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quarta-feira, 3 de março de 2021

Guiné 61/74 - P21964: Mi querido blog, por qué no te callas?! (5): O que irá acontecer aos nossos blogues e demais sítios na Net quando, pela ordem natural das coisas, formos transferidos para o Batalhão Celestial? Considerações sobre o futuro (Rogério Freire, fundador e editor do sítio CART 1525 - Os Falcões)


Um dos sítios sobre a  mais antigos na Net, sobre as nossas "guerras",  a página da CART 1525, "Os Falcões", Bissorã, 1966/67. O seu fundador e editor principal, Rogério Freire, é também um dos membros da primeira hora da nossa Tabanca Grande (*)


1. Mensagem de nosso camarada Rogério Freire  [ex-Alf Mil da CART 1525, Bissorã, 1966/67; fundador e editor principal do sítio sobre a CART 1525, "Os Falcões"]

Data - 09/02/2021, 20:02
Assunto - Considerações sobre o futuro

Caros Camarigos da Tabanca Grande:

Vou regularmente lendo as notícias da Tabanca Grande através do Facebook e quando o assunto me desperta uma maior atenção visito o vosso/nosso blogue.

Aproveito, uma vez mais, para vos felicitar pelo continuado e importante trabalho desenvolvido pela Tabanca Grande, em prol da nossa história que, temo venha a ser naturalmente esquecida e arquivada no passado assim que formos sendo mobilizados e transferidos para o Batalhão Celestial.

E esta é a razão principal do meu contacto de hoje ... que futuro se pode prever para toda a informação sobre a campanha da Guiné (e outras) atualmente disponíveis na Internet? 

 O que vai acontecer assim que não houver quem atualize os sites e os blogues, quem pague os domínios e os alojamentos dos sites?

Com toda a vontade que possa existir naqueles que, como vós, têm mantido e se se dispõem a manter viva a história da nossa epopeia é, com um prognóstico extremamente otimista, de prever que, dentro de 20 a 25 anos nenhum destes site e blogues continuem disponíveis na Internet. 

E ... o que podemos fazer para proteger esta informação?

Segue a minha ideia e sugestão:

1) Conseguir através das Forças Armadas e/ou do Ministério da Defesa a disponibilidade de um espaço num nos seus servidores dedicado ao alojamento de todos sites e blogues congéneres atualmente existentes que demonstrem interesse e se candidatem ao referido alojamento;

2) Conseguir (se necessário) através da entidade nacional responsável pela aprovação e registo dos domínios a criação de uma classe de "domínios perpétuos" que só poderiam ficar alojados nos servidores do Estado.

Claro que a sugestão engloba todas as frentes de combate, todas as armas, e em todas as épocas.

Creio que a Tabanca Grande já tem força suficiente para poder pensar neste assunto bem como deverá ter (penso eu) contactos a vários níveis com poder, interesse e capacidade de envolvimento nesta operação. Assim haja interesse.

Aqui fica a reflexão.

Caros camaradas e amigos, recebam um forte e sincero abraço do

Rogério Freire
 

2. Comentário do editor LG: 

Meu caro Rogério:

Já te devia ter respondido, a agradecer o teu empenho e preocupação. Mas só agora publico o teu valiosíssimo contributo sobre um tema que nos preocupa, e já não é só de agora.  Espero que surjam outros contributos,  para este inadiável debate. Um dia o nosso blogue vai mesmo... "calar-se"! 

Os nossos sítios (e são muitos)  têm o mesmo problema... de sobrevivência, como tu bem enfatisas. Os coeditores do Blogue Luís Graça & Canaradas da Guiné são um pouco mais novos do que o fundador e editor, mas tudo já está na casa dos setenta... 

Pela minha parte, posso contar com o apoio do meu filho para pagar a avença anual ao Blogger, se um dia destes bater as botas... ou ficar incapacitado. Mas vamos ser um pouco mais otimistas...  Como eu gosto de dizer, e é válido para mim e para ti, para nós, que merecermos ficar por cá mais uns aninhos: até aos 100, é sempre em frente, só é preciso é ter cuidado com as minas e armadilhas na picada... E começam, infelizmente,  a ser muitas!...

Mas concordo inteiramente contigo e com a tua ideia: temos que encontrar um sugestão "institucional", duradora, que pode passar pelo Ministério da Defesa ou pela Universidade, de modo a garantir que as nossas memórias da guerra do ultramar / guerra colonial (mas também das outras guerras, do tempo dos nossos pais e avós: II e I Guerra Mundiais) possam continuar a ser lidas e divulgadas  pelos nossos filhos, netos e bisnetos... O mesmo é dizer, continuem a ser fonte de informação e conhecimento para as gerações vindouras, e não só de Portugal, como dos demais países e comunidades da lusofonia.

Obrigado também pela tua autorização em relação ao meu pedido para poder reeditar aqui alguns  materiais da tua/vossa página que tanto acarinhas. Há "periquitos" que não a conhecem... Era uma boa altura também para chamar a atenção para um grande "site",  pioneiro, como o teu/vosso...  

Um abraço fraterno, 
Luís Graça (**)
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Notas do editor:

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Guiné 61/74 - P21276: Blogues da nossa blogosfera (136): J. M. Correia Pinto, no seu blogue "Politeia", em 22/1/2013, faz uma recensão do meu livro "Diário da Guiné", de 2007 (António Graça de Abreu)


Tabanca da Linha > Cascais, Alcabideche, Cabreiro > Adega Camponesa > 17 de outubro de 2017 > O Marcelino da Mata, mostrando o livro, "Diário da Guiné: lama, sangue e água pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007), que o autor, António Graça de Abreu, lhe ofereceu autografado. (*)

 Na altura,  o Marcelino da Mata, ten cor ref, era  um participante relativamemnte  frequente dos convívios da Tabanca da Linha.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem coomplementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem,  com data de 20 do corrente, 20h31, do António Graça de Abreu [ex-alf mil, CAOP 1 (Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74), membro sénior da Tabanca Grande, com mais de 260 referências no nosso blogue;  é poeta, escritor, tradutor, sinólogo, autor de livros de poesia (8), história (4), traduções (7), e viagens (3)]:

Meu caro Luís

Se achas que deves publicar, avança. O livro nunca teve recensão neste blogue [Luís Graça & Camaradas da Guiné]  pelo Mário Beja Santos.

Ignorava completamente este texto publicado em 2013 no blogue Politeia por J. M.  Correia Pinto, sobre o meu Diário da Guiné, o livro editado em 2007 pela Guerra e Paz, escritos sobre a minha experiência na Guiné 1972/74, num Comando de Operações, CAOP 1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, no norte, centro e sul do território em fogo. (**)

Na foto [, acima,] , estou em Cascais com o Marcelino da Mata, o mais condecorado de todos os militares portugueses.

Abraço,

António Graça de Abreu


Capa do livro do António Graça de Abreu, "Diário da Guiné" 
(Lisboa, Guerra e Paz, 2007, 220 pp)


2. Blogue Politeia: comentário político-económico-social > terça feira, 22 de janeiro de 2013 > Diário da Guiné: um livro de António Graça de Abreu 

Vem a propósito do quadragésimo aniversário da morte de Amílcar Cabral falar num livro publicado há cerca de seis anos mas de que somente há dias tive conhecimento – Diário da Guiné, escrito por António Abreu, entre Junho de 1972 e Abril de 1974, quase dia por dia o tempo da minha comissão de serviço na Guiné, em Bissau, na secção de Justiça do Comando da Defesa Marítima.

Para além da enorme diferença que à época representava ser colocado em Bissau ou no mato, há ainda uma outra porventura não menos negligenciável: fazer o serviço militar na Marinha ou no Exército. A diferença era sob todos os aspectos abissal.

António Abreu foi mobilizado para a Guiné com 23 meses de tropa cumpridos em Portugal, tendo sido sucessivamente colocado em Canchungo (antiga Teixeira Pinto), Mansoa e Cufar. Ou seja, quanto mais a comissão se aproximava do seu termo mais perigoso era o local para onde o mandavam.

Tendo muito presente as grandes datas dos dois últimos anos de guerra e as ocorrências que tragicamente as assinalam, segui, como se estivesse a reviver esses mesmos tempos, esta narrativa contada por quem viveu de muito perto esses mesmos acontecimentos.

O livro de António Abreu é, a vários títulos, um testemunho notável do que foram os dois últimos anos de guerra na Guiné não apenas no plano militar, mas também no plano das relações entre os milicianos e os soldados, do comportamento das chefias militares mais próximas, do estado de espírito dos combatentes, do relacionamento dos soldados com a população, das dificuldades correntes do quotidiano que se agravavam dramaticamente quanto mais perigoso era o teatro de operações, da filosofia de vida com que se encarava a inevitabilidade de uma comissão de 22 ou 24 meses, da incerteza sobre o dia seguinte, a partir de certa altura, do minuto seguinte…

Tudo isto António Abreu conta numa prosa elegante, sempre com muita grandeza de espírito e notável humanismo. O modo como salpica a narrativa com alguns episódios burlescos acontecidos no dia-a-dia da guerra e a fina ironia com que os trata fazem lembrar alguns dos melhores gags de Chaplin. 

Por outro lado, o equilíbrio das suas apreciações e o sentido de justiça sempre presente, mesmo nas condições mais difíceis, fazem com que ele seja capaz de apreciar as qualidades e até as virtudes daqueles de cuja acção discorda. A suposta ingenuidade com que aceita o inevitável, mantendo-se sempre íntegro e igual a si próprio, e a sua vasta cultura contribuíram certamente para que tenha saído sem traumatismos de uma guerra que se ia tornado mais violenta à medida que se ia aproximando fim.

Das muitas leituras sobre a Guerra Colonial, desde as narrativas de militares até à obra de ficcionistas consagrados, passando pela obra dos historiadores, tenho na minha modesta capacidade de apreciação literária o Diário de Guerra, de António Abreu como uma das obras mais interessantes que sobre o tema já li.[Publicado por JM Correia Pinto]

JM Correia Pinto, editor do blogue Politeia, desde fevereiro de 2008

"Fiz o liceu em Viana do Castelo e a universidade em Coimbra. Depois, fui assistente na Faculdade de Direito e militar na Guiné, na Reserva Naval. A seguir ao 25 de Abril, estive no Governo (IV e V) durante o período revolucionário. Andei depois pela cooperação para o desenvolvimento, no MNE, e fui professor na Faculdade de Direito de Lisboa (Clássica) e mais tarde na UAL. Agora estou 'retirado' ".]

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(**) Último poste da série > 3 de agosto de 2020 > Guiné 61/74 - P21220: Blogues da nossa blogosfera (134): Esquadrão de Bula: modelo à escala da Panhard AML 60, MX-03-19, do EREC 3432 (1972/74). Autor: João Tavares, da Associação de Modelismo do Montijo (José Ramos)

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20892: 16 anos a blogar (2): "Exma menina e saudosa madrinha: Em primeiro de tudo, a sua saúde que eu por cá de momento fico bem, graças a Deus"... Excerto de um aerograma... O nosso primeiro poste, publicado no já longínquo dia 23/4/2004.


Um "aero" (sic) enviado de Bissau, com data de 25/12/1969, por um dos correspondentes da nossa grã-tabanqueira Maria Alice Ferreira Carneiro. O SPM era o 0148. Este aerograma foi utilizado apenas como envelope ou sobrescrito. Lá dentro vinham duas folhas, em papel azul, bíblico, como se fosse uma carta por avião. O "aero" tinha a vantagem de não pagar porte nem sobretaxa aérea. Essa prática, embora corrente, era fraudulenta, era contra os regulamentos ("É proibido usar qualquer objecto ou documento"). Era vulgar também mandar-se, dentro de uma "aero", uma fotografia ou um "santo antoninho" (nota de 20 escudos, que na época, em 1969, era o equivalente, hoje, a 5 euros e 98 cêntimos)... Com 10 toneladas de correio por dia, durante a guerra colonial, o SPM não podia vigiar e punir estas pequenas fraudes...


Foto (e legenda): © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2017). Todos os direitos reservados.



1. Foi assim, quase sem querer, que começou o nosso blogue: em 23 de abril de 2004, publiquei aquele que seria o primeiro poste (*) do blogue que viria a chamar-se Luís Graça & Camaradas da Guiné e dar origem à Tabanca Grande.

Eu tinha um blogue, que criei em 8 de outubro e 2003, e que se chamava "Blogue Fora Nada", ainda hoje disponível "on line" (**): seria, mais tarde, rebatizado como blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (I Série). Essa história, de resto, já aqui está contada e recontada (***).

Foi neste blogue que publiquei o primeiro texto alusivo à guerra colonial na Guiné. Na altura tinha-me chegado às mãos uma coleção de quase de duas centenas de cartas, recebidas por uma "madrinha de guerra". 

Dessas publiquei uma, nas vésperas do 25 de Abril de 2004, em jeito de homenagem às "nossas mulheres" e, em particular, às "nossas madrinhas de guerra". (Em boa verdade, já tinha feito, há anos atrás, em 1980, um primeiro tratamento temático dessas cartas; um artigo meu, sobre o tema, já fora publicado no extinto semanário "O Jornal", na secção criada pelo saudoso jornalista Afonso Praça, "Memórias da Guerra Colonial").

Dezasseis anos depois do primeiro poste do nosso blogue, voltamos aqui a reproduzir o aerograma de um camarada da Guiné, cujo nome na altura se omitiu (bem como o da sua companhia), e que era datado da véspera do Natal de 1969:


Guiné, 24 de Dezembro de 1969

Exma menina e saudosa madrinha:

Em primeiro de tudo, a sua saúde que eu por cá de momento fico bem, graças a Deus.

Estava um dia em que meditava e lamentava a triste sorte que Deus me deu até que toquei na necessidade de arranjar uma menina que fosse competente e digna de desempenhar tão honroso e delicado cargo de madrinha de guerra. Peço-lhe desculpa pelo atrevimento que tive em lhe dedicar estas simples letras. Mas valeu a pena e é com muita alegria que recebo o seu aero [aerograma].

Vejo que também está triste por mor  da mobilização do seu mano mais novo para o Ultramar. Não sei como consolá-la, mas olhe: não desanime, tenha coragem e fé em Deus. Eu sei que custa muito, mas é o destino e, se é que ele existe, a ele ninguém foge. Nós, homens, temos esta difícil e nobre missão a cumprir.

Nós, militares, que suportamos o flagelo desta estadia aqui no Ultramar, não temos outro auxílio, quer material quer espiritual, que não seja o que nos dão os nossos amigos e entes queridos. E sobretudo as nossas saudosas madrinhas de guerra.

Sendo assim para nós o correio é a coisa mais sagrada que há no mundo. Porque nos traz notícias da nossa querida terra e nos faz esquecer, ainda que por pouco tempo, a situação de guerra em que vivemos e os dias que custam tanto a passar.

As notícias aqui são sempre tristes, nestas terras de Cristo, habitadas por povos conhecidos e desconhecidos. Não lhe posso adiantar pormenores, mas como deve imaginar uma pessoa anda triste e desanimanada sempre que há uma baixa de um camarada.

Lá na metrópole há gente que pensa que isto é bonito. Que a África é bonita. Eu digo-lhe que isto é bonito mas é para os bichos. São matas e bolanhas que metem medo, cobertas de capim alto, e onde se escondem esses turras que nos querem acabar com a vida. 


E mais triste ainda quando se aproxima o dia e a hora em que era pressuposto estarmos todos em família, juntos à mesa na noite da Consoada. Vai ser a primeira noite de Natal que aqui passo. Com a canhota [espingarda automática G3]  numa mão e uma garrafa de Vat 69 {, marca de uísque] na outra.

São duas horas da noite e vou botar este aero na caixa do correio. Daqui a um pouco saio em missão mais os meus camaradas. Reze por nós todos. Espero voltar são e salvo para poder ler, com alegria, as próximas notícias suas. Queira receber, Exma. Menina e saudosa madrinha, os meus mais respeitosos cumprimentos. Desejo-lhe um Santo e Feliz Natal.

O soldado-atirador da Companhia de Caçadores (...)


2. A carta era antecida de um preâmbulo do nosso editor Luís Graça. A nossa amiga e camarada enfermeira-paraquedista Maria Arminda Santos é a única que tem um comentário a este poste (*), do seguinte teor: 

(...) Belíssimo texto, com a exaltação da mulher portuguesa e o papel importantíssimo, que outrora e hoje,a mesma desempenhou e desempenha, na nossa sociedade. Lembrar também as "madrinhas de guerra,de numa época embora longínqua mas que para muitos ainda está presente e o papel fundamental que tiveram na vida dos combatentes, seus afilhados, é uma merecida e justa homenagem, que o Blogue de Luis Graça e Camaradas da Guiné, o tivesse postado no início da Tabanca Grande e nos voltasse e nesta data, a recordar. um abraço. Mª Arminda. (...)

Nesse ano de 2004, só se publicaram 4 postes com temas alusivos à guerra colonial na Guiné. Mas foi o ponto de partida da nossa Tabanca. Temos o descritor Blogue-Fora-Nada com cerca de meia centena de referências. Por ocasião do nosso aniversário, temos vindo todos os anos "repescar" alguns dos melhores postes já publicados... E já lá vamos a caminhos dos 21 mil... Que os bons irãs nos protejam na caminhada pela picada da vida, sempre cheia de minas e armadilhas, antes, durante e depois da nossa participação na guerra da Guiné (1961/74)... Hoje as minhas 6 armadilhas estão relacionadas com a pandemia de COVID-19 e o confinamento a estamos obrigados... Mas continuar a blogar é preciso! (****)
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Notas do editor:

(*)23 de abril de 2004 > Guiné 63/74 – P1: Saudosa(s) madrinha(s) de guerra (Luís Graça)

(****) 21 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20886: 16 anos a blogar (1): O helicóptero, poema de Jorge Cabral, comentário de Torcato Mendonça

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20604: Parabéns a você (1751): Parabéns Luís Graça pelos teus 73 anos e pelos 15 anos deste Blogue que em boa hora criaste (João Crisóstomo)

PARABÉNS A VOCÊ

LUÍS GRAÇA




1. Mensagem do nosso camarada João Crisóstomo, ex-Alf Mil da CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), com data de 17 de Janeiro de 2020, a propósito do aniversário do nosso editor Luís Graça:

Tanto quanto posso sigo o nosso blogue. E porque o dia 29 de Janeiro se aproxima, quase apavorado pergunto-me como é que podia enviar algo de especial a quem é realmente muito especial. E lembrei-me: porque não procurar o que de melhor tem sido dito sobre o Luís Graça e com isso fazer um comentário / envio de parabéns como ele merece?

É que gostaria de ter muito mais condão de palavra para poder descrever o que sinto sobre o Luís Graça… meu camarada, meu mentor, meu amigo, meu irmão... e por mais que eu me esforce as palavras que me saem ficam sempre muito aquém daquilo que sinto e gostaria de saber comunicar. Embora consciente, em comparação com o desejado, da sua pouca expressão, direi que o Luís Graça é um criador e construtor de obras que influenciam e marcam a vida de outros. Não precisamos de ir longe, que este seu/nosso blogue fala por si: creio que de alguma maneira todos fomos beneficiados - e alguns de nós em medida tão grande que só os próprios o podem sentir - pela criação deste salutar movimento de vivência de memórias nas diversas vertentes em que se apresenta. Veja-se o despertar de consciências que este movimento ocasionou e que continua a desafiar ainda cada dia os que dele têm conhecimento; veja-se o contributo para a história de Portugal, da Guiné; vejam-se o número de livros escritos que nunca teriam visto a luz do dia… Portugal e os portugueses, a cultura e história de Portugal tornaram-se e ficam ainda cada dia mais ricos graças a este Luís Graça, e à equipa altamente qualificada de colaboradores de que se soube rodear.

Embora eu não tenha palavras minhas condizentes, eu quero lembrar um pouco que dele foi dito no seu aniversario de há dez anos atrás: se multiplicarmos agora por 10 o que então foi dito, poderemos ficar próximo do que deve ser dito agora. Aqui estão, relembrando, com a devida vénia, alguns dos comentários/mensagens (13 que é um número bonito!) de há dez anos atrás:

Luís Graça - Fundador e Editor do nosso Blogue
Foto: José Rodrigues
Edição: Carlos Vinhal


2. João Crisóstomo seleccionou estes comentários a propósito dos 63 anos de Luís Graça, há anos atrás:

José Teixeira:

A história tem ficado mais rica em cada dia que passa. 
A amizade desenvolveu novos e profundos laços entre muitos dos antigos combatentes. Com ela, vem sempre grandes momentos de convívio e felicidade. Momentos que tem ajudado muitos de nós a espantar os “fantasmas” que teimam a povoar a mente.

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Juvenal Amado:

Meu caro Luís,
Neste dia o que te poderei dar a ti, que tanto me deste?

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Luís Dias:

És, por direito próprio, o nosso “comandante”, aquele que, em conjunto com os restantes editores, foi capaz de criar o nosso blogue e com isso dar proveito a que muitos de nós pudessem conhecer outros camaradas, trocar impressões, dar corpo a ideias, libertar o que há muitos anos julgávamos fechado para sempre. As amizades que têm surgido, os abraços, a solidariedade são componentes inegáveis da nossa Tabanca Grande.

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Luís Faria:

Esta tua Obra Grande (Tabanca Grande) que, para além de proporcionar reencontros de Camaradas reactivando contactos e amizades, para além de memória futura de uma época, funciona também e a meu ver, como uma espécie de terapia sócio-emocional para muitos que, fechados com (n) os seus “fantasmas” inicia(ra)m a libertação e começa(ra)m a reabrir as portas do tempo.

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Luís R. Moreira:

Não quero, deixar de felicitar este HOMEM carismático que é o mentor do blogue que fez e faz a diferença.

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Manuel Amaro:

Hoje, 29 de Janeiro, é um dia privilegiado para todos os camaradas do blogue. Porque é o Dia do nosso Comandante, Presidente, CEO, Camarada e Amigo Luís Graça. 
O Dia dos nossos Amigos também é o nosso Dia.

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Manuel Maia:

Que poderá dizer-se de um homem que foi capaz de gerar este movimento que congrega cerca de outros quatrocentos (venham mais cinco, como diria o Zeca...), levando-os a um porto de abrigo...
Se não foras tu, como poderíamos comungar da alegria de saber que a solidariedade continua a ser o leit motiv de tantos de nós?

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Manuel Marinho:

A criação do teu BLOGUE que foi - é - o melhor bálsamo para as dores de alma dos ex-combatentes da Guiné… fizeste mais pelos ex-combatentes do que imaginas!!...
…Fizeste com que os silêncios fossem quebrados, os traumas aliviados, os sofrimentos atenuados, as incompreensões entendidas, as injustiças repartidas, e os alegres reencontros de camaradas que não se viam há imenso tempo, com laços eternos de amizade, família de ex combatentes da Guiné, tudo isto é OBRA!
Como se isto não bastasse, estás a coordenar a verdadeira história da Guerra Colonial da Guiné.

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Mário Beja Santos:

Bendigo esta tua criação em que me revejo e me esqueço, bendigo o ajuntamento que tornaste possível…
É assim que eu agradeço por existires.

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Rogério Cardoso:

Camarada e ex-combatente Luís Graça,
Gente assim é que faz falta a este Portugal… para que possa ir em frente…

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Rui Silva:

Luís: 
Tu deste alegria a estes sessentões. Fizeste-os desabafar. Libertaste-os. Aproximaste-os. Fizeste criar grandes amizades e enfortaleceste a camaradagem que vinha sendo diluída pelos tempos.
Através do teu Blogue conheci pessoas. Voltei a falar com alguns camaradas. Contraí novas amizades. Troco mails com eles, almoço com eles. De facto tenho mais e melhores amigos.
Obrigado Luís. BEM HAJAS!. Continua. Faz-me esse grande favor.

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Torcato Mendonça:

Agradecer-te, dizer obrigado é pouco, muito pouco, face ao enorme trabalho que desenvolveste em prol dos ex-combatentes da Guiné e seus familiares e, também, pelos guineenses ex-combatentes ou não… 
Relevaste a memória colectiva de dois povos, antes desavindos e hoje irmanados na luta pela democracia... tu és o culpado disso meu caro Luís Graça... já nada ficará como dantes…, este dia 29 de Janeiro do ano 10 do 2.º milénio, se há-de repetir por muitos e bons anos e tu, junto de familiares, amigos e gentes que te são queridos vais viver e contemplar a evolução de tua ideia, transformada em obra contributiva para a paz entre os homens.
Parabéns Amigo.

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Vasco da Gama:

Parabéns Camarada Comandante Luís Graça
A riqueza do Blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné extravasou em muito e há muito a família dos combatentes da Guiné e é hoje um espaço lido, procurado e consultado para além dos amantes da Guiné pela “intelectualidade”que dele se serve, como é público, para teses de mestrado e de doutoramento…
Conseguiste no seio do teu/meu/nosso blogue irmanar pessoas que pensando diferente se abraçam fraternalmente quando toca a reunir, pois o Luís Graça e Camaradas da Guiné é o denominador comum de todos nós…
Quero agradecer-te o bem que o blogue me fez… e dizer-te o quão me sinto honrado pela tua amizade.
Obrigado Luís.
Parabéns Luís.

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Comentário, de hoje, do co-editor CV:

Luís:
Como se diz na "tropa" e na Função Pública, duas áreas em que me movi a maior parte da minha vida, está a ser uma honra "servir sob as tuas ordens".
Dizia a fadista: - Cantarei até que a voz me doa. 
Nós dizemos: - Manteremos este Blogue mesmo quando a artrite nos dedos nos doa.
Conta comigo.
Muitos parabéns pelos teus 37 anos e votos de muita saúde.
Carlos
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Nota do editor

Último poste da série de 29 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20603: Parabéns a você (1750): Luís Graça, ex-Fur Mil Armas Pesadas Inf da CCAÇ 12 (Guiné, 1969/71), fundador e editor deste Blogue, e Virgílio Teixeira, ex-Alf Mil SAM do BCAÇ 1933 (Guiné, 1967/69)

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20488: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (35): Canção de Natal

1. Mensagem do nosso camarada José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 23 de Dezembro de 2019:


Caros amigos e camaradas d’Armas,

Para nós, sobretudo os que cumpriram a sua comissão de serviço militar no Ultramar, a quadra de Natal traz-nos recordações mil. As saudades das famílias dispersas pelas aldeias de Portugal, pelos confins da Califórnia e terras frias do Canadá, pela França, a dor da partida prematura de um camarada-de-armas, a desilusão da carta que não chegou. Tudo isso contrastava com a alegria daquele “Querido filho que ao fazer esta que te encontres de saúde…" ou o encher dos pulmões com aquele “Recebe um beijo desta que te ama...”, ou ainda aquele “Abraço apertado da tua madrinha de guerra...”, de um rancho nem sempre melhorado mas muito bem molhado, do contar dos dias para o fim da comissão, da alegria do companheirismo no seio uma família diferente, grande lição de vida.

Recordar tudo isso e muito mais é legítimo. Faz parte das nossas vidas, das muitas lições que nos ajudaram a crescer como homens. Mas o Natal é muito mais que recordações. O Menino Jesus vai nascer, Senhor da Vida, da Esperança, do Amor. Que o Seu exemplo continue a produzir frutos, bons frutos. Saibamos segui-Lo na produção, Hoje e sempre, porque o Natal não é de um dia, mas de todos os dias, de uma Vida que é a nossa. Cheia de surpresas. Que vale a pena viver e partilhar.

Pela manhã, sempre que a vida me permite, debruço-me nesta janela da internet. Recebo os bons dias dos amigos. Do JERO, do Juvenal, do Valério, do Magalhães, do Briote, do Fontinha, do Picado, do Carlos Silva, do JD, do meu mano Carlos Vinhal e de muitos outros. O Miguel sabe que eu gosto de ler as notícias da minha terra mãe e não falta com elas. Confesso que sinto a falta do Jorge, do Faria, do Rebola e de mais uns quantos que da lei da morte se libertaram. Dou um passeio pela Tabanca, que desentorpecer as pernas também faz bem.

Foi num daqueles debruçares matinais que senti uma pancada no peito, uma enorme surpresa. Onde se podia ler: - “Ainda vives em Stoughton? É que no próximo dia 20 vou a Dartmouth MA, e lembrei-me que, se entretanto não te tiveres mudado para a Flórida ou coisa semelhante, eu podia dar aí um salto para nos conhecermos pessoalmente. Se bem que quase te conheço já, graças ao blogue “Luís Graça e Camaradas da Guiné" onde te encontrei, especialmente no post 13528, de 23 de Agosto de 2014).

As tuas palavras - "Concordo que a Guiné nos pregou ao corpo e as recordações, umas bem melhores que outras, trazem-nos emoções que só quem por lá andou compreende a sua extensão. Não sinto nostalgia daqueles tempos, mas tenho saudades da minha juventude de então, dos muitos amigos que criei. Conservo boas recordações daquelas gentes, sobretudo das crianças de olhos esbugalhados e sorridentes, dos meus soldados africanos." - fazem-me crer que temos muito em comum. Faz bem lembrar, partilhar…
Se me permitem, num abraço amigo, os meus votos para que tenhais Festas Felizes e Bons Anos no seio dos vossos familiares e amigos."

João Crisóstomo (na esquerda) e eu na minha casa em Raynham, Massachusetts.

Caros amigos, dias depois, o João Crisóstomo e a esposa entravam com esta simplicidade na minha humilde casa, em Raynham. Eu e a minha esposa demos-lhes o melhor tínhamos para eles, um abraço sincero de respeito, amizade e agradecimento. E, claro, um café e uns doces, que aquele simpático não nos permitiu mais e melhor. E duas horas de um bom e são convívio e camaradagem. Deixámos sair a alma.

Enquanto as senhoras se embrenharam nas suas conversas, o João deu-me a conhecer parte da sua obra. Timor e as suas gentes, sobretudo as crianças, é um dos seus grandes amores. Confesso que ao seu lado me senti muito pequeno, tal a sua força de vontade, da sua franqueza, do tamanho do seu coração no bem querer fazer.

Sim, João, valeu a pena recebido a vossa visita. Que Deus abençoe na vossa obra e a vossa vida.

Sim, o Menino Jesus também tem destes presentes. Depositado que foi numa árvore de Natal, um poilão, na Tabanca Grande.

O Natal é uma canção. Sim, eu continuo criança e acredito que o Menino Jesus nasce todos os dias.

Festas Felizes e Bons Anos para vós e vossos familiares.

Bem hajam.

José Câmara
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Nota do editor

Último poste da série de 5 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17024: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (34): Correspondência do Ultramar: Ressurreição nas Matas da Guiné

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20437: Lembrete (33): É hoje, 3ª feira, dia 10, às 21h30, em Beja, na Biblioteca Municipal José Saramago, o lançamento do livro do José Saúde, "Um ranger na guerra colonial" (Edições Colibri, Lisboa, 2019, 220 pp.)




Um das mais de 7 dezenas de crónicas deste livro é sobre o Natal de 1973, o último que os militares portugueses passaram na Guiné. Em Nova Lamego, o autor faz  "o rescaldo de um noite quente e de luar" (pp. 59-61).


1. Recorde-se que é hoje em Beja, na Biblioteca Municipal José Saramago, às 21h30 (*), a sessão de lançamento do último livro do José Saúde, "Um ranger na guerra colonial: Guiné-Bissau, 1973-1974: memórias de Gabu" (**).

No próximo dia 8 de fevereiro de 2020, na Casa do Alentejo, será feita a apresentação do livro em Lisboa.



Ficha Técnica:

Autor: José Saúde
Título: Um ranger na guerra colonial: Guiné-Bissau, 1973-1974: memórias de Gabu
Editora: Colibri, Lisboa
Ano: 2019

Capa: capa mole

Tipo: Livro
N. páginas: 220, ilustradas
Género: Memórias / autobiografia
Prefácio: Luís Graça
Formato: 23x16
ISBN: 9789896899158
Preço de capa: 16€


2. Na página 19, o autor deixa um agradecimento ao nosso blogue de que ele é um ativo colaborador, e de quem sempre tem tido, por parte dos editores, colaboradores e leitores, um especial carinho. Destaco aqui o papel do nosso coeditor Eduardo Magalhães Ribeiro. Recorde-se que o José Saúde foi fur op esp / ranger, CCS / BART 6523 (Nova Lamego / Gabu, 1973/74, tendo mais de 170 referências no nosso blogue.

"Agradecimento 

"Deixo aqui explícito que esta obra surge por via do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné onde habitualmente debito narrativa acerca da minha presença militar por terras de Gabu.

"Uma experiência que ainda hoje recordo com uma sufragada nostalgia e que me conduz a uma literal elaboração de temas que considero transversais a todos os camaradas que partilharam temáticas idênticas durante a sua comissão na guerra da Guiné.

"Procurei, embora de forma sintética, cruzar histórias, deixar para memória futura realidades que nos vão na alma mas que jamais misturemos a veracidade do conflito real, porque entendo que o teor das opiniões resvalam normalmente para o campo de divergências. Neste contexto, fica o meu profundo respeito, bem como a minha enorme admiração por todos os camaradas que pisaram o solo guineense.

"Obrigado Luís Graça pela aceitação da minha pessoa neste universo de antigos combatentes e a tua singela gentileza como sempre me recebeste, não só como camarada de armas mas sobretudo como fidedigno amigo.  José Saúde".

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 
9 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20045: Lembrete (32): Lançamento do livro "Ferrel através dos tempos", do nosso camarada Joaquim Jorge, ex-alf mil, CCAÇ 616 (Empada, 1964/66)... Hoje, em Ferrel em Festa, sábado, dia 9 de agosto, às 17h00

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20155: O nosso blogue em números (60): o futuro? Deus, Alá e os bons irãs o dirão... E o Miguel Pessoa estará cá para fazer o "boneco"...


Infografia: Miguel Pessoa (2019)


1.  Mensagem do nosso amigo e camarada Miguel Pessoa, herói dos céus da Guiné, cor pilav ref (ex-ten pilav, BA12,  Bissalanca, 1972-74), com data de 15 do corrente:

"Mais um boneco para a colecção. Aberto a sugestões... 
Abraço, 
Miguel Pessoa".

Respondi-lhe ontem, nestes termos:

"Miguel, obrigado pela tua criatividade e generosidade... Vamos testar o 'boneco' num próximo poste com estatísticas... Vamos lá ver se chegamos aos 800, antes do fim do ano. Tenho dois novos membros da Tabanca Grande na calha, espero poder estar amanhã com eles no almoço da Tabanca da Linha: o Domingos Robalo (Almada) e o Carlos Marques de Oliveira (Sintra), que já aceitaram integrar a Tabanca Grande. Ambos foram artilheiros, tendo pertencido ou estado ligados ao BAC 1 / GAC 7, em 1969/1971." (...)


2. O que é o que o "boneco" do Miguel Pessoa celebra? Alguns factos e dados:

(i) celebramos, este ano, o 15.º aniversário do nosso blogue, cuja certidão de nascimento remonta a 23/4/2004;

(ii)  estamos prestes a atingir os 800 membros (entre vivos e mortos) da Tabanca Grande; éramos 111 em junho de 2006;

(iii) publicámos até à data mais de 20 mil postes, vamos a caminho dos 20200; 

(iv)  deveremos chegar, até ao fim do mês, aos 11,3 milhões de visualizações de páginas;

(v)  temos um vasto acervo de textos e imagens sobre a Guiné e a guerra colonial que se travou naquele território entre 1961 e 1974.

(vi) enfim, somos um blogue que é visto e lido não só em Portugal, como nos EUA, no Brasil, França, Alemanha, Reino Unidos e resto do mundo;

(vii) apesar dos anos (que já pesam, e muito!), continaumos a gostar de dizer que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande;

(vii) temos, além disso, uma página no Facebook, Tabanca Grande Luís Graça,  com cerca de 2900 "amigos"...

(viii) ah!, e não esquecer o nosso proverbiário: cultivamos o bom humor, mesmo não sendo optimistas... Sabemos que vamos morrer todos, mas fazemos questão de não ir para a vala comum do esquecimento...

Quanto ao  futuro ?!...  Deus, Alá e os bons irãs o dirão...  E o Miguel Pessoa estará cá, para fazer o "boneco".

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Nota do editor:

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Guiné 61/74 - P20102: Da Suécia com saudade (59): E agora também dos States, Florida, Key West... ou entre renas, palmeiras e daiquiris: Morreu o blogue, viva o blogue!... Afinal, os velhos soldados nunca morrem... (José Belo)



J. Belo, em Key West, Florida, EUA (2018)


1. Mensagem do José BeloJoseph, na Lapónia...


Em termos sintéticos, o nosso Zé Belo:

(i) é o português mais 'assuecado' (ou o sueco mais 'aportuguesado') da Tabanca da Lapónia e da Tabanca Grande; 

(ii) ex-alf mil inf da CCAÇ 2381,Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, cap inf ref; 

(iii) jurista, vive na Suécia há mais de 4 décadas, e onde constituiu  família: reparte os dias do ano entre a Suécia, o círculo polar ártico e a Florida, EUa,  onde a família tem negócios; 

(iv) tem mais de 130 referências no nosso blogue; entrou "de jure e de facto" para a nossa Tabanca Grande em 8 de março de 2009

(v) é mestre na arte e na ciência da simulação, camuflagem, guerrilha e contra-guerrilha, e bem como da criação de renas, e ainda arranja tempo para beber uns daiquiris à sombra das palmeiras de Key West, curtindo a sua musiquinha; pode estar meses 'desaparecido' e 'incontactável' mas volta sempre ao 'local do crime',  quer dizer, a este blogue, ao seu blogue, ao nosso blogue, aos seus velhos camaradas; afinal, "os velhos soldados nunca morrem, podem é desaparecer"... por uns tempos.



Data: terça, 27/08/2019 à(s) 13:37

Assunto: Tentar um debate , apesar das férias, das idades e da distância



Entre renas, palmeiras e daiquiris


Ao visitar, quando as minhas transumâncias atlânticas o permitem, o blogue Luís Graça  & Camaradas da Guiné, vem-me à memória a frase:
- Os velhos soldados nunca morrem, eles apenas desaparecem.

Este blogue, qual velhinho tarimbeiro, tem já sobre os ombros algumas décadas de serviço. O seu sucesso deve-se aos laços muito especiais que ainda hoje ligam todos os que serviram na Guiné. Inferno da Guiné, dirão alguns dos que o que passaram de armas na mão em postos isolados na mata. Experiência da Guiné, poderão dizer alguns outros mais felizardos. De qualquer modo as recordações da Guiné aparentam ir acompanhar-nos até ao fim.

O blogue tem sabido evoluir adaptando-se à passagem dos anos. Não menos quanto aos mais variados  temas "politicamente correctos" que, como tudo o resto,vão sendo inexoravelmente substituídos .

No início deste blogue muito se escreveu sobre as suas funções... quase psiquiátricas! Veio permitir, aos que nele participavam, uma verdadeira catarse analítica, de outro modo impossível de efectuar numa sociedade que (então?) pouco ou nada se preocupava com os antigos combatentes, seus traumas, dramas sociais, e consequentes doenças.

Creio ter este blogue ajudado a muitos ao permitir-lhes "atirar cá para fora" muitos dos seus pesadelos e frustrações.

Entre os blogues nacionais deste tipo, o somatório de informação, relatos pessoais, conhecimentos, histórias,e acima de tudo História, dá-lhe com justiça lugar único. 

As experiências das já longas vidas, todas diferentes em factores sociais, geográficos e ontológicos, leva-nos por vezes a debates mais intensos, piropos, e algumas picardias. Será também este um dos factores que torna o blogue... vivo! No fim, todos ou quase todos, acabamos por nos sentar pacificamente à sombra do nosso poilão africano. 

E, a propósito de debates neste local constituído por velhos soldados de Portugal, continuo a ter dificuldades em compreender o esquecimento a que é votada a perda da Índia Portuguesa, em período não tão afastado da nossa História.

Estaremos hoje de acordo que a tal descolonização africana "exemplar" terá tido um pouco de tudo menos o... exemplar!

O servilismo de alguns a interesses não nacionais; o vedetismo ignorante e criminoso (mais de militares do que de políticos "bem sabidos") terão levado a uma tragédia cujas dimensões ainda hoje alguns se recusam a compreender.

Tendo em conta as circunstâncias internacionais (e internas) terá sido a única política possível de aplicar? Talvez.

A "palavra de ordem" então muito usada, "Nem mais um soldado para as colónias!", terá tido muito maiores resultados negativos quanto ao funcionamento da instituição militar do que se poderia esperar.




Cabeçalho de panfleto do PCP (m-l) (Partido Comunista de Portugal, marxista-leninista) com a palavra de ordem "Nem mais um só soldado para as colónias"... Data: 26 de abril de 1974.

Fonte: com a devida vénia ao Gualberto Freitas: 1969 Revolução Ressaca [documentos para a história de uma revolução]




Olhando as realidades de então, e as evoluções mundiais futuras, as guerras coloniais estavam perdidas mesmo antes de iniciadas. Outras visões teriam sido necessárias, para além de um certo "nacional saloiismo iluminado" do governo da ditadura.

E lá voltamos ao Estado da Índia. O papel preponderante de Goa, sua cultura e gentes, na nossa História foi sempre de nível não comparável com as colónias africanas.

Como terá sido possível ao ditador, que se crê ter tido inteligência superior à mediana, não ter sabido "ler" e acompanhar as evoluções de fundo surgidas internacionalmente?

Esperar, como o fez e disse publicamente, que a "aliada" Inglaterra lhe proporcionasse apoios políticos?

A mesma Inglaterra que curtos anos antes se vira obrigada a abandonar a sua(!) Índia? Os Estados Unidos dos anos sessenta na sua pseudo-cruzada anti-colonial?

Politicamente, a União Indiana oferecia nas Nações Unidas outras saídas. Entre elas a garantia de uma vasta autonomia para Goa, garantia apoiada tanto pela Inglaterra como pelos Estados Unidos e França.

O ditador recusou todas as soluções negociadas ou negociáveis. O Afonso de Albuquerque pairava certamente na sua cabeceira. Resistência exemplar e morte heróica foram exigidas ao Exército.
Um Exército armado, ou antes desarmado, com espingardas de modelo anterior à primeira guerra mundial, cujas munições guardadas em paiol não funcionavam por há muito terem ultrapassado o seu tempo útil.

Aviões, blindados e artilharia digna do seu nome... não existiam. O governo estava disso bem informado. O resto é História.

Muito dramática para os que por lá sofreram e, não menos, para os que foram acusados posteriormente dos erros criminosos do ditador.

Ele... "passou entre os pingos da chuva"!...

A evolução dos armamentos da guerrilha na Guiné e o nosso não acompanhamento do mesmo por motivos económicos e políticos, acabariam por levar em futuro próximo a novos bodes expiatórios militares (!) das incapacidades do governo central.

Governo central que, e mais uma vez, se preparava para não assumir as suas responsabilidades políticas quanto ao evoluir da situação no terreno da Guiné. Spínola ter-se-á apercebido que alguém acabaria por ser um novo e muito conveniente... Vassalo e Silva.

Mas, e voltando à questão inicial, o que levará a muitos dos tão agressivos críticos de políticas posteriores ao... esquecimento, desculpa, ou desvalorização... de alguns destes criminosos erros anteriores?

Certamente que muitos terão melhores ideias, opiniões e conhecimentos sobre um assunto importante e passível de DIÁLOGO.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19819: Agenda cultural (685): Convite para o lançamento do meu livro "Brunhoso, era o tempo das segadas - Na Guiné, o capim ardia", a levar a efeito no dia 24 de Agosto de 2019, pelas 15 horas, na Biblioteca Municipal de Mogadouro (Francisco Baptista)

C O N V I T E


1. Mensagem do nosso camarada Francisco Baptista (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72), com data de 22 de Maio de 2019, convidando a tertúlia para a sessão de lançamento do seu livro "Brunhoso, era o tempo das segadas - Na Guiné, o capim ardia", a levar a efeito no dia 24 de Agosto, na Biblioteca Municipal de Mogadouro.

Camaradas e amigos:
Apresento o livro que fui fazendo com textos publicados no Blogue do Luís Graça e Camaradas da Guiné e alguns outros. Agradeço o grande contributo que o Luís Graça e o Carlos Vinhal sempre me deram e o incentivo que me deram muitos outros camaradas. 

Para mim os livros foram desde cedo uma paixão maior. Um livro, para o autor, é como um filho, e um pai ou uma mãe nunca dizem mal de um filho. Seria melhor se fosse escrito em pedras de xisto, como as da parede de um prédio muito antigo, que diz um irmão meu, foi mandado construir por um antepassado nosso, onde me encosto à procura da força, da beleza e da robustez que elas transmitem. Escrito nesses pedras que ajustadas umas às outras, em construção, já têm mais de 300 anos, o livro ganharia vida para algumas centenas de anos, bem mais alargada do que a vida que poderá atingir em papel. Mas não importa a vida, a fama, a eternidade, tudo é finito e nada é da nossa conta. Os deuses que nos fizeram do barro, depois de se fartarem de rir da nossa vaidade ridícula, devolvem-nos à terra para nos transformar em pó. Em pó iremos bailar ao vento, em pedra sobrepostos uns sobre os outros, os pedreiros construirão abrigos para homens ou animais.

Sem lhe atribuir a beleza e rigidez das pedras de xisto, o meu livro é bom, diverti-me muito ao escrevê-lo e divirto-me hoje a imaginar algum bisneto a folheá-lo e ler algum texto, depois de o ter descoberto, nalgum sótão, entre outras velharias.
Descreve bem as minhas vivências mais marcantes da infância, da adolescência e juventude, e as minhas vivências como militar na guerra da Guiné. Tem 388 páginas, 70 fotografias a cores e 20 a preto e branco.

Está dividido em três partes:
- A primeira fala sobre Brunhoso, a aldeia transmontana onde nasci e me criaram;
- A segunda fala sobre a Guiné que por tudo o que de bom e mau lá aconteceu, passou a ser a segunda terra para onde o nosso imaginário de camaradas ex-combatentes nos remete quando recordamos a nossa juventude;
- A terceira descreve algumas viagens da minha vida, fala sobre um grande livro que li nos últimos anos, há outros textos com traços biográficos de três amigos que nos deixaram, e que choro ainda, e outros pequenos textos nunca publicados no blogue, escritos ao correr dos dias sobre assuntos diversos.

O lançamento do Livro será às 15 horas do dia 24 de Agosto na Biblioteca Municipal de Mogadouro. 
Convido a estar presente quem quiser fazer um passeio agradável e admirar as paisagens de montanha das Beiras e de Trás-os-Montes. Agora há boas estradas em Portugal, que cruzam o país de norte a sul e de leste a oeste, os ares das serras e dos montes são mais saudáveis e as comidas mais naturais.


Um abraço a todos
Francisco Baptista
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Nota do editor

Último poste da série de 19 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19804: Agenda cultural (684): Rescaldo do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio, na Quinta Choupal dos Melros, Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar (Parte 2)

terça-feira, 22 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18666: Em bom português nos entendemos (16): senhores dicionaristas, grafem lá o vocábulo "grã-tabanqueiro" ou simplesmente "tabanqueiro"... O nosso pequeno contributo para a celebração do dia 5 de Maio, Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP...



5 de Maio Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP (com a devida vénia...)


1. O dia 5 de maio é, anualmente, o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)... Recorde-se que há 9 países com língua oficial portuguesa, incluindo a nossa querida Guiné-Bissau... E estima-se em mais de 260 milhões os falantes da língua portyguesa.

Este ano houve 180 iniciativas em 57 países, segundo notícias da Lusa, reproduzida pelo Público, de 30 de abril de 2018. Nessas iniciativas, que se prolongam até ao fim do mês de maio, incluem-se mostras de cinema, concertos, recitais de poesia, feiras do livro, espectáculos teatrais, concursos de literatura, encontros com escritores, promoção das artes plásticas, divulgação do português como língua de ciência ou celebração do ensino do português.

Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros recordou que o português é hoje uma das cinco línguas mais faladas no mundo e a primeira no hemisfério sul. "O português já é hoje uma língua de trabalho no sistema das Nações Unidas, já é língua oficial de algumas das organizações especializadas das Nações Unidas, mas esperamos que venha a ser num futuro mais ou menos próximo uma das línguas oficiais da Organização das Nações Unidas", afirmou o chefe da diplomacia portuguesa.


2. O nosso pequeno contributo, a nível do blogue da Tabanca Grande, é também o de resgatar a memória dos que, de um lado e do outro, fizeram a guerra e a paz, na Guiné, entre 1961 e 1974... Guerra colonial, guerra do ultramar, guerra de África, guerra de libertação...

Temos ajudado a reconstruir o "puzzle" (esburacado) da memória desses tempos... E esse trabalho, de construção e reconstrução da memória, passa também pelo "resgaste" de vocáculos e expressões que usávamos, uns e outros, nesse tempo e lugar... A sua origem é duversa: há vocábulos e expressões do crioulo da Guiné, mas também da língua fula, da gíria e do calão da tropa... e da guerrilha.

No nosso blogue temos em uso cerca de 400 abreviaturas, siglas, acrónimos, expressões idiomáticas, termos da gíria, calão, crioulo, etc. Alguns destes vocábulos poderão um dia vir a ser grafados pelos nossos dicionaristas ou lexicógrafos. Acabámos, por exemplo, de propôr a inclusão do vocábulo "grã-tabanqueiro" no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa" (que, com alguma frequência, cita o nosso blogue).

Eis o texto que lhes mandámos:

No blogue, lusófono, coletivo, que eu criei em 2004 e que dirijo, com um equipa de editores e colaboradores, “Luís Graça & Camaradas da Guiné”, é usado o vocábulo “grã-tabanqueiro/a” para designar os membros da rede social a que chamamos “Tabanca Grande”… Originalmente era uma tertúlia (virtual) e os seus membros tratavam-se por “tertulianos”. 

A própria Tabanca Grande (que reúne antigos combatentes da guerra colonial, em especial da Guiné) deu origem a outras “tabancas” (de Matosinhos, do Centro, da Linha, dos Melros, da Maia, de Faro, de Porto Dinheiro, etc.)… Os seus membros tratam-se por “tabanqueiros”… “Grã-tabanqueiro” ( e não “grão-tabanqueiro”) é o que  pertence “formalmente“ à Tabanca Grande… E são já 773, entre vivos e mortos…

Uma pesquisa no Google, com a expressão “grã-tabanqueiro”, dá-nos cerca de 18900 resultados. Este blogue também é fértil em “novos vocábulos”, ligados à guerra colonial e à Guiné, como por exemplo “alfabravo” (obrigado) ou “camarigo” (camarada e amigo). Temos cerca de 400 “abreviaturas,siglas, acrónimos, expressões idiomáticas, gíria, calão, crioulo”, em uso no blogue…

 O blogue, com 14 anos, tem em média um milhão de visualizações de páginas por ano, e vai a caminhos dos 19 mil “postes” publicados…

Em bom português nos entendemos. O Mundo é Pequeno e a Nossa Tabanca… é Grande. Mantenhas,

Luís Graça

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Nota do editor:

sexta-feira, 23 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18450: O nosso blogue em números (52): 90 mil visualizações de página / visitas nos últimos 30 dias, 3 mil por dia...



Às 21h50 de ontem, o Blogger, o nosso servidor, dava-nos esta informação (estatística) sobre o movimento do blogue, nos últimos 30 dias  (de 21/2/2018 a 22/3/2018:

(i) tivemos um total de 90158 visualizações / visitas (o que dá uma média diária de 3 mil);

(ii) os valores diários variaram, nesse período,  entre 2222 (mínimo), em 3 de março, e 5379 (máximo),  em 21 de março de 2018;

(iii) 72,5% das visualizações vieram de 5 países: Portugal (28,3%), Reino Unido (16,5%), França (15,2) e EUA (12,5%);

(iv) atingimos ontem os 8,5 milhões de visualizações de página, de acordo com o contador do Blogger (que está ativo desde julho de 2010);

(v) a este valor temos que  acrescentar o "saldo histórico" de 1,8 milhões de visualizações, registadas outro contador (entre abril de 2004,  início do blogue,  e julho de 2010);

(vi) o total de visualizações de página é, pois, de 10,3 milhões, desde o início do blogue;

(vii) com um total de 269 postes publicados, desde o início do ano de 2018 até hoje, a média diária é de 3,3 postes;

(viii) desde o início deste ano, foram feitos cerca de 1150 comentários, o que dá uma média 4,4 comentários por poste... Total (histórico) de comentários: 71 843;

(ix) temos 609 seguidores do nosso blogue;

(x) o número total de membros registados na Tabanca Grande, aqui no blogue, é de 766 (dos quais 61 já faleceram).

Estes números só dizem respeito ao blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, não incluem a página do Facebook, Tabanca Grande Luís Graça (os "amigos facebook...eiros" são 2740).

Recorde-se que temos um "livro de estilo", um conjunto de regras que não se aplicam ao Facebook. Ser "amigo do Facebook" não significa ser membro, automaticamente, da Tabanca Grande.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16571: Blogoterapia (281): o nosso blogue, um excecional serviço público ao dispor de todas as gerações, nacionais ou além fronteiras, onde se escreve e faz ciência histórica (Jorge Araújo)



Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 / BART 3873  (Xime e Mansambo, 1972/1974); doutorado pela Universidade de León (Espanha) (2009),  em Ciências da Actividade Física e do Desporto; professor universitário, no ISMAT (Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes),
Portimão, Grupo Lusófona.



1. Mensagem do nosso grã-tabanqueiro Jorge Araújo, com data de 5 de outubro de 2016 às 22:37

Caro Luís,

Boa noite.

Depois da comemoração de uma efeméride com cento e seis anos [, o 5 de outubro de 1910], eis a minha resposta ao teu contacto do final da tarde.

Não tens que agradecer a minha participação [no blogue], pois ela inscreve-se no quadro de partilha e de aprofundamento de conhecimentos, enquanto for possível, neste caso os relacionados com as nossas vivências no conflito da Guiné que, quis o destino, nele estivessemos envolvidos como actores principais... com cenários impregnados de emoções e outras tantas tensões que ainda hoje guardamos no baú das nossas memórias.

A minha persistência, que valorizas no comentário, é um gesto menor quando comparada com a tua, a de manter vivo o espaço plural que dá sentido à existência do nosso blogue, que considero um excepcional serviço público ao dispor de todas as gerações, nacionais ou além fronteiras. onde se escreve e faz ciência histórica.

No entanto, ambas as persistências são um elemento fundante da natureza humana, enquanto processo e projecto de vida, pois são a parte visivel da intencionalidade operante de cada um de nós, ou seja,, parte da intenção à acção., onde acontece superação e transcendência, de que é exemplo paradigmático a actividade física e o desporto (motricidade humana).

Porque um conflito, seja qual for o fundamento da divergência que o justificou, tem, no mínimo, dois poderes com interesses antagónicos, como é o caso em apreço. Assim, o meu propósito foi e continuará a ser o de continuar a dar conta dos factos históricos de cada um dos lados do conflito, transformando-os em factos comuns... pois a verdade é o todo...

Desculpar-me-ás, mas apetece-me citar Karl Popper (1902-1994) para enquadrar/sintetizar o que acima redigi:

 "Penso que só há um caminho para a ciência ou para a filosofia: encontrar um problema, ver a sua beleza e apaixonar-se por ele; casar e viver feliz com ele até que a morte vos separe - a não ser que encontrem um outro problema ainda mais fascinante, ou, evidentemente, a não ser que obtenham solução" (...)

É isso que iremos continuar a fazer.

Um abraço,, e até breve.

Jorge Araújo
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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16388: Blogoterapia (280): Amizades e Memórias que o tempo vai esfumando (Francisco Baptista, ex-Alf Mil da CCAÇ 2616 e CART 2732)