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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18045: Estórias do Juvenal Amado (58): os meus heróis do 1º de dezembro


Foto nº 1 >  Vários escriturários sendo o penúltimo,  do lado direito, o Silva


Foto nº 2 > Aqui o cap Pamplona a dar conhecimento básicos do morteiro 81 mm a dois escriturários entre eles o Fortes. (O outro camarada não é o Narciso, mas o Silva, 1º cabo escriturário, manda dizer o autor da foto, com pedido de correção da legenda...)


Foto nº 3 >  O André (Russo), maqueiro

Guiné > Região de Bafatá > Galomaro > CCS/BCAÇ 3872 (Galomaro, 1971/74)

Fotos: © Juvenal Amado (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Texto enviado em 3 do corrente  pelo o nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º cabo condutor auto rodas, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74),  a propósito da efeméride do 1º de dezembro (*)


HISTÓRIAS DO JUVENAL AMADO (**)

58 - Os meus heróis do 1º de dezembro 



A defenestração do Miguel de Vasconcelos
em 1/12/1640. Imagem de banda desenhada,
cuja autoria não  conseguimos apurar.(M. Gustavo?)
Durante a minha vida passei este dia em diferentes circunstâncias como toda a gente ou quase toda porque o que é importante para uns não é para outros.

Também para mim esta data teve grande importância numas alturas,  e noutras era só mais um feriado aproveitado para descansar .

Serviu de mote a discursos inflamados de nacionalismos, onde altos médios ou pequenos dignatários do pode  despejavam verborreia de palavras num português rebuscado e, muitas vezes ficávamos sem saber o que é que eles tinham dito na verdade. 

Não me lembro de ter retido nada do que se disse a não ser, que falavam da restauração da independência mais do conde de Andeiro e da famigerada Leonor Telles [, na crise de 1383-1385], mas lembro-me bem do frio que passava em calções, de bata branca, no largo junto ao Mosteiro de Alcobaça sob o olhar severo da nossa professora, que de maneira nenhuma aceitaria, que algum de nós faltasse na formatura . Mas o pânico dela seria de que nós fossemos sujeitos a reparo por falta de atenção e garbo infantil na parada onde estavam fardados os membros da Mocidade Portuguesa e da Legião Portuguesa, mais os bombeiros etc.

Juvenal Amado
As diferenças de opinião entre esta professora e minha mãe, que a conhecia de ginjeira por ter sido aluna dela, levou o meu pai agarrar nos parcos haveres mais família e vai dai fomos morar para a Vestiaria, terra onde a efeméride teve sempre pouco que contar. Acabei lá a 1ª  e fiz a 2ª e 3ª classes.

Só regressei à escola de Alcobaça para fazer a 4ª classe e aí tive como professor um já alto graduado da Mocidade Portuguesa, que ia fardado para a escola nos dias importantes e sempre aos sábados.

Como ele tinha já filhos da nossa idade, não percebia como que ele era da Mocidade Portuguesa, mas há uns anos apareceram as juventudes partidárias em que, são jovens militantes ou jotas até quase serem avós e aí estabeleci a comparação finalmente. 

Não merece a pena aqui exemplificar com nomes em que essa juventude partidária prolongada acabou com o dito feriado para desgosto de republicanos, monárquicos e do povo em geral, que passaram a lastimar o facto.

Mas lá diz o ditado, que não há bem que sempre dure e mal que nunca acabe e assim, como Portugal viu a sua independência restaurada no 1º de dezembro de 1640, a tão insigne data foi restaurada como feriado nacional em 2016, com a curiosidade de que até quem acabou ou ajudou a tirar o feriado, vir hoje a terreiro congratular-se com a reposição do mesmo e dizer Muito bem! Muito bem!! Muito bem!!!

E dizem em alto e bom som, como se a verdade os tivesse iluminado e viesse de como um raio só para eles; “Era um direito do povo português ver este dia começar ainda deitado, como num feriado que se preze”. Sim porque em pleno inverno, não se podendo ir fazer ski (ou sku) à Serra Nevada, resta-nos o prazer de ficar no quentinho mais uma ou duas horas.

Não há nada mais certinho e direitinho , que os direitos do povo … bem, nem sempre como se sabe.

Mas a data passou a ter para mim outro significado, há 45 anos, pois precisamente neste dia o meu destacamento foi violentamente atacado ao arame pelos guerrilheiros do PAIGC, felizmente só com algumas escoriações e muita valentia, que não tinha nenhum patriotismo mas sim vontade de sobreviver.

Ontem faltavam 10 minutos para as 22 horas, relembrei aquela noite em que estando tão perto da malvada, constatei de quanto é estreita a linha que nos separa da vida e da morte.

Veio-me à memória os nomes dos camaradas que estavam comigo e os que, mais prontamente, reagiram ao ataque bem como os que estavam no mato, que podiam ser atingidos quer por fogo inimigo como amigo .

Ao Lourenço,  1º cabo mecânico auto, que deu as rajadas que obrigou o inimigo a denunciar-se cedo de mais, ao André, maqueiro, mais o Silva, escriturário, que usaram o morteiro 81 de forma evitar o pior, mais os que, de uma forma ou outra o melhor que puderam, reagiram com G3 e puseram em fuga os guerrilheiros,  renovo com muito obrigado. Para mim, foram os heróis desse 1º de dezembro...

