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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12139: A minha CCAÇ 12 (29): 1 morto e 6 feridos graves em duas minas A/C, no reordenamento de Nhabijões, Bambadinca, em 13/1/1971, aos 20 meses de comissão (Luís Graça)



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca >  CCS / BART 2917 (1970/72) > Janeiro de 1971 > Cemitério de viaturas de Bambadinca... O estado em que ficou o "buirrinho", o Unimog 411, conduzido pelo sold cond auto, da CCAÇ 12, Manuel da Costa  Soares, que teve morte imediata, aoaccionar uma mina A/C, à saúda de Nhabijões,  aglomerado populacional, em fase de reordenamento, e que era de maioria balanta, com parentes no "mato", sendo considerado sob "duplo controlo"... A sua proximidade ao Rio Geba e à grande bolanha de Sambasilate davam-lhe um valor estratégico...

Foto:  © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. (Editada e legendada por L.G.)













Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Nhabijões > CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) > Um grande aglomerado populacional, de maioria balanta, com parentes no "mato", e que era considerada sob "duplo controlo"... A dispersão das diversas tabancas (1 mandinga e 4 balantas: Cau, Bulobate, Dedinca e Imbumbe), sua proximidade ao Rio Geba, fazendo ponto de cambança para a margem direita (Mato Cão, Cuor...) e as duas grandes bolanhas (um delas a de Samba Silate, uma enorme tabanca destruída e abandonada no início da guerra), foram motivos invocados para começar a construir, a partir de novembro de 1969, um dos maiores reordenamentos da Guiné no tempo de Spínola. A aposta era também a conquista da população, fugida no mato e sob controlo do PAIGG, vivendo ao longo da margem direita do Rio Corubal (desde a Ponta do Inglês até Mina/Fiofioli)

Fotos: © José Carlos Lopes (2013). Todos os direitos reservados. (Editadas e legendadas por L.G.)




Guiné > Zona leste < Setor L1 > Carta de Bambadinca (1955) > Escala 1/50 mil > Posição relativa  dop agloemrado populacionalde Nhabijoes, a oeste de Bambadinca

Infografia: Blogue Luís Graça & camaradas da Guiné (2013)

1. Em homenagem (póstuma) ao sold cond auto Manuel da Costa Soares, da CCAÇ 12, morto; em homenagem ao Luis R. Moreira (da CCS/BART 2917), ao Joaquim Fernandes, ao António Fernando Marques, felizmente todos vivos e membros da nossa Tabanca Grande; ao Ussumane Baldé, ao Tenen Baldé, ao Sherifo Baldé, ao Sajuma Baldé (todos da CCAÇ 12, soldados do recrutamento local, provavelvelmente já falecidos); e ainda ao soldado cond da CCS/BART 2917, Ribeiro Silva... todos eles gravemente feridos em duas minas anticarro que explodiram no dia 13 de Janeiro de 1970, à saída de Nhabijões (um dos reordenamentos que era a menina dos olhos de Spínola).

Eu também nunca mais esquecerei aquela data e aquele topónimo, Nhabijões. Nunca mais esquecerei a correria louca que fiz com um Unimog 404, carregado de feridos, pela estrada fora, de Nhabijões até Bambadinca, até ao nosso aeródromo aonde nos esperava o helicóptero para uma série de evacuações ipsilon.

Ainda hoje não sei explicar por que fui eu, além do condutor, o único do meu gr comb (, o 4º que estava de piquete,) que fiquei praticamente incólume mas inoperacional: umas contusões na cabeça (por projecção contra a parte inferior do tejadilho da GMC), e na perna direita; a G-3 danificada; tonto e cego de tanta poeira; etc.

Nhabijões era considerado um centro de reabastecimento do IN ou pelo menos da população sob seu controle.  Iam a Bambadinca, mas calmas, fazer compras... As afinidades de etnia e parentesco, além da dispersão das tabancas, situadas junto à  bolanha que confina com a margem esquerda do Rio Geba, tornavam impraticável o controle populacional, pelas autoridades administrativas e milçiatres.

Impunha-se, pois, reagrupar e reordenar os 5 núcleos populacionais, dos quais 4 balantas (Cau, Bulobate, Bedinca e Imbumbe) e 1 mandinga, e ao mesmo tempo criar "polos de atracção" (sic) com vista a quebrar a muralha de hostilidade passiva para com as NT, por parte da população que colaborava com o IN (desde o início da guerra, em 1963).

A partir de nvembro de 1969, um  gr comb da CCAÇ 12 passou a patrulhar quase diariamente as tabancas de Nhabijões cujo projeto de reordenamento estava então em estudo, a cargo da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70).

A CCAÇ 12 participaria diretamente neste projeto de "recuperação psicológica e promoção social" (sic)  da população dos Nhabijões, fornecendo uma equipa de reordenamentos e autodefesa, constituída pelo alf mil op esp António Manuel Carlão, fur mil Joaquim A. M. Fernandes, 1º cabo at Virgilio S. A. Encarnação e sold arv Alfa Baldé que foram tirar o respetivo estágio a Bissau, de 6 a 12 de Outubro de 1969;  e ainda 2 carpinteiros, ps 1º cabos aux enf Fernando Andrade de Sousa [, vive na Trofa], e Carlos Alberto Rentes dos Santos [, vive em Amarante].  E indiretamente,  criando as condições de segurança aos trabalhos.

