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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14671: Inquérito online: Os "nossos filhos da guerra" deveriam ter acesso à nacionalidade portuguesa... A maioria dos nossos leitores (4 em cada 5 dos votantes) acha que sim... Resultados preliminares (n=62)


Lisboa > Cinema São Jorge > Festival Rotas & Rituais 2015 > "Filhos do vento" > Exposição fotográfica de Manuel Roberto > "Inês Miriam Henrique é filha de um ex-combatente português de quem conhece apenas o apelido". Foto de Manuel Roberto (cortesia do autor e do jornal Público)

Ver aqui a sua história resumida:

 "Nasceu em 1967, sabe apenas que o pai português trabalhava no Hospital Militar de Bissau. A mãe, Lígia Vaz Martins, teve mais dois filhos de militares portugueses, um deles é José Carlos Martins, o outro rumou a Portugal à procura do pai, mas não teve sucesso e foi para a Alemanha. Miriam vende sacos de carvão à porta da sua casa. Tem oito filhos. Nos seus sonhos, o seu pai aparece-lhe a dizer que a quer conhecer. Ela só sabe o que julga ser o seu apelido". 

(Fonte: cortesia de Catarina Gomes e Manuel Roberto, Público > Os filhos do vento)


I.  Resultados preliminares (n=62) da sondagem em curso no nosso blogue (vd. coluna do lado esquerdo, ao alto):

SONDAGEM: OS "NOSSOS FILHOS DA GUERRA" DEVERIAM PODER TER ACESSO À NACIONALIDADE PORTUGUESA


1. Discordo totalmente  > 1 (1%)


2. Discordo  > 1 (1%)

3. Não discordo nem concordo / Não sei  > 9 (14%)

4. Concorrdo  > 23 (37%)

5. Concordo totalmente  > 28 (45%)


Total de votos  apurados = 62 (até às 13h de hoje)

Faltam 3 dias para fechar a sondagem


II. CAMARADA, NÃO DEIXES QUE SEJAM OS "OUTROS" A MANDAR "BITAITES" SOBRE OS ASSUNTOS QUE TE DIZEM RESPEITO...

Camarada:

Não é fácil falar, com serenidade, objetividade e rigor, deste tema: os "nossos filhos da guerra" (pessoalmente, prefiro esta expressão)...

Estamos a falar de filhos de portugueses que passaram pela antiga província ultramarina (ou colónia) da Guiné, entre 1961 e 1974, em geral no âmbito do cumprimento de uma missão de serviço militar... Haverá, por certo, também filhos de pessoal civil (por exemplo, comerciantes, administradores, missionários, etc.)...

Independemtente do direito à procura e conhecimento do progenitor (pai biológico) e até do reconhecimento da paternidade, há uma questão sobre a qual se começa a fazer um consenso: estes homens e mulheres, hoje na casa dos 40/50 anos, são filhos de portugueses e, como tal, deveriam poder ter "acesso à nacionalidade portuguesa"...

Se há um reparação (material e/ou simbólica) que, na maior parte dos casos, ainda se pode fazer ao fim destes 40/50 anos, é o reconhecimento pelo Estado português da origem portuguesa destes "nossos filhos da guerra"... Como isso se faz, é já um problema técnico, jurídico e político, que nos ultrapassa...(Esperemos que a embaixada portuguesa na Guiné-Bissau possa fazer qualquer coisa neste sentido.)

De qualquer modo, como simples membro (entre 700) desta Tabanca Grande, também defendo que "mais do que apontar o dedo, é preciso estender a mão para a ajudar"... A exposição fotográfico do Manuel Roberto, no "foyer" do cinema São Jorge, em Lisboa, no âmbito do Festival Rotas & Rituais 2015 (dedicado aos 40 anos da descolonização portuguesa)  interpela-nos a todos, sendo no mínimo "obrigatório" ir vê-la por estes dias... (É só tomar o metro e sair na estação da Avenida.)

 Camarada, sobre este tema (como sobre muitos outros temas que temos aqui abordado)  é importante que dês a tua opinião, sincera, qualificada, serena, sem preconceitos...  E a questão desta vez é simples, é a da possibilidade (legal) de atribuição da nacionalidade portuguesa àqueles dos "nossos filhos da guerra" que eventualmente ainda a (re)queiram... No caso da Guiné-Bissau, não sabemos ao certo quantos são os elegíveis, podem ser umas (escassas) centenas. Infelizmente nunca foi feito nenhum recenseamento destes filhos de portugueses, nascidos entre 1961 e 1975 (*).

Podemos tomar como exemplo os norte-americanos em relação aos seus "mestiços vietnamitas" (e também aprender com os sucessos e insucessos deste processo levado a cabo pelos EUA em relação aos "filhos do pó", deixados pelos seus soldados no Vietname)... 

Este assunto, os "nossos filhos da guerra", nunca sequer chegou ao parlamento português, tanto quanto sabemos... Ora precisamos sensibilizar os nossos deputados que fizeram a guerra colonial... Ainda há alguns, felizmente,  que não têm vergonha de dar a cara, isto é, de pôr no currículo a sua participação na guerra colonial... Temos pelo menos um,  na nossa Tabanca Grande, o Arménio Santos, do grupo parlamentar do PSD, nascido em 1945, sindicalista, aluno do prof Jorge Cabral na Lusófona (**)... Esteve no TO da Guiné como  fur mil reec Inf (Aldeia Formosa, 1968/70). (*)

Por sua vez, Jerónimo de Sousa, deputado e secretário geral do PCP, ainda recentemente, em entrevista ao jornal on line "Observador", de 22/5/2015,  fez referência ao seu passado militar, no TO da Guiné 1969/71. No seu breve CV, no sítio do PCP, diz apenas que "entre 1969 e 1971 cumpriu serviço militar no Regimento de Lanceiros 2 e na Guiné". Como já aqui o temos referido, no nosso blogue, ele foi 1ºcabo PM (polícia militar), da CPM 2537, que participou para a Guiné no T/T Niassa em 24/5/1969.

São seguramente dois homens (e camaradas) com sensibilidade política e social para este problema dos "nossos filhos da guerra".

Mais uma vez queremos chamar a atenção para o facto de esta "sondagem" ter uma finalidade apenas didática e pedagógica: qualquer que seja o seu resultado final, não dá aos editores do blogue qualquer legitimidade (a não ser moral) para falar em nome dos ex-combatentes da guerra colonial na Guiné: este tipo de sondagem (ou inquérito de opinião "on line") é apenas uma forma de auscultar e revelar sensibilidades e opiniões dos amigos e camaradas da Guiné que se reunem à volta do simbólico poilão da Tabanca Grande...Ótimo, se ela puder contribuir para algo mais... e nomeadamente ser útil à causa da associação Fidju di Tuga e dos que, em Angola, Guiné e Moçambique,os 3 teatros de operações da guerra colonial, por onde passaram mais de um milhão de militares,  querem dar uma ajuda concreta a estes homens e mulheres que, muitos deles, apenas querem ver reconhecida a sua ligação (biológica e sentimental) a Portugal.

Camarada, se ainda não votaste ou se queres mudar o teu voto, restam-te 3 (dias) para o fazer... 

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Notas do editor:

Guiné 63/74 - P14667: Filhos do vento (34): Festival Rotas e Rituais, 2015: 22 de maio > Conferência "Filhos da Guerra": vídeo com a intervenção da jornalista Catarina Gomes



Vídeo (12' 42'')   > You Tube > Luís Graça

 [Pode-se aumentar o volume de som, clicando na imagem, em baixo, à direita]


1. Lisboa, Cinema São Jorge, Festival Rotas & Rituais, 2015 > 22 de maio: conferência "Filhos da Guerra".

Intervenção de Catarina Gomes, organizadora e moderadora do painel, em que intervieram ainda Margaridade Calafate Ribeiro, Luís Graça e Rafael Vale e Reis. A Catarina é a primeira, à esquerda.

A jornalista do Público deu visibilidade mediática ao problema dos filhos da guerra ou filhos do vento. E, mais  do que isso,  apoiou, discretamente,  à criação, em Bissau, da associação Fidju di Tuga (que ainda não tem existência legal por falta de meios financeiros e logísticos). Voltará a Bissau no próximo dia 29.

Ver (ou rever) aqui, no Público, a reportagem,  Filhos do Vento, de Catarina Gomes (texto), Manuel Roberto (foto) e Ricardo Rezende (vídeo). [Trata-se de um trabalho financiado no âmbito do projecto Público Mais]

(...) No tempo da guerra colonial havia quem lhes chamasse "portugueses suaves", agora, há entre os ex-combatentes quem prefira "filhos do vento". A maioria dos filhos de militares portugueses com mulheres guineenses guarda pedaços de história incompletos, com a ambição de que um dia esses poucos dados os venham a reunir aos pais. Andaram boa parte das suas vidas  Em busca do pai tuga. (...). 



2. Na altura da publicação da reportagem da Catarina Gomes, por volta de julho de 2013, escrevemos,  entre outros e outras coisas,  o seguinte, no nosso blogue (**);

(...) "Pronto, a Catarina Gomes e o 'Público' abriram a 'caixinha de Pandora'!... E ainda bem... A comunicação social chega a outros públicos que nós não podemos atingir... Nós que,  no blogue,  há já muito que falamos destas e doutras coisas da Guiné, esquecidas, se não mesmo silenciadas... Sempre o dissemos e sempre temos defendido que no blogue não há (nem deve haver) tabus...

Por outro lado, a liberdade de pensamento e de expressão é um valor intocável, inalienável... De qualquer modo, não deixam de ser disparatados alguns comentários que alguns leitores estão a mandar para o sítio Público > Filhos do vento...

É bom que alguns de nós lá escrevam, e deem o seu testemunho.  Às tantas vamos todos ser crucificados como os maiores... bandidos da história!... Admito que alguns comentários sejam meras provocações, outros sejam pura ingenuidade, e outros ainda fruto da compulsiva necessidade de "marcar o terreno" (, como fazem alguns grafiteiros quando veem um muro limpinho)... 

Enfim, há de tudo, dos comentários de gente intelectualmente séria e honesta aos mais hipócritas e cínicos... Alguns fazem-me simplesmente sorrir... De qualquer modo, temos de prevenir e combater a santa ignorância que é a mãe do pérfido preconceito, a par do falso moralismo que é o pai de muitas tiranias... Felizmente que a vida e a história dos homens e das mulheres não são feitas nem escritas a 'preto e branco' " (...).

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Notas do editor

(*) Últimos postes da série:

24 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14657: Filhos do vento (31): Festival Rotas e Rituais, 2015: 22 de maio > Conferência "Filhos da Guerra": vídeo com a intervenção de Rafael Vale e Reis, especialista em bioética e direito da família ("Filhos do Vento: direito ao conhecimento das origens genéticas ?")

25 de maio de  2015 > Guiné 63774 - P14659: Filhos do vento (32): Festival Rotas e Rituais, 2015: 22 de maio > Conferência "Filhos da Guerra": apontar o dedo ou dar a mão para ajudar ? (Hélder Sousa / João Sacôto)

26 de maio de 15 > Guiné 63/74 - P14663: Filhos do vento (33): "Quando a guerra terminar, e a tropa se for embora, ainda hei-de ver por aqui alguns brancos a trepar às palmeiras", dizia-me um chefe de tabanca no meu tempo (Domingos Gonçalves, ex-alf mil, CCAÇ 1546 / BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68)


Os primeiro postes desta série (ou sobre este tema) remontam a 2011:


23 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8813: Filhos do Vento (1): Nem branquear os casos nem culpabilizar ninguém (José Saúde)

20 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8799: (In)citações (36): Filhos do vento, ontem, brancu mpelélé, hoje (Cherno Baldé)


Na realidade o tema é mais antigo ainda, no blogue,  se quisermos,  já vem dos "primórdios", provando que não temos tabus:

domingo, 24 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14657: Filhos do vento (31): Festival Rotas e Rituais, 2015: 22 de maio > Conferência "Filhos da Guerra": vídeo com a intervenção de Rafael Vale e Reis, especialista em bioética e direito da família ("Filhos do Vento: direito ao conhecimento das origens genéticas ?")



[ Pode-se aumentar o volume de som, clicando na imagem, em baixo, à direita]


1. Lisboa,  Cinema São Jorge, Festival Rotas e Rituais, 2015 > 22 de maio: conferência "Filhos da Guerra". Intervenção de Rafael Vale e Reis ("Filhos do Vento; direito ao conhecimento das origens genéticas ?")

Na mesa, da esquerda para a direita:

(i) Catarina Gomes (jornalista do Público, organizadora e moderadora do painel);

(ii) Margarida Calafate Ribeiro (professora e  investigadora-coordenadora no Cen­tro de Estu­dos Soci­ais da Uni­ver­si­dade de Coim­bra, autora dos  livros "África no femi­nino: as mulhe­res por­tu­gue­sas e a Guerra Colo­nial" (2007); "Uma his­tó­ria de regres­sos: impé­rio, Guerra Colo­nial e pós-colonialismo" (2004);  e ainda, em con­junto com Roberto Vec­chi,  "Anto­lo­gia da memó­ria poé­tica da guerra colo­nial" (2011); entre 2007 e 2011, coor­de­nou o pro­jecto "Os filhos da guerra colo­nial: pós-memória e representações");

(iii) Luís Graça (na qualidade de editor do blogue Luís Graça &  Camaradas da Guiné);

(iv) e Rafael Vale e Reis (especialista em bioética e direito da família, Universidade de Coimbra).(*).

Rafael Vale e Reis é assis­tente con­vi­dado da Facul­dade de Direito da Uni­ver­si­dade de Coim­bra e inves­ti­ga­dor do Cen­tro de Direito Bio­mé­dico da Facul­dade de Direito, da Uni­ver­si­dade de Coim­bra. Inte­gra a equipa do Obser­va­tó­rio Per­ma­nente para a Adop­ção no âmbito do Cen­tro de Direito da Famí­lia da Facul­dade de Direito de Coim­bra. É autor de "O Direito ao Conhe­ci­mento das Ori­gens Gené­ti­cas", publi­cado em livro pela Coim­bra Edi­tora em 2008.)(**).

Dos camaradas e amigos da Tabanca Grande, estiveram presentes, além do nosso editor, a Maria Alice Carneiro (que fez este vídeo), o Jorge Cabral, o Hélder Sousa, o Mário Gaspar, e o José António Viegas, algarvio. O  Jorge Cabral e o Mário Gaspar fizeram ntervenções no fim,

2. Sobre este tema, está a decorrer uma sondagem, desde hoje. A pergunta é: 

OS "NOSSOS FILHOS DA GUERRA" DEVERIAM PODER TER ACESSO À NACIONALIDADE PORTUGUESA

A resposta é dada através de uma escala de Likert (Vd. coluna do lado esquerdo, ao alto):

1. Discordo totalmente

2. Discordo

3. Não discordo nem concordo /Não sei

4. Concorrdo

5. Concordo totalmente

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terça-feira, 19 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14635: Ser solidário (183): Parto para Bissau no dia 29 e levo alguma ajuda para a Associação Fidju di Tuga (que ainda está por legalizar) (Catarina Gomes, jornalista e escritora)

1. Da nossa amiga Catarina Gomes, jornalista do "Público" e autora do livro "Pai, tiveste medo ?" (Lisboa, Matéria Prima Edições, 2014):


Data: 19 de maio de 2015 às 10:27
Assunto: Filhos do vento

Caros Carlos Vinhal e José Nunes,


Parto para a Guiné dia 29 de Maio, onde estarei até 5 de Junho, precisamente para tentar escrever sobre esta associação [, Filhos de Tuga,] que surgiu na sequência de uma reportagem feita por mim já lá vão dois anos, no Público:

http://www.publico.pt/temas/jornal/em-busca-do-pai-tuga-26784585


Estou a tentar angariar e levar o que a associação me pediu, já tenho uma máquina fotográfica digital dada por um ex-combatente, um gravador áudio dado por um filho de ex-combatente, falta o computador portátil. (*)

Estou também a tentar que tenham uma conta para receber donativos a partir de Portugal, consegui que tenham a possibilidade de ter uma sem comissões no Banco da África Ocidental, que está em articulação com o Montepio mas dizem-me do banco precisamente que eles precisam de ter a
escritura feita e eles não têm verbas para isso. Não sei como se resolve este problema antes da minha partida...

