a mesquita (4ª); a catedral (católica) (5ª); vista aérea (6ª); postal ilustrado nº 136, da edição Foto Serra.


Digitalização: © Luís Graça (2010). Direitos reservados.




Mapa da Guiné-Bissau > As oito regiões do país + o sector autónomo de Bissau: Biombo (3 sectores: Prabis, Quinhamel e Safim); Cacheu (7 sectores: Bigene, Bula, Cacheu, Caio, Calequisse, Canchungo e São Domingos); Oio (5 sectores: Bissorã, Farim, Mansabá, Mansoa e Nhacra); Gabu (5 sectores: Boé, Gabú, Pirada, Piche e Sonaco); Quínara (4 sectores: Buba, Empada, Fulacunda e Tite); Tombali (4 sectores: Bedanda, Catió, Komo e Quebo); Bolama / Bijagós (4 sectores: Bolama, Bubaque, Caravela e Uno).
A Região de Bafatá é composta pelos seguintes sectores: Bambadinca, Contuboel, Galomaro/Cossé,  Ganadu e Xitole. Sede: Bafatá.
 
A Região de Bafatá fica situada no Leste da Guiné-Bissau, fazendo fronteira com as Regiões de Gabú, Oio, Quínara e Tombali. Tem uma superfície de 5.981 Km2, e uma população de cerca de 225 mil habitantes (2008).
 
Bafatá, a segunda cidade do país na época colonial (com cerca de 4 mil habitantes no início da década de 1960),  tem vindo a perder importância face ao Gabu, verdadeira capital do chão fula. Terra natal de Amílcar Cabral, estima-se que Bafatá tenha cerca de 22 500 habitantes (2008). (LG)


1. Continuação da publicação de uma selecção de postais ilustrados da Guiné (*), da colecção do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.

Estas imagens foram obtidas a partir de um único postal ilustrado, igualmente aqui reproduzido, da famosa colecção "Guiné Portuguesa", edição Foto Serra, nº 136... 

Sobre Bafatá, temos 114  referências no nosso blogue,  mesmo assim muito abaixo de Bambadinca (c. 300)
 Não se pode falar de Bafatá, sem evocar o nome do nosso camarada Fernando Gouveia que fez lá a sua comissão, entre 1968 e 1970 e cuja série A Guerra Vista de Bafatá teve muito sucesso no nosso blogue. (LG)

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Nota de L.G.:

sábado, 10 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6706: Memória dos lugares (90): Mais postais ilustrados (Parte I): Nova Lamego (ou Gabu) (Agostinho Gaspar)



















Guiné > Nova Lamego (ou Gabu) > "Nova Lamego, Guiné Portugesa".  Colecção "Guiné Portuguesa, nº (?)". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).

[Digitalização  e edição de imagem: L.G.]




1. Continuação da publicação de uma selecção de postais ilustrados da Guiné (*), da colecção do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.  

Estas imagens foram obtidas a partir de um único postal ilustrado, igualmente aqui reproduzido, da famosa colecção "Guiné Portuguesa", edição Foto Serra... Já agora, alguém sabe o número do postal, dentro da citada colecção ?


Sobre Nova Lamego e Gabu, temos menos de 100 referências no nosso blogue, no conjunto dos dois descritores,  mesmo assim baixo de outras localidades da Zona Leste como Bambadinca (c. 300),   Mansambo (128) (que, em rigor, não era uma localidade, era apenas um Bu...rako!, que o Torcato Mendonça e o Carlos Marques dos Santos tornaram mundialmente famoso), Bafatá (112), Xime (112),  Galomaro (100), ... Mas mesmo assim mais do que Xitole (82), Saltinho (58), Piche (56), Madina do Boé (51), Pirada (42), Canjadude (41), Geba (40), Fajonquito (32), Canquelifá, Enxalé (30), Contuboel (27), Buruntuma (12), etc., sem ter a preocupação de ser exaustivo.


