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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5396: Os Nossos Médicos (10): Mário Bravo (CCAÇ 6, Bedanda, 1971/72), hoje ortopedista no Porto


Foto: © Amaro Samúdio (2006). Direitos reservados






Guiné > Região de Tombalo > Guileje > CCAÇ 3477 - Os Gringos de Guileje (1971/72) > O Alf Médico Mário Bravo em Guileje. Créditos fotográficos: Amaro Munhoz Samúdio (a primeira imagem); Mário Bravo (as restantes).

Mário Bravo, hoje médico ortopedista que vive e trabalha no Porto (em Fevereiro de 2008, data do nosso último contacto, trabalhava no Hospital da Ordem da Lapa), foi Alf Mil Médico da CCAÇ 6 (Bedanda, 1971/72) , ao tempo comandada pelo Cap Ayala Botto (hoje Cor Ref). É membro do nosso blogue.

Ia regularmente a Guileje prestar serviço. As duas primeiras fotos acima são do ex-1º Cabo Enfermeiro da CCAÇ 3477 (1971/77), Amaro Munhoz Samúdio (o da esquerda, na foto de grupo, do médico com os enfermeiros). O Samúdio é também membro da nossa Tabanca Grande

Esta CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972) eram Os Gringos de Guileje (açorianos), que antecederam a última, a CCAV 8350, os Piratas de Guileje (Dez 1972/ Mai 973).




Em Bedanda, o Mário esteve com o Fur Mil Enf Dias, natural de Viana do Castelo (Foto acima, o da direita, de pé; o médico é o da esquerda, de pé). A equipa de saúde era também uma excelente equipa de futebol.


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 (1971/72) > O Alf Mil Médico Mário Bravo


Foto: © Mário Bravo (2007). Direitos reservados

Escreveu-nos ele:

(...) "Habitualmente estava em Bedanda e ia de modo regular fazer serviço a Guileje, Gadamael Porto e Cacine. Passei esporadicamente por Catió e fui uma só vez a Cufar (...).


"Depois de sair do sul da Guiné, fui para Teixeira Pinto onde permaneci até ao fim da comissão [e onde conheeceu o nosso camarada António Graça de Abreu]. Também estive algum tempo em Bissau, no Hospital Militar, onde me ensinaram a arrancar dentes. Com esta especialização, lá foi este teu amigo dar cabo dos dentes ao pessoal ( salvo seja). Na zona de Teixeira Pinto, fui algumas vezes a Bachile, Cacheu, Carenque e Batucar. Digo-te estes nomes, pois assim poderás publicar no teu blogue e há-de haver tipos que se lembrem de me escrever"! (...).

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Nota de L.G.:

Vd. último poste da série > 17 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5285: Os nossos médicos (9): Preocupações com a saúde do Dr. Rogério Leitão, CCAÇ 557, 1963/65 (J. M. Ferreira / J. Augusto Rocha)

Vd. os restantes postes:

15 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3899: Os nossos médicos (1): Alf Mil Médico José Alberto Machado (Nova Lamego)


2 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4891: Os nossos médicos (2): Tierno Bagulho e Pio de Abreu (Canchungo, 1971/73) (Luís Graça / António Graça de Abreu)

6 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4910: Os Nossos Médicos (3): Os especialistas eram poucos, e não gostavam de ir para... o mato (Armandino Alves, CCAÇ 1589, 1966/68)

8 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4918: Os nossos médicos (4): Um grande amigo, o Dr. Fernando Enriques de Lemos (Mário Fitas, ex-Fur Mil, CCAÇ 763, Cufar, 1965/66)

8 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4920: Os nossos médicos (5): Um grande homem, militar, clínico e matosinhense que me marcou, o Dr. Azevedo Franco (José Teixeira)

8 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4923: Os nossos médicos (6): Homenagem ao Alf Mil Med Barata (Binta) e ao HM 241 (Bissau) (JERO, ex-Fur Mil Enf, CCAÇ 675, 1964/66)

23 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5143: Os nossos médicos (7): Prof Doutor José Madeira da Silva, otorrino, em busca dos ex-camaradas de Bula e Pelundo, 1973/74

13 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5264: Os nossos médicos (8): O Dr. Rogério da Silva Leitão, aveirense, cardiologista, CÇAÇ 557, Cachil, Como, 1963/65 (José Colaço)

Sobre o Mário Bravo, vd. também postes de:


21 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2566: Em busca de ... (21): Malta de Bedanda, do futebol e dos serviços de saúde (Mário Bravo, Alf Mil Médico, CCAÇ 6, 1971/72)

23 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1457: Tertúlia: Apresenta-se o Alf Mil Médico Mário Bravo, CCAÇ 6, Bedanda (1971/72)

27 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1466: Mário Bravo, médico de Guileje (Amaro Munhoz Samúdio)

28 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1467: Bem vindo a Guileje, Doutor (Mário Bravo)

12 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1517: Tertúlia: Com o António Graça de Abreu em Teixeira Pinto (Mário Bravo

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5387: Parabéns a você (47): Herlânder Simões, ex-Fur Mil At (Nova Sintra, Nhacra e Guileje, 1972/74) (Editores)

»»»»»»» F E L I Z ****A N I V E R S Á R I O «««««««


1. Completa hoje mais um aniversário, o nosso Camarada Herlander Simões, ex-Fur Mil (MAI72 a JAN74), foi destinado à CCAÇ 16 sem chegar a ser colocado, seguindo para a CART 2771 os "Duros" de Nova Sintra e, posteriormente, para os "Gringos" de Guileje (CCAÇ 3477 - 1971/73), que inicialmente se encontrava sedeada em Nhacra.




2. O Herlander foi apresentado à nossa Tabanca Grande, em 10 de Maio de 2007, no poste P1747, assim:


Caro camarada Luís Graça:


Tomei conhecimento do teu Blogue, durante uma das minhas buscas na Net, procurando notícias dos meus antigos camaradas de armas.

Sou o ex-Furriel Miliciano Herlander Simões e estive na Guiné entre Maio de 72 e Janeiro de 74.

Fui com destino à CCAÇ 16 onde nunca cheguei a ser colocado. Fui primeiro para os Duros de Nova Sintra e depois para os Gringos de Guileje [CCAÇ 3477], entretanto já sediados em Nhacra.

Espero, através deste nosso sítio, conseguir algumas notícias dos meus antigos camaradas, colocando-me desde já totalmente disponível para dar o meu modesto contributo a esta nobre causa.

Vou tentar enviar algumas fotos tiradas com os Gringos nas proximidades de Nhacra. Um abraço! Herlander Simões

Guiné > Região de Bissau > Nhacra > CCAÇ 3477 (1971/73)
O Fur Mil Herlander Simões
Em patrulha nas imediações de Nhacra.


3. Independentemente dos comentários que os nossos Camaradas colocarão no local reservado aos mesmos, quero em nome do Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote, Magalhães Ribeiro e demais Camaradas da Grande Tabanca, desejar-te o seguinte:



Os nossos maiores desejos neste teu aniversário, é que junto da tua querida família sejas muito feliz e que esta data se repita por muitos, bons e férteis anos, plenos de saúde, felicidade e alegria.

Que por muitos mais e boas décadas, este "aquartelamento" de Camaradas & Amigos te possa enviar mensagens idênticas, às que hoje lerás no cantinho reservado aos comentários.

Estes são os nossos sinceros e melhores desejos destes teus Amigos e Camaradas.

Com um grande abraço fraterno,

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Nota de M.R.:



Vd. primeiro poste sobre o aniversariante de hoje em:

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4333: Convívios (128): 3º Encontro da CAÇ 3477 “Os Gringos do Guileje”, dia 6 de Junho, em Mirandela (Amaro Samúdio)



Caro Vinhal,
Que tudo esteja bem contigo e com os teus são os meus desejos.
A C.CAÇ 3477 vai encontrar-se no dia 06 de Junho em Mirandela.
Peço a publicação do programa anexo.
Um Abraço,
A. Samúdio
3º Encontro dos Gringos do “Guileje” CCAÇ 3477
Mirandela, 6 de Junho 2009
Programa
13.00h – Recepção aos participantes no Centro Cultural Municipal de Mirandela pelo Ex. Senhor Presidente da Câmara Municipal, Dr. José Silvano, apresentação do filme da cidade, seguido de Porto de Honra.
13,30h – Descerrar a Placa da passagem dos “GRINGOS DO GUILÉJE” por Mirandela e colocação de uma coroa de flores no Monumento aos Ex. Combatentes do Ultramar.
14,00h – Almoço convívio no Restaurante Flor de Sal, com música ao vivo.
16,00h – Visita á cidade de Mirandela em Comboio Turístico
17,30h – Merenda da despedida, local a combinar
Nota: 32.00 € por pessoa
Onde Dormir:
Hotel D. Dinis tel: 278 260 100 fax: 278 260 101, mailto:hdd@hoteis-arco.com
Hotel Mira Tua tel: 278 200 140 fax: 278 200 143, mailto:geral@hotelmiratua.com
Residencial Globo tel: 278 248 210 fax: 278 248 871
Residencial Jorge V Tel: 278 265 024 fax: 278 265 025
Quinta Entre Rios – ( Agro – Turismo ) tel: 278 263 160 fax: 278 263 160, quintaentrerios@yahoo.com ou quintaentrerios@sapo.pt
Nota: confirmação até 29 de Maio
Amândio Pires - 932 657 050
Um Abraço
Amândio Pires
(Amaro Samúdio)
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Nota de MR:
Vd. último poste da série em:

domingo, 7 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3580: Brasões, guiões ou crachás (5): BCAÇ 2893, CART 730 e 23339, CCAÇ 726, 1426, 2406, 2636, 2701 e 3477 (José Martins)

BATALHÃO DE CAÇADORES N.º 2893

BCAÇ 2893 - Guiné 1969/71 - Divisa: Sempre Excelentes e Valorosos

Mobilizado no Batalhão de Caçadores n.º 10

Embarque em 15Nov69
Desembarque em 20Nov69

Regresso em 25Set71

Divisa – Sempre Excelentes e Valorosos

Foi comandar o Sector L3 (Nova Lamego) em 29Nov69, abrangendo os subsectores de Pirada, Nova Lamego, Cabuca, Canjadude e Madina Mandinga. A 20Jun70 foi reduzido do subsector de Pirada e em 01Fev71 recebeu o subsector de Mereué. Durante a actuação das forças sob o seu comando, foram detectadas e levanradas95 minas, e apreendido um morteiro, um lança granadas foguete e 4.000cartuchos de armas ligeiras. Recolheriam em 05Set71 a Bissau para embarque.

Tem como subunidades orgânicas as CCaç 2617, CCaç 2618 e CCaç 2619.
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COMPANHIA DE ARTILHARIA N.º 730

CART 730 - Guiné 1964/66 - Divisa: Valorosos Audazes Corajosos

Mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1 - Lisboa

Embarque em 08Out64
Desembarque em 14Out64

Regresso em 14Ago66

Divisa – Valorosos Audazes Corajosos

Realizou o treino operacional em Bironque entre 31Out64 e 23Nov64 e actuou nas regiões do More e Tiligi, de 14Dez64 a 04Jun65, em reforço da guarnição local. Em 07Jun65 assume a responsabilidade do subsector de Jumbembem, destacando um pelotão para Camjambari, integrado na zona de acção do seu batalhão. A 20Jul66 foi deslocada temporariamente para Farim, seguindo para Bissau em 06Ago66, para aguardar embarque.

É subunidade orgânica do BArt 733
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COMPANHIA DE ARTILHARIA N.º 2339

CART 2339 - Guiné 1968/69 - Divisa: Os Viriatos

Mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira nº 3 - Évora

Embarque em 14Jan68
Desembarque em 21Jan68

Regresso em 09Dez69

Divisa – Os Viriatos

Segue em 25Jan68 para o Xime para a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional e assumir a função de intervenção e reserva, instalando-se em Fá Mandinga a partir de 15Fev68. Iniciou a construção do aquartelamento de Mansambo em 21Abr68, para onde se transferiu e assumindo a responsabilidade do subsector, então criado. Orientou o reordenamento de Afiá e Candamã e destacou dois pelotões para estas áreas. Por períodos curtos e variáveis reforçou as guarnições de Geba, Xime e Bambadinca. Deslocou-se em 21Nov69 para Bissau, para aguardar embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 726

CCAÇ 726 - Guiné 1964/66

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 16 - Évora

Embarque em 06Out64
Desembarque em 14Out64

Regresso em 07Ago66

Divisa –

Depois de curta estada em Bissau efectuou a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional nas regiões de Có-Pelundo e Prabis. A 18Nov64 destacou um pelotão para reforço da guarnição de Madina do Boé. Em 05Dez64 segue para Nova Lamego como subunidade de intervenção e reforço, destacando forças para Buruntuma e Piche. Entre outras operações, tomou parte na emboscada realizada em 30Jan65, na estrada Madina do Boé-Cobige, que causou bastantes baixas ao IN. A 18Fev65 assumiu a responsabilidadedo subsector de Canquelifá. Por períodos curtos e variáveis, destacou forças para reforçar Dunane, Sinchã Jidé, Cantiré e Sinchã Juté. A 22Ago65 segue para Piche, assumindo a responsabilidade do subsector, destacando forças para a Ponde do rio Caium e Dunane. Em 05Ago66 recolhe a Bissau para embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 1426

CCAÇ 1726 - Guiné 1965/67 - Divisa: União - Cooperação - Bravura

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 16 - Évora

Embarque em 18Ago65
Desembarque em 24Ago65

Regresso em 03Mai67

Divisa – União – Cooperação - Bravura

Até Out65 ficou em Bissau, tendo sido deslocada para a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional em Mansoa, tendo, entretanto, realizado uma operação na região de Cubongue em 24Set65. Em 19Out65 assumiu a responsabilidade do subsector de Bafatá, com destacamentos em Catacunda e Camamudo. Em 23Out65 é criado o subsector de Geba, que é atribuído a esta subunidade, transferindo a sua sede para esta localidade em 07Jan66, deslocando um pelotão para Banjara em 27Nov65. É destacada para Fá Mandinga como unidade de reserva em 20Abr67, seguindo para Bissau a 01Mai67, para aguardar embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2406

CCAÇ 2406 - Guiné 1968/70 - Divisa: Sacrifícios não Contamos

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 2 - Abrantes

Embarque em 24Jul68
Desembarque em 30Jul68

Regresso em 28Mai70

Divisa – Sacrifícios não Contamos

Em 30Jun68 segue para o Olossato para treino operacional e intervenção, destacando forças para Banjará e Maqué. Em 20Fev69 seguiu para o Saltinho assumindo a responsabilidade so dibsector. Destacou forças para, temporariamente, guarnecerem Xime, Quirafo, Cansamangue e Sibchã Maunde Bucó. Em 07Nov69 passou para o sector L5, mantendo as suas forças no Saltinho com forças em Cansamangue e Cansongo. A 10Mai70 segue para Bissau para efectuar o regresso.

É subunidade orgânica do BCaç 2852.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2636

CCAÇ 2636 - Guiné 1969/71 - Divisa: Armas Não Deixarão Enquanto a Vida os Não Deixar

Mobilizado no Batalhão Independente de Infantaria nº 18 – Ponta Delgada

Embarque em 20Out69
Desembarque em 28Out69

Regresso em 06Set71

Divisa – Armas não deixarão enquanto a vida os não deixar

Colocada em Có em 04Nov69 para treino operacional e reforço do Sector O7 (Pelundo) e protecção aos trabalhos da estrada Có-Pelundo. Em 29Abr70 destacou dois pelotões para operações na região de Dulombi. A 06Mar70, foi colocada em Bafatá como força de intervenção e reserva, destacando dois pelotões para Ualicunda, desde 07Mar74 a Sare Uale desde 17Mar70.Actuou em operações nas regiões de Cuor, Dulombi, Mansomine e Cancolim. A 02 e 04Jul70 destacou dois pelotões para reforço do COT 1 na zona Leste, instalando-se em Paúncaaté 23Set70. Assumiu a responsabilidade do subsector de Sare Bacar, com destacamentos em Sora e Sare Aliu Sene. A 27Ago71 segue para Bissau para aguardar embarque.