Fernando Hedgar da Silva. presidente
da associação Fidju di Tuga
Deixo-vos o contacto do presidente Fernando Hedgar da Silva:
002455880597

E o email: shedgar.fds@gmail.com

Nem sempre os contactos são fáceis.

Deixo-vos também um convite para estarem presentes na exposição e conferência para debater precisamente  o tema dos filhos do vento e que eu ajudei a organizar, é esta sexta, dia 22, no cinema São Jorge. (**)

Ao vosso dispor,

Catarina Gomes


2. O nosso camarada José Nunes, e mail de 18 do corremte, ja nos tinha alertado para a situação da associação Fidju di Tuga, ainda não legalizada. Esse email foi reencaminhado para a Catarina Gomes:

Camarada, está a ser criada na Guiná a Associação Fidju di Tuga, segundo me informaram carece de tudo,e para a sua legalização e escritura notarial não dispõem de verba. Não seria possivel sensibilizar os nossos camaradas do Blogue e fazer-mos uma "quete"e enviar para Bissau, para assim ajudar aqueles filhos de nossos Camaradas que por lá foram abandonados ?!

Penso que com a ajuda da AD seria mais fácil concretizar.

Abraço
José Nunes
_______________

Notas do editor:
(*) Último poste da série > 12 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14602: Ser solidário (182): Vamos apoiar, com material de escritório, a Associação Fidju di Tuga, com sede em Bissau

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14617: Questões politicamente (in)correctas (46): "Não sou 'tuga', sou português"... (António J. Pereira da Costa) / "Confesso que nunca me chocou como português e patriota ser chamado por 'tuga' pelos guineenses" (Francisco Baptista)...

1. Comentário (*) do António José Pereira da Costa
nosso grã-tabanqueiro [, Coronel art ref, ex-alf art.  CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art,  CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74; é prortanto oriundo da Academia Militar, e não vem de oficial miliciano, como por lapso é referido mais abaixo, no comentário de outro dos nossos grã-tabanqueiros, o Francisco Baptista. ex-alf mil inf, CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72)]

Olá, Camaradas

Pese embora a justeza do assunto tratado, considero ofensivo o nome da organização que procura os pais dos filhos dos militares portugueses que prestaram serviço na Guiné.

Não sou "Tuga", sou Português e só fui assim chamado no contexto diferente pelos guerrilheiros do PAIGC. Acho de péssimo gosto que se persista na utilização de uma alcunha do tempo da Guerra.

Não vejo bem o que esta organização espera obter. Se é ver quem foi o pai de quem não tenho nada contra, se calhar, antes pelo contrário. Contudo, parece-me excessivo que se espere mais do que isto.
Excluindo casos de violação, de que nunca ouvi falar, estamos perante leviandades de juventude das quais hoje, se calhar, ninguém sai bem...

Confesso que sempre ouvi chamar aos ciganos "filhos do vento" por não terem terra e andarem sempre e movimento, comerciando.

Mas posso aceitar a designação que foi estabelecida. Uma organização para a procura de pais cujo nome contem uma alcunha de guerra é verdadeiramente inaceitável...

Um Ab.
António J. P. Costa


2. Comentário de Francisco Baptista (*)


Camarada António Costa;

Apesar de algumas clivagens sociais e militares que herdamos da nossa sociedade pequena e demasiado escalonada, confesso que nunca me chocou como português e patriota ser chamado por tuga por naturais da Guiné Bissau. Se pensares bem no dialecto crioulo que eles falavam não existe a palavra inteira "o português" que tu desejavas.

Pessoalmente agradeço-te a ti que talvez tenhas subido a hierarquia militar a partir de oficial miliciano a consideração pelos milhares e milhares de tugas milicianos que mesmo em percentagem,foram o grosso dos mortos, feridos e combatentes das três guerras de Àfrica. Tu sabes isso, amigo e camarada, porque a tua guerra não começou pelos gabinetes de ar condicionado como a de muitos dos nossos superiores, a quem não podemos chamar camaradas mesmo depois de reformados.
O processo de democratização civil e militar deste grande general que se chama Luís Graça é o possível, não é o desejável.

Um dia numa operação em Mansabá, com dois ou três pelotões, eu muito próximo do chefe da mílicia, um guineense alto e atlético, percebo que se cruzam com formigas das mais chatas de lá, seriam as formigas "correção", não sei. Sei, ele disse a pensar que eu não ouvia ; vamos deixar as formigas para os "tugas".

Estavamos de passagem, íamos corrigir a linguagem ou a mentalidade deles? 

Não quero tirar conclusões, todos os que me lêem são homens inteligentes.

Um abraço a todos,

Francisco Baptista

3. O que o dizem os dicionários  e os linguistas...


3.1. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

tu·ga
(redução de portuga)

adjectivo de dois géneros e substantivo de dois géneros

[Informal] O mesmo que português. = PORTUGA

"tuga", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/tuga [consultado em 15-05-2015].


3.2. Infopédia

tu.ga
[ˈtuɡɐ]
nome masculino

1. Guiné-Bissau soldado português
2. Guiné-Bissau designação dada a qualquer português
3. Guiné-Bissau designação dada a qualquer indivíduo de raça branca

tuga in Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-05-15 10:31:08]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/tuga

3.3. Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

À volta dos termos galego, portuga e brasuca
Ida Rebelo #

Sobre o termo portuga, convém fazer um comentário que, certamente, não se encontra nos dicionários, mas pode ser verificado em meios digitais de publicação como blogues e também em jornais escritos ou falados.

O termo já foi muito usado no Brasil de forma pejorativa, mas galego é bem mais agressivo e antigo. Galego era a forma de se referirem aos imigrantes portugueses para ofendê-los, enquanto portuga era uma redução deportuguês que, hoje, é usada no mesmo tom que brasuca em Portugal, creio eu.

É possível, também, que, por falta de outro termo para designar informalmente o grupo, se tenha passado a utilizar esse termo em outros contextos que não incluem um tom pejorativo. Cabe aos portugueses dizerem como é usado o termo brasuca em Portugal…

Com o advento da Internet e de grupos como Yahoo, Orkut e os blogues, esses termos passaram a fazer parte de uma espécie de intercâmbio cultural e lingüístico entre integrantes das duas comunidades, portuguesa e brasileira. Hoje, os portugueses referem-se a si mesmos como portugas ou tugas, parecendo ser este último uma indiscutível redução do outro termo.

Acredito, pois, que há mais a dizer sobre o uso do que o que os dicionaristas são capazes, até mesmo devido à rapidez com que os termos são difundidos na Internet, com agilidade/tempo difíceis de ser igualados pelos meios tradicionais de publicação.

(#) Ida Rebelo é uma linguista brasileira. Doutora e mestre em Estudos da Linguagem, Descrição do Português para o Ensino de Português Língua Estrangeira, pelo Departamento de Letras, da PUC - Rio de Janeiro; licenciada em Letras Português-Francês, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Fonte:  Ciberdúvuidas da Lín gua Portuguesa > Artigo 1393  [Reproduzido com a devida vénia)...

3.4. Wikipédia

Tuga
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Tuga(s) é uma expressão utilizada para designar o(s) portugues(es), tal como acontece com Lusitanos, ainda que este último seja um termo mais erudito ou literário. Tuga é uma abreviatura de Portuga que, por sua vez, é uma derivação regressiva de português, com fontes registadas desde 1899.1

"António Geraldo da Cunha, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 2.ª edição, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986, ISBN 85-209-0846-2, p. 625

Tuga na Guerra colonial (...) 