O António Santos, o Tino Neves e outros camaradas que viveram em Nova Lamego poderão ajudar-nos a completar as legendas das fotos. Por exemplo, onde ficava a fonte da Várzea do Cabo, de 1945... Onde ficava ? Quem será o autor do azulejo ? O que era feito, no nosso tempo,  dos cavalos dos fulas ?

Já devolvi ao Agostinho Gaspar o seu precioso álbum, em Monte Real, no nosso V Encontro Nacional, no passado dia 26. Ei-o aqui, na foto, na ponta esquerda, ao lado da esposa, Maria Isabel, se não me engano... Na ponta direita, está o  José Eduardo Alves e a Maria da Conceição (Leça da Palmeira / Matosinhos)... Espero não ter trocado as esposas, que ainda chegámos à Guiné... (LG)

Foto: © Luís Graça (2010). Direitos reservados.

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 Nota de L.G.:


Vd. último poste da série > 27 de Junho de 2010 >Guiné 63/74 - P6645: Memória dos lugares (80): Bissau, cidadezinha colonial (Parte V) (Agostinho Gaspar)



domingo, 27 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6645: Memória dos lugares (87): Bissau, cidadezinha colonial (Parte V) (Agostinho Gaspar)


Guiné > Bissau > s/d > Sem legenda > Baixa de Bissau à noite.  Bilhete Postal. Edição Comer. Trav Alecrim, Lisboa.   [Que saudades, dirão alguns dos mais antigos habitantes da cidade de Bissau, ao rever esta imagem do tempo em que a capital tinha iluminação pública...]




Guiné > Bissau > s/d > "Monumento ao Esforço da Raça (Bissau)". Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 131". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL).

[Não sei de quem é o autor deste monumento nem o ano exacto da sua concepção e construção. A estética é claramente estado-novista típica dos anos 40/princípios de 50... Fazia parte dos projetos de "monumentalização" da cidade, anunciados em 1945 pelo governador Sarmento Rodrigues... 

O monumento, parcialmente destruído (ou vandalizado) depois da independência (ao que me disseram), tem várias leituras: para uns pode ser uma obra-prima, para outros um mamarracho... Eu, que sou contra o camartelo dos iconoclastas (de todos os iconoclastas, a começar pelo camartelo camarário), tenho pena que o monumento não tenha sido poupado, como de resto parte da estatuária do 'colonialismo'...

Para os camaradas que fizeram a guerra colonial, como eu, e que conheceram este monumento, devo dizer o seguinte: toda a arte (e é difícil fazer a distinção entre arte e propaganda...)  traz a marca do seu tempo e fala do seu tempo...  Seria fácil, há trinta e cinco atrás, do alto da nossa arrogância juvenil, apodar o monumento de 'colonial-fascista'... Mas já nos tempos que por lá passei, em Bissau, em 1969/71, o termo raça me fazia urticária... Qualquer que fosse a raça em causa... 

 Hoje é sabido, de resto, que não existem raças humanas... Pertencemos todos à mesma espécie, Homo sapiens sapiens... É uma constatação científica, não é uma asserção do politicamente correcto... Dito isto, tenha pena que os guineenses tenham destruído (?)  o 'Monumento ao Esforço da Raça' [, Portuguesa, claro]... fazia parte do seu património histórico, da mesma maneira que os marcos milíários que pontuavam as vias romanas ligando a Lusitânia ao resto do Império Romano, fazem parte do nosso património histórico, ou os moinhos de vento que herdámos da permanência de muitos séculos da civilização árabe]... (LG)



Guiné > Bissau > s/d > "Paisagem da Guiné". Bilhete Postal. Edição exclusiva das Galerias Jota Éme para a "Casa Gouvêa".



Guiné > Bissau > s/d > "Mesquita muçulmana (Bissau)" . Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 145". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).



Guiné > Bissau > s/d > "Fulas batendo pano (Bissau)". Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 114". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).


Guiné > Bissau > s/d > "Mercado nativo (Bissau). Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 103". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).


Colecção de postais ilustrados: Agostinho Gaspar (a quem devolvi, ontem, emMonte Real, no decurso no nosso V Encontro Nacional, o precioso álbum fotográfico que ele confiu há três meses... Selecção dos postais, digitalização, edição de imagem, legendas, texto de ligação, título do poste e links: L.G.


1. Continuação da publicação de uma selecção de postais ilustrados da Guiné (*), da colecção do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.

Já pedi ao António Estácio (que nasceu em Bissau, de pais transmontanos) e a outros amigos e camaradas nossos que conheceram bem a Bissau do nosso tempo (como o Mário Dias) para completarem, reverem ou melhorarem as legendas, identificando monumentos, ruas, lugares ou contando pequenas histórias associadas a Bissau...

Voltamos, por outro lado, a repetir o pedido: alguém tem um mapa da cidade de Bissau anterior à Independência ? Se sim, agradecíamos que nos mandasse uma cópia digitalizada... Começo a ter dúvidas sobre a existência de mapas da cidade colonial, capital desde 1943 da antiga província portuguesa da Guiné... Até à data, o meu apelo não obteve qualquer resposta...

A pensar sobretudo na geração guineense pós-independência mas também nos nossos camaradas que querem voltar a Bissau, em "turismo de saudade", seria interessante fazer a equivalência das toponímicas, a de Bissau colonial de ontem, e da capital da Guiné-Bissau de hoje. 

Volto a repetir o pedido: haverá alguém, de entre os nossos leitores, que queira e possa abalançar-se a esse tarefa (em princípio fácil, desde que se tenha conhecido a cidade, antes e depois da independência) ? Se sim, será bem vindo... Contacte-me, por favor. (LG)

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Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores da série:

4 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5928: Memória dos lugares (73): Bissau, cidadezinha colonial (Parte I) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)


11 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6369: Memória dos lugares (74): Bissau, cidadezinha colonial (Parte II) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)


22 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6625: Memória dos lugares (78): Bissau, cidadezinha colonial (Parte III) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)


23 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6632: Memória dos lugares (79): Bissau, cidadezinha colonial (Parte IV) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6632: Memória dos lugares (85): Bissau, cidadezinha colonial (Parte IV) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)


Guiné > Bissau > s/d > Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Bissau. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 144". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).





Guiné > Bissau > s/d > Monumento a Diogo Gomes e Edifício das Alfândegas > Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 136". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).



Guiné > Bissau > s/d > Monumento a Teixeira Pinto <  Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 112". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).




Guiné > Bissau > s/d > Av da República.  Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 138". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).






Guiné > Bissau > s/d > Desfile na Praça do Império >  Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 104". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).


Colecção de postais ilustrados: Agostinho Gaspar
Selecção dos postais, digitalização, edição de imagem, legendas, texto de ligação, título do poste e links: L.G.
 1. Continuação da publicação de alguns postais da Guiné (*), da colecção do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.

Pede-se aos nossos leitores (nomeadamente os que nasceram ou viveram em Bissau, ou que conheceram bem a Bissau do nosso tempo) para completarem, reverem ou melhorarem as legendas, identificando monumentos, ruas, lugares ou contando pequenas histórias associadas a Bissau... Voltamos a repetir o pedido: Alguém tem um mapa da cidade de Bissau anterior à Independência ? Se sim, agradecíamos que nos mandassem uma cópia digitalizada...

Por outro lado, seria interessante fazer a equivalência das topinímicas, a de Bissau colonial de ontem, e da capital da Guiné-Bissau de hoje. Quem quer abalançar-se a esse tarefa, que não me parece muito difícil, para quem tenha conhecido a cidade, antes e depois da independência ?
(LG)


2. Sobre Bissau, escreveu recentemente Arménio Estorninho (**):


(...) Bissau, como a conheci, era uma cidade pequena, em que a parte urbana (casario de alvenaria) seria idêntica à da minha Lagoa (hoje tembém cidade). Era suficientemente perceptível que a grande maioria dos que se apresentavam como civis eram militares “camuflados à paisana” e/ou seus familiares e parecendo uma cidade cheia de movimento.

Aquando do aproximar do regresso à Metrópole dos militares em fim de comissão de serviço, era ver um movimento inusitado nos estabelecimentos comerciais. Pela minha parte e bem informado, fui comprando muito antes da chegada do navio para o embarque, regateando aqui e além, o que me favorecia obter preços mais acessíveis.

Na baixa de Bissau, tanto de noite como de dia, era ver em grupos os “camuflados à paisana” nos diversos estabelecimentos similares e de restauração, de uma forma geral tudo se movimentava com os militares. Lembrando entre outros: O Noé (dos pombos verdes e ostras), O Solar dos 10 (Restaurante), O Pelicano (na cave, as francesinhas e as inglesinhas), a Cervejaria Império, a Cervejaria Sol Mar e a Esplanada do Bento (locais onde não faltavam as cervejas e os mariscos) (...). (***)


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Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores da série:

4 de Março de 2010 > 
Guiné 63/74 - P5928: Memória dos lugares (73): Bissau, cidadezinha colonial (Parte I) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)
 
22 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6625: Memória dos lugares (78): Bissau, cidadezinha colonial (Parte III) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)

(**) Vd. postes de


16 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6405: Do meu álbum fotográfico (Arménio Estorninho) (1): Bissau - Um olhar de turista

18 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6421: Do meu álbum fotográfico (Arménio Estorninho) (2): Bissau - Um olhar de turista

(***) Vd. também a série Estórias de Bissau (com 19 postes até agora publicados, entre Novembro de 2006 e Dezembro de 2008):

11 de Novembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1266: Estórias de Bissau (1): Cabrito pé de rocha, manga di sabe (Vitor Junqueira)
11 Novembro 2006 > Guiné 63/74 - P1267: Estórias de Bissau (2): A minha primeira máquina fotográfica (Humberto Reis); as minhas tainadas (A. Marques Lopes)

14 Novembro 2006 > Guiné 63/74 - P1278: Estórias de Bissau (3): éramos todos bons rapazes (A.Marques Lopes / Torcato Mendonça)

17 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1286: Estórias de Bissau (4): A economia de guerra (Carlos Vinhal)

18 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1288: Estórias de Bissau (5): saudosismos (Sousa de Castro)

18 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1289: Estórias de Bissau (6): os prazeres... da memória (Torcato Mendonça)

18 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1290: Estórias de Bissau (7): Pilão, os dez quartos (Jorge Cabral)

24 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1314: Estórias de Bissau (8): Roteiro da noite: Orion, Chez Toi, Pilão (Paulo Santiago)

22 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1391: Estórias de Bissau (9): Uma noite no Grande Hotel (José Casimiro Carvalho / Luís Graça)

2 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1484: Estórias de Bissau (10): do Pilão a Guidaje... ou as (des)venturas de um periquito (Albano Costa)

10 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1512: Estórias de Bissau (11): Paras, Fuzos e...Parafuzos (Tino Neves)

31 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1639: Estórias de Bissau (12): uma cidade militarizada (Rui Alexandrino Ferreira)

19 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2281: Estórias de Bissau (13) : O Pilão, a Nônô e o chulo da Nônô (Torcato Mendonça)

21 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2290: Estórias de Bissau (14) : O Pilão, a menina, o Jesus e os pesos que tinha esquecido (Virgínio Briote)
 
6 de Fevereiro de 2008 >
Guiné 63/74 - P2509: Estórias de Bissau (15): Na esplanada do Pelicano, a ouvir embrulhar lá longe (Hélder Sousa) 19 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2556: Estórias de Bissau (16) : O Furriel Pechincha: apanhado ma non troppo (Hélder Sousa)

1 de Dezembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3550: Estórias de Bissau (17): Um espectáculo de streep-trease, nos Nazarenos, em Bissau, em Março de 1970 (Jorge Teixeira)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6625: Memória dos lugares (84): Bissau, cidadezinha colonial (Parte III) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)




Guiné > Bissau > s/d > Rua Dr. Oliveira Salazar. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 135". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).




Guiné > Bissau > s/d > Aeroporto Craveiro Lopes. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 121". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).



Guiné > Bissau > s/d > Palácio do Governador. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 139". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).




Guiné > Bissau > s/d > Museu. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 143". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).





Guiné > Bissau > s/d > Catedral. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 132". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).



Colecção: Agostinho Gaspar / Digitalizações e edição: Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).





1. Continuação da publicação de alguns postais da Guiné (*), da colecção do nosso camarada, natural do concelho de Leiria, Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74) (**).

Pede-se aos nossos leitores (nomeadamente os que nasceram ou viveram em Bissau, ou que conheceram bem a Bissau do nosso tempo) para completarem, reverem ou melhorarem as legendas, identificando monumentos, ruas, lugares ou contando pequenas histórias associadas a Bissau... Voltamos a repetir o pedido: Alguém tem um mapa da cidade de Bissau anterior à Independência ? Se sim, agradecíamos que nos mandassem uma cópia digitalizada... (LG)

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Notas de L.G.:


(*) Vd. postes anteriores da série:


4 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5928: Memória dos lugares (73): Bissau, cidadezinha colonial (Parte I) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6369: Memória dos lugares (79): Bissau, cidadezinha colonial (Parte II) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)


Guiné > Bissau > s/d > Vista aérea parcial e Ilhéu do Rei. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 142". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte -  Publicações e Artes Gráficas, SARL).



Guiné > Bissau > s/d > Vista aérea de Bissau. Ao centro, o Palácio do Governo e a a Praça do Império. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 118". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte -  Publicações e Artes Gráficas, SARL).


Guiné > Bissau > s/d > Vista aérea da Ponte Cais, Bissau. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 119" . (Edição Foto Serra, COP 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte -  Publicações e Artes Gráficas, SARL).



Guiné > Bissau > s/d > Ponte-cais, Bissau.  Em primeiro, vê-se o monumento a Diogo Cão. Bilhete Postal, colecção "Guiné Portuguesa, 110". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte -  Publicações e Artes Gráficas, SARL).


Guiné > Bissau > s/d >  Casa Carvalho, Rua Laminé Injai, 63/71, Bissau - Guiné Portuguesa. Em cima, à esquerda, vê-se o monumento a Teixeira Pinto; e à direita, o Palácio do Governador, e o Monumento ao Esforço da Raça, na Praça do Império. (Edição ANCAR, Caixa Postal 314, Tels 3871/2/3, Telegr. "ANCAR").


Guiné > Bissau > s/d > Sem legenda: Av da República ? (Hoje, Av Amílcar Cabral) >  Ao fundo, o Palácio do Governador, e a Praça do Império; do lado direito, a Catedral de Bissau  (Edição Comer, Trav do Alecrim, 1 -Telef. 329775, Lisboa).

Colecção: Agostinho Gaspar / Digitalizações: Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).


Continuação da publicação de alguns postais da Guiné, da colecção do nosso camarada, natural do concelho de Leiria, Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74) (*).

Pede-se aos nossos leitores para completarem, reverem ou melhorarem as legendas, identificando monumentos, ruas, lugares ou contando pequenas histórias associadas a Bissau... Alguém tem um mapa da cidade de Bissau anterior à Independência ? Se sim, agradecíamos que nos mandassem uma cópia digitalizada... (LG)



Guiné-Bissau > Bissau, capital do país. Planta da cidade, pós-independência. Pormenor


Cortesia do nosso camarada e amigo  A. Marques Lopes (2005)


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Nota de L.G.:

(*) Vd. postes de:

quinta-feira, 4 de março de 2010

Guiné 63/74 - P5928: Memória dos lugares (73): Bissau, cidadezinha colonial (Parte I) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)



Guiné > Bissau > s/d  > "Monumento ao Esforço da Raça. Praça do Império"... Bilhete postal, nº 109, Edição "Foto Serra" (Colecção "Guiné Portuguesa")






Guiné > Bissau > s/d  > "Av Carvalho Viegas"... Bilhete postal, nº 129, Edição "Foto Serra" (Colecção "Guiné Portuguesa")





Guiné > Bissau > s/d  > "Praça Honório Barreto e Hotel Portugal"... Bilhete postal, nº 130, Edição "Foto Serra" (Colecção "Guiné Portuguesa")






Guiné > Bissau > s/d > "Aspecto parcial e Câmara Municipal"... Bilhete postal, nº 133, Edição "Foto Serra" (Colecção Guiné Portuguesa")




Guiné > Bissau > s/d > "Vista parcial e Ilhéu do Rei"... Bilhete postal, nº 117, Edição "Foto Serra" (Colecção "Guiné Portuguesa")

Colecção: Agostinho Gaspar / Digitalizações: Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).


1. Comentártio de L.G.: Quem de nós não mandou à família e amigos um postalinho da Bissau colonial dos anos 60 ? (*) Escrito à pressa, tranquilizador... Nós por cá todos bem, como podem ver isto até é bonito, e  calmo, e limpinho, há gente a passear nas ruas e avenidas novas...

Quem de nós não passou uns dias, desenfiado em Bissau, longe do Vietname, ou simplesmente em trânsito, e portanto quem não reconhece estes lugares ? (**) Muitos dos nossos camaradas que não se podiam dar ao luxo de vir à Metrópole no gozo da licença de férias, escolheram Bissau como a solução menos dispendiosa...É certo que não havia muito para fazer e para ver em Bissau, mas sempre se saía dos Bura..kos em que vivíamos, no sul, no leste, no centro...

A colecção de postais ilustrados "Guiné Portuguesa", editada pela Foto Serra (C.P. 239, Bissau), era provavelmente a mais conhecida e a de melhor qualidade fotográfica... Muitos destes postais (a colecção conmpleta deverá ter deverá ter perto de 2 centenas) eram impressos em Portugal, na Imprimarte -  Publicações e Artes Gráficas, SARL...

Em boa hora, o Agostinho Gaspar (***) conservou e fez-nos chegar, a título de empréstimo, a sua colecção de cerca de 90 postais ilustrados (alguns a preto e barco) sobre a Guiné que conhecemos... Escolhemos alguns menos conhecidos... Peço aos  amigos e camaradas da Guiné, que conheceram a Bissau desta época,  que façam os comentários e observações. E quem conhece a Bissau de hoje, que faça o favor de actualizar o roteiro: por exemplo, como se chama hoje, a Praça Honório Barreto ? Ou a Av Carvalho Viegas (que eu não sei quem foi) ?

É também um pequena prenda que damos aos nossos leitores, nas vésperas de atingirmos o milhão e meio de páginas visitadas e um Giga de imagens no Picasa Web Albuns (Lá vamos ter que comprar mais espaço aos donos do Google!)...

Sobre Bissau do anos 50, vd, ainda os postes do nosso amigo e camarada Mário Dias (****).
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Notas de L.G.:

(*) Sobre Bissau temos, só na II Série do nosso blogue, cerca de 180 referências (marcadores / descritores)

(**) 14 de Novembro de 2007 >  Guiné 63/74 - P2264: Blogue-fora-nada: O melhor de... (3): Carta de Bissau, longe do Vietname: talvez apanhe o barco da Gouveia amanhã (Luís Graça)

(...) À noite, entretanto, c’est le vide: os únicos noctívagos ainda são aqueles que vêm do mato e que sofrem da fobia do arame farpado: é vê-los até às tantas da madrugada, à mesa das esplanadas, empanturrando-se de ostras e de cervejas e contando histórias do mato. Mas em vão o guerreiro, em cura de repouso, busca outra atmosfera em que o oxigénio não esteja carregado das toxinas da angústia e da lassidão… A menos que, no dia seguinte, tenha passagem marcada para a Metrópole… Ele vem da guerra e para a guerra há-de voltar, de avião ou de barco, já que não há praticamente ligações terrestres de Bissau para o resto da Guiné. De qualquer modo, os que vêm do Vietname, ainda são as espécies mais curiosas da fauna humana que vagueia por esta capital-fantasma.

De facto, aqui desaguam todos os rios humanos da Guiné: a carne que já foi do canhão e agora é do bisturi (ou dos vermes, em caixões de chumbo, discretamente empilhados, à espera que o Niassa ou o Uíge ou o Alfredo da Silva os levem nos seus porões nauseabundos); os desenfiados, como eu, todos os que procuram safar-se do inferno verde, quanto mais não seja por uns dias ou até umas breves horas, que o tempo aqui conta-se, de cronómetro na mão, até à fracção de segundo; os prisioneiros de guerra, esfarrapados, andrajosos, a caminho da Ilha das Galinhas; as populações do interior desalojadas pela guerra; os jovens recrutados para a nova força africana; enfim, os criminosos de guerra como o capitão P. que está aqui detido no Depósito Geral de Adidos à espera de julgamento em tribunal militar – suponho eu -, juntamente com um furriel miliciano da sua companhia. Ambos estão implicados em vários casos, muito falados, de violação e assassínio a sangue frio de bajudas, além da tortura e liquidação de suspeitos (..)


(***) Vd. poste de 7 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5898: Tabanca Grande (206): Agostinho Gaspar, de Alqueidão, Boavista, Leiria, ex-1-º Cabo Mec Auto, 3ª C/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74)


(****) Vd.postes de:

9 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXII: Memórias do antigamente (Mário Dias) (1): Um cabaço de leite

19 de Fevereirod e 2006 > Guiné 63/74 - LDXVI: Memórias do antigamente (Mário Dias) (2): Uma serenata ao Governador

15 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXXX: Memórias do antigamente (Mário Dias) (3): O progresso chega a Bissau

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5449: Votos de Feliz Natal 2009 e Bom Novo Ano 2010 (3): De Alcobaça, o Jero enviou-nos um Postal de Natal (José Eduardo R. Oliveira)



1. O nosso Camarada José Eduardo Reis de Oliveira (JERO), foi Fur Mil da CCAÇ 675 (Binta, 1964/66), enviou-nos um divertido e provocador postal de Natal, com data de 11 de Dezembro de 2009:


Camaradas,

Correspondendo ao desafio lançado hoje, no nosso blogue, em relação a cartões de "Boas Festas" remeto-vos um postal, escrito pelo raio de uma velha.

Não sei como é que é que a velhadas se lembrou de uma coisa destas, eu não tenho nada a ver com a coisa, palavra de... bom malandro:


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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:


sábado, 5 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5409: Postais ilustrados (18): Postais Antigos da Guiné, de João Loureiro - O Povo e os Costumes (Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 3 de Dezembro de 2009:

Carlos e Luís,
Aqui se põe termo à viagem pelos postais antigos da Guiné.
O pior é saber que nem tudo mudou significativamente, que há um pano de fundo de estagnação, até podemos especular sobre retrocessos. Este povo merecia mais e melhor.
Andei a fingir que o esquecia durante décadas, como se ele não tivesse sido determinante para o que sou hoje. Mas também não sei como recuperar o tempo perdido, a não ser amando-o.

Um abraço do
Mário


Uma relíquia: Postais antigos da Guiné (4)

Por Beja Santos

Chegamos hoje ao termo da homenagem que rendemos a João Loureiro e os seus “Postais Antigos da Guiné”, obra que bem merecia reedição. A quarta e última secção do livro arrancou em 1905 e vai terminar em 1970, e tem a ver com o que o autor denomina “o povo e os costumes”. Intervêm alguns fotógrafos portugueses, logo no início do século, seguem-se postais editados em França, ao longo de 1920 e depois, provavelmente devido às celebrações do V Centenário da descoberta da Guiné, irrompem as imagens exóticas dessa Guiné que é preciso mostrar a portugueses esquecidos e indiferentes. 1960 marcou um novo tipo de imagens graças a novos editores: Confeitaria Império, de Bissau, Casa Mendes, Foto Serra, Foto Iris, Agência Geral do Ultramar, Casa Gouveia.

O que há a dizer deste percurso? Estas imagens permitem visualizar o desenvolvimento ou a sua ausência, as actividades laborais, as infra-estruturas, a vida social, as hierarquias étnicas, os mercados, o folclore e a sua música. Há momentos em que o leitor sente que o tempo parou: aqueles régulos com os seus séquitos a cavalo tanto podem ser de 1905 como de 60 anos depois. Bissau, como é evidente, transfigurou-se nesses 60 anos: no casario ou nas fainas portuárias, mas o povo parece vestir a mesma indumentária que eu conheci entre 1968 e 1970. A construção da habitação parece-me intocada, as canoas são as mesmas, as imagens dos Balantas a caminho do trabalho não têm século, talvez pudessem ter sido tiradas ontem. É isso que constitui a memória paradoxal de uma Guiné parada no tempo e cuja curiosidade é o atractivo de um mundo perdido e não comparável com a nossa civilização: a alegria dos dançarinos Felupes, do homem Papel adornado com o que hoje chamaríamos piercings, um ferreiro Mandinga tirado de uma qualquer Idade Média, o mesmo se podendo dizer dos alfaiates, das lavadeiras, das vaqueiras, das mães a amamentar ou a dar banho aos meninos dentro da cabaça, ou os tocadores de Korá, imemoriais. Enviámos para as nossas famílias muitos destes postais datados dos anos 60 e até 1970. São antigos? É evidente que não, fazem parte do nosso património, ainda a levedar.

Estas imagens são belas mas igualmente terríveis, assinalam as razões por que se protestou e se lutou. Quem via o postal podia deslumbrar-se com o exotismo, mas foi penoso, ilegítimo até, ter submetido estes povos à paralisia económica e cultural e à mera atracção do bizarro turístico. É nesse sentido, parece-me, que também vale a pena rever estas imagens.

Hipopótamo caçado no Rio Grande de Buba, Editor A. Chevier, de Bordéus, cerca de 1915. Os escritores desta época ainda falam de elefantes e outra caça grossa que desapareceu com a guerra.

Embarque no vapor “Pinhel” na ponte-cais de Bissau. Não está identificado o fotógrafo, data cerca de 1945. É uma imagem soberba, quase temos dificuldade em acreditar que se trata do Pidjiquiti.

Estamos no tempo da divulgação do exotismo. O editor foi a Neogravura de Lisboa, cerca de 1945. Os ocidentais, apanhados de surpresa, são confrontados com danças tribais, tatuagens, um mundo arabizante, um pedaço do continente perdido sob a nossa custódia. A imagem é poderosa, destaca o vigor físico de alguém que nos fita, orgulhoso de quem é.

Pescadora Papel do Biombo. O editor foi a Foto Serra, cerca de 1966. Quantos de nós não enviaram esta imagem para a terra? Mesmo com prudência, não era coisa que se mandasse à namorada (insinuações à parte)...

Mercado, edição da Casa Gouveia, cerca de 1970. Senti-me transportado para Bambadinca ou Bafatá, mercados mais pequenos do que os de Bissau. Não acredito que as cores tenham perdido vivacidade. Como eu gostava de deambular, comprar especiarias, sentir-me penetrado por esta atmosfera de vozes, movimentos, odores.

Morros de baga-baga, edição da Foto Iris, cerca de 1969. Que idades terão estes meninos hoje, que sonhos, que venturas? Despeço-me do álbum de João Loureiro com a nostalgia do futuro. Os meninos merecem sempre mais, em sonho e em esperança. O postal pode não ser muito bom mas gosto muito da linha do horizonte e da pureza das nuvens. E os meninos são sempre os meninos.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 4 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5404: Postais ilustrados (17): Postais Antigos da Guiné, de João Loureiro - Algum interior da Guiné (Beja Santos)