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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4342: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (18): Devemos manter o dedo no gatilho (Manuel Maia)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Maia (*), ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, (1972/74), com data de 7 de Maio de 2009:

Apesar do continuado e calculado silêncio com que temos vindo a ser brindados por sua excelência excelentíssima, continuo a entender que enquanto o pedido formal de desculpas não surgir, deveríamos manter o dedo no gatilho, na posição de fogo, até ao dia em que a criatura tenha um rebate de consciência e entenda que deve descer do alto do pedestal onde ajudamos a colocá-lo, (deve-nos portanto a ascensão ao cocuruto no concernente à hierarquia militar...) largar o etéreo onde paira qual querubim ou serafim e descer a este inferno que todos tivemos e ainda temos, este lugar de luta quotidiana sem a rede ou guarda-chuva protector do estado, e mostrar, uma vez que seja, que é moldado da mesma massa de que são feitos os muitos milhares de anónimos militares, esses sim heróis porque milicianos, heróis porque sofreram na carne todas as vicissitudes, heróis porque deram tudo de si mesmos sem nada pedirem em troca, (contrariamente às excelências excelentíssimas, únicos beneficiados a todos os níveis com a guerra), heróis porque nunca regatearam esforços, heróis porque souberam ser solidários no sofrimento a que as excelências excelentíssimas estavam dispensadas, porque no inferno de Bissau os tiros só ecoavam quando algum wayneano western passava na sala do UDIB... e finalmente heróis porque lutaram até à exaustão, longe dos gabinetes com ar condicionado onde se arquitectava a traição, patrocinada por algumas excelências excelentíssimas, que da tropa só pretendiam ordenados chorudos e penduricalhos p´ra farda sem um minimo de risco...

É em nome desses heróis anónimos que tombaram para sempre no teatro de operações que devemos exigir a reparação deste ultraje, deste insulto, desta ignomínia, deste vomitar nojento de verborreia viscosa e pestilenta como a que sua excelência excelentíssima debitou no programa de Joaquim Furtado.

Escrevamos ao jornalista, enviemos-lhe, em nome dos camaradas mortos, a expressão do nosso mais vivo repúdio manifestado aqui mesmo desde a data que mediou entre a
passagem do filme e o dia de hoje, de amanhã...

Não desistamos, levemos até ao fim esta obrigação para que possam descansar em paz sem se revirarem, enojados, nos tumulos cavados pela grei e pela sem vergonhice dos responsáveis militares da altura.

É tempo de lavarmos a honra daqueles que foram nossos amigos, nossos irmãos naquelas horas de sofrimento.
Saibamos merecer esse encargo!

Depois dum enxovalho e vil ofensa,
um simples ralho, um grito, a voz mais tensa,
dispara a raiva, atiça a indignação.
Protestos contra AB direccionados,
são gestos, já se vê, desesperados,
mas prenhes de justeza e de razão...

Muletas da ascensão nesta carreira,
os bandos são jogados p´ra lixeira,
perdido o seu interess temporário...
De cima da estrelada posição,
sobranceria sobra ao figurão,
na pose de emproado legionário...


Manuel Maia


2. Comentário de CV

O nosso camarada Manuel Maia não desarma.
Com um pouco de atraso, aqui deixamos as suas últimas impressões e convite à indignação colectiva, em nome dos que já não têm voz, porque o acaso da guerra os silenciou.

Um abraço Manuel
__________

(*) Vd. último poste de 6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4290: Blogpoesia (45): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (III Parte): II Dinastia, até ao reinado de D. João II

Vd. último poste da série de 30 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4268: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (17): Até que a voz me doa (Manuel Maia)

domingo, 31 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4443: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (23): Menino, para a guerra trazido (Manuel Maia)

1. Mensagem de Manuel Maia (*), ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74, com data de 25 de Maio de 2009:

Assunto: Lutarei contra o esquecimento... até que a voz me doa...

Caro Vinhal,
Eis-me de novo depois de ter, esta madrugada feito uma alteração à prosa do "Xico da Róla" (**) que espero tenhas recebido.

Aqui vai a minha contribuição, desta feita aumentada, que faz referência ao comentário do António Matos e com o qual concordo, se resultar...


Um corpo jaz deitado, moribundo,
por balas trespassado, deixa o mundo
de interesses e de intrigas compactado...
Menino para a guerra foi trazido
deixando lá na terra, tão sofrido,
um coração de mãe dilacerado...

Que ireis dizer à mãe, vós generais,
que as balas não ouvis, lá onde estais,
tão longe destes p´rigos, escondidos?
Dos "bandos" foi no mato um residente
que na aramada cova lá na frente,
vos defendia os coiros protegidos?

Não peçam que me cale ante este insulto
que certo general, soez, estulto,
bramiu, contra milhares, impunemente...
De António Matos chega uma proposta
que entendo merecer uma resposta
de quem lida com leis, diáriamente...

Ouçamos pois a voz da dita lei
tão arredia hoje nesta "grei",
que assinatura aponho, dito e feito...
Dificilmente o dito se retrata
pois falta-lhe honradez, que é coisa inata,
e humildade dentro do seu peito...

Que passe a sugestão a firme facto,
que assumo desde já assinar pacto,
do meu mutismo e forte contenção...
Enquanto não houver nada em concreto
afirmo ser fiel ao meu projecto
de não calar cá dentro a indignação...


Com um abraço extensivo a toda a tabanca
Manuel Maia
__________

Notas de CV:

(*)Vd. poste de 30de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4440: Controvérsias (14): Direito de defesa (Manuel Maia)

(**) Vd. poste de 25 de Maio de 2009 > > Guiné 63/74 - P4414: Humor de caserna (12): Quem matou Inesa? (Manuel Maia)

Vd. último poste da série de 24 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4408: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (22): O desvendar do segredo (Manuel Maia)

domingo, 24 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4408: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (22): O desvendar do segredo (Manuel Maia)

1. Mensagem de Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, (1972/74), com data de 22 de maio de 2009:

Aqui mando mais duas..
Manuel Maia

Havia necessidade de explicar a Sua Excelência excelentíssima o porquê da contínua permanência dos bandos por trás do arame farpado.

Entendi por bem não o deixar mais tempo na ignorância, e peço desde já desculpa ao resto dos camaradas membros dos famosos bandos, por à sua revelia, ter decidido passar a informação que até agora havíamos mantido sigilosa, mas a veneranda figura interrogava-se continuamente, e antes que tivesse um colapso, avancei com o nosso segredo...

Sei que ireis compreender a razão de fundo deste meu gesto...
Manuel Maia


Nos tempos do guinéu turismo, havia,
piscinas de água quente, morna e fria,
os mimos de quartel apetrechado...
por trás da aramada posição,
ginásio, sauna,tanques de imersão
tratavam do stress acumulado...

Massagem por bajuda torneada
de peito firme e pele acetinada
após cada sessão lá no solário...
Depois da explicação que ora aqui dou,
AB fica a saber porque encontrou,
os bandos no bem-bom do tal farpado...


Manuel Maia
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 21 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4397: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (21): Comentando, comentários (Manuel Maia)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4147: Blogpoesia (38): A Criatura e Rambo Guinéu (Manuel Maia)




1. Em mensagem com data de 4 de Abril de 2009, recebemos do nosso camarada Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, (1972/74), este soneto e esta sextilha.




A CRIATURA

Figurão de figurina figura,
Pavão de politiqueiro pendor,
Cacique de cambada condutor
E Soba de sortuda sinecura...

Pedante de pestilenta postura
Camaleão cambiando de cor,
Peralta presunçoso, sem pudor,
Casmurra e capciosa é a criatura...

Verboso de verborreia viscosa,
Falante de fala falaciosa
Cultor de calculado cinismo.

Fedúncio de farisaico feitio
Bargante de bedúncio bafio
Nababo de notório narcisismo...

Manuel Maia


RAMBO GUINÉU

Os óculos "Ray-Ban", boina a preceito,
Medalhas à mão cheia enchendo o peito,
Nem Rambo ostenta pose tão guerreira...
O camuflado é novo, sem usança,
O lenço um adereço de "cagança"
Num certo general, que faz nojeira...