É companhia independente.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2701

CCAÇ 2701 - Guiné 1970/72 - Divisa: Excelentes e Valorosos

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 2 - Abrantes

Embarque em 24Abr70
Desembarque em 01Mai70

Regresso em 23Mar72

Divisa – Excelentes e Valorosos

Segue em 04Mai70 para o Saltinho, assumindo a responsabilidade do subsector em 10Mai70, com um pelotão em Cassamange até Jun71 e em Cansonco até Jan72 A partir de 09Nov71 destacou um pelotão para Cansamba no subsector de Galomaro. Em 11Mar72 segue para Bissau para efectuar o embarque de regresso.

É uma subunidade orgânica do BCaç 2912.
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COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 3477

CCAÇ 3477 - Guiné 1971/73 - Divisa: Gringo Não Perdoa

Mobilizado no Batalhão Independente de Infantaria nº 18 – Ponta Delgada

Embarque em 25Set71
Desembarque em 30Set71

Regresso em 13,15 e 17Dez73

Divisa – Gringo não perdoa

Realiza a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional entre 02 3 30Out71, no Centro Militar de Instrução situado no Cumeré, seguindo em 21Nov71 para Guilege, onde a 18Dez71 assume a responsabilidade do subsector, tendo como missão efectuar acções de contra penetração naquele corredor. A 15Dez72 inicia a deslocação para Nhacra, assumindo a responsabilidade do subsector em 22Dez72, destacando forças para Ensalmá. É integrado no COMBIS – Comando Militar de Bissau – em 19Set72, assumindo o subsector de Brá em 25Set73 até 08Dez73, data em que fica a aguardar embarque.

É companhia independente.
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Notas de CV:

Vd. postes anteriores da série de:

10 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3429: Brasões, guiões ou crachás (1): CCAÇ 2797, Pel Caç Nat 51 e Pel Caç Nat 67, Cufar, 1970/72 (Luís de Sousa)

14 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3453: Brasões, guiões ou crachás (2): CCAV 678, 1964/66 (Manuel Bastos)

22 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3501: Brasões, guiões ou crachás (3): CAOP 1: BCAÇ 2885; CART 2732 e CCAÇ 5 (Jorge Picado/Carlos Vinhal/José Martins)

1 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3551: Brasões, Guiões ou Crachás (4): CCAÇ 728; CCAÇ 2617; CCAÇ 3566; PEL CAÇ NAT 63; CCAV 677 e CCAÇ 2402 (José Martins)

sábado, 6 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3176: Estórias de Guileje (14): O meu (in)subordinado de transmissões (José Carioca, ex-fur ml tms e cripto, CCAÇ 3477, Gringos de Guileje, Guileje , 1971/72)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Simpósio Internacional de Guiledje > 1 de Março de 2008 > Restos do aquartelamento, abandonado pelas NT em 22 de Maio de 1973. Segundo o nosso amigo Pepito (que regressou ontem à sua terra, depois de um merecido período de férias em Portugal), há agora boas condições (políticas, com o novo governo chefiado por Carlos Correia, de 72 anos, engenheiro agr+onomo, formado na antiga RDA, homem tido como sério e rigoroso, um dos históricos do PAIG e próximo de 'Nino' Vieira), para se avançar com o sonho do Museu de Sítio de Guileje, projecto da AD - Acção para o Desenvolvimento, acarinhado pelos antigos combatentes do PAIGC e pela população local, e que tem desde o início o nosso entusiástico apoio. Guileje ainda está sob servidão militar, como todos os demais antigos aquartelamentos das tropas portuguesas no período da guerra colonial. Por Guileje passaram centenas de camaradas nossos, incluindo os Gringos de Guileje, que aqui se evocam nesta estória do Zé Carioca (LG).

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.

1. Mensagem do José António Carioca, um Gringo de Guileje (*), com data de 31 de Julho (*).

Assunto - Contadores de estórias


Olá Luís, boas noites, tudo bem?

Ao navegar pelo blogue fui parar a um artigo de 18 de Janeiro de 2007: Guiné 63/74 P 1443: Contributo para a história da construção do aquartelamento de Guileje (José Barros Rocha, CART 2410, Os Dráculas, 1969/70).

Seguidamente entro no P1431 de 15 de Janeiro de 2007, Guileje: Quem (e quando) construiu os abrigos de cimento armado (Pepito/Nuno Rubim).

Fiquei espantado! É que a foto que aparece de A.S., é enviada pelo irmão Manuel, que está a reproduzir alguns enxertos do post de 26 de Janeiro de 2006 (...) (Quando a terra treme). Então entrei no link do Ninho do Açor On Line, de Manuel Sousa, para ler este artigo (**).

Ora, fiquei pasmado, pois o A. S. esteve comigo em Guileje, pertenceu ao meu grupo, foi para lá por castigo derivado ao seu alegado ‘mau comportamento’. As semelhanças são tantas que não pode ser pura coincidência...

Como ele houve outro, em Guileje, não sei o que terão feito para merecer tal castigo, só que o A. S. em Guileje também teve comportamentos que no mínimo, e à luz dos valores da época, do RDM, da situação de guerra, etc. , poderíamos considerar como 'estranhos', ‘indesejáveis', 'reprováveis'...

Eu sei que no blogue não se fazem juízos de valor sobre o comportamento dos camaradas. Não sou juiz, nem quero julgá-lo. Mas apenas relatar duas estórias, em que ele é o protagonista principal.

A alcunha dele era o Doutor Maluco, porque andou a dizer ao resto do grupo que era doutor. Não se dava com ninguém, olhava as pessoas cabisbaixo, de lado... Recordo-me que uma vez para rapar alguns pêlos mal semeados na cara foi para as instalações dos oficiais. Ao ser repreendido por um dos oficiais, respondeu para este que estava a gozar dos seus plenos direitos....

Se bem me lembro, o A. S. tinha sido 1º Cabo mas, com os recorrentes processos disciplinares, para além de vários dias de prisão, teria sido despromovido.

Outra peripécia que me lembro bem foi: O A. S., como todos os outros militares de transmissões que reportava a mim, teria que fazer serviço no posto de rádio. Então um dia teve que entrar de serviço às 5 horas da manhã. Como não aparecia para cumprir com a sua obrigação, o camarada que deveria sair para ir descansar, aguentou mais trinta minutos porque quis assistir à saída de uma patrulha que ia para o mato.

Como já era normal o nosso Doutor chegar atrasado ao serviço, foi chamá-lo e acompanhou-o até ao posto de rádio, só depois se foi embora. Com isto já seriam umas 5 horas e 45 minutos, mas muito perto das 6 horas a patrulha no mato sofre uma emboscada, o operador de rádio começa a chamar para o quartel para pedir apoio aéreo, no quartel ninguém respondia às chamadas, pois o nosso homem abandonara o posto e fora para a caserna voltar... a deitar-se.

Obviamente que o tiroteio era ouvido no quartel e toda a gente se deslocava para junto das transmissões, todos os elementos do grupo de transmissões (inclusivamente eu) e os criptos estavam com os ouvidos postos nos rádios, fazendo um trabalho em vários equipamentos para o pedido de apoio aéreo e depois o contacto com os pilotos para dar as coordenadas dos nossos militares em apuros...

O próprio Capitão [da CCAÇ 3477] estava nessa patrulha. Felizmente tudo acabou bem. Mas, para minha grande indignação, o meu subordinado nem sequer apareceu no posto de rádio… Escusado será de dizer que, na altura, só me apetecia dar-lhe dois murros bem dados... Enfim, são águas passadas que não moem moinhos. E eu hoje se o visse, só podia dar-lhe um... abraço.

O Sr. Manuel Sousa conta neste artigo [do seu blogue] que o Alferes João Tunes (***) se deslocava todos os meses a Guileje para mudar os códigos de cripto, sinceramente não me lembro no meu tempo de alguém o ter feito, acho que se alguém lá fosse pelo menos duas ou três vezes durante o ano, que lá estivesse a passar uma semana, teria forçosamente que contactar comigo. Mas mais estranho é o facto da descrição que faz sobre a sua chegada a Guileje, passo a descrever:

A chegada ao destino descreve-a assim: “As palmeiras da periferia do quartel de Guileje perfilavam-se na frente da Dornier. À frente delas, distinguia-se o que parecia ser um estado degradado e meio despedaçado com uma bandeira portuguesa comida pelo sol e rota nos cantos içada no meio dos casinhotos”…

Conta ainda que os soldados de ” rostos fechados e olhares distantes” nem pareciam pessoas, mas “ ratos metidos dentro de uma ratoeira, destinados a apanhar porrada” ou “um bando de humanóides sem vontade de viver.”

