domingo, 15 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8277: Convívios (339): Pessoal da BCAÇ 3863 e CCAÇ 16, ocorrido no dia 30 de Abril de 2011 na Mealhada (José Romão)

1. Mensagem do nosso camarada José Romão* (ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 16, Bachile, 1971/73), com data de 13 de Maio de 2011:

Camarada e amigo Carlos Vinhal
Junto envio 5 fotografias, referentes ao almoço do Batalhão 3863 (Teixeira Pinto - Guiné) e da CCaç 16 (Bachile), realizado na Mealhada, no passado dia 30 de Abril de 2011.

Um grande abraço
José Quintino Travassos Romão


Foto 1 > Malan Correia (Furriel guineense graduado pelo General Spínola), ex-Fur Mil Nuno Silva, ex-Alf Mil Rocha, ex-Alf Mil Fernandes, ex- furriéis Neves, Quintas, Codeço e Fonseca e o Major-General Abílio Dias Afonso.

Foto 2 >  Ex-furriéis Quintas, Codeço e Fonseca.

Foto 3 > Bolo de Aniversário.

Foto 4 >  Romão, Malan Correia, Silva, Quintas e ex-Alf Mil Rocha.

Foto 5 > Quintas, Romão, Malan Correia, Codeço e Neves.

Foto 6 > Major-General Abílio Afonso, Ex-Alf Mil Fernandes e Ex-Alf Mil Rocha
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Nota de CV.

Vd. último poste da série de 14 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8270: Convívios (332): 5º Encontro/Convívio da CCS do BART 2917, em Montemor-o-Velho, 18 de Junho (Benjamim Durães)

Guiné 63/74 - P8276: Estórias do Juvenal Amado (38): Nunca até li tinha visto tantas mamas ao léu e tão bonitas (Juvenal Amado)

1. Mensagem de Juvenal Amado* (ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1972/74), com data de 14 de Maio de 2011:

Luis, Carlos, Virgínio, Magalhães e restantes atabancados
Nada como falar numa mulher bonita para que se gaste rios de tinta. Neste caso será um gasto digital por isso fica um pouco mais económico.
Elas desencadeiam paixões das mais variadas maneiras e pelo que se vê já vai numa série de postes. Eu também não quero deixar passar a oportunidade de enaltecer a beleza delas e ao mesmo tempo, dizer algo sobre a utilização das mesmas como material decorativo.

Um abraço
Juvenal Amado


Estórias do Juvenal (38)

Nunca até ali tinha visto tantas mamas ao léu e tão bonitas

Também eu vim de uma pequena vila, onde tirando alguma namorada, onde víamos mamas era na praia e só parcialmente. Naquele tempo até em revistas era coisa rara. Lembro-me de um filme que veio a Lisboa onde a Romy Scheneider mostrava o peito. O filme era A Piscina e a fila para as bilheteiras no cinema S. Jorge dava a volta ao quarteirão, tal era a avidez dos portugueses, em matéria do visionamento dos atributos femininos, tão longe dos nossos olhares e censurados pelos bons costumes vigentes por cá. Vi o filme bastantes anos depois e achei caricato, que visão de uma nesga da beleza de uma mulher, tivesse provocado tal romaria, bem como as medidas apertadas à volta da sua exibição.

Neste país uma mãe de 20 anos não podia ver filmes como Helga e o Segredo da Maternidade que era para maiores de 21. Podia casar e ser mãe mas não podia ver no cinema o milagre da vida. Já os homens podiam alistar-se na tropa aos 16 anos, para além de também poderem já ser casados, ter filhos, mas não tinham 21 anos e por isso não podiam ver.

Nos países livres por essa Europa fora o filme era utilizado para educação nas escolas.

No caso de jovens operários como eu, podem-se contar pelos os dedos das mãos, os que não tiveram a primeira experiência sexual na borda da estrada, com uma profissional e sempre prontos a fugir caso aparecesse a GNR. Na minha zona era a Espinheira o local de eleição.

Bem triste e por vezes inibidor pela vida fora, o nosso baptismo em matéria de sexo.

Juvenal com uma PPSH

Quando cheguei à Guiné fiquei, como a maioria, de olhos em bico, com a beleza e perfeição das ditas que as bajudas ostentavam. Quem é que não cedeu à tentação de se encostar e de se fotografar com elas, como se fôssemos donos de harém e depois mostrarmos essas fotos, vangloriarmo-nos possivelmente de feitos que não cometemos? É um bocado como aquela fotografia, que fizemos fila para tirar com uma arma capturada, mas que nunca utilizamos.

Também tenho algumas, mas não tenho hoje a coragem das expor.

Não tínhamos em conta a idade delas, para que os seios ostentassem aquela firmeza. No blogue o aparecimento do álbum fotográfico, onde aquelas nativas aparecem na sua máxima beleza, faz-nos voltar a trás e lembrarmo-nos das dádivas e dos excessos.

 Namoricos ocasionais

A educação de cada um ditou muitos dos relacionamentos.

Um pequeno senão será uma ou duas fotos dignas de revista da especialidade, onde se ganhou em sofisticação e se perdeu a beleza que tem a naturalidade.

Um abraço a todos.
Juvenal Amado

Notas do editor:  
- Romy Schneider, nome artístico de Rosemarie Magdalena Albach (Viena, 23 de Setembro de 1938 — Paris, 29 de Maio de 1982).
Elementos retirados da Wikipédia com a devida vénia

- E já agora um apontamento pessoal. Vi numa sessão dupla, no dia 6 de Dezembro de 1969 no Chiado Terrasse, os filmes A Piscina e Quarto Interdito.
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 2 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8203: Estórias do Juvenal Amado (37): Quando macaco passou por gazela

sábado, 14 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8275: Tabanca Grande (282): Joaquim Rodero, ex-Fur Mil TRMS (STM/QG, 1970/72)

1. Mensagem deixada no Facebook pelo nosso camarada Joaquim Rodero no dia 4 de Maio de 2011:

Boa tarde amigos,
Gostava de ser integrado no blogue da Tabanca Grande. Já fiz o envio de foto, e através do Hélder Sousa também já manifestei o meu desejo, mas não obtive qualquer resposta.

Digam-me por favor, o que e que não estará correcto no meu pedido, se estive na Guiné entre 1970/72 no QG de Bissau e pertenci ao destacamento do STM.

Recebam um abraço do
J.R.


2. Utilizando a mesma rede social, no dia 5 de Maio foi enviada resposta ao camarada Rodero:

Caro camarada Joaquim Rodero
A maneira mais expedita de contactar o Blogue é através do endereço luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com
Eu estou contactável em carlos.vinhal@gmail.com
Nunca falha.

Um abraço
Carlos Vinhal
(Co-editor)


3. No dia 10 de Maio recebemos então no nosso endereço esta mensagem de Joaquim Rodero:

Boa tarde amigo Carlos Vinhal,
Venho por este meio disponibilizar duas fotos que são necessárias para a inscrição no blogue. Uma é actual e a outra foi tirada na messe de sargentos do QG em Sta. Luzia, no Natal de 1971, onde eu estou de camisa preta com o Fur Mil António Manuel Serrano Aresta de Santo Isidro de Pegões, ao meu lado direito, e dois Sargentos da CCS do QG, de quem já não recordo os nomes.


Esta foto também foi publicada no blogue Tabanca do Montijo, do meu amigo João M.F. Dias em Julho passado.

Numa breve resenha, tenho a acrescentar que fiz a minha comissão na Guiné, entre 6 Fevereiro de 1970 e 27 de Março de 1972, e que cumpri mais tempo por ser de rendição individual, não por castigo.

Pertenci sempre a Companhia de Transmissões e estava no Destacamento do STM a fazer serviço na Central TT, onde era o responsável pela reparação e manutenção dos teleimpressores, contando com a colaboração de um soldado da dita especialidade de MMTT.

Já me estava a esquecer de acrescentar a data de incorporação que foi em 9 de Janeiro de 1969.

Caso queiram saber, mais alguns dados, eu estou a ordem para responder e acrescentar ao que entenderem por bem.

Recebe um abraço do
Joaquim Rodero


4. Comentário de CV:

Caro camarada Rodero
Já és nosso tertuliano de pleno direito o que implica alguma responsabilidade em termos de colaboração.

É nosso desejo que os camaradas que se propõem pertencer à Tabanca Grande participem com uns textos e umas fotos, elementos que contribuam para aumentar o registo das nossas memórias nestas páginas.

Apesar de a tua Especialidade te proporcionar uma principesca estadia numa das capitais do Império, neste caso Bissau, sempre terás algo para nos contar.

Por uma questão de registo, quando nos voltares a escrever, confirma o teu posto que presumo ter sido Furriel Miliciano. Já agora, se arranjares uma foto do tempo de Bissau, com melhor qualidade, manda para mim, já que a enviada está em muito mau estado e não dá para fazer uma tipo passe. Desculpa lá, mas eu sou muito exigente nestas coisas. Feitios, como dizia o nosso Solnado.

Se bem reparaste, não utilizei a foto actual que me mandaste, porque roubei esta no facebook, que para o meu gosto tem melhor apresentação. Estás a ver? Não tenho solução.

Não te esqueças que deves enviar a tua correspondência sempre para o endereço luísgracaecamaradasdaguie@gmail.com e para um dos editores, para teres a certeza de que alguém te vai ler.

Caro Joaquim, antes de terminar a apresentação, quero deixar-te um abraço em nome da tertúlia e dos editores, estes mais de 490 amigos que tens a partir de hoje.

Um abraço
Carlos
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 10 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8252: Tabanca Grande (281): Hilário Peixoto, Coronel Reformado, ex-Capitão, CMDT da CCAÇ 2403/BCAÇ 2851 (Guiné 1968/70)

Guiné 63/74 - P8274: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (4): As primeiras fotos da estreia do filme "Quem Vai à Guerra", de Marta Pessoa (Luís Graça)

Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > No hall do Grande Auditório, a realizadora, Marta Pessoa, e a uma das participantes, a ex-Enf Pára-quedista, Cristina Silva, ferida em combate em Moçambique.


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > Outras duas mulheres (das 20) que entram no filme: a Giselda Pessoa, nossa camarada, enfermeira pára-quedista (BCP 12, Bissalanca, 1972/74) e Maria Alice Carneiro, que no filme representa as confidentes e madrinhas de guerra...


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > O nosso camarigo Zé Martins (à esquerda) com a mana, Maria Lurdes Costa que entra no filme, e seu marido Cesário Costa (que esteve na guerra em Angola e que teve a gentileza de me oferecer, autografado, um exemplar do seu livro Memória das Memórias, editado em 2003).


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011) > Giselda Pessoa, ao centro, tendo a seu lado os nossos camarigos Jorge Cabral e António Marques... Não tenho, infelizmente, de outras camaradas pára-quedistas que conheci, pessoalmente nesta ocasião como a Lurdinhas e a Natércia (que estão convidadas formalmente a integrar o nosso blogue, apadrinhadas pelo Miguel Pessoa)...
 

Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa >  O João Graça, o António Santos e a esposa, Graciela (que vieram expressamente de Caneças, Odivelas)


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > O nosso Jorge Cabral, sempre feliz  entre as mulheres (as grandes e as bajudas)... Neste caso, a Maria Alice Carneiro que no filme representa as madrinhas de guerra...

Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > O psiquiatra João Graça, o nosso camarada Sérgio Pereira (co-fundador e dirigente da Apoiar), mais a esposa Catarina... Não vi este simpatiquíssimo casal desde o nosso primeiro encontro nacional, na Ameira, em 2006... Só por lapso, seu e nosso, o Sérgio não faz parte, formalmente, da nossa Tabanca Grande... É leitor assíduo do nosso blogue


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > O  Sérgio Pereira e a Catarina...


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > Miguel Pessoa e António Paiva.




Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa >  Da esquerda para a direita: A Elisa, a Alice, o marido da Elisa (Manuel Lima, um dos primeiros militares a ir para a Guiné, 1962/64) e o João Graça.

Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > A nossa querida amiga, do Porto, Laura Fonseca, socióloga da educação, professora universitária, escritora, a quem, como especialista em questões de género, "encomendei" uma crítica do filme para o nosso blogue...



Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > A realizadora, na sessão de debate do filme, com uma representante da comissão organizadora do IndieLisboa 2011... Registe-se a excelente equipa de produção, da Real Ficção, a empresa do cineasta Rui Simões... E entre muitos outros nomes, o de Rita Palma, assistente de realização e responsável da montagem do filme... (É prima do nosso camarigo Paulo Santiago).



Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > Intervenção do nosso camarigo Zé Martins, na sessão de debate do filme... Aspecto da assistência que participaou no debate...



Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > Os nossos queridos amigos (meus e da Maria Alice Carneiro) José António Paradela e Matilde Henriques, acompanhados do filho mais novo... O meu amigo Arq Zé António Paradela, de Ílhavo, amigo também do Jorge Picado, fez a sua tropa na pesca do bacalhau, aos 16 anos...



Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > Maria Lurdes Costa, mana do Zé Martins, que entra no filme, como uma das mulheres que foi à guerra, acompanhando, em Angola, o seu marido, Cesário Costa.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados


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Nota do editor:

Vd. último poste da série > 11 de Maio de 2011> Guiné 63/74 - P8259: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (3): O(s) discurso(s) feminino(s) (Luís Graça)


Vd. também poste de 4 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8219: Agenda cultural (118): Quem vai à guerra, de Marta Pessoa (Portugal, 2011, Documentário, 130' )... A guerra no feminino... Indie Lisboa 11 (8º Festival Internacional de Cinema Independente) - Lisboa, Culturgest, 13 de Maio, 6ª feira, 21h30

Guiné 63/74 - P8273: História da CCAÇ 2403 (Hilário Peixeiro) (1): Deslocação para a Guiné e chegada a Nova Lamego




1. Início da publicação da História (resumida) da CCAÇ 2403/BCAÇ 2851, Nova Lamego, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70), envida pelo seu Comandante, ex-Cap Mil Hilário Peixeiro*, actualmente Coronel na situação de Reforma.





História (resumida) da CCaç 2403 – Guiné 1968/70 (1)

Deslocação para a Guiné e chegada a Nova Lamego

O BCaç 2851, constituído por Cmd e CCS e pelas CCaç 2401 - 2402 e 2403, foi formado e preparado no RI1, sediado na Amadora, com os seguintes Oficiais Superiores e Capitães:

- Cmd
- Cmdt – Ten Cor César da Luz Mendes
- Of Info - Maj Bispo
- Of Op - Maj Martins
- Of Pes e Reab – Cap Bento
- CCS - Cap Gamelas
- CCaç 2401 - Cap Mil Maduro (Juiz de profissão)
- CCaç 2402 - Cap Vargas Cardoso
- CCaç 2403 – Cap Peixeiro


Paquete Uige


CCaç 2403 no Leste da Guiné

A 24 de Julho de 1968, aquando do embarque no Paquete Uige, a situação da CCaç 2403, em Oficiais, Sargentos e Praças era a seguinte:

- Oficiais: - o Cmdt, recém-promovido a Capitão, o Alf Mil Brandão, Cmdt do 2.º GComb, e o Alf Mil Tavares, Cmdt do 3.º GComb (este já em Bissau, a receber os materiais da Companhia).
Os Cmdts, nomeados, dos outros dois GComb, não embarcaram, um por motivos de saúde e o outro, Carvalho, natural de Angola, por deserção;

- Sargentos: 2.º Sarg Melo e 2.º Sarg Andrade (este último já em Bissau na recepção dos materiais); Vaguemestre, Transmissões, Enfermeiro e Mecânico, respectivamente, Furriéis Milºs Nelson Rodrigues, Oliveira, Viriato dos Santos e Eusébio Pires; e comandantes de Secção, por ordem alfabética, Furriéis Milºs Almeida, Braga, Brito, Lareiro, Lousada, Marques, Pereira, Rosa, Santos, Silva e Soares.

- Praças: 36 Cabos e 106 Soldados.

A viagem decorreu com mar calmo, sem acontecimentos dignos de registo e com chegada, cinco dias depois, 29 de Julho, a Bissau.


Último jantar a bordo. Na mesa do Imediato os Cmdts da CCaç 2401, CCaç2403 e CCaç 2405. Na outra mesa, de costas, o Cmdt da CCaç 2402

Logo que desembarcou, o BCaç 2851 foi completamente desmembrado: Cmd e CCS foram destinados a Mansabá; CCaç 2401 a Pirada; CCaç 2402 a Có e CCaç 2403 a Nova Lamego.

A CCaç 2403, sem camas, sem colchões e sem mosquiteiros ficou cerca de 10 dias em Bissau a receber materiais e instruções e a aguardar embarque para o destino.

Durante estes dias foi testar-se o armamento para a região de Prabis, um pouco a norte de Bissau e ai a Companhia teve a sua primeira baixa, temporária, devido a um fortíssimo ataque de abelhas. Vá lá saber-se porquê, investiram quase exclusivamente sobre o soldado Maneiras que teve de ser evacuado para o hospital onde permaneceu 4/5 dias.

Depois destes dias a alimentar os biliões de mosquitos de Bissau, a Companhia embarcou numa LDG, rumo a Bambadinca através do rio Geba. Da foz até à Ponta do Inglês, onde recebe o Corubal, o rio é tão largo que as suas margens mal se avistam uma da outra. Da ponta do Inglês à nascente transforma-se em gigantesca serpente em perpétuo movimento ziguezagueante. De doze em doze horas, ou seja duas vezes por dia, ingere tanta água e com tal sofreguidão que arrasta para o seu interior tudo o que nela flutua, incluindo embarcações e outras duas vezes por dia expele, em prolongado vómito, toda essa água ingerida nas seis horas anteriores. Por isso neste rio as embarcações só conseguem navegar em perfeita sincronia com estas fortes correntes, originadas pelo fluxo e refluxo das marés.

A forte corrente da enchente, cria uma onda que se desloca para montante como um enorme tapete rolante, chamado “Macaréu”, que se desenrola ao longo do rio, provocando um aumento instantâneo do caudal de muitos metros e contra o qual não é possível navegar.

Os militares da Companhia sentados no fundo da Lancha não colaboravam na respectiva segurança nem tinham autorização para espreitar para o exterior. Assim o In, quando via passar a Lancha, não sabia, naquele momento, que tipo de carga transportava. Na passagem por locais considerados mais perigosos eram os marinheiros da tripulação que ocupavam os postos de combate para sua defesa.

Cavalgando o “Macaréu”, a Lancha atracou em Bambadinca onde se procedeu ao desembarque do pessoal e descarga do respectivo material, no tempo estabelecido pelo Comandante, sem um minuto de tolerância, porque a navegação para juzante tinha que ser iniciada ao mesmo tempo da corrente da vazante.

Organizada a coluna com as viaturas disponíveis, iniciou-se a marcha para Nova Lamego onde se chegou já noite dentro.


Nova Lamego (Gabú)

Em Nova Lamego a Companhia ficou em instalações precárias, cedidas pela Administração, sem camas para as praças, que receberam colchões insufláveis os quais, algumas semanas depois, já não retinham o ar; estavam todos rotos. Ventoinhas não havia para ninguém.

A Companhia ficou de Intervenção ao Batalhão local, começando a efectuar patrulhamentos de 24 horas na zona, sempre com 2 GComb.

No dia 14 de Setembro quando o Fur Mec Eusébio procedia à reparação de uma máquina de fazer gelo, da Administração, o compressor desta rebentou, causando-lhe ferimentos de tal gravidade que não chegou a ser evacuado no avião que, mesmo de noite, se deslocou de Bissau para o efeito. Não tinham passado 2 meses desde que embarcara em Lisboa. Foi o primeiro morto da Companhia.

Ainda em Setembro a sua vaga foi preenchida pelo Fur Mec Pinto Mendes que, por sua vez, foi rendido em Maio de 69, quando terminou a comissão, pelo Fur Mec Fernandes.

(Continua)
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 10 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8252: Tabanca Grande (281): Hilário Peixoto, Coronel Reformado, ex-Capitão, CMDT da CCAÇ 2403/BCAÇ 2851 (Guiné 1968/70)

Guiné 63/74 - P8272: Agenda cultural (122): Ciclo de Conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar - 1961-1974: história e memória(s) (Carlos Cordeiro) (2): Apontamento e fotos do dia 6 de Maio de 2011

1. Mensagem do nosso tertuliano Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf CIC - Angola - 1969-1971), Professor na Universidade dos Açores, com data 11 de Maio de 2011:

Caros editores e camaradas
Estou a enviar quatro fotos referentes à 1.ª conferência-debate que no passado dia 6 teve lugar na Universidade dos Açores, integrada no ciclo intitulado “Os Açores e Guerra do Ultramar – 1961-1974: história e memórias(s)”, numa organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso, do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais daquela Universidade*.

Foi emocionante ver tanta gente interessada naquela conferência inaugural. Agora há é que pensar na seguinte.

A conferência teve muita qualidade, pois o Ten-General Alfredo Cruz conseguiu fazer o enquadramento geral do papel da FAP, mas, simultaneamente, referindo a sua experiência pessoal enquanto piloto de combate.

Na mesa estão o Reitor, o Conferencista, a Directora do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais e a Directora do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso. Eu apareço também a abrir o período de perguntas e respostas. Começou às 17H30 e acabou por volta das 20.

Um abraço amigo do
Carlos




O Reitor da Universidade dos Açores, Prof. Doutor Avelino de Freitas de Meneses, quando proferia a sua alocução, no início dos trabalhos. Ao seu lado direito vê-se o conferencista e a Prof.ª Doutora Gabriela Castro, Directora do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais, que, ao dirigir-se aos presentes, salientou também o facto de ter namorado e casado com um antigo combatente (Alf Mil em Moçambique) e ser irmã de outro (Cap Mil também em Moçambique). À esquerda do Reitor vê-se a Prof.ª Doutora Margarida Machado, Directora do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso.

Uma perspectiva dos participantes nesta primeira conferência do ciclo de conferências-debate "Os Açores e a Guerra do Ultramar”. Note-se a presença de alguns alunos. O ângulo de tomada da foto (não alcança a ala esquerda do “anfiteatro C”) não permite ver a presença feminina (para além das alunas), que foi significativa.

O Ten-General Alfredo Cruz, enquanto proferia a sua conferência.

O coordenador da Comissão Organizadora (Carlos Cordeiro) recebendo inscrições para o debate, que foi muito participado e enriquecedor.

[Fotos e legendas de Carlos Cordeiro]
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 2 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8200: Agenda Cultural (117): Início, no próximo dia 6, do ciclo de conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar, 1961-1974: história e memórias(s), organizado pela Universidade dos Açores (1) (Carlos Cordeiro)

Vd. último poste da série de 9 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8247: Agenda cultural (121): António Graça de Abreu, no último dia da 81ª Feira do Livro de Lisboa, 15 de Maio, domingo, às 18h00, no Pavilhão da Livraria Turismo de Macau (Stand D44) para autografar os seus livros

Guiné 63/74 - P8271: Ser solidário (106): A Associação Tabanca Pequena de Matosinhos visitou Amindara (José Teixeira)


A alegria no meu coração não tem tamanho

Foi desta forma que uma mulher grande em Amindara começou o seu “discurso” de agradecimento, na recente visita que uma delegação da Associação Tabanca Pequena fez a esta Tabanca em plena mata do Cantanhez - Guiné-Bissau.

Apesar da nossa chegada coincidir com a hora do grande calor, que convida à sesta debaixo do mais frondoso poilão, Amindara esperava-nos em festa. O batuque já se fazia ouvir ainda não se avistava a tabanca.

A festa


De um lado da picada, a juventude. Tocadores e dançarinas, vestidas com a vestimenta de ir à missa, como se diz na minha aldeia, aprimoravam-se a espelhar a sua alegria e gratidão pelo poço de água aberto ali mesmo ao lado. Do outro lado, homens e mulheres mais velhos, as pessoas importantes da terra, também elas vestidas a rigor com o melhor traje, esperavam-nos com a mesa posta.


A mesa posta à nossa espera

O Pitéu

Algumas cadeiras vagas à volta da mesa indiciavam que se destinavam aos “ilustres” visitantes. Cumprimentos afetuosos e prolongados. Olhos nos olhos que teimavam em deixar escapar lágrimas de comoção. Abraços de quem nunca se conhecera antes, mas que se irmanara num sonho – ter água potável ali, mesmo no centro da tabanca.

A palavra “obrigado” era repetida continuamente, enquanto do outro lado da picada o batuque subia de tom para prazer dos nossos olhos e ouvidos enquanto as máquinas fotográficas não se cansavam de fazer clic.

Quão belo é todo este ambiente. Novos e velhos, africanos e brancos em animada festa, passados que são quarenta e tantos anos!

Tempo em que os olhos e ouvidos eram desviados para outros fins que não explorar a beleza do ser humano. Era preciso estar a atento a ruídos ou movimentos estranhos que nos podiam roubar a vida num segundo, e… as máquinas também eram outras.

Somos convidados a saborear um excelente petisco cozinhado para nós com todo o esmero e carinho. Esparguete salteado com ostras. Que saboroso petisco!

Infelizmente não nos avisaram, pois queriam fazer-nos uma surpresa. Para azar nosso tínhamos acabado de almoçar em Faro Sadjuma, ali mesmo ao lado um petisco não menos saboroso. O apetite era pouco, mas deu-se um jeito e lá e se fez o sacrifício. Estive tentado a pedir um taparwere e levar as sobras para Iemberém. eh! eh!

Eu bebi água fresca e potável em Amindara

As crianças de Amindara saboreiam o momento

Ainda há muito a fazer em termos de educação para uma vida saudável

Seguiram-se pequenos discursos em Nalu traduzidos pelo nosso anfitrião, o Abubakar, delegado da AD- Acção para o Desenvolvimento na Região. O Pepito andava atarefado na organização de um acampamento para 100 jovens em Varela e também porque queria que a festa fosse só nossa, pois foi a Tabanca Pequena que investiu em Amindara. Devo dizer que tive oportunidade de por duas vezes visitar tabancas juntamente com o Pepito. Ele é sempre recebido em festa, tal como fomos nós em Amindara, em Medjo e em Farim.

Discursou o jovem chefe de tabanca, que nos contou um pouco da história de Amindara e das dificuldades que têm tido em conseguir água. Até há um ano atrás ela era transportada de uma fonte no interior da mata e quando essa secava iam buscá-la à Tabanca de S. Francisco. Continuam a não ter escola.

Seguiu-se no discurso uma mulher. Começou com uma frase que dá que pensar.

A alegria no meu coração não tem tamanho, porque eu queria água dar de beber às crianças e não tinha; queria água para cozinhar e não tinha, queria água para lavar a roupa e não tinha…

Quando Pepito ouviu o nosso pedido e disse que iam construir um poço fiquei muito contente. Hoje sou uma mulher feliz.

Seguiu-se outra mulher no discurso. O tema foi o mesmo. Os benefícios para a população por ter água na tabanca. A higiene e limpeza, a pureza da água que reduz as doenças tantas delas fatais, sobretudo nas crianças, as hortinhas de legumes...

A mindjer garandi botou discurso pra partir mantenhas gradecer

 
Uma plateia atenta...

Para a posteridade

Agora só falta a escola, dizia-me um homem de cabelo branco.

Depois… as palavras parece que se recusavam a sair da minha boca, talvez um pouco aturdido com tanta alegria. Eu estava encantado e feliz, mas não conseguia expressar por palavras este estado de espírito.

Amindara foi o inicio de um projecto. Temos de seguir em frente. contrariamente ao que alguns afirmam, a Guiné-Bissau precisa de abrir muitos poços de água para poder atender às necessidades de uma população em crescimento, cuja idade média de vida é 47 anos.

[Texto e fotos de José Teixeira, membro da Direcção da Tabanca Pequena, Grupo de Amigos da Guiné-Bissau (ONGD), enviado em mensagem do dia 9 de Maio de 2011]
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 18 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8126: Ser solidário (105): 10 poços de água potável para o Cantanhez ... No dia Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, dedicado à "Agua, cultura e património"... e 3 dias depois do Zé Teixeira realizar um sonho...

Guiné 63/74 - P8270: Convívios (338): 5º Encontro/Convívio da CCS do BART 2917, em Montemor-o-Velho, 18 de Junho (Benjamim Durães)


1. O nosso Camarada Benjamim Durães (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 – Bambadinca -, 1970/72), enviou-nos um convite para a festa anual da sua Companhia e de todas as unidades que estiveram sob o comando do BART 2917.
5º ENCONTRO-CONVÍVIO DA CCS / BART 2917MONTEMOR-O-VELHO
18 DE JUNHO DE 2011
Mobilizam-se os ex-Militares, Familiares e Amigos da CCS/BART 2917 e de todas as Unidades Militares que estiveram sob o Comando do BART 2917 [Cart 2714, 2715 e 2716, CCaç 12; Pel Caç Nat 52, 53 e 63, Pel Rec Daimler 2206 e 3085, Pel Mort 2106 e 2268, Pel Intend A/D 2189 e 3050, 20º Pel Art/GAC 7 e Pel Eng do BENG 447 de Bambadinca], para o para o seu 5º ENCONTRO/CONVÍVIO que vai decorrer no próximo dia 18 de Junho de 2011, a partir das 09h00, no Castelo de Montemor-o-Velho.

O Convívio é no Restaurante “Encosta de São Pedro”, que fica no Bairro de São Pedro na Carapinheira. (com as coordenadas N – 40º 12’ 06” / O - 8º 38’ 36”).
O custo é de 35,00 Euros para adultos e 20,00 Euros para crianças (dos 08 aos 12 anos).


Para quem vier pela Auto Estrada, em Coimbra-Norte toma da Auto Estrada 14 (A14) e sai em Montemor-o-Velho. Depois dirige-se ao Castelo de Montemor-O-Velho (ver no mapa).

Quanto à estadia, a Organização sugere o HOTEL IBIS, na Figueira da Foz (a 100 metros do Casino). Se a marcação for efectuada através da Internet no endereço http://www.ibishotel.com/pt/hotel-2104-ibis-figueira-da-foz/index.shtml o custo é de 35,00 Euros/noite, mas se a for por Telefone: 233 408 190 ou por Fax: 233 408 195 o custo é de 45,00 Euros/noite. A estes valores acresce 6,00 Euros se incluir o pequeno-almoço.

Para quem não tiver computador, poderá solicitar à Organização, que marcará o alojamento.

A organização está a cargo de BENJAMIM DURÃES (Fur Mil) e JOSÉ GONÇALVES SILVA (1º Cabo Radiotelegrafista), ambos da CCS/BART 2917.

Solicita-se a todos os ex-Camaradas de armas que confirmem até dia 05 de Junho as suas presenças, para o BENJAMIM DURÃES – Telemóvel: 93 93 93 315 ou pelo e-mail: duraes.2917@hotmail.com

Para outros casos relacionados com o evento liguem para o JOSÉ GONÇALVES SILVA – Telemóvel: 91 725 33 60; Telefone 239 951 359 ou e-ma: geral@iobom.com; ou filipe.iobom@gmail.com

A ORGANIZAÇÃO:

BENJAMIM DURÃES – Telemóvel 93 93 93 315 - E-Mail : duraes.2917@hotmail.com;

JOSÉ ANTUNES GONÇALVES SILVA – Telemóvel 91 725 33 60 – Telefone - 239 951 359 / 239 951 718 (Empr) – e-mail: geral@iobom.com ou filipe.iobom@gmail.com
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Nota de M.R.:

Vd. o último poste desta série em:
13 de Maio de 2011 >
Guiné 63/74 - P8268: Convívios (331): Pessoal da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Os Terríveis), dia 28 de Maio de 2011 em Fátima (Manuel Maia / Vitor Cordeiro)