Manuel Maia
__________

Notas de CV:

(*) Vd. postes com data de:

15 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4037: Blogpoesia (31): Quando eu era menino e moço... (Manuel Maia)
e
29 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4101: O trauma da notícia da mobilização (6): Trata de arranjar o caixão, disse-me o pobre do Zé... (Manuel Maia)

Vd. último poste da série de 30 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4112: Blogpoesia (37): Para fechar o dia dos poetas da guerra colonial, celebrado hoje, aqui e em Coimbra... (Alberto Branquinho)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4561: Blogpoesia (49): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VI Parte): IV Dinastia (Brigantina) (até 1755)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cadique > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > O novo cais de Cadique... Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafal Balanta > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > "Foto tirada à partida de Sintex para Cufar ou Cadique em busac de correio e uns frescos... Estava vestido com a minha farda mais usual (fora do regulamento) e, para não destoar, as botas eram dos Fuzas (trpa extraordinariamente especial) a quem troquei (um sargento) por um par meu".

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafal Balanta > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > "Parte da frota da Marinha de Guerra do PAIGC, algures no Cantanhez"...

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafal Balanta > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > "Eis-me aqui devidamente uniformizado com fardamento do Exército Português, ams pago por mim, e onde até as divisas de bico para baixo lá estavam... Mais tarde, já depois do 25, haveriam de fazer com fizeram com tudo, virando-as do avesso, de bico para cima, ainda a propósito das ditas...

"Felizmente não sou desse tempo embora tivesse apanho um episódio cariacto que relatarei depois noutro local...

"E digo-as que as coloquei para não ser confundido com algum major general. Eram modestinhas mas merecidas"...

Fotos (e legendas): © Manuel Maia (2009). Direitos reservados.

____________


VI parte da História de Portugal em Sextilhas, escritas pelo Manuel Maia, licenciado em História (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74) (*).


QUARTA DINASTIA ("BRIGANTINA")


168-A nova Brigantina dinastia
qu´el rei D.João IV inicia,
de todos mereceu a confiança.
Em Cortes de Leiria se reitera
o apoio que o bom povo já lhe dera
por ser oitavo duque de Bragança...


169-Espanha instiga a lusa fidalguia,
usando o suborno como via
p´ra torpe e vil real conspiração.
Tramóia detectada, a forma achada
foi cepo e gume frio de uma espada,
salvou-se,apenas, bispo, com prisão...


170-É urgente defender a lusa terra,
daí preparativos para a guerra
que el-rei D.João IV impõe agora.
Matias de Albuquerque, indigitado
fronteiro-mor do reino restaurado,
arranca muito firme,sem demora...


171-Em Campo Maior cria um baluarte,
muralhas d´Olivença faz com arte,
prepara armada com mais caravelas.
Dez naus,quatro navetas,três fragatas,
com pinhos,cedros,destas lusas matas,
vilacondense é o pano cré das velas...


172-Empreender depressa a ofensiva,
ficar na rectaguarda à defensiva,
opiniões divergem, cada dia...
Fronteiro-mor avança,peito rijo,
bem junto a Badajoz,até Montijo
que cede ante a surpresa da ousadia.


173-Optou então Matias p´lo regresso
-garante não havia p´ro sucesso-
do ataque a Badajoz, com poucas gentes...
Molligen emboscou seus batalhões
que atacam furiosos,quais leões,
armados totalmente, até aos dentes...


174-Foi grande o dizimar no corpo luso,
deixando em euforia,mas confuso,
o imprudente Paco, distraído...
Reservas que esquecera, o luso tinha,
p´ra usar no seu avanço em toda a linha,
vencendo o que parecia estar perdido...


175-Urgia agora pois recuperar
perdidos territórios d´além-mar
que gentes holandesas usurparam.
D´Angola e S.Tomé se expulsou
piratas que o Brasil também expurgou,
e as terras ao pendão luso voltaram...


176-Colonos não respeitam liberdade
dos índios do Brasil,valha a verdade,
é urgente informar rei do incumprimento.
Do alto do seu púlpito, Vieira,
o padre Jesuíta, vê maneira
de criticar colonos no momento...

177-Com peixes vai fazer analogia
p´ra crítica mordaz que se pedia,
difícil e perigosa, impõe coragem...
Modelo de oratória foi então
de S.tº António aos peixes,um sermão,
colonos entenderam a mensagem...

178-Na teia das palavras a excelência,
é urdida com rigor e minudência,
Vieira quer sedosa e viva a escrita...
Estudo jesuítico é bagagem
do brilhantismo ímpar na linguagem
que o padre em seus sermões sempre exercita...

179-Passavam quatro anos sobre a data
do sacudir do jugo e malapata
do filipino mando em Portugal...
Marquês de Torrecusa vai cercar
a praça d´Elvas,p´ra fazer vergar,
mas lusos resistiram no local...


180-E quando D.João enfrenta a morte,
já o filho Teodósio, mesma sorte
tivera anos antes tão maldita.
Sucede-lhe Afonso, algo incapaz,
feitio airado,um jeito contumaz,
a ter por fado vida de desdita...


181-Catorze anos volvidos e de novo
a ideia de domarem este povo,
assalta os maus vizinhos cá da Ibéria...
Luis de Haro agora é o comandante
da numerosa força sitiante,
disposta a levar Elvas à miséria...


182-Cidade vê colinas ocupadas,
nascerem linhas bem fortificadas,
cercando o velho burgo, totalmente...
Durante o dia bombardeios vários,
co´a peste engrossam óbitos diários,
espectro do desaire é eminente...


183-Seria D.António de Meneses
a agrupar milhares de portugueses
p´ra ajuda aos elvenses, sitiados.
Vitória esmagadora lusitana
obriga Haro a fuga algo temprana,
total a humilhação dos derrotados...


184-Estrondosa esta vitória ganha asinha,
(marquês o fez depois, sua rainha...)
de Cantanhede é conde este Meneses.
D.Sancho Manuel é agraciado
de conde Vila Flor foi titulado
por infligir à Espanha tais revezes...


185-Castela, com João de Áustria, agora,
reverte a seu favor, e sem demora,
vitórias no contexto desta guerra...
Tomando Juromenha,Alter do Chão,
Monforte,Crato,Évora,acha então,
que é tempo de ocupar toda esta terra...


186-Do lado luso surge uma mudança,
pois Marialva deixa a liderança,
ignoram-se as razões do afastamento.
O conde Vila Flor vai p´ro comando
com Jacques Magalhães acolitando
ao lado de Schomberg e seu talento...


187-Caíram eborenses sitiados,
vem tarde Magalhães com seus soldados
bem como Vila Flor,Sancho Manuel.
Ameixial sorriu às lusa gentes,
fazendo os castelhanos mais descrentes
que largam cerco e fogem em tropel...


188-Bem junto a Borba,lá p´ra serra d´Ossa,
Castela,em Montes Claros, sofreu mossa,
pesada e decisiva,a derradeira.
Sete horas foi o tempo da peleja
que mostra um Marialva que deseja
provar supremacia da bandeira...


189-Marquês de Caracena,derrotado,
fugiu p´ra Badajoz, bem humilhado,
largando os presos feitos na jornada.
Os mortos que abandona, são milhares,
cavalos,asnos,centos de muares,
derrota fez ditar a paz selada...


190-Castelo Melhor logo se insinua
na vida do monarca que actua
de forma ao seu cognome fazer juz.
Nas linhas d´Elvas ou Ameixial,
em Montes Claros com vitória tal
que à paz definitiva,isso conduz.


191-El-rei Vitorioso ora retoma
a anglo aliança e paga soma
doando Tanger,também Mombaím.
Pesado dote p´ra irmã Catarina
a quem rumo da Albion determina,
casar-se com rei Carlos foi seu fim...


192-Afonso da cabeça era doente,
não tendo sucessor,por impotente (?),
daí medida imposta p´lo conselho.
O trono lhe é cassado e passa então
p´ras mãos de Pedro que era seu irmão,
p´ra este o conservar até ser velho...


193-A Pedro a força inglesa impõe tratado,
que obriga o reino luso a ser mercado
como absorsor da lã e seus tecidos...
E p´ro vinho do Porto há no momento,
promessa de um mesmo tratamento,
consumidores ingleses garantidos...


194-A Espanha luta pela sucessão,
inglese usam Pedro a peão
no jogo de xadrez que põe a nú,
que apoio ao austríaco intento,
apenas foi manobra de momento
pois ...já lhes serve mais Filipe Anjou...


195-Perdura impasse até surgir o dia
das partes requererem acalmia,
que UTRECHT desenhou em boa hora...
Mudança aconteceu em Portugal,
D. Pedro teve morte natural,
p´ro seu lugar o filho vem agora.

196-Seu nome era João,Quinto na História,
ufano peito tão prenhe de glória
que quer cumprir missão de Portugal.
Combate ao Otomano se sucede,
e entrando em Matapã, ao Papa acede,
destroça turcos em luta naval...