E mais adiante conclui o João Tunes: “ Os militares de Guileje sentiam-se mais perto de outra vida que da vida vivida. Os que não estavam malucos por lá andavam perto".

Mais à frente no artigo (vd. parte com o título "O troar dos canhões"), escreve o autor do blogue Ninho do Açor:

“Enquanto o meu irmão esteve em Guileje o quartel era atacado com frequência mas normalmente não havia baixas mortais”. Depois mais à frente ainda nos conta: "O ambiente no quartel decorria com uma certa normalidade quando no primeiro trimestre de 1973 o nosso conterrâneo recebe uma guia de marcha para se apresentar no quartel general em Bissau, avizinhava-se o tão ansiado regresso à metrópole" (...).

Olha, Luís, eu entrei no blogue do Ninho do Açor que pertence ao Sr. Manuel Sousa, quis fazer lá um comentário sobre tudo isto que acabo de ler mas não consegui, dava sempre erro. Como não sou nenhum expert em informática e nem consegui descobrir qualquer endereço de email, para o fazer recorri à Tabanca Grande para dizer que apenas tenho conhecimento de um camarada Gringo que de facto ficou com um trauma de guerra…

Estive com ele no almoço dos Gringos do ano passado (****), apenas soube que ele não consegue ver comentários de guerra, que chora. O que diz o narrador sobre o estado do pessoal em Guileje acho exagerado… Só farei qualquer comentário mais aprofundado sobre este assunto se tiver a certeza de que quem escreveu este artigo, o quiser fazer.

Sei que alguns Gringos já faleceram por acidente ou por doença, gostaria de saber se o A. S. ainda é vivo e se está ligado à cultura, como consta no blogue do Ninho do Açor (*****).

Abraços, José Carioca
____

Notas de L.G.:

(*) José Carioca, ex-Fur Mil Trms e Cripto, CCAÇ 3477, Gringos de Guileje, Guileje (1971/72)

Vd. poste de 6 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2815: Tabanca Grande (67): Os Gringos de Guileje: Abílio Delgado, Zé Carioca e Sérgio Sousa (CCAÇ 3477, Nov 1971/ Dez 1972)

(**) O autor do blogue, o Ninho do Açor (que parece estr actualmente inactivo, o último poste remontado a 2006) apresenta-se como professor primário, matemático, astrónomo amador, historiógrafo, folclorista, latinista, especialista de descida de rios em caiaque, etc..; é ainda autor de outros blogues:

No blogue Gente da Minha Terra, há um poste com data de 2 de Outubro de 2004 sobre o A.S., que o Zé Carioca julga ser um seu antigo camarada de transmissões. Aqui vai um extracto:

(...) "No período de 1971-1973 esteve na guerra colonial, na Guiné, onde passou por várias vicissitudes que viriam a marcar o seu futuro carácter. Esteve destacado em Bissau e Teixeira Pinto, tendo conhecido neste último aquartelamento o Coronel paraquedista Rafael Durão (...).

"Os momentos mais penosos da guerra passou-os em Guileje e Gadamael, no sul da província, onde esteve várias vezes debaixo de fogo. De entre as histórias guerreiras que constituem o seu reportório de soldado há uma que considero especialmente caricata: aquela em que uma companhia inteira é posta em debandada por um... enxame de abelhas. Há também aquela em que o nosso herói ia sendo morto por um preto depois de ter ido espreitar as pretas a tomar banho nas bolanhas, mas estas são contas de outro rosário...

"Este nidense é o exemplo mais acabado de alguém que encerra dentro de si um talento artístico insuspeitado. Há muitos anos levou a cabo uma banda desenhada onde relatava as aventuras rocambolescas dum padre e da sua bombástica sobrinha. A historia, desenhada a tinta da china, ocupava cerca de 100 páginas A4 pelo que já poderia ser considerado um trabalho de certo fôlego. Um dia, porém, num acesso de perfeccionismo e de insatisfação artística decidiu queimar tudo (...).

"Com todo este potencial podia ter evoluído para um artista de grandes méritos, mas o seu temperamento volúvel e pouco sociável, aliado aos traumas psicológicos da guerra, não permitiram que o génio artistico se traduzisse em obras de vulto, pelo menos até à data" (...).

(***) Esse texto do nosso camarada João Tunes já foi aqui reproduzido: Vd. poste de 14 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2437: Estórias de Guileje (1): Num teco-teco, com o marado do Tenente Aparício, voando sobre um ninho de cucos (João Tunes)

(****) Vd. poste de 22 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1869: Convívios (19): Os Gringos de Guileje, a açoriana CCAÇ 3477, encontram-se ao fim de 33 anos! (Amaro Samúdio)

(*****) Vd. último poste desta série, Estórias de Guileje> 12 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2934: Estórias de Guileje (13): Com os páras, no corredor da morte: armadilhe-se o moribundo (Hugo Guerra)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Guiné 63/74 - P3102: Memória dos lugares (13): De Guileje a Gadamael, velhos caminhos esquecidos... (Amaro Samúdio / Nuno Rubim)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Estrada Gadamael-Guileje > Cruzamento de Guileje > 15 de Fevereiro de 2008 (e não 1 de Março de 2008, como sugere o Nuno, já que o meu companheiro de viagem ao sul, nesse dia, envergava uma T-shirt castanha) > O Nuno Rubim, que foi para a Guiné-Bissau, um mês antes da realização do Simpósio Internacional de Guileje (1 a 7 de Março de 2008), junto a actuais moradores da tabanca que aqui nasceu, no cruzamento para Guileje (que era, no tempo da guerra, o coração do corredor de Guileje)... Na região e na época de o Nuno Rubim era conhecido (e foi saudado em 2008) como o "capitão fula"...


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Estrada Gadamael-Guileje > Cruzamento de Guileje > 15 de Fevereiro de 2008 > O Nuno Rubim posando junto célebre poilão do Corredor de Guileje, ponto de referência tanto para as NT como para os guerrilheiros do PAIGC... Foi batizado

Fotos : ©
Nuno Rubim (2008). Direitos reservados.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Simpósio Internacional de Guiledje > 1 de Março de 2008 > Visita ao antigo aquartelamento de Guileje, em ambiente festivo e emocionante: na foto, três oficiais portugueses cujas vidas e memórias ainda hoje estão profundamente ligadas a este lugar: o Nuno Rubim, o capitão fula dos primórdios de Guileje (em primeiro plano, à direita); o Abílio Delgado, ex- Cap Mil dos Gringos de Guileje, a CCAÇ 3477 (à esquerda); e o Coutinho e Lima, em segundo plano, major e comandante do COP 5 na altura da retirada do aquartelamento e tabanca, em 22 de Maio de 1993...

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.



Guiné > Pormenor das cartas de Guileje e Iacoca (Gadamael)... A azul, o trilho seguido pelo pessoal da CCAV 8350, na retirada de Guileje, em 22 de Março de 1973; e a vermelho, a estrada Guileje-Cruzamento de Guileje - Gadamael...

Imagem : ©
Nuno Rubim (2008). Direitos reservados.


Região de Tombali > Guileje > Estrada de Gadamael, para norte, cruzamento de Guileje, coluna de Gadamael [CART 2410], transporte do obus 11.4, em 19 de Março de 1969. A(s) foto(s) da polémica...

Fotos: ©
Luis Guerreiro / Nuno Rubim ( (2008). Direitos reservados.


1. Mensagem de 29 de Julho, do Amaro Samudio (*)

Caro Luís:

Era outra a estrada que ligava Gadamael Porto a Guileje. Se a memória não me atraiçoar na estrada que eu conheci de Guileje a Gadamael e o inverso, nomeadamente naquilo que era chamado o cruzamento. Para a esquerda, corredor da morte; para a direita, Bendugo. Estrada lisa e clareiras não existiam até ao cruzamento, era mata cerrada e buracos para picar. É certamente de outra "estrada", de que falam.

Um Abraço

2. Resposta de Nuno Rubim, na mesma data:


Deve haver confusão sua, caro camarada Amaro Samúdio. A nossa carta militar esclarece perfeitamente a questão (estrada a vermelho, vd. mapa acima ).

Houve outra "ligação" que marquei na carta: o trilho da retirada da CCav 8350 e da população de Guileje no fatídico dia 22 de Maio de 1973 (a azul, trajecto aproximado, porque há uma versão de que, na última parte do deslocamento, viaturas de Gadamael foram ajudar, o que só poderia ter sido pela estrada, daí a linha tracejada ).

Um abraço

Nuno Rubim

3. Resposta do A. Samúdio para o Nuno Rubim, com data de 29 de Julho:


Caro Camarada Nuno Rubim

Não deixo passar em claro a chamada de atenção do nosso amigo Luís relativamente a um 1º cabo enfermeiro (*). Hoje era certamente major enfermeiro mas a tropa marca-nos como nas ganadarias marcam cavalos e...

Quem melhor poderá conhecer todos os pormenores daquela zona, e não só, do que o Nuno Rubim? Para mim, ninguém.

Eu andei muitas vezes e posso, se a paciência não me interromper, dizer exactamente quantas. Por onde saiu a CCAÇ 8350 foi pelo trilho ao fundo da pista de aterragem das DO.

Admito perfeitamente erros de memória mas a estrada onde fazíamos as colunas Gadamael /Guilele/Gadamael era mato cerrado e com muitas covas e não estrada lisa como eu vi. Engano meu. Possívelmente.

Um Abraço
A. Samúdio
Soldado depois da despromoção



4. Resposta do Nuno Rubim, de 30 de Julho:

Caro Camarada:

De facto fui duas vezes a Gadamael em coluna, mas muitos pormenores do trajecto de então já se perderam... Os anos não perdoam ...

Mas. repare que este assunto decorreu da foto enviada pelo nosso camarada Luis Guerreiro que afirma taxativamente que foi tirada já perto do cruzamento
e até fornece a data precisa. Não tenho motivos para pôr em causa esta
asserção dele.

A CCav 8850 saiu realmente pela pista de aviação.

Hoje, no cruzamento, existe uma grande tabanca e o pessoal recebeu-nos de braços abertos, quer a população, quer ex-milícias que combateram connosco, quer antigos guerrilheiros ... Foi realmente impressionante ! (**)

Até à próxima ...
Um abraço
Nuno Rubim


___________

Notas de L.G.:

(*) Eu tinha dito ao Nuno que o Samúdio era 1º Cabo Enfermeiro dos Gringos de Guileje... Não era ? Eu sempre o tratei como tal, no nosso blogue... Se me enganei, se o (des)promovi, peço desculpa...

A nossa base de dados está sempre a incorporar novos inputs... e os editores a levar, de vez em quando, no toutiço... Embora neste blogue cultivemos o rigor factual, tambném não damos excessiva importância a postos e patentes... Hoje, paisanos, somos todos iguais, somos pares, tratamo-nos por tu e por camaradas... Para mim (e para o Nuno Rubim), o mais importante foi o Samúdio ter tido a proeza de, ao fim de 33 anos, conseguir reunir os Gringos de Guileje... Se não fosse só por isso, eu promovi-o a general de cinco estrelas!

O Amaro Munhoz Samúdio, que vive em Matosinhos (e que ue já tive o grato prazer de conhecer pessoalmente na Casa Teresa, num dos célebres almoços de 4ª feira, da tertúlia de Matosinhos), chegou à nossa Tabanca Grande em Outubro de 2006, pela mão nosso querido amigo e camarada de Guigões, Matosinhos, o Albano Costa (que esteve em Guidaje, na fronteira norte). Para ambos vai daqui um grande Alfa Bravo (abraço).

Vd. postes de e sobre o Samúdio:

28 de Junho de 2007 >
Guiné 63/74 - P1894: Louvores e punições (2): CCAÇ 3477, Os Gringos de Guileje (Amaro Samúdio)

22 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1869: Convívios (19): Os Gringos de Guileje, a açoriana CCAÇ 3477, encontram-se ao fim de 33 anos! (Amaro Samúdio)

27 de Janeiro de 2007 >
Guiné 63/74 - P1466: Mário Bravo, médico de Guileje (Amaro Munhoz Samúdio)

3 de Dezembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1334: Guileje: espectacular foto aérea de 1972 (Amaro Munhoz Samúdio, CCAÇ 3477)

18 de Novembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1293: Guileje: do chimpanzé-bébé aos abrigos à prova do 122 mm (Amaro Munhoz Samúdio, CCAÇ 3477)

10 de Outubro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1162: Guileje: CCAÇ 3477, os Gringos Açorianos (Amaro Munhoz Samúdio)

22 de Junho de 2007 >
Guiné 63/74 - P1869: Convívios (19): Os Gringos de Guileje, a açoriana CCAÇ 3477, encontram-se ao fim de 33 anos! (Amaro Samúdio).

11 de Junho de 2006 >
Guiné 63/74 - P864: Unidades aquarteladas em Guileje até 1973 (Nuno Rubim / Pepito)

11 de Maio de 2007 >
Guiné 63/74 - P1750: Com os Gringos de Guileje... em Nhacra (Herlander Simões)

6 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2815: Tabanca Grande (67): Os Gringos de Guileje: Abílio Delgado, Zé Carioca e Sérgio Sousa (CCAÇ 3477, Nov 1971/ Dez 1972)

(**) Vd. postes de:

16 de Março de 2008 >
Guiné 63/74 - P2650: Uma semana involvidável na pátria de Cabral: 29/2 a 7/3/2008 (Luís Graça) (6): No coração do mítico corredor de Guiledje

17 de Março de 2008 >
Guine 63/74 - P2655: Uma semana inolvidável na pátria de Cabral: 29/2 a 7/3/2008 (Luís Graça) (7): No corredor de Guiledje, com o Dauda Cassamá (I)

domingo, 11 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2834: Ser solidário (9): Sementes para a população de Cabedu, Cantanhez, Região de Tombali (Zé Carioca)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Sector de Bedanda > Cabedu > Simpósio Internacional de Guileje > 1 de Março de 2008 > O Zé Carioca, um dos Gringos de Guileje, também esteve aqui, emocionado e solidário, na inauguração da rede de distribuição de água potável à população.

Fotos: © José António Carioca (2008). Direitos reservados.

1. Mensagem do José António Carioca José Carioca, ex-Fur Mil Trms e Cripto, CCAÇ 3477, Gringos de Guileje, Guileje (1971/72) (1), com data de 8 de Maio:

Caro Luís

Li aqui no blogue o que o José Teixeira escreveu sobre a inauguração daquele chafariz que foi inaugurado num povoado perto de Cabedu (2). Também eu estive nessa inauguração, como podes ver na foto que anexo e em que estou a festejar com essa gente.

Quando a Mulher Grande da população, depois dos discursos, fez o pedido das sementes, que era de alfaces e tomates, eu fiquei extremamente sensibilizado, vieram-me as lágrimas aos olhos e disse ao Pepito:
- Eu ofereço as sementes para esta gente.

O Pepito logo na altura fez questão de me apresentar à população presente e os informar de que eu ia fazer essa oferta. Presentemente já tenho sementes para enviar e o Pepito disse-me para não enviar, porque a altura de semear é depois das chuvas. Então quando ele cá vier, vou-lhas entregar em mão.

Entretanto também tenho andado a fazer um pedido para a ajuda de comprar sementes mas só quando o Pepito cá estiver é que saberei que tipo de sementes se adaptam ao solo e clima da Guiné.

No projecto de intercâmbio cultural de que te falei, também faz parte um dia em que o meu grupo [de teatro], junto com o de Bissau [, os Fidalgos,] vamos plantar árvores. Já tenho quem me as forneça mas isto de enviar [para a Guiné] não é facil. Mais uma vez vai ser o Pepito quando cá estiver que nos vai dar essa informação sobre o tipo de árvores [de fruto] que lá se dão melhor.

Já agora dirijo-me ao José Teixeira para que nos juntemos para organizar este e outros tipos de ajudas. Se houver uma mobilização e organização concentradas e coordenadas dos nossos esforlos, a coisa tem mais possibilidades de ter êxito e de se fazer outros projectos.

Segue também uma foto que mostra a alegria daquela gente que tão bem nos recebeu.

Um abraço

José Carioca

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Notas de L.G:

(1) Vd. poste de 6 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2815: Tabanca Grande (67): Os Gringos de Guileje: Abílio Delgado, Zé Carioca e Sérgio Sousa (CCAÇ 3477, Nov 1971/ Dez 1972)

(2) Vd. poste de 7 de Maio de 2008 de Guiné 63/74 - P2816: Simpósio de Guileje: Notas Soltas (José Teixeira) (5): Água, fonte de vida para as gentes de Cabedu

terça-feira, 6 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2815: Tabanca Grande (67): Abílio Delgado, Zé Carioca e Sérgio Sousa (Os Gringos de Guileje) (CCAÇ 3477, Nov 1971/ Dez 1972)

Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guiledje (1 a 7 de Março de 2008) > 2 de Março > Intervenção, emocionado, do português Abílio Delgado, que foi comandante da penúltima unidade de quadrícula de Guileje, a CCAÇ 3477 (Nov 1971/Dez 1972), que foi substituída pela CCAV 8350, os Piratas de Guileje (Dez 1972/Mai 1973). Foi, aos 21 anos, o mais jovem capitão, miliciano, do Exército Português. Vive na Ericeira. Passa a integrar a nossa Tabanca Grande.

Vídeo (1' 49''): ©
Luís Graça (2008). Direitos reservados. Vídeo alojado em: You Tube >Nhabijoes


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Simpósio Internacional de Guileje > Visita ao sul > 2 de Março de 2008 > Três homens com um ar de felicidade... Ei-los aqui fotografados com um tesouro, a estatueta, em metal, da santa protectora dos Gringos de Guileje, encontrada nas escavações arqueológicas do antigo aquartelamento de Guileje... Da esquerda para a direita os valorosos representantes da penúltima unidade quadrícula de Guileje, a CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972): José Carioca, Abílio Delgado e Sérgio Sousa... O Zé Carioca é actor de teatro (amador ?) e sei que vive em Cascais.


Guiné-Bissau > Bissalanca > Aeroporto Osvaldo Vieira > 29 de Fevereiro de 2008 > O Pepito ficou visivelmente feliz, ao receber de braços abertos, os três Gringos de Guileje, que vieram propositadamente para participar no Simpósio Internacional de Guileje. Em primeiro plano, de costas, o Sérgio Sousa.

Guiné-Bissau >Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guiledje (1 a 7 de Março de 2008) > Sessão inaugural, 3 de Março de 2008 > Em primeiro plano, o José Rocha e os três Gringos.

Fotos e legendas: ©
Luís Graça (2008). Direitos reservados.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Acampamento Osvaldo Vieira > 2 de Março de 2008 > O editor Luís Graça, de joelhos, fotografando um antigo guerrilheiro do PAIGC, dando explicações sobre a organização militar do PAIGC. Foto enviada pelo Zé Carioca.

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Acampamento Osvaldo Vieira > 2 de Março de 2008 > No primeiro plano, ao centro, o Zé Carioca, ladeado à sua direita pela esposa do Pepito, Cristina, e à sua esquerda pela Sra. Ministra dos Combatentes da Liberdade da Pátria... Na foto, vê-se ainda a Maria Alice Carneira, esposa do editor Luís Graçpa, bem como o Prof Luís Moita, de óculos escuros.

Fotos: ©
José António Carioca (2008). Direitos reservados.


1. Mensagem de José António Carioca, com data de 2 de Maio:

Caro Camarada Luís

Nós, os Gringos de Guileje, vamos fazer o nosso almoço no dia 31 de Maio. Eu gostaria que o meu amigo estivesse presente (com a sua esposa, se assim o desejar obviamente). Entretanto, como também tirou imensas fotos, gostaria de saber se tem algumas onde possam estar os representantes dos Gringos e me possas enviar. Eu gostaria de fazer uma apresentação aos meus camaradas no dia do almoço.

Pela foto que lhe envio, já é mais fácil de me identificar porque na foto onde aparece a sua esposa, eu estou ao lado da Sra. Ministra e da esposa do Pepito.

Eu gostaria de poder colaborar também no seu blogue, Luís Graça e Camaradas da Guiné, mas não sei como o fazer por não dominar muito bem a informática.

Tenho algumas notícias que talvez possam interessar, que é mais propriamente um projecto de intercâmbio cultural com a Guiné Bissau. Numa reunião que já houve aqui em Cascais, com o Pepito e o meu grupo [de teatro], estamos neste momento numa fase avançada desse projecto, penssamos que vai ser possível irmos a Bissau em Setembro deste ano.

Fico então à espera duma resposta sua, tanto para a sua comparência no almoço como a possível troca de fotos.

Um abraço,

José Carioca,
ex-Fur Mil Trms e Cripto,
CCAÇ 3477,
Gringos de Guileje
Guileje (1971/72)

2. Comentário de L.G.:

Meu caro Zé Carioca, amigo e camarada:

(i) Fico feliz por me teres contactado e enviado 2 fotos destes dias maravilhosos que passámos juntos no sul da Guiné-Bissau e em Bissau, entre 29 de Fevereiro e 7 de Março de 008;

(ii) Fico encantado por pedires guarida na nossa Tabanca Grande: como te disse na altura, era minha intenção propor e apadrinhar a tua candidatura a membro (activo) do nosso blogue... A ti, ao Abílio Delgado e ao Sérgio Sousa... Podes confirmar que te fiz ou vos fiz a proposta e a promessa. E que tive a anuência dos três.

(iii) Sobre o teu amável convite para participar na festa de convívio dos Gringos, tenho a dizer o seguinte: fico-te grato pela ideia e pela intenção; mas acontece que tenho convite parecido, anterior ao teu, de uma outra unidade; por razões de calendário e compromissos familiares, não posso dizer, desde já, o que vou fazer no dia 31 de Maio; infelizmente, não tenho o dom da ubiquidade; se não for este ano, poderá ser numa próxima; de resto, temos, nós próprios, a malta do nosso blogue, o nosso III Encontro Nacional, em Monte Real, já no dia 17 de Março para o qual tu, o Abílio e o Sérgio, ficam automaticamente convidados.

(iv) Por uma razão ou outra, só hoje, ao ler o teu mail, é que dei conta de que estou em falta contigo e com os teus camaradas Gringos, o Abílio e o Sérgio... O que é prometido é devido... A partir de hoje, podes, com todo o mérito, considerar-te membro da nossa tertúlia. Tu e os teus dois camaradas. Ir a Guileje é como ir a Meca. E ter vivido em Guileje um ano, já é obra. Se fosses general, dava-te logo mais uam estrela...

(v) Infelizmente, não tive tanto tempo quanto desejaria para falarmos, com profundidade, calma e cumplicidade, do teu tempo passado, presente e futuro. Sei que estás ligado ao teatro. É uma expressão de arte de que gosto muito. Fico contente por saber que já tens ideias e projectos concretos no domínio do intercâmbio cultural entre o teu grupo de Cascais e a malta de Bissau (presumo que se trate do Grupo de Teatro Os Fidalgos, que eu também gostaria de poder ajudar).

(vi) Para já, vamos manter-nos em contacto, pelo mail do blogue. Algumas fotos tuas e dos teus camaradas têm vindo a ser publicadas no nosso blogue. Preciso agora de fotas vossas, de Guileje, de 1972. Sejam bem-vindos à nossa Tabanca Grande, tu, o Abílio e o Sérgio. Vamos pôr-vos na lista do nosso correio electrónico.

Um Alfa Bravo. Luís Graça

___________

Nota de L.G.:

(1) Sobre os Gringos de Guileje:

14 de Dezembro de 2005 >
Guiné 63/74 - CCCLXVII: Guileje, terra de fé e de coragem (Luís Graça)

11 de Junho de 2006 >
Guiné 63/74 - P864: Unidades aquarteladas em Guileje até 1973 (Nuno Rubim / Pepito)

28 de Junho de 2007 >
Guiné 63/74 - P1894: Louvores e punições (2): CCAÇ 3477, Os Gringos de Guileje (Amaro Samúdio)

10 de Outubro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1162: Guileje: CCAÇ 3477, os Gringos Açorianos (Amaro Munhoz Samúdio)

18 de Novembro de 2006 >
Guiné 63/74 - P1293: Guileje: do chimpanzé-bébé aos abrigos à prova do 122 mm (Amaro Munhoz Samúdio, CCAÇ 3477)

22 de Junho de 2007 >
Guiné 63/74 - P1869: Convívios (19): Os Gringos de Guileje, a açoriana CCAÇ 3477, encontram-se ao fim de 33 anos! (Amaro Samúdio).

23 de Março de 2008 >
Guiné 63/74 - P2674: Recortes de imprensa (3): José Carlos Marques, do Correio da Manhã, em Gandembel e Guileje, embeded nas NT


(...) " O regresso a Guiledje é um momento sentido por outros três ex-combatentes. Abílio Delgado, Sérgio Sousa e José Carioca cumpriram ali serviço militar entre Setembro de 1971 e Julho de 1973. Com 21 anos, Abílio Delgado, o mais jovem capitão do Exército português, comandava a companhia dos Gringos de Guiledje. 150 homens habituaram-se a viver sob ameaça permanente:

"-O período mais longo que estivemos sem ser bombardeados não passou de 15 dias. Havia sempre morteiros a cair e passávamos a vida escondidos nos abrigos - lembra.

"A companhia teve duas baixas em combate, mas conseguiu aguentar o quartel até ao fim da comissão. Foram a última companhia a consegui-lo. Os militares que os substituíram, os Piratas de Guiledje, comandados por Coutinho e Lima, abandonaram" (...).


sábado, 16 de fevereiro de 2008

Guiné 63/74 - P2544: Campanha 1 Peça para o Museu de Guiledje (1): Gesto de ternura e simbolismo do herói de Gadamael, J.C.Carvalho


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAV 8350, os Piratas de Guileje (1972/73) > Croquis do aquartelamento feito pelo Fur Mil Op Especiais José Casimiro Carvalho. Em cima, o crachá dos Gringos, a CCAÇ 3477 (1971/73). Por lapso, atribuíamos a autoria da foto do crachá ao Gringo Amaro Samúdio (1). O seu a seu dono: o autor é o nosso herói de Gadamael, Pirata de Guileje (2)...

Foto: © José Casimiro Carvalho (2007). Direitos reservados.


1. Eis a primeira resposta ao nosso apelo lançado com a Campanha 1 Peça para o Museu de Guiledje:

Luís:

Ofereço os aerogramas que escolheres, estão na tua posse;
ofereço o crachá (único na minha posse) dos Piratas de Quileje, com a particularidade de ser eu o autor do logo e nome da CCAV 8350;
Ofereço o crachá dos Gringos;
Ofereço o crachá do GA 7;
ofereço o meu apreço e carinho por quem defendeu o seu solo com o seu sangue, misturado com o meu, derramado em Gadamael;
ofereço a minha compreensão;
ofereço mum momento de memória por SATALA COLUBALI E CAMISA CONTÉ, vitimas de mina anti-carro, em Guileje antes do assalto ao aquartelamento.
Vva a Guiné,
viva a Guiné livre!
Ofereço este meu esboço (original) do aquartelamento (em anexo)

José Casimiro Carvalho


2. Resposta do editor do blogue (com conhecimento, em primeira mão, a toda a Tabanca Grande, por email que já seguiu)

Amigo e camarada Carvalho:

É um gesto de grande significado e simbolismo, vindo da parte de um Pirata de Guileje, e que merece ser partilhado com toda a Tabanca Grande, em primeiro mão...

Farei a devida fotocópia dos teus aerogramas, que são uma pequena preciosidade e um ternura...Farei fotocópias porque queremos também ficar, no nosso Arquivo Histórico Militar, e no arquivo da nossa Tabanca Grande, com o teu testemunho, com as tuas impressões de Guileje e de Gadamel... Escolherei os que tiverem mais interesse documental. E devolver-te-ei aqueles aerogramas (e cartas, e são também algumas) em que revelas uma grande ternura cúmplice com o teu velhote... Essa faceta merece ser melhor conhecida dos teus camaradas...

O Pepito e os nossos amigos guineenses vão ficar-te reconhecidos... Um grande Oscar Bravo, em nome de todos nós.

Luís
____________

Notas de L.G.:

(1) Vd. poste de 15 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2541: Guileje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (20): Campanha Uma Peça para o Nosso Museu de Guiledje

(2) Vd. postes de:

18 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1856: Guileje, SPM 2728: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (5): Gadamael, Junho de 1973: 'Now we have peace'

24 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1784: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (4): Queridos pais, é difícil de acreditar, mas Guileje foi abandonada !!!


domingo, 27 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2484: Guileje, 22 de Maio de 1973 (1): Pontos (polémicos) por esclarecer (Amaro Samúdio / Nuno Rubim / Manuel Rebocho)

Guiné > Região de Tombali > Guileje > 1971 > Vista aérea, obtida de DO > Foto do então Cap (hoje Cor) Jorge Parracho, da CCAÇ 3325 (Jan 1971/Dez 1971). Esta unidade foi substituída pela açoriana CCAÇ 3477, Os Gringos de Guileje (Nov 1971 / Dez 1972) (contacto: Amaro Munhoz Samúdio) que, por sua vez, foi rendida pela CCAV 8350, Os Piratas de Guileje(Dez 1972/Mai 1973) (contacto: José Casimiro Carvalho).

Foto: © Jorge Parracho / AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Direitos reservados.


Guiné > Região de Tombali > Catió > Álbum fotográfico de Benito Neves, bancário, reformado, residente em Abrantes, ex-Fur Mil da CCAV 1484 (Nhacra e Catió, 1965/67) > Foto 28: "Cufar, 1966 - Artilharia no quartel de Cufar, Obus 8.8 cm".


Foto e legenda: © Benito Neves (2007). Direitos reservados.

Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 2410 (Junho de 1969 a Março de 1970) > O Alf Mil José Barros Rocha posando sobre a roda de uma peça de artilharia 11,4... Os Dráculas da CART 2410 estiveram em Guileje, de Junho de 1969 a Maio de 1970. Sobre a questão dos calibres 11.4 (peça de artilharia) e 14 (obus), já se aqui publicaram vários postes ( ).

Foto: © José Barros Rocha (2007). Direitos reservados.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3477 (Novembro de 1971/ Dezembro de 1972) - Os Gringos de Guileje > O Munoz Samúdio, que era 1º cabo enfermeiro, junto à peça de artilharia 11.4, do 15º PELART.

Foto: © Amaro Samúdio (2006). Direitos reservados.

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > O Alf Mil Torcato Mendonça junto ao velho obus 10.5, possivelmente de marca Krupp, uma temível arma que vinha da II Guerra Mundial... O obus é, por excelência, uma boca de fogo especializada em tiro curvo, de longo alcance... O seu alcance era, porém, limitado: 10/12 km, no máximo, creio eu, com uma cadência de dois a quatro tiros por minuto, na melhor das hipóteses ... (LG)

Foto: © Torcato Mendonça (2007). Direitos reservados.

1. Mensagem enviada pelo editor do blogue ao Nuno Rubim, ao Casimiro Carvalho e ao Amaro Munhoz Samúdio:

Leiam com atenção esta mensagem... Só sabemos que se chama Paiva, e foi furriel de artilharia no pelotão de artilharia, que estava em Guileje, quando esta unidade foi abandonada por decisão do comandante do COP 5, Major Coutinho e Lima... É um testemunho dramático, de um homem que atravessou a nada o Rio Cacine, já na fuga de Gadamael, e foi salvo por um milícia de que não se lembra o nome...

Vou pedir ao Paiva que nos contacte de novo e nos dê as suas coordenadas, sobretudo para o ajudar a reencontrar os seus camaradas (e a reorganziar as suas memórias, doridas, daquele tempo)... Seria uma pena que este pungente testemunho ficasse escondido sob a forma de comentário a um dos nossos postes ...

Nuno, Casimiro: Vocês sabem qual era o nº do pelotão de artilharia que estava em Guileje, no dia 22 de Maio de 1973 ? Amaro, este camarada, o Paiva, ainda é do teu tempo ? Há contactos com esta malta, os artilheiros ? Digam alguma coisa antes de eu poder publicar este texto (que já saiu, anonimamente, como comentário...)... Acrescentem os vossos comentários... Um abraço. Luís


2. Mensagem do Amaro Samúdio (dos Gringos de Guileje, a CCAÇ 3477, Guileje, 1971/72):

Luís Graça:

Naturalmente que vou fazer esforços no sentido de obter informações exactas, que possam ajudar o Paiva a encontrar os seus camaradas.

Exacto é que em 21 de Novembro de 1971,quando a CCAÇ 3477 chegou a Guileje, a Unidade de Apoio era o 15º PELART [Pelotão de Artilharia].

Não foram, nunca o foi dito, os Gringos [da CCAÇ 3477] a viverem os dramáticos acontecimentos do abandono de Guileje [, em 22 de Maio de 1973].

Tenho em mente que os obuses 14 chegaram a Guileje pouco antes de lá sairmos em 15 de Dezembro de 1972 [, sendo substituídos pelo BCAV 8350]. E aqui fica a grande questão
do abandono que já tenho tentado abordar.

Para parar qualquer ataque mais violento ao quartel, os 11.4 sabiam ... Kandiafara.
Qualquer nova base de ataque tinha que ser descoberta e eram as DO, posteriormente, a sobrevoar, que diziam se as coordenadas estavam a acertar no local.

Como é possível, e o Nuno Rubim tem toda a razão, que os [obuses 14] cumprissem a sua missão. Para onde iam actuar... Crime puro e simples.

Um Abraço


3. Resposta do Nuno Rubim (Cor Art, na reforma, especialista em história da artilharia):

Caro Luís

Será de facto um testemunho muito importante. O Pel Art que lá estava, era, segundo os dados que tenho, o 15º. Estava equipado com três 11.4 cm e por terem acabado na Guiné (e cá também ... ) as munições, foi substituído em 16 de Maio [de 1973], dois dias antes do início do ataque do PAIGC, por dois obuses de 14 cm.

Terão vindo de Bissau 3, mas um terá caído pela borda fora ( será possível ??? ) em Cacine ! ( Documentos que encontrei no Arquivo Histórico-Militar).

Ora esse nosso camarada, o Paiva, poderá dar importantes achegas, nomeadamente como foi feita a regulação do tiro ( só veio um aparelho de pontaria e nenhuma tábua de tiro !!!). [não há palavras ... !!! ]

Tenho também notícia que o Alf Cmdt do Pel foi morto num bombardeamento do PAIGC por esses dias.

Há pois várias questões que eu gostaria de lhe perguntar e que podem resolver alguns dos mistérios ainda em aberto.

Um abraço

Nuno Rubim


4. Comentário do Nuno Rebocho (ex-sargento da CCP 123 / BCP 12, Guiné 1972/74, sargento-mor pára-quedista, na reforma, doutorado em Sociologia pela Universidade de Évora):

Só dois ajustamentos:

(i) As peças que estavam em Guiledje eram de calibre 10.6, e mais nenhum outro. Desloquei-me ao Porto, onde vive o Capitão miliciano (claro) que comandava a companhia que fugiu de Guiledje. Ele próprio da arma de Artilharia, conhecedor do assunto, com quem troco frequentes telefonemas e e-mails, e que não me deixa enganar no calibre das peças. Está-me frequentemente a corrigir.

(ii) O Major Coutinho e Lima, no momento em que ordenou o abandono de Guiledje, já não era comandante do COP 5, pois havia sido substituído no dia anterior. O Comandante era agora o Coronel Pára-Quedista (hoje Major-General) Rafael Ferreira Durão, o mais prestigiado Oficial Pára-Quedista de todos os tempos, por quem tenho elevada consideração e amizade. Coutinho e Lima era, no dia 22 de Maio de 1973, segundo comandante do COP 5, razão pela qual não tinha competência orgânica para dar a ordem que deu.

Por esta razão não se pode considerar que a retirada de Guiledje tenha obedecido a qualquer estratégia, porque a estratégia não era da competência de Coutinho e Lima. Então, a retirada de Guiledje só pode ser apelidada de fuga.

Coutinho e Lima (4) foi demitido de Comandante do COP 5, no dia 21 de Maio de 1973, porque Spínola o encontrou no Bar de Oficiais em Bissau, e não lhe perdoou, naturalmente.

Bom. Ficamos por aqui.

Um grande abraço, amigo Luis Graça

Manuel Rebocho
___________________

Notas dos editores:

(1) Vd. poste de 27 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2483: Estórias de Guileje (3): Devo a vida a um milícia que me salvou no Rio Cacine, quando fugia de Gandembel (ex-Fur Mil Art Paiva)

(2) O nosso especialista em artilharia, o coronel na reforma, Nuno Rubim, diz que o 11.4 é uma peça (de artilharia) e o 14 é que é o obus... Alguns de nós, como eu, fazem confusão sobre os calibres: havia, na Guiné, vãrios calibres de peça de artilharia. Vd. os seguintes postes:

18 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1443: Contributo para a história da construção do aquartelamento de Guileje (José Barros Rocha, CART 2410, Os Dráculas, 1969/70)

15 de Janeiro de 2007 >Guiné 6/74 - P1434: Artilharia em Guileje: a peça 11.4 e o obus 14 (Nuno Rubim)

6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola

8 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1159: Álbum fotográfico (Hugo Moura Ferreira) (2): Bedanda, ontem (CCAÇ 6, 1970) e hoje

6 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1155: Álbum fotográfico (Hugo Moura Ferreira) (1): Bedanda, CCAÇ 6, 1970: O Obus 14 contra o foguete Katiusha

(3) Vd. postes de:

27 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2137: Antologia (62): Guileje, 22 de Maio de 1973: Coutinho e Lima, herói ou traidor ? (Eduardo Dâmaso / Luís Graça)

5 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2083: Em busca de... (10): Coutinho e Lima, o comandante do COP5 que decidiu abandonar Guileje e foi acusado de deserção (Beja Santos)

(4) Vd. curriculum vitae do Cor , na reforma, Coutinho e Lima, um dos oradores do Simpósio Internacional de Guiledje (1 a 7 de Março de 2008):

(...) Ingressou na Escola do Exército a 15 de Outubro de 1953:- Promoção a Alferes a 10 de Setembro de 1957; Passagem à situação de reforma em 1982, como Coronel.- Comissões nas antigas Províncias Ultramarinas: 3, todas por imposição, na Guiné:
1ª – Capitão, Comandante da Companhia de Artilharia nº 494. A CART 494 ocupou as seguintes posições: Ganjola (de Setembro a Dezembro de 1963); Gadamael Porto – (de 17 de Setembro de 1963 a Maio de 1965);
2ª - Capitão, Adjunto de Repartição de Operações de Comando - Chefe das Forças Armadas da Guiné, em Bissau (de 24 de Julho de 1968 a 23 de Julho de 1970);
3ª – Major, em Bolama (de Setembro de 1972 a Janeiro de 1973); em Guiledje, Comandante do COP 5, de 21 de Janeiro de 1973 até 22 de Maio de 1973 (Data da retirada de Guiledje).

Prisão preventiva em Bissau, de 22 de Maio de 1973 até 12 de Maio de 1974. Auto de corpo de delito, por despacho do Sr. General António de Spínola, de 22 de Maio de 1973, com a seguinte justificação:

- Ordenou a retirada das forças sob o seu comando do quartel de Guiledje para Gadamael, sem que para tal estivesse autorizado;
- Mandou destruir edifícios e inutilizar obras de defesa do referido quartel, bem como material de guerra e munições;
- Não cumpriu a missão que lhe foi atribuída.

O processo foi concluído em 10 de Abril de 1974, no Tribunal Militar Territorial da Guiné e transferido em 2 de Maio de 1974 para o 1º Tribunal Militar de Lisboa, onde se processaria o julgamento. A pena prevista para os crimes supostamente cometidos era de 6 meses a 4 anos de presídio militar. O processo foi amnistiado pelo Decreto-Lei nº 194/74 da Junta de Salvação Nacional e, por decisão unânime dos Juízes do mesmo, foi ARQUIVADO (...).