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sexta-feira, 26 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19718: In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-75) (cor art ref António Carlos Morais da Silva) - Parte XXII: José Jerónimo Silva Cravidão, cap inf, cmdt CCAÇ 1585 (Nema e Farim, 1966/68) (Arraiolos, 1942 - Bricamal / Farim, Guiné, 1967)... Morreu, heroicamente, em combate, no dia em que fazia 25 anos... Ninguém lhe deu uma condecoração, por mais singela que fosse.





1. Continuação da publicação da série respeitante à biografia (breve) de cada um dos 47 Oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar que morreram em combate no período 1961-1975, na guerra do ultramar ou guerra colonial (em África e na Ásia). (*)

Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva [, foto atual à direita], instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972.

Foi cadete-aluno nº 45/63, do corpo de alunos da Academia Militar. É membro da nossa Tabanca Grande, com o nº 784, desde 7 do corrente.

Sobre o cap inf José Jerónimo da Silva Cravidão, ver os postes já publicados no nosso nosso blogue. (**)


Guiné > Região do Oio > Carta de Farim (1954) > Escala 1/50 mil > Detalhes: zona  de Bricama,  a leste de Farim, onde o cap inf J.J. Silva Cravidão encontrou a morte, em combate, em 4/6/1967., no dia em que fazia 25 anos. A sua morte abalou profundamente o moral do seu pessoal, por quem era muito estimado e respeitado. Nunca foi condecorado.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2019)
________________


(**) Vd. postes de:


10 de junho de  2013 > Guiné 63/74 - P11689: Op Cacau, em 4/6/1967, em que morreu o cap inf José Jerónimo da Silva Cravidão, cmdt da CCAÇ 1585, na região de Bricama (Farim), no dia em que fazia 25 anos

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19640: (De)Caras (126): Capitão de Infantaria Francisco Meireles, cmdt da CCAÇ 508, morto em Ponta Varela, Xime, em 3/6/1965 - Parte III (Jorge Araújo)


Foto 1 > Guiné > Região de Bafatá > Xime Z Ponta Varela > 3 de Junho de 1965 >  CCAÇ 508 (1963 / 65) > Momento da explosão em que vitimou o Cap Francisco Meirelles, o 1.º Cb José Corbacho, o Sold Domingos Cardoso e o Caç Nat Braima Turé, todos da CCAÇ 508 [foto gentilmente cedida pelo Cor Morais da Silva].




Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 

(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue desde março de 2018



A COMPANHIA DE CAÇADORES 508 [CCAÇ 508] - (1963-1965) E A MORTE DO SEU CMDT CAP INF FRANCISCO MEIRELLES EM 3JUN1965 NA PONTA VARELA - A ÚNICA BAIXA EM COMBATE DE UM CAPITÃO NO XIME (PARTE III)

1. INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao publicado nas duas primeiras partes sobre o tema em título – P19597 e P19613 – os actuais conteúdos seguem na linha das estruturas anteriores, com a divisão em três pontos. (*)

No primeiro, recuperaram-se mais algumas imagens da história colectiva da Companhia de Caçadores 508 [CCAÇ 508], com recurso ao álbum de Cândido Paredes, natural de Favaios, Vila Real, actualmente a residir em Ponte de Lima, com quem falámos recentemente ao telefone, dando-lhe conta deste trabalho de investigação.

No segundo, continuaremos a citar o que de mais relevante retirámos das narrativas publicadas no livro elaborado em memória do capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles (1938-1965) pela sua família, cuja morte ocorreu por efeito do rebentamento de uma mina (a que chamamos de "bailarina") accionada em Ponta Varela, Xime, no dia 3 de Junho de 1965, 5.ª feira.

Por último, daremos conta dos resultados obtidos nos contactos tidos com o Departamento de Arquivos da RTP, visando recuperar algumas das imagens recolhidas, naquele fatídico local, e naquela data, pela equipa da TV: Afonso Silva e Luís Miranda, cuja reportagem filmada foi transmitida por aquele canal televisivo em 16 de Setembro desse ano. (Vd. Foto nº 1, acima)


2. SUBSÍDIOS HISTÓRICOS DA COMPANHIA DE CAÇADORES 508 (BISSORÃ, BARRO,  BIGENE,  OLOSSATO, BISSAU, QUINHAMEL, BAMBADINCA, GALOMARO, PONTA DO INGLÊS E XIME, 1963-1965)

2.1. A MOBILIZAÇÃO PARA O CTIG

Mobilizada pelo Regimento de Infantaria 7 [RI 7], de Leiria, a Companhia de Caçadores 508 (CCAÇ 508) embarcou em Lisboa, no Cais da Rocha, em 14 de Julho de 1963, domingo, sob o comando, interino, do Alferes Augusto Cardoso, seguindo viagem a bordo do cargueiro "SOFALA" rumo à Guiné (Bissau), onde chegou a 20 do mesmo mês, sábado. À sua chegada, juntou-se aquele que seria o 1.º Cmdt da CCAÇ 508, o Cap Mil Inf João Henriques de Almeida (n?-2007), tendo sido, também, Cmdt da 4.ª CCAÇ, a qual, em 01Abr1967, passou a designar-se por CCAÇ 6.

Considerando que não existem registos desta Unidade, conforme consta no livro da CECA [Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974), 7.º Volume, Fichas das Unidades], algumas da informações sobre as quais temos trabalhado são de fontes orais, obtidas através de contactos telefónicos com camaradas desta Unidade. Mesmo correndo o risco de ter de corrigir o já publicado, em função desta metodologia, julgo não haver outra forma de o fazer, uma vez que todas elas estão a uma distância de mais de meio século.

Quadro cronológico da presença da CCAÇ 508, no CTIG, por localidades



2.2. SÍNTESE OPERACIONAL

Na historiografia do contingente da CCAÇ 508 estão contabilizadas, durante a sua comissão de dois anos no CTIG (1963-1965), importantes missões em dez locais diferentes, a saber: Bissorã - Barro - Bigene - Olossato - Bissau - Quinhamel - Bambadinca - Galomaro - Ponta do Inglês e Xime, conforme se indica no quadro acima.


Foto 2 > Guiné > Região do Oio >  Bissorã > CCAQÇ 508 (1963/65) > 1964 > Um dezena de militares da CCAÇ 508. [Foto do álbum de Cândido Paredes, com a devida vénia] i


Foto 3 > Guiné > Região do Oio >  Bissorã > CCAQÇ 508 (1963/65) > 1964 > Militares da CCAÇ 508. [Foto do álbum de Cândido Paredes, com a devida vénia]

No início de Março de 1965, com dezoito meses já contabilizados, foi atribuída à CCAÇ 508 uma nova missão em zona operacional, sendo transferida para Bambadinca, onde ficou instalado o Comando, assumindo, desde logo, a responsabilidade do respectivo subsector, com Gr Comb destacados em Xime e Galomaro e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 697, designado a partir 11Jan65 por Sector L1, sediado, à época, em Fá Mandinga, sob o comando do Tenente-Coronel Mário Serra Dias da Costa Campos.

Em 16 de Abril de 1965, a CCAÇ 508 foi substituída pela CCAV 678, sendo deslocada para o Xime, tendo assumido a responsabilidade do respectivo subsector, criado nessa data, com grupos de combate destacados em Ponta do Inglês e Galomaro.

Em 6 de Agosto de 1965, após a chegada da CCAÇ 1439 para treino operacional, a CCAÇ 508 foi rendida no subsector do Xime por forças da CCAV 678, recolhendo imediatamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso ao Continente, após dois anos de comissão, onde contabilizou uma dezena de baixas.

A viagem de regresso iniciou-se a 7Ago1965, sábado, a bordo do vapor «Alfredo da Silva», com a chegada ao cais de Alcântara, Lisboa, a ter lugar sete dias depois.


3. A MORTE DO CAPITÃO FRANCISCO MEIRELLES EM 03JUN1965 – DESCRIÇÃO DE ALGUNS FACTOS E DO SEU AMBIENTE

Nas duas partes já postadas – P19597 e P19613 – procedemos à descrição possível dos factos relacionados com a morte do Cmdt [o 2.º] da CCAÇ 508 – capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles (1938-1965), tendo para o efeito utilizado, como principal fonte de pesquisa, o livro publicado em sua memória pela sua família (pp 8-11).


Foto 4 > Guiné > Região de Bafatá > Xime >A  Ponta Varela >  CCAÇ 508 (1963 / 65) > 3 de Junho de 1965 >Momento antes da explosão com o Cap Francisco Meirelles em primeiro plano [foto gentilmente cedida pelo Cor Morais da Silva].


3.1. SÌNTESE DO JÁ PUBLICADO (*)

Em 3 de Junho de 1965, 5.ª feira, foi o capitão Francisco Meirelles, Cmdt da CCAÇ 508 desde Jul1964, incumbido de mostrar aos operadores da RTP como se fazia a detecção de minas, muito frequentes naquela zona [Xime-Ponta Varela], pois em menos de três meses tinham sido levantadas mais de 40. 

Perto do meio-dia, a umas centenas de metros da tabanca de Ponta Varela, rebentou repentinamente uma mina ("bailarina") dando origem à morte do capitão Francisco Meirelles e de mais três militares da CCAÇ 508. Os operadores da TV [RTP] Afonso Silva (operador) e Luís Miranda (realizador), que ficaram ilesos, começaram a filmar a cena poucos momentos após a explosão, havendo um documentário fotográfico da operação e das consequências do rebentamento.

Na madrugada de 4Jun65, os corpos foram levados para Bafatá, onde ficaram sepultados o 1.º cabo [José Maria dos Santos Corbacho] e os soldados [Domingos João de Oliveira Cardoso e Braima Turé, e onde um avião foi buscar o corpo do Capitão Meirelles.

Trazido para Bissau, ficou depositado na capela militar de Santa Luzia. No dia seguinte, pelas 10 horas, houve missa de corpo presente, rezada pelo Tenente-Capelão Padre Nazário, finda a qual o cortejo fúnebre dirigiu-se para a capelinha do cemitério onde o caixão permaneceu até ser removido para a Metrópole. Aqui chegou no vapor «Manuel Alfredo» na madrugada de 18 de Julho de 1965, precisamente quando se perfazia um ano depois da partida para a Guiné" (Op. cit. pp. 10-11).


4. NA BUSCA DE IMAGENS CAPTADAS PELOS REPÓRTERES DA RTP

Influenciado pela descrição produzida no parágrafo "com um sangue-frio impressionante, os operadores da TV Afonso Silva e Luís Miranda, que ficaram ilesos, começaram a filmar a cena, poucos momentos após a explosão, havendo assim, além das testemunhas sobreviventes, um documentário fotográfico da operação e das consequências do rebentamento", segui em frente na busca dessas imagens, na medida em que soube que parte dessa reportagem filmada fora transmitida pela RTP, em 16 de Setembro desse ano.

Assim, em 29 de Novembro de 2018, procedi a um primeiro contacto com a Radiotelevisão Portuguesa no sentido de saber da possibilidade de ter acesso a tais imagens. Decorridos quatro dias recebi a confirmação de que tinham localizado as imagens referenciadas, solicitando a indicação sobre o destino a dar às mesmas, a fim de me enviarem o competente orçamento relativo a este serviço.

Nesse mesmo dia, pelas 23h15, seguia a competente resposta, merecendo relevância o fundamento que levou à criação, em 23Abr2004, do blogue da «Tabanca Grande», constituído por ex-combatentes tendo por objectivo supremo a reconstrução do puzzle da memória da guerra colonial na Guiné. Através da partilha de testemunhos na primeira pessoa, quer escritos quer em imagens, foi possível construir um espólio riquíssimo que, pelo seu valor histórico, cívico, pedagógico e sociocultural, continua/continuará disponível a todos aqueles que queiram conhecer, compreender e aprofundar, o que foram os "Anos da Guerra do Ultramar" (1961-1974), como provam os mais de onze milhões de visualizações/visitas.

Porque a narrativa com fins didáticos, e não comerciais, estava relacionada com a morte do Capitão Francisco Meirelles, verificada em 03Jun1965, na Ponta Varela (Xime), nada mais natural seria poder contar com algumas imagens dessa fatídica ocorrência onde, quis o destino, se encontrava, em "serviço público", uma equipa da RTP.

Segue-se, para conhecimento do fórum, os conteúdos dos últimos contactos estabelecidos entre nós.


4.4. A RESPOSTA DO ARQUIVO DA RTP

Em 04Dez2018, 3.ª feira, pelas 13h57, recebi o seguinte e-mail:

Exmo. Senhor

Jorge Araújo

As Relações Institucionais e Arquivo da RTP agradece o seu contacto e terá todo o gosto em prestar o serviço solicitado, de acordo com a tabela de preços em vigor na RTP. Passamos a informar que para a aquisição de imagens da RTP, para os fins referidos no seu e-mail, o orçamento é o seguinte:

Orçamento Indicativo para utilização na Internet

- Imagens / por minuto: 400,00 Euros

- Pesquisa / por hora: 30,00 Euros

- Visionamento / hora: 50,00 Euros

- Transcrição / por hora: 100,00 Euros

Valores acrescidos de 22% de IVA

Mais se informa que as imagens serão cedidas em formato Mp4 (H264 a 4Mbit/s) e as mesmas serão enviadas por Dropbox.

Este orçamento é para utilização das imagens na Internet em vários países por um período de 3 Anos, ilimitado.

(As imagens serão cedidas com logo, e as condições especiais de licenciamento serão enviadas posteriormente).

Solicitamos, entretanto, que nos sejam comunicados, por escrito, a aceitação deste orçamento e das condições, assim como nos envie os seus contactos e respetivo NIF, para podermos dar seguimento ao processo.

O Visionamento será agendado em dia e hora a acordar para poder selecionar as imagens pretendidas.

4.5. A RESPOSTA ENVIADA AO ARQUIVO DA RTP

Em 06Dez2018, 5.ª feira, pelas 10h56, respondi o seguinte:

Obrigado pelo seu contacto.

Em resposta, solicito melhor esclarecimento sobre o(s) procedimento(s) a tomar, particularmente quanto ao significado dos quatro conceitos constantes no orçamento: imagens, pesquisa, visionamento e transcrição.

Grato pela atenção.

Com os melhores cumprimentos.

Jorge Araújo

4.6 . A RESPOSTA DO ARQUIVO DA RTP

Em 07Dez2018, 6.ª feira, pelas 15h09, enviou o seguinte e-mail:

Exmo. Senhor

Jorge Araújo

Serve o presente para enviar a pesquisa.

Passamos a informar que o programa têm cerca de 31m de duração, cada minuto adquirido o valor das Imagens é de 400,00 Euros, se pretender visionar para selecionar as imagens o valor do Visionamento é de 50,00 por cada hora, a Pesquisa é a localização das imagens por parte dos nossos documentalistas, 30,00 Euros por cada hora, por último a Transcrição é a passagem do original para o envio por Dropbox, 100,00 Euros por cada hora.

No entanto continuamos à sua disposição.

Em anexo, recebi a "Lista de Conteúdos", referente ao programa de 17-09-1965, com o título «Missão na Guiné», conforme se pode observar na imagem a seguir.




Resumo Sintético:

Programa sobre a intervenção das Forças Armadas na Guiné, que neste episódio se dedica aos fuzileiros navais.

Resumo Analítico:

Lisboa; jovens voluntários embarcam no cais em direcção ao Centro de Recrutamento de Fuzileiros; exames médicos; distribuição de fardamento; treino de exercícios de combate; Bissau; embarque de fuzileiros a fim de realizarem uma operação designada "Golpe de Mão"; barcos de patrulha e lanchas; desembarque; efectuam reconhecimento da zona; navios abrem fogo onde o inimigo está instalado; aviação faz a cobertura aérea; fuzileiros desembarcam na margem de um rio, embrenhando-se na mata; recolha do corpo de um fuzileiro atingido mortalmente em combate; acampamento inimigo destruído; regresso às lanchas após ter sido atingido o objectivo; soldados tomam banho com uma mangueira; desfile militar na Unidade de Bissau.


4.7. A RESPOSTA ENVIADA AO ARQUIVO DA RTP [A ÚLTIMA]


Em 09Dez2018, domingo, pelas 17h50, respondi o seguinte:


Obrigado, uma vez mais, pelo seu contacto.

Em sua resposta, e se entendi bem os seus esclarecimentos, o orçamento apresentado é constituído por quatro parcelas que, no final, corresponderá à soma do que se observar em cada uma delas. Será assim?

A ser verdade, não me é possível suportar os seus valores uma vez que o que fazem os membros (ex-combatentes) do blogue, para o qual continuam a escrever, é darem o seu contributo para a reconstituição das memórias: individuais e colectivas dessa guerra, como já referi anteriormente. 

Acresce a esse objectivo um outro que nos é muito querido: o de prestar a toda a comunidade/sociedade um verdadeiro "Serviço Público", disponibilizando o nosso vasto espólio historiográfico, escrito e imagens, onde as actuais e futuras gerações poderão recorrer para melhor compreenderem o passado vivido pelos seus familiares, em particular aqueles que lutaram pela Pátria, palavra-chave de então, mas que nem todos regressaram, infelizmente, por nela terem tombado nos combates.

Na impossibilidade de utilizar as imagens da RTP, neste meu trabalho de pesquisa, referentes ao capitão Francisco Meirelles, não deixarei de fazer referência à sua existência nos arquivos cinematográficos da Estação Publica, lamentando esse impedimento por razões económicas.

Com os melhores cumprimentos.
Jorge Araújo.

E que mais? ... Ficámos/ficamos por aqui.

Em função do acima exposto, lamento não ter tido sucesso nos contactos com a RTP de modo a concretizar os objectivos a que me propus no aprofundamento desta investigação. Tal facto ficou a dever-se, como constataram, à política de gestão dos "recursos audiovisuais", neste caso, da Guerra do Ultramar, em vigor na Televisão Pública, na qual participaram centenas de milhares de cidadãos portugueses nos três TO.

Haja esperança, pois ainda acredito que alguém de bom senso, e com responsabilidades na nossa RTP, após ler esta narrativa ou dela ter conhecimento, tome a decisão de connosco colaborar, prestando, tal como nós, um verdadeiro "serviço público".

Aguardemos!

Continua…


Fontes consultadas:

Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro I; 1.ª edição, Lisboa (2014); p195.

Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 7.º Volume; Fichas das Unidades; Tomo II; Guiné; 1.ª edição, Lisboa (2002); p321.

Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles (s/d). Braga. Editora Pax.

Outras: as referidas em cada caso.

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

26Mar2019.
___________

Nota do editor:

Vd. postes de

23 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19613: (De)Caras (102): Capitão de Infantaria Francisco Meireles, cmdt da CCAÇ 508, morto em Ponta Varela, Xime, em 3/6/1965 - Parte II (Jorge Araújo)

18 de maro de 2019 > Guiné 61/74 - P19597: (De)Caras (101): Capitão de Infantaria Francisco Meireles, cmdt da CCAÇ 508, morto em Ponta Varela, Xime, em 3/6/1965 - Parte I (Jorge Araújo)

sábado, 30 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19634: In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-75) (cor art ref António Carlos Morais da Silva) - Parte XIX: cap pqt Luís António Sampaio Tinoco Faria (Braga, 1927 - Mejo, Guiné, 1966)







1. Continuação da publicação da série respeitante à biografia (breve) de cada um dos 47 Oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar que morreram em combate no período 1961-1975, na guerra do ultramar ou guerra colonial (em África e na Ásia).

Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva [, foto atual à esquerda], instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972. Foi cadete-aluno nº 45/63, do corpo de alunos da Academia Militar. É membro da nossa Tabanca Grande, com o nº 784, desde 7 do corrente.

___________

Nota do editor:

segunda-feira, 18 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19597: (De)Caras (123): Capitão de Infantaria Francisco Meireles, cmdt da CCAÇ 508, morto em Ponta Varela, Xime, em 3/6/1965 - Parte I (Jorge Araújo)



Foto 1 - Xime (1965) – O Capitão Francisco Meirelles rodeado de “Homens Grandes” da região. O 3.º da esquerda era, em 1972, o Chefe de Tabanca do Xime, cujo nome já não me recordo. (Foto retirada, com a devida vénia, do livro "Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles"  (Braga: Editora Pax, s/d, p30),

Alguém de ‘boa vontade’ que saiba o  nome do Chefe da Tabanca do Xime… faça o favor de informar. Obrigado!




Foto 2 - Xime (1972) – Ao meu lado, o Chefe de Tabanca do Xime, sete anos depois da imagem anterior.

Foto (e legenda): © Jorge Araújo  (2019) . Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné).



Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 
(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue desde março de 2018



A COMPANHIA DE CAÇADORES 508 (1963-1965) E A MORTE DO SEU CMDT CAP INF FRANCISCO MEIRELLES EM 3JUN1965 NA PONTA VARELA

- A ÚNICA BAIXA EM COMBATE DE UM CAPITÃO NO XIME - PARTE I



1. INTRODUÇÃO

A presente narrativa tem na sua génese a recuperação de algumas memórias da história colectiva da Companhia de Caçadores 508 [CCAÇ 508] durante a sua presença no CTIG, entre 20Jul1963, chegada a Bissau, e 07Ago1965, data do embarque de regresso à metrópole.

 Nela relataremos, também, o contexto que originou a morte do seu Cmdt - o capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles (1938-1965), imagem ao lado - ocorrida na Ponta Varela (Xime), no dia 3 de Junho de 1965, 5.ª feira, narrado no livro elaborado em sua memória pela sua família, e por mim adquirido a um alfarrabista de São João da Madeira, cruzando-o com a versão oficial publicada pela CECA [Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974)].

Acrescento, a propósito, que este texto já estava alinhavado e alinhado desde Dezembro último, data em que foi postado o trabalho relacionado com a elaboração da lista, corrigida e aumentada, dos camaradas «Capitães» que tombaram durante a guerra na Guiné – P19315 (22.12.18) – cujas causas de morte foram agrupadas em acidente, combate e doença.

A fonte a que recorremos, para o efeito supra, foi a base de dados da «Academia Militar», sítio: https://academiamilitar.pt/filhos-da-escola-do-exercito-e-da-academia-militar.html, de onde retirámos os elementos necessários para a organização daquele trabalho.

Dessa lista de doze nomes (mortes em combate) foi sinalizado, desde logo, o do Capitão Francisco Meirelles, uma vez que a sua morte aconteceu num local mítico e muito familiar para o contingente da minha CART 3494, no qual me incluo, naturalmente, ainda que entre cada caso, ou período nele vivido, exista uma diferença temporal de sete anos (1965/1972), conforme fotos nº 1 e nº 2 (acima).

Por razão relacionada com o início da publicação, no blogue da «Tabanca Grande», do trabalho de pesquisa elaborado pelo camarada cor art ref António Carlos Morais da Silva (o nosso primeiro gã-tabanqueiro do ano em curso; que saúdo), na série: «In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-1975) – P19378 (07.01.19) – fiquei a aguardar pela postagem dos dados do malogrado Capitão Francisco Meirelles que agora aconteceu – P19579.

2. SUBSÍDIOS HISTÓRICOS DA COMPANHIA DE CAÇADORES 508  (BISSORÃ,  BARRO - BIGENE, OLOSSATO, BISSAU, QUINHAMEL - PONTA DO INGLÊS, GALOMARO E XIME, 1963-1965)


2.1. A MOBILIZAÇÃO PARA O CTIG

Mobilizada pelo Regimento de Infantaria 7 [RI 7], de Leiria, a Companhia de Caçadores 508 (CCAÇ 508) embarcou em Lisboa, no Cais da Rocha, em 14 de Julho de 1963, domingo, sob o comando, interino, do Alferes Cardoso, seguindo viagem a bordo do N/M Índia,  rumo à Guiné (Bissau), onde chegou a 20 do mesmo mês, sábado.

2.2. SÍNTESE OPERACIONAL

Dez dias após a sua chegada a Bissau, ou seja, em 01 de Agosto de 1963, a CCAÇ 508 assumiu a responsabilidade do subsector de Bissorã, então criado, com grupos de combate (pelotões) destacados em Barro, até 23 de Dezembro de 1963, e Bigene, até 26 de Dezembro de 1963, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 507 e, após remodelação daqueles sectores, no BCAÇ 512. Em 26 de Dezembro de 1963, passou a ter um grupo de combate destacado em Olossato.

Dez dias após ter iniciado a sua actividade operacional, ou seja, em 11 de Agosto de 1963, a CCAÇ 508 tem a sua primeira baixa, com a morte, por acidente com arma de fogo, do camarada:

● António Rodrigues Teixeira de Jesus; 1.º Cabo; natural de Avões, Lamego; solteiro.

Em Fevereiro de 1964, com seis meses de comissão, a CCAÇ 508 regista mais duas baixas, estas em combate, em Maqué (Região do Óio), na sequência da sua intensa actividade operacional.



Foto 3 - Olossato (1964) – Unimog destruído por mina anti-carro. Esta viatura foi conduzida pelo condutor da CCAÇ 508, Cândido Paredes, natural de Favaios, Vila Real. (Foto do próprio publicada em http://lugardoreal.com/imaxe/unimog-destruido, com a devida vénia).


Destaca-se, neste contexto, as seguintes:

(i) em 03Fev64, 1 Gr Comb, pernoitando em Missirá, reagiu a um ataque IN, pondo em fuga;

(ii) vinco dias depois (08Fev64) rebentou uma mina [anti-carro] na estrada Mansabá-Farim, provocando quatro feridos em 2 Gr Comb, que reagiram, provocando baixas ao IN;

(iii) Em 12Fev64, 4.ª feira, 1 Gr Comb levantou 42 abatises, em Maqué, sofrendo uma emboscada de que resultaram dois mortos e quatro feridos nas forças da CCAÇ 508, sendo os mortos os seguintes camaradas:

● António Fernando Teixeira Vilela; soldado; natural de Rio Tinto, Gondomar; solteiro. Foi sepultado no Cemitério de Bissau (Campa 692).