197-Magnânimo explora os diamantes
seguindo o pai que usara os bandeirantes
no avanço do Brasil, por terra adentro.
De Vera Cruz virá grande riqueza
p´ra dar à capital rara beleza
que a impõe na velha Europa,como centro...


198-Partiu então o rei p´ro eterno sono,
ficando D.José,filho, no trono,
sujeito à pombalina influência.
Impõe governação,dura,absoluta,
imprime a violência na conduta,
que aos Távoras tirou a existência.


199-Foi obra de Pombal a atrocdade
révanche ineludível,vil maldade,
manchando obra importante que deixou.
Sentida rejeição de amor sem sorte
gerou,para a família,ódio de morte,
que a História,horripilada, registou ...


200-Um forte abalo arrasaa capital
Lisboa vê ruir,para se mal,
as casas que se esvaem,por sumiço...
Desgraça vai mostrar à evidência
capacidade,engenho,inteligência,
do homem que o rei tinha ao seu serviço...


© Manuel Maia (2009)

[Fixação / revisão de texto: L.G.]

_________


Nota de L.G.


(*) Vd. postes anteriores desta série:

2 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4274: Blogpoesia (43): A história de Portugal em sextilhas (Manuel Maia)

3 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)

6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4290: Blogpoesia (45): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (III Parte): II Dinastia, até ao reinado de D. João II

15 de Maio de 2009 >Guiné 63/74 - P4351: Blogpoesia (47): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (IV Parte): II Dinastia (De D.Manuel, O Venturoso, até ao fim)

3 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4456: Blogpoesia (48): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (V Parte): III Dinastia (Filipina)

domingo, 3 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cantanhez > Cafine > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > A beleza dum rosto sereno numa criança cafinense

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafine > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > Distribuição de água à população de Cafine, antes da feitura do poço.

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafine > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > O imenso Cumbidjã (da pesca à granada, quando era possível...)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafine > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > Antes da mais uma partida em Sintex para o reabastecimento de frescos e correio (Cufar ou Cadique).

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafine > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > Uma canoa, barco IN. O 2º a ser utilizado pelo homem desde o período pré-histórico. o 1º fôra concebido de pele de animais...

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafine > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > O Manuel Maia, "pilando em Cafine"

Fotos (e legendas): © Manuel Maia (2009). Direitos reservados.


1. Mensagem do Manuel Maia, com data de 2 do corrente. (O Manuel Maia, formado em história, foi Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74; salvaguardadas as devidas proporções, é já considerado o Camões do Cantanhez , o bardo de Cafal Balanta (*)


Caro Luis, o meu sincero agradecimento pela edição da minha História de Portugal em Sextilhas (**), que aproveitarei para acabar de enviar de forma faseada. [No total, são mais de três centenas e meia]

Com o que ora envio,fica concluída a dinastia Afonsina.

Um grande abraço. Manuel Maia


A História de Portugal em sextilhas (II parte, até ao fim da 1ª Dinastia)

36-Com clero foi rei Sancho algo incapaz,
mas seu irmão Afonso, mui sagaz,
ao acertar co´a Igreja, a quem exorta.
Chegado de Paris,"visitador",
o "defensor" do reino,"curador",
mais tarde faz d´acordo letra morta.


37- Marido de Matilde de Bolonha,
com ceptro português, Afonso sonha,
sondado o tinha o clero lusitano.
Intrépido, domina os partidários
de Sancho, renitentes,solidários
do rei "Capelo", vítima de engano...


38-A aceitação de Afonso teve entraves,
alcaides houve com recusa às chaves
dos seus castelos ao novo senhor.
O cerco a Guimarães e a Faria,
igual pressão que Óbidos sentia,
mostrou daqueles grande pundonor.


39-Para acudir no reino às despesas,
Afonso abriu mão das suas presas,
vendendo as herdades confiscadas.
No campo militar, Faro conquista,
e p´ra manter Algarve tem em vista
medidas por acordos rubricadas.


40-Assim el-rei Afonso, "O Bolonhês",
Algarve luso garantiu de vez,
impondo uma fronteira por tratado.
"O Sábio" em troca o casamento quis,
de Afonso com bastarda Beatriz,
mau grado o lusitano ser casado...


41-Em Badajoz acordo foi selado
p´ra ser, depois nove anos, consumado...
denúncia de Matilde fracassara...
Recusa Afonso ao Papa explicações,
de bigamia enjeita acusações,
devolução do dote,nem pensara...


42-Reinando já decénios "Bolonhês",
a Igreja prestigia um português,
p´ra Papa um lusitano é distinguido.
Seu nome Pedro Hispano ou Julião,
p´ra Igreja, XXI como João,
por nebulosa morte surpreendido...


43 - "Das letras um egrégio varão"...
é magnum in scientia,diz-se então
do Papa que foi mestre em medicina.
Um lente em matemáticas, soberbo,
filósofo, senhor de rico verbo,
que os ramos do saber todos domina...


44-E reza a lenda,el-rei dissera um dia,
que a outro casamento acederia
se um novo dote assim lhe fosse dado...
Acordo em Badajoz selou fronteira
nas cortes de Leiria,vez primeira,
o povo passa a ser representado,,,


45-Dinis,o rei chamado "Lavrador",
da armada lusitana fundador,
poeta de miltrovas bem famosas...
desposa d´Aragão, rainha santa
que faz o tal milagre que encanta,
ao transformar do manto, o pão em rosas...


46-D´aragonesas terras, Deus o quiz,
saindo p´ra casar com D.Diniz,
chegou D.Isabel, bela princesa.
Trazendo na bagagem por missão
fazer da caridade devoção,
encantaria a gente portuguesa...


47-El-rei Diniz seria o criador
da escola de estatuto superior
de formação de lentes, embrião.
Desenvolveu as feiras e mercados,
fortaleceu a indústria dos pescados,
matais e linhos pôs em ascensão.


48-"O Bravo", Afonso Quarto, oitavo rei,
seguindo os pais ns rédeas da grei,
enceta guerra acesa com Castela.
O genro foi razão motivadora,
em causa o tratamento,vida fora,
imposto p´ra Maria, filha bela...


49-Mau grado a desavença e o agravo,
pediu Castela ajuda ao luso "Bravo"
na guerra ao sarraceno no Salado.
Afonso não enjeita a ocasião
para apoiar o genro,pois então,
ataque ao Mouro assume-se sagrado...


50-Como aia de Constança, de Castela,
chegou Inês de Castro, moça bela
por quem Infante Pedro se enamora.
Mau gradoo casamento co´a primeira,
presença da galega à sua beira
fará crescer paixão a toda a hora...


51-Bastardos vão nascer da ligação
mais tarde transformada em união,
após precoce morte de Constança.
Enlace faz sentir a corte em p´rigo...
familiares de Inês são inimigo
que se insinua,trai,nunca descansa...


52-Validos pressionam noite e dia
dizendo estar em risco a sob´rania,
levando el-rei a crime bem nefando.
A ideia é posta,clara,sem rodeios,
Inês tem de morrer por quaisquer meios,
há risco p´ro futuro de Fernando...


53-Misericórdia, roga Inês, prostrada,
os olhos marejados,mui cansada,
ao rei Afonso IV, empedernido.
Os filhos do regaço lhe arrancaram
e a jugular, num golpe, lhe cortaram
matando assim amor tão proibido...


54-O medo do futuro da Nação
roubou a Afonso, a dor, a compaixão,
deixando o filho Pedro, tresloucado.
Chegado ao poder este entroniza,
cadáver já ossada, e oficializa
enlace tão brutalmente ceifado...


55-P´ra uns "O Crú" e outros "Justiceiro",
monarca novo, el-rei Pedro primeiro,
nas Cortes d´Elvas seu povo protege.
Impõe travão ao clero, sustém nobres,
ganhando a adoração das gentes pobres,
o sofredor de amor dez anos rege.


56-Virá depois Fernando,"O Formoso",
versátil e também mui belicoso,
Castela o fez três vezes perdedor...
Reinado seu não foi apenas guerra,
deu "lei das sesmarias" para a terra
e às naus vai imprimir forte vigor.


57-Castela viu Trastâmara matar
herdeiro Pedro e seu trono ocupar,
ouvidos são rumores de insurreição...
Achando ter direito àquela c´roa
el-rei Fernando parte de Lisboa
co´a ajuda de Granada e Aragão.


58-Sedento de conquista,"O Inconstante",
julgando sairia triunfante,
acorda o casamento de seguida...
A noiva,Leonor, linda princesa
da reputada corte aragonesa
"p´ra tia" ficaria, preterida...


59- Derrota humilha o rei da lusa gente
que altera o seu noivado,de repente,
um nome igual tem nova candidata...
Segunda Leonor,é de Castela,
do rei que quis depor,é filha bela,
de novo,o nó de enlace, ele desata...


60- E outra Leonor,pior das três,
provou, que "à terceira foi de vez",
impondo ao rei Fernando ida ao altar...
O povo sai à rua em alarido,
dizendo barregã havia sido
aquela com que o rei se vai casar...


61-Recebe o rei a dita por consorte,
em Leça do Bailio, cá no Norte,
secreto foi enlace, acto brejeiro,
Razão o povo a tinha,foi provado,
que o diga Álvaro Pais,envergonhado,
por vê-la meretriz do Conde Andeiro...


62-Na terra não forjou seus cabedais,
burguês, comerciante, Álvaro Pais,
que foi chanceler-mor de Portugal.
Estatuto social então vigente
que assenta no poder terratenente,
em si ganha inimigo figadal...


63-Serviu os reis D.Pedro e D.Fernando,
deixando cargo vago,logo quando,
indignidades viu em Leonor...
Pretexto foi doença que o minava,
cansaço da função que se arrastava,
p´ro impedir de dar o seu melhor...


64-Detendo em Fernão Lopes atenção,
visível,bem diferente é a versão,
daquilo que, em verdade, Pais sentia.
"Gram nojo que pela desomrra del rei"
comum é sentimento em toda a grei,
"segumdo ha maa fama rainha avia"...


65-Morrendo el-rei, não há filho varão,
a Leonor,regente, se diz não,
e nem se aceita D. Beatriz.
Sucumbe a dinastia Afonsina.
p´ra dar lugar à nova,Joanina,
que vai ter fundador "Mestre de Aviz" ...


66-Chegado p´ras exéquias reais,
sentindo o mestre a ofensa ser demais,
ataca,enraivecido,o Conde Andeiro.
Guiado pelos nervos seu punhal,
produz um ferimento não letal,
de pronto "corrigido" por escudeiro...


67-A honra lusitana foi lavada
a golpes de punhal e de uma espada,
tombado foi o biltre, finalmente.
A amásia Leonor deixou o paço,
fugindo, a sete pés, para o regaço
d´outro qualquer amante, certamente...


68-Sabendo dominar a oratória,
João das Regras mostra a vitória
do mestre entre os quatro pretendentes.
Foi "filha do pecado", Beatriz,
os outros, por traição, Cortes não quis,
a escolha agradou às lusas gentes...

manuel maia

[Fixação / revisão de texto: L.G.]

____________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3890: Tabanca Grande (119): Apresentação de Manuel Maia ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)

(...) Fui Furriel Miliciano da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 que rumou, depois do necessário IAO do Cumeré, para Bissum/Naga.

Aí nos mantivemos uns sete a oito meses para sermos apanhados na famosa operação do Cantanhez que implicou a ida de dois Grupos de Combate, (entre os quais o meu...) para Cafal - Balanta, ficando adstritos à Companhia residente (que ali se encontrava apenas há dias...) vivendo em condições infrahumanas em buracos escavados no solo sem a possibilidade de protecção de "tecto" pois o homem do monóculo não autorizava senão panos de tenda e folhas de palmeira.

Esta parceria com Cafal durou uns três a quatro meses até à chegada do resto da minha Companhia que foi destacada para Cafine (distando cerca de 2 km dali...)

Então, já reunidos, passámos a viver em tendas de campanha até termos concluída a feitura dos reordenamentos, consubstanciada em largas dezenas de habitações para a população. Só então procedemos à construção de mais algumas para serventia da companhia...

Foi um trabalho insano, mas que nos deu plena satisfação e que permitiu, estou certo, - a juntar ao episódio da captura algo fortuita de Rafael Barbosa, líder guinéu do PAIGC (em rota de colisão com os dirigentes caboverdeanos...) - a saída precoce da região, a título de prémio, creio bem...

Foram nove ou dez meses ali passados, naquela zona minguada de tudo menos de mosquitos e balas... (...)


(**) Vd. postes de:

2 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4274: Blogpoesia (43): A história de Portugal em sextilhas (Manuel Maia)

20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)

sábado, 18 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4208: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (15): Curvo-me perante V.Ex.ª, uma vez mais... (Manuel Maia)

Manuel Maia foi Fur Mil na 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, (1972/74).

1. Uma das maneiras de lembrar o vão sacrifício dos camaradas que não voltaram connosco, é exprimir a revolta sentida, perante palavras injustas e ofensivas.

Fogo à peça Manuel, que nunca te falte a arte e o engenho para nos presenteares com os teus textos sempre apropriados.

Mensagem de Manuel Maia (*), com data de 14 de Abril de 2009:

Ainda e Sempre a intervenção no mínimo infeliz de A.B.

P´ra lá da imensa inóspita bolanha,
do medo que gerava ódio, sanha
havia uma tabanca renovada.
Telhados, colmo novo, a evidência
da actividade intensa e resistência
da inimiga gente lá instalada...

Uns quinze dias antes, tropas lusas,
em golpe perpetrado pelos fuzas
ao IN infligem lá duro revés.
Resposta p´las palhotas destroçadas
foi dada às nossas bases, flageladas,
Abril catorze, treze e dia dez...

Saímos da aramada posição
em bandos, mesmo à guiza de excursão,
carentes da enluvada mão de AB...
Retido por Bissau nos matagais
o Rambo dava lustro aos seus metais
gorando a nossa ´sp´rança, já se vê...

No pic-nic feito de seguida,
das gentes lá do sítio é recebida,
mensagem p´ro "manjor" que idolatravam...
-"Nós quer museu de AB, oiçam-nos bem ,
medalhas, lenço "suma ele
", tem...
só faltam os ray-ban, salientaram...

Depois deste convívio com o povo,
farpado arame aguarda-nos de novo
para um papel discreto, pouco activo...
D´audácia estão os bandos arredios
sem peitos p´ra medalhas, quais gentios,
d´herói tem já AB o exclusivo...

A minha sentida homenagem (enquanto parte integrante dos bandos que preguiçosamente se espraiavam por trás dos mares de arames farpados, divertindo-se à grande, em jogos de paint-ball fugindo dessa forma à entediante vivência proporcionada nessas opulentas estâncias turísticas do guinéu espaço, onde o dolce far niente era apanágio, e queimando assim as calorias dos inebriantes menús servidos à la carte numa ambiência digna de marajás...) a sua excelência o nosso bem amado herói, figura quase mítica a quem a história dos homens reservou, por certo, um espaço adequado para ali gravar a letras de ouro, todo um historial digno de figurar ao lado de Gamas e Cabrais, dum Medina ou dum Malhoa (tal a precisão do retrato...) dum Teixeira Lopes ou Soares dos Reis, pelas belas páginas de portugalidade que redescobriu, que escreveu, nesses cenários pintados e esculpidos no TOG e nos fez embevecer a todos...

Curvo-me perante V.Ex.ª uma vez mais, esperando ter contribuído minimamente para enaltecer os actos dum português lhano, simples, por isso merecedor de todos os encómios.

Muito agradecido a V.Ex.ª
Manuel Maia
__________

Nota de CV

(*) Vd. poste de 7 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4154: Estória avulsas (26): Estou na Guiné há treze meses e a minha mulher está grávida (Manuel Maia)

Vd. último poste da série de 11 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4172: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (14): Desprestígio e ofensa a quem foi obrigado a combater (Manuel Reis)

domingo, 29 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4101: O trauma da notícia da mobilização (6): Trata de arranjar o caixão, disse-me o pobre do Zé... (Manuel Maia)

O Manuel Maia à entrada da entrada da enfermaria subterrânea de Bissum Naga.

Foto: © Manuel Maia (2009). Direitos reservados

1. Texto de Manuel Maia (*), ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine:

Assunto - O 'trauma' da notícia da minha mobilização (**)

Estava eu em Terras de Viriato, mais propriamente no RI 14, na qualidade de cabo-miliciano, (posto inventado pelas Forças Armadas Portuguesas para que o país tivesse sargentos a trabalhar pelo preço de soldados...), tendo por função a instrução de recruta a homens que na sua quase totalidade iriam "bater com os costados" numa das três frentes de guerra em que Portugal estava envolvido desde 61, quando recebi a notícia, esperada, da mobilização.

A "ordem de serviço" foi de 22.02.72 e no seu artigo V, da pag. 265, sob o título NOMEAÇÃO DE PESSOAL PARA O ULTRAMAR, reproduzia a imposição de qualquer olissiponense figura, em enviar este vosso amigo, primeiramente para a cálida planície alentejana - mais propriamente como inquilino temporário do antigo convento entretanto transformado em quartel designado por RI 16 - para aclimatação(?) aguardando voo para a nossa querida Guiné.

Acabaria por ser interessante a minha passagem por Évora, cidade de que aprendi a gostar, e tive a felicidade de conhecer o comandante da unidade mais castiço que se possa imaginar...

De nome J... A... Pinheiro, coronel, tinha a seu cargo a bandeira da defesa dos cabos-milicianos(ao que constava teria uma filha casada com um...) e algumas vezes fazia reuniões com todos os graduados do batalhão 4610, "obrigando" o seu ajudante de campo a ler as inúmeras exposições que fazia para o ministério da tutela,reclamando a extinção do posto e promoção automática a furriéis,logo que acabada a especialidade, dos formandos do curso de sargentos milicianos...

Era um homem bom que estaria, creio, já bastante perturbado, provavelmente pelos etílicos vapores e, porque não dizê-lo,reflectindo ainda a vivência de campanhas anteriores...

Naquele 22 de fevereiro fomos quatro os recrutados para África, o Moreira e o Martins para Angola, e este vosso amigo e o Navega para a Guiné.

Fomos muitos a tomar estes destinos bem como Moçambique, nos outros dias em que
nas secretarias das companhias, nos eram entregues as cópias das "ordens de serviço".

Ao meu grande amigo José Galeão, meu colega do Instituto Comercial do Porto calharia em sortes aquilo que sempre aspirara,Angola... Tinha lá familiares que depois lhe arranjariam colocação em zona de paz...

Quando me saiu Guiné na rifa,disse-me: "Trata de arranjar o caixão"... Coitado do Zé acabaria por morrer sob um montão de toros de árvore num estúpdo acidente...

No dia seguinte seria o Barbosa que foi para o Biambe e o meu homónimo de Coimbra que rumou para Encheia (as outras duas companhias operacionais do nosso batalhão de Bissorã).

Foi a sorte de cada um, pois o Maia de Coimbra acabaria por levar um tiro de ricochete que lhe anulou a visão de um dos olhos e criou problemas de mobilidade...

Penso nisto muitas vezes... E se não tivesse ido para a Guiné, como seria?

Necessariamente diferenta mas poderia ter sido bem pior,muito mais traumatizante...

Assim, a sorte, destino, acaso, eu sei lá que mais, proporcionou-me o prazer que hoje tenho de estar aqui a conversar com a malta da Guiné, coisa que não acontece com o "pessoal de Moçambique ou Angola" ...

As visitas ao novo país, já efectuadas por muitos camaradas, evidenciam uma diferença pela positiva no trato daquelas gentes e no seu relacionamento connosco.

Enquanto não for viável a concretização do sonho de lá regressar,um dia, vou podendo trocar impressões com os tabanqueiros graças ao Luís, ao Vinhal e ao Briote que nos facultam este espaço extremamente saudável que de quando em vez sofre um ligeiro abalo para comentar as atoardas dos bandos de Almeidas Brunos (...).

Tenho muito orgulho de ter sido um guinéu, combatente entre tantos. Se não fossem as sortes, não teria a sorte de ver o fabuloso Cumbidjã, o imenso Geba, e sobretudo a afabilidade daquelas gentes com quem lidámos.

Hoje estou agradecido ao destino por me facultar conhecer a Guiné. Apesar de ser considerada a pior das três frentes, não posso dizer que tenha ficado traumatizado...

Obviamente não gostei, teria preferido rumar a S. Tomé ou Timor, mas...

_____________

Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3890: Tabanca Grande (119): Apresentação de Manuel Maia ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)

Vd. último poste da série > 29 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4095: O trauma da notícia da mobilização (5): Quatro depoimentos (Magalhães Ribeiro)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4290: Blogpoesia (45): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (III Parte): II Dinastia, até ao reinado de D. João II

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafine > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > O Periquito de Cafine, nas mãos do bardo Manuel Maia.

Guiné > Região do Oio > Nhacra > Fatim > O pouso das bajudas lavadeiras... Lugar de visita diária.

Guiné > Região do Oio > Nhacra > Fatim > "Cantada" à Segunda. Eu e a Moura.

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafine > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > Porto de Cafine, sujeito às marés mas incomensuravelmente melhor que o de Cafal.

Guiné > Região do Oio > Nhacra > Fatim > Representante da fome de África. A velha mais velha entre as velhas de Fatim.


Fotos (e legendas): © Manuel Maia (2009). Direitos reservados.

1. Continuação da publicação da História de Portugal em sextilhas, por bardo do Cantanhez .(O Manuel Maia, formado em história, foi Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74; quando esteve na Região, também passou por Fatim).


Mensagem de 3 do corrente:

Luís: Não queria que te sentisses "pressionado", mas vou aproveitar a aberta para ir enviando mais umas quantas sextilhas, pois infelizmente para mim será a única forma de publicação a que posso chegar...Não há editores livreiros entre a malta da tabanca...

Hoje chegarão ao nº 100... No fim vou tentar enviar, "se a tanto chegar o engenho e arte" ( como sabes sou incipiente nestas tecnologias...) o parecer do PROFESSOR DOUTOR, ANTÓNIO CARDOSO, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
~


A História de Portugal em sextilhas (III parte, 2ª Dinasta, até ao reinado de D. João II)


69-Castela vai tentar com insistência
impor aos portugueses a regência,
mas D. João não cede, vai à luta.
Grandeza em mil façanhas sobrehumanas,
as hostes bem treinadas lusitanas
mostraram ser capazes na disputa...


70-Valverde, Aljubarrota e Trancoso
são marcos dum processo bem moroso
com quase trinta anos de combates.
Garantes desta lusa identidade
que deve a Nun´Alvares, em verdade,
usança do quadrado nos embates...


71-Atento está o luso soberano
à movimentação do castelhano
que intenta vir cercar a capital.
No Crato estão as forças invasoras
que aguardam gentes lusas,vis,traidoras,
para engrossar "exército do mal"...


72-Fronteiro d´Alentejo nomeado,
Nun´Alvares aguardou-os apeado,
nos Atoleiros, perto de Fronteira.
Mau grado a minoria ser notória
registam portugueses a vitória
assente na estratégia de Pereira...


73-Por Entre-Douro e Minho se encontravam
el-rei e o Condestável que agrupavam
besteiros, lanças, muita peonagem.
Tão logo o inimigo o percebeu,
avança pelas Beiras, p´ra Viseu
pilhando as pobres gentes de passagem.


74-Beirãs internas rixas,descabidas,
"ajudam" castelhanas investidas
de Castanheda, capitão famoso.
Mais alto vai falar o pátrio amor
e as mãos se dão no ataque ao agressor
que humilham lá p´ra veiga de Trancoso...


75-P´ra lá de Aljubarrota,em Chão da Feira,
as lusas hostes,tomam dianteira,
preparam bem terreno p´ra disputa.
Estacas aguçadas são cravadas
em fossos,covas, lobo disfarçadas,
montada foi estratégia para a luta...


76-Num dia bem escaldante em mês de Agosto,
quadrado no terreno foi disposto
por trás da paliçada defensora.
Inglesa foi a táctica de guerra
que, usando os virotões, deita por terra
as intenções da força agressora...


77-Notável feito heróico lusitano
ao pôr em debandada o castelhano,
de enorme contingente bem armado.
P´ra quatro de Castela,há um português,
dotado de amor pátrio e altivez,
disposto a defender solo sagrado...


78-O Condestável Nuno (**) se aventura,
mostrando possuir grande bravura,
em terra estranha além do Guadiana.
Depois de Aljubarrota, em mês de Outubro,
as gentes portuguesas leva ao rubro,
dobrando ali a hoste castelhana ...


79-Valverde,junto a Mérida,o local
da escolha p´ro combate terminal,
perdido por Castela que fugiu.
Vitória lusa é tida convincente,
selada pois foi paz conveniente
das guerras que interregno pariu...


80-No Condestável está o cabo de guerra
capaz de mil façanhas sobre a terra,
morando na estratégia a sua lança.
Reconhecendo o mestre dá-lhe então
poder, riqueza, luxo,ostentação,
benesses de que não faria usança...


81-E findo o tempo heróico renuncia
ao peso da importância, honraria,
sustendo as armas, opta p´la clausura.
P´ro povo foi um bem-aventurado,
beato o fez a Igreja por tratado,
louvando-lhe da vida a postura...


82-P´ra uns Brites de Almeida,outros Beatriz,
padeira entrou na história,a lenda o diz,
por sete castelhanos abater.
Usando o instrumento de trabalho,
a pá que utilizou,tal qual um malho,
em quem no forno seu se foi esconder...


83-Meticulosamente foi urdida
a paz alegremente recebida
que satisfez desejos já profundos.
Depois se cria armada e marinhagem
que busque na aventura da viagem
razão de "dar ao mundo novos mundos"...


84-E teve el-rei João no seu reinado
labor das descobertas encetado,
em Ceuta epopeia irá nascer.
Depois vem Porto Santo e Madeira,
p´ra mais tarde os Açores, ali à beira,
certezas deste reino a crescer...


85-Não teve Fernão Lopes cepa nobre,
tão poucoa sua origem era pobre,
nos meios mesteirais se situava.
Mercê dos seus estudos e leituras,
ascende a guardador das escrituras,
do Tombo, onde o passado "repousava"...


86-Vassalo foi d´el rei, nobilitado,
tabelião geral, escrivão dotado,
do paço um valido bem famoso.
De D.Duarte, infante, teve o mando
das crónicas reais até Fernando
e a do seu pai João,"mui virtuoso"...


87-Ínclita geração,Camões o diz,
ao reportar-se à prole que Deus quis
nascesse de Filipa e de João.
Se Afonso e Branca não vão resistir,
dos outros seis o reino irá sentir
orgulho por servirem a Nação...


88-Duarte,o primogénito,escritor,
mui viajado Pedro, com valor,
Henrique as Descobertas encetou.
Fernando em Fez, morrendo, é chama acesa,
Borgonha vê Isabel sua duqueza,
João, a Condestável, se guindou.


89-A DJoão sucede D. Duarte,
cinco anos de reinado e muita arte,
um homem "Eloquente" e de cultura.
Em Tânger tem desastre bem marcante
que leva à morte,irmão,o Santo Infante,
sujeito à humilhação e à tortura.


90-Mui dado às letras foi el-rei Duarte,
deixando escrita "Ensinança da arte
de bem se cavalgar a toda a sela".
"O leal conselheiro" foi tributo
legado à mulher,antes do luto
que a peste, em o levando, afastou dela...


91-Durante a guerra o pai distribuíra,
de paga pela ajuda que surgira,
imensos bens da c´roa em Portugal.
A nova fidalguia emergente,
agora com poder terratenente,
levou Duarte a impor a "lei mental"...

92- De italiana oriem, Perestrelo,
zarpou p´ra Porto Santo, do Restelo,
a comandar navios com mestria.
Chegou a donatário desta ilha,
casou com Isabela, teve filha,
Filipa a desposar Colombo um dia.


93- Afonso Quinto é ainda uma criança
que tem no tio Pedro a segurança,
regente que mantém à sua beira.
Urdidas são p´lo conde de Barcelos,
intrigas contra Pedro, quais libelos,
levando à malfadada "Alfarrobeira"...


94- Os lusos nautas são incentivados,
daí os novos mundos logo achados,
a Mina, Cabo Branco, Cabo Verde,
"Bom Ano",Senegâmbia, S.Tomé...
domínio de Castela intenta até,
no Toro,essa ilusão depressa perde...


95- Para animar as tropas se exigia
medida a enaltecer a valentia
que o Toro estremecera com fragor.
Mitificou-se então "O Decepado",
Duarte Almeida, alferes dedicado,
oficial bandeira portador...


96- "O Príncipe Perfeito", D.João,
catorze anos ao leme da nação,
visando reforçar poder real.
Em Cortes ouve em Évora o seu povo,
fazendo Inquirições p´ra achar de novo
grandeza do seu reino, Portugal...


97-Impulso às Descobertas tem alento
na força, no engenho e no talento,
de Bartolomeu Dias que dobrou,
o Cabo das Tormentas ou Esp´rança
levando ao caminho da abastança
que a Mina com o ouro iniciou...


98- Prepara-se uma armada para Gama
que havia de gerar riqueza e fama
e D.João, por morte,não veria.
Colombo,o genovês, à c´roa lusa
pediu apoio que esta lhe recusa
por não ver, no projecto,garantia...


99-No nauta a persistência é uma aposta
que o leva até à Espanha co´a proposta,
aceite sem reservas, quem diria...
Persuasão, a arma utilizada?
palpite,sorte,crença, a forma achada?
certeza, foi a América um dia...


100-Em busca da fusão peninsular,
o rei fez primogénito casar
co' a infanta Isabel, de Espanha herdeira.
Efémera ilusão, prazer fugaz
que a queda de um cavalo luto faz
e Afonso se apagou dessa maneira...

Manuel Maia

[Continua]

[Fixação / revisão de texto: L.G.]


____________


Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores do Manuel Maia:

2 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4274: Blogpoesia (43): A história de Portugal em sextilhas (Manuel Maia)

3 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)

(**) Vd. poste de 4 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3405: Efemérides (12): Nuno Álvares Pereira, um dos primeiros Portugueses em África (José Martins)

Foi canonizado como São Nuno de Santa Maria em 26 de Abril de 2009:
Vd. site oficial da Comissão São Nuno de Santa Maria

domingo, 2 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11663: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (9): Faltam três dias para fechar as inscrições... E já somos 123 à mesa!


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013)


1. Mensagem da Comissão Organizadora do VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande:

Prazo limite para inscrições - 4 de Junho

Aceitam-se desistências até ao dia limite das inscrições.

Fora desse prazo os inscritos faltosos serão responsabilizados pelas despesas imputadas à sua não comparência.

P'la Organização do Encontro,
Carlos Vinhal

2. Até 1 de junho, a 3 dias de fechar as inscrições, tínhamos já 123 tabanqueiros (incluindo acompanhantes) inscritos no nosso próximo convívio anual que vai ser, como é sabido, em Monte Real, no próximo dia 8, sábado (*).  

A todos/as, estamos muito obrigados pela amizade e camaradagem com que nos honram, aceitando o nosso convite para a festa  da nossa Tabanca, pelo oitavo ano consecutivo (o I Encontro Nacional realizou-se na Ameira, Montemor-O-Novo, em 2006). 

Como se pode ver pela figura acima, a proveniência geográfica dos inscritos é sensivelmente igual à dos anos anteriores, com destaque para a malta que vem da Grande Lisboa, do Grande Porto e da Região Centro (cerca de 85% do total). Temos gente de todo o país, de norte a sul, de leste a oeste. Pena é que as regiões autónomas dos Açores e da Madeira não estejam representadas, desta vez. (O que não é bem assim: temos o Henrique Matos que representa duas regiôes, a de nascimento, os Açores; e a de adoção, o Algarve, o sul...).

Em contrapartida, vamos ter connosco o Manuel Dias Pinheiro (, nosso tabanqueiro desde 22/8/2012)
e a esposa, a viverem atualmente em Madrid. São os nosso dignos representantes da "diáspora".

E, também como acontece todos os anos, temos camaradas, "piras", que vêm ao nosso encontro pela primeira vez. Cite-se por exemplo o  João Martins ( e a esposa Graça Maria). Vamos ter ainda, como já é habitual, também os nossos escritores que vão lançar os seus últimos livros, da parte da tarde. É o caso,  este ano,  do Manuel Maia e o José Saúde...

Como acontece todos os anos também, há camaradas
que não podem vir, por razões de calendário ou
outras, de força maior, e nomeadamente de saúde. Muito nos alegra saber que, mesmo convalescentes, acabados de superar uma situação delicada de saúde, há camaradas que arranjaram força e coragem para se juntar ao resto do pessoal!...

Foi o caso, por exemplo, do Victor Tavares (um dos nossos heróis de Guidaje, ex-1º cabo paraquedista, CCAÇ 121/BCP 12, BA 12, 1972/74). Foi o Paulo Santiago que nos deu a feliz notícia, anteontem, dia 31: "Boa Tarde Vinhal, Miguel... Podem inscrever o Victor Tavares,acabei de almoçar com ele e mais dois Páras. Está a recuperar bem. Miguel: Não é necessário crachá para o Victor. Manipulei o meu e fiz outro com o nome dele. Recebam um abraço. P. Santiago".

