Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 2590. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 2590. Mostrar todas as mensagens

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12726: Tabanca Grande (428): Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Os Lacraus (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70), grã-tabanqueiro nº 648



Guiné > Zona leste > Contuboel > Centro de Instrução Militar > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > O fur mil Valdemar Queiroz



O Valdemar Queirioz, foto atual



T/T Timor > 1969 > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > "Da esquerda para a direita, o Pechincha, o Queiroz e Duarte"



Guiné > Zona leste > Contuboel > Centro de Instrução Militar > CART 2479 / CART 11 (1969/70)  > O fur mil Queiroz, com os jovens recrutas Cherno, Sori e Umaru.


Fotos (e legendas): © Valdemar Queiroz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complemenetar: L.G.]


1. Mensagem de Valdemar Queiroz, com data de 9 do corrente:


Ora viva, caro Luís Graça!

Eu sou o ex-Furriel Mil Valdemar Queiroz, da CART 2479 / CART 11, "Os Lacraus" (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá,Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70).

Tenho acompanhado a Tabanca Grande desde que o Abílio Duarte entrou nela,  o que me deixou cheio de querer, também, ser um Tabanqueiro,

O que será feito do Cândido Cunha ?  Wntramos prá tropa em Santarém (10/07/67) e na EPC onde  até os ilhós das botas por onde passavam os atacadores tinham que ser areados!

Faz este mês 45 anos, em 18/02/69, da partida da rapaziada prá Guiné.
Em anexo um texto, despretensioso e como eu vi aquele tempo.

Noutro e-mail que, depois vou enviar, vão umas fotos daqueles tempos.



2. Comentário de L.G. [, ex-fur mil ap armas pes inf, CCAÇ 2590, Contuboel, jun/jul 1969, na foto,  à esquerda, com o Renato Monteiro, passeando de piroga no Rio Geba]:

Caro Queiroz, estivemos juntos em Contuboel, desde 2 de junho a 18 de julho de 1969 (e não erro), Eu fazia parte da CCAÇ 2590, futura CCAÇ 12 (colocada depois no setor L1, Bambadinca, onde fizemos a comissão, como unidade de intervenção.

Não me levas a mal se eu te disser que, pelo teu nome, já não ia lá... Com as fotos de Contuboel, acende-se um luzinha ao fundo do túnel... Da foto que me envias com três jovens recrutas, o Umaro Baldé, o mais puto de todos, reconheço-o de imediato. Não devia ter mais do que 16 anos. Fumava cachimbo para passar por "homem grande"... Não sei como é que ele - e outros, que eram ainda crianças! - passaram pelo "crivo" da tropa... O Cherno e o Sori também, podem ter ido parar à minha CCAÇ 12, mas não tenho a certeza...

Tivemos, na 3ª secção (fur mil José Sousa Vieira), do  3º Gr Comb (alf mil Abel Maria Rodrigues), o soldado 82109669 Cherno Baldé, de etnia fula... Era municiador da  Metr Lig HK 21m e o Sold 82109269,  Sori Jau, também fula, apontador de Dilagrama.

Também tivemos, na 1ª secção (fur mil Joaquim Augusto Matos Fernandes), do 4º Gr Comb (alf mil José António G. Rodrigues, já falecido), o Sold 82115269 Cherno Baldé, fula, ap Metr Lig HK 21.

O Sold 82115869 Umarú Baldé (Ap Mort 60), fula (já falecido, depois de viver na Amadora), pertencia ao 4º Gr Comb, 2ª secção (fur mil António Fernando R. Marques),

Na 3ª secção do 4º Gr Comb, havia um outro Sori Baldé, fula, Sold 82111069...

De qualquer modo, querido camarada de Contuboel, deste a recruta aos nossos 100 soldados do recrutamento local, oriundo dos regulados de Badora e de Cossé, que passaram depois para a CCAÇ 2590/CCAÇ 12. Fomos nós que lhes demos a instrução de especialidade e a IAO.

É com enorme alegria que te recebo na Tabanca Grande,  tão grande que cabemos cá todos, os camaradas que passaram pela Guiné desde 1961 até 1974, e que estiveram no noete e no sul, no leste  e no oeste.  Da tua companhia cá temos, pelo menos, o Renato Monteiro e o Abílio Duarte, dois nomes que me vêm logo à memória... Mas também o António Baldé, 1º cabo, fula, que é capaz de ser ainda do teu tempo... e que é natural de Contuboel! (É é agora meu vizinho... e "compadre", já que somos "padrinhos" da sua filha, a Alicinha do Cantanhez)... E ainda outros que passaram pela CART 11, mais tarde CCAÇ 11...

Valdemar, conheces as "regras do jogo" do nosso blogue... Vamos de seguida publicar o texto e as fotos  que mandaste.  Passas a ser o grã-tabanqueiro nº 648, e a ter direito a sentares-te sob o nosso poilão, mágico, fraternal e protetor. Manda também, ao Carlos Vinhal, editor de serviço 24 horas por dia, o teu contacto telefónico (telemóvel ou telefone fixo, só para uso interno, não devendo ser divulgado no blogue, a menos que autorizes).
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 15 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12723: Tabanca Grande (427): António Cândido da Silva Medina, ex-Fur Mil Inf da CART 527 (Teixeira Pinto e Pelundo, 1963/65)

terça-feira, 26 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11314: Álbum fotográfico de Abílio Duarte (fur mil art da CART 2479, mais tarde CART 11/ CCAÇ 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70) (Parte VIII): Contuboel, 1969, longe do Vietname


Foto s/ nº > Abílio Duarte em Contuboel, 1969


Foto s/ nº > Abílio Duarte em Contuboel, 1969: "A capelinha na vila"



Foto s/ nº > Malta da futura CART 11. Contuboel, 1969



Foto s/ nº > O Alf Pinheiro e os seus dois furrieis [, o Abílio é o primeiro]


Foto s/ nº > Contuboel, 1969: "Eu, o Macias, o Pais, o Abílio Pinto, o Aurélio Duarte... Saudades desta rapaziada"...


Foto s/ nº > Contuboel, 1969: "O meu pelotão de instrução. Alguns foram depois para a CCAÇ 12"



Foto s/ nº > Contuboel, 1969: Parada


Foto s/ nº > Praia fluvial de Contuboel...Mlalta da CART 11...Vê-se o Pechinha...


Guiné > Zona Leste > CART 2479/CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Piche, Paunca, 1969/71) >  Contuboel >  1969


Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complemenetar: L.G.]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Abílio Duarte, ex-fur mil art da CART 2479 (mais tarde CART 11 e finalmente, já depois do regresso à Metrópole do Duarte, CCAÇ 11, a famosa
companhia de “Os Lacraus de Paunca”) (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70). (*).

Estas fotos são respeitantes a Contuboel, que era vila e posto administrativo. Tinha uma praia fluvial e belas tabancas, cheias de poilões. Fulas e mandingas coabitavam pacificamente. Contuboel era um oásis de paz, no meu tempo (e no tempo do Abílio Duarte, que esteve lá mais tempo que eu).

Segundo me disse o novo grã-tabanqueiro António Baldé, Contuboel nunca foi atacada durante a guerra. Recordo-me de andarmos desarmados num raio (ou diâmetro ?) de 15 km.  Ia-se a Sonaco, a norte, ou a Bafatá, a sul, nas calmas. Talvez por isso o Com-chefe tenha escolhido Contuboel para Centro de Instrução Militar da nova força africana. Bolama continuou a funcionar: formaram-se lá as CCAÇ 13 e 14. Em Contuboel, formaram-se as futuras CCAÇ 11 e 12.

Recordo-me de referir Contuboel como sendo "longe do Vietname", "far from the Vietnam"... Se calhar era uma visão idealizada do lugar, de qualquer modo tenho de Contuboel as minhas melhores recordações da Guiné... O inferno veio depois, ou conheci-o depois... (LG)

_____________

Nota o editor:

Último poste da série > 20 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11281: Álbum fotográfico de Abílio Duarte (fur mil art da CART 2479, mais tarde CART 11/ CCAÇ 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70) (Parte VII): Bafatá, uma piscina para três mil...

domingo, 24 de junho de 2012

Guiné 63/74 – P10068: Convívios (456): 6º Encontro-Convívio do pessoal das unidades adstritas ao BART 2917, Guimarães, 23 de Junho de 2012 (Benjamim Durães)



1. O nosso Camarada Benjamim Durães, que foi Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 – Bambadinca -, 1970/72, enviou-nos notícias da festa do convívio anual do BART 2917 e unidades adstritas: 

6º ENCONTRO-CONVÍVIO 
GUIMARÃES
23 de Junho de 2012 



Camaradas, 


Realizou-se no passado dia 23 de Junho, na Penha em Guimarães, o 6º Encontro-Convívio da CCS/BART 2917, cuja organização esteve a cargo do Manuel Ribeiro (Pechincha) do Mário Teixeira (Sacristão) e do Durães, que reuniu 60 combatentes da Guiné (3 da CArt 2714, 3 da CArt 2715, 1 da CArt 2716, 1 do Pel Caç Nat 63, 1 do Pel Mort 2268, 2 da CCaç 12, 1 da Cart 3493 que foi mais tarde transferido para a CCaç 12, 1 da CCS do BCaç 4612/74, 1 da CCav 8350/72, 1 da CCaç 4540 e 45 da CCS/BArt 2917), num total de 114 convivas. Neste convívio tivemos a presença de 14 novos combatentes.

No fim do almoço, fomos visitados pelos nossos Camaradas Casimiro Carvalho, Eduardo Campos e Magalhães Ribeiro, que se aliaram aos demais convivas, onde se incluíam alguns dos tertulianos: Jorge Cabral, Luís Moreira, José Almeida e António Duarte. 

ATENÇÃO: O 7º Encontro-Convívio ficou marcado para Maio de 2013 em Viseu


Os Combatentes das diversas Unidades presentes

Os Combatentes, seus familiares e Amigos 

Aspecto do salão com os convivas 

 Eu com a esposa e 2 netos (Flávio e Rafael)


Luís Moreira, Benjamim Durães, Eduardo Campos e Virgílio (Amigo que o Eduardo Campos não via há 20 anos)


 Magalhães Ribeiro, Luís Moreira, Jorge Cabral, Benjamim Durães, António Duarte, Casimiro Carvalho, Virgílio e Eduardo Campos
 Dr. Vilar (médico do BART 2917), Torres, Carvalho e Campos

Jorge Cabral, Casimiro Carvalho, Magalhães Ribeiro e Benjamim Durães 

Um abraço,
Benjamim Durães 
Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917
___________ 
Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 


domingo, 3 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P9989: Convívios (442): 6º Encontro-Convívio do pessoal das seguintes unidades: CART 2714; CART 2715; CART 2716; CCAÇ 12 / CCAÇ 2590; PEL CAÇ NAT 52; PEL CAÇ NAT 54; PEL CAÇ NAT 63; PEL REC DAIMLER 2206; PEL REC DAIMLER 3085; PIAD 2189; PIAD 3050; PEL MORT 2106; PEL MORT 2268; 20º PEL ART – GA 7 e PEL ENG do BENG 447 (Benjamim Durães)



1. O nosso Camarada Benjamim Durães (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 – Bambadinca -, 1970/72), solicita-nos a divulgação do próximo convívio anual das seguintes unidades: 



6º ENCONTRO-CONVÍVIO
GUIMARÃES - 23 de Junho de 2012

Camarada de armas e Amigo, 



O 6º ENCONTRO-CONVÍVIO da CCS do BART 2917, extensivo a familiares, amigos e às unidades militares que estiveram sob o comando do BART 2917, entre Maio de 1970 e Fevereiro de 1972, designadamente a CART 2714; CART 2715; CART 2716; CCAÇ 12 / CCAÇ 2590; PEL CAÇ NAT 52; PEL CAÇ NAT 54; PEL CAÇ NAT 63; PEL REC DAIMLER 2206; PEL REC DAIMLER 3085; PIAD 2189; PIAD 3050; PEL MORT 2106; PEL MORT 2268; 20º PEL ART – GA 7 e PEL ENG do BENG 447 (este destacado no cais de Bambadinca), realiza-se este ano na cidade de Guimarães no próximo dia 23 DE JUNHO DE 2012. 

A concentração está marcada para a Penha a partir das 09,00 horas e a deslocação para o “Restaurante da Montanha” sito na Estrada Nacional 101-2, na Penha será por volta das 12,30 horas. 

O custo deste nosso 6º Encontro-Convívio é de 37,00 Euros por adulto e de 20,00 Euros por crianças. 


A inscrição deverá ser efectuada até 14 de Junho, para:
  • BENJAMIM DURÃES 
  • RUA AUGUSTO CARDOSO, Nº 6 – 1º 
  • 2900-255 SETÚBAL 
  • Telemóvel – 93 93 93 315. 
Para pernoitar sugerimos: 

HOTEL IBIS 
Avenida Conde Margeride, nº 12 – Creixomil 
4810-537 GUIMARÃES 
Telefone – 253 424 900 
Preço – 42,00 euros sem pequeno almoço 

HOTEL FUNDADOR 
Avenida D. Afonso Henriques, nº 740 
4810-912 GUIMARÃES 
Telefone – 253 422 640

HOTEL GUIMARÃES 
Rua Eduardo Manuel de Almeida 
4810-911 GUIMARÃES 
Telefone - 253 424 800 
Contactar D. Ana Costa (Departamento Comercial) da parte de Manuel Ribeiro “Pechincha” 
Preço – quarto single – 65,00 Euros com pequeno almoço 
Preço – quarto duplo – 70,00 Euros com pequeno almoço 

HOTEL DA PENHA 
(17 quartos de 3ª categoria) 
Rua Nossa Senhora da Penha 
Costa / Guimarães 
4810-038 GUIMARÃES 
Telefone – 253 414 245 

A Organização está este ano a cargo de 

- Benjamim Durães 
- E-Mail - duraes2900@hotmail.com
– Telemóvel 93 93 93 315 

- Manuel Ribeiro “Pechincha” 
– Telemóvel 96 549 58 14 
- Telefone 253 522 087, e 

- Mário Teixeira “Sacristão” 
- E-Mail – mario.augusto@petrotec.pt
– Telemóvel 96 761 50 92. 
___________ 
Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Guiné 63/74 - P8758: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (46): Luís Monteiro, a viver no Porto, ex-1º Cabo Condutor Auto da CCAÇ 2590/CCAÇ 12, feliz por reencontrar, 40 anos depois, camaradas do seu tempo de Contuboel e Bambadinca (Maio/Setembro de 1969)...

1. Comentário, de 30 de Junho último, de Luís Monteiro, ao poste P6369:

Eu, Luis Monteiro (Porto), também pertenci à Companhia de Caçadores 2590 - 1969/1971- Guiné.  Era 1º Cabo Condutor Auto.


Fiquei emocionado ao deparar com o trabalho feito pelo camarada Luís Graça, tive a oportunidade de rever e reconhecer alguns camaradas, como o [Humberto] Reis, o [António] Levezinho, o Jaló, o  [o 2º sargento Alberto Martins] Videira, entre outros.


Talvez não se lembrem de mim, pois a minha estadia com vocês foi curta, no dia 19 Setembro de 69 fui destacado para Bissau e aí fiquei até ao fim da comissão. No entanto, ficava feliz por rever alguém desse tempo.


O meu contacto é luis_jmonteiro@sapo.pt.


Saudações amigas.


2. Comentário de L.G.:


É verdade, Luís Monteiro, o teu nome consta da composição orgânica da CCAÇ 2590, uma companhia independente constituída apenas por quadros e especialistas, de origem metropolitana, num total de meia centena, que estará na origem da futura CCAÇ 12 (a partir de 17 de Junho de 1970)...

1º Cabo Cond Auto Luís Jorge M.S. Monteiro [, com a indicação de que vivias...em Vila do Conde];

Eras o único 1º Cabo Cond Auto, não sei por que é que o Cap Inf Carlos Brito te deixou "fugir" para Bissau, uma história que poderás depois contar melhor, aqui no nosso blogue... Não sei se te lembras de alguns dos camaradas condutores auto que vieram contigo (e comigo) no Niassa, de 24 a 30 de Maio de 1969... Aqui vai a lista (alguns vou-os encontrando anualmente; tens fotos deles aqui no nosso blogue):

Sold Condutor Auto António S. Fernandes [, morada actual desconhecida];

Sold Cond Auto Manuel J. P. Bastos [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Manuel da Costa Soares [, morto em, mina A/C, em Nhabijões, em 13/1/1971];
Sold Cond Auto Alcino Carvalho Braga [, vive em Lisboa];
Sold Cond Auto Adélio Gonçalves Monteiro [, comerciante, em Castro Daire;  (organizador do nosso 15º enconcontro, o 15º, em Castro Daire, em 2009];
Sold Cond Auto João Dias Vieira [ vive em Vil de Souto, Viseu];
Sold Cond Auto Tibério Gomes da Rocha [, vivia em Viseu, faleceu em 6/12/2007];
Sold Cond Auto António S. Fernandes [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Francisco A. M. Patronilho [, vive em Brejos de Azeitão];
Sold Cond Auto Manuel S. Almeida [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto António C. Gomes [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Fernando S. Curto [, vive em Vagos];
Sold Cond Auto Aniceto R. da Silva [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Diniz Giblot Dalot [, empresário, vive em Aljubarrota, Prazeres];
Sold Cond Auto Manuel G. Reis [, morada actual desconhecida]...

É possível que ainda te lembres dalguns destes 1ºs cabos, que vieram contigo (e comigo) deste o Campo Militar de Santa Margarida onde formámos companhia (alguns também poderás encontrá-los no nosso blogue):

1º Cabo Aux Enf José Maria S. Faleiro [, morada actual desconhecida]; 
1º Cabo Aux Enf Fernando Andrade de Sousa [, vive na Trofa]; 
1º Cabo Aux Enf Carlos Alberto Rentes dos Santos [, vive em Amarante]; 
1º Cabo Trms Inf António Domingos Rodrigues [, vive em Torres Novas]; 
1º Cabo Cripto António José Damas Murta [, vive em Coimbra]; 
1º Cabo Cripto Gabriel da Silva Gonçalves [, vive em Lisboa]; 
1º Cabo Manut Material João Rito Marques [, vive no Souto, Sabugal; ]; 
1º Cabo Mec Auto Renato B. Semedos (ou Semedeiros ?) [, vivia na Reboleira, Amadora]; 
1º Cabo Mec Auto António Alves Mexia [, morada actual desconhecida]; 
1º Cabo Escriturário Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares[, morada actual desconhecida]; 
1º Cabo Radiotelegrafista Manuel da Graça S. Zacarias [, morada actual desconhecida]; 
1º Cabo Corneteiro Manuel Joaquim Martins Ferreira [, morada actual desconhecida]; 
1º Cabo Cozinheiro José Campos Rodrigues [, morada actual desconhecida]; 
1º Cabo Apont de Armas Pesadas José Manuel P. Quadrado [, vive na Moita]; 

A estes tens que acrescentar os operacionais, que enquadravam os 4 grupos de combate da companhia (ver aqui).

Viemos juntos no Niassa, estivemos juntos em Contuboel (nos meses de Junho e Julho) e ainda estivemos juntos em Bambadinca, nos dois meses seguintes, ao tempo do BCAÇ 2852 (1968/70). Não me levas a mal não de lembrar de ti. Já lá vão mais de 40 anos!... Mas fico feliz por te ver feliz ao reencontrar, através do nosso blogue, caras conhecidas e amigas desse teu/nosso tempo de menino(s) e moço(s)...

A malta que esteve em Bambadinca, no nosso tempo (1969/71), tem-se vindo a encontrar todos os anos, desde 1994. O próximo encontro, em 2012, se não me engano, será no Porto justamente a cidade onde agora tu vives. Vê então se apareces. A melhor maneira de ires tendo notícias da malta é inscreveres-te no nosso blogue. Manda as duas fotos da praxe, uma antiga e outra actual, e conta-nos um pouco mais das tuas memórias do tempo em que estivemos juntos na Guiné (desde Maio a Setembro de 1969). Tens fotos desse tempo ? De Contuboel, de Bambadinca, de Bissau ? Podes digitalizar aquelas que achares com mais interesse documental e mandá-las, por mail, para a nossa caixa de correio: luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com

Boa saúde! Bons reencontros!... Um grande Alfa Bravo para ti. Luís Graça
_______________

Nota do editor:

Último poste da série > 22 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8694: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (45): O António Teixeira (ex-Alf Mil, CCAÇ 6, Bedanda, 1972/73) por terras da Lourinhã...

sábado, 29 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6490: A minha CCAÇ 12 (3): A única história da unidade, no Arquivo Histórico-Militar, é a que cobre o período de Maio de 1969 (ainda como CCAÇ 2590) até Março de 1971... e foi escrita por mim, dactilografada e policopiada a stencil (Luís Graça)



Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Cambança de uma bolanha, na região do Xime, no decurso (?) da Op Boga Destemida, em Fevereiro de 1970, em que participarama 3 Gr Comb da CCAÇ 12 (Desta A) e forças da CART 2520 (Xime), reforçadas pelo Pel Caç Nat 63 (comandado pelo Alf Mil Art Jorge Cabral) (Dest B). Essa operação saldou-se por 2 mortos e meia dúzia de feridos (entre graves e ligeiros, entre eles o meu amigo 1º Cabo Galvão, que foi ferido na coaxa com um tiro, quando em maca, lesionado, transportado por quatro camaradas, à altura do capim (*)...

Vendo melhor a foto, parece-me improvável que tenha sido no decurso da Op Boga Destemida... Em primeiro palno, vê-se o 1º Cabo Valente, ferido por estilhaços de morteiro em Janeiro de 1970 (Op Borbeleta Destemida)...Depois estamos já na época seca... É possível que a foto (aliás, um diapositivo) tenha sido tirado ainda em 1969, no final da época das chuva, que também de intensa actividade operacional... Infelizmente não tenho as legendas das magníficas imagens que o Arlindo Roda teve a gentileza de me mandar, através do Benjamim Durães (CCS / BART 2917, 1970/72).

Ainda em 2º plano, vê-se o Fur Mil At Inf Roda, o Alf Mil Op Esp Francisco Moreia (comandante do 1º Gr Comb). Atrás deles, descortinam-se ainda as cabeças dos Fur Mil Humberto Reis e António Branquinho.

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Direitos reservados




 1. Realizou-se hoje, em Vila do Conde, o 39º Convívio Anual da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/72). Quero dizer aos camaradas que nos substituíram, aos primeiros quadros e especialistas metropolitanos (que integraram a CCAÇ 2590, mais tarde CCAÇ 12), que há uma história da nossa unidade (HU), escrita por mim, respeitante ao período de Junho de 1969 / Março de 1971... É o único período em que há uma HU da "nossa" CCAÇ, segundo o Arquivo Histórico-Militar.

A história da CCAÇ 12 também tem uma história que merece ser contada:

(i) Escrita por mim, contou com a cumplicidade e a colaboração de vários camaradas, milicianos, incluindo um sargento do quadro: já não está no activo, vive em Évora, e faço questão de mencionar seu nome, o Sargento Piça, o Grande Piça, para os amigos!...

(ii) Oficialmente, o documento não tem (nem podia ter) autor, mas é unanimemente reconhecido que foi escrita por mim;

(iii) Mais, foi-me pedida expressamente pelo comandante da companhia, o afável Capitão Inf Carlos Brito (que hoje vive em Braga, e é coronel na reforma, devendo estar na casa dos 77/78 anos; não tem aparecido aos últimos encontros da companhia; não o vejo desde 1994, data do nosso 1º primeiro encontro, em Fão, Esposende;

(iv) O então Cap Brito (em vésperas de ser promovido a major, se não mesmo já major) não autorizou a sua divulgação, nem muito menos o comando do batalhão de quem estávamos hierarquicamente dependentes, o BART 2917, a partir de Junho de 1970 até Fevereiro de 1971); alegava ter informação "classificada" (o que era inteiramente verdade);

(v) Um versão, escrita e impressa à luz do dia, a stencil, na secretaria da companhia, foi discretamente distribuída aos alferes e furriéis milicianos (mesmo assim, não sei se a todos...), numa tiragem necessariamente reduzida, na véspera da partida; como era sabido, os quadros metropolitanos e os especialistas da CCAÇ 12, num total de 50, eram de rendição individual;

(vi) Em 1994, quando reencontrei o meu antigo Capitão, agora Cor Ref, dei-lhe conta desta deslealdade que cometi em Março de 1971 (julgo que foi a única, em relação a ele).



O único louvor que tive na tropa e onde se referência à elaboração da história da unidade... Foi coisa que nunca mostrei a ninguém. Pensando bem, deveria ter razões para sentir-me honrado pela distinção...  Reprodução da página 12 da minha caderneta militar...

Foto: © Luis Graça (2010). Direitos reservados


Na I Série do nosso blogue, fiz questão de dizer que gostaria que aquele documento tivesse podido chegar às mãos de todos os meus camaradas, incluindo os nossos soldados e cabos metropolitanos. E até às mãos dos africanos, embora muito poucos (dois ou três) soubessem ler e escrever. Infelizmente, não chegou. Verifico agora que, no período de 1971/72, em que estiveram à frente da Comopanhia o Cap Inf Celestino Ferreira das Costa e depois o Cap QEO Humberto Bordalo Xavier já havia mais 1ºs cabos, para além do José Carlos Suleimane Baldé, a quem eu ajudei a fazer a 4ª classe, eu e outros camaradas como o Marques.

Sobre a divulgação, aqui, no nosso blogue, de partes desse documento, eu quero de novo declarar que a nossa actuação na Guiné não teve nada de heróico. Como muitas outras subunidades, cumprimos a nossa missão, pese embora o facto de eu julgar que fomos duramente explorados pelos batalhões que estiveram sediados em Bambadinca.

E a releitura da história da CCAÇ 12, sob o comando do Cap Inf Carlos Brito (foto à esquerda)  vem confirmar, à distância de quase 40 anos, essa primeira impressão de quem, como eu, tendo sido actor, não pode ser advogado em causa própria. Procurei, mesmo assim, ser o mais possível objectivo, ou pelo menos factual, e distanciar-me dos acontecimentos que, muitos dos quais, eu próprio vivi como combatente sui generis (não levava granadas à cintura, andava com a G3 em posição de segurança...).

Cumprimos a nossa missão, com sangue, suor e lágrimas (um dos slogans preferidos dos nossos camaradas que faziam tatuagens no corpo). Recordo-me de algumas tatuagens: Guiné 69/71: Amor de mãe ou Guiné 69/71: Sangue, suor e lágrimas (Seria interessante estar esta forma de comunicação...).

Partimos tal como chegámos: discretamente. Na Guiné fomos amigos e solidários uns dos outros. Honrámos a Pátria, mesmo discordando (alguns, como eu) daquela guerra. Batemo-nos com dignidade e até coragem. Um terço dos operacionais foi ferido em combate. Fomos uma das primeiras unidades da nova força africana, criada por Spínola. Deixámos lá a nossa juventude...

Em contrapartida, nunca mais soube nada dos meus, dos nossos, soldados africanos. Soube há dias do José Carlos Suleimane Baldé. Soube há anos que o Umaru Baldé tinha morrido, em Portugal, de doença. (Era o puto da nossa Companhia, o nosso benjamim, não teria mais de 16 anos, quando nos foi entregue em Contuboel). Soube, com tristeza, que o Abibo Jau (entretanto tranferido para a CCAÇ 21, comandada pelo Cap Comando Graduado Jamanca e e onde terminou a sua carreira militar o Aferes Comando Graduado Amadu Djaló, membro da nossa Tabanca Grande) tinha sido fuzilado, com o Jamanca, em Madina Colhido... Portugal abandonou-os à sua sorte depois da nossa saída em Setembro/Outubro de 1974. Nós abandonámo-los à sua sorte. E isso dói-me, isso ainda nos dói...


A partir de 18 de Julho de 1969, finda a instrução de especialidade, a CCAÇ 12 foi dada como operacional, sendo colocada em Bambadinca (Sector L1), como subunidade de intervenção e reserva do CAOP2 (Bafatá), ficando pronta a actuar às ordens de qualquer um dos sectores da Zona Leste da Guiné (em especial dos Sectores L1, L3 e L5). Durante a sua primeira comissão (1969/71), actou sobretudo no Sector L1 (Bambadinca, correspondente ao triângulo Bambadinca-Xime-Xitole, mas incluindo também, a norte do Rio Geba, o regulado Cuor onde começava o famoso corredor do Morès...).

 Em Março de 1973,  rendeu a CART 3494 / BART 3873 (1972/74),  passando a subunidade de quadrícula, aquartelada no Xime, e por lá terá ficado até ao fim da guerra (às ordens do BCAÇ 4616/73). Tal significou que os nossos soldados africanos, ou uma boa parte deles (exceptuando os mortos, os feridos graves, os inoperacionais...), fizeram três anos e nove meses como força de intervanção (andaram no mato com a canhota...) e mais um ano e tal, aquartelados no Xime (de Abnril de 1973 até à extinção, em Agosto de 1974). No mínimo, cinco anos de tropa, ao serviço dos tugas. A esse tempo deveria acrescentar-se os meses e os anos em que, muitos deles, foram milícias nas suas pobres tabancas dos regulados do Cossé, Xime, Badora e Corubal, organizadas em autodefesa...

Em Julho de 1969 (e até Junho de 1970), o dispositivo das NT no Sector L1 era o seguinte:

(i) Comando e Companhia de Comando e Serviços do BCAÇ 2852 (Bamdabinca, 1968/70);
(ii) Forças de intervenção (Bambadinca): CCAÇ 12 (1969/71); Pelotão de Caçadores Nativos 53;
(iii) Subunidades em quadrícula do BCAÇ 2852: CCAÇ 2520 (Xime), 2339 (Mansambo) e 2413 (Xitole)

Havia ainda a considerar o Pelotão de Cavalaria Daimler (Bambadinca), o Pel Caç Nat 52 (Missirá) e 63 (Fá Mandinga), além das forças militarizadas (pelotões de milícias aquarteladas em Taibatá, Dembataco e Finete).

Se excluirmos a população fula armada (nas tabancas em autodefesa), no Sector L1 (mais ou menos equivalente à Região do Xitole ou Sector2, para o PAIGC), as NT poderiam ser estimadas em cerca de 1250 homens, o que nos dava uma vantagem , em relação ao IN, de talvez cinco ou seis para um. De resto, estimava-se que, no final da guerra, o PAIGG em todas as frentes não tivesse mais do que 7 mil homens em armas, cinco vezes menos do que as NT.  Em termos de populações controladas, teríamos cerca de 15 indivíduos no Sector L1, enquanto a população, balanta, beafada e mandinga, sob controlo do PAIGC, era estimada em 5 mil, concentrada sobretudo na margem direita do Rio Corubal e na região de Madina/Belel,  a norte do Rio Geba.
________________

Notas de L.G.


(**) Vd. poste anterior desta série >  25 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6466: A minha CCAÇ 12 (2): De Santa Margarida a Contuboel, 5 mil quilómetros mais a sul (Luís Graça)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6466: A minha CCAÇ 12 (2): De Santa Margarida a Contuboel, 5 mil quilómetros mais a sul (Luís Graça)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Fevereiro de 1970 >  Região do Xime >   1º  Grupo de Combate, comandado pelo Alf Mil Inf Op Esp Moreira, no decurso da Op Boga Destemida, uma operação sangrenta...  Foi uma subunidade de intervenção, duramente usada e abusada pelo comando dos BCAÇ 2852 (1968/70) e BART 2917 (1970/72)  (*)


Foto: © Arlindo T. Roda. Direitos reservados


Niassa > Navio misto (carga e passageiros), de 1 hélice, construído em 1955, na Bélgica, registado no Porto de Lisboa, e abatido em 1979. Dados técnicos: comprimento: mais de 151 metros; arqueação bruta: c. 10.742 toneladas; potência: 6.800 cavalos ; velocidade normal: 16,2 nós; alojamentos para 22 em primeira classe, 300 em classe turistica, no total de 322 passageiros; nº de tripulantes: 132; armador; Companhia Nacional de Navegação - Lisboa. Fonte: Navios Mercantes Portugueses (2004)

Sobre o Transporte marítimo de tropas para o Ultramar, pode ler-se no  Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra:

 "Em finais dos anos 50, depois de investimentos públicos de grande envergadura, a marinha mercante portuguesa teve o seu desenvolvimento máximo. Contava, nomeadamente, com 22 paquetes, no total de 167 mil toneladas. Entre eles estavam os quatro gigantes: Santa Maria, Vera Cruz, Príncipe Perfeito e Infante D. Henrique, com cerca de 30 000 toneladas cada, capazes de transportar mias de 1000 passageiros ou mais de 2000 soldados.

 "Muitos destes paquetes foram requisitados em diversas ocasiões para transporte de tropas, muito especialmente na fase inicial da guerra, e as restantes unidades da marinha mercante seriam essenciais para manter o esforço em África. Os paquetes mais requisitados na ligação a África foram o Vera Cruz, o Niassa, o Lima, o Império e o Uíje.

"O Niassa foi o primeiro paquete afretado como transporte de tropas e de material de guerra, por portaria de 4 de Março de 1961, mas seria o Vera Cruz a fazer mais viagens, chegando a realizar 13 num ano. Em 1961, efectuaram-se 19 travessias por nove paquetes em missão militar e o ritmo aumentou à medida que a força expedicionária em África crescia: em 1963, tinham-se efectuado 27 viagens por oito paquetes e, em 1967, 33 por nove. Até 1974, o mar era a grande via de ligação ao império, tendo mais de 90 por cento da carga e de 80 por cento do pessoal metropolitano empenhado na guerra sido transportado em navios" (Fonte: Centro de Documentação 25 de Abril).




Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector de Contuboel > Aquartelamento de Contuboel > Junho de 1969 > CCAÇ 2590/ CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71) > Os 1ºs Cabos Cripto Gabriel da Silva Gonçalves (à esquerda) e José António Damas Murta (à direita), junto ao abrigo de transmissões. Em Junho e Julho de 1969, foi administrada aos futuros soldados (guineenses) da CCAÇ 12 a instrução de especialidade bem como a IAO (LG).

Foto: © Gabriel Gonçalves (2008). Direitos reservados


1.  De Santa Margarida a Contuboel, 5 mil quilómetros mais a sul (**)...

Eis como era a máquina do Exército (burocrática e totalitária, como todas as máquinas dos Exércitos de todo o mundo) nos arrancou, meninos e moços, das nossas terras e nos levou para as bolanhas e matas da selvagem Guiné...

Muitos dos combatentes da "guerra do ultramar" passaram por este percurso, aqui descrito ou advinhado, e nomeadamente os que foram parar ao CTIG (Comando Territorial Independente da Guiné): Campo Militar de Santa Margarida, IAO, viagem nocturna, de comboio, pela linha da Beira Baixa até ao Cais da Rocha de Conde de Óbidos, embarque no Niassa, adeus pai, adeus mãe, adeus amigos e companheiros, adeus minha terra que vou para longe, Tejo meu, Madeira, mar encapelado dos Açores e das Canárias, vómitos e saudades, trópicos, África, Guiné, o insuportável mix calor e humidade de Bissau, a LDG Rio Geba acima, Xime, Bambadinca, Bafatá, Contuboel...

Vale a pena conservar alguns tiques da linguagem castrense da época... Algumas siglas já não as sei descodificar... Era ainda o país de Suas Excelências. E do respeitinho. Da lei e da ordem. O país do Deus, Pátria e Família. Das missas campais e das paradas militares. Do patriotismo (para mim, serôdio e decadente)...

Por muito estranho que pareça, era o nosso país, a nossa pátria, de há 40 anos... Em 3 de Agosto de 1968, Salazar  tinha caído da sua cadeira, depois de mandar o Spínola para a Guiné dois ou três meses antes. Em 27 de Setembro o seu antigo delfim, Marcelo Caetano,  vem substituí-lo na Presidência do Conselho de Ministros.

Em 1969 há ainda quem acredite, ao ler-se o Expresso, na "primavera marcelista"... Em Bambadinca, eu recebia o Comércio do Funchal... e creio que era o único da minha companhia, a par do capitão, que estava inscrito no recenseamento eleitoral, tendo votado nas fraudulentas eleições para a Assembleia Nacional em 26 de Outubro de 1969... Ou melhor: não sei se votei, se votei em branco ou se rasguei o boletim de voto... Creio que o candidato pelo círculo da Guiné era o Pinto Bull, acusado na época de ser um colaboraccionista... Morreu já em 2005, de certo modo injustiçado. Na época, acusei-o, apressadamente, de ser um Tchombé.


2. Mobilização para o CTI da Guiné (***)

Pela nota-circular nº 00864/PM-Pº 18/2590 da Secção de Administração e Mobilização de Pessoal da 1ª Repartição do Estado-Maior do Exército, de 14 de Fevereiro de 1969, era dada ordem para se proceder à mobilização da Companhia de Caçadores 2590, destinada a reforço do Comando Territorial Independente (CTI) da Guiné, e tendo como Unidade Mobilizadora o RI [Regimento de Infantaria] 15.

A mesma nota determinava que os quadros da CCAÇ 2590 seriam do origem metropolitana, sendo o restante pessoal fornecido pelo recrutamento da PU [Província Ultramarina](89 praças, das quais 11 cabos).

A apresentação do pessoal mobilizado pela Metrópole fez-se no Campo Militar de Santa Margarida, de 3 a 8 de Março de 1969. Tirada a Escola Preparatória de Quadros e a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional [IAO], os quadros da Companhia entravam de licença da NNAPU, de 31 de Março a 9 de Abril, ficando prontas para embarque a partir de 11.

A cerimónia de despedida realizou-se no átrio da Capela do CIM, com missa campal, bênção o e entrega dos guiões. O Comandante  [, Excelentíssimo, segundo a linguagem da época, ] do RI 15 proferiu a alocução de despedida às tropas expedicionárias. Imagino o que terá dito, mas já não tenho pachorra para reconstituir...

Tendo embarcado no Niassa a 24 de Maio, juntamente com outras Companhias independentes como a 2591 e 2592 [, futuras CCAÇ 13 e 14,], chegamos ao CTI da Guiné em 29, pelas 21 h, tendo desembarcado no dia seguinte de manhã.

A 31, no Depósito de Adidos, Sua Excia, o Comandante-Chefe das Forças Armadas, Brigadeiro António de Spínola, passa revista às tropas em parada e dirige-lhes palavras de boas-vindas.  Também já não me lembro do discurso, de circunstância, pronunciado naquela inconfundível voz de ventrícola do nosso Homem Grande (Reconhecê-la-ia até no inferno).

Colocados em Contuboel (Sector L2, Zona Leste, a norte de Bafatá, a meio caminho da fronteira norte),  a fim de darmos a segunda fase de instrução ao nosso pessoal africano, embarcamos em LDG [Lancha de Desembarque Grande] para o Xime, a 2 de Junho, tendo seguido depois em coluna auto até ao local destinado. Um dia de viagem, exaustivo, extenuante, com o primeiro grande banho de pó e de emoções: íamos descobrindo a Guiné profunda, da tensa viagem entre o Xime e Bambadinca, com a ponte do Rio Udunduma, recém-dinamitada e parcialmente destruída pela guerrilha, na mesma noite do ataque a Bambadinca (28 de Maio de 1969)...

Os quadros da CART 2479 [futura CART 11 e depois CCAÇ 11, a que pertenceu o meu amigo Renato Monteiro, o homem da piroga] já tinham dado, entretanto, a instrução básica àsas nossas praças africanas, de 12 de Março a 24 de Maio, em Contuboel.

A cerimónia do Juramento de Bandeira realizara-se em Bissau, a 26 de Abril, na presença do Comandante-Chefe (sempre Excelentíssimo). A instrução da especialidade teve início imediatamente a seguir à nossa chegada a Contuboel. Ao longo de um mês e meio, em plena época das chuvas, os nossos graduados aprenderam a conhecer os elementos dos seus futuros grupos de combate.

Integrada na "nova força africana", a futura CCAÇ 12 receberia a visita, durante a semana de tiro,  Brigadeiro António de Spínola que se inteirou pessoalmente do nível de instrução ministrada às nos­sas praças africanas.

Os exercícios finais da especialidade efectuaram-se de 6 a 12 de Julho, a 10 km ao norte de Contuboel. A 18 de Julho, finda a instrução, a CCAÇ 2590 [futura CCAÇ 12] é dada como operacional, sendo colocada em Bambadinca (Sector L1, Zona Leste).

3. A solicitude do Homem Grande

A presença de Spínola, brigadeiro, já com um ano de Guiné, na cerimónia de juramento da bandeira dos soldados da PU (província ultramarina) da Guiné não deixa de ser significativa do seu empenho pessoal no projecto de africanização ou, melhor, guineização da guerra. A futura CCAÇ 12 é uma das primeiras unidades da "nova força africana". Spínola visitar-nos-ia várias vezes, incluindo na nossa semana de campo, em Contuboel. Tal gesto tinha um especial significado para as nossas praças africanas e para alguns de nós, quadros metropolitanos.

Confesso que nunca simpatizei com a personagem. De resto, nunca o escondi. Digo-o, sem com isso querer escamotear ou ignorar o seu papel nas mudanças operadas em Portugal com o 25 de Abril de 1974, nem muito menos ofender os seus admiradores. Para todos os efeitos, é uma figura de referência nacional, e como tal a sua memória deve ser respeitada. Competirá aos historiadores definir o seu papel da nossa história.

Na época em que demos a instrução de especialidade às nossas tropas africanas (de Junho a meados de Julho de 1969), Contuboel era, ainda era, um oásis de paz. Lá ainda se podia brincar às guerras num raio de alguns quilómetros, no meio de uma vegetação luxuriante e de belíssimas tabancas mandingas.

Lembro-me de haver lá uma serração de um empresário português, o que indiciava abundância de madeiras exóticas. Ao longo dessas curtas e rápidas semanas aprendemos a conviver com os nossos soldados fulas (e alguns futa-fulas, dois mandingas e um mancanhe, num total de cerca de 100 homens). A maior parte não falava o português, o que dá uma ideia do grau ou do esforço penetração da nossa cultura, no leste da Guiné, depois de "cinco séculos de missão civilizadora"...).

4. Contuboel, far from the Vietnam

Nestas condições, a instrução de especialidade, como se deve imaginar, não foi nada famosa. Estávamos a milhares de quilómetros do nosso ponto de partida, o Campo Militar de Santa Margarida, onde, ainda me recordo, também brincámos às guerras, e fizemos os nosso roncos (no essencial, assalto aos acampamentos do IN a fingir, e pilhagem de tudo o que era bebível e comestível).

Em plena época das chuvas, ainda em fase de adaptação ao terrível clima da Guiné, hostil a qualquer tuga, em farda nº 3, espingarda automática G3 ao ombro e cartuchos de salva nos bolsos (à cautela, não fosse o diabo tecê-las, os graduados, metropolitanos, levavam alguns carregadores com bala real...)... Estão a imginar esta guerra-de-faz-se-conta ?

Era ainda a dolce vita da Guiné (como eu escreveria no meu diário), aqui e ali perturbada pelas histórias que a velhice nos contava, a nós periquitos, de Madina do Boé e de Guileje, "lá longe no sul" (sic)... A companhia de tugas aquartelada em Contuboel havia participado na dramática operação de retirada do campo fortificado de Madina do Boé, que custara a vida cerca de meia centena de militares portugueses, em finais de 1968; e também na grande Op Lança Afiada, que durante uma semana, em março de 1969, varrera todo o triângulo Bambadinca-Xime-Xitole até ao Rio Corubal (efectivos das NT: 1300 homens, cincoluindo carregadoers...).  Duas histórias já aqui contadas e recontadas...

A 18 de Julho de 1969 , a futura CCAÇ 12 (que, por enquanto, ainda era a CCAÇ 2590) é dada como operacional. Atendendo à origem étnico-geográfica das suas praças, por sugestão do Com-Chefe, ficamos radicados em chão fula, às ordens do Batalhão de Caçadores 2852 (1968/70), com sede em Bambadinca...

A 21 de Julho, menos de dois meses depois da nossa chegada à Guiné, quando ainda nem sequer tinham sido distribuídos os camuflados à nossa tropa africana, temos a nossa primeira "saída para o mato" (sic) , seguida do nosso "baptismo de fogo"...

De facto, em Madina Xaquili, temos o nosso primeiro ferido grave, evacuado para Bissau; e a 28, mais dois feridos graves, numa ataque nocturno àquela aldeia fula que será definitivamente abandonada pela sua população e, mais tarde (em Outubro), pelas NT.

Para três dos nossos soldados africanos, a guerra havia acabado, mal começara: ficarão definitivamente inoperacionais e/ou incapacitados, não sem que um deles tenha de passar, primeiro, por outro inferno, o do Hospital Militar da Estrela, em Lisboa...

Pergunto-me, com amargura, 40 anos depois: o que será feito de vocês, valentes soldados ? Tu, Sori Jau (3º Gr Combate, evacuado para o HM 241); tu, Braima Bá (inoperacional) e tu, Udi Baldé (evacuado para Lisboa e retornado a casa com 35% de incapacidade física), ambos do 2º Gr Comb ?