O termo tuga popularizou-se durante os anos 1960, no decurso da dita "Guerra Colonial", como expressão para designar os portugueses por parte dos guerilheiros e oposição independentista africana em geral. Tinha como contraponto o termo turra (para terrorista, influenciada por gíria turra (andar às turras), usado pelos portugueses para designar os guerrilheiros independentistas. Ambas as expressões foram, nessa época, entendidas como depreciativas, por serem usadas pelo inimigo. (...)

3.5. Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné > Abreviaturas, siglas,  acrónimos, gíria, calão, expressões idiiomáticas, crioulo...

Tuga - Português, branco, colonialista (termo depreciativo) (crioulo)
Turra - Terrorista, guerrilheiro, combatente do PAIGC (termo depreciativo)

Temos muitas  referências ao termo "tuga" e/ou  aos "filhos do vento"... Ver aqui alguns postes, a título exemplificativo  (***).


20 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4710: Blogoterapia (119): As Fantas, as Marias, as Natachas, ou o amor em tempo de guerra e de diáspora (Cherno Baldé)

19 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8798: Memórias de Gabú (José Saúde) (3): reflexos de uma guerra que deixou marcas no tempo: “Filhos do vento”



12 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11377: (Ex)citações (218): Sexo em tempo de guerra... e brancos mpelelé no pós-independência (Cherno Baldé / José Teixeira / António Rosinha)

12 de julho de  2013 > Guiné 63/74 - P11829: Os filhos do vento (12): "Em busca do pai tuga" ou "Os filhos que os portugueses deixaram para trás"... Reportagem de Catarina Gomes, Manuel Roberto e Ricardo Rezende, a sair no Público, domingo, dia 14

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14611: Filhos do vento (30): Gesto de solidariedade com a associação “Fidju di Tuga” na Guiné (José Saúde)



1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem.

Gesto de solidariedade com a associação “Fidju di Tuga” na Guiné,

“Filhos do Vento”

O repto lançado pelo nosso camarada e amigo Luís Graça lisonjeou-me. “Filhos do Vento” foi uma temática que mui honradamente trouxe à estampa e que surtiu efeitos deveras positivos. Como me dizia o Luís, “tu que és o pai dos “filhos do vento” (metaforicamente falando), tu grafaste a expressão, não queres ser tu, através do blogue e em articulação com a Catarina, a liderar uma pequena campanha de donativos para a associação?...”

Claro que sim, Luís! Tanto mais que em território guineense já está instalada uma comissão denominada “Fidju di Tuga” que visa exclusivamente ultrapassar barreiras e o assumir de danos que a guerra propiciou.

Hoje, ao viajarmos nas “asas do vento”, chegamos a um porto seguro e deparamo-nos com realidades que se reportam a um tempo de guerra que, nós jovens, vivemos com muita intensidade.

Falar do tempo da guerrilha na Guiné, um conflito onde coabitamos na primeira pessoa, é afinal um tema que nos absorve e que traz à tona das nossas memórias imagens de índole sentimental que ainda fazem literalmente parte de um baú de histórias vividas num palco adverso.

Porém, o conhecimento generalizado que todos nós ainda hoje perfilhamos de uma outra parte da guerra que não dava tréguas, remete-nos para momentos íntimos de prazeres amorosos onde não proliferava o amor de corações partidos mas, tão-só, mais uma “escapadinha” ao interior de uma mulher humilde, e quiçá honrada, onde o enlaço carnal era simplesmente mais um delírio de um “puto” com pouco mais de 20 anos.

Reconheço que o meu espírito humanista levou-me, a dada altura, trazer a público a “menina de Gabu”. Chamei-lhe mais uma semente dos “filhos do vento”. A jornalista Catarina Gomes, do jornal “O Público”, desenvolveu a temática e foi à Guiné e andou nos trilhos dos “filhos do vento”.

A sua reportagem teve um grande impacto e hoje já está constituída uma associação em Bissau que se intitula “Fidju di Tuga”. [Vd. aqui o seu blogue: http://fidju-di-tuga.webnode.com/]

Gentes que sempre sonharam conhecer o seu verdadeiro progenitor. É óbvio que têm pai, irmãos e família. A Catarina Gomes tem desenvolvido um excelente trabalho de aproximação com esses homens e mulheres que por lá ficaram.

Prepara-se para partir em breve, uma vez mais, a caminho da Guiné-Bissau. Presentemente não se pede caridade. Além disso o nosso blogue tem princípios que urge respeitar. Pede-se, apenas, um simples rádio, um gravador ou uma máquina fotográfica digital, por exemplo, para que esses bens façam parte da bagagem da Catarina.

Camaradas, respeitemos sangues portugueses que por lá ficaram e que vivem ansiosamente o indesmentível desejo de conhecerem alguém que lhes deu o ser.




Um abraço, camaradas

José Saúde

Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523

Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
___________ 

Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 

terça-feira, 12 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14602: Ser solidário (182): Vamos apoiar, com material de escritório, a Associação Fidju di Tuga, com sede em Bissau


Guiné-Bissau > Bissau > Eles são o rosto da associação da solidariedade dos filhos e amigos dos ex-combatentes portugueses na Guiné-Bissau (FIDJU DI TUGA) (*)... São dois elemento da direção, da direita para a esquerda, (i) Fernandinho da Silva (telef + 5880597), presidente, e (ii) José Maria Indequi (telef + 5218200 e + 6612146), secretário...[Foto que nos foi enviado pelo saudoso amigo Pepito (1949-2014), que apoiou com muito carinho esta associação, tal como a jornalista Catarina Gomes tem apoiado, sendo merecedora do nosso melhor apreço e amizade]



Blogue da associação Fidju di Tuga, em construção... O livro de visitas já tem duas mensagens de camaradas nossos, o Rui Vieira Coelho e o Manuel Oliveira Pereira


Segundo os seus fundadores, trata-se de um "blogue colectivo, criado e editado por a diretoria da Fidju di Tuga, com o objectivo de reagrupar e fortalecer os filhos dos ex-combatentes portugueses,  na Guiné-Bissau,  a reencontrar os pais familiares portugueses; pedir às autoridades de Portugal a paternidade; pedindo parceiria com os ex-combatentes, para reviver mesmo com dores as experiências do tempo colonial e o drama social dos filhos após-colonização até hoje"



1.  Mensagens da Catarina Gomes, jornalista do "Público" e escritora,  do camarada  Zé Saúde e do editor Lis Graça:

1.1. Catarina Gomes, 6 de maio de 2015

Caro Luís Graça:

(...) Vou voltar à Guiné no final deste mês, desta feita sozinha e à minha conta. Acha que não se consegue desencantar o que a associação de filhos de tuga pediu: um portátil, um gravador e uma máquina fotográfica? 

Eu estou a tentar arranjar o computador com um sponsor mas ainda não tive resposta. Também estou a ver se eles têm uma conta para poderem receber donativos de cá.

Parto dia 29 de Maio,  por isso já não resta muito tempo.

1.2. Luís Graça, 6 de maio de 2015:

Para José Saúde (c/c Catarina Gomes):


Zé: Tu que és o pai dos "filhos do vento" (metaforicamente falando), tu grafaste a expressão, não queres ser tu, a através do blogue e em articulação com a Catarina), a liderar uma pequena campanha de donativos para a associação ?...

 Podias abrir uma conta, aí em Beja, e numa semana ou duas, víamos o que se podia arranjar... Também se podia apoio em géneros (um gravador, um portátil, uma máquina fotográfica digital ou outro material)... Não queres escrever um texto bonito para esta causa ?...

Acho que no geral a malta vai reagir bem... Eu evito estas campanhas no blogue... Não é a nossa vocação, temos ONG (de antigos combatentes) a trabalhar no terreno, etc.

Que te parece ? Dou conhecimento à Catarina, que é uma mulhjer generosa... Abraço. Luis

1.3. José Saúde, 11 de maio de 2015

Catarina, vou aguardar que me digas algo mais. Claro que sei o que é viver com a tal ansiedade em conhecer alguém que é um ser do seu sangue. Próximo de si. Sabes, eu sou muito susceptível a esta questão e as crianças, hoje homens e mulheres, não têm culpa de leviandades sexuais de jovens a viver intensamente o clima de guerra. Não foi por um mero acaso que coloquei este tema na opinião pública. Talvez pelos meus muitos anos, mais de 30, a viver por perto a comunicação social que arrisquei trazer a temática ao lume, arriscando opiniões contrárias, algumas nefastas, mas que foi o alerta para uma realidade que muitos tentaram, e tentam, esquecer.

Hoje, sinto-me lisonjeado pelo o impacto que o tema "Filhos do Vento" originou. Para ti Catarina também vão os meus votos de felicidade pela forma como a reportagem foi elaborada e pelo o seu sucessivo interesse. "Fidju de Tuga" poderá ser o princípio de uma maior aproximação.

No Vietname os americanos chamaram-se "filhos do pó",

1.4. Catarina Gomes, 11 de maio de 2015

Caros Luís Graça e José Saúde,

Quando estiver na Guiné penso que vou conseguir que a associação tenha uma conta sem custos no BAO, Banco da África Ocidental, por enquanto não existe conta e penso que seria delicado estar a criar uma em Portugal com custos [, 150 euros para abrir uma conta bancária para recolha de fundos, segundo informação do José Saúde]  e sem forma expedita de lhes fazer chegar o dinheiro.

Nesta fase eu pedia se alguém quererá doar mesmo o que eles precisam em bens, para poderem estar em contacto com o mundo (neste caso Portugal): 

(i) um portátil,  mesmo que não seja novo;

(ii)  já consegui o gravador;

(iii) falta uma máquina fotográfica daquelas pequeninas mas que também faça pequenas filmagens;

(iv)  e eu diria uma impressora. 

Penso que para arrancarem seria o suficiente e eu podia levar essas coisas comigo, dando depois conta do momento da entrega no vosso blogue.

Eu sei que este tema é melindroso mas acreditem que não há mês em que eu não receba um email de um filho de um ex-combatente a pedir para eu os ajudar a conhecer o irmão/irmã que sempre souberam que tinham. Acho que era importante unir os dois lados, apenas os que assim o desejarem, claro.

A associação tem um blogue ainda embrionário mas estão a mexer-se: http://fidju-di-tuga.webnode.com/

1.5. Catarina Gomes, 12 de maio de 2015

Caro professor,

No blogue da associação há dois militares militares que se ofereceram para ajudar a associação mas penso que eles, por dificuldades de comunicação, não lhes responderam. Conhece algum deles?

Abraço Catarina


Manuel Oliveira Pereira,  09-05-2015

Estive na Guiné-Bissau no entre 25 de Março de 1972 a Julho de 1974. A sede do meu Batalhão (BCaç 3884) esteve sediada em Bafatá. As companhias operacionais estivavam em Contuboel (CCaç 3547),  Geba (CCaç 3548) e Fajonquito (CCaç 3549) e Destacamentos em Bambandinca Tabanca, Sonaco, Catacunda, Sare Uali e Sare Bacar. Reforçamos outras unidades nomeadamente em Galomaro, Dulombi, Nova Lamego (Gabú) e Medina Mandinga. Estas foram as localidades onde estivemos durante a nossa permanência no vosso país.

Faço minhas as palavras de R. V. COELHO (comentário anterior) daí peruntar: Em que posso ser útil?

Rui Vieira  Coelho,  21-09-2014

Estive na Guiné a cumprir serviço militar obrigatório, de 1972 a 1974,  e li o artigo publicado no Público assim como todo desenvolvimento dado no Bloguew Luis Graça &  camaradas da Guinê . Todos vós sois filhos de nós todos, os que passamos pela Guiné e da qual todos nós,  salvo raras excepções, temos saudades e amamos os nossos irmãos guineenses, tentando ajudar, das formas mais diversas,  para poderem ter um futuro mais promissor.

Eu, como muitos outros Tabanqueiros,  gostaríamos de vos poder ajudar monetariamente para vos equiparem e poderem prosseguir com os vossos propósitos.

Qual o NIB da conta bancária para onde devemos enviar os donativos?

1.6. Luís Graça, 12 de maio de 2015

Sim, Catarina, são dois grã-tabanqueiros, dois bons camaradas, membros do nosso blogue, o Manuel Oliveira Pereira e o Rui Vieira Coelho. Dou-lhes conhecimento da mensagem (...)
____________

Notas dos editores:

(*) Vd. postes de;

 21 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12616: Filhos do vento (26): A direcção da A Associação FIDJU DI TUGA: Fernandinho da Silva, presidente, e José Maria Indequi, secretário.

14 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12289: Filhos do vento (24): Associação de Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes Portugueses na Guiné... Uma associação sem sede, sem sítio na Net, sem email, que precisa da nossa ajuda (Catarina Gomes, jornalista do Público)

(**) Último poste da série 27 de abril de  2015 > Guiné 63/74 - P14533: Ser solidário (181): Orquestra Geração nos Dias da Música, CCB, Lisboa, 26 de abril, 18h... Um projeto pedagógico inovador que é uma prática social exemplar: "aprendendo música para tocar vidas"

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12687: Filhos do vento (27): Manuel Barros Castro, natural de Fafe, fur mil enf, CCAÇ 414 (Catió, Bissau e Cabo Verde, 1963/65) teve uma filha, de mãe guineense, e que ele de imediato perfilhou, Maria Biai Barros Castro (1964-2009)... Uma história exemplar (Jaime Bonifácio Marques da Silva)


Foto 1 > Grupo de Sargentos. No barco, "Ana Mafalda",  a caminho da Guiné. O Castro é , o 5.º na fila da frente, de óculos, a contar da esquerda para a direita.


Foto 2 > Grupo de sargentos regressados de uma operação. O Castro é o 4º, de óculos na fila de pé, a contar da esquerda para a direita.

Foto 3 > "Com dois nativos de etnia Fula. O terceiro é o célebre João Baker, mais tarde integrado no exército. Quando morreu de atentado era capitão do PAIGC". O  Castro  é o segundo, de óculos, a contar da esquerda para a direita.

[ É Bacar e não Baker... Nome lendário... Sim, era natural de Catió... E nunca foi do PAIGC, morreu em combate... Era capitão comando graduado, comandante da 1ª Companhia de Comandos Africanos, uma subunidade que eu vi nascer, e que era muito temida pelo PAIGC. Em 1978, ainda no tempo de Luís Cabral, a maior parte dos graduados desta companhia foram fuzilados... Conheci pessoalmente o João Bacar Jaló, aquando da formação da companhia, em Fá Mandinga, em 1970...] (LG)

Fotos (e legendas): © Manuel  Barros Castro (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG; legendagem complementar: JBMS]


1. Mensagem do novo membro da Tabanca Grande, Jaime Bonifácio Marques da Silva [, foto atual à esquerda], com data de 26 de janeiro último

Caro Luís

Como é do teu conhecimento o Núcleo de Artes e Letras de Fafe, com o apoio da Câmara Municipal de Fafe, realizou de 24 de outubro a 21 de novembro de 2013 no auditório da biblioteca Municipal,  às 5.ªs feiras das 18.30 às 20 horas o Curso Livre de História Local, cujo tema lecionado neste II Curso foi "O Concelho de Fafe e a Guerra Colonial (1961 – 1974)",

Pediram-me que orientasse a sessão de 31 de outubro onde abordei o tema: “A participação dos militares de Fafe no Ultramar: contributo para a explicação da história da guerra: uma visão pessoal".

Depois de enquadrar o tema, referi que a minha intervenção se limitaria aos acontecimentos ocorridos durante a guerra, após a decisão política de Salazar quando ordenou: “Para Angola e em força” e, relativa, só, aos elementos que tenho disponíveis sobre à participação dos militares de Fafe em África.

Comecei por analisar a lista e a identidade da grande maioria dos mortos em cada teatro de operações, levantando, depois, algumas questões para debate, nomeadamente, quantos:  i) prestaram serviço em cada um dos Ramos das Forças Armadas (Marinha, Força Aérea, Exército); (ii) pertenceram a especialidades que os livraram das operações do mato; (iii) foram colocados nas grandes cidades; (iv) efetivamente participaram em operações com emboscadas, mortos, feridos, minas, acidentes, etc.

Entretanto, deixei para o final algumas questões, de acordo com a minha experiência e vivência em Angola durante a Comissão e relacionadas com a nossa aproximação e relacionamento com as populações nativas.  Entre outras questões, levantei duas que te quero falar com autorização dos dois ex-combatentes da Guiné, meus amigos:

(i) Uma das questões foi: “Quem, nas horas vagas, decidiu oferecer-se como professor” ou ajudar de outra forma as populações?

Um deles, participante no curso, foi o Furriel Alves que esteve na Guiné na CART 1742, (hoje, professor reformado) e cujos elementos, enviar-te-ei logo que ele me dê duas fotos que lhe pedi.

Eu, no leste de angola (Léua) dei explicações de Geografia a um africano que queria fazer o 5.º ano e ensinava-lhe o que vinha no manual. Por exemplo, onde nascia o Rio Minho, etc. !
(ii) Outra questão que levantei foi: “Quantos de nós deixaram por lá os, hoje, designados 'filhos do vento ' e não assumiu?"
- Eu assumi -  interveio o Furriel Castro.

Luís, esta história merece ser conhecida e divulgada.

Falei com o ex-combatente Furriel Manuel Barros Castro, natural de Fafe e que me deu autorização para falar contigo no sentido de poderes divulgar a história no teu Blogue.

O texto já foi lido e corrigido por ele.


2. A história de Manuel Barros Castro (Fafe), recolhida por Jaime Silva

Esteve na Guiné e pertenceu á Companhia Operacional Independente (atiradores) a CCAÇ 414, sediada em Catió, onde o pessoal se instalou em tendas de lona.  Era furriel e tinha a especialidade de enfermeiro.

Desembarcou em Bissau no dia 21.3.63 e regressou a Portugal a 4.5.1965

Formou companhia em Chaves, a qual esteve mobilizada para Moçambique, sendo à última hora desviada para a Guiné.

Nas conversas que, entretanto, ele fez o favor de ter comigo (eu conhecia a filha, mas não conhecia o contexto que tinha gerado a situação), ao falarmos do nosso relacionamento com as mulheres africanas, disse, eu, a determinada altura: “até porque havia algumas facilidades de relacionamento pela facto de algumas se oferecerem para ser as nossas lavadeiras”.

“Não. Ela não era a minha lavadeira. Houve empatia entre os dois. Eu, como enfermeiro, dava apoio à população, distribuía medicamentos e foi nesta circunstância que a conheci”, disse, emocionado. “Emociono-me, sempre que falo neste período da minha vida”.

A gravidez foi problemática e apesar de a jovem ser acompanhada por dois médicos militares, teve que ir para Bissau por falta de condições.

Em Bissau, para onde a companhia (CCAÇ 414) se tinha deslocado temporariamente, soube, por uma tia da jovem, que esta estava hospitalizada e numa das vezes qua a visitou perguntou-lhe se ela concordava em entregar-lhe a filha, ao que ela respondeu que “só queria que ela seja branca”. Era uma jovem sem instrução que, embora não fosse católica,  concordou em batizar a filha.

Após 18 meses no mato a companhia, em vez de ficar em Bissau como estava previsto inicialmente, foi parar a Cabo Verde, alterando os planos do Furriel Castro. Disse que já tinha tudo preparado para instalar a filha, conhecida já como “a menina da companhia” e protegida da esposa do comandante da companhia.

A menina nasceu a 16 de maio de 1964 e foi-lhe dado o nome de Lurdes Maria Biai Barros Castro. A Mimi, para a família e amigos.

A companhia esteve nove meses em Cabo Verde e durante esse tempo a Mimi esteve, primeiro, internada num orfanato em Bissau, por interferência do Bispo de Bissau, depois ao cuidado da madrinha, uma senhora nativa que era funcionária nos CTT de Bissau, para quem o Castro mandava mensalmente uma pensão.

Alguns anos depois (1969) de ter terminado a Comissão, a madrinha da Mimi veio a Portugal trazer a menina, cuja mãe, entretanto, falecera.

A Mimi fez o seu percurso escolar em Fafe, tal como os irmãos (um irmão e uma irmã), concluiu a Curso de Professores do 1.º ciclo e, infelizmente, faleceu com 45 anos em setembro de 2009, de doença incurável, quando trabalhava numa escola do concelho da Póvoa do Varzim, Maceira da Lixa.

Disse-me, ainda, que sempre se revoltou contra a falta de responsabilidade daqueles camaradas de armas que não assumiram os filhos que deixaram por lá, e foram muitos, tanto na Guiné como em Cabo Verde,

Contou-me um episódio, relativamente recente, em que uma mulher guineense a residir nos Estados Unidos, filha duma situação ocorrida na sua companhia e que tinha descoberto a morada do pai, fez questão de vir a Portugal encontrar-se com o pai no aeroporto, só para lhe dizer: “eu sou sua filha, aquela mulher ali é a minha mãe. Eu não quero nada de si. Vim só para o conhecer. Passe muito bem!"

Caro Luís:
Uma história de vida edificante, sem dúvida. É exemplar e merece ser conhecida.
Abraço, Jaime

3. Comentário de L.G.

A CCAÇ 414, independente (ou seja, não integradas em nenhum batalhão), foi mobizada pelo BCAÇ 10, partiu para o TO da Guiné em 21/5/1963, esteve em Catió e Bissau e acabou por partir para Cabo Verde em 29/4/1964 (?). Terá regressado à metrópole em maio de 1965.  O comandante era o  cap inf Manuel Dias Freixo [, já falecido em 7/10/1988; foi comandante do BCAÇ 5017 / 74 - Angola].

Jaime, dizes bem: é "uma história exemplar", um exemplo de grande nobreza. Transmite ao nosso camarada Castro as nossas melhores saudações bemcomo o nosso pesar pela morte da sua querida filhja e reitera-lhe o meu convite para ele integrar a nossa Tabanca.

Temos poucos camaradas do tempo do Castro: temos por exemplo o Alcídio Marinho, ex-fur mil da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65), mas ninguém da CCAÇ 414... Já sobre Catió temos 185 referências... E 15 sobre o João Bacar Jaló.

Jaime, pede ao Castro uma foto individualizada, do tempo da CCAÇ 414, e outra atual, para o podermos apresentar, como deve ser, à Tabanca Grande.
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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12616: Filhos do vento (26): A direcção da A Associação FIDJU DI TUGA: Fernandinho da Silva, presidente, e José Maria Indequi, secretário.


Guiné-Bissau  > Bissau > Associação Associação da solidariedade dos filhos e amigos dos ex-combatentes portugueses na Guiné-Bissau (FIDJU DI TUGA) > Dois elemento da direção: da direita para a esquerda, Fernandinho da Silva (telef + 5880597), Presidente, e José Maria Indequi (telef + 5218200 e  + 6612146), Secretário...

A foto foi-nos enviada ontem pelo Pepito, diretor executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento. Segundo o Pepito, são "duas pessoas muito sérias que pretendem recensear os filhos dos militares portugueses que prestaram serviço na Guiné-Bissau, contar as suas estórias e pô-los em ligação com as famílias portuguesas que assim o entenderem".

Segundo a reportagem do Púiblico (vd. dossiê "Filhos do Vento"), da responsabilidade da jornalista Catarina Gomes (e sua equipa Manuel Roberyo e Ricardo Resende),  o Fernando Edgar da Silva, "nasceu em 1968, é camionista", e a sua "mãe era Sabadozinha Mendes, vivia junto ao quartel português de Canchungo (ex-Teixeira Pinto), onde o pai trabalharia na cozinha, enquanto esteve na Guiné, de 1966 a 1967"...Sabe que o pai "furriel". Realiza agora o seu sonho de "criar uma associação que represente todos os filhos que os militares portugueses "abandonaram" na Guiné.

Segundo a mesma fonte, José Maria Indequi é "técnico agrário, estudou em Cuba e na China. Acha que o seu verdadeiro nome, que lhe foi dado pelo pai, é José Carlos dos Santos. Nasceu a 1971, o pai talvez tenha voltado a Portugal em 1973 ou 1974". Maria Paula Indequi é o nome da sua mãe. Qunato ao pai esteve colocado no quartel de Pelundo, na região de Cachéu. Acha que pertencia ao Bcaç 2884.  "O pai vivia maritalmente com a mãe e tiveram mais uma filha, a sua irmã Elva, e uma outra rapariga, Manuela, que já morreu!. Queixa-se que os  filhos dos portugueses na Guiné são "cidadãos de segunda", "estão no meio da barcaça".

Publicámos em poste anterior (*) os estatutos da associação e lançámos um apelo à solidariedade de todos nós: amigos e camaradas da Guiné que se reunem sob o poilão da Tabanca Grande, leitores do nosso blogue, bem como régulos e membros das demais Tabancas (Ajuda Amiga, do Centro, da Linha, de Matosinhos, dos Melros, da Lapónia, de Candoz, de Guilamilo, de São Martinho do Porto...). Se cada um de nós se dispuser a dar um euro a esta associação, juntamos o dinheiro necessário para eles adquirirem o computador pessoal, a máquina fotográfica digital e o gravador que precisam para trabalhar na realização dos objetivos da associação, que nos parecem justos e nobres:  (i)  ver reconhecida a nacionalidade portuguesa, pelo Estado Português, de todos os filhos de ex-combatentes portugueses e dos seus descendentes; (ii) defender os valores da cidadania, de igualdade, justiça social e o carácter democrático, laico e pluralista da sociedade e do estado [da República da Guiné-Bissau]; (iii) reagrupar e fortalecer os Fidju di Tuga  na Guiné-Bissau com uma visão sociocultural comum que os unem;  e (iv) contribuir para o desenvolvimento humano, solidário e duradora entre os associados, amigos e a comunidade portuguesa residente e não residente na Guiné.

Quem quer, individual ou coletivamente, assumir a liderança deste projeto de ajuda e solidariedade em favor da Associação Fidju di Tuga ? Lançava o desafio ao José Saúde (da delegação de Beja da Tabanca Grande), que teve o mérito de grafar a expressão "filhos do vento"... Ou então a poderosos régulos como o José Teixeira, da Tabanca de Matosinhos, o Carlos Fortunato, da Tabanca Ajuda Amiga ou o Joaquim Mexia Alves, da Tabanca do Centro (agora a comemorar o seu 4º aniversário, realizando em 31 do corrente, um almoço-convívio,. em Monte Real,  que já esgotou o limite de lugares na sala, que são 80). Sem esquecer o Jorge Rosales e o seu ajudante campo, o Zé Manel Dinis, da Tabanca da Linha... Um alfabravo para todos. LG

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12562: Filhos do vento (25): A Associação da Solidariedade dos Filhos e Amigos dos ex-Combatentes Portugueses na Guiné-Bissau (FIDJU DI TUGA) já tem estatutos... O recenseamento que começou a ser feito pode ir aos 500 / 1000 "fidjus di tuga"... Precisam de equipamento: 1 computador portátil, 1 gravador e 1 máquina fotográfica digital (Pepito)

1. Mensagem do nosso amigo Pepito, diretor executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento:


Data: 9 de Janeiro de 2014 às 13:41

Assunto: Criada a Associação Fidju di Tuga


Olá,  Luís:

Levo ao teu conhecimento que está em avançado processo de legalização a Associação FIDJU DI TUGA (ver estatutos em anexo).

Fomos contactados pela Direção, Fernandinho da Silva (5880597), Presidente, e José Maria Indequi (5218200 e 6612146), Secretário, duas pessoas muito sérias que pretendem recensear os filhos dos militares portugueses que prestaram serviço na Guiné-Bissau, contar as suas estórias e pô-los em ligação com as famílias portuguesas que assim o entenderem.

O contacto deles é fidjudituga@yahoo.pt

Já começaram a trabalhar e fizeram já o recenseamento de 60 pessoas nestas condições, pensando que ele possa atingir o valor entre 500 a 1.000 fidjus.

Eles fazem um apelo para serem ajudados com um computador portátil, um gravador e uma máquina fotográfica digital.

Esta Associação pode vir a responder às solicitações, das quais algumas nos têm chegado, de famílias portuguesas, normalmente dos filhos, que querem saber dos irmãos que por aqui ficaram.

É muito emotivo o que se está a passar de um lado e de outro, o sentimento de solidariedade, de procura amiga, de reencontro consigo próprio.

Uma das pessoas que nos contactou, filha de um antigo militar, procura agora ajudar os sobrinhos nas suas atividades escolares.

São atitudes que nos calam fundo, que mostram valores que julgávamos desaparecidos e que são uma referência de vida para todos nós.

Um abraço amigo

pepito

Acção para o Desenvolvimento. Visite o nosso site em www.adbissau.org e o nosso projecto de ecoturismo em www.ecocantanhez.org.

2. Estatutos da Associação Fidju di Tuga



CAPÍTULO  I (Disposições Gerais):

ARTIGO 1º

Denominação: Associação da solidariedade dos filhos e amigos dos ex-combatentes portugueses na Guiné-Bissau (FIDJU DI TUGA).

Artigo 2º

Sede e Duração

1 —  Endereço: Plaq-2.

2 — FIDJU DI TUGA é constituída por tempo indeterminado.

Artigo 3º

Forma e a lei aplicável:

Assume a forma de pessoa colectiva de direito privado, subordinado ao regime da mesma, sem fins lucrativo.

CAPÍTULO II (Objecto Social e os objectivos):

Artigo 4º

1—  FIDJU DI TUGA tem por objecto social o reconhecimento da paternidade pela autoridade de Portugal para todos os filhos de ex-combatentes e dos descendentes.

2— Defender os valores da cidadania, de igualdade, justiça social e o carácter democrático, laico e pluralista da sociedade e do estado.

3— Reagrupar e fortalecer os FIDJU DI TUGA na Guiné-Bissau com uma visão sócio-cultural comum que nos unem.

4---Contribuir para o desenvolvimento humano, solidário e duradora entre os associados, amigos e a comunidade portuguesa residente e não residente na Guiné.

Artigo 5º (Princípios orientadores):

1--Em toda a sua actuação A FIDJU DI TUGA deverá ter em conta, os direitos fundamentais consignados na lei guineense e noutras convenções internacionais ratificadas pelo estado da Guiné-Bissau e que está em vigor.

2---Dominar os textos legislativos, regulamentares e de politica de desenvolvimento na Guiné-Bissau.

CAPÍTULO III (Dos Associados):

Artigo 6º (aquisição da qualidade de associado)

1— São considerados FIDJU DI TUGA, todos os filhos de EX-MILITARES, nascidos no período colonial até a data da independência da Guiné-Bissau mediante o preenchimento da ficha de inscrição com duas fotografias actual entregue na direcção da associação.

2-- Podem ser considerados também associados, os cidadãos estrangeiros da C.P.L.P; que queiram, mediante ao cumprimento dos requisitos explícitos no nº 1 desse artigo.

Artigo 7º

Categoria dos associados:

a) Associados fundadores (são os participaram na assembleia constituinte da FIDJU DI TUGA);

b) Efectivos

c) Honorários;

d) Benemérito.


Artigo 8º (idiomas):

A FIDJU DI TUGA tem como as línguas do trabalho, o português e o crioulo

Artigo 9º (direitos e deveres dos associados)

1 --São direitos dos associados:

a) Eleger e ser eleito para os cargos associativo nos termos estatutários;

b) Gozar das regalias e benefícios que a FIDJU DI TUGA lhes proporciona;

c) Assistir todas as reuniões da A.G. tomar parte nos seus trabalhos e exercer seu direito de voto;

d) Fazer as propostas e sugestões a direcção executiva;

e) Pedir a convocação da A.G.em reuniões extraordinárias conforme aos estatutos;

f) Consultar os documentos da associação.

NOTA: A FIDJU DI TUGA será dirigido por filhos dos ex-combatentes.


2— O gozo de todos os direitos e regalias conferidas pelos presentes estatutos, está condicionado ao pagamento das quotas num período de um ano como efectivo;

3— Deveres dos associados:

a) Cumprir com os estatutos e demais regulamentos bem como as resoluções da A.G. e deliberações direcção executiva tomada, uma e outras dentro do objectivo e fins da associação;

b )zelar pelo prestigio e o bom nome da associação;

c) Aceitar os cargos para que foram eleitos ou nomeados e exerce-los gratuitamente;

d) Acompanhar e colaborar nas actividades dos órgãos da associação;

e) Comparecer e participar nos trabalhos da A.G.

f) Pagar regularmente a quota, cujo valor mensal é de 2.500fcfa

4-OS associados honorários gozam dos mesmos deveres que os outros associados salvo os previstos nas alinhas. c e f deste artigo.

Artigo 10º (perda da qualidade do associado)

Perde a qualidade do associado aquele que, praticou o acto gravemente lesivo aos interesses a FIDJU DI TUGA ou dos associados, seja expulso em reunião de A.G. por maioria de dois terços dos associados presentes mediante a proposta da direcção executiva ou de um quinto dos associados inscritos com pleno gozo dos seus direitos.

Pode também qualquer associado solicitar a sua retirada da associação, nesta circunstância o demissionário perde todo o direito, não podendo exigir a restituição de qualquer bem.

Artigo 11º (Readmisssibilidade)

1— poderá ser readmitido na qualidade do associado efectivo aquele que, estando abrangido pelo artigo 11º seja ilibado da acusação pela A.G. por maioria de dois terços dos associados presentes, após apreciado a revisão do processo a requerimento do interessado.

2----No caso do associado demissionário, ele terá que pagar as quotas desde a data da retirada até a da readmissão.

Artigo 12ª (Recursos)

Constituem recursos de a FIDJU DI TUGA. As quotizações dos seus associados, os fundos provenientes das suas actividades, as heranças ou donativos e contribuições do estado.

CAPÍTULO IV (Dos Órgãos e competências):

Artigo 13º  São órgãos da FIDJU DI TUGA:

a) A Assembleia Geral;

b) A Direcção executiva,

c) Conselho fiscal.

Artigo 14º (Assembleia Geral)

1--- A Assembleia Geral é o órgão soberano da associação e é constituída por todos os associados efectivos no pleno gozo dos seus direitos.

2---Considera-se associado no pleno gozo dos seus direitos aquele que tenha as suas quotas em dia e cumpra os outros deveres estatutários.

Artigo 15º

1--A Assembleia Geral reunirá, ordinariamente, duas vezes por ano e extraordinariamente, quando se julgar necessário pela direcção da associação ou quando convocada expressamente para o efeito pelo seu presidente ou pelo menos, por dois terços dos associados no pleno gozo dos seus direitos.

2— A Assembleia Geral reunirá, até 15 de Dezembro, para apreciação e aprovação do projecto de orçamento e de actividade e, até 31 de Março, para apreciação do relatório e contas referentes ao transacto.

3— A Assembleia Geral só será de liberativa com presença de metade dos seus associados ou meia hora depois com qualquer número de associados presentes.

4— A Assembleia Geral é dirigida por um presidente e um secretário, por ele eleitos para o efeito, quando da eleição da Direcção executiva.

5— A convocação far-se-á por carta-o circular, pelo menos com quinze dias de antecedência e da qual constará a ordem do de trabalhos.

Artigo 16º

. Compete á Assembleia Geral.

1— eleger entre os seus membros os órgãos da Associação,

2— discutir e apreciar os projectos, orçamentos e Actividades e Relatórios e contas de gestão.

3— Deliberar sobre todas as matérias que lhe foram submetidas.,

4— pronunciar-se sobre a admissão e exclusão de associados.

Artigo17º  (Direcção)

1— A Associação é dirigida por uma direcção constituída por seis membros, eleitos em Assembleia Geral, por um período de 5 anos, passando este, será convocada uma A.G.extraordinária para eleger uma nova Direcção

2— A composição da Direcção é a seguintes:

a) Presidente,

b) Secretário,

c) Tesoureiro,

d) Jurisdição,

e) Dois suplentes.

Artigo 18º  (competência do presidente)

1— Representar a associação em todas os actos, judiciais ou não, perante todos os organismos públicos e privados,

b) Convocar e presidir às reuniões da direcção,

c) Nomear as comissões ou grupos de trabalho, que se julguem convenientes,

d) Tomar as decisões em assuntos de reconhecida urgência, dando, tão pronto quanto possível, conta do ocorrido á Direcção.

e) Autorizar certificados, actas e documentos expedidos pela associação,

f) Autorizar aquisições e pagamentos.


2---Propor orientações estratégicos da associação.

3---Gelar pela boa aplicação dos estatutos e do regulamento interno.


Artigo 19º

Competências do secretário:

a) Cuidar dos livros da associação, designadamente o ficheiro dos associados,

b) Encarregar-se da correspondência dos associados, mantendo-os a par das decisões da Direcção e da A.G.,

c) Escrever actas das reuniões da Direcção e expedir as convocatórias das Assembleias Gerias,

d) Elaborar relatório anual das actividades da associação, de que dará conhecimento á A.G.ordinária, mediante envio prévio a todos os membros da associação

Artigo 20º

Competência do tesoureiro:

a) Efectuar pagamentos e receber receitas em nome e por conta da associação e conservar os fundos da mesma.

b) Apresentar relatórios de receitas e despesas, sempre que forem solicitados.

NOTA: A jurisdição compete a fiscalização da legalidade da actuação de todos os órgãos associativo.

c) Apresentar um relatório económico anual á A.G.em que se apresenta, em traços gerais, as realizações e recursos de pode dispor para a actividade da associação.

d) Quaisquer alterações só poderão ser introduzidas, desde que aprovadas, pelo menos, por dois terços dos associados presentes e desde que o numero total destes não seja inferior metade do numero total dos associados.


Artigo 21º  (Competência do Conselho Fiscal.)

a) Examinar os livros de escrituração da associação.

b) Opinar sobre os relatórios do desempenho financeiro e sobre as operações patrimoniais realizadas.

c) Apresentar relatórios de receitas e despesas sempre que forem solicitados.

NOTA: A jurisdição compete a fiscalização da legalidade da actuação de todos os órgãos associativo.

CAPÍTULO V

Artigo 22º (Dos estatutos)

1— Os estatutos da associação só poderão ser alterados por decisão tomada em A.G.extraordinária, convocada para o efeito, com pelo menos, trinta dias de antecedência, devendo a respectiva convocatória ser acompanhadas alterações propostas.

CAPÍTULO VI

Artigo 23º (Disposições finais)

1— A dissolução da associação só poderá ser decidida em A.G.extraordinária convocada expressamente para o efeito, e desde que aprovada por três quarto dos associados presentes, se o numero destes não for inferior a metade e mais um, do numero total de associados.

2— Em de dissolução, os bens da associação terão o destino que A.G. decidir, devendo em princípio, destinar-se prioritariamente instituições, particulares ou não, que se dediquem á infância desvalida.

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Nota do editor: