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domingo, 30 de maio de 2021

Guiné 61/74 - P22236: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (6): Cecília Supico Pinto (30/05/1921-25/05/2011), uma portadora de afectos - No dia do centenário do nascimento da fundadora do Movimento Nacional Feminino

Sexta crónica do nosso camarada Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, "Os Vampiros" (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70):


MEMÓRIAS AO ACASO

06 - PORTADORA DE AFECTOS


Conheci a elegante Senhora D. CECÍLIA SUPICO PINTO a 02 de Maio de 1969, aquando da sua visita, por duas ou três horas, ao aquartelamento de CÓ, que à época transbordava de militares oriundos das mais diversas Armas do Ramo do Exército, empenhados na construção da estrada "CÓ-PELUNDO".

Havia tropas de infantaria, cavalaria, armas pesadas, artilharia, engenharia e eventualmente outras, que a memória de há 52 anos poderá deixar escapar.

O Comando da minha Companhia estava a meu cargo, e é nessa circunstância que o CMDT do aquartelamento me indigita para assumir a acção protocolar de receber a ilustre Presidente do MNF, missão assaz facilitada pela sua natural simpatia, sublime educação, determinação, inteligência, coragem, conhecimento dos teatros de guerra, do carinho quase maternal com que "A CILINHA" se dirigia aos seus"meninos", falando-lhes, é certo, com alguma exultação patriótica, mas sobretudo do amor e da saudade de suas MÃES, que curiosamente eram da sua geração e que lá longe, na Metrópole, viviam em permanente ansiedade cientes da dureza da guerra por terras da Guiné.

Num dos momentos mais informais, e num cordial diálogo que mantivemos, enalteci-lhe, e agradeci-lhe, a criação do espectacular "AEROGRAMA" de que eu próprio era assíduo utilizador, e a importância sentimental que ele tinha para os militares e suas famílias, sem por sombras imaginar, à época, os números astronómicos diariamente assumidos no movimento postal só pelo uso do "BATE-ESTRADAS", como era conhecido na gíria militar.

E saudei na sua pessoa a intervenção bem notória do MNF na agilização das burocracias duma retaguarda inundada de emperrantes "pequenos poderes", que se quedavam numa abjeta inércia sem o mínimo respeito pelos combatentes, ou sua memória, e suas doídas e quase sempre carenciadas famílias.

Estamos no ano do I Centenário do Nascimento (30/05/1921) de CECÍLIA S. PINTO. Em sua memória, e com profundo respeito e admiração pela sua pessoa e sua obra, não esquecendo todas as outras Senhoras do MNF, muitas delas Mães de jovens mobilizados para as frentes de combate, venho aqui deixar meu testemunho de eterna gratidão pelo apoio dado aos combatentes na sua inegável qualidade de "portadora de afectos".

Foto 1 - Có - Cecília Supico Pinto no uso da palavra, na parada de Có, acompanhada do CMDT Major Ferreira da Silva e do Alf Mil Miguel Rocha.
Foto 2 - Có - A boa disposição de Cecília a contagiar todas as patentes.
Foto 3 - Có - Já na messe, combatendo o calor com uma bebida refrescante, depois do discurso e da distribuição das habituais "lembranças do MNF" aos rapazes reunidos na parada.
Foto 4 - Có - Cecilia Supico Pinto, perante o ar divertido do Major Ferreira da Silva, surpreende o Alf. Mil. Miguel Rocha com uma especial “lembrança”.
Foto 5 - Có - O Alf. Mil. Miguel Rocha indaga da possibilidade de obter mais uns maços de tabaco para os rapazes da sua Companhia.
Foto 6 - Có - Missão impossível! A caixa dos cigarros está quase vazia e o que resta tem destino marcado.
Foto 7 - Có - Uma cordial despedida de uma visita vivida com muita simpatia e permanente boa disposição
Foto 8 – Assinando como “Alferes” Cilinha, o cartão dirigido pela Presidente do MNF ao alf. mil. Miguel Rocha, a acompanhar a carta oficial de agradecimento pelo acolhimento que recebeu no aquartelamento em Có.
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Nota do editor

Último poste da série de 24 DE MARÇO DE 2020 > Guiné 61/74 - P20767: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (5): Volkswagen "Pão de forma"

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21652: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (11): Homenageando a memória do Raul Albino (1945-2020): Os Natais de 1968, em Có, e 1969, no Olossato, da CCAÇ 2402 (João Bonifácio, ex-fur mil SAM, hoje a viver no Canadá)






Fotos (e legendas): © João Bonifácio (2008. Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Capa da brochura "Memórias da CCAÇ 2402 (Guiné 1968/1970), Volume II", mimeog", 2008, páginas inumeradas,il. (Coordenação: Raul Albino).


1. As fotos de cima (e as legendas) são do João G. Bonifácio, ex-fur mil SAM, da CCAÇ 2402 (, Mansabá e Olossato, 1968/70), a viver no Canadá. 

Ele foi um dos colaboradores deste II Volume, juntmente com o ex-cap inf Vargas Cardoso e de outros camaradas como o Carlos Sacramemto, Carlos Santiago, Carlos Costa, Joaquim Ramalho, Maurício Esparteiro, António Maria Veríssimo, António Fangueiro da Silva, e o próprio Raul Albino. O João Bonifácio é membro da nossa Tabanca Grande desde 1 de dezembro de 2006 (*)

Em homenagem ao Raul Albino, ex-alf mil da CCAL CC$02, que nos deixou há pouco tempo (, aliás foi o próprio João Bonifácio que nos deu a triste notícia) (**), vamos aqror reproduzir dois aponatmentos sobre o Natal de 1968 e de 1969 (***), da autoria do João, incluidos naquela brochura.

Aproveitamos para desejar a ele e à sua sua família, bem como à família do Raul Albino, mas também aos demais camaradas da CCAÇ 2402,os nossos votos de um Natal e Ano Novo, tão bom quanto possível, dentro dos contrangimentos a que todos estamos sujeitosnos  nossos países, devido à pandemia de Covid-19.(****).
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 1 de dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1331: Blogoterapia (9): Quando a Pátria não é Mátria para ti (João Bonifácio, Canadá, exvagomestre da CCAÇ 2402)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21620: In Memoriam (375): Raul Albino (1945-2020), ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2402/BCAÇ 2851 (Có, Mansabá e Olossato - 1968/70), e quadro técnico da IBM durante 30 anos

IN MEMORIAM

RAUL ALBINO (1945-2020)
RAUL ALBINO
Ex-Alf Mil MA da CCAÇ 2402/BCAÇ 2851
, Mansabá e Olossato, 1968/70)


1. Às 02H36 da manhã de hoje, o nosso camarada Jaime Bonifácio deixava este comentário num poste de aniversário do malogrado Raul Albino:

Caro Luis,
Não sei se esta será a maneira mais prática, e também não tenho a data correta, mas na semana passada (hoje estamos a 6 de Dezembro de 2020) recebi aqui no Canadá a triste notícia do falecimento do ex-Alferes Miliciano Raul Albino que pertenceu a CCAÇ2402/BCAÇ 2851 - CTIG 1968/70.

Em meu nome pessoal envio as minha mais sinceras condolências a esposa Sra. D. Rolina e filhos.
Foi um amigo dos seus amigos e pela sua alma generosa merece descansar em paz.

Obrigado
João Bonifácio
Ex-Fur Mil do SAM
CCAÇ 2402/BCAÇ 2851
Guiné, 68/70



2. O editor de serviço, sabendo que o nosso camarada Rui Silva tinha os contactos do Raul Albino, telefonou-lhe para lhe pedir que confirmasse esta triste notícia.

Passados poucos minutos recebemos a confirmação da notícia vinda do Canadá.
Em contacto telefónico para casa do Raul, pela sua filha ficamos a saber que este nosso amigo tinha sido internado no hospital, na passada segunda-feira, dia 30 de Novembro, vindo a falecer na sexta, dia 4 de Dezembro.


A Tertúlia e os Editores do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, enviam as mais sentidas condolências à nossa amiga Rolina, esposa do Raul, (que entre 2009 e 2015 participou com o marido nos nossos Encontros Anuais), aos seus filhos e aos demais familiares.

O Raul estava connosco desde 17 de Setembro de 2006, tendo participado logo no nosso I Encontro Nacional, em Outubro do mesmo ano na Ameira.
Ameira, 06OUT2006 > I Encontro Anual do nosso Blogue > O Raul Albino é o primeiro à direita, mesmo atrás do nosso editor Luís Graça.
Monte Real, Palace Hotel, 18ABR2015 > X Encontro Anual do nosso Blogue > Raul Albino recebe da mão do nosso Editor Luís Graça o Certificado da sua 10.ª presença em Encontros Nacionais.
Monte Real, Palace Hotel , 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca Grande > Dois homens do Oio, o Raul Albino e o Rui Silva
Amadora > RI 1 > 1968 > CCAÇ 2402, em formação > De pé e da esquerda para a direita, o primeiro é o Raul Albino, o segundo é o Francisco [Henriques da] Silva e a seguir o Medeiros Ferreira. Só falta nesta fotografia de grupo o Beja Santos. Também aqui falta o Comandante da Companhia, Capitão Vargas Cardoso.


3. Comentario adicional do nosso editor LG:

Carlos, é uma tristíssima notícia, a que nos dás. O Raul Albino foi logo, desde o nosso I Encontro Nacional, na Ameira, em 6/10/2006, um dos mais entusiásticos apoiantes do nosso blogue. Como sabes, ele era informático, trabalhou três dezenas de anos na IBM, era um histórico da IBM, e ele próprio fez um belíssima brochura com a história da sua unidade. Ele preocupava-se muito com o futuro, a segurança e o desenvolvimento do nosso blogue...

Recordo-me de já em 2011, em Monte Real, ele ter falado comigo sobre a necessidade de encontrar ou explorar novas soluções informáticas para um blogue como o nosso que tinha crescido demasiado, sobretudo a partir de 2008...Por uma razão ou outra, fomos adiando a criação de um grupo de trabalho onde ele próprio gostaria de participar... Entretanto, em 26 de abril 2018 recebemos dele a triste notícia de que já não poderia vir  mais vir aos nossos encontros:

(...) Amigo Vinhal,

A minha ausência nos dois anos anteriores tem uma explicação que vos devo comunicar, depois de uma presença regular de 10 anos seguidos.

Tinha de ser uma razão de peso, de saúde, evidentemente. Não é uma doença mortal, mas é uma doença incapacitante que me leva a alegria de viver e parece não ter solução médica, nem grande alivio para as dores. Estou a falar de problema da coluna vertebral com afetação do nervo ciático.

O médico operador não lhe quer tocar após ter analisado uma Ressonância Magnética. Como as medicações existentes não produzem qualquer efeito aceitável, o médico cirurgião nem me receitou qualquer medicação, porque os efeitos adversos são enormes, sem que causem alivio assinalável.

Já nem posso arriscar a conduzir o automóvel por distâncias superiores a 50 kms. Alguns dias as dores são toleráveis, mas não sei quais são, só sei que são raros. Dizem que, por vezes, o tempo resolve o assunto. Se isso algum dia acontecer, solicitarei a alguém que me dê uma boleia, sempre sujeita a cancelamento muito perto da viagem.

Que o vosso convívio corra pelo melhor. O relógio devia retroceder, mas sabemos que isso é impossível e a vida está-nos a abandonar aos poucos, afetando o quorum dos convívios. Um grande abraço para ti, para a Dina, para o Luís Graça e restantes tabanqueiros. Passem bem.

Raul Albino (...)

Lamentámos a sua ausência, nos nossos convívios, mas sempre na esperança de uma possível recuperação. O casal Albino e o casal Vinhal tinham, de resto,  uma bela relação de amizade, desenvolvida e fortalecida a partir dos nossos encontros anuais ate´2016.
 
A ausência do Raul agora é mesmo definitiva, com a sua morte física. Mas ele será sempre lembrado pro nós, enquanto estivermos vivos, aqui sentados à  sombra do nosso poilão.

Nos próximos dias vamos rever alguns dos postes que nos deixou com a sua história pessoal  e a história dos seus camaradas da CCAÇ 2402. Deixo aqui a minha solidarieade na dor à sua família e aos seus amigos e camaradas mais próximos. Quando um de nós morre, todos morremos um pouco. 

Até sempre, camarada e amigo Raul!

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19674: Tabanca Grande (476): João Fernando Congil Rosa, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 2465 / BCAÇ 2861 (Có e Bissum Naga, 1969/70), nosso tertuliano 787

Via facebook Messenger, o nosso camarada e novo tertuliano João Fernando Congil Rosa, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 2465 / BCAÇ 2861 ( e Bissum Naga, 1969/70), manifestou a sua vontade de aderir à nossa tertúlia.

Com muito gosto o recebemos à sombra do nosso poilão, onde ocupará o lugar n.º 787.

Lembramos que a CCAÇ 2465 foi comandada pelo Capitão de Infantaria António Melo de Carvalho, actualmente Coronel na situação de Reforma, também ele pertencendo à tertúlia deste Blogue.

O Coronel António Melo de Carvalho escreveu o livro "Paz e Guerra Memórias da Guiné", já aqui abordado numa recensão feita por Mário Beja Santos em 2016. 

Abril/Maio 1967 - Construção do quartel de Bissum-Naga. 
Foto e legenda: © Carlos Ricardo. 


Sobre a CCAÇ 2465:


Desembarcou em Bissau em 11 de Fevereiro de 1969. Seguiu imediatamente para Có, a fim de efectuar o treino operacional e integrar as forças empenhadas na protecção e segurança aos trabalhos da estrada Bula-Có, na zona de acção do seu Batalhão.

Em 16 de Maio de 1969 foi substituída na missão pela CCAÇ 2584 e seguiu para Bissum a fim de render a CCAV 1747, tendo assumido a responsabilidade daquele subsector em 4 de Junho de 1969.

Em 30 de Novembro de 1970 foi rendida pela CCAÇ 2781 e recolheu a Bissau.

Regressou à Metrópole em 7 de Dezembro de 1970.
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Nota do editor

Último poste da série de10 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19663: Tabanca Grande (475): Fernando José Estrela Soares, cor inf ref, membro da Tabanca da Linha, senta-se à sombra do nosso poilão, sob o lugar nº 786: foi comandante da açoriana CCAÇ 2445 (Cacine, Cameconde e Có, 1968/70)

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19040: (De) Caras (118): António Salvada, bancário reformado, ex-fur mil, CCAÇ 2584 / BCAÇ 2884 (Có, 1969/71), membro desde 30/3/2017 da nossa Tabanca Grande

1. Mensagem,  de hoje, do nosso camarada  António Salvada, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2584 / BCAÇ 2884 (, 1969/71):

Caro Luis Graça 

Obrigado pela vossa atenção  e pela resposta ao assunto que coloquei (*). 

Do que li parece concluir-se que os nossos camaradas terão sido na altura trasladados para as respectivas localidades. Correcto?! E que o monumento existente [em Bachile]  será simplesmente uma homenagem aos nossos: será isso? 

Se sim, falarei com a pessoa que me contactou para lhe dar conta do sucedido. 

Por sinal fiquei a saber que fui contemporâneo deles naquela altura e nem estávamos muito longe!

Obrigado pelo convite para entrar na Tabanca mas já o fiz há um ano e tal atrás (**),  e sigo-os com alguma assiduidade. Obrigado pela vossa colaboração e ao dispor do que necessitem onde possa ajudar. 

Um abraço de quem não esquece aquela terra nem os companheiros que por lá andaram. Cumprimentos.

A Salvada


2. Comentário do editor LG:

António, está correta a tua interpretação (*).

Quanto a mais elementos de identificação do Humberto dos Santos Aires, constam em comentário do nosso leitor e camarada João Carlos Abreu dos Santos, colaborador permanente do portal UTW - Dos Veteranos da Guerra do Ultramar:

(i) o Humberto era natural da freguesia do Vale de Gouvinhas, concelho de Mirandela;

(ii) em 26 de novembro de 1969, pouco mais de três meses após chegar ao TO da Guiné, encontrando-se nas imediações do destacamento do Bachile, quando auxiliava o fur mil op esp José Duarte Franco Verde na montagem de armadilhas, em uma delas ocorreu inopinada deflagração, causando a morte instantânea de ambos aqueles militares da CCAÇ 2572;
(iii) veio a ser trasladado e ficou inumado no cemitério paroquial da sua naturalidade.
Quanto ao conhecimento da tua entrada para a Tabanca Grande, foi lapso meu, de que peço desculpa: confirmo o facto, registado em 30/3/2017 (**). Honras-nos, desde então, com a tua presença. E a tua colaboração será sempre bem vinda. Queremos que sejas um membro ativo. Precisamos das tuas fotos, das tuas histórias e dos teus comentários. Até à data tinhas apenas uma referência no nosso blogue. Tens uma "responsabilidade acrescida": és o único representante, aqui, no blogue da Tabanca Grande, da tua companhia, a CCAÇ 2584. (***=