Madina Xaquili é uma história para contar noutro dia. Ficava perto de Dulombi, no sub-sector de Galomaro que, se não me engano, foi depois transformado em Sector L5 da Zona Leste. Contuboel fazia parte do sector L2.
_______________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 9 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCLXXXVIII: Violenta emboscada em L (Op Boga Destemida, CCAÇ 12, CART 2520 e Pel Caç Nat 63, em Gundagué Beafada, Fevereiro de 1970) (Luís Graça)

 (**) Vd.. primeiro poste da série > 21 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6447: A minha CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971) (1): Composição orgânica (Luís Graça)

(***) 23 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - LXXIV: A nossa mobilização para o CTI da Guiné (CCAÇ 12) (Luís Graça)  

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6447: A minha CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971) (1): Composição orgânica (Luís Graça)



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Natal de 1969 > Sargentos e furriéis da CCAÇ 12 (*) e da CCS do BCAÇ 2852:

(i) da esquerda para a direita, na 1ª fila: o Jaime Soares Santos (Fur Mil SAM, vulgo
vagomestre) (sdize,-me que se formou economia e trabalhava na TAP); António Eugénio da Silva Levezinho (Tony, para os amigos, fez parte dos quadros da Petrogal, vive na Ponta de Sagres, com o amor da sua vida, a Isabel, com quem, se casou nas férias de 1970, tinha ela 17 anos); Fur Mil At Inf; António M. M. Branquinho (nunca mais o vi, era de Évora, trabalhava no Centro Regional de Segurança Social); Fur Mil At Inf; Humberto Simões dos Reis (meu vizinho, de Alfragide, engenheiro técnico, condenado a trabalhar até aos 100 anos); Fur Mil Op Esp; Joaquim A. M. Fernandes, Fur Mil At Inf) (também engenheiro técnico, reencontrei-o o ano passado, em Castro Daire):

(ii) da esquerda para a direita, 2ª fila, de pé: 2º sargento Inf José Martins Rosado Piça (não tenho notícias dele, deve estar com os 70 e muitos anos); Fur Mil Armas Pesadas Inf Luís Manuel da Graça Henriques (conhecido hoje apenas como Luís Graça); um 2º sargento, de cujo nome não me lembro; 1º Sargento Cav Fernando Aires Fragata (deixou-nos ao fim de algum tempo, para seguir o curso de oficias, em Águeda; Fur Mil Enfermeiro João Carreiro Martins (reformou-se como enfermeiro chefe, do Hospital Curry Cabral, foiu meu aluno, tem dois filhos médicos); e um outro 1º sargento de cujo nome também já não me lembro mas que julgo ser da CCS do BCAÇ 2852 (dizem-me que tinha a especialidade de corneteiro)...

Foto: © Humberto Reis (2006). Direitos reservado





Guiné > Zona Leste > Contuboel > Junho de 1969: O 2º Grupo de Combate da CCAÇ 2590 (futura CCCAÇ 12), ainda em período de instrução da especialidade . O 2º Gr Comb era comandado pelo Alferes Miliciano Carlão que aparece na fotografia, na primeira fila, ajoelhado, olhando no sentido oposto ao do fotógrafo. Atrás dele o soldado Arménio, de alcunha o Vermelhinha (era cabo, antes de embarcar mas foi despromovido, por ter apanhado uma porrada da PM). De pé, na terceira fila, os furriéis milicianos Levezinho e Reis. Na segunda fila, meio agachados, os 1ºs cabos Branco e Alves (de alcunha o Alfredo) .

Um grupo de combate da CCAÇ 2590 (mais tarde, CCAÇ 12) era constituído por 30 homens. Havia 4 Gr Comb. Cada grupo de combate, comandado por um alferes, tinha três secções (1 furriel e 1 cabo e oito soldados, estes africanos).

Casa secção era especializada. Havia a secção dos lança-granadas, com o respectivo apontador e municiador (1 LGFog 8.9, 1 LGFog 3.7). Havia a secção do Morteiro 60 (apontador e municiador ). E havia ainda a secção da Metralhadora Ligeira HK 21 (apontador e municiador). Cada combatente estava equipado com a espingarda automática G-3 e granadas defensivas. Em geral havia ainda dois apontadores de dilagrama (neste caso, 1ª e 3ª secção) (LG)

Foto: © António Levezinho (2005). Direitos reservados



Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 123 (1969/71) > Pessoal do 2º Grupo de Combate da CCAÇ 12 atravessando em coluna apeada a bolanha de Finete na margem direita do Rio Geba, regulado do Cuor (que estava reduzido a Finete e a Missirá).

No primeiro plano, para além de municiador da Metralhadora Ligeira HK 21, Mamadú Uri Colubali (salvo erro), vê-se o Furriel Miliciano Tony Levezinho, ao meio, ladeado pelo 1º Cabo Branco (à sua direita) e pelo 1º Cabo Alves (à sua esquerda). Pormenor interessantes: O Branco leva duas granadas defensivas à cintura; o Levezinho tem um protector de plástico, verde, a proteger a boca do cano da G3... O homem da frente não vem de camuflado...

Foto: © Humberto Reis (2006). Direitos reservados





Comandante, sargentos e praças da CCAÇ 2590 que embarcaram para a Guiné, em 24 de Maio de 1960, no Niassa (a esta lista faltam os operacionais, listados mais abaixo). A CCAÇ 2590 deu origem à CCAÇ 12, que ficou ao serviço do Sector L1 / Zona,. com sede em Bambadinca, ao tempo do BCAÇ 2852 (1968/70) e depois do BART 2917 (1970/72).

Capitão Inf Carlos Alberto Machado Brito [, Cor Ref, vive em Braga];
1º Sargento Cavalaria Fernando Aires Fragata [, morada actual desconhecida];
2º Sarg Infantaria José Martins Rosado Piça [, vive em Évora];
2º Sarg Inf Alberto Martins Videira [, vive em Vila Real];
Furriel Miliciano MAR Joaquim Moreira Gomes [, vive em Esposende ?]];
Fur Mil Enfermeiro João Carreiro Martins [enfermeiro reformado, vive em Lisboa];
Fur Mil SAM Jaime Soares Santos [, vive em Corroios ?];
Fur Mil Trms José Fernando Gonçalves Almeida [, reformado da RDP, vive em Óbidos];
Fur Mil Armas Pesadas Inf Luís Manuel da Graça Henriques [, prof univ. vive em Alfragide / Amadora];
1º Cabo Aux Enf José Maria S. Faleiro [, morada actual desconhecida];
1º Cabo Aux Enf Fernando Andrade de Sousa [, vive na Trofa];
1º Cabo Aux Enf Carlos Alberto Rentes dos Santos [, vive em Amarante];
1º Cabo Trms Inf António Domingos Rodrigues [, vive em Torres Novas];
1º Cabo Cripto José António [ou António José ?] Damas Murta [, vive em Coimbra];
1º Cabo Cripto Gabriel da Silva Gonçalves [, vive em Lisboa];
1º Cabo Manut Material João Rito Marques [, vive no Souto, Sabugal];
1º Cabo Mec Auto Renato B. Semedos (ou Semedeiros ?) [, vivia na Reboleira, Amadora];
1º Cabo Mec Auto António Alves Mexia [, morada actual desconhecida];
1º Cabo Escriturário Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares[, morada actual desconhecida];
1º Cabo Cond Auto Luís Jorge M.S. Monteiro [, vivia em Vila do Conde];
1º Cabo Radiotelegrafista Manuel da Graça S. Zacarias [, morada actual desconhecida];
1º Cabo Corneteiro Manuel Joaquim Martins Ferreira [, morada actual desconhecida];
1º Cabo Cozinheiro José Campos Rodrigues [, morada actual desconhecida];
1º Cabo Apont de Armas Pesadas José Manuel P. Quadrado [, vive na Moita];
Sold Mec Auto Gaudêncio Machado Pinto [, morada actual desconhecida];
Sold Trms Inf José Garcia Pereira [, morada actual desconhecida; vivia nos Açores];
Sold TICA António Fernando Cruz Marchão [, morada actual desconhecida];
Sold TICA José Leite Pereira [, morada actual desconhecida];
Sold TICA António Dias dos Santos [, morada actual desconhecida];
Sold Cozinheiro Henrique Manuel [, morada actual desconhecida];
Sold Corneteiro Orlando da Cruz Vaz [, morada actual desconhecida];
Sold Cornet José de Sousa Pereira [, morada actual desconhecida];
Sold Radiotelegrafista João Gonçalves Ramos;
Sold Radiot Manuel Maria Carita André [, vive na Marinha Grande];
Sold Condutor Auto António S. Fernandes [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Manuel J. P. Bastos [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Manuel da Costa Soares [, morto em, mina A/C, em Nhabijões, em 13/1/1971];
Sold Cond Auto Alcino Carvalho Braga [, vive em Lisboa];
Sold Cond Auto Adélio Gonçalves Monteiro [, comerciante, Castro Daire];
Sold Cond Auto João Dias Vieira [ vive e, Vil de Souto, Viseu];
Sold Cond Auto Tibério Gomes da Rocha [, vivia em Viseu, faleceu em 6/12/2007;
Sold Cond Auto António S. Fernandes [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Francisco A. M. Patronilho [, vive em Brejos de Azeitão];
Sold Cond Auto Manuel S. Almeida [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto António C. Gomes [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Fernando S. Curto [, vive em Vagos];
Sold Cond Auto Aniceto R. da Silva [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Diniz Giblot Dalot [, empresário, vive em Aljubarrota, Prazeres];
Sold Cond Auto Manuel G. Reis [, morada actual desconhecida];
Sold Básico João Fernando R. Silva [, morada actual desconhecida];
Sold Básico Salvador J. P. Santos
[, morada actual desconhecida].




Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Estrada de Bambadinca-Mansambo-Xitole > Ponte do Rio Jagarajá (?) > CCAÇ 2590/ CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)> Eu, o então Fur Mil Ap Armas Pesadas Inf Henriques, pau para toda a obra, peão das nicas - como me chamava o meu capitão - e o soldado condutor auto-rodas Dalot, o Diniz G. Dalot, talvez o melhor condutor de GMC do mundo ou, pelo menos, o melhor que eu alguma vez conheci... E que também era conhecido como o Setúbal, sua terra natal, se não me engano.

Berliet e GMC nas mãos dele, carregadas de sacos de arroz, não ficavam atoladas na famosa estrada Bambadinca-Mansambo-Xitole, a menos que rebentassem debaixo de uma mina. E mesmo assim, era preciso que os cabos de aço ou os troncos das árvores não aguentassem... Eu dizia que era preciso ser maluco para conduzir uma GMC. Ele ofendia-se: era o mais profissional dos nossos condutores auto-rodas...

Reguila, setubalense, condutor de pesados na vida civil, apanhou logo no princípio da comissão, em Julho de 1969, cinco dias de detenção. Por ser reguila, setubalense, condutor de pesados, descendente de franceses, e se calhar por ser o melhor condutor de GMC que eu alguma vez vi na vida... Já há tempos lhe mandei, em vão, esta missiva: "Gostava de te rever, Dalot. Sinceramente, gostava de te rever. Tu fazes parte da mítica galeria dos meus (anti)-heróis, tu e todos os bravos soldados condutores auto-rodas que passaram pela Guiné"... Revi em 1994, em Fão, Esposende, e há pouco tempo, em Marçoi passado, em Coruche.

Foto: © Luís Graça (2005). Direitos reservados.





Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Furriéis Mil Fernandes, Reis, Roda e Levezinho.Foto: © Vitor Raposeiro (2009). Direitos reservados.




A ficha-resumo da CCAÇ 12, constante no Arquivo Histórico Militar... Entre 1969 e 1974, a CCAÇ 12 teve cinco capitães...Quando é que a gente reune esta malta toda ?


GuinéGuiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > Tabancas de Bambadincazinho onde estava instalada a Missão do Sono. Estrada Bambadinca-Mansambo-Xitole. Foto do Luís Moreira (ex-alf mil da CCS / BART 2917, Bambadinca, 1970/71; BENG, Bissau, 1971; será gravemente na explosão de uma mina anticarro, em 13 de Janeiro de 1971, em Nhabijões, no mesmo sítio onde duas horas depois rebentaria outra mina que atingiu a viatura onde ia um Gr de Combate da CCAÇ 12, e onde seguia o editor do blogue) .

Foto:
Luís Moreira (2005). Direitos reservados



Guiné > Zona Leste > Contuboel > 15 de Julho de 1969 > CCAÇ 2590/CCAÇ 12 > Um das raras fotos do Alf Mil Moreira, à esquerda, acompanhado pelo Tony Levezinho (furriel), o António Marques (furriel), o Rodrigues (alferes, já falecido) e o Fernandes (furriel), preparando-se para sair até Sonaco (a nordeste de Contuboel).



Foto: © Humberto Reis (2006). Direitos reservados


Composição orgânica dos grupos de combate (Fonte: História da CCAÇ. 12: Guiné 1969/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores 12. 1971. Capítulo I).
1º Gr Comb

Comandante Alf Mil Op Esp 00928568
Francisco Magalhães Moreira1ª secção

1º Cabo 8490968 José Manuel P Quadrado (Ap dilagrama)
Soldado Arvorado 82107469 Abibo Jau (F) [, dado como fuzilado depois da independência]
Soldado 82105869 Demba Jau (F)
Sold 82107769 Braima Jaló (Ap LGFog 8,9) (FF)
Sold 82106069 Sajo Baldé (Mun LGFog 8,9) (FF)
Sold 82106869 Suleimane Djopo (Ap Dilagrama) (FF)
Sold 82105469 Baiel Buaró (F)
Sold 82106269 Mamadu Será (FF)
2ª Secção


Fur Mil 04757168 Joaquim João dos Santos Pina [, natural de Silves, onde ainda hoje vive]
1º Cabo 17765068 Manuel Monteiro Valente (Ap Dilagrama)
Soldado Arvorado 82106369 Vitor Santos Sampaio (Mancanhe)
Soldado 82106469 Mamadu Au (Ap Metr Lig HK 21)
Sold 82105969 Samba Camará (Mun Metr Lig HK 21) (FF)
Sold 82105269 Sherifo Baldé
Sold 82106669 Mussa Bari (FF)
Sold 82106969 Mamadu Jau (F)
Sold 82105369 Mamadu Silá (Ap LGFog 3,7) (F)
Sold 82107669 Ussumane Sisse (Mun LGFog 3,7) (M)
3ª Secção

Fur Mil 19904168 António Manuel Martins Branquinho [, reformado da Segurança Social, Évora]
1º Cabo 18998168 Abílio Soares [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82107169 Mamadu Baló (F)
Soldado 82106569 Mustafá Colubalii (Ap Mort 60) )(FF)
Sold 82106169 Sana Camará (Mun Mort 60) (FF)
Sold 82105669 Amadu Baldé (FF) [, mais tarde da CCAÇ 21, poderá ter sido fuzilado após a independência]
Sold 82106169 Saico Seide(F)
Sold 82107569 Gale Jaló (FF)
Sold 82105569 Sana Baldé (Ap Dilagrama) (F)
2º Gr Comb

Comandante: Alf Mil de Inf 13002168
António Manuel Carlão [, comerciante, vive em Fão, Esposende]1ª secção

Soldado Arvorado 82107969 Alfa Baldé (Ap LGFog 3,7)
Soldado 18968568 Arménio Monteiro da Fonseca [, vive no Porto]
Sold 82118169 Samba Camará (FF)
Sold 82115369 Iéro Jaló (F)
Sold 82118869 Cheval Baldé (Ap LGFog 8,9) (F)
Sold 82103269 Aruna Baldé (Mun LGFog 8,9) (F)
Sold 82105169 Mamadú Bari (FF)
Sold 82116369 Sidi Jaló (Ap Dilagrama) (FF) [,dado como tendo sido fuzilado depois da independência]
Sold 82118669 Mussa Seide (F)
Sold 82117669 Amadú Camará (FF)
2ª Secção

Fur Mil Op Esp 05293061 Humberto Simões dos Reis [, engenheiro técnico, Alfragide / Amadora]
1º Cabo 17626068 José Marques Alves [, vive em Fânzeres, Gondomar]
Soldado Arvorado 82116569 Mamadu Baldé (F)
Soldado 82101469 Udi Baldé (FF)
Sold 82101069 Sajo Candé (F)
Sold 82108069 Alfa Jaló (F)
Sold 82116469 Iéro Juma Camará (Ap Mort 60) (FF)
Sold 82111969 Mamadú Jaló (Mun Mort 60) (F)
Sold 82111069 Adulai Baldé (F)
Sold 82117269 Adulai Bal (F)
3ª Secção

Fur Mil 17207968 Antonio Eugénio S. Levezinho [, reformado da Petrogal, vive em Sagres, Vila do Bispo]
1º Cabo 18880368 Manuel Alberto Faria Branco [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82116969 Braima Bá (F)
Soldado 82116669 Gale Colubali (Ap Metr Lig HK 21) (FF)
Sold 82116769 Mamadú Uri Colubali (Mun Metr Lig HK 21) (FF)
Sold 82111369 Amadú Turé (F)
Sold 82117469 Demba Jau (Ap Dilagrama) (F)
Sold 82107869 Iero Jaló (FF)
Sold 82116869 Gale Camará (F)
3º Gr Comb

Comandante: Alf Mil Inf 01006868
Abel Maria Rodrigues [, bancário reformado, Miranda do Douro]
1ª secção

Fur Mil Luciano Severo de Almeida [, já falecido]
1º Cabo 02920168 Carlos Alberto Alves Galvão [, vive na Covilhã]
Soldado Arvorado 82108769 Totala Baldé (F)
Sold 82108569 Sambel Baldé (F)
Sold 82108969 Mauro Baldé (Ap LGFog 8,9) (F)
Sold 82110369 Jamalu Baldé (Mun LGFog 8,9) (F)
Sold 82109169 Malan Baldé (F)
Sold 82109569 Iéro Jau (Ap Dilagrama) (F)
Sold 82110969 Samba Baldé (Ap Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82109969 Malan Nanqui (M)
2ª Secção

Fur Mil 07098068 Arlindo Teixeira Roda [, natural de Pousos, Leiria; professor em Setúbal]
1º Cabo 17625368 António Braga Rodrigues Mateus [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82108369 Mamadú Jau (Ap Dilagrama) (F)
Soldado 82109369 Malan Jau (Ap Mort 60) (F)
Sold 82100769 Amadú Candé (Mun Mort 60) (F)
Sold 82108869 Quembura Candé (F)
Sold 82109769 Sherifo Baldé (F)
Sold 82115369 Ussumane Jaló (FF)
Sold 82110169 Madina Jamanca (F)
3ª Secção

Fur Mil 06559968 José Luís Vieira de Sousa [, natural do Funchal, agente de seguros]
1º Cabo 12356668 José Jerónimo Lourenço Alves [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82108469 Sajo Baldé (Ap Metr Lig HK 21) (F)
Soldado 82109669 Cherno Baldé (Mun Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82109469 Sanuchi Sanhã (Ap LGFog 3,7) (F)
Sold 82109269 Sori Jau (Ap Dilagrama) (F)
Sold 82110569 Mamadu Embaló (F)
Sold 82110769 Chico Baldé (F)
Sold 82115169 Demba Jau (F)
Sold 82108669 Cutael Baldé (F)
4º Gr Comb

Comandante: Alf Mil Cav 10548668
José António G. Rodrigues [, já falecido, vivia em Lisboa]1ª secção

Fur Mil 15265768 Joaquim Augusto Matos Fernandes [, engenheiro ténico, vive no Barreiro]
1º Cabo 18861568 Luciano Pereira da Silva [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82115469 Samba Só (F)
Soldado 82109869 Samba Jau (Mun Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82115269 Cherno Baldé (Ap Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82117569 Mamai Baldé (F)
Sold 82117869 Ansumane Baldé (Ap Dilagrama) (F)
Sold 82118269 Mussa Jaló (Ap Dilagrama) (FF)
Sold 82118969 Galé Sanhá (FF)
2ª secção

Fur Mil 11941567 António Fernando R. Marques [, vive em Cascais, empresário reformado]
1º Cabo 17714968 António Pinto [, morada actual desconhecida];
1º Cabo 82115569 José Carlos Suleimane Baldé (F) [, vive em Amedalai, Xime, Guiné-Bissau]
Soldado Arvorado 82118369 Quecuta Colubali (F)
Soldadado 82110469 Mamadú Baldé (F)
Sold 82115869 Umarú Baldé (Ap Mort 60) (F) [, já falecido, vivia na Amadora]
Sold 82118769 Alá Candé (Mun Mort 60) (F)
Sold 82118569 Mamadú Colubali (FF)
Sold 82119069 Mamadu Balde (F)
3ª secção

1º Cabo 00520869 Virgilio S. A. Encarnação [, vive em Barcarena]:
Soldado 82116069 Sajuma Jaló (Ap LGFog 8,9) (FF)
Sold 82110269 Suleimane Baldé (Ap LGFog 8,9) (F)
Sold 82111069 Sori Baldé (F)
Sold 82115669 Sherifo Baldé (F)
Sold 82115769 Tenen Baldé (F)
Sold 82117169 Ussumane Baldé (F)
Sold 82117769 Califo Baldé (F)
Sold 82118469 Califo Baldé (F)
_____________
Legendas:

F= Fula
FF= Futa Fula
M= Mandinga
Mc=Mancanhe
Ap= Apontador
Mun= Municiador
Mort= Morteiro
LGFOg= Lança-granadas foguete
Met= Metralhadora
Lig= Ligeira

Observações - Dados a completar... Pede-se a ajuda dos nossos leitores
_________


Em tempos escrevi, na
I Série do nosso blogue, que podia parecer fastidiosa, inútil, irrelevante... a minha lista de Baldés, a lista de cerce de uma centena de guineenses do recrutamento geral que se juntaram às cinco dezenas de metropolitanos da CCÇ 2590 para formnar mais tarde a CCAL 12...

A minha explicação, pouco afectiva, era então a seguinte: pode ter (ou vir a ter) algum interesse documental, historiográfico, eu sei lá... Pode facilitar a pesquisa de informação, de testemunhos, de depoimentos... Na época, não tinha esperança que os guineenses alguma viessem a interessar-se pelo nosso blogue...

Mas também acrescenatava:

É um pequeno, modestíssimo, gesto de elementar justiça para com aqueles guineenses que lutaram ao nosso lado, que fizeram parte da CCAÇ 12 e, portanto, da nova força africana com que sonhou Spínola e que tanto atemorizou o PAIGC. Infelizmente, uma parte deles (quantos, exactamente?) já não hoje estarão vivos. Uns foram fuzilados, como o Abibo Jau, outros terão morrido de morte natural, que a sua esperança de vida era muito menor que a nossa, em 1969...

E antecipando-me a eventuais críticas imiginárias, acrescentava, com um misto de sinceridade e ingenuidade:

Eu estou à vontade para publicar esta lista: sempre critiquei a africanização da guerra da Guiné, embora longe de imaginar que, no dia seguinte à nossa retirada, começasse a caça aos traidores, aos contra-revolucionários, aos mercenários, aos colaboracionistas... Em 1969, ainda estava vivo o Amílcar Cabral e eu admirava-o, intelectualmente... Achava que na Guiné, depois da independência, tudo seria diferente, e não aconteceriam os ajustes de contas que se verificaram noutras revoluções ou guerras civis, na Rússia, na China, na Espanha franquista, na França depois da libertação, etc. Pobre de mim, ingénuo...

Mas, por outro lado, também fui cúmplice da sua integração no nosso exército: mesmo sendo de da especialidade de armas pesadas, e não fazendo parte formalmente de nenhum dos quatro grupos de combate da CCAÇ 12, participei em muitas das operações em que estes participaram, fui testemunha da sua coragem e do seu medo, dormi com eles nas mais diversas situações, incluindo nas suas tabancas... Foram meus camaradas, em suma.

E a respeito da sua origem aduzia ainda mais a seguinte informação;
Soldados ex-milícias, a maior parte com experiência de combate, os nossos camaradas guineenses da CCAÇ 12 (originalemnte, CCAÇ 2590), eram oriundos do chão fula e em especial dos regulados do Xime, Corubal, Badora e Cossé, com excepção de um mancanhe, oriundo de Bissau.
“Todos falam português mas poucos sabem ler e escrever", lê-se na história da CCAÇ 12 (O que só verdade, 21 meses depois de os termos conhecido e instruído em Contuboel, em Junho e Julho de 1969). Foram incorporados no Exército como voluntários, acrescentou o escriba, para branquear a instustentável situação dos fulas, condenados a aliarem-se aos tugas.

Tirando o 1º Cabo José Carlos Suleimane Baldé (promovido ao actual posto em 16 de Setembro de 1969),eram, todos Praças de 2ª classe. Samba Só, Mamadá Baldé, Braima Bá e Quecuta Colubali passaram a soldados arvorados na mesma data, por reunirem qualidades para uma eventual promoção ao posto de primeiros cabos: 'ascendente sobre os camaradas, experiência de combate e aprumo militar' (sic). Entretanto, houve mais promoções no final da 1ª Comissão da CCAÇ 12 (a rendição individual dos quadros metropolitanos fez-se a partir de Fevereiro de 1971).

Por fim, dizia algo de temerário, baseado em informações dispersas, contraditórias, orais e não sujeitas ao exercício do contraditório:
É muito provável que todos ou quase todos os graduados africanos da CCAÇ 12 ( e da CCAÇ 21, para a qual transitaram em 1973) tenham sido fuzilados, em 1974 e 1975...

E perguntava-me, com um misto de sentimentos contraditórios, de admiração, de tristeza e de culpa:
O que será feito destes homens, portugueses e guineenses, que foram meus camaradas ? Lembro-me, com um sentimento de gratidão e de admiração, sobretudo dos soldados condutores auto que tantas vezes fintaram a morte nas picadas do leste da Guiné, na estrada do Xime-Bambadinca ou na estrada Bambadinca-Mansambo-Xitole... O Bastos, o Braga, o Monteiro, o Vieira, o Rocha, o Fernandes, o Patronilho, o Almeida, o Gomes, o Curto, o Silva, o Dalot, o Reis...

Por onde andam vocês, velhos malucos das GMC, Berliet, Unimog ? Houve, pelo menos, um que não sobreviveu, que pagou com a vida a lotaria russa que era andar pelas picadas da Guiné: chamava-se Manuel da Costa Soares, morreu no dia 13 de Janeiro de 1970, na estrada Nhabijões-Bambadinca ...

A única vez que me tinha encontrado com alguns deles, malta que tinha ido comigo no velho Niassa, integrado a estranha e minguada CCÇ 2590, tinha sido em Fão, Esposende, em 1994... A eles se juntaraima também alguns dos camaradas da CCS do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70).

Alguns deles já os encontrei, por aí... Alguns inclusive fazem parte do nosso blogue... Mas dos africanos tenho escassas notícias... Amanhã vai realizar-se em Óbidos o 16º Encontro do Pessoal que passou por Bambadinca, entre 1968 e 1971... Não vou poder estar com eles desde o início, mas ainda espero poder dar lá um salto por volta das 16h...

_______________

Notas de L.G.:

(*) Sobre a CCAÇ 12, há pelo menos um centena de referências ou marcadores... E sobre Bambadinca mais de 280... Vd. também a I Série do Nosso Blogue (Abril de 2004 a Maio de 2006), que não tem marcadoresão

Realiza-se amanhã, em Óbidos, o 16ª convívio do pessoal que passou por Bambadinca entre 1968 e 1971 (**):