Numa primeira fase fez-se  a desmatação do terreno, a fabricação de blocos (de adobe) e a construção de cerca de 300 casas de habitação e 1 escola. Durante este período a CCAÇ 12 realizou  várias ações, montando nomeadamente linhas descontínuas de emboscadas entre os 5 núcleos populacionais de Nhabijões, além de constantes patrulhas de reconhecimento e/ou contacto pop.

A partir de janeiro de 1970 seria destacado um pelotão da CCS/BCAÇ 2852 a fim organizar a autodefesa de Nhabijões. Admitia-se a possibilidade do IN tentar sabotar o projeto de reordenamento, lançando acções de represália e intimidação contra a população devido à boa colaboração prestada às NT.

A partir de abril de 1970, o reordenamento em curso passou  a ser guarnecido por 1 gr comb da CCAÇ 12. Na construção de novo destacamento estiveram empenhados o Pel Caç Nat 52 e a CCAÇ 12, a 3 gr comb, durante vários dias.

A segunda fase do reordenamento (colocação de portas e janelas, cobertura de zinco em todas as casas, abertura de furos para obtenção de água, etc.) começou  quando o BART 2917 passou a assumir a responsabilidade do Setor L1 (em 8 de junho de 1970), após terminar a comissão do BCAÇ 2852.

A partir de julho de 1970, a CCAÇ 12 deixou de guarnecer o destacamento de Nhabijões, tendo-se constituído um pelotão permanente da CCS/BART 2917 enquadrado por graduados da CCAÇ 12. Passei lá algumas "boas noites", com os gajos do PAIGC a comer e a beber nas nossas barbas,,, Nunca se atreveram a atacar-nos, à malta do destacamento à noite... mas no dia 13/1/1971 deixaram-nos dois "presentes envenenados", à saída no destacamento, na estrada (de terra batida) para Bambadinca, que ficava a escassos quilómetros... 

A. Continuação da séria A Minha CCAÇ 12, por Luís Graça (*) (**)... Estávamos com cerca de 20 meses de Guiné, e de intensa atividade operacional, desde que na segunda metade do mês de julho de 1969 tínhamos sido colocados em Bambadinca, como subunidade de intervenção ao serviço do comando do BCAÇ 2852 (até maio de 1970) e depois do BART 2917 (a partir de junho de 1970)... Éra previsível que,  a partir de fevereiro/março, começasse - para os quadros especialistas metropolitanos, pouco de mais de meia centena, que formavam a extinta CCAÇ 2590 e anova CCAÇ 12 - a tão desejada rendição individual.




Fonte: Excertos da História da Unidade - CCAÇ 12/CCAÇ 2590 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71), cap II, pp. 44/45.
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 9 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11077: A minha CCAÇ 12 (28): Dezembro de 1970: Flagelação ao pessoal e às máquinas da TECNIL, na nova estrada em construção, Bambadinca-Xime (Luís Graça)

(**) Vd. postes relacionados 

13 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P10936: Efemérides (115): Nhabijões, 13 de Janeiro de 1971, morte na picada (Luís Rodrigues Moreira)


22 de janeiro de 2011> Guiné 63/74 - P7655: A minha CCAÇ 12 (11): Início do reordenamento de Nhabijões, em Novembro de 1969 (Luís Graça)

domingo, 13 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10936: Efemérides (115): Nhabijões, 13 de Janeiro de 1971, morte na picada (Luís Rodrigues Moreira)

1. Mensagem do nosso camarada Luís Rodrigues Moreira (ex-Alf Mil Sapador da CCS/BCAÇ 2917 e BENG 447, Bambadinca e Bissau, 1970/72), com data de hoje, 13 de Janeiro de 2013, lembrando este mesmo dia de 1971, quando o Unimog em que seguia fez accionar uma mina anticarro, provocando a morte do seu condutor e ferimentos graves nos restantes ocupantes.


NHABIJÕES, 13 DE JANEIRO DE 1971

RECORDAR, PORQUE ESTAMOS VIVOS

Passam hoje quarenta e dois anos sobre aquele fatídico dia em que, no destacamento dos Nhabijões bem no centro da Guiné-Bissau e cerca das 11,25 horas, faleceu um jovem pai de seu nome Soares, condutor auto da CCAÇ 12, destacado naquele reordenamento juntamente com outros camaradas da mesma companhia e ainda alguns camaradas sapadores da CCS do BART 2917 e eu Alf. Mil. Sapador do mesmo Batalhão que comandava aquela força há pouco menos de um mês, vítima de uma mina anticarro quando nos conduzia, a mim, ao Furriel Fernandes da CCAÇ 12 e ainda a um jovem africano com menos de 10 anos de idade e não me recordo se mais alguém, à sede do Batalhão em Bambadinca onde eu iria almoçar e presumo que o mesmo iria fazer o Fernandes, regressando depois o Soares com o Unimog 411 que lhe estava distribuído e o almoço para os restantes camaradas que aguardavam no destacamento.

Não tenho nenhuma memória dos factos que se sucederam exceto daqueles que me contaram os camaradas que nos socorreram e, saiba-se lá porquê, das últimas palavras que o Soares proferiu: vamos fazer gincana, meu alferes.

E explico a razão das suas palavras. A estrada por onde circulávamos era de terra batida como a maioria das estradas da Guiné naquele tempo. No lado esquerdo da estrada e no sentido em que seguíamos, portanto em contramão para nós, havia um enorme buraco, em diâmetro, não muito fundo mas que todas as viaturas que por ali passavam evitavam até porque a maioria delas passava carregada de bidões de água que iam buscar à Ponte do Rio Udunduma, a alguns quilómetros de distância, e não convinha partir alguma peça da viatura ou perder alguma da água com os solavancos. Ao dizer estas palavras o Soares desviou a viatura do trajeto normal para descer e subir aquele obstáculo.

Foram as suas últimas palavras já que dentro do buraco estava dissimulada uma mina anticarro que rebentou sob o rodado do lado do condutor, deixando o Unimog 411 reduzido a um monte de escombros como se pode ver na foto que foi publicada neste Blogue.


Guiné &gt; Zona Leste &gt; Sector L1 &gt; Bambadinca &gt; 1971 &gt; CCS/BART 2917 (1970/72) &gt; Cemitério de viaturas militares &gt; Em primeiro plano, pode ver-se o estado em que ficou o burrinho, o Unimog 411, depois de accionar uma mina anticarro à saída do reordenamento de Nhabijões, em 13 de Janeiro de 1971, por volta das 11h25. Duas horas depois, era accionada outra mina A/C por uma GMC (parecida com a que está visível ao fundo, na imagem, mas com um maior grau de destruição). (Legenda: Luís Graça)

Foto: © Humberto Reis (2006). Direitos reservados


Eu seguia ao lado do condutor Soares no local onde, na foto, está um dos pneus da viatura e os restantes ocupantes nos bancos da caixa da viatura. A partir desse instante não tenho memória dos factos até ao momento em que, no dia seguinte, fui abordado pelo General Spínola no SO do Hospital Militar 241 em Bissau onde estava internado.

Mas antes de ser evacuado para o hospital e ainda em Bambadinca soube que os camaradas que nos tinham ido socorrer tinham sofrido novo acidente com o rebentamento de uma segunda mina anticarro quase no mesmo local, que fez vários feridos ficando o hoje meu grande amigo Fernando Marques em estado muito grave. Vi-o alguns dias depois numa maca num corredor do hospital e dirigi-me a ele, mas um enfermeiro acabou por me dizer que não estava em estado de me ver ou ouvir sequer e que iria ser evacuado nesse dia para o hospital militar em Lisboa. Não mais soube dele durante décadas até ao momento em que ouvi chamar pelo meu nome em frente à Basílica da Estrela no dia em que os Deficientes Militares organizaram uma manifestação daí até à Assembleia da República para defesa dos seus direitos.


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Destacamento e reordenamento de Nhabijões > Finais de 1970 > O Alf Mil Moreira, sapador, pertencente à CCS / BART 2917, destacado no reordenamento de Nhabijões, aqui fotografado junto a uma velha GMG . Evacuado para o HM 241, em Bissau, por ferimentos graves em 13 de Janeiro de 1971, passaria depois aos serviços auxiliares e terminaria o resto da comisão - os 15 a 16 meses que lhe faltavam! - no BENG (Batalhão de Engenharia) 447. (Legenda: Luís Graça)

Foto: © Luís Moreira (2006). Direitos reservados

Aí estava ele são e salvo e com o seu ar jovial de sempre acompanhado pelo Gabriel Gonçalves que foi quem me reconheceu e chamou. É indescritível a sensação e a alegria que tive naquele momento ao vê-lo ali e ao saber que foi um lutador incansável ao longo de vários anos para recuperar a sua vida normal.

Telefonou-me hoje a recordar esta data que a minha memória teima em olvidar. Obrigado caro Fernando. Hoje infelizmente não deu para almoçarmos juntos mas fica a promessa de no próximo ano o fazermos, talvez juntando ao grupo dois dos sobreviventes destes dois acidentes, o Luís Graça e o Fernandes.


Oeiras > Livraria-Galeria Municipal Verney / Colecção Neves e Sousa > 19 de Janeiro de 2010 > 4.º Encontro do 2.º Ciclo de Colóquios-debates Fim do Império - Olhares Civis > Os dois antigos camaradas da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71), caídos numa mina anti-carro, em 13 de Janeiro de 1971, à saída do destacamento e reordenamento de Nhabijões, Sector L1 (Bambadinca), zona leste... (Legenda: Luís Graça)

Foto: © JERO (2010). Direitos reservados

Os factos aqui descritos estão muito melhor documentados e retratados pelo autor do Blogue Luís Graça &amp;amp; Camaradas da Guiné no poste P5717* de 28 de Janeiro de 2010 em que homenageia o Fernando Marques.

Hoje apenas tive a intenção de os recordar e mais uma vez fortalecer os laços de amizade e camaradagem que me unem a estes camaradas de infortúnio bem como a muitos outros que combateram numa guerra em que não queriam estar e que hoje se revêm em múltiplos encontros que se desenrolam ao longo do ano por este País fora.

Um grande Bem Haja a todos vós por fazerem parte do meu círculo de CAMARIGOS.
Luís Moreira
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 28 DE JANEIRO DE 2010 > Guiné 63/74 - P5717: Blogpoesia (64): À uma e meia da tarde... Em homenagem ao António Marques, que sobreviveu, dois anos depois, à explosão de um vulcão (Luís Graça)

Vd. último poste da série de 25 DE DEZEMBRO DE 2012 > Guiné 63/74 - P10864: Efemérides (114): 22 de dezembro de 1971, partida para o CTIG do BART 3873, no N/M Niassa (António Bonito)

domingo, 9 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10777: Álbum fotográfico de Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12 (Bambadinca, 196971) e de Luís R. Moreira, ex-alf mil, sapador, CCS/BART 2917, e BENG 447 (Bambadinca e Bissau, 1970/72): A famosa autogrua Galion...



Foto nº 1 



Foto nº 1 - A




Foto nº 1 - B


Foto nº 2 



Foto nº 2 - A

Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Estrada Xime-Bambadinca > 23 de novembro de 1969 > A famosa autogrua Galion (*), desembarcada no Xime, em LDG,  e fornecida pela Engenharia Militar para operar no porto fluvial de Bambadinca... Atascada, no final da época das chuvas... junto à bolanha de Samba Silate, antes de Nhabijões, dois topónimos de má memória para muitos de nós que andámos por aquelas paragens...

Na primeira foto, em segundo plano (foto nº 1), aparece o Tony Levezinho, sem a camisa do camuflado, de óculos de sol, de mezinho ao peito... Ainda na mesma foto (nº 1-A, pormenor), vê-se um capitão em cima da Galion (o Humberto diz que o Figueiras, da CCS). E ao fundo, uma nesga da famosa estrada (!) Xime-Bambadinca (Mais tarde, será construída uma nova, alcatroada)... E no foto nº 1-B (pormenor), surge de costas, um major, de boina camuflada (!), que eu não consigo identificar (seria o 2º comandante do BENG 447, que trouxe a "encomenda" ?... Será que veio mesmo em coluna auto por aquelas bandas mal afamadas?... De qualquer modo, sabemos que o 2º comandante do BENG 447 esteve em Bambadinca por essa ocasião).

Na  foto nº 2 , temos em grande plano uma das rodas da Galion atascada,,, E,  em segundo plano, aparece o Humberto Reis, de cigarro na boca, óculos de sol, lenço ao pescoço, impecavelmente fardado, como mandava... a puta da sapatilha!. (Foto nº 2-A, pormenor; os outros militares, não os consigo identificar, não eram gente da CCAÇ 12, que montava a segurança à coluna).

A Galion veio para substituir as pequenas autogruas de marca Fuchs (segundo oportuno comentário do nosso camarada Vasco Ferreira (*), e que eu creio que eram duas, pintadas de azul),   existentes até então no cais de Bambadinca , por ocasião do início do ambicioso projecto de reordenamento de Nhabijões, um dos maiores da Guiné naquele tempo (cerca de 300 casas).

Fotos: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados.




Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCS/BART 2917 (1970/72) > Cais de Bambadinca, 1970... A autogrua Galion a (des)carregar vacas...Fotos do álbum do Luís FR. Moreira, ex-alf mil sapador da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), que viria a ser gravado ferido em mina A/C em 13/1/1971, à saída do reordenamento de Nahbijões. É um dos nossos grã-tabanqueiros mais antigos.
Fotos: © Lusi R. Moreira (2005). Todos os direitos reservados.


1. A propósito destas duas fotos do Luis R. Moreira, escreveu o Humberto Reis, em 20 de setembro de 2005, na I Série do nosso blogue:

(...) A Galion a carregar vacas no cais fez-me lembrar o episódio dela no percurso do Xime para Bambadinca. A Galion veio numa LDG [ Lancha de Desembarque Grande] desde Bissau até ao Xime. E daí para Bambadinca ia pelos seus próprios meios. Passou bem pelo destacamento da Ponte do Rio Undunduma, mas quando chegou a meio da bolanha a estrada não aguentou o peso e cedeu. Resultado, a Galion desequilibrou-se e ficou meio enterrada na bolanha.

Julgo que isto se passou em 23 de Novembro de 69 (, na véspera do aniversário do Tony) Tenho este episódio documentado mas, como era hábito naquele tempo, está em diapositivo e não em fotografia. (...)

(...) Lembro-me que foi dos primeiros episódios a que assistiu o nosso amigo, na altura capitão periquito da CCS [do BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70], o Figueiras, (co-organizador do habitual almoço anual que este ano que teve lugar na ria Formosa) que alguns conheciam como tenente da carreira de tiro de Tavira. (..:).


E o Tony Levezinho acrescentou o seguinte, no mesmo poste: (...)

(...) Foi todo o dia 24 [ou 23 ?]  de Novembro [de 1969] na tentativa desesperada de desatascar a Galion antes que a noite caísse. Os esforços revelaram-se infrutíferos e assim não tivemos outra alternativa que não a de convidar a mosquitada da bolanha a juntar-se a nós para comemorarmos todos (em silêncio, como a situação de emboscada impunha) o meu 22º aniversário [, a 24].

À falta de Champanhe serviram-se rodadas de Repelente que, a julgar pela sua ineficácia, funcionou como uma iguaria de entrada para os mosquitos, antes que estes chegassem à nossa pele, já depois de perfurarem até aquela capa de borracha que, creio, chamávamos ponche. (...) Recordo este episódio apenas porque se tratou da celebração mais picante que eu alguma vez tinha experimentado ao longo de toda a minha carreira. (...)

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10449: Passatempos de verão (17): Luís R. Moreira, de férias em terras transmontanas de Miranda, com o campeão do jogo da malha Belmiro Vaqueiro

1. Mensagem do nosso camarada Luís Rodrigues Moreira (ex-Alf Mil Sapador da CCS/BCAÇ 2917 e BENG 447, Bambadinca e Bissau, 1970/72), com data de 15 de Setembro de 2012, dando-nos conta das suas férias em Miranda do Douro, onde confraternizou com o outro nosso camarada Belmiro Vaqueiro, ex-Fur Mil da CCAÇ 1426 (1965/67) que esteve no subsector de Bafatá:

Caro Carlos,
Nestas férias estive em Miranda do Douro onde também tem casa o nosso camarigo Belmiro Vaqueiro cuja residência oficial é em Bragança como consta nos arquivos da Tabanca Grande.

Há muitos anos que somos amigos e até foi ele que me deu o contacto do blogue para me inscrever. Não temos podido contar com a sua presença nos nossos encontros anuais devido à interioridade e grande distância das localidades onde habita e os locais onde decorrem os nossos encontros. Mas, este ano, resolvemos tirar umas fotos em Miranda que agora te envio para fazeres o que achares por mais conveniente.

Umas com vistas de Miranda e outras onde aparece o jogar o tradicional “Jogo do Fito” (na minha terra é mais conhecido por “Jogo da Malha”) no qual ele é o campeão indiscutível na zona. Não há no blogue muitas referências a qualquer um de nós sobre a passagem pelo T.O. da Guiné, no meu caso por falta de memórias dessa altura já que o acidente que sofri me afectou nesse campo e só recentemente com a leitura do blogue e o encontro com camaradas do meu tempo em Bambadinca – Luís Graça, Humberto Reis, Fernando Marques, Cabral, Vacas de Carvalho, Gabriel Gonçalves, Benjamim Durães e …. tantos outros, me tem permitido reavivar a memória e recordar alguns momentos desse tempo.

E por aqui me fico.
Recebe um grande abraço do camarigo,
Luís R. Moreira

Um aspecto do Jogo do Fito ou, mais vulgarmente conhecido, Jogo da Malha



Os nossos camarigos Belmiro Vaqueiro e Luís R. Moreira (por esta ordem nas fotos inferiores) em Miranda do Douro

Fotos de Luís R. Moreira
Legendas de Carlos Vinhal
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 24 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10426: Passatempos de verão (16): Viva Portugal (Felismina Costa)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7870: Parabéns a você (222): Luís R. Moreira (ex-Alf Mil Sapador da CCS/BART 2917 e BENG 447 (Tertúlia / Editores)



PARABÉNS A VOCÊ

27 DE FEVEREIRO DE 2011

LUÍS MOREIRA*

Caro camarada Luís Moreira, a Tabanca Grande está contigo nesta data festiva.

Assim, vêm os Editores, em nome de toda a Tertúlia desejar-te um feliz dia de domingo de aniversário junto dos teus familiares e amigos mais próximos.

Que festejes esta data por muitos anos, com muita saúde e boa disposição, tendo sempre por perto aqueles que amas e prezas.

Na hora do brinde não esqueças os teus camaradas e amigos do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, que irão erguer também uma taça pela tua saúde e longevidade.
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Notas de CV:

Luís R. Moreira foi Alf Mil Sapador da CCS/BART 2917 e BENG 447, Guiné, 1970/71.

Postal de Parabéns de autoria do nosso camarada Miguel Pessoa

(*) Vd. poste de 27 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5890: Parabéns a você (83): Luís R. Moreira, ex-Alf Mil Sapador da CCS/BART 2917 e BENG 447, Guiné 1970/71 (Editores)

Vd. último poste da série de 26 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7866: Parabéns a você (221): João Carlos Silva, ex-Cabo Especialista da FAP (Tertúlia / Editores)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7655: A minha CCAÇ 12 (11): Início do reordenamento de Nhabijões, em Novembro de 1969 (Luís Graça)



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Nhabijões > 1970 > Luta balanta, presenciada por militares destacados para protecção do reordenamento (à esquerda, o furriel miliciano Henriques, da CCAÇ 12, de calções, tronco nu e óculos escuros, o autor destas linhas... Ao fundo, a nova tabanca, reordenada...


Foto do arquivo pessoal de Humberto Reis (ex-Fur Mil At Inf, Op Esp,  CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Mapa de 1955 (Escala 1/50000) > Detalhe: o núcleo populacional de Nhabijões (círculo a azul).

Fotos: © Humberto Reis (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

Continuação da série A Minha CCAÇ 12 (*), por Luís Graça 

(11) Novembro de 1969: Início do reordenamento de Nhabijões 

A partir deste mês, 1 Gr Comb da CCAÇ 12 passaria a patrulhar quase diariamente as tabancas de Nhabijões cujo projecto de reordenamento estava então em estudo, a cargo da CCS/BCAÇ 2852.

Nhabijões era considerado um centro de reabastecimento do IN ou pelo menos da população sob seu controle. As afinidades de etnia e parentesco, além da dispersão das tabancas, situadas junto à bolanha que confina com a margem sul do Rio Geba, tornava-se impraticável o controle populacional. Impunha-se, pois, reagrupar e reordenar os 5 núcleos populacionais, dos quais 4 balantas (Cau, Bulobate, Dedinca e Imbumbe) e 1 mandinga, e ao mesmo tempo criar "polos de atracção" com vista a quebrar a muralha de hostilidade passiva para com as NT, por parte da população que colaborava com o IN.

















Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > Nhabijões > 1970 > Uma pausa nos trabalhos do reordenamento de Nhabijões. Foto gentilmente cedida por Luís Moreira, ex-Alf Milf Sapador da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) (**), vítima de mina A/C em 13 de Janeiro de 1971, membro da nossa Tabanca Grande.



Foto: © Luís Moreira (2005) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

A CCAÇ 12 participaria directamente neste projecto de recuperação psicológica e promoção social da população dos Nhabijões, fornecendo uma equipa de reordenamentos e autodefesa (constituída pelo Alf Mil At Inf António Manuel Carlão, Fur Mil At Inf Joaquim Augusto Matos Fernande, 1º Cabo At Inf Virgilio S. A. Encarnação e Sold Arv Alfa Baldé que foram tirar o respectivo estágio a Bissau, de 6 a 12 de Outubro de 1969) e ainda 2 carpinteiros (1º Cabo At Sousa [?] e 1º Cabo Aux Enf Carlos Alberto Rentes dos Santos).E indirectamente criando as condições de segurança aos trabalhos.


Numa primeira fase estava previsto levar a efeito a desmatação do terreno, a fabricação de blocos e a construção de 300 casas de habitação e 1 escola. Durante este período a CCAÇ 12 realizaria várias acções, montando nomeadamente linhas descontínuas de emboscadas entre os núcleos populacionais de Nhabijões, além de constantes patrulhas de reconhecimento e/ou contacto pop.

A partir de Janeiro de 1970 seria destacado um pelotão da CCS/BCAÇ 2852 a fim organizar a autodefesa de Nhabijões. Admitia-se a possibilidade do IN tentar sabotar o projecto de reordenamento, lançando acções de represália e intimidação contra a população devido à colaboração prestada às NT.

A partir de Abril de 1970, o reordenamento em curso passaria a ser guarnecido por 1 Gr Comb da CCAÇ 12. Na construção de novo destacamento estiveram empenhados o Pel Caç Nat 52 e a CCAÇ 12, a 3 Gr Comb, durante vários dias.

A segunda fase do reordenamento (colocação de portas e janelas e cobertura de zinco em todas as casas, abertura de furos para obtenção de água, etc.) começaria quando o BART 2917 passou a assumir a responsabilidade do Sector L1 (em 8 de Junho de 1970).

A partir de Julho, a CCAÇ 12 deixaria de guarnecer o destacamento de Nhabijões, tendo-se constituído um pelotão permanente da CCS/BART 2917 enquadrado por graduados da CCAÇ 12.

No meu diário, escrevi o seguinte, na altura:

 (...) puro etnocídio sociocultural, o que se está aqui a fazer, obrigando os pobres dos balantas e mandingas de Nhabijões a transferir-se da beira rio para uma zona de planalto, sobranceira ao Geba, e a viver em casas desenhadas e construídas por europeus...  [Daí talvez] esta hostilidade passiva que julgo poder ler nos olhos e nas atitudes da população de Nhabijões que alimenta a guerrilha, em homens e mantimentos, provavelmente mais por razões de parentesco do que por simpatia para com o PAIGC: ao avistarem-me, fardado, na sua tabanca – a mim, tuga, representante da tropa ocupante - os mais velhos baixam a cabeça ou viram-me as costas como se sentissem acabrunhados com a minha presença… Quem se sente mal, sou eu, que venho invadir-lhes a sua privacidade e perturbar os seus irãs… 

Está-se agora proceder ao reagrupamento e reordenamento das tabancas de Nhabijões, ditas sob duplo controlo. Mas esse plano (...) obedece mais a razões psicológicas e sociais (aculturação ou assimilação através da construção de raiz de casas de adobe e rachas de cibe, com cobertura de zinco, portas e janelas à portuguesa, e arruamentos feitos a régua e esquadro) e estratégicas (controlo populacional, demarcação de zonas livres a partilharia e a força aérea, corte do cordão umbilical com a guerrilha) do que a um deliberado plano de promoção social dos guineenses, se bem que esteja prevista uma certa cobertura escolar e sanitária das populações reordenadas… Com o recurso a pessoal de educação e de saúde, recrutados entre os próprios militares!!!... Contam-se pelos dedos da mão os civis, brancos, missionários, comerciantes, professores, médicos ou enfermeiros, que existem nesta região, de Bambadinca, parte integrante do concelho de Bafatá… Eu apenas conheço três: dois comerciantes e uma professora (...).