Não poderia esquecer os "repetentes", os "fidelíssimos"... Alguns, como o António Santos, são tão fãs do Encontro Nacional da Tabanca Grande que até trazem a família completa: mulher, filhos e netos... É de se lhes tirar o quico!

Até Monte Real., dia 8. Um fraterno Alfa Bravo. L.G.
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LISTA DOS 123 MAGNÍFICOS, QUE ATÉ 1/6/2013 DISSERAM QUE VÃO ESTAR EM MONTE REAL, EM 8 DE JUNHO DE 2013, NO NOSSO VIII ENCONTRO NACIONAL

Agostinho Gaspar - Leiria (C)
Alberto Branquinho - Lisboa (GL)
Alcídio Marinho e Rosa - Porto (P)
Alvaro Vasconcelos e Lourdes - Baião (N)
António Augusto Proença, Beatriz e Sofia - Covilhã (C)
António da Costa Moitas e Maria dos Anjos - Grijó / V. N. de Gaia (GP)
António Estácio - Lisboa (GL)
António Fernando Marques e Gina - Cascais (GL)
António Garcez Costa - Lisboa (GL)
António José Pereira da Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra (GL)
António Manuel Sucena Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro (C)
António Maria Silva - Sintra (GL)
António Martins de Matos - Lisboa (GL)
António Pimentel e acompanhante - Figueira da Foz (C)
António Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos (GP)
António Santos, Graciela, filhos e netos - Caneças / Odivelas (GL)
António Sousa Bonito - Carapinheira / Montemor-o-Velho (C)
Arlindo Farinha - Almoster Avz / Alvaiázere (C)
Augusto Pacheco - Maia (GP)

C. Martins - Penamacor (C)
Carlos Paulo e Lourdes - Coimbra (C)
Carlos Pinheiro e Maria Manuela - Torres Novas (C)
Carlos Pinto e Maria Rosa - Reboleira / Amadora (GL)
Carlos Vinhal e Dina Vinhal - Leça da Palmeira / Matosinhos (GP)

David Guimarães e Lígia - Espinho (GP)
Delfim Rodrigues - Coimbra (C)

Eduardo Campos - Maia (GP)
Eduardo Magalhães Ribeiro e Carlos Eduardo - Porto (GP)
Eduardo Moreno - Vila Real (N)
Ernestino Caniço - Tomar (C)

Fernandino Leite - Maia (GP)
Fernando Súcio - Vila Real (N)

Henrique Matos - Olhão (S)
Hugo Eugénio Reis Borges - Lisboa (GL)
Humberto Reis e Joana - Alfragide / Amadora (GL)

João Alves Martins e Graça Maria - Lisboa (GL)
João Marcelino - Lourinhã (S)
João Santos - Porto (GP)
Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel (GP)
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria (C)
Joaquim Nunes Sequeira e Mariete - Colares / Sintra (GL)
Joaquim Sabido e Albertina - Évora (S)
Jorge Araújo e Maria João - Almada (S)
Jorge Cabral - Lisboa (GL)
Jorge Canhão e Maria de Lurdes - Oeiras (GL)
Jorge Loureiro Pinto - Sintra (GL)
Jorge Picado - Ílhavo (C)
Jorge Rosales - Monte Estoril / Cascais (GL)
José Araújo dos Santos - Figueira da Foz (C)
José Armando F. Almeida - Albergaria-a-Velha (C)
José Augusto Ribeiro - Condeixa (C)
José Barros Rocha - Penafiel (GP)
José Casimiro Carvalho - Maia (GP)
José Eduardo Oliveira - Alcobaça (C)
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos (C)
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel (GP)
José Manuel Lopes e Luísa - Régua (N)
José Ramos Romão e Emília - Alcobaça (C)
José Saúde - Beja (S)
José Zeferino - Chamusca (C)
Juvenal Amado - Fátima / Ourém (C)

Luís Graça e Alice - Alfragide / Amadora (GL)
Luís R. Moreira - Cacém / Sintra (GL)

Manuel Carmelita e Joaquina - Vila do Conde (GP)
Manuel Dias Pinheiro e Maria Inicia - Madrid / Espanha (Estrang)
Manuel Domingos Santos - Leiria (C)
Manuel Gonçalves e Maria de Fátima - Carcavelos / Cascais (GL)
Manuel Joaquim e Deonilde - Agualva Cacém / Sintra (GL)
Manuel Lima Santos e Maria de Fátima - Viseu (C)
Manuel Maia - Moreira / Maia (GP)
Manuel Vaz - Beiriz / Póvoa de Varzim (GP)
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa (GL)

Paulo Santiago - Aguada de Cima / Águeda (C)

Raul Albino e Rolina - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal (S)
Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos (GP)
Ricardo Sousa e Georgina Cruz - Lisboa (GL)
Rui Silva e Regina Teresa - Sta. Maria da Feira (N)
Rui Trindade Doutel Guerra Ribeiro - Lisboa (Gl)

Simeão Ferreira - Monte Real / Leiria (C)

Victor Tavares - Recardães / Águeda (C)
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Nota do editor:

Último poste da série > 25 de maio de 2013 >  Guiné 63/74 - P11629: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (8): Estamos a poucos dias de fechar as inscrições

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5461: Blogoterapia (135): Foi bonita a festa do Manuel Maia, na Tabanca de Matosinhos (Manuel Reis)





FESTA DO MANUEL MAIA




Foi bonita a festa que todos os camaradas presentes ofereceram ao Manuel Maia [, por ocasião do lançamento do seu livro, História de Portugal em Sextilhas]. Ele bem a mereceu.


As querelas e picardias que por vezes exprimimos no blogue foram para as calendas gregas. Algo de muito forte, uma solidariedade forjada na guerra e no sofrimento, nos une nestes [momentos].


Nós o grupo designado pelo "Cozido à portuguesa",  sabiamente baptizado pelo Mexia Alves, tivémos um belo dia, preenchido pela sã convivência, onde a alegria e a boa disposição foram a nota dominante. O condutor, camarada Juvenal, a quem competia a responsabilidade de nos entregar nos locais certos e não beber, cumpriu exemplarmente a sua missão.


O Vasco, um bom palrador, impediu que houvesse tempos mortos.



O Mexia Alves com a sua arte de bem contar, mostrou ao Comandante e Sub-Comandante do Regimento de Artilharia do Porto uma pequena parte dos seus conhecimentos, do fora castrense, os quais não ficaram indiferentes. Estupefacto, o Comandante esboçou (não concretizou) um convite para o Mexia Alves reintegrar a sua unidade. Mexia Alves, perante tão descarado atrevimento, demarcou-se de imediato. Um ex-combantente da Guiné só aceitaria o Comando da Unidade e no posto de General!


Sei que o Mexia não me leva a mal esta brincadeira, mas os camaradas não julguem que isto é apenas pura ficção.


O encontro referido existiu na Área de serviço de Antuã, onde fomos mudar a água às azeitonas, e ficou o convite para aparecermos na Unidade.


Foi um dia diferente, muito divertido, que nos estimula a repetir e que bem sabe, nesta altura do campeonato!


Um abraço camarigo, do tamanho da Tabanca de Matosinhos, para todos os camaradas.


Manuel Reis.


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Nota de L.G.:




(*) O Manuel Reis foi Alf Mil da CCAV 8350, (Guileje, 1972/74). Vd. postes de 

12 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4175: Os Bu...rakos em que vivemos (5): Guileje bem se podia considerar um hotel de 5***** (Manuel Reis)



segunda-feira, 4 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4279: Blogoterapia (101): Obrigado, Manuel Maia, emocionaste-me até às lágrimas (José Brás)

1. Mensagem do nosso camarada José Brás, que foi Fur Mil da CCAÇ 1622 (Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68), e é autor do romance Vindimas no Capim, Prémio de Revelação de Ficção de 1986, da Associação Portuguesa de Escritores e do Instituto Português do Livro e da Leitura):

Caríssimos

Carlos, Luís e Briote


Não tem nada a ver com a guerra, isto que quero dizer-vos, agora, de lágrimas a rebentar por sob as pálpebras quando leio de voz alta, só e em frente ao monitor, a escrita do Manuel Maia (*).

De voz alta porque quero emocionar-me até ao limite, na oportunidade de não ter quem me chame de maluco.

De lágrimas a rebentar porque, felizmente, continuo a poder emocionar-me perante os sinais do humano quando chegam altos como este rio de palavras engenhosas, talentosas e suadas.

Que maravilha!

Cercados por centrais globais de (des)informação e por um real saído dos noticiários das televisões, o dia-a-dia carrega-nos de pesadas preocupações acerca do futuro do mundo e da humanidade.

Talvez que, no fundo, não seja mais do que a velhíssima tendência para o pessimismo que nos atinge depois de anos de lutas e esperanças.

Gente como o Manuel Maia são a garantia de que não passa disso e de que a comoção e a imagem das mãos dadas por cima de incertezas continuarão a marcar o homem do futuro na sua dualidade divina e na sua multiplicidade de andarilho.

Afinal, já nem sei se foi de guerra ou não que quis falar, porque ninguém fala de guerra senão para falar de paz.

Um abraço (normal) para vocês e outro de agradecimento ao Manuel Maia.

José Brás

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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 3 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)

sexta-feira, 27 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4087: Blogpoesia (33) : O bardo de Cafal Balanta (Manuel Maia)

Guiné > Região de Tombali > Cantanhez> Cafal Balanta > 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610 (1972/74)> O artista na "cova nua de Cafal" com a bolanha ao fundo. Foi a 1ª noite de Cafal...

Guiné > Região de Tombali > Cantanhez> Cafal Balanta > 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610 (1972/74)> O Manuel Maia, ao centro, em pleno casino, com o Campos, das transmissões, e o Valadas, à mesa do restaurant...

Guiné > Região de Tombali > Cantanhez> Cafal Balanta > 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610 (1972/74)> Descanso dos guerreiros. Da esquerda para a direita, Laranjeiro, Antunes (cabo enfermeiro), o autor destas linhas (Manuel Maia), Campos (transmissões), Luz (armas pesadas).

Guiné > Região de Tombali > Cantanhez> Cafal Balanta > 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610 (1972/74)> Nem só de guerra vive o homem... Comendo os meus cajús matinais sob a generosa árvore, tendo ao lado a habitação/tenda que passamos a ocupar, fartos que estávamos do miserabilista aspecto da cova onde a poeira e/ou lama misturada com palha, nos servia de soalho...

A mudança de estatuto valeu-nos um ataque ao arame, dias depois, que mau grado a desagradabilidade proporcionada, me trouxe a convicção de que bati o record mundial de salto em comprimento quando me atirei literalmente em voo para a cova donde haveria de ripostar, juntamente com quem já lá estava...

Fotos e legendas: © Manuel Maia (2009). Direitos reservados



1. Texto poético-satírico, contemporâneo, do nosso Camões do Cantanhez, Manuel Maia, enviado em 5 de Março último.

Parafraseando Bocage, sou mais dado à ramada que ao bardo...

Miscigenado sangue temos,lusos,
de Celtas e outros povos cá intrusos,
daí força e porfia de vencer...
Quisera ser um bardo p´ra exaltar
os feitos portugueses d´além-mar
mas falta-me o engenho, arte e saber...

País que foi de Gamas e Cabrais,
d´intrépidos valentes generais,
briosos e da luta nunca ausentes,
vive hoje grande crise de valores,
pois chefes, da ignorância são cultores,
e ao funeral da grei, vão sorridentes...

Ineptos uns, ladrões são os restantes,
eis pedigree dos nossos governantes,
corruptos os da esquerda ou da direita..
Resvalam obras fora d´orçamento,
reservas naturais viram cimento,
por PDMs feitos pela seita...

É tempo de mudança, surja alguém,
pois já só se acredita, creio bem,
num D. Sebastião, envolto em bruma...
A urgência desta troca empurra a escolha
p´ra alguém dos combatentes que recolha
esp´ranças e vontades, uma a uma...

Nota do autor:

Somos mais de 500 mil que poderão virar dois milhões. Façamos algo pela Pátria traída e pelos milhares de camaradas ex-combatentes a viverem na mais completa ostracização, minguados de tudo, de condições básicas de sobrevivência, de tratamento médico, de carinho, de um olhar atento, de uma voz amiga que os reconforte, de alguém que os ouça nesta recta final da vida em que todos nos encontramos. É urgente, é imperioso. Saibamos ser solidários.
Temos sabido sê-lo com guinéus, com timorenses, façamo-lo agora connosco próprios...

Um abraço a toda a tabanca.

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Nota de L.G.:

(*) 25 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4078: Blogpoesia (32): João, 20 anos, apto para todo o serviço... (José Brás)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6763: Blogpoesia (76): Saudades daquele tempo, ou Quisera eu... (3) (Manuel Maia)

QUISERA EU... (3)

por Manuel Maia*

Quisera um tempo breve em permanência,
viver de novo agora a experiência
que a guerra me impediu de "enriquecer"...
Ouvir as gentes, conhecer saberes,
fruir dos gastronómicos prazeres
das étnias várias conhecer...


Com horizontes muito limitados,
apenas com balantas vivenciados,
mau grado "mil locais de permanência"...
A sede, de saber de outras gentes,
de povos, de culturas tão diferentes,
impele-me à viagem com urgência...


Quisera ver o sonho realidade,
vivido com a força, intensidade,
dos tempos d`outro tempo, aqui vos digo...
Quisera um nome dar a esta ideia
de achar para a Guiné a panaceia,
p`rós males de que enferma, qual castigo.


Quisera eu ver sentir naquele povo,
a fé no seu porvir, surgir de novo,
a vida é uma constância de esperança...
Se o acreditar fenece um breve instante,
p`ra dar lugar à prece, doravante,
o mundo está carente de mudança...


Nos centros de abastança e vida estável,
sorriso de criança é inigualável,
qual dom do céu, dos deuses um presente.
No mundo da africana condição,
da fome, da doença, sem ter pão,
dos rostos, essa imagem está ausente...


Quisera ter poderes p`ra libertar,
da malhas da miséria e do penar,
do jugo da ignorância, escuridão...
Quisera ser um deus, mesmo menor,
p`ra erradicar doença, fome, dor,
levar felicidade ao povo irmão...

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Notas de CV:

(*) Manuel Maia  foi Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74.  

Vd. postes da série de:

14 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6737: Blogopoesia (74): Saudades daquele tempo, ou Quisera eu... (1) (Manuel Maia)
e
16 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6748: Blogpoesia (75): Saudades daquele tempo, ou Quisera eu... (2) (Manuel Maia)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Guiné 63/74 - P6868: Blogpoesia (80): Saudades daquele tempo, ou Quisera eu... (7) (Manuel Maia)

QUISERA EU... (7)

por Manuel Maia*

Vi matadores e mortos perfilarem
e um estranho ritual iniciarem,
psicostasia egípcia, surreal...
Vi mortos reclamarem por justiça
gritando o envolvimento nessa liça
de ver "pesagem d´alma", enquanto tal...

Em Haia, vi sentar no tribunal,
culpados do imenso lodaçal,
descolonização dita exemplar...
De um lado militares de alta patente,
do outro, onde a vergonha é sempre ausente,
a corja da política a julgar...

Vermelhos almirantes, generais,
ignóbeis vis farsantes, amorais,
capazes das vilezas mais horrendas...
Rasgando acordos dão a uma facção
poder e armamento em profusão,
gerando e fomentando mais contendas...

Milhares serão os mortos nessas terras,
agora fruto d`intestinas guerras,
riquezas mil havia p`ra sugar...
Envoltos no negócio d`armamento,
ligados com o tráfico nojento,
alguns de alta patente militar...

Sabendo d`asquerosa conexão,
ministro da defesa da nação,
prepara dossier denunciador...
O gesto foi sabido p`la escumalha,
que célere contrata um vil canalha,
do crime enorme expert sabotador...

Atrasa Boeing/Tap a descolagem,
que "empurra" chefe AD para viagem
no Cessna sabotado no hangar...
Ministro da defesa e Sá Carneiro,
sucumbem na explosão deste "ligeiro"
mais quatro a quem a morte foi buscar...

Urdida e bem montada a ratoeira,
ao povo é atirada então poeira,
com comissões d`inquérito à rajada...
A Yard enviou o criminoso,
P.J.soltou logo o "mafioso",
não fosse ele implicar a canalhada...

De crocodilo as lágrimas vertidas,
politiqueira corja, mal fingidas,
palavras de pesar, soltou então...
Da guerra alguma tropa já arredia,
juntara-se à escumalha que queria
avolumar nos bancos seu cifrão...
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Notas de CV:

(*) Manuel Maia foi Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74.

Vd. poste de 17 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 - P6860: (Ex)citações (91): A Guerra Colonial, todos querem ser heróis (Manuel Maia)

Vd. último poste da série de 8 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 - P6837: Blogpoesia (79): Saudades daquele tempo, ou Quisera eu... (6) (Manuel Maia)