Um alfabravo para ti. LG
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(...) Chamo-me António Francisco Limpo Salvada, tenho 69 anos e estive na Guiné entre Maio de 69 e Fevereiro de 71, fazendo parte da Companhia de Caçadores 2584 do Batalhão de Caçadores 2884. Estivemos durante toda a comissão no Chão Manjaco. A minha companhia estacionou em Có, sendo a sede do Batalhão em Teixeira Pinto. Fui Furriel Miliciano Atirador de Infantaria.

Como concerteza quase todos, não me canso de seguir toda a malta que lá andou e as suas aventuras.
Estou reformado, e durante mais de 30 anos fui bancário de profissão. (...)


terça-feira, 10 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18509: In Memoriam (313): Armando Teixeira da Silva (1944-2018), ex-Soldado Atirador da CCAÇ 1498/BCAÇ 1876 (Có, Jolmete, Bula, Binar e Ponate, 1966/67), falecido no passado dia 4 de Abril. Natural de Oliveira de Azeméis, vivia em Santa Maria da Feira. Era (e é) nosso grã-tabanqueiro nº 636


O Armando Teixeira da Silva em Ponate

I N  M E M O R I A M



ARMANDO TEIXEIRA DA SILVA (1944-2018)


CCAÇ 1498, Os Vagabundos (1966/67) > Divisa: "Chorou-vos toda a terra que pisastes"


1. De acordo com a notícia publicada no Fórum dos Veteranos da Guerra do Ultramar, faleceu no passado dia 4 de Abril o camarada, e nosso amigo Grã-Tabanqueiro, Armando Teixeira da Silva, ex-Soldado Atirador da CCAÇ 1498 / BCAÇ 1876, que esteve em Có, Jolmete, Bula, Binar e Ponate, 1966/67, e que em 2013 se apresentou à tertúlia (*)


A notícia também correu no Facebook da Tabanca Grande, dada pela nossa amiga Maria do Carmo Vidigueira, em 5 do corrente, mas não associámos de imediato o nome ao nosso grã-tabanqueiro Armando Teixeira da Silva, nº 636:


"Recebi a notícia de um amigo e colega do meu marido que esteve no Ultramar, que faleceu o Armando Teixeira, de Santa Maria da Feira. Paz à sua alma".

Segundo notícia necrológica da Funerária Santos da Feira Lda, o nosso camarada Armando Teixeira da Silva (6 de maio de 1944 - 4  de abril de 2018) tinha 73 anos, deixa viúva, 1 filho e 1 filha:

(i) era natural de Oliveira de Azeméis;
(ii) morava em Santa Maria da Feira;
(iii) estava casado com Maria Dulce dos Santos Teixeira

 À família deste amigo e camarada, que agora nos deixou, a tertúlia deste Blogue apresenta as mais sentidas condolências. O seu nome passa a figurar na lista dos nossos bravos que da lei da morte já se foram libertando.(**)

2. Em jeito de homenagem ao nosso saudoso camarada Armando Teixeira da Silva, aqui vai um excerto do texto que escreveu o ex-alf mil at inf José [Jorge de] Melo, seu comandante de pelotão (***):

(...) O Armando Teixeira teve e tem o mérito de há dez anos dedicar uma parte da sua vida a descobrir o paradeiro de cada um dos militares do nosso pelotão, com o intuito de promover um almoço anual e que este ano [, 2015,] vai ter a décima repetição.Nesses convívios, tendo eles conhecimento das minha aptidão para a escrita, recebi vários pedidos para que escrevesse as aventuras vividas na Guiné Bissau. Eu porém fui adiando o início desse trabalho e agora venho propor-me a ir escrevendo no seu blog algumas das peripécias por que passámos, se tanto me for permitido." (...)
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Notas do editor:


segunda-feira, 5 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17432: Tabanca Grande (438): Ernesto Marques, leiriense de Ancião, vive no Cartaxo, foi Soldado TRMS Inf, CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833 (Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73)... Novo grã-tabanqueiro n.º 745