Mais tarde uma pessoa muito importante para mim, também faz da data um dia de comemoração bem mais agradável.

Um grande abraço para todos tabanqueiros

PS - Na CCS foi ministrado um frugal treino de manuseamento dos dois morteiros 81, bem com da MG 42, a cozinheiros e corneteiros e escriturários já que os pelotões operacionais saíam em colunas ou patrulhas ora uns, ora outros, e os seus abrigos eram longe das referidas armas. Possivelmente terá sido assim noutras CCS.
__________________

Notas do editor:


(**) Último poste da série > 16 de outubro de 2017 >  Guiné 61/74 - P17866: Estórias do Juvenal Amado (57): A minha avó Deolinda Sacadura, uma mulher do 5 de Outubro

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17777: O que é feito de ti, camarada (7): Coelho, meu colega de escola (até à 3ª classe, nos Casais da Vestiaria, Alcobaça), e que fez comigo a recruta, em 1971, no CICA 4 (Centro de Instrução de Condução Auto), Coimbra... Depois perdi-lhe completamente o rasto (Juvenal Amado)


Foto nº 1 A


Foto nº 1 B


Foto nº 1 - Coimbra > CICA  (Centro de Instrução de Condução Auto) 4  > 1971 > Camaradas da recruta.  Ao meu lado (foto nº 1 A), o Coelho, meu colega de escola (até à 3ª classe), nos Casais da Vestiaria, Alcobaça.

Foto (e legenda) © Juvenal Amado (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Em mensagem de 17 de julho de 2017, o nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74),  enviou-nos um poema de sua autoria, "Tempo" (*), e a seguinte nota:.

"Carlos e Luís,  nesta foto tínhamos dias de recruta no CICA4 em Coimbra.

Só me lembro do nome do camarada mesmo ao meu lado direito. Chamava-se Coelho, andamos os dois na escola primária até à 3ª classe,  nos Casais da Vestiaria, deixei de o ver quando vim morar para Alcobaça onde fiz a 4ª a classe e me empreguei.

Reencontrei-o na recruta em 1971, depois voltámo-nos a perder de vista nas voltas que a vida dá."


2. Comentário do editor:

Juvenal,  está tudo dito no belo poema que escreveste sobre o "Tempo" (*)... Muita da poesia que os poetas escrevem é sobre esta "matéria", o tempo que nos escapa das mãos, como areia do deserto, e as nossas memórias esburacadas e doridas...  

O que é será feito do Coelho, teu colega de escola  (**) ?  Tu foste parar à Guiné, e o Coelho (e outros "filhos  dos monges cistercenses de Alcobaça") ?  Foi mobilizado, para Angola, Guiné ou Moçambique ? Foi para a peluda ?  Regressou  "são e salvo" do ultramar ? Emigrou ? Casou, teve filhos ? É vivo ? Se sim, por onde pára ?... É muito pouco provável que conheça o nosso blogue e te/nos descubra... A tua foto tem 46 anos... Mas, mesmo assim, "o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca.. é Grande!",,, 

(...) Na neblina julgo ver vultos,
fugazmente vislumbro algo indefinido,
vejo jovens enlaçados que flutuam,
não sabem ainda que a juventude
é um momento fugaz,
é uma pétala que se solta,
que se esmaga entre os dedos
e solta a fragância.
Esse é o aroma do tempo que passa,
e os cemitérios são os nossos fieis depositários (...)

_____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de julho de 2017 > Guiné 61/74 - P17604: Blogpoesia (520): Não é possível conservar o tempo (Juvenal Amado, ex-1.º Cabo Condutor Auto)

sábado, 17 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17481: Estórias do Juvenal Amado (56): Em memória dos filmes que comecei a ver a meio

Cine-Teatro de Alcobaça

1. Mensagem do nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), com data de 16 de Junho de 2017:


ESTÓRIAS DO JUVENAL AMADO

56 - Em memória dos filmes que comecei a ver a meio

Gostei muito de cinema desde sempre e o Cine Teatro de Alcobaça, foi ponto de encontro de gerações de Alcobacenses.

Em miúdo com a minha tia ia ver os filmes do Joselito e Marisol mais tarde também me levou a ver filmes históricos em especial sobre as guerras napoleónicas, género que deixou de ser tema de interesse para as produtoras cinematográficas, pois há muito tempo, tirando uma versão do "Guerra e Paz", deixei de ver em cartaz esse género. Quando há tempos pela escrita do José Marques Vidal e Arturo Pérez-Reverte, voltei a lembrar-me do tema, revi mentalmente a batalha de Austerlitz, onde Napoleão derrota os exércitos russos, austríacos e ingleses, bem como outras venturas e desventuras do corso, que resolveu criar um Mundo à sua vontade até se afogar no seu próprio orgulho e melomania.

Mas também era comum juntar-me aos Mendes, ao Cafézinho, ao BiBi e outros miúdos, que numa das portas laterais, esperávamos que o porteiro, senhor Sílvio, nos desse uma borla e assim nos deixasse assistir aos filmes.
- ”Não façam barulho e espalhem-se, não os quero todos juntos” - dizia ele.

Depois do primeiro intervalo, lá íamos nós sem fazer barulho até ao 3.º balcão, razão essa, que tenho na memória os filmes que nunca vi o principio como o "Ben-Hur", o "Rei dos Reis",  o "Barrabás", "Spartacus", etc, etc. Esses ficaram para sempre amputados dos seus inícios pelas razões que acabei de apresentar.


Entretanto comecei a trabalhar, e com direito a semanada, pude assim comprar o bilhete e começar finalmente a ver todos os filmes desde inicio. Estava na época dos filmes "cobóis" "esparguete" com o Clint Eastwood, (quem diria que ele se faria num dos maiores realizadores do nosso tempo?) o Bud Spencer e Terence Hill etc, que gastavam mais balas na apresentação do que em todas as guerras do México. As pistolas de seis tiros disparavam sem cessar, nunca ficavam sem balas.

Também os filmes de karatê do Bruce Lee levavam legiões de admiradores, e era vê-los à saída do cinema, a gingarem-se e a imitar os tiques do actor. Simplesmente hilariante, quando ele era atacado por mais de vinte bandidos, que despachava num ápice. Ficava sempre para o fim um e esse, é que era sempre um rolha dura de roer. Entre gritos, chapadas e pontapés de toda a forma e feitio, o nosso herói tinha mais trabalho com esse do que com os outros vinte.

Por causa desses filmes logo apareceram escolas de karatê nas diversas modalidades, o que deu azo a episódios caricatos como o do meu amigo “Bife”, que acabado de ter a sua primeira aula de Tae Kon Don, se envolveu logo à pancada com outro junto ao campo de ténis.

Filmes completamente irracionais e sem ponta por onde se lhes pegar, mas a malta não sabendo mais o que fazer, ia ver as "coboiadas" de feios porcos e maus e ouvir o Pelé lá do 3.º Balcão, que em plenos pulmões tentava avisar o herói que os índios estavam emboscados ou que um bandido vinha à falsa fé para lhe fazer a folha.
As gargalhadas sucediam-se a cada nova exclamação do nosso bem conhecido angariador de peles de coelho e ferro velho. O velho Pelé também servia para as mães meterem medo aos filhos, que praticavam qualquer maldade, ou não queriam comer a sopa. A sua imagem andrajosa com um saco às costas, era assim aproveitada para o imaginário da garotada.

Também a Escola Técnica de Alcobaça, sob a batuta do professor Miranda, levava à cena as peças no Cine Teatro, que ensaiava para serem apresentadas nas suas festas anuais. Nunca me esqueci da peça "A Gaivota", de Anton Tchecov, e também quando o teatro de revista deixava o Parque Mayer e fazia digressões pela província.


Naquele tempo o Cine-Teatro abarrotava de espectadores e, na maioria dos casos, só ficavam livres as cadeiras obrigatoriamente guardadas para os descendentes do fundador António de Oliva Monteiro.

Depois fui para a tropa e para a Guiné, durante 3 anos não me deliciei com os filmes nem com a vivência ao redor dos mesmos.
Na Guiné, em Galomaro, fomos uma vez visitados pelos serviços de foto-cine do exército, se não estou em erro com o filme "Chaimite", na verdade um tema bem a propósito como é bom de ver. Foram exibidas duas sessões para dar oportunidade a quem estivesse de serviço, ver no dia a seguir. Numas das sessões, calhou-me fazer reforço na porta de armas e tive o maior assédio de lavadeiras que há memória, pois queriam que eu as deixasse entrar para ver o filme. Está claro que não podia deixá-las entrar sob pena de o Coronel me dar uma porrada de todo tamanho, mas devo ter ficado com fama de ser um bom filho p…… durante muito tempo.

Sei que havia salas de cinema em Bafatá e em Bissau, mas nunca lá fui ver nada. Se calhar porque só pernoitei uma vez em Bafatá, no seguimento da trágica morte do nosso camarada Teixeira, e em Bissau estive só de passagem e com pouco ou nenhum dinheiro.

Quando regressámos, deu-se a explosão com o fim da censura, as sessões sucediam-se para vermos os filmes até ali eram proibidos, ou revermos os que tinham sido amputados das cenas que a comissão da censura tinha resolvido cortar. Seguiram-se as sessões de pornografia, que eram exibidas depois da meia-noite.
Depois o declínio foi-se agravando, e não foi só em Alcobaça. As salas começaram ficar vazias por causa dos centros comerciais e das suas sessões continuas, da televisão, dos clubes de vídeo, que por sua vez foram à falência por casa da TV por cabo, onde podemos ver filmes a toda a hora sem se sair de casa, com a qualidade HD nos LED's de tamanho considerável com sistemas de som circundante.

O que virá a seguir não sei, talvez com máquinas de realidade virtual em que sejamos expectadores e actores ao mesmo tempo, com influência no guião do filme.
Ontem liguei a televisão, e estavam a exibir o filme "Cartas de Guerra". Já ia adiantado, mas mercê das novas tecnologias, voltei atrás para ver de principio. Gostei, apesar de algumas incongruências, digo eu, uma vez que a guerra que travámos na Guiné foi forçosamente diferente da de Angola pelo tipo, pelo espaço físico e também pelo antagonismo existente entre os três movimentos independentistas. O filme faz-me lembrar uma banda desenhada com grandes planos e muitas imagens falsamente paradas, em que o autor tenta transmitir ao espectador a dor, o isolamento, o desamor e a violência daqueles dias, usando um ambiente surreal. (A ver os "Vampiros" com textos de João Melo e desenhos de Juan Cavia, uma história de ficção passada na Guiné em 1972 ).
Fez-me reviver os nossos mortos, e as imagens a preto e branco, mais os gritos na escuridão, conferiram um efeito trágico e sufocante sobre as minhas próprias memórias.
Desejável seria que este filme fosse ponto de partida para mais registos devidamente aconselhados, por homens que sabem com conta peso e medida aplicar com rigor as recordações daquele tempo.

