1. Segunda parte de um trabalho relacionado com a actividade do PAIGC na zona de
Guidaje em Abril/Maio de 1973, enviado pelo nosso camarada José Manuel Pechorro, ex- 1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 19, Guidaje, 1971/73, em mensagem do dia 29 de Setembro de 2009:
O ASSÉDIO DO IN A GUIDAGE
De Abril a 09 de Maio de 1973
Parte II
Dia 8 de MAIO de 1973, Terça-feira
Na véspera, deitei-me cedo e adormeci profundamente.
Pelas 01.15 horas fomos arrancados da cama por estrondos fortíssimos. Saltei do colchão e magoei-me no joelho, chegando sonâmbulo ao Posto de Rádio. A seguir vieram as granadas de morteiro. Passei a flagelação junto ao Operador de Transmissões, em serviço. O IN, em número não estimado, visou com 3 foguetões de 122mm e morteiro 82, rampas de lançamento na região de Samoge. Passaram por cima do recinto, caindo a cerca de 500 a 1000 metros, dentro do Senegal e na bolanha, onde viria a ser encontrada a empenagem de um. Base de fogo de morteiro na região do marco 126. Durou 10 minutos. Foi boa a reacção das NT, com o obus, morteiro 81 e armas ligeiras (desnecessárias). Só tivemos um ferido ligeiro.
Bigene foi flagelado ao mesmo tempo com foguetões e canhões sem recuo.
Trocámos opiniões e voltámo-nos a deitar, depois de cifrado o RELIM, comunicando o acontecido a Bissau. Lá fora a noite está escura e cai cacimba, bem fresquinho. Custou-me a adormecer novamente.
Nota: A guarnição de Guidaje possue 3 obuses 105 mm (do Pel Art 24) e 1 mort 81 mm.
SURPRESA!
Passadas 2 horas (04,40), fui novamente acordado pelo estalar das granadas de 82 mm. Pela primeira vez, durante mais de 16 meses, com a CCaç 19, somos atacados 2 vezes no mesmo dia. Durou 20 minutos. Resposta com morteiro 81 e obuses, como deve ser. Na população 1 ferido ligeiro. Não ripostamos com armas ligeiras, como no anterior, o que me agradou.
Mais uma mensagem a codificar e uma noite quase sem dormir, é o que eles nos arranjam, os turras!
O dia amanheceu bonito, mas húmido, com vestígios de neblina. Quase todos saímos para ver os possíveis estragos e os sítios dos rebentamentos. Alguns em tronco nu, em cuecas e chinelos nos pés, saboreando a manhã. Já se notava o bater do milho nos pilões de madeira, executado pelas bajudas.
Por volta das 06 horas começou-se a ouvir os motores de viaturas ao longo dos marcos da fronteira: Senegal marco 126; Facã, interior TN.
- Esta é boa! Então os
cabrões (dizia alguém), de dia vêm de camioneta a 500 ou 1000 metros do arame farpado? Que falta de respeito!
Disparámos 4 granadas de morteiro 81, na sua direcção. A guarnição em grupos discutia o assunto.
SERÁ AINDA SURPRESA?
Decorridos 15 minutos (6,15h), soam as Kalasknikoy e as metralhadoras ligeiras Dactarevy, instaladas no lado de lá da bolanha (Rep do Senegal). Quase na água e camuflados, nos arbustos e arvoredo, em frente da pista de aviação e da caserna do 2.º Pelotão. Logo se seguem os rebentamentos das granadas dos RPG`s, acompanhadas de morteiro 82.
Estávamos agrupados no patamar de cimento que ladeia o edifício do Comando, defronte da Secretaria: eu, o Cap Mil Inf José Vicente Teodoro de Freitas, o Sold Inf Trms Correia, o 1.º Cabo Trms Janeiro e o Sarg Oliveira (que substituiu os que morreram). Um grupo que constituía um belo alvo! Aos primeiros disparos fugimos, num relâmpago, para o Posto de Rádio. Fuga milagrosa, a Secretaria foi atingida, sendo a porta arrancada por um RPG… Escapámos!
Foto cedida pelo 1.º Cabo Radiotelegrafista Janeiro, alentejano
Demorou um bocadinho a nossa retaliação e, esta foi valente.
Os militares reagiram, metidos nas valas, ripostamos com armas ligeiras (G3 e HK), morteiro 60 e 81 e obuses. Alguns dos nossos quase completamente nus, corpos suados e sujos do pó e da terra, com cartucheiras no corpo. Dormiam quando se deu o
festival de fogo. Rogam-se pragas, dizem-se palavrões e dão-se berros. Só presenciando!
No outro lado do Posto Transmissões ouvi africanos dizerem:
- Estão a abusar, vamos agarrá-los e mostrar que não somos para brincar.
Um que se deslocava pediu-me os carregadores, dei-lhos, recebendo em troca os vazios.
Logo que as granadas e as rajadas abrandam a nossa gente atravessa o arame, passa a pista, mete-se na bolanha, com água! Durante a sua travessia são alvejados com rajadas de espingardas automáticas. Mas não param os nossos, perseguem o adversário surpreendido que certamente não esperava esta nossa reacção, e retira para o interior do país vizinho, através do arvoredo e do matagal. É provável que o IN já não tivesse munições.
Era o 3.º ataque e apesar do futuro não se mostrar nada prometedor (durante o tiroteio imaginei que queriam tomar o quartel), senti-me orgulhoso do nosso feito. Foi uma coisa louca, audaciosa e inconsciente, é verdade, mas um dos slogans dos nossos comandos, é: “
A AUDÁCIA PROTEGE OS VALENTES”.
Se nos assediam pela retaguarda, forçando através do reordenamento, seria um problema, pois ficámos com um efectivo reduzido no nosso perímetro defensivo.
Viveram-se momentos de certa euforia.
O IN estimou-se em 80 elementos, durante cerca de 20 a 30 minutos alvejou o aquartelamento e a povoação. Sofreu baixas, durante a perseguição os nossos avistaram guerrilheiros amparados, rastos de sangue, etc. Capturados 3 carregadores Kalasknikoy, 1 cartucheira tripla, 1 cinturão e 1 cantil.
Nas NT: 1 ferido grave. Na população 3 graves (sendo 2 senegaleses) e 3 ligeiros. Um nativo ferido, depois de assistido na Enfermaria, como o sangue trespassasse as ligaduras, fez-me lembrar um perdigueiro.
Danificadas parcialmente: A Enfermaria, Secretaria e 2 casas civis.
Às 09,55 horas, outra flagelação, com morteiro 82. Durante 20 minutos. Da região de Fajonquito e do lado contrário, Facã. Resultou 1 ferido grave e 2 ligeiros. Na população 2 ligeiros.
Foto cedida pelo 1.º Cabo Radiotelegrafista Janeiro, alentejano
Os rebentamentos, na sua maioria são dentro do nosso recinto e ao redor do aquartelamento, são fortíssimos, parecendo trovões potentes em noite de violenta trovoada.
Alguns passam a mostrar-se pálidos e preocupados, mas sem perderem a cabeça. Metidos nos buracos abrigos, valas e casernas abrigo em betão armado. Ninguém sai. É o silêncio pesado.
Não reparamos nos cantares das aves, no Sol que já cai bastante quente e não se vêem as ovelhas a pastar.
Parece uma povoação e quartel fantasma…
Um Unimog trabalhando no meio da parada, abandonado pelo condutor, que entretanto se esqueceu. Uma viatura vertendo gasóleo do depósito e outra com os pneus furados ou traçados. Vive-se um
filme, real e autêntico!
Fui até à caserna do 1.º Pelotão, onde conversei com o Garcia, 1.º Cabo Mecânico. Estava com ele, quando surge a 5.ª flagelação (por volta das 12 ou 13 horas), desta vez do lado das casernas do 3.º e 4.º Pelotões, com armas ligeiras, RPG,s e morteiro 82, também do lado de lá da bolanha, território Senegal.
A minha arma desapareceu, apercebi-me ter sido um soldado que a utilizou, quando correndo se foi refugiar na vala.
Abriguei-me com o 1.º Cabo Garcia, no ninho da metralhadora pesada, de que é responsável. Ao tentar manejá-la, entalou-se. O palavreado dele, muito sério, mas com piada, provocou-me o riso, que contive a muito custo, intercalado, no matraquear do tiroteio e estrondos das explosões.
A nossa resposta foi diminuta, mas de vez em quando lá trabalhavam as metralhadoras ligeiras HK e G3. Atitude realista para quem possuísse estas armas e para a gravidade da situação. O poupar munições era importante.
Regressei ao Posto de Rádio.
O grupo IN, não estimado. Houve quem afirmasse que avistou atacantes que tentaram aproximar-se do arame farpado. (?) Durou 30 minutos. As NT com mais 1 ferido ligeiro.
Bigene, apesar de sofrer flagelações, precisamente na mesma hora, auxiliou com 3 granadas de obus 140 mm, que caíram mesmo em cima deles. O raio de acção da sua artilharia ultrapassa o nosso perímetro.
Solicitou-se o auxílio da FAP, cedeu vir depois de muita insistência. Os Fiat`s pediram para todos se meterem nas valas ou abrigos, pois iam bombardear de bastante alto e muito próximo do arame farpado, com
ameixas de 500 ou 750.
Um graduado que não consigo recordar, disse para avisarmos os que estavam nas valas do reordenamento, viradas para o Samoje, para se baixarem. Eu e outro camarada das Transmissões corremos a comunicar este pedido!
Foto cedida pelo 1.º Cabo Rádiotelegrafista Janeiro
Alguns elementos da população captaram e interpretaram mal, dado não perceberem bem o português; certamente julgaram tratar-se de aviões dos turras que iam actuar (?). Foi o pânico. Algumas crianças, mulheres, homens e velhos, abandonam os abrigos na povoação, para se acolherem nas casernas dos soldados. Deixando-nos baralhados.
Bombardeada a zona do fogo IN, com êxito, segundo tudo indica, provocando baixas que o entreteve durante a tarde e a noite.
O Sol está muito quente, faz imenso calor. O resto do dia foi passado em sossego. Todos precisávamos de descanso. A calma levou-nos à meditação.
Não há dúvida, querem acabar com a nossa presença neste local, é o que penso intimamente. Mas vão ter que lerpar, às dezenas ou centenas!
As relações tornaram-se
pesadas, frias ou silenciosas, não se conversa, mas vai aparecendo sempre alguém que diz uma piada, forçada, neste clima sufocante.
Não se fez comida, nem estamos dispostos a ir para o refeitório, debaixo da chapa de zinco. Passamos a ração de combate, que não apetece ou não temos vontade de comer.
Como nos queixamos que temos poucas munições, é organizada uma coluna auto à pressa, com 4 viaturas, que parte de Binta para Guidaje, escoltada por 2 Pelotões de Farim, do BCaç 4512 e CCaç 14 nativa. Iniciou a marcha já tarde, pelas 18 horas.
De Guidaje, picando o itinerário, sai bi-grupo de combate ao seu encontro no CUFEU, onde montam segurança. No quartel e povoação ficamos só com 2 Pelotões e o da Artilharia 24.
Esta tabanca queimada e abandonada, no começo do terrorismo na Guiné, é local estratégico e de grande importância. O terreno é ideal e apropriado para emboscadas às colunas apeadas ou auto.
Por volta das 20,30h regressaram ao quartel, consequência das viaturas não aparecerem e existirem dificuldades nas comunicações via rádio, por as pilhas estarem fracas certamente.
O movimento auto com cerca de 65 homens não dá sinal de si! Nem responde às chamadas dos rádios, que fazem Binta e Guidage? Encalharam e não querem quebrar o silêncio da noite para não serem detectados? Desligaram os rádios? A humidade do local e a neblina impedem?
Para se ir à cantina, levamos a arma e as cartucheiras, atravessando a parada a correr.
Deitamo-nos a pensar nos que estão isolados na estrada, na escuridão e isolamento. Que se passará? Domina-nos a ansiedade e a preocupação.
Torna-se nítida a ronda do IN com as viaturas (estrada Senegal – Facã) e dentro do TN. Transportam material bélico, no regresso evacuam feridos e mortos, certamente. Agora abusam! É de noite e de dia. Os ruídos dos motores ouvem-se perfeitamente, devem estar muito perto. Provoca abalo psicológico, no silêncio da noite. Não estarão a utilizar a estrada até ao CUFEU e...?
Na emissora do PAIGCV a Maria turra, afirma:
- GUIDAJE e BIGENE terão que cair em 15 dias!
9 de Maio de 1973, Quarta-feira
Não foram evacuados os feridos graves, requereu-se a sua transferência para Bissau, a FAP não se atreveu a vir buscá-los, temem os mísseis terra-ar, o que torna vulnerável os nossos aviões.
Este problema cria um clima emocional dos diabos. Amanhã poderemos ser nós, sem um braço ou uma perna, esvaindo-nos em sangue, sabendo que é o fim. Além da nossa solidariedade para com os que padecem, nada podemos fazer. Quem os tem por perto não descansa devidamente.
Logo de manhã cerca 06 horas, já com o Sol a bater forte, apercebemo-nos que a coluna de reabastecimentos está sendo atacada. Encontra-se para cá do Genicó, a uns 3 quilómetros... (?) Trazidas pelo vento ouvem-se as explosões dos RPG`s e as granadas dos nossos dilagramas e morteiro 60.
Milagrosamente conseguimos contactá-los, no começo do barulho. Pediram que solicitássemos a Binta socorro imediato. Ligámos também para a base de Bissalanca, cujo Comandante acabou por ceder aos nossos rogos.
Que aconteceu? Accionaram uma mina anti-carro, ficando impedidos de prosseguir. Aguardaram reforços dos pelotões da CCaç 19, esperançados no nascer do dia.
Detectados e já noite, sofreram flagelação e investida, em terreno não favorável. O IN entrincheirado atrás de
abatizes e
covas(?) actuou.
Segundo voz corrente comandados por
cubanos. A mim parece-me que são guerrilheiros de elite, vindos da Rússia e Conacry, onde foram preparados e treinados.
Hoje de manhã executaram o assalto, com grande poder de fogo. A coluna aguentou várias investidas.
O bi-grupo enfraquecido pelas baixas fugiram ou retiraram para Binta, a corta mato, amparando os feridos. Abandonaram as viaturas carregadas (2 Berliet e 2 Unimog) com o material que não consumiram.
Foram socorridos pelos seus camaradas do Destacamento de Binta.
Falou-se que tiveram 10 feridos graves, cerca de 15 ligeiros e 4 mortos:
- CCaç 14, Fur Mil At 13969971, Arnaldo Marques Bento, de Vila do Conde
- CCaç 14, Sold At Lassana Calisa, 82121669, de Bentém – Nova Lamego
- 1.ª CCAÇ/BCaç 4512/72, 1.º Cab Mil Inf 089943371, Bernardo Moreira de Castro Neves, de Valongo.
- 3.ª CCAÇ/BCaç 4512/72, Sold At 06853872, António Júlio Carvalho Redondo, de Barrela–Vreia de Jales–Vila Pouca de Aguiar.
Deve ter custado aos rapazes, para não deixarem o reabastecimento, aguentaram sitiados, sem comunicações. Penso nos gemidos e lamentações dos feridos, a escuridão, os gritos de guerra dos adversários, o som das armas automáticas, o medo. Aguentaram, não fugiram!
A FA acorreu e não actuou logo com receio de matar alguém das NT, em sítio não localizado. Acabou por bombardear e incendiar as viaturas a fim de impedir a sua captura. Tinham avistado pessoas em cima delas… Tentaram contacto com a coluna, não obtendo resposta e confirmando via rádio com Binta e Guidage, chegou à conclusão que eram turras…
Que baixas sofreu nestes ataques à coluna o IN? (Segundo informação 13 mortos confirmados…)
A guerrilha terá conseguido retirar algum material? Passados dias fomos flagelados com granadas de morteiro 81 mm.
Obs: Ler
GUIDAJE - A PRIMEIRA GRANDE EMBOSCADA em 8/9 Maio 73 - P4957: Tabanca Grande (173): Manuel Marinho, ex-1.º Cabo da 1.ª CCAÇ/BCAÇ 4512, Farim e Binta (1972/74).
O fracasso da coluna vai entusiasmar o PAIGC, que mobiliza mais forças de outras bases para esta zona, com o fim de isolar por completo Guidage e impedir quaisquer tentativas de auxílio em géneros alimentícios ou munições.
Foi necessário organizar e realizar uma operação conjunta das NF em grande escala, para contrariar o IN.
O DESALENTO - Tantas Vidas, do Oficial Comando Virgínio Briote, com a devida vénia
A 2 GComb da CCaç 3 africana, sediada em Bigene, comandados pelos Alf Mil Inf José Manuel Levy Soeiro, da Lourinhã e José Manuel Nogueira Pacheco, que operam na zona do Samoge, montando segurança, é dada ordem para seguirem a corta mato até Guidage a fim de reforçar a sua guarnição, onde chegam por volta das 18,30horas, o que nos animou um pouco.
Durante o dia, 4 flagelações.
Dispararam de várias bases: Samoge – Facã – Fajonquito - Quelhato, principalmente.
- 18,10h, volta a música do morteiro 82, do lado da estrada; foram 10 minutos. Na população 1 ferido ligeiro;
- 22,40h, mais 10 minutos. Não respondemos a fim de pouparmos as granadas. População 2 feridos graves e 2 ligeiros;
- 23,30h, outra com o mesmo tempo, sem consequências.
- Executaram mais uma, da qual não recordo pormenores.
Não será mesmo um cerco? E a estrada, será possível passar no futuro? Os factos sucedem-se, não sabemos donde aparecerão ou se acabam.
A população passa praticamente os dias e as noites dentro ou próximo dos seus abrigos, debaixo de terra. A maioria só faz o comer indispensável, o que leva os soldados africanos a passar mal, pois quase todos são desarranchados.
Não nos visitam as crianças que nos rodeavam remexidas e sorridentes, mostrando os seus dentes brancos.
Um aquartelamento e reordenamento, interligados, envolvidos com arame farpado duplo (iluminados à noite por holofotes eléctricos), valas e abrigos, com lutadores maduros e experientes, é um osso duro de roer.
O passado da nossa CCaç 19 teve peso possível e condicionou a elaboração do plano geral do cerco a Guidage.
Em conversação via-rádio, o CMDT do Cop 3, Ten Cor António Correia de Campos, ao ouvir que os militares negros estavam abatidos moralmente retorquiu:
- Sei como são os negros. Os africanos só desmoralizam quando vêem os brancos ceder primeiro. Amanhã realiza-se nova coluna e estarei aí convosco!
Deitei-me cansado e desejando que as nossas tropas ultrapassassem o Cufeu com êxito.
Eu, junto homenagem ao Alf Preto. Foto cedida pelo 1.º Cabo Rádiotelegrafista Janeiro
Emboscada à coluna auto Guidaje - Binta
Morte do Alf Mil Inf Op Esp, da CCaç 19 (CCaç 2781), António Sérgio Preto, natural de Quintanilha – Bragança; Emboscada à coluna auto Guidaje-Binta, em 29/6/1972.
O primeiro tiro isolado disparado de cima de árvore, atingido no pescoço, saiu debaixo do braço. Encontra-se sepultado em Vale de Frades - Vimioso, no continente.
Foi vingança? Comandou Operação
Sopapo nos corredores do Samoge, teve contactos com o IN provocou-lhe 8 mortos e vários feridos. Apanhado à mão, o chefe de grupo turra LASSANA JATA, ferido com certa gravidade.
Obs:
- No dia 10 de Maio de 73, a CCaç 19 só teve 5 mortos negros no CUFEU, que deixou no terreno. Os únicos que teve na estrada durante o cerco.
- O que descrevo foi o que vivi, vi, li e ouvi. Poderá ter erros de pormenor, dos quais desde já peço desculpa.
- Longe de mim tentar julgar os actos de alguém.
- Não procuro a auto promoção, mas a CCaç 19 merece ser recordada. Principalmente os soldados negros que sofreram e sofrem injustamente na pele as consequências da nossa saída da Guiné.
- O meu agradecimento ao Manuel Marinho.
Cumprimentos a todos,
Agradecido, o camarada,
José Manuel Simoa Pechorro
__________
Nota de CV:
(*) Vd. poste de Guiné de 19 de Novembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P5300: O assédio do IN a Guidaje (de Abril a 9 de Maio de 1973) - I Parte (José Manuel Pechorrro)