Foto © Henrique Cerqueira (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]
Tavira > Igreja de São Francisco > Ficava pertíssimo do quartel da Atalaia e nela dizia-se missa ao domingo e dias santos, às 12h, a que podia assistir o pessoal militar. (No verão, era às 19h) (Fonte:: Guia do Instruendo, Tavira, Quartel da Atalaia, CISMI, 1968).
Foto © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados.
1. Mensagem de Henrique Cerqueira [ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74]:
Data: 28 de Fevereiro de 2014 às 19:23
Assunto: Tavira, CISMI
Camarada Luís Graça:
Desde que se tem falado sobre Tavira, e mais propriamente sobre o CISMI, eu tenho sido muito negativista tanto em relação ao quartel como propriamente a Tavira e à sua população da altura. Daí os meus comentários, que têm sido na generalidade desfavoráveis.
O certo é que na altura, e devido á minha condição económica e deslocação regional, e sendo eu do Porto, só tive a possibilidade de vir uma vez de fim de semana enquanto estive em Tavira.
PS - Na foto eu identifico-me lá na fila de trás com uns óculos mais escuros
2. Dois de diversos comentários anteriores do Henrique Cerqueira sobre o seu tempo, no CISMI, Tavira:
Data: 28 de Fevereiro de 2014 às 19:23
Assunto: Tavira, CISMI
Camarada Luís Graça:
Desde que se tem falado sobre Tavira, e mais propriamente sobre o CISMI, eu tenho sido muito negativista tanto em relação ao quartel como propriamente a Tavira e à sua população da altura. Daí os meus comentários, que têm sido na generalidade desfavoráveis.
O certo é que na altura, e devido á minha condição económica e deslocação regional, e sendo eu do Porto, só tive a possibilidade de vir uma vez de fim de semana enquanto estive em Tavira.
Ora quer isto dizer que, ao estar tanto tempo em Tavira, poderia ter aproveitado para desfrutar das belezas naturais da cidade . Só que, sendo eu um homem casado, o dinheiro era extremamente curto para tal disfrute. A juntar a todas as dificuldades de logística (e de dinheiro), a vida no CISMI era do pior que me poderia ter acontecido.
No entanto não foi tudo assim muito mau, só que até estava esquecido. E sendo assim eu passo a explicar:
No entanto não foi tudo assim muito mau, só que até estava esquecido. E sendo assim eu passo a explicar:
Como a vidinha no quartel era "madrasta", foi necessário que eu pusesse em prática alguma situação de desenrasque ,pois nisso o Portuga é "rato". Ora vai daí, descobri um meio de ter alguma mordomia na balda a algumas formaturas da noite e vir até á cidade . Ou seja, descobri que fazendo o "Santo Sacrifício" Dominical, ou seja, indo á missa, me proporcionava uns desenfianços, mas para isso tinha que pertencer ao grupo coral da Igreja. Tal pensei, tal executei, passei então a cantor de igreja ao domingo. E á semana, uma ou duas vezes áimos ensaiar.
Daí, não foi assim tão mau e na verdade até se tornou agradável pertencer ao dito coro . Só lamento de não me lembrar dos nomes da malta, talvez com exceção de um guitarrista de farto bigode, que acho se chamava Jales. Poderá ser que apareça algum nosso Tertuliano que se lembre desta foto [, acima].
Bom, assim sendo, e como não tenho jeitinho algum para a escrita, vou terminar e reconhecer que as fotos que tens publicado sobre Tavira, me têm aguçado o apetite para um dia visitar Tavira e de certeza fechar o ciclo de más memórias que essa cidade me traz.
A foto que envio em anexo não tem lá muita qualidade mas penso que irá avivar mais algumas memórias de malta que passou pelo CISMI.
Um abraço a todos.
Henrique Cerqueira
Daí, não foi assim tão mau e na verdade até se tornou agradável pertencer ao dito coro . Só lamento de não me lembrar dos nomes da malta, talvez com exceção de um guitarrista de farto bigode, que acho se chamava Jales. Poderá ser que apareça algum nosso Tertuliano que se lembre desta foto [, acima].
Bom, assim sendo, e como não tenho jeitinho algum para a escrita, vou terminar e reconhecer que as fotos que tens publicado sobre Tavira, me têm aguçado o apetite para um dia visitar Tavira e de certeza fechar o ciclo de más memórias que essa cidade me traz.
A foto que envio em anexo não tem lá muita qualidade mas penso que irá avivar mais algumas memórias de malta que passou pelo CISMI.
Um abraço a todos.
Henrique Cerqueira
PS - Na foto eu identifico-me lá na fila de trás com uns óculos mais escuros
2. Dois de diversos comentários anteriores do Henrique Cerqueira sobre o seu tempo, no CISMI, Tavira:
26/1/2014
(...) Já agora e a talho de "foice" eu também nunca mais visitei Tavira no Algarve porque tal como a Guiné me foram impostos e não gostei mesmo nada de lá ter passado parte da minha vida. Já Caldas da Rainha, Elvas e Évora que também me impuseram eu guardo gratas recordações de acolhimento e até de vida militar. (...)
13/2/2013
(...) Eu já sei que haviam praxes e "praxes", e em especial na Guiné normalmente os "piriquitos"eram praxados com simples brincadeiras. No entanto mandar um militar em operação para o mato não perece sêr uma simples brincadeira. Mas o meu único "ódio de estimação" vai para praxes de autentico rebaixamento humano que sofri em Tavira.
Exemplos: constantes idas ás salinas para enlamear o fardamento e logo depois nas formaturas de refeição sermos castigados porque não tínhamos fardamento que resistisse a tanta lama.No final do dia a estória se repetia. De seguida e após o jantar obrigaram-nos a fazer cambalhotas e flexões até vomitar o parco jantar que era servido na Unidade. Mais tarde na semana de campo no Caldeirão os senhores oficiais e alguns palermas de cabos-milicianos passaram duas noites a "praxar" os instruendos, usando muito recriativamente o insulto aos casados e aos que tinham namoradas, ainda por cima eu numa dessas noites estava com 40º de febre e só depois de muita insistencia minha é que resoveram me "internar numa tenda enfermaria", não antes de me chamarem de filho da pu..armado em doentinho. (...)
15 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12719: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (17): Já, em 1970, eu fiz o meu levantamento do património histórico da cidade de Tavira e, à falta de máquina fotográfica, tomei uns apontamentos a tinta da china, de que é exemplo paradigmático o da fachada do nosso querido Quartel da Atalaia (Mário Miguéis, ex-fur mil rec inf, Bissau, Bambadinca e Saltinho, 1970/72)
(...) Já agora e a talho de "foice" eu também nunca mais visitei Tavira no Algarve porque tal como a Guiné me foram impostos e não gostei mesmo nada de lá ter passado parte da minha vida. Já Caldas da Rainha, Elvas e Évora que também me impuseram eu guardo gratas recordações de acolhimento e até de vida militar. (...)
13/2/2013
(...) Eu já sei que haviam praxes e "praxes", e em especial na Guiné normalmente os "piriquitos"eram praxados com simples brincadeiras. No entanto mandar um militar em operação para o mato não perece sêr uma simples brincadeira. Mas o meu único "ódio de estimação" vai para praxes de autentico rebaixamento humano que sofri em Tavira.
Exemplos: constantes idas ás salinas para enlamear o fardamento e logo depois nas formaturas de refeição sermos castigados porque não tínhamos fardamento que resistisse a tanta lama.No final do dia a estória se repetia. De seguida e após o jantar obrigaram-nos a fazer cambalhotas e flexões até vomitar o parco jantar que era servido na Unidade. Mais tarde na semana de campo no Caldeirão os senhores oficiais e alguns palermas de cabos-milicianos passaram duas noites a "praxar" os instruendos, usando muito recriativamente o insulto aos casados e aos que tinham namoradas, ainda por cima eu numa dessas noites estava com 40º de febre e só depois de muita insistencia minha é que resoveram me "internar numa tenda enfermaria", não antes de me chamarem de filho da pu..armado em doentinho. (...)
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Nota do editor:
15 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12719: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (17): Já, em 1970, eu fiz o meu levantamento do património histórico da cidade de Tavira e, à falta de máquina fotográfica, tomei uns apontamentos a tinta da china, de que é exemplo paradigmático o da fachada do nosso querido Quartel da Atalaia (Mário Miguéis, ex-fur mil rec inf, Bissau, Bambadinca e Saltinho, 1970/72)