Foto n.º 1

Foto n.º 2

Foto n.º 3

Foto n.º 4

Foto n.º 5

Foto n.º 6

Foto n.º 7

Fotos: © ErnestoMarques (2017). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do novo membro da Tabanca Grande, nº 745, Ernesto Marques

Data: 29/05/2017
Assunto: Inscrição no Blogue como membro da Tabanca Grande


Agradeço a inscrição no blogue, do qual já sou adepto há muito tempo,
Fui Soldado de Transmissões de Infantaria, Ernesto Marques, n.º 01391570, Companhia de Caçadores 3306, Batalhão de Caçadores 3833. Estive na Guiné, Jolmete, entre Dezembro de 1970 e Dezembro de 1972

Junto envio igualmente, para efeitos de contacto, o nº de telemóvel.

Grato pela atenção,

Abraço,
Ernesto Marques


2. Nota do editor:

Ernesto: és naturalmente benvido à Tabanca Grande. Passas a figura na lista alfabética dos grã-tabanqueiros, que consta  na coluna do lado esquerdo da página de rosto do nosso blogue. Por ordem de entrada, és o n.º 745. É o teu lugar à sombra do nosso poilão, mágico, fraterno, protector.

Além das fotos que mandaste, ainda fomos repescar mais algumas na tua página do Facebook. Vimos que passaste a maior parte do teu tempo em Jolmete de que tens uma bela foto da tabanca e do quartel com uma secção das valas e o espaldão do morteiro 81 (tens que confirmar).

Da tua companhia CCAÇ 3306/BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73), temos na Tabanca Grande o ex-fur mil  Augusto Silva Santos de que, por certo, estás lembrado, e que vive em Almada, sendo aliás teu amigo no Facebook. Vejo que a vossa companhia se reúne todos os anos,

Sabemos ainda que trabalhaste como chefe de pessoal na empresa Ford Lusitana, SA, que vives no Cartaxo, mas és natural de Ancião, Leiria.

Desejamos-te boa continuação da tua reforma. E, não te esqueças, manda-nos pelo menos uma pequena história do teu tempo na Guiné. Já sabes, uma vez que és nosso leitor de longa data, quais são as nossas regras de convívio e o que precisas de fazer para comentar os postes que publicamos todos os dias. (As regras constam da coluna do lado esquerdo.).

Obrigado pelo teu número de telemóvel, que naturalmente não divulgamos, mas fica disponível para os editores e demais camaradas que te queiram contactar. Se quiseres que a gente te dê em público os parabéns pelo teu aniversário natalício, tens que nos dizer a tua data de nascimento.

Um alfabravo dos editores.
_________________

Nota do editor:

Último poste da série > 18 de maio de  2017 > Guiné 61/74 - P17370: Tabanca Grande (437): Luís Branquinho Crespo, ex-alf mil, CART 2413 (Xitole e Saltinho, 1968/70)... Passa a sentar-se à sombra do nosso polião, no lugar nº 744. É advogado em Leiria e autor do livro "Guiné: Um rio de memórias" (Leiria, Textiverso, 2017)

quinta-feira, 30 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17189: Tabanca Grande (430): António Salvada, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2584/BCAÇ 2884, Có, 1969/71, nosso 739.º amigo tertuliano

1. Mensagem do nosso camarada e novo amigo tertuliano António Salvada, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2584/BCAÇ 2884, , 1969/71, com data de 20 de Março de 2017:

Caros amigos,

Há bastante tempo que pensei tornar-me também mais um da "nossa" Tabanca.

Como não sou grande especialista nesta área, tenho vindo a adiar a minha entrada.

Estou agora, finalmente a tentar fazê-lo. Se alguma coisa não chegar ok, agradeço que ajudem. 

Chamo-me António Francisco Limpo Salvada, tenho 69 anos e estive na Guiné entre Maio de 69 e Fev71, fazendo parte da Companhia de Caçadores 2584 do Batalhão de Caçadores 2884.

Estivemos durante toda a comissão no Chão Manjaco. A minha companhia estacionou em Có, sendo a sede do Batalhão em Teixeira Pinto.

Fui Furriel Miliciano Atirador de Infantaria.

Como concerteza quase todos, não me canso de seguir toda a malta que lá andou e as suas aventuras. 
Estou reformado, e durante mais de 30 anos fui bancário de profissão.

Um abraço a todos 
A. Salvada

João Landim - António Salvada, Bernardo e Silva



António Salvada na actualidade

************

2. Comentário do editor

Caro António Salvada, bem-vindo à Tabanca Grande, a este espaço de partilha e discussão destinado essencialmente aos combatentes da Guiné.

Aqui se depositam as nossas memórias escritas e fotográficas, aqui se documenta a história da guerra naquele pequeno território africano.

Une-nos as horas amargas longe da família e dos amigos, as precárias condições em que lutámos e o clima pouco propício a quem, de um clima temperado como o nosso, de repente enfrentava um calor e uma humidade no mínimo desconfortável. Com o nosso suor fizemos lama, muitos deixaram a sua vida e outros voltaram estropiados ou doentes até ao fim dos dias.

Se quiseres e puderes, contribui com a tua parte para este espólio histórico, a que muitos estudiosos recorrem quando precisam de informação sobre a guerra travada em solo africano.

Hoje, e desde há muito, respeitamos o direito inalienável daqueles povos à sua independência, sentimo-los como irmãos e continuámos sentimentalmente ligados aos locais por onde passámos. Não haverá ninguém que não recorde a(s) sua(s) lavadeira(s), um ou outro menino que cirandava pelos aquartelamentos, sempre prestável, a troco de alguma comida e amizade.

Memórias das horas boas e más, fotografias, papéis daquele tempo, tudo pode e deve ser aqui publicado.

Antes de terminar, não posso esquecer de te deixar um abraço em nome da tertúlia e dos editores deste Blogue, que te acolhem simbolicamente. Como diria o Luís, escolhe um bom lugar na base deste poilão e que os bons irãos te acompanhem.

CV
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Nota do editor

Último poste da série de 2 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17100: Tabanca Grande (429): Francisco Feijão, ex-alf mil, PA - Polícia Aérea, BA 12, Bissalanca, 1973/74... Novo grã-tabanqueiro n.º 737

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16572: Notas de leitura (887): “Paz e Guerra, Memórias da Guiné", pelo Coronel António Melo de Carvalho, edição de autor, 2015 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 16 de Setembro de 2015:

Queridos amigos,

Logo pelo título se percebe para onde pendem os maiores afetos do autor: para a obra deixada em Bissum Naga, veem-se aquelas imagens e sente-se que houve um formidável espírito de corpo a refazer no quartel e a tornar a vida das populações daquela porção do Chão Manjaco muito mais digna.
Relato pessoal e coletivo, dá-se voz a um apreciável grupo de intervenientes na discreta saga em que estiveram envolvidos, patrulhando, reconstruindo e formando. Dir-me-ão que estamos a falar de pequenos trabalhos, não terá havido ali obra militar de tomo. Mas concordo com o que sobre eles escreveu o então Tenente-Coronel Polidoro Monteiro, falando do extraordinário relevo da sua ação junto das populações a quem foi dado muito apoio e assistência. Foi uma unidade de escol e é bom lembrarmos aqui o que de tão bom aconteceu em Bissum Naga.

Um abraço do
Mário


Paz e guerra, memórias da Guiné, por António Melo de Carvalho

Beja Santos

O Coronel António Melo de Carvalho foi Comandante da CCAÇ 2465, tendo cumprido a sua comissão entre 1969 e 1970, primeiro na proteção dos trabalhos de reconstrução e asfaltagem da estrada Bula-Có-Pelundo e depois, no destacamento de Bissum (Naga), cabendo-lhe nesta porção do Chão Manjaco enfrentar a guerrilha, recuperar elementos da população, tendo reconstruído e reordenado a tabanca de Bissum.
Em “Paz e Guerra, Memórias da Guiné", edição de autor, 2015, Melo de Carvalho conta como foi. [É nosso grã-tabanqueiro, nº 688, desde 26/5/2015].

Os trabalhos no troço de Có para Pelundo não eram um petisco. Um elemento da Companhia faz a descrição:  ´

“Os soldados dormiam em abrigos semienterrados. Uma lona servia de teto a esses abrigos. Os habituais colchões de espuma deram lugar, desde o primeiro dia, a colchões pneumáticos. A mala de cada soldado estava arrumada no chão junto ao dito colchão pneumático. A maioria delas, porém também brindou os soldados com uma surpresa. De mala só tinha a parte visível. O fundo tinha desaparecido. No projeto da instalação improvisada do pessoal não se contou com a voracidade das formigas da Guiné”.

Melo de Carvalho vive em meados de Abril uma experiência trágica. Andava na companhia do Alferes [Manuel Maria] Pires da CCAÇ 2312 a verificar a estrutura de segurança à capinação e obras da estrada quando, no corta mato, rebentou ali bem perto dele uma engenho explosivo:  

“Meio cambaleante, levantei-me, movimentei as pernas para me certificar de que ainda lá estavam. E então lembrei-me que não vinha só. Olho para trás à procura do Alferes Pires. Apesar da visão ainda meio turva, o quadro que se me deparava deixou-me atordoado. Na cratera da mina jazia uma figura de contornos imprecisos, imóvel e silenciosa, enrodilhada em poeira cinzenta. Era o Alferes Pires. Um dos pés tinha desaparecido. O que restava da perna, a seguir ao joelho, era uma banana meia descascada. A brancura da tíbia e perónio furava entre as massas musculares, toscamente arregaçadas em escuras tiras. Quase cobriam o joelho. Não se distinguiam olhos, nariz ou boca”.

O Alferes Pires cicia agonizante. Foi evacuado para Lisboa dois dias depois do rebentamento, aí expirou, a causa da morte teria sido uma pneumonia dupla. [Manuel Maria Pires, natural de Mirandela, é dado como morto em combnate em 18/4/1969]

Melo de Carvalho deriva por muitas memórias da sua preparação militar, procura interpretar o contexto político da guerra colonial e retoma à vida da CCAÇ 2465, aos meses de Có-Pelundo e depois apresenta-nos Bissum Naga, a Companhia estava integrada no setor do BCAÇ 2861, com sede em Bissorã.

“Em termos operacionais era como se fosse uma ilha, pois não tinha quaisquer ligações terrestres, quer com o comando do BCAÇ 286, quer com quaisquer outras unidades, devido ao domínio que o INE tinha sobre as áreas circundantes. O reabastecimento mensal era feito por lanchas dos fuzileiros, através do rio Cacheu". 

Enumeram-se patrulhamentos, operações, flagelações, estas muito mal sucedidas para as gentes de guerrilha: 

“De realçar que nunca aconteceu qualquer baixa na Companhia durante as flagelações ao aquartelamento. Não será de estranhar porque nunca conseguiram meter qualquer granada de morteiro dentro do perímetro do quartel. Aliás, foi esta a única arma utilizada em todas as flagelações”.

E depois ficamos a compreender como era o quartel de Bissum, um quadrado com cerca de 100 metros de lado, em que todas as instalações tinham cerca de dois terços de altura abaixo da quota da parada. Seguem-se diferentes depoimentos de intervenientes nas patrulhas, batidas e operações.

É tocante o episódio da evacuação de um militar altamente perturbado, o Mário, e depois o hoje General Nico descreve as peripécias de ter viajado num Dornier com um transviado da cabeça, sentindo-se ameaçado atirou o avião para cima e para baixo até chegar a Bissalanca para reduzir a fúria do Mário que porventura já estava esquizofrénico e que virá a ter um fim trágico.

Para além dos tiros, a relação desta Companhia com a população de Bissum Naga foi extraordinária, lê-se e veem-se as imagens, foi obra, a formação escolar da população, os apoios de toda a ordem, desde o apoio médico até ajudar um vitelo a nascer. Estão ali os dados fundamentais de uma vida quotidiana: a alimentação, a horta, o pão a saber a chouriço, a alfaiataria, as benfeitorias no quartel, o heliporto, a formação dos milícias do Pelotão de Milícias 284, tudo descrito com elevo discreto, até se chegar aos louvores e aos convívios. Aqui fica mais a história de uma Companhia que combateu e fomentou a paz e que ainda hoje tem orgulho em ter contribuído para construir um Bissum melhor.


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Nota do editor

Último poste da série de 6 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16566: Notas de leitura (886): Um"cheirinho" do livro do Paulo Salgado, "Guiné: crónicas de guerra e de amor", a ser lançado 5ª feira, dia 20, na A25A, em Lisboa