[Vd. também a brochura Os reordenamentos no desenvolvimento sócio-económico das populações. Província da Guiné, Bissau: Comando-Chefe das Forças Armadas da Guine. Quartel General. Repartição AC/AP. s/d, já reproduzida no nosso blogue ] (***)

Fontes consultadas:

História da CCAÇ 12: Guiné 69/71. Bambadinca: CCAÇ 12. Cap. II

Diário de um Tuga, de Luís Graça (arquivo pessoal)

Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, I Série
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Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores desta série > 









(**) Vd. I Série, poste de 24 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCIX: Luís Moreira, de alferes sapador a professor de matemática

(...) Nasci numa vila para os lados de Viseu, mais proprimente em Torredeita, que até vem em alguns mapas e tem uma Escola Superior de Agricultura (Politécnica) (...) 

Em 1969, com 25 anos e o curso de engenharia interrompido, entrei em Mafra para o curso de oficiais para canhão, onde terminei a especialidade em minas e armadilhas (éramos 16 no pelotão), curso que não terminámos sem que 15 de nós fossemos contemplados com 19 dias de detenção e 45 de dispensas cortadas (...). E a punição não foi mais severa porque com 20 dias iríamos todos parar ao contingente geral e não teriam oficiais sapadores para enviarem para os teatros de guerra. Se o pudessem fazer estavam-se a borrifar para a oportunidade de reorientarmos o nosso comportamento.

Já como aspirante miliciano fui para Bragança instruir soldados que iriam para a as ex-colónias. Terminada a instrução fiz uma passagem por Tancos onde, pretensamente, deveria aprender mais alguma coisa sobre minas e armadilhas mas fiquei convencido de que, com o que aprendemos em Mafra, sabíamos mais que os oficiais e sargentos nossos instrutores em Tancos.

Finalmente fui para Viana do Castelo onde me encontrei com todos os ex-camaradas de infortúnio e formámos o BART 2917. 

Em princípios de Maio de 1970 embarcámos naquela que foi a última viagem do velho Carvalho Araújo e desembarcámos em Bissau a 17 do mesmo mês. Ainda me recordo da expressão do Capitão que foi o meu comandante de Companhia e de que não me recordo do nome (...) quando viu um pequeno furo à proa do navio, cerca de um metro acima da linha de àgua, por onde saía um fio de óleo e que o deixou preocupado desconfiando que não chegaria ao destino. Mas chegou e nós também naquela que até foi uma viagem calma.

O resto foi igual ao que já todos sabem. Desembarque, alojamento no Quartel de Adidos em Brá, saída uns dias depois e embarque na LDG que nos levou ao Xime e daí para os outros destinos em coluna.

Em 13 de Janeiro do ano seguinte, 1971, foi o acidente com a mina anticarro de que já se falou e se voltará a falar, precedida, na altura do Natal, por uma visita do "homem do caco" ao reordenamento dos Nhabijões, onde esperou 20 minutos pelo alferes sapador, eu, que tinha ido à lenha com umas bajudas, mas que foi encoberto pelo David Guimarães e restantes ex-camaradas que lhe disseram que tinha ido buscar bidões de água para oas obras que estávamos a fazer. A peta pegou pois quando fui almoçar a Bambadinca ninguém me perguntou por onde andei. (...)


Após o acidente e consequente evacuação para o Hospital de Bissau, fui logo no dia seguinte visitado pelo dito Senhor Comandante que me desejou as rápidas melhoras. Devia estar a fazer falta no reordenamento que, diziam, era a menina dos olhos dele. Mas os médicos trocaram-lhe as voltas pois passaram-me aos serviços auxiliares e, depois de uma breve passagem por Bambadinca. vim fazer mais 15 ou 16 meses de serviço até 7 de Junho de 1972, mas no Batalhão de Engenharia [, BENG 447, foto à esquerda], com direito a ar condicionado e tudo na messe e no bar de oficiais.

Regressei, terminei a minha licenciatura em Matemática (resolvi mudar de curso) e passei a ser mais um dos tão criticados professores do ensino secundário que todos acusam de nada fazer a não ser martirizar as criancinhas (...)

(***) Vd. postes de: 

12 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2100: A Política da Guiné Melhor: os reordenamentos das populações (1) (A. Marques Lopes / António Pimentel)

16 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2108: A Política da Guiné Melhor: os reordenamentos das populações (2) (A. Marques Lopes / António Pimentel)

(...) Notas do nosso co-editor Virgínio Briote:

(i) Segundo a directiva 49, de 16/10/1968, do Comando Chefe das F. A. da Guiné, a Divisão de Organização e Defesa das Populações ficou encarregada do estudo, impulsionamento, coordenação e fiscalização do reordenamento, pelo recenseamento e pelo enquadramento e defesa das populações.