Hoje o Cine Teatro de Alcobaça continua lindo. Cinema pouco, mas chegam-me notícias de teatro, teatro de marionetes, bailado e também musica de vários géneros.
Os filmes é que parecem rarear naquele espaço mas isso é fruto dos tempos.

Um abraço
Juvenal Amado
____________

Nota do editor

Último poste da série de 7 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17029: Estórias do Juvenal Amado (55): O Dia da Defesa Nacional

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Guiné 63/74 - P16699: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (21): Mário Moutinho Pádua, o primeiro oficial português a desertar, em Angola, em outubro de 1961... Será, mais tarde, médico do PAIGC, no hospital de Ziguinchor, entre fevereiro de 1967 e setembro de 1969... Regressou a Portugal em novembro de 1974, e cumpriu o resto do serviço militar... Aposentou-se em 2003 como médico do Hospital Pulido Valente (Juvenal Amado)


Guiné > s/l > c. 1964/66 > Coluna em movimento 

Foto do álbum de Belmiro Tavares, ex-alf mil, CCAÇ 675 (Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66), Prémio Governador da Guiné (1966).

Foto: © Belmiro Tavares (2010). Todos os direitos reservados. [Edição; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)


Imagem à esquerda: capa do livro No percurso de guerras coloniais, 1961-1969 , de Mário Moutinho de Pádua. 1ª ed. Lisboa: Avante, 2011, 246 p. : il. ; 21 cm. (Coleção Resistência).

1. Texto enviado pelo Juvenal Amado, com data de ontem, e que pretende enriquecer o nosso debate sobre o tema "desertores".


Luís eu tenho em meu poder este  livro do Mário Pádua sobre o qual o Mário Beja Santos já ez recensão para o blogue (*). Comprei-o para oferecer ao Carlos Filipe e depois tive que lho pedir emprestado para o Mário. Também já viajou até Luanda, mas isso são outras histórias...



[Foto à direita: capa do livro do Juvenal Amado
"A Tropa Vai Fazer De Ti Um Homem - Guiné, 1971 - 1974" (Lisboa: Chiado Editora, 2015, 308 pp.;  o nosso camarada foi 1.º Cabo Condutor Auto Rodas, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74]

Mário Moutinho de Pádua (, que eu pensava ter nascido em Angola, mas não, nasceu em Lisboa, ) é um homem politicamente comprometido, julgo porém que essa faceta não deve pesar na análise que se poderá fazer da sua obra, bem do que ele nos conta sobre a sua deserção do BCAÇ  88 estacionado em Maquela do Zombo e as dificuldades que enfrentou,  muito mais difíceis do que ele alguma vez esperava.

Neste livro narra a sua impressionante experiência a seguir à deserção, nomeadamente as prisões e torturas de que foi alvo no Congo, a sua passagem pela Checoslováquia e o seu desencanto com vários aspectos do "socialismo real", a sua participação na construção de uma Argélia recém-libertada do colonialismo, e por fim a sua contribuição como médico na luta travada pelo PAIGC na Guiné

A edição tem um prefácio de Pepetela ( praticamente quatro páginas) que começa assim;

Mário de Pádua foi o primeiro oficial português a desertar em Angola em Outubro de 1961, acompanhado pelo o 1º  cabo Alberto Pinto.

Este seu livro é uma espécie de crónica de vida, onde conhecemos a sua fuga do Norte do país, acompanhado pelo Alberto Pinto, as prisões que conheceram no Congo, então Leopldeville, hoje R P. do Congo onde era inconcebível que soldados portugueses se recusassem a combater contra angolanos.

No livro também são descritas condições e traições entre e dentro dos movimentos de libertação, bem como as alterações das condições nos países de acolhimento, que se alteravam em relação aos militantes do MPLA , após os derrube e morte de líder independentistas como Ben Bella e Pratice Lumumba como exemplo.

Em relação a deserções que tive conhecimento transcrevo aqui parte de um meu comentário a esse respeito.

Desde cedo se falou nas deserções e dos refractários. Eu próprio, estive numa situação delicada sem culpa nenhuma quando destacado numa diligência em Santta Margarida, os responsáveis pelo meu depois batalhão de caçadores 3872 que se estava a formar em Abrantes, andaram mais de 8 dias à minha procura. Quando me apresentei,  vindo directamente de Sta Margarida, ainda levei um raspanete do capitão e tive de explicar onde tinha estado.

Mas em Alcobaça,  logo no início da guerra em 1961, desertou na noite do embarque um individuo filho de um dos mais prestigiados médicos ligados à oposição [, o dr. Lameiras]. Segundo creio, foi apanhado por suspeitas de atitudes conspiratórias clandestinas na universidade e foi incorporado e mobilizado para Angola. Naquela noite desertou e mais tarde se lhe juntou a irmã, também perseguida pelas mesmas razões. Depois do 25 de Abril a irmã regressou e foi dirigente do MDP-CDE mas ele só regressou alguns anos depois. Vim a saber que a sua fuga não foi aceite pela organização no exílio e durante muito tempo esteve entregue à sua sorte, gravemente doente,  a correr perigo de vida. As infiltrações pela PIDE eram temidas e,  assim, quem desertava por sua conta e risco, acabava por passar muito mal sem a solidariedade militante.

Dos casos de Cancolim [, CCAÇ 3489,] já aqui foram mais que falados. Mas Cancolim também veio a receber alguns soldados que,  tendo sido refractários, acabaram por beneficiar de amnistia de Marcelo Caetano e resolveram assim regressar. Também alguns saíram das prisões por delitos vários para serem embarcados e assim serem indultados dos castigos que tinham sido impostos.

Bem,  se ir para a Guiné se poderá chamar de indulto, é discutível .

Também alguns comentários fazem-me pensar nas palavras da “Maria Turra",  que dizia que era o medo que tínhamos dos nossos superiores, que nos levava a combater.

É que algumas deserções são aqui descritas dessa forma. (**)

Um abraço
Juvenal Amado


2. Mário Moutinho de Pádua - Notas biográficas

(i) nasceu em Lisboa a 3/10/1935;

(ii) aos 8 anos emigrou com os pais e o irmão para Angola, tendo a família fixado residência em Benguela;

(iii) aos 10 anos matriculou-se no liceu do Lubango onde se manteve até aos 13;

(iv) transferiu-se então para Portugal; voltou a Angola dois anos depois, desta vez para o liceu de Luanda onde os pais se encontravam;

(v) aos 17 anos iniciou o curso de Medicina em Lisboa que terminou em 1960;
(vi) convocado em janeiro de 1961 para o serviço militar foi enviado para Angola em abril de 1961 com o posto de alferes médico;

(vii) desertou do exército colonial em Outubro de 1961 pedindo asilo político no Congo-Kinshasa, asilo que só lhe foi concedido em fevereiro de 1962, tendo ficado preso até esta data;

(viii) pouco depois tornou-se assistente de especialidade no Hospital de Lovanium;

(ix) do Congo viajou para a Checoslováquia em setembro de 1963;

(x) seis meses depois seguiu para a Argélia onde trabalhou no Hospital de Mustapha até fevereiro de 1967;

(xi) na Argélia fez parte da Frente Patriótica de Libertação de Portugal (FPLN) que operava a rádio "Voz da Liberdade";.

(xii) em fevereiro de 1967 começa a prestar a sua colaboração profissional ao PAIGC; a  maior parte deste serviço ocorreu no "Lar" (Hospital) do Partido,  em Ziguinchor, no Senegal, perto da fronteira
com a então Guiné portuguesa;

(xiii) em setembro de 1969 parte para França, onde durante 5 anos efectua os estudos de especialidade e trabalha num hospital dos arredores de Paris;

(xiv) em novembro de 1974 regressa a Portugal; aqui termina o serviço militar e exerce actividade médica em Centros de Saúde e no Hospital de Pulido Valente em Lisboa de onde se aposenta em 2003.

Fonte: Angola-eBooks.com (com a devida vénia...)
___________________


(**) 7 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16695: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (20): Mais um caso "atípico" ? A deserção do soldado escriturário nº mec 2055276, Carlos Alberto Sousa Emídio, da CCAÇ 3476 (Canjambari e Dugal, 1971/73), em 17/8/1972, e cujo rasto se perdeu desde então...

terça-feira, 22 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15890: Agenda cultural (470): Apresentação do livro "A Tropa Vai Fazer De Ti Um Homem", da autoria de Juvenal Amado, levada a efeito no dia 19 de Março de 2016, na sua terra natal, Alcobaça

1. Mensagem do nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), com data de hoje, 22 de Março de 2016, com o rescaldo da apresentação do seu livro "A Tropa Vai Fazer De Ti Um Homem", levada a efeito no passado sábado, dia 19 de Março, em Alcobaça:

Caros camaradas 
No Sábado vivi mais uma jornada inesquecível de camaradagem, amizade e emoções à flor da pele. 
Desde o aparecimento, para um abraço, do António Eduardo Ferreira, ex-1.º Cabo Condutor Auto da CArt 3492, que há bem pouco tempo teve a coragem de vir até nós com a sua luta contra o cancro, do António Murta que veio da Figueira da Foz, ao Jero e a vários combatentes, alguns meus conhecidos como o José Lourenço, companheiro das andanças pelo o Porto com o Zé Cafezinho. 
Na mesa, o nosso camarada Belarmino Sardinha foi o meu suporte quando a voz me falhava. Um agradecimento muito grande ao José Alberto Vasco, que viveu na mesma rua que eu, e que por diferença de dois ou três anos já nem à tropa foi. À Rádio Cister, na pessoa de Piedade Neto, ao Jornal Alcoa, Região de Cister e Tinta Fresca, o meu mais profundo agradecimento. 
Também gostei de ver na plateia várias senhoras que provam que o meu livro acabou por tocar as pessoas para além do foro militar. É bom voltar à nossa terra e ver o carinho que ainda têm por nós. 
Vou mandar algumas fotos bem como um texto e depois mandarei todas para os arquivos do blogue. 

Juvenal Amado

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Marta
Pode ser um nome de paz ou de guerra.
Marta também será um nome feliz ou de sofrimento.
Eu conheço diversas Martas como Marias. Terão uma vida por de trás da imagem que lhes conhecemos. Respeitar a suas identidades, respeitar o que é de mais intimo, é no fundo um direito de qualquer ser humano, que não escolhe a praça publica para espalhar a sua vida em panfletos.
Mas eu conheço uma Marta, que sofre dos efeitos colaterais de uma guerra em que nós participamos há muitos anos. Era bebé quando o mundo dela passou a ter um pesadelo, hoje conhecido por stress pós-traumático, de que sofrem muitos ex-combatentes.
Essa Marta ama e assim sofre duplamente.
É uma heroína que trava uma guerra sem fim à vista há mais de quarenta anos. Uma guerra em que nunca houve vitórias, nem intervalos, mas com muitas derrotas antecipadas.
E esta Marta merece que a conheçamos.
A sua tragédia e a sua coragem são um exemplo. Serena, doce e sentida, é a confirmação de que por baixo de águas calmas de um lago, se agitam por vezes forças que nos querem aniquilar.
Mas ela combate com poesia nessa luta desigual. Nega-se a combater com as mesmas armas com que é agredida. Devolve a agressão com amor e escreve, com os dedos dormentes e o peito a sangrar.


Palhaço Triste

Não choveu hoje, e povo saiu à rua…
Houve desfile, carros alegóricos
Muitos confétis, serpentinas…
Sátiras previsíveis, inocentes brincadeiras…
Música de Carnaval, e algodão das feiras…

Foram algumas horas
Em que levei os teus netos a brincar…
Até chegaram a dançar…
Uma pediu pipocas, outro um balão…
Divertimo-nos? Talvez, entre a multidão…
Por escassos momentos,
Esquecidos… na confusão…

Levámos mais de uma hora para sair da praia
Lanchámos pelo o caminho…
Adiámos o que pudemos,
Esse regresso de mansinho…
E… voltámos… ao INFERNO!

Lá continuavas, amuado, enresinado,
Preparado para abalroar tudo e todos...
No teu caminho.
Horas antes
Teus olhos de fogo enraivecidos…
Teus braços fortes vencidos
Tinham desejado a morte
Aos mais queridos…
E que mais pai,
Fizeste tanto mal aos que te amam
Por causa desses fantasmas
Que te enganam
Te consomem…
Sinto a tua falta…
E nunca te tive!
Maldita seja, essa guerra…
Que em ti vive

(AO MEU PAI)
E todas as vitimas do stress pós traumático de guerra.
MARTA LUÍS do seu livro POESIA FORA DE MÃO

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A Marta conhece Homens a quem a Tropa Desfez. Destruiu e o deixou irremediavelmente perdido para os seus mais queridos, bem como para toda a sociedade. Não é culpado é uma vítima das circunstâncias, dos caminhos e veredas da vida.
Resta-me desejar-lhe que consiga levar a bom porto tudo o que anseia e que merece.

19 de Março 2016 - Dia do Pai
Em Alcobaça na Biblioteca Municipal aconteceu emoção, carinho, reencontro de muitos amigos e muita poesia.
Obrigado a todos
JA

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António Murta, António Eduardo Ferreira, Amadeu, Jero e Xavier

A Mesa com o José Vasco e o Belarmino Sardinha

António Eduardo Ferreira de costas

Eu e o meu cunhado. Dois combatentes e grandes amigos

Dois desconhecidos

Marta a ler um poema do meu livro, mas uma grande surpresa

Marta Luís, Piedade Neto, eu e o José Vasco

Palavras para quê? Pai e Filha no Dia do Pai
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Nota do editor

Vd. postes de 13 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15851: Agenda cultural (468): Juvenal Amado apresenta o seu livro "A Tropa Vai Fazer de Ti um Homem! (Guiné 1971-1974)", na sua terra, Alcobaça, na Biblioteca Municipal, sábado dia 19 deste mês, às 16h00. Além do alcobacense José Alberto Vasco, o livro será apresentado também por Belarmino Sardinha, nosso grã-tabanqueiro
e
18 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15873: Agenda cultural (469): Apresentação do livro "A Tropa Vai Fazer De Ti Um Homem", da autoria de Juvenal Amado, levada a efeito no dia 16 de Março de 2016, na Tertúlia semanal da Tabanca de Matosinhos

domingo, 13 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15851: Agenda cultural (468): Juvenal Amado apresenta o seu livro "A Tropa Vai Fazer de Ti um Homem! (Guiné 1971-1974)", na sua terra, Alcobaça, na Biblioteca Municipal, sábado dia 19 deste mês, às 16h00. Além do alcobacense José Alberto Vasco, o livro será apresentado também por Belarmino Sardinha, nosso grã-tabanqueiro

1. O alcobacense Juvenal Amado vai apresentar o seu livro “A Tropa Vai Fazer de Ti Um Homem! (Guiné 1971 – 1974)”, em Alcobaça, na Biblioteca Municipal, no sábado, dia 19 de março, às 16h00.

O livro será apresentado pelo alcobacense José Alberto Vasco e pelo antigo companheiro de armas do autor na Guiné Bissau, Belarmino Sardinha, também antigo responsável pela área de autores literários na Sociedade Portuguesa de Autores [, e membro da Tabanca Grande, desde 17 de junho de 2008]. 

Neste seu livro Juvenal Amado conta-nos histórias da sua vivência na Guerra Colonial, partindo das mais de 200 intervenções que desde 2007 fez no blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, dando forte contribuição para a memória de uma época nem sempre fácil de recordar.



2. Juvenal Amado nasceu em 1950 na Fervença, concelho de Alcobaça. Finda a Escola Primária, começou logo a trabalhar, percorrendo vários empregos, até que aos 14 anos se fixou na Crisal- Cristais de Alcobaça [, fundada em Alcobaça, em 1944, hoje Crisal - Cristalaria Automática, SA, com nova fábrica inaugurada em 1970 na Marinha Grande],  onde aprendeu pintura e desenho. Aí esteve até aos 32 anos, apenas interrompidos pelo cumprimento do serviço militar, entre 1971 e 1974.

Quando saiu da Crisal, onde era desenhador, fundou uma empresa de cerâmica com vários colegas, tendo-se seguidamente estabelecido por conta própria, com uma pequena oficina, que encerraria em 1998.

Trabalhou depois como revendedor de remanescentes de exportação no mercado nacional e como chefe de produção em empresas de Ansião e Fátima, tendo encerrado a sua carreira profissional como chefe de produção numa empresa do Juncal. Acabaria entretanto por continuar a estudar, até concluir o 12º ano, estando agora reformado.

Fonte: O Alcoa (com a devida vénia...)  

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Nota do editor:

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15804: No 25 de abril eu estava em... (26): Turquel, Alcobaça, de férias... Vim logo para Lisboa nesse dia e por aqui permaneci, até regressar a Bissau, em 3 de maio (Jorge Pinto, ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74)










Lisboa > 28 de abril de 1974, domingo > Um alferes de Fulacunda, de férias na metrópole, transformado em fotojornalista...

Fotos: © Jorge Pinto  (2016). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]


1. Mensagem, com data de 15 do corrente, de Jorge Pinto [, ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74; natural de Turquel, Alcobaça, foto à esquerda; é professor do ensino secundário,  reformado]:

Obrigado,  Luís, por me teres feito chegar estas "velhas" mas sempre presentes recordações (*). O Juvenal também já me tinha falado delas [, as fotos do seu futuro cunhado Fernando Carolino, meu camarada de companhia, meu conterrâneo, meu vizinho de Valado dos Frades].

Como não quero ser "mal-agradecido", vou enviar-te, já hoje, aquelas fotos há muito prometidas sobre o 25 de Abril.

Como sabes, tive o privilégio, de estar de férias na "metrópole" , nessa data. No próprio dia 25, vim de Alcobaça (Turquel) para Lisboa e por aqui permaneci, até regressar a Bissau no dia 3 de Maio.


Neste mail envio fotos tiradas no primeiro Domingo (28.04.74), a seguir ao 25 de Abril. (**) São
tiradas junto ao Marquês de Pombal, apanhando manifestação (ões) espontânea(s) que subia(m) a Avenida da Liberdade.

Em mail seguinte, enviarei fotos de Fulacunda com destaque para a primeira visita dos militares do PAIGC à tabanca e ao aquartelamento.

Forte abraço
Jorge Pinto
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Notas do editor:

(*) vd. poste de 17 de fevereiro de  2016 > Guiné 63/74 - P15761: Memória dos lugares (334): Fulacunda (Fernando Carolino, ex-alf mil, 3.ª CART / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74; natural de Alcobaça, a viver em Valado dos Frades, Nazaré)

(**) Último poste da série > 26 de abril de 2015 > No 25 de Abril eu estava em... (25): Tomar, RI 15, era 1º cabo miliciano e fui destacado para defender a estratégica barragem de Castelo de Bode, com mais 14 homens, e descobri, nessa missão, que a solidariedade afinal não era uma palavra vã (Eduardo Magalhães Ribeiro, ex-fur mil op esp, CCS/BCAÇ 4612/74, Mansoa, 1974)

Vd. postes anteriores:

8 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13378: No 25 de abril eu estava em...(24): Xitole, e foi o comerciante libanês Jamil Nasser quem me deu a notícia, ouvida na BBC, na sua emissão em árabe (José Zeferino, ex-alf mil at inf, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4616, Xitole, 1973/74)

30 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13073: No 25 de abril eu estava em... (23): Porto, e o meu irmão, Manuel Martins (1950-2013) em Bissau (José Martins, ex-fur mil, trms, CCAÇ 5, Canjadude, 1968/70)

29 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13070: No 25 de abril eu estava em... (22): Lisboa, a receber formação como futuro delegado de proganda médica... e com as minhas "duas mulheres" em Bissau. Regressei a 6 de maio de 1974... (Silvério Dias)

16 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12993: No 25 de abril eu estava em... (21): Nhala... e nessa noite já ninguém dormiu (José Carlos Gabriel, ex-1º cabo cripto, 2ª C/BCAÇ 4513, Nhala, 1973/74)

15 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12988: No 25 de abril eu estava em... (20): No mato, algures entre Nhala e Buba, emboscado, junto à estrada nova que ligava as duas povoações... (António Murta, ex-al mil, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973-74)

9 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12955: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (19): Na guerra colonial, Guiné, numa aldeia do fim do mundo chamada Cancolin (Manuel Vitorino)

1 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11511: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (18): Canquelifá, Pirada, Bissau, Gadamael (Carlos Costa, Carlos Ferreira, Mário Serra Oliveira, C. Martins)

25 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11470: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (15): Bissorã, a ouvir as notícias da BBC, depois de regressar, de manhã, de um patrulhamento noturno (Henrique Cerqueira, Bissorã)

25 de janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9399: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (14): Bissau, tinha 13 anos, era estudante no Liceu Honório Barreto... (Luís Vaz Gonçalves)

24 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9392: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (13): Gadamael e tinha mais de 10 mil granadas de obus em stock... (C. Martins, ex-alf, cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

23 de janeiro de Guiné 63/74 - P9388: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (12): Bissau, Liceu Honório Barreto (Nuno Rodrigues / Luís Gonçalves Vaz)

27 de outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7181: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (11): Lisboa a viver num apartamento com mais três estudantes (José Corceiro)

26 de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6251: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (10): Canfuja, sector de Piche, com o Jamanca e a CCAÇ 21, no rasto do PAIGC (Amadú Djaló, Alf Comando Graduado)

[Houve um salto na numeração, ou há postes que não encontramos de momento]...

26 de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6251: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (12): Canfuja, sector de Piche, com o Jamanca e a CCAÇ 21, no rasto do PAIGC (Amadú Djaló, Alf Comando Graduado)

4 de maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4280: No 25 de Abril eu estava em... (9): RI 15, Tomar, à espera de ir para a Guiné (Magalhães Ribeiro)

30 de março de 2009 > Guiné 63/74 - P4106: No 25 de Abril eu estava em... (6): Pirada, a ferro e fogo (Joaquim Vicente Silva, 3ª CCAV / BCAV 8323)

4 de dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3561: No 25 de Abril eu estava em... (5) Bissau, ouvindo vivas a Spínola, pai do nosso povo (J. Casimiro Carvalho)

22 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3498: No 25 de Abril eu estava em... (4) Agrupamento de Transmissões, Bissau (Belarmino Sardinha)

1 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3262: No 25 de Abril eu estava em... (3): Gadamael e depois Cufar (José Gonçalves, ex-Alf Mil Op Esp, CCAÇ 4152)

19 de junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2963: No 25 de Abril eu estava em... (2): Gadamael e a vontade de lutar do PAIGC também era pouca (Anónimo, Alf Mil Op Esp)

14 de junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2939: No 25 de Abril eu estava em... (1): Guidage (João Dias da Silva, CCAÇ 4150, 1973/74<

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15761: Memória dos lugares (334): Fulacunda (Fernando Carolino, ex-alf mil, 3.ª CART / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74; natural de Alcobaça, a viver em Valado dos Frades, Nazaré)


Foto nº 2


Foto nº 2 A


Foto nº 1

Foto nº 1 A



Foto nº 3


Foto nº 7 > Mercado


Foto nº 5 > Tabanca


Foto nº 4 > Jorge Pinto (à esquerda) e Fernando Carolino, ambos do concelho de Alcobaça



Foto nº 6 > O Fernando

Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) 


Fotos (e legendas): © Fernando Carolino (2016). Todos os direitos reservados. [Edição:  L.G.]



1. Fotos enviadas em 13 do corrente pelo Juvenal Amado, com a seguinte indicação: 


Fernando Carolino, setembro de 1973.
Cortesia do blogue
Vallado de Frades, Um Século de Fotos
"Carlos e Luís, o meu cunhado Fernando [Lopes] Carolino prestou serviço em Fulacunda como alferes miliciano onde foi colocado em rendição individual entre 72 e 74. [Foto à esquerda, setembro de 1973]

Foi camarada do Jorge Pinto, membro do blogue. Estas são algumas fotos que pedi ao meu cunhado para publicar,"

2. Resposta do editor LG, em 21 do corrente:

Juvenal: obrigado, é o contributo do teu cunhado para o nosso património memorialístico. 

Acho que em troca ele deve passar a figurar doravante na lista alfabética dos membros da 
Tabanca Grande. Não sei se tu ou ele têm qualquer objeção... 
Não sei se ele nos acompanha, e se tem endereço de email.
 Fala com ele. Diz-lhe que a sua entrada nos honraria a todos.. 
Podes ser tu a apresentá-lo ao pessoal... Duas ou três linhas,,, 
Não arranjas uma foto atual ?...

Se ele é do tempo do Jorge Pinto (que é de Alcobaça,), e da mesma companhia, então havia dois alferes da mesma terra (ou vizinhos) em Fulacunda... Verdade ?...  Ab. Luis

3. Resposta do Juvenal Amado:

Ele vive Valado dos Frades que fica entre a Nazaré e Alcobaça , 6 km para cada lado. Valado dos Frades pertence à Nazaré. Mas ele nasceu em Alcobaça, foi novo para o Valado dos Frades. Eu vou falar com ele porque ele tem mais fotos mas em "slides".

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Nota do editor: