quinta-feira, 14 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8095: FAP (64): Procuro informações sobre o meu avô, 1º Cabo MMA, Fernando Ferreira Martins (Bissalanca, AB2, 1963/1964), morto em acidente em 26/3/1964 (João Martins)



Guiné > Bissau > Bissalanca > AB2 (Aeródromo base nº 2) > 1964 (?) > O 1º Cabo MMA  Fernando Ferreira Martins na messe (JM),  edifício nº 1041






Guiné > Bissau > 1964 (?) > A "casa desconhecida", diz o João Martins... "Casa onde o meu avô possivelmente viveu"... [Já agora, caros leitores, que marca será a deste carro ? E já agora, modelo e ano... A matrícula é da Guiné... Mercedes, provavelmente modelo 170, dos anos cinquenta, diz o Zé Manel Dinis, que é perito em carros antigos... E eu ia a jurar que era um... Ford!]





Guiné > Bissau > Bissalanca > AB2 (Aeródromo base nº 2) > 1964 (?) > O 1º Cabo MMA  Fernando Ferreira Martins com mais 3 camaradas... [ Peço aos camaradas da FAP para identificar as aeronaves... Dakota, segundo o Jorge Narciso. Cabeça a minha, já não me lembrava!]


Guiné > Bissau > Bissalanca > AB2 (Aeródromo base nº 2) > 1964 (?) > Mais uma foto do nosso 1º Cabo MMA  Martins na pista de aviação ...[ Peço aos camaradas da FAP para identificar as aeronaves... T 6 Harvard, segundo o Jorge Narciso ]



Guiné > Bissau > Bissalanca > AB2 (Aeródromo base nº 2) > 1964 (?) >  Capa da caderneta de voo do nosso 1º Cabo MMA Fernando Ferreira Martins


Guiné > Bissau > Bissalanca > AB2 (Aeródromo base nº 2) > Caderneta de voo > Março de 1964 >  O último voo (registado) do 1º Cabo MMA Martins foi a 24 de Março de 1964, em Heli Alouette, nº de matrícula 9206, como mecânico. Missão: local. Duração: 20 minutos. Total de tempo de voo: 256 h 35 m (como mecânico), mais 2h 10m como passageiro...  Se este foi o seu último, o acidente de serviço que o vitimou terá sido em terra... Um ponto por esclarecer... Nesse mês voou também em Avioneta Auster, como  MMA. Pelo total de horas regitado na caderneta, o Martins deve ter ido para o TO da Guiné em 1963.



Guiné > Bissau > Bissalanca > AB2 (Aeródromo base nº 2) > 1964 (?) > Folha nº 18 da Caderneta de voo onde o Comandante do Agrupamento Operacional escreveu: "Encerra-se a presente caderneta em virtude de o seu titular ter falecido em serviço no dia 26 [e não 20] Março 64. O.S. n~73 de 27 de Março 64 do AB2. Quartel em Bissalanca, 20 de Maio 64. O Comandante do Agrup Operacional". (Se se ampliar a imagem, verifica-se que a data do acidente em serviço foi 26 e não 20 de Março de 1964).



Guiné > Bissau (?) > Arredores > O 1~Cabo MMA Martins, na 2º fila, o primeiro a contar da direita para a esquerda, mais 3 camaradas,  junto a um grupo da população local (mulheres e crianças). Estando os 4 camaradas à civil, tudo indica que a foto tenha sido tirada em Bissau ou arredores.




Guiné > Bissau >  1964 (?) >  Da direita para a esquerda, o Fernando Ferreira Martins mais os seus três amigos (cuja identidade se desconhece)... Diz o nosso camarada Arménio Estorninho, que esta foto apresentada foi tirada na Praça Teixeira Pinto, em Bissau e tendo como fundo a Mata Teixeira Pinto "que era um Parque de Lazer" 




Guiné > Bissau >  1964 (?) >  O Fernando Ferreira Martins (o segundo a contar da direita para a esquerda) na Praça Honório Barreto (se não me engano...)



Guiné > Bissau (?)  >  Arredores > 1964 (?) >  Da direita para a esquerda, o Fernando Ferreira Martins  é o terceiro 


Legendas: J.M. / L.G. Fotos editadas por L.G.


Fotos: © João Martins (2011). Todos os direitos reservados  





1. Mensagem de João Martins:



Data - Terça-feira, 12 de Abril de 2011 11:32

Assunto - 
Fernando Martins - Bissau 64

Caro Luís Graça,

Espero que este email o encontre bem. Chamo-me João Martins e descobri o seu Blog através do meu pai, que já tinha navegado por alguns blogs sobre a Guiné em busca de mais informação. 

O meu pai não esteve lá, mas o pai dele e meu avô - Fernando Ferreira Martins -, esteve.Segundo os registos faleceu lá a 20 de Março 1964 num acidente com um Alouette, era mecânico da FAP. 

Segundo percebi, toda esta situação foi um pouco "abafada",  não se percebendo bem o que aconteceu. Na sua juventude, o meu pai procurou mais alguma informação mas nunca chegou a conseguir saber o que teria realmente acontecido.

Bem, talvez por ironia do destino, estou a concluir os meus estudos na área do pós-conflito e irei na próxima semana fazer investigação para o Bairro do Quelele, em Bissau (tentar perceber qual a evolução desde a guerra de 98/99). Como estou lá, tinha todo o gosto em conseguir pelo menos descobrir a casa onde o meu avô viveu, e possivelmente o local do acidente...Gostava de ir lá. Certamente, compreende o que digo. 

Obviamente que todas e quaisquer informações adicionais que conseguisse descobrir seriam muito bem recebidas! Embora nunca tenham remexido muito no assunto, creio que tanto o meu pai como a minha avó ficariam muito contentes por poderem saber mais novidades.

Assim, vinha-lhe pedir ajuda. Tenho noção que provavelmente não me a conseguirá dar, mas tinha que tentar. Envio-lhe em anexo a digitalização da caderneta de voo, com as duas últimas páginas, que relatam os últimos voos e a notícia do falecimento (poderá reparar que o último voo é datado de dia 24 e o falecimento de dia 20 ...). 

Envio também algumas fotos em que aparece o meu avô e outras em que aparece juntamente com 3 camaradas que aparecem sempre com ele em todas as fotos. Aparecem sempre os 4 juntos, não sei quem são, mas tenho a certeza que eram muito chegados.  

Agradeço desde já a atenção dispensada.

Os melhores cumprimentos,

João


2. Comentário de L.G.:

Fico sensibilizado pelo seu gesto,  não só por procurar conhecer melhor as circunstâncias em que morreu o seu avô, e nosso camarada,  Fernando Ferreira Martins,  mas também  por vir "bater à porta" da nossa Tabanca Grande...

Além de publicar a sua mensagem e as fotos que nos mandou, iremos fazer um apelo,sobretudo aos nossos camaradas da Força Aérea, que integram a nossa Tabanca Grande bem como o blogue Especialistas da BA12 Guiné 65/74, fundado e superiormente dirigido por Victor Barata. Outra fonte importante é o portal UltramarTerraweb, também ligado aos veteranos da guerra do ultramar,

Ora, segundo a valiosa informação recolhida, analisada, sistematizada  e divulgada pelo veterano J. C. Abreu dos Santos, sob a forma de ficheiro em pdf, datado de 1 de Fevereiro de 2010,  relativo aos Militares Mortos em Serviços > FAP - Pilotos e especialistas > De 12 de Abril de 1959 a 14 de Novembro de 1975, disponível no portal Ultramar Terraweb,  o seu avô era  1º Cabo MMA  [Mecânico de Manutenção Aérea] e estava colocada no TO da Guiné, no AB2 [Aeródromo Base nº 2, em Bissalanca, que daria depois lugar à BA 12 - Base Aérea nº 12, em 1965]. Estava afecto aos Helicópteros Alouette III e morreu a 26/3/1964 [e não a 20], por acidente,  ocorrido a  "2km sul de Bissalanca" (sic)... 


Sobre as circunstâncias do acidente, há a seguinte informação muito sucinta, lacónica, no citado documento: "Caiu  [o heli ?] a 1,5 m e rotor atingiu os ocupantes" (sic). Neste acidente terá morrido também o  2º Srgt MMA Alexandre Manuel Ramalho de Matos, natural de Estremoz.  Se os dois (o seu avô e o 2º sargento) eram "ocupantes", isso quererá dizer que o acidente ocorreu durante um voo... Mas, nesse caso, o que terá acontecido ao piloto ? E o que faziam dois mecânicos, um cabo e um sargento, no mesmo Alouette ? 

No Blogue Especialistas da BA12 Guiné 65/74, numa pesquisa rápida, não encontrei informação sobre este acidente nem sobre as duas (pelo menos) vítimas mortais. Vou pedir ao nosso camarada e amigo Victor Barata os seus bons ofícios para que divulge, no seu blogue, este poste, incluindo a sua mensagem e as fotos do seu avô (e dos seus amigos e camaradas).

Desejo-lhe boa sorte para o seu trabalho de campo, em Bissau, no bairro de Quelelé (onde temos amigos). Tem aqui o mapa da ilha de Bissau, de 1949 (Escala 1/50000)... Claro que houve muitas mudanças depois disso, hoje Bissau está (quase) irreconhecível... Já agora diga-me qual é a sua formação académica de base: sociologia, antropologia, ciência política ?... 

Receba um Alfa Bravo (ABraço) de todos nós,  membros desta Tabanca Grande. E a propósito, fica convidado para se juntar esta comunidade de antigos combatentes (e amigos da Guiné) que partilham aqui histórias, memórias e afectos. Luís Graça

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Nota do editor


 Último poste da série > 3 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7892: FAP (63): Ainda a propósito do malogrado Fur Mil Pil Frederico Vidal (1943-1964) (Manuel Amante / Carlos Cordeiro)

Guiné 63/74 - P8094: Parabéns a você (243): Luís Faria, ex-Fur Mil da CCAÇ 2791 (Tertúlia / Editores)


PARABÉNS A VOCÊ

14 DE ABRIL DE 2011

LUÍS FARIA

Caro camarada Luís Faria*, a Tabanca Grande solidariza-se contigo nesta data festiva.

Assim, vêm os Editores, em nome de toda a Tertúlia, desejar-te um feliz dia de aniversário junto dos teus familiares e amigos.

Que esta data se festeje por muitos anos, repletos de saúde, tendo sempre por perto aqueles que amas e prezas.

Na hora do brinde não esqueças os teus camaradas e amigos do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, que irão erguer também uma taça pela tua saúde e longevidade.
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Notas de CV:

- Postal de aniversário de autoria de Miguel Pessoa

- (*) Luís Faria foi Fur Mil Inf MA na CCAÇ 2791, Bula e Teixeira Pinto, 1970/72

- Vd. último poste da série de 11 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8080: Parabéns a você (242): Agradecimentos de Rosa Serra, Joaquim Mexia Alves e José Eduardo Reis

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8093: Notas de leitura (228): Poemas, de Artur Augusto da Silva (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 7 de Abril de 2011:

Queridos amigos,

Era indispensável registar no nosso roteiro cultural luso-guineense o advogado Artur Augusto da Silva que conheci, aí pelos 20 anos, na leitura de uma monografia sobre o artista modernista António Soares, de quem tenho um belo desenho dos anos 30.

 Curiosamente, Artur Augusto da Silva também escreveu sobre Jorge Barradas, outra das minhas devoções modernistas. Esta edição de Bissau, a que aqui se faz referência, comporta uma fieira de pérolas onde se enlaçam a língua portuguesa e diferentes exaltações guineenses. É só comprovar.

Agora, vou resumir o que sobre a Guiné-Bissau escreveu Pedro Rosa Mendes numa edição especial da Visão “África 30 anos depois”.

Um abraço do
Mário


Artur Augusto (da Silva), poeta luso-guineense

Beja Santos

Artur Augusto da Silva (1912-1983), nasceu na Ilha Brava (Cabo Verde) e passou a sua infância e adolescência entre Portugal e a Guiné. Após ter concluído o curso de Direito, em Lisboa, partiu para Angola, onde permaneceu alguns anos, entre o final dos anos 30 e início dos anos 40, tendo-se radicado na Guiné no final dessa década nas letras, como consta da sua bibliografia, escreveu poesia, romance e ensaio, sobretudo monografias de artistas portugueses. Frequentou em Lisboa os meios intelectuais do modernismo e conviveu com figuras da música da pintura e da literatura como Luís de Freitas Branco, Eduardo Malta e António Botto. Por exemplo Luís Dourdill é autor da capa do seu romance A Grande Aventura (1941).

Na Guiné, manteve-se extremamente activo, tendo participado na fundação do colégio-liceu de Bissau e Centro de Estudos da Guiné Portuguesa onde publicou alguns trabalhos ainda hoje não superados sobre usos e costumes de Fulas, Felupes e Mandingas. Entrou em litígio com as autoridades por ser defensor de várias dezenas de guineenses acusados de sedição e, em 1966, proibido de regressar à Guiné. Regressou a Bissau depois da independência do país e foi juiz no Supremo Tribunal de Justiça e professor de Direito Consuetudinário na Escola de Direito de Bissau.

“E o poeta pegou num pedaço de papel e escreveu poemas” é uma edição póstuma que ficou a cargo do Centro Cultural Português na Guiné-Bissau (Dezembro de 1997), e o levantamento poético ficou a cargo de Carlos Schwartz da Silva (Pepito), seu filho e nosso confrade no blogue.




Artur Augusto da Silva e Clara Schwarz a subir o Chiado (fotografia do blogue)


É autor de poemas solares, das reminiscências da infância, dos valores telúricos, neles circulam o sangue da lusofonia em toda a sua plenitude, a luxuriante vertigem das paisagens tropicais, a exaltação etnográfica e etnológica. Nenhum poeta luso-guineense é tão caprichoso no uso da língua portuguesa, nela vazando, por formas glorificadas, as gentes e a natureza guineense.

É uma escassa colectânea de poemas, fazem ressaltar um ânimo maravilhoso e maravilhado, terá sido um homem de bonomia, de solicitude, um adaptador da língua e da cultura portuguesa aos valores de uma Pátria emergente. Basta ver o arranque do seu poema “Morreu o Homem”, dedicado a um amigo de nome Mamadu Baldé:

“Mamadu Baldé, filho de Salifo, filho de Indjai, filho de Tchamo, filho de Monjur, filho de Mutari, cuja linhagem se perde há mais de dois mil anos nas terras do Egipto e de quem os antepassados remotos viram Moisés e Maomé e com eles conversaram sobre o tempo e as colheitas”.

É uma toada quase bíblica, porque Mamadu Baldé deverá orgulhar-se da genealogia, da linhagem e da estirpe, tudo se perde nos fins da história e no despontar do vigor cultural africano. Depois canta a terra negra da sua infância onde brincou com os seus irmãos negros, com eles nadou no rio, saboreou o caju, a papaia e o mango e recorda o poilão de Santa Luzia que vomitava fogo quando a santa queria orações. Recolhe-se e faz um apelo à terra verde e vermelha da Guiné: “só te peço que todas as noites/ deixes baixar sobre meu coração/ o silêncio que cura os males da alma/ e que quando os dias nascerem húmidos e tenros/ como o barro das tuas bolanhas,/ deixes o meu corpo/ receber esse afago matinal/ que foi o meu primeiro baptismo/ e te peço seja a minha absolvição”.

Poesia de encanto e regalo para os olhos, água fresca para os sentimentos, nela convergem elementos vegetais, odores, fauna e flora, mistérios do animismo, danças e batuques, o fogo das queimadas, o barro das bolanhas e, inevitavelmente, a impressão que provoca o tornado, os seus céus eléctricos e as suas trombas de água. É poesia de um homem reconciliado, dialogante, observador e atento aos mistérios. Sobretudo, é uma poesia que espalha simplicidade e gratificação, cujo exemplo mais eloquente é o poema

Benditas

Bendita seja, minha mãe,
que me ensinaste a amar
as crianças e os velhos,
os pecadores arrependidos
e os pobre e os perseguidos
Bendita sejas!

Bendita sejas, minha mãe
que me ensinaste a desprezar
os ricos e os mandarins
e a odiar,
a odiar,
a odiar,
os verdugos e os carrascos.
Bendita sejas!

Bendita sejas, minha mãe,
que com o teu dedo irreal,
ainda me apontas
os caminhos do Bem e do Mal.
Bendita sejas!

Bendita sejas, minha mãe,
por teres enchido minha alma
de paz e tranquilidade
e de me teres ensinado a ser pequeno entre os humildes
e sobretudo entre os poderosos.
Bendita sejas!

Bendita sejas, minha mãe!
que me ensinaste a ser
de todos os valores clássicos
e a cimentar os valores clássicos,
como se tudo estivesse para refazer.
Bendita sejas!

Bendita sejas tu, que me fizeste aleitar
por uma ama negra,
para que eu bebesse a sabedoria
desse povo admirável
e compreendesse os seus segredos.

Bendita sejas, minha ama,
que me ensinaste a ser corajoso
e a não temer o perigo.

Bendita sejas tu, que eras serena
como uma noite de primavera,
boa como uma palavra de perdão,
grande como um pensamento fecundo.

Benditas sejais vós!!

O leitor interessado tem acesso à sua antologia poética no site:
http://www.triplov.com/guinea_bissau/artur_augusto_silva/index.htm
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8081: Notas de leitura (227): A Guiné-Bissau e os sabores da lusofonia (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P8092: In Memoriam (74): No dia 9 de Abril de 2011, a cidade de Matosinhos homenageou os pescadores mortos no naufrágio de 2 de Dezembro de 1947 e os combatentes da Guerra do Ultramar caídos em campanha (Carlos Vinhal)

Memorial aos mortos na tragédia de 2 de Dezembro de 1947 e aos matosinhenses caídos em campanha na Guerra do Ultramar

A juventude matosinhense em África, uma das várias figuras pictóricas, de autoria do Prof Alfredo Barros, que se podem admirar no Memorial imaginado pelo Arq Abreu Pessegueiro.

Força Militar presente na cerimónia, composta por elementos da Fanfarra do Regimento da Artilharia 5 e por um Pelotão (-) da Escola Prática de Transmissões, comandada pelo Alferes Hélder Leão

As cerimónias tiveram início com o Alferes Hélder Leão apresentando a formatura ao Ten Cor Armando José Ribeiro da Costa

As alocuções iniciaram-se com a intervenção do Mestre José Brandão, Presidente da Associação de Pescadores Aposentados de Matosinhos.

Ribeiro Agostinho, ex-combatente na Guiné (e membro da nossa Tabanca Grande),  fala em nome dos seus camaradas.

Momento em que o senhor Ten Cor Armando Costa, na qualidade de Comandante das Forças em presença e na de Presidente da Comissão instaladora do Núcleo da Liga dos Combatentes em Matosinhos, tomou a palavra.

O Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto fala aos presentes

Manuel Tavares de Sousa, ex-combatente na Guiné ao serviço da Armada Portuguesa, no momento em que declamava os poemas.

O Coro da Associação dos Pescadores Aposentados de Matosinhos que com a sua actuação encerrou a cerimónia de homenagem aos Pescadores e aos combatentes falecidos. 

Francisco Oliveira, o Porta-bandeira durante a cerimónia, acompanhado pelo nosso camarada e tertuliano António Maria.


MATOSINHOS HOMENAGEIA OS PESCADORES MORTOS NO NAUFRÁGIO DE 2 DE DEZEMBRO DE 1947 E OS COMBATENTES CAÍDOS EM CAMPANHA NA GUERRA DO ULTRAMAR

No Dia do Combatente, 9 de Abril de 2011, a cidade de Matosinhos prestou homenagem conjunta aos seus heróis do mar, os pescadores mortos no naufrágio de 2 de Dezembro de 1947, e aos seus heróis da Guerra do Ultramar, os combatentes caídos em campanha naquela guerra de África*.

A iniciativa partiu de um pequeno grupo de ex-combatentes da Guiné (António Maria, Carlos Vinhal, Francisco Oliveira e Ribeiro Agostinho) e da Câmara Municipal de Matosinhos na pessoa do seu Presidente, Dr. Guilherme Pinto, e a colaboração do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, na pessoa do senhor Ten Cor Armando Costa coadjuvado pelos senhores Sargentos Ajudantes Carlos Osório e Joaquim Oliveira, que organizou todo o programa de homenagem.

Assim, pelas 10 horas da manhã, a Igreja Matriz encheu-se de fiéis para assistirem à Missa de sufrágio pelos pescadores e militares que iriam ser homenageados dali a pouco no Cemitério de Sendim. Esta cerimónia religiosa foi presidida pelo Capelão Militar, coadjuvado pelo Pároco de Matosinhos.

Seguidamente houve deslocação para o Cemitério. Apesar do calor que se fazia sentir, os matosinhenses não deixaram de marcar presença assim como as autoridades civis e religiosas do Concelho que se associaram deste modo aos familiares dos pescadores e dos combatentes homenageados.

Com a chegada ao local do Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, iniciou-se a cerimónia de homenagem com apresentação da Força Militar presente, pelo seu Comandante Hélder Leão, ao senhor Ten Cor Armando José Ribeiro da Costa, da Liga dos Combatentes.

Iniciaram-se as alocuções com a intervenção do Mestre José Brandão, Presidente da Associação dos Pescadores Aposentados de Matosinhos, que relembrou desastre do dia 2 de Dezembro de 1947 e a desgraça que se abateu principalmente sobre a classe piscatória, onde pereceram mais de 150 pescadores, a maioria de Matosinhos, mas também alguns naturais de Aguda e da Póvoa de Varzim, todos justamente aqui lembrados, porque todos contribuíam para o engrandecimento desta (então) Vila, na altura detentora do maior Porto de Pesca de Portugal.

Seguiu-se a intervenção do ex-combatente da Guiné, Manuel José Ribeiro Agostinho, que falou em nome dos camaradas presentes, realçando o significado deste Memorial que em Matosinhos perpetua os seus filhos caídos na Guerra Colonial. Lembrou que a partir de agora vai ser tempo de pensar em algo que lembre o esforço dos matosinhenses que,  não morrendo em campanha, têm também o direito ao reconhecimento do seu esforço naquela guerra. Muitos carregam mazelas irrecuperáveis, principalmente stress pós-traumático e deficiências físicas. Que se espera uma colaboração profícua entre Câmara Municipal, os ex-combatentes e o Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes para levar a efeito esta iniciativa, apesar das condicionantes económicas actuais.
Foi ainda lançada a ideia de cada freguesia do Concelho poder homenagear os seus combatentes, assim se queira.

Tomou depois a palavra o senhor Ten Cor Armando Costa, da Liga dos Combatentes,  que realçou uma vez mais o esforço e a abnegação dos militares que participaram na guerra colonial, assim como os pescadores, também eles homenageados que de comum tiveram a coragem para enfrentar os perigos com que depararam. Que Matosinhos, a partir de agora passa a figurar entre as autarquias que esculpiu na pedra o reconhecimento a uma geração que não envergonhou a História de Portugal. Lembrou também as actuais participações das Forças Armadas Portuguesas mundo fora, num conceito bem diferente, mas levando, em acções humanitárias,  bem longe o nome de Portugal.

Para terminar as alocuções, tomou a palavra o Dr. Guilherme Pinto que salientou o sentido de heroicidade comum aos pescadores e aos militares que enfrentam perigos desconhecidos, sem vacilar, dando a vida no desempenho da sua missão, mesmo sabida de antemão, arriscada. Que neste Memorial ficam para sempre gravados os nomes destes heróis.

Discursos do camarada Ribeiro Agostinho, Ten Cor Armando Costa e Dr. Guilherme Pinto
Com a devida vénia a Mário Rêga

Aconteceram então os momentos mais altos da cerimónia quando a Fanfarra procedeu ao Toque de Sentido, seguido do Toque de Silêncio e o Capelão Militar benzeu o Memorial.

O Edil de Matosinhos procedeu à deposição de duas coroas de flores, acompanhado simbolicamente por um representante dos Pescadores, um representante dos ex-combatentes e pelo Ten Cor Armando Costa.

Seguiu-se o Toque de Homenagem aos Mortos, 1 minuto de silêncio, Toque de Alvorada e Toque de Descansar.

De acordo com o alinhamento da cerimónia, o nosso camarada Manuel Tavares de Sousa, ex-combatente da Guiné como militar da Armada Portuguesa, seguidamente leu dois poemas, um bastante conhecido, do Paco Bandeira, que deu origem a uma canção de grande sucesso e, outro, que se publica, de sua autoria escrito especialmente para este dia.


Finalmente, o Coro da Associação dos Pescadores Aposentados de Matosinhos interpretou dois temas alusivos ao mar e à sua faina.

Como foi sugerido pelo do Dr. Guilherme Pinto, convido a quem visitar Matosinhos a se deslocar ao Cemitério de Sendim para admirar aquela bonita obra imaginada por dois vultos importantes do norte ligados à arte e à arquitectura, o Prof Alfredo Barros e o Arq Abreu Pessegueiro. Verão que não dão o tempo por mal empregue.

Fotos: © Carlos Vinhal e Ribeiro Agostinho (2011). Todos os direitos reservados
Texto e edição de fotos: Carlos Vinhal
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Nota de CV:

(*) Vd. poste da série de 3 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8039: In Memoriam (73): Cerimónia de homenagem aos Combatentes de Matosinhos caídos em Campanha em Angola, Guiné e Moçambique, dia 9 de Abril de 2011 pelas 11H15 no Cemitério de Sendim (Carlos Vinhal)

Guiné 63/74 - P8091: 7º aniversário do nosso blogue: 23 de Abril de 2011 (1): Um Oscar Bravo (OBrigado) a quem nos visita, lê, comenta, divulga, alimenta, critica, incentiva, avalia, escrutina, ajuda a crescer e a melhorar... A todos os autores, comentadores, leitores, a todos/as os/as amigos/as, camaradas e camarigos/as da Guiné (A equipa editorial)


Guiné-Bissau > Bissau > AD - Acção para o Desenvolvimento > Foto da semama > Título da foto: Cabedú aponta a direcção do seu desenvolvimento; Data de Publicação: 10 de Abril de 2011; Data da foto: 23 de Janeiro de 2011; Palavras-chave: desenvolvimento comunitário

Legenda: "A tabanca de Cabedú, no extremo sul da Mata de Cantanhez, dá mostras de grande dinamismo na identificação de várias acções que pretende realizar para sair do isolamento e abandono a que está votada. 


"Os Homens Grandes, as mulheres e os jovens concentram-se para definir as suas grandes prioridades e dividir responsabilidades na sua execução, certos de que qualquer apoio que venha de fora só poderá ter sucesso se contar com o seu próprio engajamento.

"O abastecimento de água, pela construção de um poço com captação através de um sistema de energia solar, assim como a melhoria de acesso ao porto fluvial que assegure a ligação com as outras localidades vizinhas, são as actividades já em curso".

Foto (e legenda): Cortesia de © AD- Acção para o Desenvolvimento (2011). Todos os direitos reservados



1. Mensagem enviada, por Luís Graça,  a todo pessoal (registado) da Tabanca Grande, pelo correio interno e agora alargado ao universo dos nossos leitores, em nome da equipa editorial:

Data: 11 de Abril de 2011 12:03
Assunto: 7º aniversário do nosso blogue > 23 de Abril de 2011


Amigos/as, camaradas, camarigos/as:


À semelhança do que fizemos o ano passado, vamos aceitar e publicar pequenas mensagens dos quase 500 membros da nossa Tabanca Grande (vai agora entrar o 488º, o Florimundo Rocha, da Ponte de Caium, sobrevivente da terrível emboscada de 14/6/1973, a 3 km de Piche), por ocasião do 7º aniversário do nosso blogue...


Recorde-se que o blogue (http://foranada.blogspot.com) já existia desde 5 de Outubro de 2003, mas era um blogue meramente pessoal onde o seu fundador escrevia as suas "blogarias"... Foi em 23 de Abril de 2004 que ele decidiu escrever um "poste" sobre a Guiné, e mais concretamente uma homenagem às madrinhas de guerra (que ele não teve)...


No espaço de um ano, só se publicaram ... 4 postes, até em que em meados de Abril de 2005 começaram a aparecer os primeiros camaradas de armas, que tinham estado  na "zona leste da Guiné": o Sousa de Castro, o Humberto Reis, o David Guimarães, o A. Marques Lopes e por aí fora...


Foi então que o autor do Blogue-fora-nada decidiu, por volta de Maio de 2005,  dedicar o seu blogue inteira e exclusivamente à Guiné e à partilha de memórias do seu tempo de guerra... Ele e os camaradas que foram aparecendo (mais de 100, até meados de 2006) começaram a ir ao "baú da memória" buscar "peças do puzzle", pedaços da sua história de vida que são também pedaços da história (anónima) de um colectivo, de uma geração, a nossa geração de combatentes...



Um ano depois, no início de Maio de 2006, o nosso blogue, I Série, tinha cerca de 100 membros, registados, e uma média de 3 mil páginas visitadas... por mês... No final desse mês de Maio, tínhamos a cifra (simpática) de  26500 visitas, no total. Ao fim de 735 postes... (Usávamos então uma numeração romana...).


Vd. poste de 15 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5819: O 6º aniversário do nosso Blogue (3): No início de Maio de 2006, tínhamos 100 tertulianos, 735 postes publicados e 3 mil páginas visitadas por mês (Luís Graça)



Este crescimento (em quantidade e qualidade) só foi possível porque, parafraseando um dos nossos poetas,  o Manuel Maia,  camarada traz outro camarada e... camarigo fica!



(...) Num blog que congrega ao seu redor,
num misto de saudade e até de amor
pela terra ocre/amarela, um "batalhão"...
Amigo traz amigo e amigo fica
enquanto um outro amigo fica à bica
e bate à porta n' outra ocasião...





Em Junho de 2006, mudámo-nos, como é sabido, para "outras instalações", a II série, o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, o presente blogue... A equipa editorial alargou-se, com a entrada do Carlos Vinhal, depois do Virgínio Briote e por fim do Eduardo MR... E contamos hoje com uma equipa, mais alargada, de camarigos que nos apoiam, ajudam,  ouvem, incentivam, invectivam, fustigam, inspiram, e sobretudo nos aconselham, nos bons e nos maus momentos...


Ultrapassámos há dias os 8 mil postes e os 2,5 mihões de visitas, "números que valem o que  valem"... mas que merecem, no mínimo,  uma reflexão.  


O nosso 7º aniversário deve ser aproveitado, não para deitar foguetes (que os tempos não estão para isso...) mas para reflectirmos, serenamente, sobre o passado, o presente e o futuro do nosso blogue (e da nossa Tabanca Grande, que se reune pelo menos uma vez por ano,  e que já deu novas tabancas ao mundo: de Matosinhos à Lapónia, da Linha ao Centro, dos Melros a Piche)... 


Todos os comentários,  críticas e sugestões (de melhoria) serão bem vindos, por parte dos Homens Grandes, das Mulheres Grandes, da Bajudas, dos Djubis... Ao fim da "4ª comissão", sabemos que há muitos tabanqueiros "cansados", bastantes que se remeterem voluntariamente ao "silêncio", alguns "desiludidos", e até temos um ou outro (contam-se pelos dedos...) que já abandonou as fileiras, isto é, o seu lugar debaixo do frondoso e secular poilão da nossa Tabanca Grande... É humano, é normal, procuramos o consenso, mas não forçamos o consenso, e menos ainda impomos o pensamento único... Por razões inelutáveis, dez dos nossos camaradas da Tabanca Grande já "da lei da morte" se libertaram...


Em qualquer dos casos, aqui fica o apelo, aos resistentes, aos resilientes, aos sobreviventes, aos bravos da Guiné: Ajudem-nos a todos nós, editores, colaboradores permanentes e autores, a fazer "mais e melhor"... E sobretudo, tragam caras novas, histórias novas, fotos novas (do "baú velho")... E a quem ainda tem pachorra de ir visitar o nosso blogue,  uma ou até mais vezes por dia, o nosso Oscar Bravo!!!

Para todos/as, onde quer que estejam, o nosso pessoalíssmo e camarigo Alfa Bravo, e votos de boa saúde, bom trabalho ou boa reforma! 


Os editores, Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote, Eduardo Magalhães Ribeiro


PS -Vamos começar a publicar os primeiros comentários que nos chegaram... O 1º será do Rui Felício, camarada da zona leste, camarigo da primeira hora, da I Série...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8090: Convívios (309): Lampreiada, visita ao aproveitamento hidroeléctrico de Crestuma-Lever e não só, 30 de Abril (António Carvalho)


1. O nosso camarada António Carvalho, ex-Fur Mil Enf da CART 6250, Mampatá, 1972/74, enviou-nos o seguinte convite com data de 12 de Abril:

Lampreiada no dia 30 de Abril

Vai realizar-se uma jornada gastronómica e turística no dia 30 de Abril (Sábado), no Restaurante Freitas, localizado à margem da Estrada Nacional nº 108 (R-108) conhecida por estrada Porto - Entre-os-Rios, mesmo junto à ponte/barragem de Crestuma-Lever.


Programa da Jornada



11h00 - Concentração no Parque de Estacionamento do Restaurante;


11h01 - Início da visita às instalações da Barragem Hidroeléctrica guiada por um técnico da barragem, pelo Sr. Engº Costa e Silva (EDP) e o nosso Pira de Mansoa Magalhães Ribeiro, que também integra os quadros profissionais da EDP;

12h30 - Almoço (Prato único - Lampreiada);

15h00 - Visita à nova Ponte sobre o Douro (Ponte de Medas) e hipotética visita à Central de Ciclo Combinado de Produção de Energia Eléctrica a Gás Natural, também em Medas.


Vejam mais pormenores desta grande obra da engenharia nacional, situada do Rio Douro acerca de 15 Km do Porto, em: http://cnpgb.inag.pt/gr_barragens/gbportugal/Crestuma.htm

PS: O preço do almoço não posso revelar aqui no blogue, mas é igual ao que pagamos às quarta-feiras nos nossos habituais almoços/encontros.

O Aníbal, dono do restaurante [, vd aqui a localização,], também foi combatente na Guiné 73/74.


O vinho será pago por fora mas é bom (novo da Quinta da Senhora da Graça) e barato.


Por um ou dois euros teremos vinho à fartura para todos.


A bela lampreia, um dos pratos fortes e emblemáticos da fabulosa gastronomia portuguesa ... Esta (eram duas, para meia dúzia de manos, incluindo o Luís Maciel, da Casa de Valença , que esteve na Guiné, como Fur Mil Trms, em Caboxanque, na CCAV 8353, em 1972/74, se não erro... e que o nosso Luís Dias conhece, de outras guerras... Conhecemo-nos à mesa e à volta da lampreia... De facto, o Mundo é Pequeno e a Nossa Tabanca ... é Grande)... Estas dizia eu, vieram do Rio Minho e foram comidas em casa de amigos (São & Zé Oliveira, obrigado pelo irrecusável convite), em Lisboa, em 3 do corrente... Foto de Luís Graça (2011).


As confirmações de presença devem ser remetidas para os telemóveis do António Carvalho – 919401036, do Magalhães Ribeiro – 965 059 516, para o e-mail: ascarvalho1972@iol.pt, ou ainda, pessoalmente, no Milho Rei – às quartas-feiras.


Podem trazer as esposas, os filhos, os pais e quem vos apetecer.


É imperativo confirmar as presenças até ao dia 27.


Se não houver um número mínimo de 20 pessoas, fica tudo sem efeito.

Este almoço não tem como objectivo a angariação de fundos para a Guiné... não pode ser sempre.


Um abraço,

Carvalho de Mampatá

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Nota de M.R.:



Guiné 63/74 - P8089: (Ex)citações (137): Obrigado, Albino Silva, pelo teu poema, Que me fizeste, Guiné! (Carlos Alexandre, CCAÇ 3546, Ponte Caium, 1972/74)

1. Mensagem do Carlos Alexandre, um dos nossos bravos de Caium [, foto à esquerda]:


Data: 10 de Abril de 2011 14:39
Assunto: Poema Guiné

Luis, boa tarde. Acabo de ouvir a minha voz, no poema do companheiro Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro [, da CCS/BCAÇ 2845,] Teixeira Pinto, 68/70. (*)


A minha veia pouco tem de poética, no entanto se tivesse de expressar o meu sentimento sobre aqueles dias, estaria grato  a este companheiro que me ensinasse a  fazê-lo, tal como ele o fez. 


Acredito que, tal como ele diz, é seguramente o sentimento da grande maioria dos que viveram o bom e o mau naqueles dias, naqueles lugares. 


Obrigado, companheiro Albino,  pela expressão tão abrangente.

Carlos Alexandre, 
ex soldado transmissões,
CCAÇ 3546
Ponte Caium (1972/74)


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Nota do editor:


Último poste da série > 12 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8088: (Ex)citações (136): Dois milhões e meio de visitantes, os meus parabéns! (Felismina Costa)


(*) Vd. poste de  10 de Abril de 2011  > Guiné 63/74 - P8075: Blogpoesia (142): O que me fizeste Guiné (Albino Silva)

Guiné 63/74 - P8088: (Ex)citações (136): Dois milhões e meio de visitantes, os meus parabéns! (Felismina Costa)

1. Mensagem da nossa amiga Felismina Costa, que no seu tempo de juventude foi madrinha de guerra [, foto à direita,], estando na nossa Tabanca Grande desde 16 de Julho de 2010:


Data: 5 de Abril de 2011 23:36

Assunto: Dois milhões e meio de visitantes


Luís Graça, muito boa-noite!

Permita-me que o saúde e lhe agradeça, 

Pela criação deste espaço,
Pela coragem, 

Pela persistência, 
Pela força com que incentiva à colaboração,
Pela quantidade de gente que fez reunir, 
Pelas lembranças vividas e revividas.

Por permitir o regresso à juventude da nossa geração, apesar de todo o passado;
Por nos transportar a todos às décadas de 60/70.

Permita-me que felicite, também, 
todos os seus colaboradores e os inexcedíveis editores.

O meu agradecimento a todos pela minha aceitação no vosso espaço,
onde é um prazer permanecer.

O meu abraço fraterno para todos.

E os meus parabéns pelo fantástico número de visitantes!

Felismina Costa

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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P8087: Gastronomia(s) lusófona(s) (1): Algumas receitas tradicionais guineenses, do Caldo de Peixe (ou Mafefede) ao Chabéu de Galinha, do Caldo de Mancarra ao Bringe (Hugo Moura Ferreira)


Capa do livro Cozinha e Doçaria do Ultramar Português. Lisboa: Agência Geral do Ultramar. 1969








1.  Reproduz-se aqui, parcialmente, o poste de 22 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P897: Pitéus da gastronomia local (Hugo Moura Ferreira), em complemento da nota de leitura do Beja Santos, P8081 (referente ao livro Sabores da Lusofonia... com Selos, da autoria de David Lopes Ramos) (*)

(...) Caros Amigos.




Depois de ver o Poste Guiné 63/74 - DCCCVIII: A Tertúlia do Porto (Albano Costa) e receber a mensagem do Marques Lopes titulada como Grande Almoço em Jugudul, fiquei com água na boca e com muitas recordações da Guiné nas papilas gostativas.


Assim, fui até aos meus arquivos e encontrei algo que certamente vos vai agradar receber: Receitas de culinária da Guiné que vos mando com amizade, que nunca se irão alterar, haja ou não bons ventos trazidos pela História.


Espero que possam tirar partido do que mando e que de vez em quando troquem o "Cozido à Portuguesa" por um bom "Caldo de Mancarra" e um "Chabéu de Galinha".


Um abraço a todos com amizade e votos de boa digestão.


Hugo Moura Ferreira


Ex-Alf Mil Inf(1966/1968)


CCAÇ 1621 (Cufar) e CCAÇ 6 (Bedanda)


2. Comentário do editor:


Amigos/as, camaradas, camarigos/as: Podemos aproveitar a boleia dos sabores da Guiné-Bissau, para lançar um desafio: vamos recolher (e divulgar) "ementas" dos pratos tradicionais não só da nossa querida Guiné, como dos  outros PALOP: Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique... Coisas simples, populares, acessíveis, comida de gente, que a gente possa experimentar  e provar... em tempo de crise. Receitas sobretudo que vocês já tenham experimentado, pratos que já tenham saboreado... Não se esqueçam de mandar fotos...


Claro que também há outros  sabores lusófonos: Goa, Macau, Timor, Brasil... (sem esquecer Portugal, Galiza e por aí fora)... Vamos concentrar-nos sobretudo na cozinha da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, na cozinha de raiz africana, seja ela portuguesa ou brasileira... Gastronomia é cultura e é um poderoso factor de identidade dos povos (e de aproximação dos povos). 


Camaradas, falem-nos das comididinhas da Guiné de que têm saudade, ou de que se lembrem (sem ser a maldita bianda com cavala de conversa...). Já agora digam-nos também sítios, recomendados, onde se pode comer comida africana, dos PALOP, aqui, em Lisboa,  no Porto, em Bissau, no Mindelo, na Praia, e até em Luanda, S. Paulo,  etc.... 


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Nota do editor:


(*) Sitografia


Gastronomias > Roteiro Gastronómico de Portugal > Sabores da lusofonia


Portugal em Linha > Sabores lusófonos


Guiné-Bissau, Tera Sabi: Livro de receitas da cozinha da terra 


Blogue Luis Graça & Camaradas da Guiné > 4 de Junho de 2010 >Guiné 63/74 - P6529: Cusa di nos terra (15): A propósito do último livro do António Estácio, Nha Carlota... e as suas comidinhas (Luís Graça)


Blogue Luis Graça & Camaradas da Guiné > 26 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4864: Estórias do Mário Pinto (Mário Gualter Rodrigues Pinto) (14): "A gastronomia guineense em 1969/71 e na actualidade"


(...) Ao livrinho do António Estácio (116 pp), fomos ainda 'roubar' esta receita, A  sopa de marisco à Nha Carlota (p. 57)... Para terminar em beleza esta nota de leitura, isto é, para terminar...a salivar:

Ingridientes: Camarão, Arroz, Farinheira ou chouriço, Azeite, Polpa de tomate, Cebola, Limão, Piripiri

Coze-se o camarão, o qual, em seguida, se descasca e são-lhe retiradas as cabeças. Guarda-se essa água e passam-se as cabeças e as cascas retiradas, no ‘passe-vite’. Mói-se bem e com a água a correr, para que a água remova a pasta proveniente das cabeças. Junta-se esta água à da cozedura do camarão e, em função do número das pessoas, acrescenta-se água normal.

Aparte faz-se um refogado com azeite, cebola bem picada e junta-se polpa de tomate. Quando a água da sopa começar a ferver, junta-se ao refogado o chouriço e deita-se arroz, em quantidade para que a sopa não fique aguada. Por fim junta-se piripiri (moído ou não) e o camarão descascado. É servido com limão e, se necessário, adiciona-se piri-piri. (...) 

Blogue Luis Graça & Camaradas da Guiné >16 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2766: Álbum das Glórias (42): As melhores ostras de Bissau, em O Arauto, de 27 de Julho de 1967 (Benito Neves, CCAV 1484)

Blogue Made in Bissau > Cozinha tradicional guineense

CIDAC > Publicações à venda > Guiné-Bissau tera sabi: livro de receitas da cozinha da terra (2008) 10
 [edição: Tiniguena, 50 pp.]