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terça-feira, 2 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14688: Ser solidário (184): O Mês da Criança na Guiné Bissau: "Mininesa i no dritu" [O nosso direito de sermos crainças]... Concerto de Karyna Gomes e convidados. na Praça Che Guevara, em Bissau, no dia 12



Programa de atividades do "Mês  Criança", que tem a presernça especial da cantora guineense Karyna Gomes, madrinha do Observatório dos Direitos da Criança. Karyna Gomes lançou ainda recentemente o seu primeiro álbum, "Mindjer". Ver aqui, no You Tube,  "Amor Livre", o single de estreia desse álum, edição da Get!Records.

Karyna Gomes é uma das revelações da música urbana da Guiné-Bissau. Mas já canta desde pequenina, e  trabalhou com outros grandes músicos...É uma mulher socialmente empenhada... É filha de pai guineense, que andou na lutou de libertação, e de mãe caboverdiana.  Estudou jornalismo no Brasil. Canta exclusivamente em crioulo. Tem página no Facebook.



Karyna Gomes, cortesia da editora Get!Records
1. Junho de 2015: Mês da Criança 
na Guiné-Bissau


A Caritas Guiné-Bissau e a FEC [, Fundação para a Fé e a Cooperação] promovem no mês de junho atividades direcionadas a crianças, pais e encarregados de educação, e público em geral com o intuito de celebrar os direitos da criança e formalizar o Observatório Nacional dos Direitos da Criança na Guiné-Bissau.

Sob o lema “Mininesa i no dritu”,  pretende-se, alertar a sociedade civil guineense para a situação atual das crianças, valorizando-as e informando sobre as suas necessidades e desafios de desenvolvimento.

As atividades, areaklizar em Bissau,  são apadrinhadas pela cantora Karyna Gomes, madrinha do Observatório dos Direitos da Criança.

Destaque  para o  o dia 12 de junho, Dia Mundial da Luta contra o Trabalho Infantil, para o Concerto de Karyna Gomes & Convidados. pelas 20h, na praça Che Guevara. Para mais detalhes, vd. o programa acima.

A celebração do mês do Mês da criança "Mininesa i no dritu " enquadra-se no âmbito do projeto "Bambaram di Mininu", é implementado pela Caritas em parceria com a FEC. É financiado pela União Europeia, tendo ainda o apoio do BAO,  Petromar e do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua.

 [Fonte: Adapt livre de notícia divulgada no sítio da FEC - Fundação Fé e Cooperação].


Capa do álbum "Mindjer", o primeiro CD de Karyna Gomes, 2014, Get!Records.  


2. Resposta de Karyna Gomes à pergunta "Por fim, como gostaria de ver a sua Guiné-Bissau daqui a 20 anos?", no âmbito de um entrevista recente,  publicada no sítio da FEC - Fundação Fé e  Cooperação


Karyna: Politicamente e socialmente estável com infraestruturas que permitam o guineense viver no seu país sem ter que imigrar. Isso significa que temos de estar bem posicionados, cada um no seu setor a contribuir de maneira substancial para o tão almejado desenvolvimento. 

Aqui não falo de arranha-céus, nem de viadutos ou de hotéis de cinco estrelas nas ilhas Bijagós, mas de um serviço público organizado com jovens competentes, bons sistemas de educação e saúde, transportes. Quero ver acabada a impunidade, quero ver a criação e a implementação de políticas e diretivas claras para orientar todos os setores de desenvolvimento.

O setor cultural é um desses setores que eu gostaria de ver desenvolvidos como ferramenta importante para o reforço da educação e do posicionamento estratégico do país a nível mundial, através da música, literatura, cinema, dança, artes plásticas, teatro, moda, etc., mas também temos outros setores como o da pesca, da agricultura e das indústrias extrativas que têm muito que desenvolver. 

Gostava de ver o crioulo oficializado, de pessoas a ler nos cafés e nas escolas. Quero ouvir que não se pratica mais a mutilação genital feminina e que não mais enviam crianças para serem mendigos na rua escondidos na capa da religião... 

Tanta coisa!!! Sim, podemos!´


Fonte: Sítio da FEC - Fundação Fé e Cooperação >  A Guiné-Bissau de Karyna Gomes [Entrevista]

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23741: "Despojos de Guerra" (Série documental de 4 episódios, SIC, 2022): Comentários - Parte V: 4º e último episódio, "Laços de Sangue", hoje, 5ª feira, dia 27, às 20h00, na SIC Notícias, Jornal da Noite


Série documental "Despojos de guerra", 4ª episódio: "Laços de sangue", Fotograma do "trailer" (3' 58''). Um dos entrevistados é o José Maria Indequi, secretário da direção da Associação da Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes Portugueses na Guiné-Bissau (FIDJU DI TUGA).

1. Sinopse, com a devida vénia, SIC Notícias > 25 out 2022, 12h17;

Chamam “filhos de tuga” aos mestiços nascidos das relações entre militares portugueses e mulheres africanas que foram deixados para trás. Entre a revolta e a esperança, ainda hoje tentam encontrar um nome de pai e descobrir a outra metade da sua identidade, como sucede aos irmãos Elva e José Maria Indequi.

"Despojos de Guerra" revela histórias extraordinárias de espionagem, patriotismo, sobrevivência e romance, tendo como pano de fundo a guerra colonial portuguesa em África (1961 a 1974).

Com recurso a imagens de arquivo extraordinárias e pela primeira vez submetidas a um processo de colorização inédito em Portugal, esta série documental, com assinatura de Sofia Pinto Coelho, vem dar voz a heróis anónimos que relatam agora, na primeira pessoa, as encruzilhadas que enfrentaram em tempo de guerra e de descolonização.

"Despojos de Guerra" é uma coprodução da Blablabla Media com a SIC, com o apoio à inovação audiovisual do ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual.

Esta quinta-feira é apresentado o último episódio da série documental "Despojos de Guerra", disponível na plataforma Opto.

Sobre este tema, e sob o descritor "filhos do vento", temos mais de 6 dezenas de referências no nosso blogue. ]

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14764: Filhos do vento (36): SIC, Jornal da Noite, hoje, 4ª feira, 18, 20h00-21h30; e revista do jornal "Público", domingo, 21: "Tivemos a felicidade de acompanhar o António Bento, que esteve em Angola entre 1973 e 1975, e era furriel, e ir com ele ao encontro do filho que ele nunca conheceu, deixou a mulher com quem viveu durante um ano grávida" (Catarina Gomes, jornalista)

1. Mensagem da nossa amiga Catarina Gomes,  jornalista do "Público", coautora da reportagem sobre os "Filhos do Vento" e "O Meu Filho Ficou lá"; filha de ex-combatente da guerra colonial (em Angola), escreveu o livro "Pai, tiveste medo ?" (Lisboa, Matéria Prima Edições, 2014):

Data: 16 de junho de 2015 às 10:19
Assunto: Reportagem Angola

Caro professor,

Tal como lhe tinha dito, desde a ida à Guiné a a reportagem dos "filhos do vento",  fiquei com vontade de contar uma história ao contrário, pelo lado de um pai de um "filho do vento". Tivemos a felicidade de acompanhar o António Bento, que esteve em Angola entre 1973 e 1975,  e era furriel, e ir com ele ao encontro do filho que ele nunca conheceu, deixou a mulher com quem viveu durante um ano grávida.

É dessa aventura que dá conta a reportagem que sairá publicada na revista do "Público", no domingo dia 21 de Junho, e no Jornal da Noite da SIC,  esta quinta-feira dia 18 de Junho.

Espero que a reportagem possa inspirar muitos pais a olharem para o passado e talvez a lembrarem-se que deixaram um filho para trás.

Aqui lhe deixo  os dados da conta  bancária da:

Associação da Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes Portugueses na Guiné-Bissau (Fidju di Tuga)
Banco da África Ocidental em ligação à conta do Montepio em Lisboa.


114011010114

Um abraço
Catarina


2. Quinta-feira, dia 18 de junho, no 'Jornal da Noite', SIC [20h00-21h30], 

Grande Reportagem SIC: "O meu filho ficou lá" 


Sinopse:

A Guerra Colonial levou milhares de soldados portugueses para África e deixou por lá muitas crianças sem pai, filhos de militares portugueses que acabaram as suas comissões de serviço e regressaram a Portugal. Há quem desconheça que por lá deixou um filho, há quem o esconda porque construiu uma nova família após o regresso e há quem nunca esqueça o que se passou.

Já na parte final do conflito, António Bento foi enviado, por dois anos, para Angola onde prestou serviço militar entre 1973 e 1975. Foi colocado no interior de Angola, na província de Luena, perto da fronteira com a Zambia.

Durante a comissão de serviço, António Bento apaixonou-se pela angolana Esperança. O soldado chegou mesmo a mudar-se e a ir viver para casa de Esperança, numa aldeia perto do quartel. Mas no início de 1975, a comissão de serviço termina e António Bento regressa a Lisboa pouco antes do filho de ambos nascer. O ex-combatente nunca esqueceu que se tinha despedido de uma mulher grávida.

A longa guerra civil em Angola e as dificuldades de comunicação com o interior do país foram algumas das barreiras que impediram António Bento de descobrir o paradeiro do filho. Mas nunca desistiu.

Hoje "Zito", o filho de António e de Esperança, tem 40 anos, a mesma idade de Angola independente. E só ao fim de 4 décadas pai e filho encararam-se, pela primeira vez, olhos nos olhos.

"O Meu Filho Ficou Lá " é a história de uma viagem ao interior de Angola e à emoção do primeiro encontro entre um pai e um filho. Uma 'Grande Reportagem' em parceria jornal Público /SIC.

Reportagem : Catarina Gomes
Ricardo Rezende (imagem e som)
Montagem: Ricardo Rezende | Rui Berton
Uma parceria jornal Público / SIC
Coordenação: Cândida Pinto
Direcção: Alcides Vieira | Rodrigo Guedes de Carvalho

Fonte: Cortesia de:

SIC | Ana Margarida Morais
Assistente Gabinete de Comunicação e Relações Externas

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domingo, 24 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14657: Filhos do vento (31): Festival Rotas e Rituais, 2015: 22 de maio > Conferência "Filhos da Guerra": vídeo com a intervenção de Rafael Vale e Reis, especialista em bioética e direito da família ("Filhos do Vento: direito ao conhecimento das origens genéticas ?")



[ Pode-se aumentar o volume de som, clicando na imagem, em baixo, à direita]


1. Lisboa,  Cinema São Jorge, Festival Rotas e Rituais, 2015 > 22 de maio: conferência "Filhos da Guerra". Intervenção de Rafael Vale e Reis ("Filhos do Vento; direito ao conhecimento das origens genéticas ?")

Na mesa, da esquerda para a direita:

(i) Catarina Gomes (jornalista do Público, organizadora e moderadora do painel);

(ii) Margarida Calafate Ribeiro (professora e  investigadora-coordenadora no Cen­tro de Estu­dos Soci­ais da Uni­ver­si­dade de Coim­bra, autora dos  livros "África no femi­nino: as mulhe­res por­tu­gue­sas e a Guerra Colo­nial" (2007); "Uma his­tó­ria de regres­sos: impé­rio, Guerra Colo­nial e pós-colonialismo" (2004);  e ainda, em con­junto com Roberto Vec­chi,  "Anto­lo­gia da memó­ria poé­tica da guerra colo­nial" (2011); entre 2007 e 2011, coor­de­nou o pro­jecto "Os filhos da guerra colo­nial: pós-memória e representações");

(iii) Luís Graça (na qualidade de editor do blogue Luís Graça &  Camaradas da Guiné);

(iv) e Rafael Vale e Reis (especialista em bioética e direito da família, Universidade de Coimbra).(*).

Rafael Vale e Reis é assis­tente con­vi­dado da Facul­dade de Direito da Uni­ver­si­dade de Coim­bra e inves­ti­ga­dor do Cen­tro de Direito Bio­mé­dico da Facul­dade de Direito, da Uni­ver­si­dade de Coim­bra. Inte­gra a equipa do Obser­va­tó­rio Per­ma­nente para a Adop­ção no âmbito do Cen­tro de Direito da Famí­lia da Facul­dade de Direito de Coim­bra. É autor de "O Direito ao Conhe­ci­mento das Ori­gens Gené­ti­cas", publi­cado em livro pela Coim­bra Edi­tora em 2008.)(**).

Dos camaradas e amigos da Tabanca Grande, estiveram presentes, além do nosso editor, a Maria Alice Carneiro (que fez este vídeo), o Jorge Cabral, o Hélder Sousa, o Mário Gaspar, e o José António Viegas, algarvio. O  Jorge Cabral e o Mário Gaspar fizeram ntervenções no fim,

2. Sobre este tema, está a decorrer uma sondagem, desde hoje. A pergunta é: 

OS "NOSSOS FILHOS DA GUERRA" DEVERIAM PODER TER ACESSO À NACIONALIDADE PORTUGUESA

A resposta é dada através de uma escala de Likert (Vd. coluna do lado esquerdo, ao alto):

1. Discordo totalmente

2. Discordo

3. Não discordo nem concordo /Não sei

4. Concorrdo

5. Concordo totalmente

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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14750: Ser solidário (186): jornal APOIAR, nº 34. out / dez 2004 - Parte I: O então diretor da associação e do jornal Mário Gaspar com o então ministro da defesa Paulo Portas


Folha de rosto do nº 34 do jornal APOIAR, out / dez 2004 (, o último da direção do Mário Gaspar). Na foto, o então ministro da defesa, Paulo Portas, e à sua direita o Mário Gaspar. Desconhecemos quem era o outro camarada que está à direita do Mário Gaspar.  O último nº do jornal, o nº 92, mar /abr de 2015, está aqui disponível em formato pdf,  no sí.tiio da associação APOIAR. É atualmente seu diretor. o Manuel Vicente da Cruz. O jornal publica-se desde 1996.


1. Mensagem do nosso camarada Mário Gaspar, com data de 28 de maio último:

Caros Camaradas

Envio por mera curiosidade o último Jornal APOIAR – era Presidente da Direcção Nacional e Director do nosso estimado Jornal: uma arma apontada ao PODER – e foi este Boletim simplório que contribuiu para que a APOIAR chegasse onde chegou.

Fui sempre um mero aprendiz, empreendedor e entregue aos meus compromissos.

A verdade é que existe uma Lei – que não funciona por culpa unicamente das Associações amarradas e vinculadas aos Protocolos; existe uma Rede Nacional de Apoio – rôta, repleta de buracos – não é Nacional.

Como escrevo no Livro “O Corredor da Morte”:

- “Não estou aqui para enganar ninguém… Estou aqui por que a casa quer e a casa manda”.

Banha da cobra pura!

Um abraço

Mário Vitorino Gaspar

[ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68;

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14671: Inquérito online: Os "nossos filhos da guerra" deveriam ter acesso à nacionalidade portuguesa... A maioria dos nossos leitores (4 em cada 5 dos votantes) acha que sim... Resultados preliminares (n=62)


Lisboa > Cinema São Jorge > Festival Rotas & Rituais 2015 > "Filhos do vento" > Exposição fotográfica de Manuel Roberto > "Inês Miriam Henrique é filha de um ex-combatente português de quem conhece apenas o apelido". Foto de Manuel Roberto (cortesia do autor e do jornal Público)

Ver aqui a sua história resumida:

 "Nasceu em 1967, sabe apenas que o pai português trabalhava no Hospital Militar de Bissau. A mãe, Lígia Vaz Martins, teve mais dois filhos de militares portugueses, um deles é José Carlos Martins, o outro rumou a Portugal à procura do pai, mas não teve sucesso e foi para a Alemanha. Miriam vende sacos de carvão à porta da sua casa. Tem oito filhos. Nos seus sonhos, o seu pai aparece-lhe a dizer que a quer conhecer. Ela só sabe o que julga ser o seu apelido". 

(Fonte: cortesia de Catarina Gomes e Manuel Roberto, Público > Os filhos do vento)


I.  Resultados preliminares (n=62) da sondagem em curso no nosso blogue (vd. coluna do lado esquerdo, ao alto):

SONDAGEM: OS "NOSSOS FILHOS DA GUERRA" DEVERIAM PODER TER ACESSO À NACIONALIDADE PORTUGUESA


1. Discordo totalmente  > 1 (1%)


2. Discordo  > 1 (1%)

3. Não discordo nem concordo / Não sei  > 9 (14%)

4. Concorrdo  > 23 (37%)

5. Concordo totalmente  > 28 (45%)


Total de votos  apurados = 62 (até às 13h de hoje)

Faltam 3 dias para fechar a sondagem


II. CAMARADA, NÃO DEIXES QUE SEJAM OS "OUTROS" A MANDAR "BITAITES" SOBRE OS ASSUNTOS QUE TE DIZEM RESPEITO...

Camarada:

Não é fácil falar, com serenidade, objetividade e rigor, deste tema: os "nossos filhos da guerra" (pessoalmente, prefiro esta expressão)...

Estamos a falar de filhos de portugueses que passaram pela antiga província ultramarina (ou colónia) da Guiné, entre 1961 e 1974, em geral no âmbito do cumprimento de uma missão de serviço militar... Haverá, por certo, também filhos de pessoal civil (por exemplo, comerciantes, administradores, missionários, etc.)...

Independemtente do direito à procura e conhecimento do progenitor (pai biológico) e até do reconhecimento da paternidade, há uma questão sobre a qual se começa a fazer um consenso: estes homens e mulheres, hoje na casa dos 40/50 anos, são filhos de portugueses e, como tal, deveriam poder ter "acesso à nacionalidade portuguesa"...

Se há um reparação (material e/ou simbólica) que, na maior parte dos casos, ainda se pode fazer ao fim destes 40/50 anos, é o reconhecimento pelo Estado português da origem portuguesa destes "nossos filhos da guerra"... Como isso se faz, é já um problema técnico, jurídico e político, que nos ultrapassa...(Esperemos que a embaixada portuguesa na Guiné-Bissau possa fazer qualquer coisa neste sentido.)

De qualquer modo, como simples membro (entre 700) desta Tabanca Grande, também defendo que "mais do que apontar o dedo, é preciso estender a mão para a ajudar"... A exposição fotográfico do Manuel Roberto, no "foyer" do cinema São Jorge, em Lisboa, no âmbito do Festival Rotas & Rituais 2015 (dedicado aos 40 anos da descolonização portuguesa)  interpela-nos a todos, sendo no mínimo "obrigatório" ir vê-la por estes dias... (É só tomar o metro e sair na estação da Avenida.)

 Camarada, sobre este tema (como sobre muitos outros temas que temos aqui abordado)  é importante que dês a tua opinião, sincera, qualificada, serena, sem preconceitos...  E a questão desta vez é simples, é a da possibilidade (legal) de atribuição da nacionalidade portuguesa àqueles dos "nossos filhos da guerra" que eventualmente ainda a (re)queiram... No caso da Guiné-Bissau, não sabemos ao certo quantos são os elegíveis, podem ser umas (escassas) centenas. Infelizmente nunca foi feito nenhum recenseamento destes filhos de portugueses, nascidos entre 1961 e 1975 (*).

Podemos tomar como exemplo os norte-americanos em relação aos seus "mestiços vietnamitas" (e também aprender com os sucessos e insucessos deste processo levado a cabo pelos EUA em relação aos "filhos do pó", deixados pelos seus soldados no Vietname)... 

Este assunto, os "nossos filhos da guerra", nunca sequer chegou ao parlamento português, tanto quanto sabemos... Ora precisamos sensibilizar os nossos deputados que fizeram a guerra colonial... Ainda há alguns, felizmente,  que não têm vergonha de dar a cara, isto é, de pôr no currículo a sua participação na guerra colonial... Temos pelo menos um,  na nossa Tabanca Grande, o Arménio Santos, do grupo parlamentar do PSD, nascido em 1945, sindicalista, aluno do prof Jorge Cabral na Lusófona (**)... Esteve no TO da Guiné como  fur mil reec Inf (Aldeia Formosa, 1968/70). (*)

Por sua vez, Jerónimo de Sousa, deputado e secretário geral do PCP, ainda recentemente, em entrevista ao jornal on line "Observador", de 22/5/2015,  fez referência ao seu passado militar, no TO da Guiné 1969/71. No seu breve CV, no sítio do PCP, diz apenas que "entre 1969 e 1971 cumpriu serviço militar no Regimento de Lanceiros 2 e na Guiné". Como já aqui o temos referido, no nosso blogue, ele foi 1ºcabo PM (polícia militar), da CPM 2537, que participou para a Guiné no T/T Niassa em 24/5/1969.

São seguramente dois homens (e camaradas) com sensibilidade política e social para este problema dos "nossos filhos da guerra".

Mais uma vez queremos chamar a atenção para o facto de esta "sondagem" ter uma finalidade apenas didática e pedagógica: qualquer que seja o seu resultado final, não dá aos editores do blogue qualquer legitimidade (a não ser moral) para falar em nome dos ex-combatentes da guerra colonial na Guiné: este tipo de sondagem (ou inquérito de opinião "on line") é apenas uma forma de auscultar e revelar sensibilidades e opiniões dos amigos e camaradas da Guiné que se reunem à volta do simbólico poilão da Tabanca Grande...Ótimo, se ela puder contribuir para algo mais... e nomeadamente ser útil à causa da associação Fidju di Tuga e dos que, em Angola, Guiné e Moçambique,os 3 teatros de operações da guerra colonial, por onde passaram mais de um milhão de militares,  querem dar uma ajuda concreta a estes homens e mulheres que, muitos deles, apenas querem ver reconhecida a sua ligação (biológica e sentimental) a Portugal.

Camarada, se ainda não votaste ou se queres mudar o teu voto, restam-te 3 (dias) para o fazer... 

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Notas do editor:

sábado, 28 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20506: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (7): edição, revista e aumentada, Letras F, G e H


Guiné > Bissalanca > BA 12 > 1973 > O helicanhão AL III, com a nova configuração de armamento. Créditos fotográficos: Grupo Operacional 1201 (comandamte : ten cor pilav Fernando Jesus Vasquez, hoje ten gen ref).

Foto do AL III 9377 na BA 12 em 1973 que é histórica e tem um certo interesse. Vemos o helicóptero armado com dois ninhos de foguetes SNEB de 37 mm e duas metralhadoras de 7.62 mm, tudo armamento que se usava no T-6G.  Na altura, por indicação do comandante do Grupo Operacional 1201 (ten cor pilav Vasquez) , foi testada esta configuração de armamento no AL III com vista a ser usada no TO, no caso de se verificar novos ataques em força contras os quartéis de fronteira.  O armamento foi testado em primeiro lugar acoplado a uma viatura na carreira de tiro da BA12 para ver se os suportes aguentavam a pressão das armas. Depois foi adaptado ao helicóptero e experimentado nos Bijagós.  Podemos também ver na imagem uma mira no lugar direito do helicóptero, que era a mira do Fiat calibrada para o AL III para pontaria das armas. Esta configuração nunca foi experimentada em combate, mas era uma possibilidade improvisada na BA12, que podia ter tido alguma utilização. 


Foto (e legenda): José Matos (2017) [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]






Guiné > Bissau > Bissalanca > BA 12 > Fiat G-91 R4: linha da frente da esquadra 121, "Os Tigres"

Foto (e legenda): © Mário Santos (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional de Cantanhez > Iemberém > 9 de dezembro de 2009 > 15h50 > Macaco fidalgo vermelho (ou fatango, em crioulo). Espécie, nome científico: Procolobus badius. Em inglês, western red colobus. É uma espécie ameaçada, fundamentalmemte devido à caça e à desflorestação.


Foto (e legenda): © João Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z 

[Em construção, desde 2007]


Letras F / H


1. Continuação da publicação do Pequeno Dicionário da Tabanca Grande (*), de A a Z, em construção desde 2007, com o contributo de todos os amigos e camaradas da Guiné que se sentam aqui à sombra do nosso poilão. Entradas das letras F, G e H:


F 86 Sabre  - Avião a jato, supersónico, que chegou a operar na Guiné, entre 1961 e 1965. Foi retirado por pressão dos norte-americanos. Foi substituído em 1966 pelo Fiat G-91.

Fala mantenha - Partir mantenha, cumprimentar, saudar (crioulo) 

Fanado - Festa da circuncisão, ritual de passagem da puberdade para a vida adulta (crioulo) 

Fanateca - Mulher que pratica a MGF – Mutilação Genital Feminina (crioulo)


FAP - (i) Forças Armadas Portuguesas; (ii) Força Aérea Portuguesa 

FARP - Forças Armadas Revolucionárias do Povo, a elite combatente do PAIGC 


Fatango - Macaco-fidalgo (crioulo). Colobus polykomos é uma espécie de macaco do Velho Mundo, que se pode encontrar, por ex., na floresta do Cantanhez.  

FBP - (i) Fábrica Braço de Prata; (ii) também nome dado a uma pistola metralhadora portuguesa, usada no início da guerra, feita na FBP 

Ferrugem - Serviço de Material; termo depreciativo, para o pessoal não-operacional, ligado ao SM) (gíria)

Festa, festival - Ataque aparatoso, ou flagelação, do PAIGC a aquartelamento ou destacamento das NT (gíria) 


Fiat G-91 - Caça-bombardeiro, com motor turbojato, monomotor monoplano, subsónico, de de fabrico italiano.

Fiju (lê-se: fidju) - Filho (crioulo)

Fiju di tuga - Filho de português (crioulo)(Há uma associação, em Bissau, com este nome)

Filhos do Vento - Filhos de militares portugueses, sem reconhecimento da paternidade nem da nacionalidade  


Firma - Estar, ficar, morar (crioulo)

Firminga - Formiga (crioulo)


FLING - Frente de Libertação e Independência Nacional da Guiné

Floresta-galeria - Floresta que forma um corredor ao longo dos rios e áreas húmidas e se projeta na paisagem, tornando-se esparsa em áreas de savana (por ex., floresta do Cantanhez, mata do Fiofioli)

FNAC - Fundação Nacional dos Apanhados do Clima (, criada em Jolmete, em meados de 1970, pelos graduados da CCaç 2585 do BCaç 2884, Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto,1969/71) (Vd. poste P8377)

Fogachal - Fogo intenso (em ataque ou emboscada)

Fogo de artifício - Flageações ou ataques, a aquartelamentos ou destacamentos vizinhos, vistos de longe (gíria)

Fornilho - Armadilha com cordão de tropeçar




Forte Apache - Destacamento do Cachil, feito com troncos de palmeira (cibe).

Guiné > Região de Tombali > Cachil > CCAÇ 557 (, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65) > 

Foto falante..., que não precisaria de legenda... Um dos piores lugares do inferno verde e vermelho que foi, para muitos de nós, a Guiné... Foto do álbum do José Colaço (ex-Soldado Trms da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65) (*)

Foto (e legenda): © José Colaço (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Fotocine - Operador de imagem (fotografia e cinema); destacamento

Fur - Furriel

Fur Enf - Furriel Enfermeiro

Fur Mil - Furriel Miliciano

Fuzos - Fuzileiros especiais

FZE - Fuzileiro Especial (Marinha)


G3 - Espingarda Automática G-3

GAC 7 - Grupo de Artilharia de Campanha nº 7 (Bissau) (vd. BA7)

GA 7 - Grupo de Artilharia nº 7 (Bissau)

Gaita à bandoleira (Andar de) - Ter uma doença sexualmente transmissível, em geral blenorragia (ou 'esquentamento') (calão)

GB - Guiné-Bissau

Gen - General

Genti di mato - Turras, população sob controlo do IN (crioulo)

Gês - Força da gravidade (FAP)

Gila (lê-se djila) - Comerciante, vendedor ambulante, contrabandista (que circula pela Guiné e países vizinhos)

GMC - Viatura automóvel pesada, de rodado duplo atrás, de fabrico americano

GMD - Granada de Mão Defensiva

GMO - Granada de Mão Ofensiva


GO - Grupo Operacional (FAP)

Gorro Novo - Metralhadora Pesada Goryounov, Cal 7,62 mm M-943 SG (PAIGC, gíria)

Gosse, gosse - Depressa (vg, retirar no gosse, gosse) (crioulo)

Gouveia - Casa comercial ligada ao grupo CUF

Gr Comb - Grupo de Combate; pelotão

Gr Comb (-) - Grupo de Combate desfalcado

Gr Comb (+) - Grupo de Combate reforçado

Gr M Of - Granada de mão ofensiva

Grã-tabanqueiro - Membro da Tabanca Grande (blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)



Heli - Helicóptero

Helicanhão - Helicóptero armado com canhão de 20 mm (vd. Lobo Mau)(FAP)

HK 21 - Metralhadora Ligeira

HM 241 - Hospital Militar nº 241, Bissau

HMP - Hospital Militar Principal (Estrela, Lisboa)

Homem Grande - Chefe de Família (crioulo)



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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20411: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (6): edição, revista e aumentada, Letras D/E

sexta-feira, 31 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17192: Ser solidário (201): A ONG Ajuda Amiga lança um livro solidário com contos da Guiné-Bissau para distribuição gratuita pelas escolas, associados e doadores da ONG presidida pelo Carlos Fortunato



1. Mensagem do nosso camarada Carlos Fortunato (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 13, Os Leões Negros, Bissorã, 1969/71), Presidente da Direcção da ONG Ajuda Amiga:

Camaradas e amigos
Junto em anexo um documento de proposta de poste, que coloco à vossa apreciação.

Um abraço e continuação do vosso excelente trabalho.
Carlos Fortunato


Lendas e contos da Guiné-Bissau – um livro solidário distribuído gratuitamente

A ONG Ajuda Amiga lançou um livro solidário que não estará à venda, é apenas para distribuição gratuita, e está a ser distribuído às escolas onde existem grandes comunidades guineenses, bem como aos seus associados e a todos os doadores da Ajuda Amiga que façam doações a partir de 10 euros.

O objetivo do livro é ser uma ferramenta para promover o ensino multicultural, permitindo aos professores poderem incluir lendas e contos da Guiné-Bissau nas suas aulas, esta ação irá decorrer durante o ano de 2017 e será distribuído a todas as escolas e bibliotecas que o peçam, sendo enviado pelo correio.

Membros da Ajuda Amiga irão deslocar-se (a expensas próprias) à Guiné-Bissau em 2018 e ai farão também uma distribuição para as bibliotecas públicas e bibliotecas escolares.

Trata-se um livro escrito por mim, Carlos Fortunato, com o apoio de artistas, professoras de português e técnicos da arte gráfica, e que foi entregue pronto a imprimir à Ajuda Amiga, para o fim referido anteriormente, não existindo aqui quaisquer fins lucrativos ou direitos de autor envolvidos. A edição teve igualmente o apoio de uma outra Associação que tem colaborado connosco, a MIL – Movimento Internacional Lusófono.







O livro tem 102 páginas e 43 ilustrações.

A Ajuda Amiga além desta distribuição do livro que tem o seu maior impacto a nível nacional, tem em preparação outras ações de apoio ao ensino, em que a mais ambiciosa é a construção de uma escola na Guiné-Bissau.

Fazendo um rápido balanço da atividade da Ajuda Amiga desde o inicio em 2008, até 31-12-2016, esta enviou 144,6 toneladas de bens em contentores para a Guiné-Bissau, nas quais se incluem 201.000 livros, o que para um grupo de jovens com mais de 60 e muitos anos, que sem quaisquer apoios se reuniu em 2008 para discutir esta ideia, foi um grande desafio que apenas com um grande trabalho de equipa conseguiu ser superado.

Presentemente o foco da nossa intervenção está na construção de infra-estruturas na área do ensino, mas não vamos deixar de enviar alguns bens por contentor, mas em sistema de grupagem e pagando todas as taxas e impostos, porque o envio de contentores nos moldes que fazíamos anteriormente já não é possível, tendo-se tornado muito difícil, complexo e inviabilizando o acompanhamento que queremos fazer no terreno quando da sua distribuição.

Voltando à questão do livro, as recolhas para o mesmo foram feitas na Guiné-Bissau e em Portugal junto da comunidade guineense, além do estudo feito sobre a bibliografia existente.

As pessoas contactadas foram das mais diversas deste o contador de histórias, que conta as lendas ao som do corá, como foi o caso de Seco Canté, passando por todo o tipo de pessoas, como o ex-presidente Kumba Yalá, crianças, etc.

Seco Canté

Seco Canté é um artista de corá da Guiné-Bissau, que transmite as histórias e as lendas mandingas através das canções que entoa no seu cora. São histórias que passam de pais para os filhos, e remontam ao seu antepassado Djali Uali Dgebatê que desempenhava essa função, como djali bá do Mansa bá Djanqui Uali, o último Imperador de Cabú, cuja capital Cansalá, fica perto da atual cidade de Gabú.

A lenda de Djanqui Uali e da batalha de Cansalá é uma lenda muito interessante, porque aparece pela primeira vez uma versão mandinga, nela Djanqui Uali com 600 guerreiros destrói um exército com 40.000 guerreiros, embora não evite que seja o fim do Império de Cabú.

A lenda mandinga de Sundiata Keita é sem dúvida a mais importante, porque se trata da epopeia que levou à construção do maior império da África Ocidental e um dos maiores da África, o Império do Mali, e é também a mais conhecida, pois existem várias obras sobre ela, nomeadamente em francês e inglês, sendo referida aos alunos nas escolas. Esta lenda conta a história do menino que só aos oito anos começou a andar e que aos dez, teve que fugir com a sua família para não ser morto, e sem nada apenas com a profecia que iria tornar o Mali grande, a sua coragem e a sua inteligência, criou um império.

 Kumba Yala e Carlos Fortunato

A minha conversa com Kumba Yala foi interessante, falamos sobre as lendas da Guiné e nela pude confirmar a origem da história sobre o seu nome “Foi mesmo assim.” – respondeu ele, na verdade o seu nome teve origem no facto de quando era menino, um porco o ter agarrado e fugido com ele para o mato. Porco em balanta diz-se kumba e Yalá era o dono do porco, dai o seu nome Kumba Yalá.

 O jovem Binham Indam

O mais jovem contador de histórias foi o Binham Indam, com o conto “O menino e o patu-feron”. O Binham é um menino com dez anos, e que me disse logo “Não sei contar em português ou crioulo, só em balanta”, o que faz pensar que ainda existe um grande trabalho por fazer na área da educação, e nas enormes dificuldades que deve ter uma criança quando entra para a escola.

O “O menino e o patu-feron”, é um conto que alerta as mães para os perigos quando estão no mato, pois devem levar sempre os filhos amarrados à cintura, fala de coragem, de solidariedade e do prazer de comer arroz. O fim deste conto faz-me sempre sorrir, porque depois do valente caçador conseguir salvar o menino de um patu-feron que o tinha levado, o menino não queria comer arroz porque o patu-feron só lhe dava peixe, mas o caçador com muita paciência foi-lhe dando arroz aos poucos, e depois o menino acabou por perceber o imenso prazer que é comer arroz, e foi assim que o caçador o convenceu a comer arroz ao pequeno almoço, ao almoço e ao jantar.

Ao contrário de outros países na Guiné-Bissau não existem crianças abandonadas, existe sempre um familiar, um amigo, um vizinho que toma conta dela, este conto reflete também esse espírito de solidariedade, mas não quero dizer com isto que a criança não possa passar por vezes fome e não tenha uma vida dura, porque isso infelizmente é frequente.

Aproveito a oportunidade para fazer um apelo à feitura de um IRS solidário em 2017, e para visitarem o nosso site em http://www.ajudamiga.com, estão lá mais detalhes sobre este projeto “Uma escola para todos” e sobre o livro, bem como os nossos relatórios de contas, atividades, fotos, vídeos, etc., etc.

Um alfa bravo romeo alfa charlie oscár.
Carlos Fortunato

Ajuda Amiga - Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento
Escritório - Rua do Alecrim, nº 8, 1.º Dtº, 2770-007 - Paço de Arcos
Telef. 937 149 143, e-mail: ajudaamiga2008@yahoo.com
http://www.ajudaamiga.com

ONGD – Organização Não Governamental para o Desenvolvimento
NIF 508617910
IBAN PT50 0036 0133 99100025138 26
Joaquim Carlos Martins Fortunato - Presidente da Direção da Ajuda Amiga
Telef. 935 247 306, e-mail: jcfortunato@yahoo.com
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Nota do editor

Último poste da série de 17 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16607: Ser solidário (200): Associação "Fidju di Tuga", com sede em Bissau, vai realizar um recenseamento dos lusodescendentes, filhos de antigos militares portuguieses (Cherno Baldé)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12687: Filhos do vento (27): Manuel Barros Castro, natural de Fafe, fur mil enf, CCAÇ 414 (Catió, Bissau e Cabo Verde, 1963/65) teve uma filha, de mãe guineense, e que ele de imediato perfilhou, Maria Biai Barros Castro (1964-2009)... Uma história exemplar (Jaime Bonifácio Marques da Silva)


Foto 1 > Grupo de Sargentos. No barco, "Ana Mafalda",  a caminho da Guiné. O Castro é , o 5.º na fila da frente, de óculos, a contar da esquerda para a direita.


Foto 2 > Grupo de sargentos regressados de uma operação. O Castro é o 4º, de óculos na fila de pé, a contar da esquerda para a direita.

Foto 3 > "Com dois nativos de etnia Fula. O terceiro é o célebre João Baker, mais tarde integrado no exército. Quando morreu de atentado era capitão do PAIGC". O  Castro  é o segundo, de óculos, a contar da esquerda para a direita.

[ É Bacar e não Baker... Nome lendário... Sim, era natural de Catió... E nunca foi do PAIGC, morreu em combate... Era capitão comando graduado, comandante da 1ª Companhia de Comandos Africanos, uma subunidade que eu vi nascer, e que era muito temida pelo PAIGC. Em 1978, ainda no tempo de Luís Cabral, a maior parte dos graduados desta companhia foram fuzilados... Conheci pessoalmente o João Bacar Jaló, aquando da formação da companhia, em Fá Mandinga, em 1970...] (LG)

Fotos (e legendas): © Manuel  Barros Castro (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG; legendagem complementar: JBMS]


1. Mensagem do novo membro da Tabanca Grande, Jaime Bonifácio Marques da Silva [, foto atual à esquerda], com data de 26 de janeiro último

Caro Luís

Como é do teu conhecimento o Núcleo de Artes e Letras de Fafe, com o apoio da Câmara Municipal de Fafe, realizou de 24 de outubro a 21 de novembro de 2013 no auditório da biblioteca Municipal,  às 5.ªs feiras das 18.30 às 20 horas o Curso Livre de História Local, cujo tema lecionado neste II Curso foi "O Concelho de Fafe e a Guerra Colonial (1961 – 1974)",

Pediram-me que orientasse a sessão de 31 de outubro onde abordei o tema: “A participação dos militares de Fafe no Ultramar: contributo para a explicação da história da guerra: uma visão pessoal".

Depois de enquadrar o tema, referi que a minha intervenção se limitaria aos acontecimentos ocorridos durante a guerra, após a decisão política de Salazar quando ordenou: “Para Angola e em força” e, relativa, só, aos elementos que tenho disponíveis sobre à participação dos militares de Fafe em África.

Comecei por analisar a lista e a identidade da grande maioria dos mortos em cada teatro de operações, levantando, depois, algumas questões para debate, nomeadamente, quantos:  i) prestaram serviço em cada um dos Ramos das Forças Armadas (Marinha, Força Aérea, Exército); (ii) pertenceram a especialidades que os livraram das operações do mato; (iii) foram colocados nas grandes cidades; (iv) efetivamente participaram em operações com emboscadas, mortos, feridos, minas, acidentes, etc.

Entretanto, deixei para o final algumas questões, de acordo com a minha experiência e vivência em Angola durante a Comissão e relacionadas com a nossa aproximação e relacionamento com as populações nativas.  Entre outras questões, levantei duas que te quero falar com autorização dos dois ex-combatentes da Guiné, meus amigos:

(i) Uma das questões foi: “Quem, nas horas vagas, decidiu oferecer-se como professor” ou ajudar de outra forma as populações?

Um deles, participante no curso, foi o Furriel Alves que esteve na Guiné na CART 1742, (hoje, professor reformado) e cujos elementos, enviar-te-ei logo que ele me dê duas fotos que lhe pedi.

Eu, no leste de angola (Léua) dei explicações de Geografia a um africano que queria fazer o 5.º ano e ensinava-lhe o que vinha no manual. Por exemplo, onde nascia o Rio Minho, etc. !
(ii) Outra questão que levantei foi: “Quantos de nós deixaram por lá os, hoje, designados 'filhos do vento ' e não assumiu?"
- Eu assumi -  interveio o Furriel Castro.

Luís, esta história merece ser conhecida e divulgada.

Falei com o ex-combatente Furriel Manuel Barros Castro, natural de Fafe e que me deu autorização para falar contigo no sentido de poderes divulgar a história no teu Blogue.

O texto já foi lido e corrigido por ele.


2. A história de Manuel Barros Castro (Fafe), recolhida por Jaime Silva

Esteve na Guiné e pertenceu á Companhia Operacional Independente (atiradores) a CCAÇ 414, sediada em Catió, onde o pessoal se instalou em tendas de lona.  Era furriel e tinha a especialidade de enfermeiro.

Desembarcou em Bissau no dia 21.3.63 e regressou a Portugal a 4.5.1965

Formou companhia em Chaves, a qual esteve mobilizada para Moçambique, sendo à última hora desviada para a Guiné.

Nas conversas que, entretanto, ele fez o favor de ter comigo (eu conhecia a filha, mas não conhecia o contexto que tinha gerado a situação), ao falarmos do nosso relacionamento com as mulheres africanas, disse, eu, a determinada altura: “até porque havia algumas facilidades de relacionamento pela facto de algumas se oferecerem para ser as nossas lavadeiras”.

“Não. Ela não era a minha lavadeira. Houve empatia entre os dois. Eu, como enfermeiro, dava apoio à população, distribuía medicamentos e foi nesta circunstância que a conheci”, disse, emocionado. “Emociono-me, sempre que falo neste período da minha vida”.

A gravidez foi problemática e apesar de a jovem ser acompanhada por dois médicos militares, teve que ir para Bissau por falta de condições.

Em Bissau, para onde a companhia (CCAÇ 414) se tinha deslocado temporariamente, soube, por uma tia da jovem, que esta estava hospitalizada e numa das vezes qua a visitou perguntou-lhe se ela concordava em entregar-lhe a filha, ao que ela respondeu que “só queria que ela seja branca”. Era uma jovem sem instrução que, embora não fosse católica,  concordou em batizar a filha.

Após 18 meses no mato a companhia, em vez de ficar em Bissau como estava previsto inicialmente, foi parar a Cabo Verde, alterando os planos do Furriel Castro. Disse que já tinha tudo preparado para instalar a filha, conhecida já como “a menina da companhia” e protegida da esposa do comandante da companhia.

A menina nasceu a 16 de maio de 1964 e foi-lhe dado o nome de Lurdes Maria Biai Barros Castro. A Mimi, para a família e amigos.

A companhia esteve nove meses em Cabo Verde e durante esse tempo a Mimi esteve, primeiro, internada num orfanato em Bissau, por interferência do Bispo de Bissau, depois ao cuidado da madrinha, uma senhora nativa que era funcionária nos CTT de Bissau, para quem o Castro mandava mensalmente uma pensão.

Alguns anos depois (1969) de ter terminado a Comissão, a madrinha da Mimi veio a Portugal trazer a menina, cuja mãe, entretanto, falecera.

A Mimi fez o seu percurso escolar em Fafe, tal como os irmãos (um irmão e uma irmã), concluiu a Curso de Professores do 1.º ciclo e, infelizmente, faleceu com 45 anos em setembro de 2009, de doença incurável, quando trabalhava numa escola do concelho da Póvoa do Varzim, Maceira da Lixa.

Disse-me, ainda, que sempre se revoltou contra a falta de responsabilidade daqueles camaradas de armas que não assumiram os filhos que deixaram por lá, e foram muitos, tanto na Guiné como em Cabo Verde,

Contou-me um episódio, relativamente recente, em que uma mulher guineense a residir nos Estados Unidos, filha duma situação ocorrida na sua companhia e que tinha descoberto a morada do pai, fez questão de vir a Portugal encontrar-se com o pai no aeroporto, só para lhe dizer: “eu sou sua filha, aquela mulher ali é a minha mãe. Eu não quero nada de si. Vim só para o conhecer. Passe muito bem!"

Caro Luís:
Uma história de vida edificante, sem dúvida. É exemplar e merece ser conhecida.
Abraço, Jaime

3. Comentário de L.G.

A CCAÇ 414, independente (ou seja, não integradas em nenhum batalhão), foi mobizada pelo BCAÇ 10, partiu para o TO da Guiné em 21/5/1963, esteve em Catió e Bissau e acabou por partir para Cabo Verde em 29/4/1964 (?). Terá regressado à metrópole em maio de 1965.  O comandante era o  cap inf Manuel Dias Freixo [, já falecido em 7/10/1988; foi comandante do BCAÇ 5017 / 74 - Angola].

Jaime, dizes bem: é "uma história exemplar", um exemplo de grande nobreza. Transmite ao nosso camarada Castro as nossas melhores saudações bemcomo o nosso pesar pela morte da sua querida filhja e reitera-lhe o meu convite para ele integrar a nossa Tabanca.

Temos poucos camaradas do tempo do Castro: temos por exemplo o Alcídio Marinho, ex-fur mil da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65), mas ninguém da CCAÇ 414... Já sobre Catió temos 185 referências... E 15 sobre o João Bacar Jaló.

Jaime, pede ao Castro uma foto individualizada, do tempo da CCAÇ 414, e outra atual, para o podermos apresentar, como deve ser, à Tabanca Grande.
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sábado, 12 de janeiro de 2019

Guiné 61/74 - P19396: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (1): em construção. para rever, aumentar, melhorar, divulgar, comentar...


Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Jufunco ou Djufunco > 9 de maio de 2013 > Os dois régulos locais com as suas "turpeças" que nunca largam por nada deste mundo... Dois tipos agarrados ao poder, deve ter pensado o régulo da Tabanca de Matosinhos, Zé Teixeira... Sentar-se no banquinho,. tipo tripé,  do régulo é punível com a pena... capital!... Os felupes não fazem a coisa por menos... Mas há um provérbio (dos tugas) que diz: "Quem tropeça, também cai!"... Os senhores dicionaristas do Priberam e outros não nos ligam nenhuma... Ainda não grafaram o termo, nem sabem da sua existência... Enfim, tal como ainda não descobriram que "abibe" não é uma ave pernalta, mas um novato que entra(ava) nos anos 60/70 no "ninho dos Falcões" (a BA 5, em Monte Real).

Foto (e legenda): © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. São cerca de meio milhar de:

(i) abreviaturas, siglas, acrónimos e termos técnico-militares usadas pelas NT (Nossas Tropas) / Forças Armadas Portuguesas:

(ii) abreviaturas, siglas e acrónimos e termos técnico-miliatres usadas pelo IN (inimigo) (guerrilha / PAIGC):

(iii) topónimos da Guiné, vocábulos e expressões etnográficas e/ou em crioulo e línguas gentílicas

(iv) vocábulos e expressões da gíria ou calão tanto do IN como das NT...

É um pequeno património linguístico que já não nos pertence... Alguns destes vocábulos já estão grafado pelos dicionaristas... Outros poderão vir a sê-lo, se não caírem em desuso.. São quinze anos a blogar, o que dá sete comissões no TO da Guiné... Pequeno dicionário, de A a Z, em construção, com o contributo de todos os amigos e camaradas da Guiné (*) que se sentam aqui à sombra do nosso poilão, e que até até têm um livro de estilo (**)... Mas falta-nos "a gíria e o calão" de outras armas como as da Marinha...Infelizmente temos poucos marinheiros e fuzileiros na Tabanca Grande.

Quanto ao resto (e nomeadamente ao uso de um "calão" mais grosseiro), é bom lembrar que o nosso blogue não é politicamente correto, justamente porque é plural, é um rio com muitos afluentes... Aos nossos amigos e camaradas mais "sensíveis", incluindo os nossos  amigos guineenses, pedimos desculpa de "qualquer coisinha"... LG


Pequeno Dicionário da Tabanca Grande,   de  A a Z... Em construção, desde 2007:


1º Cabo Aux Enf – 1º cabo auxiliar de enfermagem

2TEN FZE RN - 2º Tenente Fuzileiro Especial da Reserva Naval (Marinha)

5ª Rep - Café Bento, o ‘mentidero’ de Bissau

A/C - Mina anticarro

A/D - Autodefesa (tabanca em)

A/P - Mina antipessoal

AB - Alfa Bravo ou alfabravo, abraço (alfabeto fonético internacional, usado pelos nossos Op Trms)

Abibe - Novato na BA 5 (Monte Real) (FAP)

Abo - Você, tu (crioulo)

ACAP - Assuntos Civis e Acção Psicológica (REP / ACAP) 

AD - Acção para o Desenvolvimento - ONGD guineense que teve a marca histórica da liderança do Pepito (1949-2014)

ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas (posterior ao 25 de Abril)

Aero - Aerograma, carta, bate-estrada, corta-capim

Afilhado - Militar que tinha uma madrinha de guerra

Água de Lisboa – Vinho (da intendência) (gíria)

Água do Geba (Beber a) - Apaixonar-se pela Guiné

Agr - Agrupamento

AKA - Kalash, Espingarda Automática Kalashnikov (AK) Cal. 7,62 mm (PAIGC)

AL II - Alouette II, helicóptero, de origem francesa (FAP)

AL III - Helicóptero Alouette III, de origem francesa (FAP)

Alf - Alferes

Alf Mil - Alferes Miliciano

Alf Mil Med - Alferes miliciano médico

Alfa Bravo - Abraço

Alfero - Alferes (crioulo)

AM - Academia Militar (antecessora: Escola do Exército)

Amura - Velha fortaleza militar colonial, em Bissau; sede do Com-Chefe; hoje Panteão Nacional da Guiné-Bissau

AN/GRC-9 - Rádio, equipamento de transmissões

AN/PCR-10 - Rádio transmissor-receptor

Animistas - Povos (balantas, manjacos e outros) que praticam o culto dos irãs

Anti-Aérea ZPU-4 - Anti-aérea  quádrupla, de 14,5 mm (PAIGC)[Também tinham peças AA de 37 mm e, depois, o Strela, em 1973]


Anti-G - Fato que ajudar a suportar os Gês (FAP)

AOE - Associação de Operações Especiais

Ap - Apontador

Ap Arm Pes Inf - Apontador de Armas Pesadas de Infantaria (morteiro, canhão s/r, metralhadora 12.7...)

Ap Dil - Apontador de Dilagrama

Ap LGFog - Apontador de Lança-granadas-foguete

Ap Met - Apontador de Metralhadora

Apanhado - Diz-se do combatente afectado pela guerra e pelo clima; cacimbado (em Angola)

Arre-macho - Tropa de infantaria, tropa-macaca (termo depreciativo, usado pelas tropas especiais)

Arv - Arvorado (Soldado)

ASCO - Aly Souleiman & Ca - Casa comercial, de origem sírio-libanesa, com sede em Bissau e filiais no interior, incluindo Gadamael.

Asp Of Mil - Aspirante a Oficial Miliciano

At Art - Atirador de Artilharia

At Cav - Atirador de Cavalaria

At Inf - Atirador de Infantaria

ATAP - Missão resultante de um pedido de fogo imediato, com a saída da parelha de alerta; ataque em alerta (FAP)

ATIP - Missão de apoio de fogo, pré-planeada; ataque independente (FAP)

ATIR - Ataque e reconhecimento (FAP)

BA12 - Base Aérea nº 12 (Bissau, Bissalanca)

BAC1 – Bataria de Artilharia de Campanha nº 1, mais tarde GA7

Bacalhau - Aperto de mão

Badora – Regulado da região de Bafatá; morteiro 120 mm (PAIGC)

Baga baga – Termiteira (crioulo)

Baguera - Abelha (crioulo); ‘Baguera, baguera’!!!, era a expressão de aflição dos africanos quando atacados por abelhas, no mato

Bailarina – Mina A/P que rebentavam acima do solo, a meia altura.

Bajuda - Rapariga, donzela, moça virgem (crioulo; lê-se badjuda)

Balafon - Instrumento da música afro-mandinga, antecedor do xilofone (crioulo)

Balaio - Cesto grande (crioulo)

Balanta Mané - Balanta islamizado

Banana - Rádio, equipamento de transmissões, AVP-1

Bandalho – Membro do “Bando do Café Progresso”, do Porto, tertúlia de ex-combatentes da Guiné

Bandim - Mercado de Bissau

Bandoleira - Correia permitindo o transporte de uma espingarda ao ombro ou a posição de tiro a tiracolo

Barraca - Acampamento temporário no mato (PAIGC)

BART - Batalhão de Artilharia

Básico - Soldado dos serviços auxiliares (afeto sobretudo à cozinha)
Batata - Nome de guerra do ten pilav António Martins de Matos (BA12, Bissalanca, 1972/74), autor de "Voando sobre um ninho de Strelas" (Lisboa: 2018)

Bate-estrada - Aerograma, carta, corta-capim

Bazuca (i)- LGFog (lança-granadas foguete, 8,7 cm); cerveja de 0,6 l (gíria)

Bazuca (ii) - Alcunha, na Academia Militar, do cap cav Fernando José Salgueiro Maia



Guiné > Região de Bafatá > Galomaro > CCS/BCAÇ 3872 (Galomaro, 171/74)

Binta, a bajuda mais bonita de Galomaro e arredores. Foto da coleção de Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), autor do livro "A Tropa Vai Fazer de ti um Homem".

Foto (e legenda): © Juvenal Amado (2014). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Bazuca China - Lança Granadas-Foguete RPG-2 (PAIGC, gíria)

BCAÇ - Batalhão de Caçadores

BCAV - Batalhão de Cavalaria

BCP - Batalhão de Caçadores Paraquedistas (o BCP nº 12 esteve na Guiné, o nº 21 em Angola e os nºs 31 e 32 em Moçambique)


Bêbeda - Alcunha dada à viatura Fox MG-36-24, que pertenceu aos Pipas, foi sendo sucessivamente rebaptizada: Bêbeda, Diabos do Texas; esteve em Guileje desde 1965 a 1973.
BENG - Batalhão de Engenharia

BENG 447 – Batalhão de Engenharia nº 447, Bissau

Bentém - Banco, baixo, onde os homens grandes se sentam, a conversar, em geral, sob um poilão (crioulo)

Biafra - Clube de Oficiais, no Quartel General, em Santa Luzia, Bissau; Bar dos pilotos, na BA12, Bissalanca (gíria)

Bianda - Comida; arroz, base da alimentação da população na época (crioulo)

Bicha de pirilau - Progressão, em fila, no mato, mantendo cada homem uma distância regulamentar (gíria)

Bideiras - As vendedeiras ambulantes, que andam nas ruas Bissau (crioulo)

Bigrupo - Força IN equivalente a c. 40 homens (PAIGC)

BINT - Batalhão de Intendência

Bioxene – Álcool; estar com os copos (gíria)

Blufo - Rapaz balanta não circuncidado; rapaz inexperiente (crioulo)

Boinas Negras - Fuzileiros

Boinas Verdes - Paraquedistas

Boinas Vermelhas - Comandos (depois de 1974); na Guiné, usavam a boina castanha do exército

Bolanha - Terreno alagadiço, próprio para a cultura do arroz (cioulo)

Bombolom - Intrumento musical, feito a partir do tronco de uma árvore; instrumento tradicional de comunicação entre aldeias balantas e manjacas (crioulo)

Bonifácio - Obus 11,4 cm, TR m/917, da I Guerra Mundial (termo da gíria dos artilheiros)

BOP - Bombardeameno a picar (FAP)

BOR - Embarcação civil, que navegava no Geba, com umas estranhas pás na popa

Brandão - Família da região de Tombali (Catió), mas também de Bambadinca (região de Bafatá)

Bué - Muito, manga de (Não vem de Boé; termo do quimbundo de Angola; não se usava no nosso tempo) (gíria)

Bunda - Cú, traseiro (crioulo)

Burmedjus - Mulatos, mestiços, crioulos, cabo-verdianos (crioulo)

Burrinho - Viatura automóvel Unimog 411, a gasolina (mais pequena que o 404, a gasóleo) (NT) 





Guiné > Região de Tombali > Guileje > A Fox MG-36-24, que pertenceu aos Pipas, foi sendo sucessivamente rebaptizada: Bêbeda, Diabos do Texas... (Bêbeda, porque possivelmente gastava... "cem aos cem"!)...

Segundo Nuno Rubim, "a matrícula da Fox é a mesma que consta numa fotografia tirada por elementos do PAIGC em 25 de maio de 1973, quando ocuparam o quartel, três depois depois do seu abandono por ordem do comandante do COP 7. Portanto a Bêbeda ( que  fica para a história, representada com essa mesma inscrição no diorama de Guileje, que foi construído por Nuno Rubim para o Núcleo Museológico Memória de Guiledje ....) terá servido desde 1965 até 1973, integrada nos sucessivos Pel Rec Fox que por lá passaram"... A foto de baixo  foi gentilmente cedida pelo Teco (Alberto Pires), da CCAÇ 726.

Fotos (e legendas): © Nuno Rubim (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís GRça & Camaradas da Guiné]



Cá bai - Não vai (crioulo)

Cabaceira - Árvore e fruto do embondeiro (não confundir com Poilão) (crioulo)

Cabaço - Hímen, virgindade (crioulo)

Cabeça Grande - Bebedeira (crioulo)

Cabo Aux Enf - 1º Cabo Auxiliar de Enfermeiro

Cabo Enf - 1º Cabo Enfermeiro

Caco / Caco Baldé - Alcunha do Gen Spínola (mas também 'Homem Grande de Bissau', 'O Velho', 'O Bispo'; caco, de monóculo; Baldé, apelido frequente entre os fulas)

Cães Grandes - Oficiais superiores

Chabéu – Dendê (fruto); prato típico da GB, de peixe ou carne, feito com óleo de palma (etimologia: do crioulo "tche bém")

Cal - Calibre

Camarigo - Camarada e Amigo (por contracção); criada na Tabanca Grande

Cambar - Atravessar um rio (crioulo)

Candongas - Transporte colectivo privado, usado hoje no interior da Guiné Bissau

Canhão s/r - Canhão Sem Recuo

Canhota - A espingarda automática G3

CAOP - Comando de Agrupamento Operacional

CAOP1 - Comando de Agrupamento Operacional nº 1

Cap - Capitão

Cap Mil - Capitão Miliciano

Cap QEO - Capitão do Quadro Especial de Oficiais

Cap QP - Capitão do Quadro Permanente

Capim - Nome comum de planta gramínea, típica da savana arbustiva; graveto, dinheiro (gíria)

Capitão-proveta - Cap QEO (gíria),  que  passava a poder transitar para os quadro permanente das armas combatentes (infantaria, artilharia e cavalaria), depois de frequentar o "curso intensivo", previsto pelo D.L. nº 353/73, de 13 de julho.
 
Carecada - Castigo disciplinar, imposto pelo superior hierárquico, e que consistia no corte de cabelo à máquina zero (gíria)

CART - Companhia de Artilharia

Casa Gouveia - Principal empresa colonial, fundada por António da Silva Gouveia em finais do Séc. XIX: em 1927 é adquirida pela CUF.

Catota - Orgão sexual feminino; partir catota = ter relações sexuais (crioulo, calão)

Cavalos duros - Feridas no pénis e órgãos genitais e até na boca e no ânus, sintomas de doença venérea (calão)

Cavalos moles - Sintomas de sífilis, doença venérea (fendas no pénis) (calão)

CCAÇ - Companhia de Caçadores

CCAÇ I - Companhia de Caçadores Indígenas

CCAV - Companhia de Cavalaria

CCM - Curso de Capitães Milicianos

CCmds - Companhia de Comandos

CCP - Companhia de Caçadores Paraquedistas

CCS - Companhia de Comando e Serviços

CEME - Chefe do Estado Maior do Exército

CEMGFA - Chefe do Estado Maior General da Força Aérea

Cento e vinte - Morteiro pesado, de 120 mm

Cesca - Pistola de 7,65 mm, de origem checoslovaca (PAIGC)

CFA - Franco da Communauté Francofone Africaine, moeda actual da GB (1 Euro = 655,597 CFAA)

CFORN - Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval (Marinha)

Chão - Território étnico (vg, chão fula)

CHASE - Em formação, atrás de (FAP)

Checa - Pira, periquito (em Moçambique), maçarico (Angola)

Checklist - Livro de notas do piloto (FAP)

Chipmunk - Avião de treino, de dois lugares, monomotor, de origem canadiana (FAP)

Choro - Conjunto de rituais celebrados por ocasião do falecimento de uma pessoa, parente ou vizinho (sobretudo entre os animistas) (crioulo)

Cibe - Palmeira; utilizam-se rachas de cibe como barrotes na construção; é resistente à formiga baga-baga (crioulo)

Cilinha - Nome de guerra de Cecília Supico Pinto, a fundador e líder histórica do MNF – Movimento Nacional Feminino

Cipaio - Elemento nativo da polícia

Circuncisão - Vd. Fanado. Havia/há a circuncisação masculina e a feminina. Vd. MGF.

CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria (Tavira)

CM - Cabo de Manobra (Marinha)

Cmd - Comando

Cmdt - Comandante

COE - Curso de Operações Especiais

COM - Curso de Oficiais Milicianos

Com-Chefe - Comando-Chefe

Conversa giro - Fazer amor, ter relações sexuais (crioulo)

COP - Comando Operacional

COP7 - Comando Operacional 7

Cor - Coronel

Corpinho - Sutiã, soutien (crioulo)

Corpo di bó - Como estás ? (crioulo)


Corta-capim - Aerograma, carta, bate-estrada (gíria)

Costureirinha - Pistola metralhadora PPSH (PAIGC) (gíria)

CPC - Curso de Promoção a Capitão do Quadro Complementar

CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

CSM - Curso de Sargentos Milicianos

CTIG - Comando Territorial Independente da Guiné

CUF - Companhia União Fabril (representada, na Guiné,  pela Casa Gouveia)

Cupilom - Pilão, bairro popular atravessado pela estrada para o aeroporto; Cupelon, Cupilão

Dari - Chimpanzé (da mata do Cantanhez) (crioulo)

DC 3 - Avião de trasporte (FAP)

DC 6 - Avião de transporte (FAP)

DCON - Missão de acompanhamento (FAP)

Degtyarev - Metralhadora ligeira 7,62 mm, de origem soviética (PAIGC)

Degtyarev-Shpagim - Metralhadora pesada 12,7 mm, de origem soviética (PAIGC)

Desenfianço - Escapadela (por ex., até Bissau) (gíria)

Dest - Destacamento

Dest A - Destacamento A

DFA - Deficiente das Forças Armadas

DFE - Destacamento de Fuzileiros Especiais

Diorama - Maqueta a 3 dimensões (v.g., aquartelamento de Guileje)

Djídio (ou gigio) - Cantor ambulante que ia de tabanca em tabanca, transmitindo as notícias (crioulo)

Djila - Vd. Gila

Djubi - Olha! (crioulo), mas também criança, menino

DO 27 - Dornier 27 (Avioneta), avião ligeiro de transporte (Fap

Drone - Máquina voadora não tripulada (não existia no nosso tempo) (FAP)

Drop Tanks - Depósitos de combustível (FAP)

ECS - Escola Central de Sargentos (Águeda)


EE - Escola do Exército (antecessora da AM - Academia Militar)


Embondeiro - Cabaceira, baobá (Senegal)

Embrulhanço - Contacto pelo fogo com o IN, ataque, emboscada (gíria)

Embrulhar - Ser atacado (pelo IN) (gíria)

Enf - Enfermeiro

Enf Para - Enfermeira paraquedista

Engine Master - Botão principal de uma aeronave (FAP)

EP - Exército Popular (PAIGC)


EPA - Escola Prática de Artilharia (Vendas Novas)

EPC - Escola Prática de Cavalaria (Santarém) 

EPI - Escola Prática de Infantaria (Mafra), também conhecida por Máfrica
EREC - Esquadrão de Reconhecimento [de Cavalaria]

Esp - Espingarda

Esp Aut - Espingarda Automática

Esp MMA - Especialista Mecânico de Manutenção Aeronáutica (FAP)

Esq - Esquadrão

Esq Mort - Esquadrão de Morteiro

Esquadra - Organização militar de aeronaves (FAP)

Esquadra 121 Tigres - Constituída por Fiat-G 91, T-6 e DO-27 (BA 12, Bissalanca) (FAP)

Esquadra 122 - Heli AL III (BA12, Bissalanca) (FAP)

Esquadra 123 - Nord Atlas e DC-3 (BA12, Bissalanca) (FAP)

Esquentamento - Blenorragia, doença venérea (corrimento de pus pela uretra) (calão)

Estilhaços de frango - Pouca comida (gíria)

F86 Sabre  - Avião a jato, supersónico, que chegou a operar na Guiné, entre 1961 e 1965. Foi retirado por pressão dos norte-americanos. Foi substituído em 1966 pelo Fiat G-91.


Fala mantenha - Partir mantenha, cumprimentar, saudar (crioulo)

Fanado - Festa da circuncisão, ritual de passagem da puberdade para a vida adulta (crioulo)

Fanateca - Mulher que pratica a MGF – Mutilação Genital Feminina (crioulo)

FARP - Forças Armadas Revolucionárias do Povo, a elite combatente do PAIGC

FBP - Fábrica Braço de Prata; também nome dado a uma pistola metralhadora portuguesa, usada no início da guerra, feita na FBP

Ferrugem - Serviço de Material; termo depreciativo, para o pessoal não-operacional, ligado ao SM) (gíria)

Festa, festival - Ataque aparatoso, ou flagelação, do PAIGC a aquartelamento ou destacamento das NT (gíria)

Fiju (lê-se: fidju) - Filho (crioulo)


Fiju di tuga - Filho de português (crioulo)(Há uma associação, em Bissau, com este nome)

Filhos do Vento - Filhos de militares portugueses, sem reconhecimento da paternidade nem da nacionalidade  


Firma - Estar, ficar, morar (crioulo)

Firminga - Formiga (crioulo)

Fogo de artifício - Flageações ou ataques, a aquartelamentos ou destacamentos vizinhos, vistos de longe (gíria)

Fornilho - Armadilha com cordão de tropeçar

Fotocine - Operador de imagem (fotografia e cinema); destacamento


Fur - Furriel

Fur Enf - Furriel Enfermeiro

Fur Mil - Furriel Miliciano

Fuzos - Fuzileiros especiais

FZE - Fuzileiro Especial (Marinha)

G3 - Espingarda Automática G-3

Gaita à bandoleira (Andar de) - Ter uma doença sexualmente transmissível, em geral blenorragia (ou 'esquentamento') (calão)

GB - Guiné-Bissau

Gen - General

Genti di mato - Turras, população sob controlo do IN (crioulo)

Gês - Força da gravidade (FAP)

Gila (lê-se djila) - Comerciante, vendedor ambulante, contrabandista (que circula pela Guiné e países vizinhos)

GMC - Viatura automóvel pesada, de rodado duplo atrás, de fabrico americano

GMD - Granada de Mão Defensiva

GMO - Granada de Mão Ofensiva

Gorro Novo - Metralhadora Pesada Goryounov, Cal 7,62 mm M-943 SG (PAIGC, gíria)

Gosse, gosse - Depressa (vg, retirar no gosse, gosse) (crioulo)

Gouveia - Casa comercial ligada ao grupo CUF

Gr Comb - Grupo de Combate; pelotão

Gr Comb (-) - Grupo de Combate desfalcado

Gr Comb (+) - Grupo de Combate reforçado

Gr M Of - Granada de mão ofensiva

Grã-tabanqueiro - Membro da Tabanca Grande (blogue)

Heli - Helicóptero

Helicanhão - Helicóptero armado com canhão de 20 mm (vd. Lobo Mau)(FAP)

HK 21 - Metralhadora Ligeira

HM 241 - Hospital Militar nº 241, Bissau

HMP - Hospital Militar Principal (Estrela, Lisboa)

Homem Grande - Chefe de Família (crioulo)

IAO - Instrução de Aperfeiçoamento Operacional

IN - Inimigo; guerrilheiros e população sob o seu controlo

INT - Intendência

Ir no mato - Fugir (ou ser levado) para uma zona controlada pelo PAIGC (crioulo)

Irã - Ser sobrenatural que, para os animistas (balantas, papéis, manjacos, etc.) habita as florestas (e em especial os poilões) (crioulo)

Jacto do Povo - Foguetão 122 mm; Graad (PAIGC, gíria)

Jagudi - Abutre (crioulo)


Jamara (lê-se:djarama) - Obrigado (fula)

Jambé (lê-se djambé) - Instrumento de percussão africano, em forma de cálice invertido (crioulo)

Kacur - Cachorro (crioulo)


Guiné > Região do Boé > Madina do Boé > CCAÇ 1589/BCAÇ 1894 (Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68). > Uma Kalash, ou Aka, capturada ao PAIGC...

Foto do álbum fotográfico do nosso camarada Manuel Caldeira Coelho, ex-fur mil trms, CCAÇ 1589 (Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68).

Foto (e legenda): © Manuel Coelho (2011). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Kalash - Espingarda Automática AK 47 (PAIGC)

Kasumai - Saudação em dialecto felupe

Kora - Instrumento musical mandinga, de cordas, tipo cítara, inventado pelos antepassados do mestre Braima Galissá (músico do Gabu, a viver em Portugal) (crioulo)

Lassas - Abelhas selvagens; alcunha por que era conhecido, pelo PAIGC, o pessoal da CCAÇ 763 (Cufar, 1965/66)

LDG - Lancha de Desembarque Grande (Marinha)

LDM - Lancha de Desembarque Média (Marinha)

LDP - Lancha de Desembarque Pequena (Marinha)

Lerpa - Jogo de cartas, geralmente a dinheiro (gíria)

Lerpar - Perder (à lerpa), apanhar um castigo, morrer (gíria)

LFG - Lancha de Fiscalização Grande (Marinha)

LGFog - Lança-granadas-foguete, bazuca

Lifanti - Elefante (crioulo)

Lion Brand - Conhecida marca de repelente de mosquitos

Lobo Mau - Helicanhão (FAP) (gíria)

Lubu - Hiena (crioulo)

MA - Minas e Armadilhas

Macacada - Tropa, forças do Exército, tropa-macaca (gíria)

Macaco-cão - Babuíno (Macaco Kom, em crioulo)

Macaréu - Vaga impetuosa que, no Rio Geba, precede o começo da praia-mar. É mais sentida no Geba Estreito, a partir da foz do Rio Corubal.

Maçarico - Pira, periquito (Guiné); checa (Moçambique); termo mais usado em Angola

Mach - Velocidade do som (FAP)

Madrinha - Madrinha de guerra, jovem do sexo feminino, maior de 16 anos, que se correspondia com um militar no Ultramar

Mafé - Acompanhamento da bianda, conduto (muitas vezes, peixe, peixe seco, kasseké) (crioulo)

Máfrica - Escola Prática de Infantaria, em Mafra (gíria)

Maj - Major

Maj gen - Major general [antes equivalia o posto de brigadeiro, desde 1999, o primeiro posto permamente de oficial general, imediatamente inferior a tenente-general; tem 2 estrelas]
 

Mama firme - Peito direito (bajuda) (crioulo)

Mancarra - Amendoím (crioulo)

Manga de ronco – Grande festa; sucesso militar (crioulo e gíria)

Manga de sakalata - Muita confusão, muitos sarilhos (crioulo e gíria)

Manga di chocolate - Barulho, grande ataque, com muito fogachal, embrulhanço; corruptela de Manga di sakalata (gíria)

Mantenha(s) - Saudades, lembranças, cumprimentos (crioulo); fala mantenha, partir mantenhas = saudar.
[Da locução portuguesa (que Deus te) mantenha)]

"mantenha", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/mantenha [consultado em 12-01-2019].


Marabu - Sacerdote muçulmano, de vida ascética, considerado sábio e venerado como santo, tanto em vida como depois da morte

Mário Soares - Famoso comerciante de Pirada, de quem se dizia que trabalhava para os "dois lados"


Marmita - Mina A/C (Moçambique, Cancioneiro do Niassa)

Matador - Veículo automóvel pesado usado como reboque do obus (e transporte de tropas)

Mato (i) - Muito, grande quantidade, manga de (expressão comum, ´É mato') (gíria)

Mato (ii) - Zona de guerra, zona de controlo do PAIGC

Mec Aut - Mecânico de viaturas automóveis

Med - Médico (vg, Alf Mil Med)

Meta - Bar e salão de jogos, em Bissau, no tempo colonial

Metro e oito - Alcunha do Ten Cor Manuel Agostinho Ferreira (BCAÇ 2879, 1969/71)

MG 42 - Espingarda-metralhadora, de origem alemã (usada por páras e fuzos)

MGF - Mutilação Genital Feminina; excisão do clitóris e grandes lábios; fanado

MiG 17 - Avião de combate de origem russa, supersónico (que o PAIGC nunca chegou a ter)

Mil - Miliciano; milícias [vd. Pel Mil]

Mindjer - Mulher (crioulo) 


Mindjer Garandi - Mulher grande (crioulo)
Minino - Menino, rapaz (crioulo). Vd. também djubi ou jubi. 

Misti - Querer, queres (bo misti) (crioulo)

ML - Met Lig / Metralhadora Ligeira

MNF - Movimento Nacional Feminino (fundado em 1961 por Cecília Supico Pinto, a Cilinha)

Morança - Casa, núcleo habitacional de uma família, alargada, com o respectivo chefe (de morança) e em geral com uma cercadura (crioula) 




Guiné> Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (1964/64 >  O temível morteiro 81, o "botabaixo" (, em manobrado, fazia razias entre o pessoal atacante, num raio até 6 km).

Foto (e legenda): © Alberto Pires (Teco) (2007). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Mort - Morteiro

Mort 81 - Morteiro 81 mm; alguns tinham 'nomes de guerra' como o 'Bota Abaixo'

Mort 82 - Morteiro 82 mm (PAIGC)

Morteirete - Morteiro ligeiro, de calibre 60 (mm), podendo ser usado sem prato

MP - Met Pes / Metralhadora Pesada

MSG - Mensagem

Mudar o óleo - Ir às... putas (calão)

Mulas - Sintomas de sífilis, doença venérea (inchaços nas virilhas) (calão)

Mun - Municiador

Mun Mort - Municiador de morteiro

N/M - Navio da Marinha

Nharro - Africano; preto (crioulo, calão, na altura com sentido pejorativo, racista)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém> Simpósio Internacional de Guileje > 1 de Março de 2008 > Grafito com o desenho nalú do irã protector da tabanca, o Nhinte-Camatchol, e que foi o logótipo do Simpósio, organizado pela AD -Acção para o Desenvolvimento, o INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesqusias, e UCB - Universidade Colinas do Boé. 

"O Nhinhe Camatchol é uma escultura dos nalus do Cantanhez usado na festa do fanado. Representa uma cbeça de pássaro com rosto humano, sendo a mensagem aos participantes deste ritual de iniciação à vida adulta a seguinte: que todos eles passam a considerar-se como verdadeiros irmãos, mais verdadeiros que os próprios irmãos biológicos. O que deve ser entendido como a afirmação do interessse colectivo, comunitário, acima do interesse dos indivíduos e das famílias. Orginalmente esta máscara não poderia ser vista pelos não iniciados, sob pena de morte" (Campredon, Pierre – Cantanhez, forêts sacrées de Guinée-Bissau. Bissau,Tiguena. 1997, pp. 32-33). 


Foto (e legenda): © Luís Graça  (2008). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Nhinte-Camatchol - O grande irã dos nalus na Floresta do Cantanhez

Ninhos - Entrada gastronómica com camarão, ovo e tomate, servida no Pelicano (gíria)

NM - Número mecanográfico (do militar)

NNAPU - Normas de Nomeação e de Apoio às Províncias Ultramarinas



Nord Atlas - Avião de Transporte (FAP)

NRP - Navio da República Portuguesa

NT - Nossas Tropa

OB - Oscar Bravo, obrigado (gíria)

Obus 14 - Obus, de calibre 14 cm

Oitenta - Morteiro de calbibre 81 (o PAIGC tinha o 82)

ONG - Organização não-governamental

Onze quatro - Peça de artilharia, de calibre 11,4 cm

Op - Operação (vg., Op Lança Afiada); operador)

Op Cripto - Operador Cripto

Op Esp - Operações especiais ou ranger

P2V5 - Avião de luta anti-sumarina, também usado no Guiné, no início da guerra, para ataque ao solo

Pachanga - Pistola-Metralhadora SHPAGIN Cal 7,62 mm M-941 (PPSH) (PAIGC);  costureirinha (gíria)

PAI - Partido Africano para a Independência, fundado em 1956

PAIGC - Partido Africano Para a Indepência da Guiné e Cabo Verde

Panga bariga - Caganeira (crioulo)

Parafusos - Familiares, amigos ou vizinhos de paraquedistas ou de fuzileiros, convivendo com ambos

Páras - Paraquedistas

Parte peso - Dá-me dinheiro (crioulo)

Partir catota - 'Dar o pito' (expressão nortenha); ter relações sexuais (a mulher com o homem) (calão)

Partir punho - Ser masturbado por outrem, à mão (crioulo, calão)

Pastilhas - Enfermeiro (em geral, Fur Enf) (gíria)

Patacão - Dinheiro, pesos (crioulo)

Pau de Pila - Lança Granadas-Foguete Pancerovka P-27 (PAIGC, gíria)

PC - Posto de Comando

PCV - Posto de Comando Volante 


Peça 11,4 - Peça de artilharia, de calibre 11,4 cm

Peça M-130 - Peça de artilharia de longo alcance, da Guiné-Conacri, usada em ataques fronteiriços pelo PAIGC-

Pel Caç Nat - Pelotão de Caçadores Nativos

Pel Can s/r - Pelotãod e Canhão sem recuo

Pel Mil - Pelotão de Milícias

Pel Mort - Pelotão de Morteiros

Pel Rec Daimler - Pelotão de Reconhecimento Daimler (Cavalaria)

Pel Rec Fox - Pelotão de Reconhecimento Fox (Cavalaria)

Pel Rec Info - Pelotão de Reconhecimento e Informação

Pelicano – Café. restaurante e esplanada de Bissau, junto ao estuário do Geba, na marginal do tempo colonial

Peluda - Vida civil (depois da tropa)(gíria) 


Perintrep - Periodic Intelligence Report

O Perintrep era uma documento classificado, elaborado pela 2ª Rep/QG/ComChefe/Guiné (, chefiada, no final da guerra, por Artur Baptista Beirão, ten cor inf) (1925-2014). Era elaborado a partir de notícias recebidas (Relim) durante um período semanal, indicando-se sempre a origem ou o órgão da fonte da notícia. O documento, classificado, chegava até aos comandantes operacionais (nível de companhia), que o tinham de incinerar no prazo de 72 horas... As informações nele contidas, devidamente selecionadas, podiam ser (ou não) partilhadas depois com os subordinados, individualmente ou em grupo.







Reprodução (parcial) do Perintrep nº 12/74, relativo ao período de 17 a 24 de março de 1974. Documento (digitalizado) por Nuno Rubim (2016) / Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2016)

Periquito - Militar novato; pira, piriquito (sic)

Peso - Unidade da moeda local; escudo guineense (no tempo colonial) (crioulo)

PG - Prisioneiro(s) de Guerra

Piçada - Repreensão de um superior (gíria)

Picador - Soldado ou milícia que faz a picagem

Picagem - Deteção de minas e armadilhas num trilho ou picada

PIDE/DGS - Polícia política portuguesa

PIFAS - Programa de Informação das Forças Armadas

Pil - Piloto (miliciano)

Pilão - Bairro popular de Bissau, muito frequentado pelas NT nas horas de lazer

Pilav - Piloto aviador, saído da Academia Militar (Os milicianos são apenas Pil) (FAP)

PINT - Pelotão de Intendência

Pira - Periquito, militar recém-chegado à Guiné; maçarico (Angola); checa (Moçambique)

Piurso - Pior que um urso, zangado (gíria)

Poilão - Designação comum a algumas árvores da família das bombacáceas. Ceiba Pentandra (crioulo)

Ponta - Herdade, exploração agrícola (crioulo)

Pop - População

Porrada - Contacto com o IN; punição disciplinar (gíria)
PPSH - Metralhadora ligeira, 7,72 mm (PAIGC; a famigerada 'costureirinha' (gíria)

Psico - Acção psicológica e social das NT junto da população (também Psique)

QG - Quartel General

QG/CCFAG - Quartel General do Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné), na Amura

QG/CTIG – Quartel General do Comando Territorial Independente da Guiné, em Santa Luzia 


QEO - Quadro Especial de Oficiais

QP - Quadro Permanente (Pessoal)

Quarteleiro – 1º cabo de manutenção de material

Quebra-costelas - Abraço, AB, Alfa Bravo (gíria, de origem alentejana)

Quico - Boné especial da tropa

Rabecada - Vd. piçada (gíria)

Racal - Equipamento portátil, de origem americana, podendo ser usado em viaturas e aviões, transmitindo em fonia entre as frequências de 38 a 54,9 Mc/s.

RAL - Regimento de Artilharia Ligeira

RCacheu - Rio Cacheu

RCorubal - Rio Corubal

RCumbijã - Rio Cumbijã

RDM - Regulamento de Disciplina Militar

Ref - Militar na Reforma

Reforço - Aumento das medidas de segurança dos nossos aquartelamentos

Reordenamento - Aldeia estratégica, construída pelas NT, reagrupando uma ou mais tabancas

Rep - Repartição (do Quartel-General)

REP / ACAP - Repartição do QC / Assuntos Civis e Acção Psicológica

Res - Militar na Reserva

RFOTO - Reconhecimento fotográfico (FAP)

RGeba - Rio Geba

RI - Regimento de Infantaria

RN - Reserva Naval (Marinha)

Rockets - Granadas lançadas pelo RGP 2 ou RPG 7 (PAIGC)

Rôz kuntango - (ou simplesmente Kuntango) Arroz cozinhado (bianda) sem máfé (crioulo)

RPG - Lança-granadas-foguete (PAIGC): havia o 2 e o 7

RVIS - Voo de reconhecimento aéreo (FAP)

SA-7 - Míssil Sam-7, Strela, de origem russa (PAIGC)

Sabe sabe - Gostoso (crioulo)

Sakalata - Confusão, conflito, chatice (crioulo)

Salgadeira - Urna funerária, caixão (gíria)

SAM - Serviço de Administração Militar

Sancu - Macaco (crioulo)

Sec - Secção; equipa (Um Gr Comb ou pelotão era composto por 3 Sec)

Setor L1 - Setor 1 da Zona Leste (Bambadinca, Região de Bafatá)

Sexa - Sua Excelência, mas também Sexagenário

SGE - Serviço Geral do Exército; oficiais oriundos da classe de sargentos

Siga a Marinha - Embora, vamos a isto! (gíria)

Sintex - Pequena embarcação, de fibra, com mortor fora de bordo, de 50 cavalos, usado para cambar um rio; parecia uma banheira (NT)

SM - Serviço de Material (vd. Ferrugem)

SNEB - Rocket antipessoal, de calibre 37 mm, que equipava o T-6 e que também era usado pelos paraquedistas e demais tropas como LGFog

Sold - Soldado

Sold Arv - Soldado Arvorado

Solmar - Cervejaria de Bissau, do tempo colonial

SPM - Serviço Postal Militar

Srgt - Sargento

STM - Serviço de Transmissões Militares

Strela - Flecha, em russo (стрела); míssil russo terra-ar SAM 7

Suma - Como, igual (crioulo)
Supintrep - Relatório de informação suplementar (Vd. Perintrep)

Supositório - Granada de obus (gíria) 





Guiné > Bissau > Bissalanca > BA 12 > Fiat G-91 R4: linha da frente da esquadra 121, "Os Tigres"


Foto (e legenda): © Mário Santos (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


T/T - Navio de Transporte de Tropas (v.g., T/T Niassa, T/T Uíge)

T6 - Avião bombardeiro, monomotor; equipado c/ lança-roquetes e metralhadora (NT)

Tabanca - Aldeia (crioulo); mas também morança, cubata, casa: mas também tertúlia (v.g., Tabanca de Matosinhos)

Tabanca Grande – A mãe de todas as tabancas ou tertúlias de antigos combatentes da Guiné (v.g., Tabanca de Matosinhos, Tabanca do Centro, Tabanca da Linha, Tabanca dos Melros, Tabanca da Maia, Tabanca do Algarve, Tabanca da Lapónia, etc.) 

Tarrafe - Vegetação aquática, típica das zonas ribeirinha

Taufik Saad - Casa comercial, de origem libanesa, em Bissau


Taxy Way - Caminho de rolagem (FAP)

Tchora - Chorar (crioulo)

Tem manga di sabe sabe - Muito gostoso (crioulo)

Ten - Tenente

Ten Cor - Tenente-Coronel

Ten Gen - Tenente General, antigo general de 
3 estrelas [Posto reintroduzido no Exército Português em 1999, em substituição do posto de general de 3 estrelas; é a mais alta patente de oficial general no ativo, já que os postos superiores são apenas funcionais ou honoríficos: por exemplo, chefe do estado maior general].

Tertúlia – Tabanca Grande

TEVS - Transporte em evacução (FAP)

Tigre de Missirá - Nome de guerra (Alf Mil Beja Santos, Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70)

Tigres - Esquadra de Fiat G-91, na BA 12

TN - Território nacional

TO - Teatro de Operações

Toca-toca - Transporte colectivo, privado, nas zonas urbans da Guiné-Bissau (carrinha tipo Hyace, de cores azul e amarela) (crioulo)


Guiné > Regoão de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) + CART 2520 (1969/70) > Op Safira Única, 21 de janeiro de 1970, no subsetor do Xime, nas proximidades da Ponta do Inglês

Uma pistola de origem soviética, Tokarev, de 7,62, igual ou parecida à que que foi apreendida ao guerrilheiro Festa Na Lona, na Ponta do Inglês, no decurso da Op Safira Única ... Pelo que me recordo, esta pistola ficou à guarda do alf mil Abel Maria Rodrigues, comandante do 3º Grupo de Combate da CCAÇ 12 (onde eu muitas vezes me integrei, conforme as faltas de pessoal...) , que a tomou como ronco... Não sei se a conseguiu trazer para a Metrópole e legalizá-la... Ao que parece, esta arma teve a sua estreia na Guerra Civil de Espanha, em 1936, nas fileiras do exército republicano, estando distribuída a pilotos e tripulações de tanques, entre outros... (LG). 

Fonte: Kentaur, República Checa (2006) [página já não disponível]

(...) Por volta das 15. 30h, já nas proximidades do objectivo, foram notados indícios de presença humana: trilhos batidos, moringas nas palmeiras para recolha de vinho e um cesto de arroz.

Seguindo um dos trilhos, avistou-se um homem desarmado que seguia em direcção contrárias às NT. Capturado, informou que ia recolher vinho de palma, que a tabanca ficava próxima, que não havia elementos armados e que a maior parte da população estava àquela hora a trabalhar na bolanha.

Feita a aproximação com envolvimento, capturaram-se mais 2 homens, 5 mulheres e 6 crianças. Um dos homens capturados disse chamar-se Festa Na Lona, de etnia Balanta, estar alí a passar férias e pertencer a uma unidade combatente do Gabu. Foi-lhe apreendido uma pistola Tokarev (7,62, m/ 1933) e vários documentos.

Havia 2 tabancas, cada uma com 4-5 casas, afastadas umas das outras cerca de 200 metros. Cada casa era revestida de chapa de bidão e coberta de capim. Para o efeito foram aproveitados os bidões existentes no antigo aquartelamento da Ponta do Inglês que as NT haviam retirarado  em novembro de 1968.

Foram destruídos todos os meios de vida encontrados e incendiadas casas, a excepção das que ficaram armadilhadas. Os 2 Dest executaram toda a acção sem disparar um único tiro. A  retirada fez-se igualmente a corta-mato em direcção de Gundagué Beafada, tendo-se chegado ao Xime pelas 18.30h. Durante a noite, a Artilharia fez fogo de concentração sobre os acampamentos IN do Baio/Buruntoni e Ponta Varela/Poindon. (...)

Fonte: Extractos de: História da CCAÇ. 12: Guiné 1969/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores 12. 1971. Capítulo II. 24-26.


Tokarev - Pistola de calibre 7,62 mm, de origem soviética (PAIGC)

TPF - Transmissões Por Fios

Trms - Transmissões

Tropa-macaca - Por oposição a tropa especial (páras, comandos, fuzos)

TSF - Transmissões Sem Fios

Tuga - Português, branco, colonialista (termo na altura depreciativo) (crioulo)

Turpeça - Banquinho, de três pés, onde se sentam em exclusivo os régulos felupes

Turra - Terrorista, guerrilheiro, combatente do PAIGC (termo n a altura depreciativo)

Ultramarina - Sociedade Comercial Ultramarina, ligada ao grupo BNU; rival da Casa Gouveia.

Uma larga e dois estreitos - Galões de tenente-coronel

UXO - Unexploded (Explosive) Ordenance (em inglês); Engenhos Explosivos Não Explodidos (em português)

Velhice - Militares em fim de comissão (gíria)

Vietname - Guiné, para lá de Bissau; mato

ZA - Zona de Acção

Zebro - Barco de borracha com motor fora de borda, usado pelos fuzileiros

ZI - Zona de Intervenção (do Com-Chefe)

ZLIFA - Zona Livre de Intervenção da Força Aérea

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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:


30 de dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2389: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (6): Racal (José Martins)

29 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2388: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (5): Periquito (Joaquim Almeida)

26 de junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1887: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (3)... (Zé Teixeira)