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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10634: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (10): "Outros locais": Catió, Bedanda, Cufar...


Foto nº 68 > Parece ser a pista de Cufar...


Foto nº 69 > Pista de Cufar...


Foto nº 70 > Catió


Foto nº 72 > Catió


Foto nº 78 > Desconhecido [, Cufar ?]



Foto nº 79 > Desconhecido [, Cufar ?]




Foto nº 80 > Desconhecido [, O nosso camaradas José Vermelho diz que esta parece-me ser uma vista aérea de Bedanda: (i) na parte inferior da foto, a edificação mais comprida era o refeitório das praças; (ii) 
o meio, estão duas árvores paralelas, mais altas, que faziam um género de "portal de entrada" para esta parte das instalações; (iii) junto dessas duas árvores, está outra edificação comprida, onde eram os quartos, a messe e bar de oficiais e messe de sargentos; (iv) a edificação pequena que está junta, era o bar de sargentos; (v) os furrieis, cabos e soldados metropolitanos, dormiam nos abrigos; (vi) para cima e um pouco à esquerda das mesmas árvores há dois edificios: o de telhado mais escuro era a enfermaria e o outro era a secretaria; (vii) A picada que se vê sair para a direita levava ao destacamento (pelotão) e ao "porto" junto ao rio].



Foto nº 81 > Desconhecido [, Cufar ?]


Foto nº 82 > Desconhecido [Cufar ?]


Guiné > Região de Tombali > Catié e Cufar >  c. 1970 > Mais fotos  do álbum do Armindo Batata, ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 51 que esteve em Guileje (desde janeiro de 1969) e depois em Cufar (1970, provavelmente, cerca de 9 meses).   Em Dezembro 1969/Janeiro 1970 estave em Cacine, vindo de Gadamael, em LDM, "em trânsito para Cufar". Ficaram "uns dias em Cacine",  antes de prosseguirem viagem, também em LDM, para Catió.

(...) "Catió tinha uma estação de correios com telefone para a metrópole, um restaurante daqueles em que se come e no fim se pede a conta e se paga. E pessoas brancas sem serem militares. Um espanto!

"O plano inicial era os dois pelotões [, os Pel Caç Nat 51 e 67, este comandado pelo alf mil Esteves,] deslocarem-se por estrada de Catió para Cufar. Esse percurso já não era utilizado há bastante tempo (meses?) e foi considerado de risco muito elevado. Não me lembro dos argumentos avançados, mas acabámos por ir para Cufar por rio (LDM com desembarque em Impugueda no rio Cumbijã ou sintex/zebro com desembarque em Cantone? - não tenho a certeza, pode ser que alguém de mais fresca memória se lembre)!".  (*)

Estas fotos fazem parte de um lote de largas dezenas, cedidas pelo Armindo Batata ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje.  Não tinham legendas, estando distribuídas por 4 grupos: (i) Guleje, (ii) Cacine (Dez 69); (iii) Cufar e (iv) Outros locais. As fotos que hoje reproduzimos, pertencem a este último grupo. Umas foram tiradas em Catió e outras em Cufar. Mas precisamos de ajuda do próprio e dos camaradas que conheceram Catió e Catió, para completar a sua legendagem.

Fotos: © Armindo Batata (2007) /  AD - Acção para o Desenvolvimento. Todos os direitos reservados [Fotos editadas por L.G.]

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10663: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (11): População civil da região de Tombali


Foto nº 71


Foto nº 74


Foto nº 75


Foto nº 76


Foto nº 77


Foto nº 83


Guiné > Região de Tombali > s/l > c. 1969/70 > Últimas  fotos do álbum do Armindo Batata, ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 51 que esteve em Guileje (desde janeiro de 1969) e depois em Cufar (1970, provavelmente, cerca de 9 meses). Em Dezembro 1969/Janeiro 1970 estava em Cacine, vindo de Gadamael, em LDM, "em trânsito para Cufar". Ficaram "uns dias em Cacine", antes de prosseguirem viagem, também em LDM, para Catió. (*) 

Estas fotos fazem parte de um lote de largas dezenas, cedidas pelo Armindo Batata ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Não tinham legendas, estando distribuídas por 4 grupos: (i) Guleje, (ii) Cacine (Dez 69); (iii) Cufar e (iv) Outros locais. As fotos que hoje reproduzimos, pertencem a este último grupo, e retratam população civil.  Aguardamos que o fotógrafo nos ajude a legendá-las. As fotos nº 71, 74 e 75 podem estar relacionadas com a festa do "fanado" feminino... Em princípio, terão sido tiradas em Guileje ou Cufar, as duas localidades onde o fotógrafo passou mais tempo

Fotos: © Armindo Batata (2007) / AD - Acção para o Desenvolvimento. Todos os direitos reservados [Fotos editadas por L.G.]

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Nota do editor:

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10452: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 Guileje e Cufar, 1969/70) (3): As refeições, em Guileje





Guiné > Região de Tombali >  Guileje > Pel Caç Nat 51 (jan 969/ jan 1970) >  Mais quatro notáveis fotos, a preto e branco, do álbum do nosso camarada Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51... Na época, o Pel Caç Nat 51 esteve adido à  CCAÇ 2316 (mai 1968 / jun 1969)  e à CART 2410,  os Dráculas (jun 1969 / mar 1970). 

De cima para baixo, são fotos nº 15, 12, 13 e 14.  As fotos documentam  as "refeições em Guileje", de acordo com a anotação que vem no ficheiro cedido ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje,  refeições essas que eram tomadas no abrigo ou no espaço reservado ao Pel Caç Nat 51.  O pelotão tinha um fogareiro a petróleo que possivelmente só servia para aquecer a comida ou confecionar refeições ligeiras. No essencial, a  confeção das refeições deveria estar a cargo da cozinha da unidade de quadrícula de Guileje (primeiro,  a CCAÇ 2316 e,  depois,  a CART 2410).

O pessoal africano do pelotão devia ser  desarranchado, como acontecia com a generalidade das unidades compostas por tropas do recrutamento local. As fotos não trazem legenda, pelo que não nos é possível identificar os militares que aqui aparecem, com exceção do alf mil Batata (foto nº 12, fardado, com galões de alferes, e de óculos, e nº 15, sentado, em tronco nu, de óculos). O pessoal metropolitano era, por sua vez, de rendição individual.

Fotos: © Armindo Batata / AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Todos os direitos reservados [Fotos editadas por L.G.]

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Nota do editor:

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23545: Memória dos lugares (443): Cacine e a "autoestrada" do rio Cacine que, na preia-mar, era um rio azul digno de um qualquer cartaz turístico daqueles locais chamados de sonho (Armindo Batata, ex-alf mil, cmdt do Pel Caç Nat 51, Guileje e Cufar, 1969/70)

 

Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 1620 > 1967>  O fur mil Manuel Cibrão Guimarães, frente à capela militar de Nª Sra. de Fátima, construída ao tempo da CART 496, em 13/5/1964 e provavelmente completada pela CCAÇ 799, um ano depois (10/6/1965)... O Cibrão Guimarães está vestida com uma "sabadora" (peça principal do traje masculino dos muçulmanos) e um gorro, fula, na cabeça... A peça do vestuário tem a particularidade de ser feita com sacos de farinha de panificação ("ofício" a que sempre esteve ligado: o pai era industrial de panificação; e ele daria continuidade ao negócio até se reformar; natural de Avintes, Vila Nova de Gaia, mora em Rio Tinto, Gondomar; é pai de duas filhas, a esposa, licenciada em farmácia e professsora do ensino secundário, também está reformada). (*)

Foto (e legenda): © Manuel Cibrão Guimarães (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné > Região de Tombali > Rio Cacine > De Cacine, a caminho de Gadamael > c. 1970 > O alf mil médico Amaral Bernardo esteve na CCAÇ 2726, uma companhia independente, açoriana, que guarneceu Cacine (1970/72). Amaral Bernardo pertencia  à CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), e passou cerca de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6).(**)

Foto (e legenda): © Amaral Bernardo (2011) . Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné > Região de Tombali > Cacine > Pel Caç Nat 51 > Dezembro de 1969 > Local do nosso desembarque em Cacine, com LDM (à esquerda) e uma AML  à direita [Junto à AML, o alf mil Armindo Batata, comandante do Pel Caç Nat 51].

Guiné > Região de Tombali > Cacine  >   Pel Caç Nat 51 > Dezembro de 1969 >A ponte cais ao fundo e a messe e bar de sargentos à direita. A messe, bar e alojamentos dos oficiais era do lado opsto,  donde tirei a fotografia. O acesso à ponte cais, era uma agradável avenida ladeada de palmeiras.


Guiné > Região de Tombali > Cacine  > Pel Caç Nat 51 > Dezembro de 1969 >  Praia a jusante da ponte cais onde desembarcámos das LDM, durante a noite, vindos de Gadamael Porto, (***)

Foto (e legenda): © Armindo Batata (2007) . Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Setor de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > Por aqui passou a CART 1692... Esta tosca placa em cimento, delicioso vestígio arqueológico dos "tugas", diz-nos que em dois dias, de 16 (início) a 18 de Abril de 1968 (término), foi construído este abrigo, em tempo seguramente recorde, a avaliar pelas "60 bebedeiras neste priúdo (sic)... Trabalho Rápido". Estão também gravados dois topónimos portugueses, Nisa e Alenquer, afinal alcunhas de dois militares da CART 1692 que, nas horas vagas, eram trolhas, segundo informação do cor art ref António J. Pereira da Costa, que conheceu estas paragens como ninguém: esteve lá como ex-alf art,  CART 1692/BART 1914, Cacine, Sangonhá, Cameconde, 1968/69, antes de voltar ao CTIG como capitão ) em 1972/74) (***)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cacine > 2 de março de 2008  >  Visita no âmbito do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau,  1-7 março de 2008) > O Silvério Lobo junto a uma "bunker", construído pelas NT em cimento armado (seguramente pelo BENG  447). (****)


Bissau > Região de Tombali > Cacine > 2 de Março de 2008 > Visita dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje > Os tugas de volta a Cacine, outrora um importante baluarte no sistema de defesa do Rio Cacine contra as infiltrações e ataques do PAIGC. Foi sede do Destacamento de Fuzileiros Especiais 22.  

Cacine era, em 2008, uma terra com ar desolado e decadente. Tímhamos partido,  de Cananima, do outro lado do rio, num barco de pesca, depois de um belíssimo almoço onde não faltou o saboroso e fresquíssimo peixe local. Embarcados, éramos um grupo de 30 participantes do Simpósio. O Pepito, o nosso "capitão de mar-e-guerra",  ficou em terra a planear as eventuais operações de socorros a náufragos. Regresso ao barco, depois de uma duas horas em Cacine: em primeiro plano, o jornalista do Correia da Manhã, o único jornalista português presente no SimpósioInternacional de Guileje, José Marques Lopes, seguido da Júlia, esposa do coronel art ref Nuno Rubim , e da jornalista e cineasta Diana Andringa, os dois últimos, membros da nossa Tabanca Grande.(****)

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2008) . Todos os direitos reservados [Edição:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Sobre a sua curta estadia em Cacine, em dezembro de 1969 e janeiro de 1970, em trânsito para Cufar, escreveu o ex-alf mil Armindo Batata, comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (tem 18 referências no nosso blogue):

(...) Os Pel Caç Nat 51 e 67, este de comando do alf mil Esteves, passaram por Cacine  (*****) em Dezembro 1969/Janeiro 1970, em trânsito para Cufar. O Pel Caç Nat 67 tinha guarnecido o destacamento do Mejo até à evacuação desta posição em janeiro de 1969.

O deslocamento de Guileje para Cufar teve um primeiro troço em coluna de Guileje para Gadamael Porto. Prosseguiu em LDM para Cacine onde aguardámos a formação de um comboio fluvial. Chegámos a Cacine já a noite tinha caído. Desembarcámos na praia,  a jusante da ponte cais, com 1 ou 2 AML a fazerem a segurança e iluminados por viaturas.

Os militares nativos "espalharam-se" com as familias e haveres pelas tabancas de acordo com as respectivas etnias. Nessa noite dormi num quarto com aspecto de quarto, que até tinha mesa de cabeceira e, paredes meias, uma casa de banho que, para meu grande espanto, tinha um autoclismo, daqueles de puxar uma corrente; que maravilha tecnológica!.

Ficámos uns dias, não me lembro quantos, mas deu para eu ir a Cameconde, numa das colunas que se efectuavam diariamente (?). Tenho de Cameconde a imagem de uma fortaleza em betão, daquelas fortalezas dos livros da escola, a que só faltavam as ameias. Quem por lá andou me corrija por favor esta imagem, se for caso disso.

Deu também para umas passeatas no rio Cacine. Mas só na preia-mar, quando era um rio azul digno de um qualquer cartaz turístico daqueles locais chamados de sonho. Depois vinha a baixa-mar e o cartaz turístico ficava cinzento. E naquele tempo era quase sempre baixa-mar.

Num fim de tarde, as marés a isso obrigaram, embarcámos nas LDM e ficámos fundeados a meio do rio Cacine em companhia do NRP Alvor, que nos iria comboiar até Catió. O 2º tenente da RN, comandante do NRP Alvor, convidou-nos, a mim e ao alferes Esteves, para bordo e entre umas (muitas) cervejas e não menos ostras, passámos a noite. A hospitalidade habitual da Marinha.

As embarcações suspenderam o ferro com o nascer do sol (exigências da maré) e lá seguimos para Catió. No último troço da viagem, já o rio era mais estreito, portanto já não era o Cacine, fomos acompanhados por T6 no ar e fuzileiros em zebros a vasculharem o rio, já que tinha havido, recentemente, um qualquer "conflito" entre uma embarcação e uma mina. Nada se passou, e o fogo de reconhecimento para as margens, a partir das LDM, não teve resposta.

Não houve incidente algum portanto, mas a viagem foi um bocado complicada, em termos logísticos. Um pelotão de nativos integra as familias dos militares, os seus haveres e animais domésticos. Família, haveres e animais domésticos que afinal eram o triplo ou quádruplo do inicialmente inventariado. Nos animais domésticos estão incluídos os porcos dos não islamizados, que terão que viajar separados dos islamizados. E a aguardente de cana. E o ... e a mulher do ... e o "alferes desculpa mas não pode ser". Em coluna auto lá se arranjam, mas em LDM não foi fácil. Valeu a paciência dos furrieis, um deles de nome Neves e do 2º sargento (...).

Catió tinha uma estação de correios com telefone para a metrópole, um restaurante daqueles em que se come e no fim se pede a conta e se paga. E pessoas brancas sem serem militares. Um espanto!

O plano inicial era os dois pelotões deslocarem-se por estrada de Catió para Cufar. Esse percurso já não era utilizado há bastante tempo (meses?) e foi considerado de risco muito elevado. Não me lembro dos argumentos avançados, mas acabámos por ir para Cufar por rio (LDM com desembarque em Impugueda no rio Cumbijã ou sintex/zebro com desembarque em Cantone? - não tenho a certeza, pode ser que alguém de mais fresca memória se lembre). (...)

Armindo Batata (Excerto) (****) 

[ Revisão / fixação de texto: LG ]


Guiné > Mapa da província (1961) > Escala 1/500 mil > Posição relativa de Mejo, Guileje, Gadamael Porto, Cacine, rio Cacine, rio Cumbijã, Catió e Cufar, na egião de Tombali, na parte sudeste da Guiné, que faz fronteira com a Guiné-Conacri. Foi este o percurso, por terra e rio, que fizeram em dezembro de 1960 e janeiro de 1970, os Pel Caç Nat 51 e 67. (Vd. texto acima, do Armindo Batata).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022).
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Notas do editor:



(***) Vd. poste de 27 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10582: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (9): Ainda a curta estadia em  Cacine, a caminho de Cufar,  em dez 69 e jan 70


(*****) Último poste da série > 20 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23540: Memória dos lugares (442): Rio Cacine, Cafal, Cananima, ontem e hoje

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10461: Dossiê Guileje / Gadamael (25): Memórias do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (Armindo Batata)


1. Resposta, de ontem, do Armindo Batata ao meu pedido para comentar as suas fotos publicadas no poste P10442 (*)


Caro Luís

Vamos lá então, na medida do possível, acrescentar as legendas, mas, com muito raras excepções, não me recordo dos nomes de ninguém.


Na primeira foto, a número 15 [, à esquerda], sentados, estou eu e mais dois alferes da companhia. Não identifico o local. 

Na que se segue [, foto nº 12, à direita], estão, um dos cabos do Pel Caç Nat 51 e o 2º sargento do mesmo Pel Caç Nat. 

Este 2º sargento era de Bissau, casado com uma enfermeira a trabalhar também em Bissau. Não estava desarranchado.


 Na última fotografia [, nº 14, à esquerda, ] está um outro cabo do mesmo pelotão. 

Tão aprazível local era a entrada e o tecto do abrigo do Pel Caç Nat 51 (dos cabos, sargentos e por vezes também meu).

Este abrigo situava-se no lado oeste do aquartelamento (lado do Mejo) junto ao paiol e debaixo de um grande mangueiro. 

O fogareiro a petróleo devia ter sido certamente emprestado para a ocasião (tal não era difícil num Pel Caç Nat). 

Habitualmente os cabos tomavam as refeições neste local, os sargentos na respectiva messe ou também aqui e o alferes tomava as refeições, juntamente com os restantes oficiais, na messe. 

A messe de oficiais era o alpendre do edifício comando/quarto do capitão/quarto dos alferes. Na fotografia pode-se ver esse alpendre, com a mesa para refeições no primeiro plano e as cadeiras do bar de oficiais (aqui apetece-me sorrir) ao fundo em segundo plano. 

A passagem em primeiro plano era habitualmente muito concorrida durante o jantar, já que estava no caminho de um dos espaldões de morteiro 81, dos espaldões da artilharia e dos abrigos de 3 ou 4 grupos de combate. 

Nos lados perpendiculares a este corredor/messe ficavam o chuveiro e lavatório abastecidos por bidão (o lado onde está o militar a fumar) e no lado paralelo oposto, o sanitário, que constituía um excelente abrigo para quem fosse lá apanhado sentado. 

Em último plano o depósito de géneros. O militar nesta fotografia era o alferes comandante do pelotão de artilharia que substituiu o alferes (Gonçalves?) morto em combate em Fevereiro de 1969. 

Na outra fotografia é visível a protecção do alpendre/messe de oficiais. Entre portas estou eu. De costas, t-shirt branca, calças do camuflado e quico, creio ser o cap Barbosa Henriques [, da CART 2410].

Não me recordo de que festividade se tratava, mas era a apresentação de uma cerimónia fula à tropa.

Abraço
Armindo Batata


2. Comentário de L.G.:


Armindo, obrigado pelo teu companheirismo, camaradagem, pachorra, paciência...  A gente ainda não se conhece pessoalmente, mas eu já percebi que tenho à minha frente um bravo de Guileje... Não  vou abusar da minha tendência para a adjetivação, coisa que tu não aprecias. Estou-te grato, sem advérbio modo, pelas legendas com que enriqueceste as tuas/nossas fotos, que passam a ser património da Tabanca Grande. Um dia destes  gostaria de falar contigo ao telefone, se me deres o teu contacto. 

Camarada, não consegui localizar as fotos a que te referes a partir deste parágrafo: 

"A messe de oficiais era o alpendre do edifício comando/quarto do capitão/quarto dos alferes. Na fotografia pode-se ver esse alpendre, com a mesa para refeições no primeiro plano e as cadeiras do bar de oficiais (aqui apetece-me sorrir) ao fundo em segundo plano".

Peço que me confirmes, por outro lado, em que altura exatamente estiveste em Guileje, com o saudoso capitão Barbosa Henriques, que eu e o Jorge Cabral conhecemos em Fá Mandinga, setor de Bambadinca,  como instrutor da 1ª companhia de comandos africanos, no final de 1969, princípios de 1970.  Um Alfa Bravo. LG (**).
______________


Notas do editor:

(*) Vd. poste de 27 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10442: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (2):Funeral fula em Guileje (ou melhor, funeral muçulmano, segundo o nosso amigo Cherno Baldé)



(**) Último poste da série > 30 de setembro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10460: Dossiê Guileje / Gadamael (24): O abastecimento de água ao aquartelamento e tabanca de Guileje (Manuel Reis, ex-Alf mil, CCAV 8350, 1972/74)

sábado, 6 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10487: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (6): Cacine e o Rio Cacine, deslumbrantes (dezembro de 1969)


Foto nº 49


Foto nº 55


Foto nº 53


Foto nº 54



Foto nº 47


Foto nº  48

Foto nº 51

Foto nº 50

Foto nº 52

Guiné > Região de Tombali > Cacine > Pel Caç Nat 51 > Dezembro de 1969 > Álbum fotográfico do Armindo Batata, ex-alf mil, que esteve em Guileje de  janeiro de 1969 a janeiro de 1970...  De cima para baixo: fotos nºs 49,  55, 53, 54, 47,  48, 51,  50, 52... 

Não sabemos - mas ele vai explicar-nos - o que ele e o pelotão vieram aqui fazer a Cacine, em dezembro de 1969... Possivelmente fizeram a viagem de LDM, de Gadamael a Cacine, uma vez findo destacamento em Guileje, seguindo depois para Cufar. Terá sido assim ?

Temos de reconhecer, até por experiência própria, que o Rio Cacine  é magnífico, que a viagem de barco é emocionante e que a vila de Cacine deveria ser uma terra encantadora em finais de 1969, com os seus altos poilões e cabaceiras...  Continua a ser hoje, apesar da sua decadência, um dos mais lugares mais exóticos e belos da Guiné. Estive lá em março de 2008, tendo atravessado o rio entre as duas margens (Cananima / Cacine). Cananima não existia no nosso tempo, é hoje um porto e aldeia piscatória.

Fotos: © Armindo Batata (2007). / AD - Acção para o Desenvolvimento Todos os direitos reservados [Fotos editadas por L.G.]







Guiné > Mapa da província (1961) > Escala 1/500 mil > Posição relativa de Guileje, Gadamael  Porto e Cacine, no sul, região de Tombali.

_________________________

Nota do editor:

Último poste da série > 2 de outubro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10465: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (5): Guileje: a messe de oficiais...

sábado, 13 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10523: Memória dos lugares (192): Cufar (Mário Fitas, 1965/67; Eduardo Campos, 1972)

1. Mensagem do Mário Fitas [, ex-fur mil op esp Mário Fitas pertenceu à CCAÇ 763, Cufar, 1965/67,]  comentando,  a pedido dos nossos editores, as fotos do álbum do Armindo Batata sobre Cufar  (*):

Caro Luís,

É claro que as fotos do Armindo Batata sobre Cufar me fazem reviver aqueles tempos de 1965/66. Há quanto tempo!

Vamos então ao que consigo identificar e lembrar da reconstrução da quinta de Cufar Novo, à altura propriedade do sr. Camacho e que foi transformada numa das melhores bases de antiguerrilha no sul da Guiné.

Foto 62 [, à esquerda]:

À esquerda identifica-se a pista de Cufar em terra batida, inaugurada em 1957 pelo então presidente da Republica Craveiro Lopes na sua visita à Guiné.

Esta pista tinha na altura mil e novecentos metros de comprimento.

No começo da pista ficava a entrada principal do aquartelamento.

Ao fundo vê-se a mata de Cufar Novo, de onde foram extraídas as palmeiras para construção dos abrigos do novo aquartelamento.

Do lado direito, vislumbra-se a mata de Cufar Nalu onde existia uma importante base do PAIGC e que foi tomada em 15 de Maio de 1965 na operação "Razia".

É bastante visível no sentido descendente a estrada para o cais do rio Manterunga.



Foto 56 

É a parada com o pau de bandeira, que não consigo identificar, se é o cibe que nós lá colocamos.

Ao lado direito a Capela construída pelos "Lassas" e que posteriormente por outra companhia foi transformada em armazém.


Foto 64

Parada, vendo-se ao fundo a antiga fábrica de descasque de arroz do sr. Camacho, e que em seu redor em abrigos cavados no chão era o aquartelamento que existia.

De março a maio de 1965 foi um trabalho de loucos, para não sermos apanhados pelas chuvas nos buracos.

Foto 65 [, à esquerda]:

Esta foto foi tirada do varandim da habitação da antiga quinta e transformada em habitação e funcionamento do comando.

Foto 66 [, a seguir em baixo]:


Julgo tratar-se da fachada norte do comando onde existia a tabanca dos milícias do João Bacar Jaló.

Foto 60 [, a seguir em baixo]:

Varandim do comando, vendo-se ao fundo a casa do gerador. Na altura da CCaç 763, de permeio, existia o canil.

Um grande abraço para toda a Tabanca Grande e em especial para todos os "cufarenses".

Mário Fitas



 Foto nº 60


Foto nº 66


2. Comentário do Eduardo Campos [, ex-1º Cabo Trms da CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74]:

Caro Luis.

Para responder ao teu pedido, terei de fazer um exercício de memória de 40 anos, e também pelo facto de ter estado em Cufar apenas 4 meses em diligência, ao serviço do COP 4 e adido à CCAC 4740, não será fácil:

Mas vamos às fotos:

Foto 62, é Cufar, mas quando lá cheguei em 72 o "aglomerado residencial" era muito maior.

Do lado esquerdo da foto, parecer ser a pista em terra (quando lá cheguei já era em alcatrão) e saída para Catió e Matofarroba. Lado direito, o que parece ser uma estrada seria a picada que ia para o porto no rio Combija.

As Fotos 56, 64 e 65 recordo, aqui sem dúvidas, que são de Cufar. As restantes fotos não me recordo.


Quanto a boas recordações de Cufar, direi que sim foram mesmo muitos boas: Manga de ataques com foguetões (tem outro nome mas era assim que era conhecido entre nós),dois ataques de armas ligeiras ao arame, dormir numa tenda de campanha em que o colchão foi feitas de folhas de árvores e ainda alguma fominha á mistura.

Quarenta  anos depois, e podendo até ser irónico, tudo isso para mim hoje, são mesmo boas recordações.As restante fotos não consigo identificar, por isso não ajudei em quase nada, mas por breves momentos voltei a Cufar, o que por si foi bom.Um abraço, Eduardo Campos.

PS - O que a foto 57 [, foto à direita,] nos mostra tenho a certeza que já não existia, pois pela sua originalidade eu jamais poderia  esquecer o engenho e obra de arte que a mesma transmite. (**)


Fotos: © Armindo Batata (2007). / AD - Acção para o Desenvolvimento Todos os direitos reservados [Fotos editadas por L.G.]


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Notas do editor:

(*) 11 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10515: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (8): Cufar, 1970 (Parte II

(**) Último poste da série > 31 de agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10310: Memória dos lugares (191): O quartel de Guileje, visto dos céus, ao tempo da CCAÇ 2617, "Magriços de Guileje" (Março de 1970 / fevereiro de 1971) (José Crisóstomo Lucas)