● José Paulo Fonseca; soldado; natural de Aljubarrota, Alcobaça, solteiro. Foi sepultado no Cemitério de Bissau (Campa 692).

Entretanto, decorrido um ano de comissão do contingente da CCAÇ 508, chega a esta Unidade Independente o Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meirelles [1938-02-21/1965-06-03] para a comandar. A sua viagem iniciou-se em Lisboa a 17 de Julho de 1964, a bordo do barco de carga «António Carlos», rumando a Bissorã, região do Oio, onde o seu contingente se encontrava instalado.

Em 04Set64, 6.ª feira, já então na dependência do BART 645, e depois da chegada da CART 566, a CCAÇ 508 foi substituída no subsector de Bissorã pela CART 643, do antecedente ali colocada em reforço, tendo seguido para o sector de Bissau, a fim de se integrar no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área, com um grupo de combate destacado em Quinhamel, ficando na dependência do BCAÇ 600.

Em 15Nov64, domingo, a CCAÇ 508 regista a quarta baixa, com a morte, por afogamento no Rio Geba, em Bafatá, do camarada:

● António Coutinho Nobre; Soldado; natural das Caldas da Rainha; solteiro.

Em 08Fev65, 2.ª feira, um ano após terem accionado uma mina na estrada Mansabá-Farim [imagem acima] a CCAÇ 508, contabiliza mais uma baixa, a quinta, desta vez provocada pelo levantamento de uma mina em Jabadá, verificando-se a morte do camarada:

● João Francisco Serrão; Soldado; natural de Coruche; solteiro.

É de referir que a transferência para Bissau ficou a dever-se ao facto da Companhia estar muito debilitada pela longa permanência no mato e por ter sofrido algumas baixas.

Porém, em princípio de Março de 1965, a CCAÇ 508 foi novamente mandada para uma zona operacional. Em 7 e 23 de Março de 1965, por troca com a CCAÇ 526, a CCAÇ 508 deslocou-se, por fracções para Bambadinca, assumindo a responsabilidade do respectivo subsector, com grupos de combate [pelotões] destacados em Xime e Galomaro e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 697, sob o comando do Tenente-Coronel Mário Serra Dias da Costa Campos, sediado em Bambadinca.

Em 16Abril65, 6.ª feira, a CCAÇ 508 foi substituída pela CCAV 678, sendo deslocada para o Xime, onde  assumiu a responsabilidade do respectivo subsector, então criado, com grupos de combate destacados em Ponta do Inglês e Galomaro.

Em 27Mai65, 5.ª feira, a CCAÇ 508 regista mais uma baixa no seu efectivo, a sexta, com a morte em combate, no Xime, do camarada:

● José Ferreira Clemente; Soldado Auto Rodas; natural de Milagres, Leiria; solteiro. Foi sepultado no Cemitério de Bissau (Campa 1812).

Em 03Jun65, 5.ª feira, a CCAÇ 508 perde mais quatro unidades em combate, na Ponta Varela (Xime), sendo um o seu comandante, o Capitão Francisco Meirelles, em consequência do rebentamento de uma mina. Eis os seus nomes:

● Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meirelles; Capitão de Infantaria QP; natural de Castelões de Cepeda, Paredes; casado.

● José Maria dos Santos Corbacho; 1.º Cabo; natural de São Sebastião da Pedreira, Lisboa, solteiro.

● Domingos João de Oliveira Cardoso; Soldado Auto Rodas; natural de São Cosme, Gondomar; solteiro.

● Braima Turé; Caçador Nativo (guia), natural do Xime, Bambadinca.

[Nota: Nas diferentes fontes consultadas, não existe concordância quanto aos locais onde foram sepultados os últimos três corpos referidos acima. Na Parte II, daremos conta do que consta em cada uma delas (fontes)].

Entretanto, em 06 de Agosto de 1965, após a chegada da CCAÇ 1439 para treino operacional, a CCAÇ 508 foi rendida no subsector do Xime por forças da CCAV 678, recolhendo imediatamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso ao Continente, após dois anos de comissão. A viagem de regresso iniciou-se a 07 de Agosto de 1965, sábado, a bordo do vapor «Alfredo da Silva» com a chegada ao cais de Alcântara, Lisboa, a ter lugar no dia 14 do mesmo mês, sábado.



3. A MORTE DO CAPITÃO FRANCISCO MEIRELLES EM 03JUN1965 – DESCRIÇÃO





Tendo por principal fonte de investigação o livro publicado em sua memória pela sua família que, segundo creio, aconteceu a propósito do primeiro aniversário da sua morte, pela dedicatória que nele consta, tomei a liberdade de o citar, como elemento historiográfico, particularmente no que concerne aos antecedentes e a alguns detalhes relacionados com o desenrolar das acções que ditaram a sua morte e de mais três elementos da sua CCAÇ 508.



Mapa da Região do Xime, indicando os pontos mais problemáticos da actividade operacional das NT.



[…] O Xime, enquanto zona especialmente perigosa, era visitado pelos repórteres militares. […]

"Em 3 de Junho de 1965, foi [o capitão Francisco Meirelles] incumbido de mostrar aos operadores da R.T.P. como se fazia a detecção de minas, muito frequentes naquela zona, pois em menos de três meses tinham sido levantadas mais de 40. Logo a 2 kms do Xime foi detectada uma mina anti-carro. Como os trabalhos de levantamento da mina demorassem, o capitão Meirelles propôs ao major Abeilard Martins, 2.º Comandante do Batalhão 697, irem a pé até à tabanca de Ponta Varela, pois queria mostrar a conveniência da sua reocupação pelos nativos, em regime de auto-defesa, reocupando-se dessa forma uma região muito fértil. Ficariam assim os comandos a dispor de mais um ponto de observação e de vigilância, e também dificultada a colocação de minas naquela zona.

Aceite a sugestão, partiram aqueles oficiais, juntamente com o major Afonso, do Estado Maior do Comando Chefe, que acompanhava os operadores da TV, com o régulo da tabanca de Ponta Varela, com alguns pisteiros indígenas e com duas ou três secções que seguiam nos flancos. Percorridos os 4 ou 5 kms que distam de Ponta Varela, foi esta povoação observada minuciosamente bem como os pontos de defesa e apreciado o panorama do Canal do Geba e dos planos que o ladeiam. […]

Como fosse perto do meio-dia, comeram-se algumas frutas e iniciado o caminho do regresso, a umas centenas de metros da tabanca rebentou repentinamente uma mina antipessoal que tudo leva a crer fosse armadilhada depois da primeira passagem pelo local ou então comandada á distância.

A mina ao rebentar esfacelou o 1.º cabo João Maria [dos Santos] Corbacho, o soldado Domingos João de Oliveira Cardoso e o soldado indígena Braine [Braima Turé], que morreram instantaneamente e feriu gravemente na garganta e tórax o capitão Meirelles, que veio a falecer uns vinte minutos após a explosão. Ficaram feridos os majores Abeilard Martins (este com bastante gravidade) e Afonso e mais 4 soldados.

Com um sangue-frio impressionante, os operadores da TV Afonso Silva e Luís Miranda, que ficaram ilesos, começaram a filmar a cena, poucos momentos após a explosão, havendo assim, além das testemunhas sobreviventes, um documentário fotográfico da operação e das consequências do rebentamento". […] Op.cit. pp10-11.

Continua…




Fontes consultadas:

Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro I; 1.ª edição, Lisboa (2014); p195.

Ø Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles (s/d). Editora Pax, Braga.

Ø http://ultramar.terreweb.biz/index_MortosGuerraUltramar.htm (com a devida vénia)

Ø Outras: as referidas em cada caso.

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

14MAR2019.

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Nota do editor:

quarta-feira, 13 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19579: In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-75) (cor art ref António Carlos Morais da Silva) - Parte XVII: cap inf Francisco Xavier Pinheiro Torres Meireles (Paredes, 1938 - Ponta Varela, Xime, Guiné, 1965)


Cap Inf Francisco Xavier Pimheiro Torres Meireles (1938-1965): comandou, a seguir ao cap mil inf João Henriques de Almeida, a CCAÇ 508, mobilizada pelo RI 7 (Bissorã, Bissau, Bambadinca, Xime, 14/7/1963 - 7/8/1965).






1. Continuação da publicação da série respeitante à biografia (breve) de cada um dos 47 Oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar que morreram em combate no período 1961-1975, na guerra do ultramar ou guerra colonial (em África e na Ásia).

Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva [, foto atual à esquerda], instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972. Foi cadete-aluno nº 45/63, do corpo de alunos da Academia Militar.

Passou a integrar formalmente a nossa Tabanca Grande, com o nº 784, com data de 7 do corrente.
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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Giné 61/74 - P19453: In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-75) (cor art ref António Carlos Morais da Silva) - Parte XI: cap cav António Lopo Machado Carmo (Coimbra, 1933 - São Domingos, Guiné, 1963), comandante da CCAV 252 (1961/63)





[O cap cav  António Lopo Machado Carmo era o comandante da CCAV 252, mobilizada pelo RC 3,  Estremoz, tendo esta subunidade partido para o TO da Guiné em 10/8/1961 e regressado a 6/11/1963; esteve sediada em Bissau, Bula, São Domingos e Bula; o infortunado cap cav Machado Carmo foi substituído pelo cap cav Luís Alberto do Paço Moura dos Santos; temos um camarada, na Tabanca Grande, que pertenceu a esta companhia, o "veteraníssimo" Mário Magalhães]

1. Continuação da publicação da série respeitante à biografia (breve) de cada um dos 47 Oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar que morreram em combate no período de 1961-1975, na guerra do ultramar ou guerra colonial (em África e na Ásia)

Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva, instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972. Foi cadete-aluno nº 45/63, do corpo de alunos da Academia Militar.
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sábado, 22 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19315: Os 26 capitães que tombaram no CTIG (1953-1974), por combate, acidente e doença: lista corrigida e aumentada (Jorge Araújo)








Jorge Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494
(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue


OS 26 CAPITÃES QUE TOMBARAM NO CTIG [1963-1974]
- LISTA CORRIGIDA E AUMENTADA -
(ACIDENTE, COMBATE E DOENÇA)


1.  INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao projecto de actualização das listas dos camaradas que tombaram no CTIGuiné durante a «Guerra do Ultramar» ou «Guerra Colonial» (1961-1974), estruturado por patentes segundo a tríade em que foram agrupadas as causas das suas mortes – acidente, combate e doença – apresento-vos, hoje, a lista dos camaradas «Capitães», corrigida e aumentada em relação à já publicada no nosso blogue [P6638] por iniciativa do camarada Carlos Cordeiro (1946.08.22-2018), falecido no passado dia 18 de Setembro em Ponta Delgada, sua terra natal, a quem prestamos a nossa sentida homenagem.

Como fonte privilegiada de consulta, recorremos à base de dados da «Academia Militar» - sítio: https://academiamilitar.pt/filhos-da-escola-do-exercito-e-da-academia-militar.html, com a devida vénia - retirando da bibliografia de cada um dos «Capitães» mortos em combate [exclusivamente, os do Quadro Permanente (nove)], os elementos necessários para a elaboração deste trabalho. Na lista abaixo fazem parte mais três nomes, sendo um Miliciano [Cap Dinis Corte Real] e dois de Recrutamento Local [Abna Na Onta e João Bacar Djaló].

Organizado segundo a metodologia anterior, onde os quadros de categorias são apresentados por ordem cronológica em relação a cada ocorrência, dou conta ao Fórum da lista dos camaradas «Capitães» dos três ramos das Forças Armadas, que tombaram no CTIGuiné. No quadro referente às "mortes em combate", para além dos elementos individuais, tomámos a liberdade de adicionar uma foto de cada um deles.

O capitão Corte Real (o 2.º da direita), na companhia de elementos da sua CCAÇ 1422, foi o único capitão miliciano a morrer em combate no CTIG [foto do camarada Veríssimo Ferreira, fur mil CCAÇ 1422 – P12453, com a devida vénia].


Entretanto, merece especial referência, pela macabra coincidência, a morte do Capitão José Jerónimo da Silva Cravidão, natural de Arraiolos, ocorrida na data do seu 25.º aniversário [4 de Junho, (1942-1967)], durante a «Op. Cacau», realizada pela sua CCAÇ 1585 na região de Bricama - Farim (vidé: P11688 e P11689).

Para que não fiquem na "vala comum do esquecimento", como costumamos afirmar, eis, então, os quadros estatísticos dos 26 (vinte e seis) capitães, nossos camaradas, que tombaram durante as suas Comissões de Serviço na Guiné.


2. QUADROS POR CATEGORIAS E ORDEM CRONOLÓGICA









Outras fontes consultadas [com cruzamento]:

http://www.apvg.pt/

http://ultramar.terreweb.biz/index_MortosGuerraUltramar.htm (com a devida vénia)

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

26NOV2018.

domingo, 27 de agosto de 2017

Guiné 61/74 - P17704: (De)Caras (91): Abna Na Onça, cap 2ª linha, comandante de uma companhia de polícia administrativa, regedor do posto do Enxalé, prémio "Governador da Guiné" (1966), morto em combate em Bissá, em 14/4/1967, agraciado a título póstumo com a Cruz de Guerra de 1ª Classe (José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68)


Foto nº 1 A


Foto nº 1


Foto nº 2

Guiné > Região do Oio > Porto Gole ou Enxalé > c. abril de 1967 > Abna Na Onça dias antes de ser morto em Bissá (em 14/4/1967) (foto nº 1) mais uma das suas esposas e filho (foto nº 2).

Fotos (e legendas): © José António Viegas (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de 23 do corrente, enviada pelo José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68), em resposta ao pedido formulado no poste P17693 (*):

 Caro João Crisóstomo

Ai vai uma foto do capitão de 2ª linha Abna na Onça, tirada poucos dias antes de ele morrer em Bissá, esse homem valente com quem o meu Pel Caç Nat 54 saiu várias vezes,  com ele e a sua polícia administrativa .

Na primeira  levada para se implantar o aquartelamento em Bissá, foi o Capitão Abna na Onça com os seus homens mais um pelotão da Cart 1661, ao 2º. ou 3º. dia,  já não me recordo,  foram atacados em força com canhão sem recuo e morteiro 82 , tendo o cap Abna na Onça sido atingido com estilhaço de granada de canhão sem recuo no peito, enquanto teve forças comandou os seus homens até ao fim. Houve dificuldade de comunicações e só quando chegaram mensageiros de Bissá se soube da tragédia.

Foram depois retirados os mortos e os feridos para Porto Gole a aguardar por ordem,  o que foram 2 dias terriveis com o cheiro, tendo eu gasto pacotes de detergente para tentar amainar o cheiro. Ao segundo dia vieram ordens para enterrar os policias administrativos, o que o fiz junto ao monumento e o cap Abna na Onça viria uma LDP buscá-lo.

Vim a saber depois pelo cabo manobra dessa lancha que a viagem de Porto Gole a Bissau,  foi horrível com o cheiro, tendo os marinheiros vomitado todo o caminho.

A segunda foto é uma das mulheres dele com o filho.

Foi substituído no comando da Policia Administrativa pelo seu irmão Sagna Na Onça.

Um abraço

Zé Viegas

PS - O malogrado cap Abna Na Onça, morto em combate, em Bissá (e não Biná...), em 14 de abril de  1967, capitão de 2.ª linha, comandante de uma Companhia de Polícia Administrativa e regedor do posto de Enxalé, foi agraciado a título póstumo com a Cruz de Guerra de 1ª Classe, conforme .publicado na OE24/IIIª/67. Tinha sido "Prémio Governador da Guiné", e visitado a metrópole em 1966. (**)

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