A apresentar mensagens correspondentes à consulta História das missões católicas na Guiné ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta História das missões católicas na Guiné ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24452: Historiografia da presença portuguesa em África (375): O General Craveiro Lopes na Guiné, maio de 1955 (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 19 de Dezembro de 2022:

Queridos amigos,
Craveiro Lopes foi o primeiro Presidente da República a visitar a Guiné, percorrerá nesse ano e no ano seguinte as parcelas africanas do nosso Império. Estamos no ano em que António Júlio Castro Fernandes, antigo ministro da Economia, administrador do BNU e figura grada do regime produzirá um documento que é uma radiografia do Estado da Guiné, advertindo nas entrelinhas os riscos e ameaças que andam no ar, e que ganharão corpo 3 anos depois, com a independência da Guiné-Conacri. Se me decidi a fazer o relatório desta viagem é porque ele permite ver com nitidez a obra do Comandante Sarmento Rodrigues, a Guiné ainda é um fim do mundo mas ganhou corpo administrativo, assomou uma componente cultural. O jornalista que acompanhou a viagem do General Craveiro Lopes dirá que naquele Porto de Honra oferecido pelas atividades económicas, a mesa primava por cristais e pratas e cravos vermelhos. Enquanto isto é dito, Castro Fernandes no seu documento deixa escrito preto no branco que toda aquela classe de gentes dos negócios primava pela mediocridade, havia que gerar um impulso regenerativo, antes que fosse tarde.

Um abraço do
Mário


O General Craveiro Lopes na Guiné, maio de 1955 (1)

Mário Beja Santos

Salazar não viajava, mas pôs os seus presidentes da República a visitar parcelas do império. Eleito em 1951, o general, a sua mulher, o ministro do Ultramar e a sua mulher, partem do aeroporto da Portela em 2 de maio de 1955, pelas 7h30 e aterram em Bissalanca pelas 15h locais. É governador da Guiné Diogo de Melo e Alvim. O jornalista de serviço tece laudas à comitiva e ao séquito político que se vai despedir do Presidente da República para esta viagem que não será curta. Fizeram-se obras em Bissalanca para haver uma pista capaz de receber uma aeronave daquele tamanho. Seja como for, quando começar a guerra, a Força Aérea Portuguesa irá investir mundos e fundos para tornar aquele aeroporto digno desse nome.

De Bissalanca até à Sé foi o carro presidencial escoltado por 40 cavaleiros Fulas e Mandingas. Haverá uma cerimónia no Alto do Crim, o presidente da edilidade entrega-lhe a chave da cidade, entre muitas ovações. A comitiva chega à Sé, são todos recebidos pelo Prefeito-Apostólico, D. Martinho da Silva Carvalhosa, haverá Te Deum. Segue-se uma sessão de boas-vindas nos Paços dos Concelho, que culmina com o discurso do Governador Melo e Alvim. Terminada a cerimónia, o Chefe de Estado segue para o Palácio acompanhado por uma multidão. Ali há um jantar oficial e depois vão para a varanda ver estralejar foguetes, vão aparecendo pela Praça do Império cavaleiros, gente curiosa.

Estamos já a 3 de maio, Craveiro Lopes vai prestar homenagem a Nuno Tristão, uma escultura de bronze da autoria de António Duarte, vai descerrar uma placa de bronze, é a primeira de uma longa série, discursa, fala da História da Guiné, da sua descoberta, muitas palmas. E daqui segue para a fortaleza de S. José de Bissau, no tempo do Governador Sarmento Rodrigues houve aqui muitas obras, reconstruiu-se o baluarte de Puana, repararam-se as muralhas e os parapeitos. Faz uma visita ciceronada pelo Comandante-Militar, Coronel Neves e Castro. Descerra-se nova lápide comemorativa. Na parada, ergue-se o monumento aos Heróis da Ocupação, realizado sobre projeto do topógrafo Raúl Lomelino. E a ilustre comitiva parte para nova inauguração, a nova Escola Paroquial das Missões Católicas D. Berta Craveiro Lopes, esta descerra uma placa de mármore e procede-se a uma visita às quatro salas de aula da escola, prontas para acolherem 400 alunos.

No cumprimento das suas obrigações, Craveiro Lopes regressa ao Palácio para receber o Governador da Gâmbia. O jornalista aproveita para dizer que o Alto-Comissário da África Ocidental Francesa fora recebido na véspera, no aeroporto, tal como o enviado especial do Presidente da República do Líbano (a colónia libanesa tem peso económico e financeiro na Guiné). Ao princípio da tarde realiza-se a visita ao Hospital Central de Bissau, a comitiva oficial é recebida pelo Diretor, Dr. Rui Roncon. É aqui que o jornalista não se contém nos epitalâmios e no endeusamento presidencial: “A alegria de ver o Presidente morfiniza a tortura dos achaques”.

À noite, nos jardins do Palácio, Melo e Alvim ofereceu um “Pôr-do-Sol”, que reuniu “a melhor sociedade da província” e a totalidade das individualidades nacionais e estrangeiras presentes da capital.
“Deram a nota elegante da festa as senhoras da sociedade local, que capricharam em apresentar-se com modelos do melhor corte, alguns diretamente recebidos dos costureiros parisienses.”

Estamos chegados a 4 de maio, Craveiro Lopes vai inaugurar a estátua de Teixeira Pinto, no Alto do Crim, obra do escultor Euclides Vaz, que representou o pacificador da Guiné fardado, segurando a pistola na mão direita caída ao longo do corpo. Há discurso do Comandante Militar e Craveiro Lopes descerra lápide. E partem todos para o Bloco Industrial da Sociedade Comercial Ultramarina, Craveiro Lopes é recebido pelo principal dirigente da empresa, António Júlio de Castro Fernandes, antigo ministro, figura política grada do regime, Administrador do BNU (nesse ano, produzirá um documento de indiscutível importância cujas páginas essenciais estão transcritas no meu livro "Os Cronistas Desconhecidos do Canal de Geba: O BNU da Guiné"). Segue-se visita à fábrica de descasque de arroz, outra de óleos vegetais, segue a itinerância pela central elétrica privativa e por uma fábrica de sabões. Não há detença, daqui ruma-se para a Escola Primária Dr. Oliveira Salazar. Mais uma lápide descerrada. A seguir, teve lugar a inauguração do Lar Santa Isabel, destinado aos sem lar.

Estamos já na parte da tarde, realiza-se uma sessão cultural no Centro de Estudos da Guiné Portuguesa. O Comandante Teixeira da Mota irá proferir uma conferência de dezenas de páginas, elenca a obra feita por esta entidade, refere os trabalhos de Fausto Duarte e Alexandre Barbosa, entre outros. Não deixa de relevar a colaboração da Missão Geoidrográfica da Guiné. No final, foi oferecia a Craveiro Lopes uma medalha artística de bronze da autoria de Anjos Teixeira, mandada fazer exclusivamente para comemorar esta visita. O Presidente visita o “incipiente” Museu da Guiné. Continua a não fazer pausas, as atividades económicas da Guiné oferecem ao Presidente e comitiva um Porto de Honra e o jornalista refere a atmosfera aprimorada da mesa, “semeada de cristais, pratas e cravos vermelhos”.

Já estamos a 5 de maio, Craveiro Lopes começa o dia visitando o “Dispensário do Mal de Hansen”. Está à sua espera o Dr. Rui Roncon e o médico leprólogo Mário Veiga. Será um dia muito movimentado, como iremos ver.

General Craveiro Lopes e a Sr.ª D. Berta, 1952
Os dois volumes respeitantes à viagem de Craveiro Lopes à Guiné e Cabo Verde, Agência Geral do Ultramar, 1956
Ponte Craveiro Lopes sobre o Corubal
(continua)
____________

Nota do editor

Último poste da série de 28 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24436: Historiografia da presença portuguesa em África (374): Antes da literatura da guerra da Guiné, o quê? (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 27 de março de 2023

Guiné 61/74 - P24172: Notas de leitura (1567): "Guinéus", por Alexandre Barbosa, um dos últimos grandes títulos da literatura colonial (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Julho de 2020:

Queridos amigos,
Alexandre Barbosa terá sido administrador colonial ou representante de alguma grande empresa, conheceu bem o Sul, deixou-nos páginas expressivas de literatura colonial, estava atento a um islamismo que cultivava (como continua a cultivar) práticas animistas, exalta a natureza pródiga, deixa-nos um glossário onde nos fala da baguiche (planta comestível) do bentém (estrado feito de troncos ou bambus e que serve de ponto de reunião), da bicuda (peixe abundante nos rios de água salgada), do bindé (arado gentílico usado por Balantas), do bushel (medida que era então vulgar na Guiné, nome decorrente dos contatos com comerciantes ingleses, hoje substituído pelo termo alqueire), do cibe, do falar mantenhas, do fritambá (pequeno antílope), do guarda-de-corpo, da má-fé, da proroca ou macaréu, do terçado e do trabalho cansado. Histórias de êxito mas também tragédias, tudo redigido num português bem cuidado e quase vernacular, destacando o indígena que obteve por conta própria de muito trabalho a cidadania portuguesa. Páginas para reter no último ciclo da literatura colonial guineense.

Um abraço do
Mário



Guinéus, por Alexandre Barbosa, um dos últimos grandes títulos da literatura colonial

Mário Beja Santos

Alexandre Barbosa, que viveu décadas na Guiné, publicou em 1962 os contos, narrativas e crónicas que anteriormente dera à estampa no Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, bem como também em Ecos da Guiné e no Bolamense. Não é a primeira vez que se fala do trabalho de alguém que prometia para breve um romance intitulado "Feitoria", tanto quanto se sabe jamais publicado. Alexandre Barbosa, na esteira de Fausto Duarte, gostava de um português castigado, com recurso ao castiço, deixou diversas estampas acerca da espiritualidade de diferentes etnias, terá conhecido com profundidade a região Sul, mas não deixará de destacar uma festa rija de Felupes. Gosta de palavras sonoras, tem um entusiasmo muito especial quando fala das danças, como exemplificou: “No terreiro os corpos movimentam-se em dança estranha. Há passos sinistros de corpos arqueados, bamboleantes, desengonçados, como que a desarticularem-se; cabeças que ora descaem ora são bruscamente atiradas para trás; braços pendentes, em oscilação amortecida, e pernas que se requebram ao jeito de pedestrianistas que vão acabar exaustos”. Tudo se avoluma em sonoridades, é o empolgamento dos tantãs e depois o silêncio, a multidão exausta descansa, pelo adiante a farra continuará, celebra-se o estímulo dos êxitos agrícolas, há para ali um comerciante português, o senhor Antunes, alguém que não fez fortuna e que já não está bem de saúde. E quem esteve na farra volta a descansar, no novo dia haverá mais regabofe.

Haverá páginas de tristeza, como aquele acidente em que se destrava uma arma e uma criança inocente é brutalmente atingida, o pai, conhecido caçador, desata a correr a caminho da missão à espera de um milagre, dá-se bem com o Dr. Ferrer da doença do sono, acompanha-o muitas vezes nas artes venatórias; corrida dramática pela estrada fora, a criança ao colo a pingar como torneira gotejante. É um autor que não mascara o fascínio que tem pela natureza, socorre-se de um português antigo, profundamente telúrico, para cantar a chegada de um novo arrozal, houvera medidas de bom-senso para que o povo se organizasse e fizesse uma barragem, os Balantas lançaram-se ao trabalho, a terra fértil germinou:
“Agora cabia ao sol esterilizar o raizame e aberta que estava a quadra pluviosa competia à chuva a saturação e dessalga das leivas em poisio, enquanto arrastava do mato a lixeirada vegetal, o adubo para a futura e grande bolanha. Corridos uns dois anos, na época própria, seria a lavra definitiva: valas abertas, camalhões levantados, pequenos ouriques compostos, estes a servirem de passadiço e traçado a marcar propriedades. Era chegada a vez da transplantação da gramínea, criada em alfobres, tabuleiros verdejantes resguardados pelo arvoredo, obstáculo à ventania e ao sol forte que cresta quando no auge. Então, em toda a interminável planura, havia de desenvolver-se o arrozal, vasto relvado a esconder a água estagnada que as purgas da barragem consentissem”.

Alexandre Barbosa fala-nos dos lutadores Felupes, as imagens falam por si, usam-se técnicas antigas que lembram a luta greco-romana:
“O mancebo Felupe sente pela luta uma paixão irresistível. A natureza dotou esta singular e sedentária raça guineense com apreciáveis dotes físicos, força notável e agilidade espantosa. Os prélios são disputados quase por via de regra, entre os elementos das povoações vizinhas e da mesma raça. O bombolon – telégrafo gentílico – anuncia o programa e, em complemento, as virtudes plásticas e aguerridas dos contendores. De todos os caminhos que riscam o mato surgem homens e mulheres, jovens e velhos, achegando-se ao terreno da competição. Forma-se o círculo mano a vedar a arena e até os felupezitos já sentem na guelra o sangue presente, acomodam-se nas pernas dos adultos. Os lutadores entram no terreno. Há principiantes desejosos de medir forças; há desforras de compromissos e há, principalmente, certos despiques a arrumar entre rivais que aspiram a mesma graça feminina. As claques incitam os lutadores e estes, inebriados pelos incitamentos, rondam o círculo em passadas ritmadas e coleantes até que fixam inexoravelmente o adversário... Está lançado o repto! Então reptador e desafiado lançam-se em volteios, aproximando-se lentamente com modos de serpente magnetizadora e num repente os braços atrelam-se vigorosamente e as cabeças unem-se rígidas como uma só peça, no estudo subtil de golpes de antecipação ou de contra-ataque ao flanco desprotegido. É o início da luta aberta entre rígidas e educadas contexturas musculares impondo violentos golpes ofensivos ou paradas firmes, corpos em rebuliço entre nuvens de poeira”.
Tudo terminará quando um deles bater com as costas no chão.

Diversos autores têm tecido hossanas sobre caçadas e caçadores, não há povoação na Guiné que não disponha de um ou mais caçadores, é desporto, é bravura e é meio de subsistência, este caçador tem jus a uma posição de prestígio, reconhecem-lhe as façanhas no mato, o sangue-frio e a mestria na pontaria. Não esquecer que estes relatos terão sido redigidos na década de 1950, daí falar-se do uso generalizado da Longa, espingarda de carregar pela boca, de acabamento grosseiro, fabricada parcialmente pelos melhores ferreiros da tribo. O caçador tem ao seu dispor uma infinidade de armadilhas, pode servir-se das queimadas, no mínimo interessa-lhe em abater pequenos antílopes, mas anseia por abater gazela ou javali, o sim-sim, o boca-branca e o búfalo, o maior sonho é prostrar o hipopótamo. Abater o leopardo é também uma ambição, até porque a pele é cobiçada.

Descreve a morte e as pompas fúnebres de Sampa, um importante Mancanha da ilha de Bolama, tinha 22 mulheres e 180 vacas; 3 foram abatidas para dar dignidade ao choro. Noutro apontamento, Alexandre Barbosa exalta os pescadores Bijagós, exímios a remar as suas canoas, no caso concreto fala-nos de ilhéus Canhabaques que viajam de ilha em ilha para comerciar.

Inevitavelmente, temos a história de um indígena que fez tropa em Bolama, Abu Camará, destacou-se na instrução, no manejo das armas ligeiras, nos rudimentos cívicos e militares, patenteou qualidades de assimilação. Foi dado como exemplo, frequentou a Escola de Cabos, ganhou amizades, quando o seu destacamento percorre Bolama ele vai na escolta de honra da bandeira, sempre garboso.

Teremos também páginas sobre músicos Mandingas e Fulas, fala-se obrigatoriamente do corá, mas também da viola e nhanhéru (violino) e também dos tambores. Há um pequeno agricultor, Sajá Camará, que irá percorrer a estrada do êxito, um lavrador Beafada que soube triunfar no Forreá, partiu com a mulher e filho, criou morança e lavrou os terrenos. Foi bem-sucedido. “O administrador vindo de Fulacunda e o chefe de posto de S. João nas suas visitas periódicas à Ponta de Sajá encontram o lavrador com a família e os trabalhadores Balantas nos mandiocais ou arrozais, ora limpando mais terreno ou a plantar mais pomares”. Passaram os anos, a Ponta de Sajá é hoje uma propriedade agrícola a sério, o filho de Sajá frequentou a escola primária das missões católicas, a sua formação coexiste sem tensões com o Corão. Sajá Camará, que tinha estatuto de indígena, é hoje cidadão português. As últimas páginas da coletânea de Alexandre Barbosa são dedicadas ao rio Corubal, a obra finda com um glossário de expressões de uso local e falares crioulos. Sem dúvida, textos significativos do último período da literatura colonial guineense.

Dança Felupe
Pescador Bijagó
Dançarino Bijagó
____________

Notado editor

Último poste da série de 24 DE MARÇO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24167: Notas de leitura (1566): "Guineidade & Africanidade - Estudos, Crónicas, Ensaios e Outros Textos", por Leopoldo Amado; Edições Vieira da Silva, 2013, mais uma achega para os acontecimentos de 3 de agosto de 1959, no Pidjiquiti (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23773: Historiografia da presença portuguesa em África (342): A União Nacional e um retrato da Guiné em 1942 (2) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Fevereiro de 2022:

Queridos amigos,
A despeito de todos os encómios à Revolução Nacional, que aqui aparece como motor de progresso e vozes se levantam a dizer que até 1926 estava tudo uma pasmaceira (mentira rotunda), ficam aqui dados ilustrativos de que Ricardo Vaz Monteiro preparou muitíssimo bem o terreno para o safanão e o grande impulso organizativo que será o timbre da governação de Sarmento Rodrigues, será este o fecho de abóbada de um quadro de identidade que fará da colónia a base da Nação em que hoje se fundamenta a República da Guiné-Bissau.

Um abraço do
Mário



A União Nacional e um retrato da Guiné em 1942 (2)

Mário Beja Santos

Trata-se de uma descoberta de algum modo surpreendente, edição de 1943, bem ilustrado logo à entrada com as figuras proeminentes do Estado Novo, com o Governador Ricardo Vaz Monteiro todo medalhado, um prefácio de aplauso pelas coisas boas que a era de Salazar trouxe à Guiné e agradecimentos do Governador a Gaspar de Oliveira, o Vice-presidente em exercício da União Nacional da Guiné. A obra estrutura-se sob a forma de textos explicativos que procuram ressaltar o então recente desenvolvimento da colónia, vimos no texto anterior as intervenções de: Dr. António Francisco Borja Santos, Chefe dos Serviços da Administração Civil a pronunciar-se sobre a organização administrativa da Guiné; o Padre António Joaquim Dias Dinis, já nosso conhecido da história das missões católicas na Guiné, Pré-Perfeito Apostólico da Guiné, que aborda as missões católicas, uma vez mais; o Serviço Médico-Sanitário apresentado pelo Dr. Fernando de Montalvão e Silva, Chefe dos Serviços de Saúde; Armando de Morais e Castro, Inspetor dos Serviços da Fazenda, deixa um relance sobre a Guiné moderna; Ricardo Costa, Diretor dos Serviços de Alfândega, tece comentários sobre o Estado Novo na administração financeira; Caetano de Sá, Chefe de Repartição dos Serviços Aduaneiros, dá-nos o quadro da nacionalização do comércio na Guiné; e o Eng.º. José Pereira Zagallo, Diretor dos Serviços de Obras Públicas, deixa-nos uma sinopse do Serviço das Obras Pública. Abordam-se agora as outras intervenções, a saber: o Serviço dos Correios e Telégrafos, pelo seu Chefe de Serviços, Joaquim Alfama Godinho; os Serviços da Marinha, pelo Primeiro Tenente Francisco Marques dos Santos; as atividades industriais e transportes, pelo 2.º Tenente Viriato Augusto Tadeu; o aeroporto terrestre, pelo Capitão Pedro Pinto Cardoso.

Alfama Godinho faz o elogio da modernização dos Serviços Telégrafo-Postais, houvera notáveis progresso nas telecomunicações, estava tudo antiquado, fez-se uma substituição praticamente integral. Firmou-se com a Companhia Telefunken um contrato que assentava nas seguintes caraterísticas: estação de onda média e onda curta em Bissau, estação de onda média em Bolama, estação de onda curta em Bubaque. As estações de onda curta, as de Bissau e de Bubaque executavam o serviço costeiro e a de Bolama fazia o mesmo serviço e ainda os de navegação aérea e radiogoniométrico. Por via terrestre, estabelecera-se as comunicações telegráficas entre a Guiné e a colónia francesa do Senegal, montou-se a linha S. Domingos – Ziguinchor. Igualmente fora estabelecido o serviço telefónico urbano em Bissau e em Bolama. E registaram-se melhorias nas centrais telefónicas. Observa que uma das consequências imediatas das montagens das novas estações da TSF da Guiné fora a inauguração de carreiras aéreas para o transporte de correspondências postais, a que se seguiu a chegada da Pan-American Airways Company com transporte de passageiros e de malas de correio.

O Primeiro Tenente Marques dos Santos refere-se aos Serviços de Marinha informando que antes da Revolução Nacional a Capitania dos Portos vivia num abandono criminoso, era patente a organização deficiente dos serviços de pilotagem, confiados a indígenas analfabetos. A partir de 1929, os seis faróis a petróleo foram substituídos por faróis automáticos. Construíra-se recentemente uma rede de faróis, eram agora 20, alguns de três boias luminosas, duas boias de prismas e de um grande número de boias cegas. Fora importado da Holanda o rebocador Bissau e estavam definidas as competências da Capitania dos Portos: administração das pontes e cais acostáveis; fiscalização marítima, hidrografia e oceanografia; carreiras dos vapores do Estado; instrução profissional do pessoal indígena. Havia igualmente uma superintendência no porto de Bissau, nas delegações marítimas de Bolama, Cacheu e Bubaque e nas subdelegações de Farim e Bafatá.

Coube ao Segundo Tenente Viriato Tadeu apresentar as atividades industriais e os transportes. Referiu as oficinas navais, situadas em Bolama, datavam de 1905, toda a sua atividade estava ligada à história da Guiné durante o período da ocupação - assistência e reparação dos navios de guerra e outros. Desde de 1926 que estas oficinas também serviam a marinha privada da colónia. Agora as oficinas navais eram uma base de recursos para o aeroporto de Bolama e respetivas empresas aéreas. Em 1941 havia 462 viaturas ligeiras e pesadas em circulação. Estando-se no auge da guerra, o oficial exprime a opinião sobre o aproveitamento de todos os recursos, dizendo: “As possibilidades mecânicas de gasogénio, com produtos florestais, são já evidentes e os seus resultados práticos absolutamente confirmados, pelo que a possibilidade de aliviar a economia da Guiné e dos encargos de importação de combustível líquido será forçosamente de ser encarada”. Falando da preparação indígena, dirá: “De modo a resultarem frutos produtivos para o indígena e para a colónia prevê-se a organização de uma Escola de Artes e Ofícios, em Bolama, que terá por centros de aplicação prática as oficinas navais e a Imprensa Nacional”.

Competiu ao Capitão Pedro Pinto Cardoso exprimir-se sobre o aeroporto terrestre. Esclareceu que o aeroporto tem uma pista de 4 quilómetros, poderá ser utilizado para aviões comerciais, mesmo em voo noturno. Havia na Guiné um avião DH Leopard, tinha diferentes obrigações: correio, transporte urgente, incluindo socorros médicos; e treino de pessoal navegante. O aeroporto tem sido utilizado pelos hidroaviões da Pan American Airways, quadrimotores Boeing. Havia campos de aviação para avionetas em Bolama, Bissau, Bafatá, Gabu, Mansoa, Cacheu, Canchungo e ilha das Galinhas.

A última comunicação, dedicada à assistência agrícola e zootécnica, coube ao Regente Agrícola Joaquim Graça do Espírito Santo. Esta assistência surgiu em 1927, com a criação das Repartições Técnicas da Agricultura e da Veterinária, nesse mesmo ano surgiu a Estação Zootécnica João Belo, em Bissau. A sede da Repartição dos Serviços Agrícolas e Florestais estava no Campo Experimental de Bor. E mostrava-se muito confiante, como escreveu: “A criação de campos experimentais de culturas e a distribuição de plantas e alfaias agrícolas, conjugada com a ação dos técnicos como agentes difusores das moções racionais do amanho do solo e aliados à cooperação franca das autoridades administrativas têm contribuído de modo sensível para o progresso das produções indígenas”.

É este o quadro que nos fica da evolução da Guiné no início da década de 1940, a surpresa está em que o antecessor de Sarmento Rodrigues lançou vias de progresso que em muito contribuíram para a evolução fenomenal que ocorreu posteriormente, e aqui vemos como Sarmento Rodrigues inaugurou muita obra de Vaz Monteiro tal como Raimundo Serrão irá inaugurar muitíssima obra encetada por Sarmento Rodrigues. É uma das ironias da política.
Major Ricardo Vaz Monteiro (Governador da Guiné, 1941-1945)
Bissau em 1950, imagem da Agência-Geral das Colónias
Edifício dos Correios 1950, imagem de um trabalho sobre a Arquitetura da Guiné no período colonial
Estação meteorológica de Bissau em 1952, imagem retirada do trabalho anterior
O rebocador Bissau, anos 1940
Um Clipper da Pan American, igual aos que amaravam e partiam de Bolama
____________

Nota do editor

Último poste da série de 2 DE NOVEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23757: Historiografia da presença portuguesa em África (341): A União Nacional e um retrato da Guiné em 1942 (1) (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23757: Historiografia da presença portuguesa em África (341): A União Nacional e um retrato da Guiné em 1942 (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 3 de Fevereiro de 2022:

Queridos amigos,
É obra que desconhecia totalmente, um dado curioso é que não consta da principal bibliografia da Guiné. Está profusamente ilustrado e contribui para desmontar o mito de que a renovação de Bissau fora obra de Sarmento Rodrigues e a sua equipa. As áreas habitacionais que ainda hoje estão de pé foram as casas para funcionários, e grande parte do Bissau Velho teve um enorme impulso no tempo de Ricardo Vaz Monteiro, o antecessor de Sarmento Rodrigues. É evidente que são textos apologéticos, há mesmo quem quase santifique o homem providencial que pusera ordem e autoridade na nação. Vale a pena os historiadores verem estas imagens da transformação de Bissau, era o desafio que se punha à capital. E há consenso nos louvores ao aeroporto marítimo e terrestre de Bolama, desconhecia-se naquele exato momento que em breve o hidroavião iria ser completamente ultrapassado e que estas zonas de amaragem deixariam de ter qualquer importância.

Um abraço do
Mário



A União Nacional e um retrato da Guiné em 1942 (1)

Mário Beja Santos

Trata-se de uma descoberta de algum modo surpreendente, edição de 1943, bem ilustrado logo à entrada com as figuras proeminentes do Estado Novo, com o Governador Ricardo Vaz Monteiro todo medalhado, um prefácio de aplauso pelas coisas boas que a era de Salazar trouxe à Guiné e agradecimentos do Governador a Gaspar de Oliveira, o Vice-Presidente em exercício da União Nacional da Guiné. Apresenta-se sob a forma de textos explicativos que procuram ressaltar o recente desenvolvimento da colónia, o Dr. António Francisco Borja Santos, Chefe dos Serviços da Administração Civil pronuncia-se sobre a organização administrativa da Guiné; o Padre António Joaquim Dias Dinis, já nosso conhecido, Pré-Perfeito Apostólico da Guiné aborda as missões católicas; o Serviço Médico-Sanitário apresentado pelo Dr. Fernando de Montalvão e Silva, Chefe dos Serviços de Saúde; Armando de Morais e Castro, Inspetor dos Serviços da Fazenda, deixa o seu olhar sobre a Guiné moderna; Ricardo Costa, Diretor dos Serviços de Alfândega tece comentários sobre o Estado Novo na administração financeira; Caetano de Sá, Chefe de Repartição dos Serviços Aduaneiros dá-nos o quadro da nacionalização do comércio na Guiné; o Eng.º José Pereira Zagallo, Director dos Serviços de Obras Públicas deixa-nos uma sinopse do Serviço das Obras Públicas… haverá outras intervenções, ficarão para próximo texto.

Não vão faltar apreciações laudatórias, logo o Dr. António Borja Santos: “Conheço a Guiné há dois anos apenas, mas pelo que tenho lido e ouvido no tocante à história da sua governação anterior à Revolução Nacional de 26, ela não era mais do que o reflexo da desorganização social, económica e financeira da Mãe Pátria. Com o advento da Revolução surge o grande Homem que Deus tinha reservado para o momento próprio. A Guiné é o reflexo de uma Mãe Pátria redimida”. E deixa um esboço sobre o plano de construções a executar, a reparação de estradas e pontes, a construção e reparação de edifícios nomeadamente em Cacheu, Mansoa, Bafatá, Farim, Buba, Gabu, Bolama, Bissau e Bijagós. O nosso já conhecido Padre Dias Dinis é um missionário com longo traquejo na Guiné, virá mais tarde revelar-se historiador. Recorda que a Santa Sé entregou aos missionários franciscanos, em 1941, a Prefeitura Apostólica para restauro. Os primeiros missionários franciscanos de Portugal Novo vieram em 1932, segue-se, no ano seguinte, as quatros irmãs franciscanas hospitaleiras portuguesas. Nesse mesmo ano é criada a Missão de Santo António de Bula. Enaltece o Asilo da Infância Desvalida, em Bor, e lembra que a creche acolhe os recém-nascidos, órfãos de mãe, e também aqueles que, por hábito e por crendice, o indígena repudia e condena a morte – o gémeos e os defeituosos.

O responsável pelo Serviço Médico-Sanitário refere os efetivos: 11 médicos, 40 enfermeiros, 11 enfermeiros auxiliares. Houvera aperfeiçoamentos nos hospitais de Bolama e Bissau; o grosso do orçamento para a saúde era canalizado para assistência medicamentosa gratuita. Morais e Castro, falando da Guiné moderna, entusiasma-se: “Em alguns dos pontos do interior da ilha de Bissau, embora sem altitude, há belezas tropicais iguais ou semelhantes às da Alta Zambézia”. Esse entusiasmo continua na escrita a falar dos desenvolvimentos operados em Bissau, Mansoa, Bissorã, Canchungo, Bafatá. Regista obras no porto de Bissau, a construção da ponte de Ensalmá, as casas dos funcionários, os edifícios hospitalares, a instalação de raios-X, os promissores aeroportos terrestres e marítimos de Bolama. Prosseguia a construção do Palácio do Governo e apoiava-se a missão católica portuguesa dos Felupes. Caetano de Sá intervêm sobre a nacionalização do comércio da Guiné: “A situação geográfica da Guiné impõe regime fiscal de importação com taxas inferiores às que vigoram nos territórios circunvizinhos. Tentou-se a nacionalização económica da Guiné sem êxito nos anos imediatos a 1892, pelo meio de largas concessões a explorações agrícolas, comerciais e industriais. Tentou-se em 1894 transferir para uma companhia a constituir por Mateus Augusto Ribeiro de Sampaio e Conde de Vale Flor direitos de soberania sobre todos os terrenos incultos e desocupados da Guiné, cuja administração a companhia devia assumir – só que a companhia não vingou. É verdade que a Guiné foi, por muitos anos, um feudo comercial das casas francesas e alemãs, em grande parte pela relutância ou receio dos capitais portugueses se empregarem na Guiné, considerada durante décadas como colónia de degredo ou cemitério de europeus. Surgiu então o arrojado empreendedor António da Silva Gouveia”. Refere-se à diminuição de encargos sobre as exportações, o que concorreu para o aumento da produção. E termina dizendo que a nacionalização do comércio e transportes se tinha iniciado em 1928 e continuava em ritmo progressivo.

Temos por último as obras públicas e o Eng.º José Pereira Zagallo tece considerações: “Um dos principais elementos para se avaliar do progresso e estado de civilização reside no desenvolvimento das obras públicas e na modernização da construção civil. De facto, podia uma colónia estar muito desenvolvida sob o ponto de vista social, agrícola, etc., mas se tivesse como edifícios construções primitivas habitadas por brancos, daria uma triste ideia do seu nível de vida e por certo diria que era somente terra de pretos”. Um ponto curioso era ele e outros autores acreditarem na época na importância do aeroporto de Bolama, é tempo em que os Clipper em viagem para a América do Sul faziam amaragem na baía de Bolama, mas foi tempo de pouca dura, dentro de em breve haverá um salto tecnológico na aviação e com o Super Constellation, o hidroavião teve os seus dias contados, a importância de Bolama desapareceu.

(continua)

Igreja e residência paroquial de Bolama em vias de conclusão em 1930
Fachada da Igreja de São José em 2017
Bissau 1915
Rua Dr. Oliveira Salazar no Bissau Velho anos 1960
____________

Nota do editor

Último poste da série de 2 de Novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23755: Historiografia da presença portuguesa em África (341): Centena e meia de referências bibliográficas sobre a Guiné-Bissau, da autoria de missionários, portugueses, italianos, guineenses e outros (Fr João Vicente, ofm)

Guiné 61/74 - P23755: Historiografia da presença portuguesa em África (341): Centena e meia de referências bibliográficas sobre a Guiné-Bissau, da autoria de missionários, portugueses, italianos, guineenses e outros (Fr João Vicente, ofm)


Portal Diamoci Una Mano In Guine Bissau (em italiano e português)



Folha de rosto da página, na Net, "Dioceses da Guiné-Bissau", em português e italiano. Disponível aqui, embora a página esteja com "bugs" ou erros informáticos que impedem a sua visualização correta e completa. Não conseguimos encontrar a página no Arquivo.pt


1.  As missões e os missionários, nomeadamente católicos, estão profundamente ligados à história da presença portuguesa em África, e em particular, na Guiné-Bissau... Vários camaradas nossos, a começar pelo Beja Santos, o Paulo Salgado, o Arsénio Puim, e eu próprio,  têm fornecido aos nossos leitores diverso material de interesse para o conhecimento e aprofundamento deste tema. 

Além disso, vários missionários, italianos, ligados ao PIME - Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, são referidos aqui no nosso blogue: Mario Faccioli (1922-2015), António Grillo (1925-2014), Lino Bicari, Salvatore Cammilleri, Arturo Biasutti... Por uma razão ou outra, têm (ou tiveram) uma relação especial com a Guiné-Bissau e o seu povo (**). Tinham sede em Bafatá e, em 1970/71, o alferes graduado capelão e membro da nossa Tabanca Grande, Arsénio Puim, da CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), frequentava com alguma regularidade a sua casa, como ele lembra no poste P6193 (**):

 "Foi na Casa destes que me 'refugiei' algumas vezes, para desanuviar o espírito do clima de guerra, para falar com outros colegas, para retemperar um bocadinho as forças e levar em diante, com a autenticidade que sempre prezei, a missão de padre da Igreja no Exército."

Na página acima referida, "Dioceses da Guiné-Bissau", encontrámos esta preciosa nota bibliográfica, assinada por  fr. João Vicente, ofm, com centena e meia de referência a trabalhos (alguns publicados em livro), da autoria de missionários, portugueses, italianos e outros, que escreveram sobre a Guiné-Bissau. Mas a maioria são italianos, e alguns com formação etnográfica e linguística. Vamos aqui reproduzi-la, essa nota, om a devida vénia. 

Refira-se que há autores que são já conhecidos, pelo menos de nome,  dos nossos leitores: é o caso, por exemplo,  do cónego Marcelino Marques de Barros, que tem 10 referências no nosso blogue; ou do padre Henrique Pinto Rema (n=9)


O que diferentes Missionários da Guiné-Bissau escreveram sobre a própria Guiné-Bissau

Por Fr. João Vicente, ofm

Introdução

O que se escreve não é tudo na vida, nem mesmo o mais importante. Mas também não deixa de ser verdade que “os escritos permanecem”, ao passo que as simples palavras…“o vento as leva”! Escrever é uma forma de lutar contra o esquecimento e a morte, além de ser também uma valorização e um sinal de respeito pelo trabalho dos nossos irmãos e irmãs. Infelizmente, os Missionários da Guiné-Bissau, tão generosos no trabalho pastoral e social, são frequentemente bastante descuidados no sentido de fixarem por escrito as alegrias e tristezas de seu trabalho missionário!

Mas, graças a Deus, também há alguns Missionários que são sensíveis a este valor do testemunho escrito e é graças a eles que o legado de cada geração se vai passando às gerações seguintes e é também desta maneira que nos habituamos a experimentar e a apreciar o valor e a felicidade de sermos uma grande Família espiritual ainda em crescimento: a Igreja-Família de Deus na Guiné-Bissau, que desde há mais de 400 anos se vem afirmando gradualmente no espaço geográfico onde nos encontramos, com algumas páginas brilhantes mas também com outras páginas sombrias, na sua missão de ser, apesar da fraqueza humana de seus membros, “sinal visível” e “fermento” do Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo, o Seu Mestre e Senhor.

Com base nestes pensamentos, comecei há vários meses a coligir os escritos dos Missionários que viveram e trabalharam na Guiné-Bissau (mesmo que por um tempo muito breve) e que escreveram sobre as várias realidades deste país da África Ocidental.

Ao fim da recolha feita – e para surpresa minha! - tomei consciência de que, apesar da recolha não ser ainda exaustiva (algum dia o poderá ser?), ela revela já claramente que muitas e variadas coisas foram já realizadas mas que, infelizmente, quase todos os trabalhos escritos continuam ainda à espera de poderem ser impressos, apresentando-se apenas como simples escritos “policopiados”, ou seja: com um número reduzido de cópias, espalhadas por um pequeno grupo de amigos e frequentemente de difícil consulta para o grande público. 

São mais de 150 as obras aqui referenciadas, a maior parte delas dos últimos 50 anos, como é compreensível. No fim da leitura das mesmas, o leitor poderá, também ele, julgar do seu real valor e novidade.

Em termos de apresentação exterior das obras recolhidas, para distinguir as que são já impressas das que são apenas “policopiadas”, eu coloquei à frente das policopiadas justamente a designação “Policopiado”. Das que são já impressas, nada se diz, justamente para distinguir umas das outras mais facilmente.

Ficaria muito feliz e interiormente recompensado se viesse a saber que alguém, depois de ler estas linhas, se decide a completá-las ou corrigi-las, com outras referências aos trabalhos escritos de Missionários não referidos nesta minha recolha, ou com o apontar de alguma incorrecção nos documentos que agora apresento. De facto, não me iludo de que, em História, as recolhas são sempre incompletas e, consequentemente, a Verdade histórica nunca é definitiva !.

Na apresentação dos vários trabalhos escritos, seguirei a ordem alfabética, apenas por facilidades de consulta. Vejamos então:


ÁLVARES (P. Manuel), Etiopia Menor e Descrição Geographica da Serra Leoa (ano de 1616). Manuscrito existente na Sociedade de Geografia de Lisboa. Ano de 1616.

AMBONA (António), La famiglia Jola come fondamento della comunità cristiana e luogo della “traditio” della fede. Tese de licenciatura em Missiologia, na Pontifícia Universidade Urbaniana, Roma, 2009. Policopiado.

ANDREOLETTI (Luis), Ditus krioulos, isto é, Provérbios da língua crioula, colhidos na Guiné-Bissau desde 1947 a 1984. Milão, s/d (1984?).

ARAÚJO (Avito Fernandes de), Problemática matrimonial da disparidade de culto, no caso de alguém muçulmano com um cristão católico. Uma proposta para a diocese de Bafatá. Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, em Direito Canónico, ano de 2009. Policopiado.

BANHAL (Alberto Essondon), A Evangelização no mundo Felupe. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2010. Policopiado.

BARREIRO (Admir Cristiano), A figura do Divino no mundo tradicional Balanta (Patche). Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2009. Policopiado.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, ou breve notícia sobre alguns dos seus uzos, costumes, língua e origem de seus povos”, in Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1882.

BARROS (Marcelino Marques de), Sete Cartas aos padres do Seminário de Sernache do Bonjardim, entre 1868 e 1878, sobre variados aspectos da vida na Guiné, in Annaes das Missões Portuguezas Ultramarinas, Almanach de lembranças luzo-brasileiro, etc. Algumas dessas cartas foram já publicadas em nosso estudo “Subsídios para a biografia do sacerdote guineense Marcelino Marques de Barros (1844-1929)”, in Lusitania Sacra, 2ª série, 4 (Lisboa, 1992), pp.438-455.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, Rios de Farim e de S.Domingos, rio de Bissau, as portas e as chaves dos rios Boduco e Farato”, Bolama, 4-10-1880, in Annaes das Missões Ultramarinas, 1889.

BARROS (Marcelino Marques de), “Literatura dos Negros: contos, cantigas e parábolas”. Separata de A Tribuna, Lisboa, 1900, pg.3-122.

BARROS (Marcelino Marques de), “A mancarra”, in Revista portugueza colonial e marítima, 1897-98, vol.2º, 1º anno, 2ºsemestre, nº12, pp.797-801.

BARROS (Marcelino Marques de), “Carta ao Bispo de Cabo Verde sobre organização missionária da Guiné (31-12-1880)”, publicada por Henrique Pinto Rema, História das Missões Católicas da Guiné, Braga 1982, pp.311-315.

BARROS (Marcelino Marques de), “Coisas da Guiné”, Bissau, s/d., in Novo Almanach de lembranças luzo-brazileiro, ano de 1879.

BARROS (Marcelino Marques de), “O Guineense”, in Revista Lusitana, Lisboa:
- (1897-99): vol.V, pg.174-181; 271-300: tradições, ethnologia, apontoados gramaticaes.
- (1900-1901), vol. VI, pg.300-317: themas de syntaxe.
- (1902), vol. VII, pg.300-317: vocabulário portuguez-Guineense.
- (1907), vol. X, pg.306-310: textos em prosa e verso.

BARUFFALDI (Mario), Esboço de gramática para uma ligação cultural. Mansoa, 1984. Policopiado.

BASSANGUÊ (Tomás), Vulnerabilidade social: qual educação para crianças, adolescentes e jovens na Guiné-Bissau. Dissertação para bacharelato em Psicologia da Educação, na Pontifícia Universidade Salesiana. Roma, 2002. Policopiado.

BASSANGUÊ (Tomás), Dialogo e coscientizzazione come processo d’educazione dei giovani e degli adulti perl o sviluppo in Guinea Bissau. Dissertação para licenciatura em Psicologia da Educação, na Pontifica Universidade Salesiana. Roma, 2004. Policopiado.

BATTISTI (Ermano), Un cuore d’altri tempi, Pessano (Itália), s/d.

BAÙ (Gentile), Memorie-diario sulla Missione di Biombo (Guinea Bissau). Dactilografado, conservado no Centro Missionario franciscano de Monselice (Pádua). Um texto, revisionado em 2009 por P. Rino Furlato, com o título “Usi dei Papéis di Biombo”, encontra-se na Sede Custodial franciscana, em Bissau.

BERTO (Agnello), Mosaico Nero. Lonigo (Vicenza, Itália), 1964.

BIASUTTI (Arturo), Venti anni in Guinea Portoghese (1946-1966). Ricordi personali e privati del padre Arturo Biasutti del PIME. Marino, Villa Scozzese (Italia), 1967. Policopiado.

BIASUTTI (Arturo), Vokabulari kriol-purtguîs (Esboço -. Proposta de Vocabulário). Bafatá (Guiné-Bissau), 1982. (1ª edição). Segunda edição, com o mesmo título, Bubaque (Guiné-Bissau), 1987.

BIASUTTI (Arturo), Jisus nô Salbadur. Esta obra foi escrita com o pseudónimo de PA BIÀS. Bubaque (Missão Católica), 1972.

BICARI (Lino), Análise contrastiva entre Português e Crioulo Guineense (manual do professor das escolas bilingues nas Ilhas Bijagós). Bubaque (Guiné-Bissau), 2002.

BILOPAS (Alberto), A concepção da vida no seio dos Balantas de Nhacra. Dissertação de fim de estudos teológicos, no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), 2005. Policopiado.

BINHAGUE (Domingos), L’abandon du domicile conjugal: un défi pour l’Église en Guiné-Bissau. Quelle pastorale pour les jeunes en âge nubile? Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), ano de 2006. Policopiado.

BRESSAN (Diego), Vittorio Bicego, missionário laico a San Francesco della Floresta. Comunidade missionária Franciscana S.Francisco da Floresta. Vittorio Veneto (Treviso, Itália), 1989.

BUIS (Pierre), Essai sur la langue manjaco de la zone de Bassarel. Bissau, 1990.

CÁ (Domingos), La notion du Bol chez les Pepel et le sacrifice dans la Bible. Dissertação de fim de estudos teológicos no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), em 1990. Apontamentos dactilografados.

CÁ (José Lampra), Le cinquième commandement de Dieu et “Bol mindioni”. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), em 1997. Policopiado.

CAMILLERI (Salvatore), A Identidade cultural do povo Balanta. Lisboa, 2010. Publicação parcial da Dissertação de licenciatura apresentada na Universidade de Génova (Faculdade de Filosofia), no ano académico de 1994-95, com o seguinte título. “Identità culturale dell’uomo africano atraverso i riti d’iniziazione presso il popolo “Brasa”, Guinea Bissau – Africa Occidentale.

CARDOSO (Henrique Lopes), “Pequeno Vocabulario do Dialecto Pepel”, in Boletim da Sociedade de Geographia de Lisboa, 20ª série, Julho de 1902, nº 7, pg. 121-128.

CARVALHOSA (Martinho), “O ensino missionário na Guiné”, in Inquérito sobre o mais grave problema missionário das dioceses ultramarinas. Missão para o estudo da missionologia africana, Lisboa, 1961.

CORREIA (Lino), O Exorcismo, uma necessidade para a Diocese de Bissau. Dissertação de fim de estudos teológicos, no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), ano de 2006. Policopiado.

COSSA (Armando), La Mission et l’évangelisation selon la legislation canonique. Application dans le diocèse de Bissau. Dissertação de doutoramento em Direito Canónico, na Pontificia Universidade “Antonianum”, Roma, 2008. Policopiado.

COSSA (Armando), Péché dans la Bible et dans la société Balanta-Brassa. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Maior de Anyama (Costa do Marfim), 1997. Policopiado.

COSSA (Armando), CHIARELLA (Danièle) e BABBINI (Guerrino), La terra dei gamberi e sentieri dei Balanta. Borgaro Torinese (Itália), 2011.

CUMBA (Bernardo da Cunha), A evangelização e a realidade do casamento tradicional e da família nos Balantas de Pete (Guiné-Bissau). Dissertação para doutoramento em Teologia (2º grau canónico), na Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, 2010. Policopiado.

CUMURA, sulle frontière della fame e della lebbra. Ao cuidado dos Missionários de Cumura e do P.Pacifico Pasetto. Monselice (Pádua, Itália), 1985.

CUMURA, un germoglio di speranza. Ao cuidado dos Missionários Franciscanos da Guiné-Bissau e do Secretariado Provincial para a evangelização missionária da Província Véneta de Santo António. Monselice (Pádua, Itália), 1992.

CUMURA, 25 anni in Guinea Bissau per Cristo e per i lebbrosi. Ao cuidado dos Missionários e do P. Pacifico Pasetto. Monselice (Pádua, Itália), 1980.

DA CHIESA A CHIESA: il senso della cooperazione tra le chiese a partire da una experienza concreta: Verona–Guinea Bissau. Verona, 1988.

DARCY (Augusto Alves), Crescer em comunhão. Bissau, 1992. Policopiado.

DINIS (A.J.Dias), “As tribos da Guiné Portuguesa na História (Algumas notas)”, in Congresso comemorativo do Vº Centenário do Descobrimento da Guiné, Lisboa, 1946, I, pgs.241-271.

DINIS (A.J.Dias), “O problema do ensino aos indígenas na colónia da Guiné”, in Portugal em África, nº26-27.

DINIS (A.J.Dias), “As Missões Religiosas da Guiné”, in Boletim Mensal das Missões Franciscanas e Ordem Terceira, 1937 (pg.25-28; 263-269; 359-364; 403-406; 447-451; 505-507); 1938 (pg. 25-29; 71-75; 113-116; 303-309; 352-357; 403-407; 450-454; 503-507); 1939 (pg.116-118; 220-224; 257-262; 284-291); 1941 (pg.226-232).

DINIS (A.J.Dias), “As missões católicas na evolução político-social da Guiné” , in Biblos, XIX (1949), pgs.167-228.

DINIS (A.J.Dias), “Costumes dos indígenas na lha de Bissau”, in Portugal em África, 2ª série (1945), pgs. 159-165 e 223-225.

DJATA (Augusto), “La problematica del creolo vista della Guinea Bissau”, in Creolo o black Portuguese? Atti del convegno OMCVI, Roma, 2001, pg.31-34.

DJATA (Augusto), A língua nacional crioula e evangelização na Guiné-Bissau do séc.XX (1932-2000). Reflexões para uma espiritualidade missionária. Dissertação para licenciatura em Espiritualidade no Pontificio Ateneo Antonianum, Roma, 2002. Policopiado.

DIOCESE DE BISSAU, Mensagens do Papa João Paulo II na Guiné-Bissau (27/28 de Janeiro de 1990). Bissau-Lisboa, 1990.

DIOCESE DE BISSAU, Sono allora africano? Raccolta di lettere alla famiglia (1943-1999). Verona, 2009. Cartas de D.Settimio Ferrazzetta aos seus familiares.

DIOCESE DE BISSAU, Esperança num futuro melhor. Carta pastoral do Bispo de Bissau, D.Settimio Ferrazzetta. Diocese de Bissau, Janeiro de 1994. Policopiado.

DIOCESE DE BISSAU, “Meu filho, guarda no teu coração os meus preceitos” (Prov.3,1). Carta pastoral do Bispo de Bissau, D.Settimio Ferrazzetta, aos jovens católicos da Guiné-Bissau. Bissau, 5 de Dezembro de 1993. Policopiado.

DIOCESE DE BISSAU, Mensagem do Bispo de Bissau, D.Settimio Arturo Ferrazzetta, para o Ano Internacional da Família (1993-94). Diocese de Bissau, Dezembro de 1993. Policopiado.

DIOCESE DE BISSAU, Implantação da Congregação das “Irmãs Evangelizadoras do Divino Espírito Santo”, da Diocese de Bissau. Homilia escrita do Bispo D.Settimio Ferrazzetta, na sé catedral de Bissau, em 19 de Setembro de 1993, importante para se entender o que o Bispo sonhava para a nova Congregação diocesana. Policopiado.

DIOCESE DE BISSAU, A Verdade vos libertará. Carta pastoral do Bispo D. José Câmnate na Bissign,, na abertura da celebração do 30º aniversário da Diocese de Bissau, Bissau, 26 de Novembro de 2006. Policopiado.

DIOCESE DE BISSAU, Bem formar a consciência moral, para melhor testemunhar nossa fé em Cristo Ressuscitado. Carta pastoral do Bispo D.José Câmnate na Bissign, em 28 de Setembro de 2010. Policopiado.

DIOCESE DE BISSAU, Caminhos Africanos, Boletim da Diocese, nascido em 1979 e publicado com certa regularidade até Junho de 1998. Após o conflito militar de 1998/99, despertou ainda temporariamente em 2004, mas há já alguns anos que se encontra “adormecido”.

DIOCESE DE BISSAU (Comissão diocesana da Catequese), Jesus di Nazaré, Bissau, 1988.Policopiado.

DIOCESE DE BISSAU (Autores vários). Catecismo crioulo. Farim, Missão Católica, 1954.

DIOCESE DE BISSAU, Plano de Acção Pastoral (2008-2014), Igreja-Família de Deus. Ano de 2008. Policopiado.

DIOCESE DE BISSAU, Missal Ferial na Criol. Pessano (Itália), organização de P.Dionisio Ferraro e sua equipa. Ano de 1987.

DIOCESE DE BISSAU, Missal Dominical na Criol, ANO C. Varese (Itália), organização de P.Dionisio Ferraro e sua equipa. Ano de 1987.

DIOCESE DE BISSAU, Bô bin djubi. Varese (Itália), organização de P.Dionisio Ferraro e sua equipa. Ano de 1988.

DIOCESE DE BISSAU Comissão Vocacional diocesana), A Igreja que somos, 1ª Edição (Agosto de 1993) e 2ª edição (Maio de 1995).

DIOCESE DE BISSAU, Quatro Vangelhos cu Atos di Apóstolos na Criol. Varese (Itália), organização de P.Dionisio Ferraro e sua equipa.

DIOCESE DE BISSAU, Nobo Testamento na Criol. Varese (Itália), organização de P. Dionisio Ferraro e sua equipa. Ano de 1991.

DIOCESE DE BISSAU, Katekese kriol ku Balanta. Organização de P.Dionisio Ferraro e sua equipa, Saronno (Itália), 2009.

DIOCESE DE BISSAU (Comissão de Liturgia), ANU A (novo Leccionário Crioulo).
Bissau, 2010. ANU C, Bissau, 2009. Policopiado.

DIOCESE DE BAFATÁ, Balafon da Diocese, Jornal da Diocese de Bafatá. Com publicação regular desde Janeiro de 2005. Policopiado.

DIOCESE DE BAFATÁ, Mensagem do Bispo de Bafatá, em 25 de Maio de 2009, no lançamento da campanha de educação cívica nacional, na altura das eleições presidenciais de 2009. Policopiado.

DIOCESES DE BISSAU E BAFATÁ (Comissão interdiocesana de Comunicação social), O Homem na visão da Igreja. Bissau, 2005.

DIOCESES DE BISSAU E BAFATÁ (Comunicação interdiocesana de Comunicação social), A Igreja e a Comunicação social. Bissau, 2005.

DIOCESES DE BISSAU E BAFATÁ (Comissão interdiocesana de Comunicação social), A Igreja e os Direitos Humanos. Bissau, 2005.

DIOCESES DE BISSAU E BAFATÁ, BISSIGN ,” Caminhemos para uma autonomia económica no espírito da Igreja-Família de Deus”. Carta pastoral dos dois Bispos. Bissau, Maio de 2004. Policopiado.

DIOCESES DE BISSAU E BAFATÁ, “Natal da Reconciliação, Justiça e Paz”, Mensagem natalícia dos Bispos da Guiné-Bissau. Bissau, Natal de 2009. Policopiado.

DIOCESES DE BISSAU E BAFATÁ, Mensagem dos Bispos da Guiné-Bissau, na altura das eleições legislativas de 2008, intitulada: “Fidju di si n’sibiba, ca ta padidu” (“Mais vale prevenir que remediar”). Policopiado.

DIRECTÓRIO MISSIONÁRIO DA MISSÃO “SUI IURIS” DA GUINÉ. Lisboa, 1952.

FACCIOLI (Mario), Una vita missionaria in Guinea Bissau. Saronno (Itália), 2009.

FARO (Fr. André de), “Relação do q. obrarão na segunda missão, os annos de 1663 e de 1664, os religiosos capuchos da prouinçia da piedade, do Reyno de Portugal, em a terra firme de guine na conversão dos gentios” (….), publicada por LUIS DA SILVEIRA, Peregrinação de Fr. André de Faro à Terra dos Gentios, Lisboa, 1945.

FASPEBI, CIDAC, CESTAS, TININGUENA, UICN, O Ensino Básico e o desenvolvimento local no Arquipélago dos Bijagós. Mesa redonda, em Bubaque (30 Janeiro – 1 Fevereiro 1998). Policopiado.

FERNANDES (Francisco), A justiça jurídica na Guiné-Bissau, virtude e valor ético fundamental para a construção do Bem comum. Dissertação de fim de estudos teológicos no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2009. Policopiado.

FILIPPI (Giovanni), Veronese à Cafal (1982-2002). Verona, 2007.

FIORAVANTI (Maurizio) ET ALII, Medicamentos tradicionais da Guiné-Bissau.
Mansoa (Missão Católica), 2009. Policopiado.

FONSECA (Domingos da), L’humanité du Christ. Essai d’étude christologique pour une évangelisation du peuple mancagne. Dissertação para doutoramento em teologia dogmática, Roma 1993. Policopiado.

FONSECA (Domingos da), Os Mancanhas. Parte impressa da dissertação para doutoramento em teologia dogmática, na Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma, defendida em 1993. Bissau, 1997.

FONSECA (Domingos da), A Evangelização e os Mancanhas da Guiné-Bissau. Comunicação apresentada ao Colóquio histórico de Bissau, no Centro Cultural Português (1-3 Dezembro, 1997). Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Missal e Leccionário em Felupe de Suzana. Suzana (missão Católica), 2005. Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Elob aî Lata Ai. O Novo Testamento em Jola-Felup de Suzana. Suzana (Missão Católica), 2003.

FUMAGALLI (Giuseppe), A família na Igreja-Família de Deus. Suzana (Missão Católica), 2002. Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Evangélio de João. Suzana (Missão Católica), 1998.
Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Notizie di Katon. 25 anni di lettere agli amici. Vol.I (1997), Suzana (Missão Católica). Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Evangélio de Mateus. Suzana (Missão Católica), 1996-b. Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Ussalal Emit ai. Cânticos em Felup e Kriol (Reportório de cânticos e salmos, originais / traduzidos, postos em música original / importada. Suzana (Missão Católica), 1996-a. Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Apontamentos de gramática da língua Jola-Felup. Suzana (Missão Católica), 1995. Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Apontamentos e notas sobre o estudo da língua na Guiné-Bissau. O Criol a partir do Felup. Suzana (Missão Católica), 1980. Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Vocabulário Felup-Italiano-Português. Suzana (Missão Católica), 1993. Edição electrónica.

FUMAGALLI (Giuseppe), Catecismo kukristian aku mame. Tradução e adaptação do “Chrétiens aujourd’hui” em Felup de Suzana (2 vols.). Suzana (Missão Católica), 1979. Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Djesus auol-ola-m maul olal Eronh ai inkul ai. Katsismu Iate katekumenadu elibir iatiar ãi. Tradução e adaptação das 25 primeiras lições de Catequese de “Chrétiens aujourd’hui”. Suzana (Missão Católica), 1978. Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Evangélio de Marcos. Suzana (Missão Católica), 1976.
Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Appunti di Gramatica della Lingua Felup parlata à Suzana. Suzana (Missão Católica), 1997. Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Actos dos Apóstolos. Suzana (Missão Católica), 1975 (1ª edição) e 1999 (2ª edição).

FUMAGALLI (Giuseppe), Evangélio de Lucas. Suzana (Missão Católica), 1970. Policopiado.

FUMAGALLI (Giuseppe), Apontamentos pedagógico-didáticos para docentes de escola primária bilingue Felup-Português. Suzana (Missão Católica), 1970. Policopiado.

FURLATO (Rino), Evangelizadores da Guiné, Safim, 1997. Policopiado.

FURLATO (Rino), Frati Minori della Provincia Veneta in Guinea Bissau, in occasione del 50º aniversario dell’arrivo (1955-2005). Safim, 2003. Policopiado,

FURLATO (Rino), História de Safim. Ano de 1998. Policopiado.

FURLATO (Rino), Aceno histórico sobre a ocupação e a independência da Guiné. Safim-Nhoma, 1993. Policopiado.

FURLATO (Rino), Estradas da Guiné, com atenção particular às pontes sobre o rio Corubal e a ponte de Ensalmá. Ano de 1993. Policopiado.

FURLATO (Rino), Una vita per i lebbrosi, Fra Giuseppe Andreatta, ofm. 1ª edição. Quinhamel, 2007. Policopiado.

FURLATO (Rino), Ocupação da Guiné Portuguesa, 3ª edição. Quinhamel, 2009. Policopiado.

FURLATO (Rino), História de Safim, 2ª edição ampliada. Caboxanque, 2009. Policopiado. Teve uma 1ª edição em 1991, com o título “Relatório histórico-religioso de Safim (1953-1991).

FURLATO (Rino), Notícias históricas sobre a Missão Católica de Nhoma. Nhoma, 1994. Policopiado.

GALLINARO (Rino), “I Balanta: una tribu della Guinea-Bissau”, in Mondo e Missione (Junho-Julho 1980), pgs. 387-413.

CELSO (Daniela), Crioulo para estrangeiros. Saronno (Itália), 2007.

GHEDO (Piero), Missione Bissau. I 50 anni del PIME in Guinea- Bissau (1947-1997). Bolonha, 1999.

GHEDO (Piero), Leopoldo Pastori. Il missionário Monaco della Guinea-Bissau (1939-1996). Bolonha, 2006.

GERLIER (Michel), Variados trabalhos escritos em manjaco, nomeadamente: Guia de conversação em francês e manjaco, Catecismos,Celebrações da Palavra e Leccionários completos do ano litúrgico, etc.

GOMES (Alberto), La divination et la foi chrétienne (Guinée-Bissau). Dissertação para licenciatura em pastoral no ICAO (Costa do Marfim), 2005. Policopiado.

GOMES (Bernardo), A virtude moral da Justiça em S.Tomás, aplicada à Guiné-Bissau. Tese de licenciatura em Teologia moral, apresentada na Pontifícia Universidade Lateranense (Academia Alfonsiana), Roma, 2001. Policopiado.

GOMES (Bernardo), O pensamento ético de Jacques Maritain e a sua contribuição no desenvolvimento sociopolítico da Guiné-Bissau. Tese de licenciatura na Pontifícia Universidade S.Tomás de Aquino (“Angelicum”), Faculdade de Ciências Sociais, Roma, 2005. Policopiado.

GOMES (Cesário Francisco Mendes), A concepção de Deus na religião tradicional manjaca e a visão de Deus na 1ª Carta de S.João (4,7-21). Perspectivas para a evangelização do povo manjaco. Dissertação de fim do curso teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau. Bissau, 2009. Policopiado.

GONÇALVES (Manuel Pereira), A missionação dos Jesuítas e dos Franciscanos nos Rios de Guiné, no séc. XVII. Tese de Mestrado em História Moderna, apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa. Lisboa, 1992, 2 vols. Policopiado.

GONÇALVES (Manuel Pereira) e VICENTE (João Dias), Breve história da Evangelização da Guiné. Cucujães (Portugal), 1997.

GRILLO (Antonio), Catechismo Balanta. Guiné-Bissau, 1957. Policopiado.

GRILLO (Antonio), “I miei Balantas e un sogno nel cuore”, in Venga il tuo Regno. Nápoles, Maio de 1988.

INFANDA (Domingos Tchigna), A figura de Dom Settimio Arturo Ferrazzetta no processo de reconciliação e de paz, durante o conflito de 1998/99. Dissertação de fim de ciclo de teologia, no Seminário Interdiocesano de Bissau, Maio de 2009. Policopiado.

INFANDA (José Nhaga), Participação da Igreja Católica da Guiné-Bissau no conflito político-militar de 1998/99. Dissertação de fim de ciclo teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau, Maio de 2009. Policopiado.

JAQUITÉ (Keylândio Abdulai), Um olhar abrangente. A percepção dos alunos sobre a sua escola e o nível de satisfação e desempenho académico. Um estudo de caso (o Liceu João XXIII, em Bissau). Tese de licenciatura em Psicologia da Educação, na Universidade Católica Portuguesa (Faculdade de Educação e Psicologia). Porto, 2011. Policopiado.

LÍDERES RELIGIOSOS das Comunidades Católica, Evangélica e Muçulmana da Guiné-Bissau, “Si nô sumia bentu, nô na cudji turbada; si nô sumia Bardadi, nô na cudji paz” (“Se semeamos ventos, colheremos tempestades; se semearmos a Verdade, colheremos a paz”). Mensagem ao Povo da Guiné-Bissau, feita em 2 de Abril de 2009, assinada pelos dois Bispos Católicos, por 2 pastores Evangélicos e por 2 “Aladjes” muçulmanos.

LONGO (Fabio), I frati Minori veneti in Guinea-Bissau: 50 anni di storia da ricordare (1955-2005). Monselice (Padova, Italia), 2005. Ristampa reveduta e correta, 2006. Tradução portuguesa com o título Os Frades Menores de Veneza na Guiné-Bissau: 50 anos de história para recordar (1955-2005), Monselice (Pádua, Itália), 2009.

LOPES (Fernando Félix), “Missiones Lusitaniae in Africa”, in Historia Missionum Ordinis Fratrum Minorum, II (Africa), Roma, 1967, pgs. 27-60.

MACEDO (Francisco de), “A Educação na República da Guiné-Bissau: o passado, as transformações no presente, as perspectivas de futuro”, in Itinerarium, 1997, pgs.158-194.

MAGALHÃES (Cónego António Miranda), Projecto de Organização Missionária da Guiné (Bolama, 9-6-1931), in Arquivo da Diocese de Bissau, (“Vigário Geral”, 1931).

MARCHI (Maristella De), Noções de Gramática da Língua Balanta. Mansoa (Missão Católica), 1986. Policopiado.

MARCHI (Maristella De), Pesquisa sobre alguns aspectos da cultura Balanta (etnia da Guiné-Bissau) e sua relação com o Cristianismo. Ano de 1995. Dactilografado.

MARMUGI (Spartaco), Katekismu di Elob Ai lata Edjulei. Suzana (Missão Católica), 1971. Policopiado.

MARMUGI (Spartaco), Vocabulario Italiano-Felupe. Suzana (Missão Católica, (1966?). Policopiado.

MARMUGI (Spartaco), Katesismu kata kudjul eku kata Suzana. 1ª edição, Suzana (Missão Católica), 1960; 2ª edição, Suzana, 1963. Policopiado.

MASSARI (Flora), Una Chiesa ascolta, si presenta, si coinvolge. Guinea-Bissau. Tese de Mestrado em Ciências religiosas, no Instituto de Ciências Religiosas (Trento, Itália), ano académico de 1995/96.

MENCAGLI (Kirsten Andersen), “Medicina Tradicional”. Diocese de Bissau, Bol.nº4 de SEDEPRU, 1992. Policopiado.

MOTA (Fr. Francisco da), “Informe y Relacion (…) del modo com que los Negros de (…)Costas y Rios (de guinea) se compran y son reducidos a cautiverio” (14-4-1686). Publicado por AVELINO TEIXEIRA DA MOTA, As Viagens do Bispo D.Fr. Vitoriano Portuense à Guiné e a Cristianização dos Reis de Bissau. Lisboa, 1974, pp.49-54 (apresentação) e pp.121-133 (transcrição, em espanhol do manifesto anti-esclavagista, na Biblioteca da Ajuda, 54-xiii-15).

MUNNO (Settimio), “Credenze e costumi dei Balanta”, in Terra d’Africa, Milão, 1958, pgs.67-86.

MUTNA (Augusto), Linhas para uma pastoral da Comunicação Social na Guiné-Bissau. Tese de licenciatura em Comunicação Social, no Pontifício Instituto Salesiano. Roma, 2010. Policopiado.

N’DAME (Centro de Espiritualidade), Ir. Giulia Dell’Accio, Oblata do Sagrado Coração de Jesus, “Para que os sacerdotes sejam santos”. N’Dame (Bissau), 1995. Pró-manuscrito.

NDEQUE (Massiev), O primeiro anúncio do Evangelho ao povo Mancanha. Dissertação de fim de estudos teológicos, no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2009. Policopiado.

NHAGA (Francelino António), Relação Igreja e Estado em África Subsahariana. Quarenta anos de coabitação. Dissertação para doutoramento em Direito Canónico, na Pontifícia Universidade Urbaniana. Roma, 2000. Policopiado.

OLIVEIRA (Abraão Cabral), Os Jovens e a Violência: o caso da Guiné-Bissau. Dissertação de fim de estudos teológicos, no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), ano de 2001. Policopiado.

O ARAUTO, Jornal da Missão “sui iuris” e da Prefeitura Apostólica da Guiné, iniciado em Bolama (Maio de 1943), passando depois para Bissau (1945), conseguindo sair com certa regularidade durante quase 25 anos, até 15 de Abril de 1968, altura em que foi extinto.

PIME, “Guinea: piano pastorale, India, pensieri di Delhi”. Inforpime, nº 1, Roma, 1972. Pro-manuscrito.

PIME, “Religione tradizionale Africana. Dialogo e Annuncio”. Quadedrni Inforpime, nº 70, Roma, 2003.

PIME, “Panafricana PIME, Gennaio 1998. Quaderni Inforpime, nº 59. Roma 2003. Pro-manuscrito.

PUSSETTO (Luigi) e TAMBA (João), Dicionário Balanta-Português, Mansoa, Quimbanhá. Bissau 2005. Policopiado.

QUEMATCHA (Victor Luis), Vision de la mort chez les Balantas (de Guinée-Bissau). Memória de fim de curso filosófico, Lomé (Togo), 1993. Policopiado.

QUEMATCHA (Victor Luis), L’apport de l’Église Catholique au processus de paix et de reconciliation en Guinée-Bissau à la suite du conflit armée de 1998/99. Dissertação para licenciatura em Teologia Moral na Pontifícia Universidade Lateranense, Academia Alfonsiana (Instituto Superior de Teologia Moral), Roma, 2006. Policopiado,

REMA (Henrique Pinto), “As Missões Católicas Portuguesas no Atlântico Sul, no séc.XVII”, in Itinerarium, 1997, pgs. 493-552.

REMA (Henrique Pinto), Aculturação e inculturação na gesta dos Descobrimentos portugueses. Comunicação ao Colóquio histórico de Bissau (1-3 Dezembro, 1997). Policopiado.

REMA (Henrique Pinto), Encontro da cultura portuguesa com a cultura africana da Guiné. Comunicação ao Colóquio histórico de Bissau (1-3 Dezembro, 1997). Policopiado.

REMA (Henrique Pinto), Baptismo de Príncipe Jalofo em 1488, na corte de D.João II, e o método missionário na época dos Descobrimentos. Comunicação ao Congresso Internacional sobre Bartolomeu Dias e sua época (21-24 Setembro, 1988), Maia (Portugal). Dactilografado.

REMA (Henrique Pinto), História das Missões Católicas da Guiné. Braga, 1982.

SÁ (Florinda Costa e), Estudos bilingues. Dissertação para licenciatura em Pedagogia na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Belo Horizonte (Brasil), 2004. Policopiado.

SAMBOU (Abraham Ambessum), Évangelisation à Suzana (Guinée-Bissau). Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), 1994. Policopiado.

SANTOS (Raxido Marcelo dos), Os Mancanhas e a Evangelização (1932-1973): relações existentes entre o poder tradicional mancanha (de Bula) e os primeiros missionários franciscanos. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau. Maio de 2009. Policopiado.

SCANTAMBURLO (Luigi), Língua bijagó da Ilha de Canhabaque (Bko). Apontamentos gramaticais e Dicionário Bijagó-Português-Guinense e Português-Guineense-Bijagó: Dialectos de Canhabaque (Bko) e de Meneque-Orangozinho-Canogo (Bmoc). Bubaque, 2000. Policopiado.

SCANTAMBURLO (Luigi), Gramática do Crioulo guineense, para os alunos de V-VI classe na escola bilingue Crioulo guineense-Português. Bubaque, 2008. Policopiado.

SCANTAMBURLO (Luigi), O Ensino Básico e o Desenvolvimento local no Arquipélago dos Bijagós. Mesa redonda, em Bubaque (30 Janeiro-1 Fevereiro 1998). Bubaque, 1998. Policopiado.

SCANTAMBURLO (Luigi), “O Ensino Bilingue nas Escolas das Ilhas Bijagós (Crioulo Guineense-Português”), in MATHEUS (H.M.) e TEOTÓNIO (L.P.), Língua Portuguesa e Cooperação para o Desenvolvimento. Lisboa, 2005.

SCANTAMBURLO (Luigi) e GOMES (B.), Istoria di Salbason. Vol.I. Deus Pape, Kriadur di pekaduris. Bubaque (Missão Católica), 1992. Policopiado.

SCANTAMBURLO (Luigi) e GOMES (B.), Istória di Salbason, vol.II: Jesus Fidju di Deus, padidu suma pekadur. Bubaque (Missão Católica), 1992. Policopiado.

SCANTAMBURLO (Luigi), A Etnografia dos Bijagós da Ilha de Bubaque, Lisboa, 1990.

SCANTAMBURLO (Luigi), The Ethnography of the Bijagós people of the Island of Bubaque, Guinea-Bissau. Tese de Mestrado, na Wanyne State University (USA), 1976.

SCANTAMBURLO (Luigi), “O mundo religioso dos Bijagós e a Evangelização”. Comunicação ao Colóquio histórico de Bissau (1-3 Dezembro 1997, no Centro Cultural Português de Bissau). Apontamentos dactilografados.

SCANTAMBURLO (Luigi), Dicionário do Guineense. Vol.I: Introdução e notas gramaticais, Lisboa-Bubaque, 1999; Vol.II: Dicionário Guineense-Português / Disionariu guineensi-purtuguis. Lisboa-Bubaque, 2002.

SCANTAMBURLO (Luigi), Gramática e Dicionário da Língua Criol da Guiné-Bissau. Bolonha, 1981.

SCIOCCO (Davide), Gioia e Liberazione. Bolonha, 2001. (São cartas escritas, da Guiné-Bissau, aos amigos italianos).

SIBANDIÓ (Marcos Baliu), La sterilité conjugale dans le milieu djola kadiamoutay de Suzana et morale chrétienne: pour un meilleur accompagnement des époux steriles. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), ano de 2002.

STEVANIN (Efrem), Catechismo Criolo. Ano de 1954.

TAMBÁ (Carlos), A Justiça social em Amós (2,6-16), paradigma da Justiça para a Guiné-Bissau. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau, Maio de 2009. Policopiado.

UROLIS (Cristiano), Sincretismo religioso no “chão” manjaco de Caió. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2008. Policopiado.

VERNOCCHI (Franco), Migalhas. Ano de 1940.

VICENTE (João Dias), “O Cónego Tertuliano Ramos e a I República Portuguesa na Guiné”, in Itinerarium, nº169 (Janeiro-Abril, 2001), pg. 69-129.

VICENTE (João Dias), “Subsídios para a biografia do sacerdote guineense, Marcelino Marques de Barros”, in Lusitania Sacra, 2ª série, 4 (1992), pgs. 395-470.

VICENTE (João Dias), “Padre Henrique Lopes Cardoso, um sacerdote guineense digno de ser conhecido”, in Soronda (revista de estudos guineenses), nº 17 (Janeiro de 1994), pgs. 145-189.

VICENTE (João Dias), “Os Bispos de Cabo Verde que visitaram a Guiné”, in Itinerarium, XXXI (1993), pgs. 287-350.

VICENTE (João Dias), “Importância de dois Arquivos de Roma (A.S.Vaticano e Propaganda Fide) para a história da missionação na Guiné-Bissau”, in Itinerarium, nº 168 (2000), pgs. 481-541.

VICENTE (João Dias), “Quatro séculos de vida cristã em Cacheu”, in Itinerarium, nº132 (1988), pgs. 335-375. Integrado também no livro Mansas, Escravos, Grumetes e Gentio, Cacheu na encruzilhada das civilizações. Actas do Colóquio “Cacheu, Cidade antiga”(22-24 Novembro, 1988), coordenação de Carlos Lopes, Bissau-Lisboa, 1993, pgs.100-117.

VICENTE (João Dias), “Novos Subsídios para a história da primeira missão franciscana portuguesa na Guiné (1660-1834), in Itinerarium, nn. 112-113 (Janeiro-Agosto, 1982), pgs. 122-224.

VICENTE (João Dias), Guinea Bissau, Guiné-Bissau. (Livro de divulgação sobre variados aspectos da vida e história da Guiné-Bissau,, em versão italiana e portuguesa, publicado em Verona no ano de 2004, com valiosas fotos de Alessandro Tosatto)..

Fr. João Vicente, ofm

Fonte:  http://www.gbissau.org/diocese/Public_missionarios.htm (com a devida vénia...)

[ Revisão / fixação de texto / negritos / links, para efeitos de publicação deste poste: LG ]

____________


(**) Vd. poste de 20 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6193: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69 / Mai 71) (9): Os padres missionários italianos de Bafatá

(...) A primeira vez [que fui à Casa dos Padres Missionários Italianos em Bafatá] foi em meados de Junho de 1970 quando decorreu ali um encontro dos capelães militares do Sector Leste - Bafatá, Bambadinca, Galomaro, Nova Lamego e Piche – promovido e orientado pelo Capelão Chefe da Guiné.

Foram dois dias preenchidos com diversas reuniões de trabalho, onde os capelães presentes puderam, num ambiente de agradável convívio, analisar e reflectir sobre a sua missão e actividades, naturalmente vistas sob ângulos de opinião diferentes.

A encerrar o encontro teve lugar uma concelebração eucarística de ronco, um tanto ao estilo da Igreja no tempo do Estado Novo, que o Capelão Chefe Gamboa sabia muito bem valorizar, em que estiveram presentes autoridades militares e civis, assim como um bom grupo de chefes religiosos muçulmanos. À cerimónia, a que se pretendeu retirar qualquer conotação política e militar, deu-se o nome de Celebração Eucarística pela Unidade.

Lembro que ainda antes de regressarem às suas Unidades, os capelães foram brindados, pelo Comando Militar de Bafatá, com um longo roteiro pela zona norte, acompanhados dum pequeno pelotão de segurança, visitando os aquartelementos de Cantuboel, Cambaju e Fajonquito, que nos disseram ficar a cerca de 500 metros do Senegal.

Voltei a estar na hospitaleira Casa dos Padres Missionários Italianos, pelo menos, mais duas vezes, por menos tempo. Eram sempre excelentes ocasiões de repouso e de convívio, assim como de troca de opiniões sobre temas então muito actuais e vividos intensamente por muitas pessoas dentro da Igreja, como fascismo e colonialismo, Exército e Igreja, guerra e Guiné, além de outros temas de cariz religioso e eclesiástico.

Pude, assim, conhecer e aquilatar do trabalho que os Padres Missionários Italianos desenvolviam na Guiné, levados pelo seu espírito missionário arejado e contando com algum apoio financeiro do Governo Português. Um trabalho profundo, enraizado e isento, que assentou, essencialmente, na formação de cidadãos da própria Guiné, de forma que o desenvolvimento desta terra se pudesse fazer a partir de dentro, pelos próprios guineenses. Para isso, haviam fundado e dirigiam um Seminário em Bafatá, já então no terceiro ano de existência, e sei que projectavam construir um outro em Bissau, visando a formação de sacerdotes e catequistas nativos, sem os desenraizar do meio nem desafricanizar.

Uma acção que foi reconhecida por quantos tiveram oportunidade e interesse de observar o desempenho da Igreja na Guiné e dela esperavam que assumisse uma acção capaz de semear nesta terra o Evangelho, no seu espírito de justiça, liberdade e progresso.

Amílcar Cabral, numa entrevista dada depois da célebre recepção dos três líderes dos Movimentos africanos pelo Papa Paulo VI em princípios de 1971, e em que faz um forte ataque à Igreja na Guiné por considerar esta estar comprometida com a guerra colonial, não deixou de expressar o seu apreço pelos Padres italianos de Bafatá, assim como pelo Pe. António Grillo, que havia sido expulso na sequência do caso de Samba Silate. Uma imprudência de Amílcar Cabral, a meu ver, por poder dar origem a certos juízos políticos, na verdade infundados. (...)

____________

Vd. ainda postes de: