Composição orgânica de
uma companhia
de caçadores
Comando
|
4 Gr Com, cada um com:
|
Capitão
1º
Sargento
2º
Sargento
4
Furriéis:
-
Vagomestre (SAM /Alimentação)
-
Enfermeiro (Serviço de Saúde)
-
Transmissões (Trms)
-
Manutenção Auto
|
1
alferes
3
sargentos (furriéis)
6
cabos
14
soldados atiradores
1
sold apontador de metralhadora
1
sold apontador de morteiro
1
sold apontador de LGF – Bazuca
1
Radiotelegrafista (RTL)
|
Praças
-
14 a 17 condutores autorrodas
-
4 mecânicos auto
-
1 mecânico de armas ligeiras
-
4 auxiliares de enfermagem
-
4 operadores de trms
-
1 operador cripto
-
1 escriturário
-
3 cozinheiros
-
1 padeiro
-
1 operador de reconhecimento
-
4 corneteiros /clarins
|
|
Total: 45 a 48
|
Total (Gr Comb): 28 x 4 = 112
|
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Total (CCaç) = 157 / 160
|
Fonte: Adapt. de Pedro Marquês de
Sousa - "Os números da Guerra
de
África". Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2021, pág. 49.
Composição orgânica de uma companhia
de caçadores (175 homens)
(modelo de
1972)
Comando
|
3 Pel Caç,
cada um com:
|
1 Pel Acom-
panhamento
|
1
capitão
1
alferes médico
Secção de comando:
1º
Sargento
Escriturário
Corneteiro/clarim
2
quarteleiros (também condutores e um barbeiro)
Secção de Transmissões:
Furriel
(tb responsável pelo SPM / Correio)
2
Operadores cripto
4
radiotelegrafistas
4
radiotelefonistas
Secção de Alimentação:
Furriel
(reabastecimento)
2
cozinheiros
3
auxiliares cozinheiro
1
padeiro
2
serventes (tropa local)
Sec Auto e Manutenção:
Furriel
mecânico auto
3
ajudantes mecânico
1
mec armamento lig
15
condutores
Sec Sanitária:
Furriel
enfermeiro
4
auxiliares enf
Equipa acção psicológica:
1
alf (em acumulação)
1
fur (arm pesadas, em acumulação)
1
soldado
|
Comando:
1
alferes
1
radiotelegrafista (RTL) (do Comando da CCAÇ)
1
observador atirador especial
1
corneteiro/clarim
3 Secções Metralhadora Ligeira:
1
furriel
1
cabo apontador metralhadora
3
soldados
(3x
5 = 15)
1 Esquadara LGFog:
1
cabo
1
sold apont LGfog 8.9
3
soldados atiradores
1 Esquadra deAtiradores:
1 cabo
4 soldado
|
Comando:
1
alferes
1 RTL (do Comando)
1
observador atirador especial
1
corneteiro/clarim
1
enf aux (do Comando)
3 Secções Metralhadora Ligeira:
1
furriel
1
cabo apontador metralhadora
3
soldados atirad
(3
x 5 = 15 homens)
1 Secção Morteiro Médio (81mm) (*):
1
furriel
2
cabo apontad
2
sold municiad
3 Secções Morteiro Ligeiro (60mm):
1
cabo
3
sold atiradores
(3
x 5 = 15 homens)
Observ.:
(*)
Secção destinada a operar armas coletivas na defesa do aquartelamento
|
Total= 53
|
28 x 3 = 84
|
38
|
|
|
Total (CCaç)= 175
|
Fonte: Adapt. de Pedro Marquês
de Sousa - "Os números da Guerra de
África".
Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2021, pág. 50.
1. A "unidade de combate básica", na guerra do ultramar, nos três teatros de operações (Angola, Guiné e Moçambique) era a Companhia de Caçadores (CCaç). Era uma companhia, de 150 a 160 homens, composta por atiradores de infantaria (ligeira). Dividia-se em:
(i) Comando de companhia;
(ii) Quatro grupos de combate (ou pelotões).
O comando de companhia incluía o comandante (do QP ou miliciano) + uma pequena equipa de apoio (de combate ou operacional, logístico e administrativo), nas áreas da alimentação, trasmportes e manutenção auto, saúde e comunicações / transmissões.
Cada grupo de combate (Gr Comb) era comandado por um oficial (alferes, em geral miliciano) + 3 secções, comandadas cada uma por um furriel (miliciano); cada secção estava dividida em duas equipas ou esquadras, sob o comando de um 1º cabo.
Além dos 10 graduados (1 alferes, 3 furriéis e 6 cabos), o Gr Comb dispunha de 14 soldados atiradores, mais 1 apontador de metralhadora, 1 apontador de morteiro (60 mm) e 1 apontador de LGFog / Bazuca), e ainda 1 RLT (Radiotelegrafista).
Este modelo também se aplicava às companhias de artilharia (CArt) e de cavalaria (CCav), que na prática eram companhias de atiradores (da arma de artilharia ou de cavalaria).
Em 1972 apareceu um modelo que previa mais pessoal (c. de 175 militares), procurando melhorar o emprego da companhia como "unidade independente (sem depender de um comando de batalhão)" (Sousa, 2021, pág. 51): dispunha, em teoria, de médico próprio, de uma equipa de acção psicossocial e de mais potencial de fogo (nomeadamente morteiro médio 81mm).
Foi um modelo aprovado por Despacho Ministerial, de 18 de agosto de 1970, alterado em 27 de abril de 1972 (Sousa, 2021, pág. 50).
Este modelo, oficial, da orgânica de um companhia, dita independente, previa a existência de 3 pelotões de caçadores e um pelotão de acompanhamento. No TO da Guiné, usou-se mais o primeiro modelo, ou seja, o dos 4 Gr Comb. (*)
Estranha-se não haver um sapador: na prática havia um alferes ou um furriel, em geral de operações especiais, que possuía o curso de minas e armadilhas.
Também se usava, no TO da Guiné, o LGFog 37mm, a par da bazuca 89mm, e do dilagrama.
Veja-se, por exemplo, a composição orgânica da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71). Sendo uma companhia da guarnição da província, de intervenção (e não de quadrícula), com praças do recrutamento local, não dispunha de armas pesadas de infantaria (nomeadamente, o morteiro 81 e metralhadores pesadas como a Browning).
Originalmente era constituída por 167 homens, sendo 76 de origem metropolitana (graduados e especialistas) (**).
Rapidamente, com as baixas (em combate, por acidemte ou por doença), a constituição de uma equipa para o reordenamento de Nhabijões e a afetação do furriel enfermeiro ao serviço de saúde do batalhão (a que a companhia estava adida, primeiro o BCAÇ 2852 e depois o BART 2917), a CCAÇ 12 rapidamente ficou desfalcada...
Nunca estive em quadrícula, pelo que não posso falar, de experiência própria, do modelo (oficial) do quadro orgânico de 1972.
Na CCAÇ 12, cada Gr Com tinha, originalmente:
- um LGFog 8.9, cada um com o seu apontador e municiador (4 x 2 = 8):
- um LGFog 3.7, cada um com um apontador (=4);
- um Morteiro Ligeiro 60, cada um com o seu apontador e municiador (4 x 2 = 8);
- uma Metralhadora Ligeira HK 21,com o seu apontador e municiador (4 x 2 =8);
- mais 7 ou 8 apontadores de diligrama ...
Mas houve operações em que se utilizou o Morteiro Médio 81 (recorrendo ao Pel Mort adido ao Batalhão).
____________
Notas do editor:
(**) Vd. poste de 21 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6447: A minha CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971) (1): Composição orgânica (Luís Graça)