(ii) Segundo o Relatório de Comando, 1971, do Comando-Chefe das F. A. da Guiné, em Dezembro de 1971, estavam registadas 46 tabancas organizadas em auto-defesa. (...)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7386: Convívios (286): Novo Encontro da Tabanca da Linha (2) (Benjamim Durães/Luis R. Moreira/António Marques)


1. O nosso Camarada Luís Rodrigues Cardoso Moreira (ex-Alf Mil Sap da CCS/BART 2917, Bambadinca e BENG - 1970/71), em sintonia com os nossos camaradas Benjamim Durães (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 – Bambadinca - 1970/72), e o António Marques (ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 12 – Bambadinca - 1969/71), enviou-nos a seguinte mensagem em 4 de Dezembro de 2010:

Novo Encontro da Tabanca da Linha

Boa tarde,  Guinéus de Portugal,

Estou a contactar-vos para divulgar mais este encontro de parte da malta que milita na Tabanca Grande, em boa hora fundada pelo Luís Graça, e que reside na zona de Lisboa e arredores.
Para os que não sabem,  já existem várias filiais da Tabanca Grande como sejam a Tabanca de Matosinhos e a Tabanca dos Melros no Grande Porto, a Tabanca do Centro com sede em Monte Real, a Tabanca da Lapónia na dita e esta a Tabanca da Linha com sede em Cascais.
Já fui a um convívio à de Matosinhos e a 2 à do Centro sempre na companhia do António Marques, agora mais conhecido por Fernando, e também já estive em Cascais.
Portanto convido-vos a inscreverem-se neste repasto. Afinal 20 aéreos não custam muito a dar, e sempre se passam algumas horas de sã camaradagem e sempre dá para nos vermos mais vezes já que os almoços das companhias são apenas 1 por ano.
As inscrições podem ser feitas para mim, para o Marques ou para o Zé Dinis.
A todos que têm contactos do pessoal de Bambadinca peço que divulguem pelos camarigos que residam na zona e possam estar interessados neste ou em próximos convívios.
Um abraço,
Luís Moreira
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Nota de M.R.:

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5890: Parabéns a você (83): Luís R. Moreira, ex-Alf Mil Sapador da CCS/BART 2917 e BENG 447, Guiné 1970/71 (Editores)

1. Hoje, 27 de Fevereiro de 2010, faz anos o nosso camarada Luís R. Moreira (ex-Alf Mil Sapador da CCS/BART 2917 e BENG 447, Guiné 1970/71).

A tertúlia da Tabanca Grande vem felicitar o nosso camarada pela feliz data e desejar-lhe muitos anos de vida junto dos seus familiares e amigos.



2. As pesquisas no nosso Blogue estão muito dificultadas pela enorme quantidade de informação já armazenada. Assim, do nosso camarada Luís consegui muito pouco.

Há referência a um poste da I Série e pouco mais*.

Vamos transcrever um pouco do que lá se pode ler:

Mensagem enviada pelo Luís Moreira ao David Guimarães, com data de 11 de Setembro de 2005:

Caro camarada ex-combatente:

Pela mão do Belmiro Vaqueiro, que conheço há muitos anos mas que só há pouco tempo soube que também ele esteve na Guiné nos mesmos locais que percorremos, tive acesso ao site do Luís Graça e a felicidade de rever fotos de locais que muito me dizem e de alguns camaradas do meu Batalhão, no qual te incluis assim como o Padre Poim, o Quaresma, o Cap. Espinha de Almeida, o Alf. Soares e outros a quem a memória já não me ajuda a recordar.

Estive em Bambadinca na CCS [do BART 2917] e sou o ex-alferes sapador Luís Moreira que fui ao ar com uma mina anti-carro no reordenamento dos Nhabijões (espero não estar a errar no nome).

Na sequência desse acidente passei aos serviços auxiliares e fui colocado no Batalhão de Engenharia, em Bissau, até ao fim da minha comissão que terminou já depois de vocês terem regressado e que fez com que eu hoje faça parte do grupo dos DFA [Deficientes das Forças Armadas].

Infelizmente não me recordo do nome da maioria dos camaradas com quem convivi, talvez devido ao traumatismo craneano que sofri na sequência do acidente. No entanto gostaria de recordar e contactar com o maior número de camaradas para tentar reconstituir esse período de quase um ano que passei em Bambadinca.

Tenho algumas fotos que vou retirar da "arca" onde têm estado depositadas todos estes anos, e que depois enviarei. Ainda recordo o nome dos alferes Machado e Guerreiro, da CCS, e tenho bem presente a figura do alferes mecânico, mas já não lhe recordo o nome. Outra figura ímpar que recordo com saudade é a do alferes Vacas de Carvalho, das Daimler, e da sua viola que nos animava os serões.

Fico a aguardar notícias e possíveis contactos.

Um abraço, Luís Moreira.



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Destacamento e reordenamento de Nhabijões > Finais de 1970 > O Alf Mil Sapador Luís Moreira, pertencente à CCS/BART 2917, destacado no reordenamento de Nhabijões. Evacuado para o HM 241, em Bissau, por ferimentos graves em 13 de Janeiro de 1971, passaria depois aos Serviços Auxiliares e terminaria o resto da comisão - os 15 a 16 meses que lhe faltavam! - no BENG 447.
Foto: © Luís Moreira (2006). Direitos reservados


Nesta foto > Cap Art Passos Marques, comandante da CCS/BART 2917 e, à civil, o Alf Mil Sapador Luís Moreira.
Foto: © Gualberto Magno Passos Marques (2009). Direitos reservados

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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 24 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCIX: Luís Moreira, de alferes sapador a professor de matemática

Vd. último poste da série de 26 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5885: Parabéns a você (82): João Carlos Silva, ex-Cabo Especialista da FAP, BA6 (Montijo, 1979/82) (Editores)