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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Guiné 63/74 - P6910: Falando do BART 2857, da CART 2479, da CART 11 e da CACAÇ 11 (J. M. Pereira da Costa)

1. Mensagem de João Maria Pereira da Costa, um dos fundadores e administradores do blogue BART 2857.


Data: 16 de Janeiro de 2010


Assunto: GUINÉ 63/74 - P1015: CART 2479, CART 11 E CCAÇ 11 (ZONA LESTE, GABU, SUBSECTOR PAUNCA)

Sou Pereira da Costa, ex-furriel miliciano, Oper Info/CIOE,  da CCS/BArt 2857, em Piche
Sou um dos iniciadores, administradores e moderadores do blogue BArt 2857.

Caro Luis Graça, como foi quem colocou esta mensagem, pelo que lerá ao longo deste email, compreenderá as razões do mesmo.

O que o Carlos Marques dos Santos diz faz sentido,  que a CArt 2479, de Renato Monteiro desse origem à CCaç 11. O que posso complementar é que a CArt 2479 ou CArt 11 ou CCaç 11, esteve sediada em Piche, por período que,  de momento, não tenho elementos para o confirmar, pois aguardo que o Arquivo Militar me entregue uma cópia da História da Unidade do BArt 2857, que requisitei.

O Zé Teixeira diz que da História da CArt 2479 consta:

 Em Contuboel ministrou instrução a naturais de etnia fula criando uma sub-unidade mista que se transformou numa Companhia de Intervenção, formando a partir de Janeiro de 1970, CArt 11. Posteriormente terá passado a CCaç 11 a partir de Outubro de 1972. 

É bem possível, pois no período em que o BArt 2857 esteve em Piche, de Novembro de 1968 a Outubro de 1970, lembro-me da CArt 2479 e ouvir falar em CArt 11.

O que o Albano Costa diz tem coerência e até tem elementos que o confirmam.

Agora sou eu,  Pereira da Costa: vou ter que ler as histórias do Renato Monteiro e a História da Unidade da CArt 2479, se alguém me facultar, pela razão que vou descrever.

O BArt 2857 iniciou o seu próprio blogue [, em 20 de Setembro de 2009] (**). Acompanhamos outros, em especial, o vosso que me caiu de pára-quedas no meu email.

Estamos a preparar publicações entre elas uma de um acidente ocorrido, em 05/07/1969, na estrada Dunane/Canquelifá por accionamento de minas A/C sob Unimogs, onde estiveram envolvidas forças da CArt 2439, sediada em Canquelifá, pertencente ao BArt 2857 e forças da CArt 2479 / CART 11; pelo facto ocorreram mortos e feridos em número elevado, em ambas as forças com mais peso na CArt 2479 (pessoal ultramarino).

A publicação será em memória de um 1.º Cabo da CArt 2439, porque quando a lerem compreenderão a razão. Contudo não queremos esquecer os africanos e um metropolitano da CArt 2479. Para isso para além de informação e fotografias que já possuímos, gostariamos de as ter da CArt 2479, pois esta esteve como Companhia de Intervenção durante certo tempo (???)  adstrita ao BArt 2857, em Piche. (*)

Apelo a quem puder contribuir com informação e fotografias que o faça ou indique os contactos para as obter.

Um grande abraço de camaradagem ao Luís Graça que não tenho o prazer de o conhecer e muita força e coragem para transmitirmos todo aquele período que para alguns nunca existiu !!!!

Obrigado
Pereira da Costa


2. Comentário de L.G.:



Meu caro J. M.Pereira da Costa: Dei conta, só agora, da tua mensagem encalhada há muito nos postes por publicar... O teu pedido, no entanto, continua actual e peço aos nossos camaradas - nomeadamente aos que pertenceram à CART 2479 / CART 11, no período em questão (1969/70) - para te fornecerem os elementos pedidos...

Por outro lado quero-te dar os parabéns que criação e animação do blogue referente ao vosso batalhão, que vou passar a seguir. E desejar-vos uma bela festa de convívio, em Penafiel, no próximo dia 16 de Outubro. Fará então 40 anos que vocês regressaram da Guiné. Os meus parabéns por estas iniciativas.

Um terceiro ponto: quero-te  convidar pessoalmente para ingressares na nossa Tabanca Grande, o que não te impedirá de continuar a liderar o teu/vosso blogue. Vamos a caminho do meio milhar de membros da Tabanca Grande que, como tu sabes, reúne sob um vasto poilão, centenário, simbólico, os amigos e camaradas da Guiné... 

Queremos reforçar a presença da malta que, como tu, esteve no nordeste da Guiné, no sector de Piche. Basta-te, no teu caso, o envio de duas fotos, uma actual e outra do tempo da tropa. Um Alfa Bravo. Luís
_____________


Nota de L.G.:

(*) O BART 2857 (1968/70) era constituído pelas seguintes subunidades:  CCS (Piche), CART 2438 (Bajocunda), CART 2439 (Canquelifá) e CART 2440 (Piche). 

O pessoal deste batalhão vai realizar, em Penafiel, no próximo dia 16 de Outubro, a festa de confraternização do 40º aniversário do seu regresso da Guiné.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Guiné 63/74 - P6900: As nossas queridas enfermeiras pára-quedistas (20): Uma foto histórica: as Alferes Arminda e Ivone, em Angola, Negage, Agosto de 1961



Angola > Base de Negage > Agosto de 1961 > As enfermeiras pára-quedistas (*) Arminda e Ivone, em missão de apoio no âmbito de uma operação na Serra da Canda

Foto:  Cortesia de um nosso leitor, devidamente identificado, mas que prefere o anonimato.


1. Um nosso leitor, antigo oficial pára-quedista, perfeitamente identificado perante mim, mas que prefere manter o anonimato, mandou-nos em 30 de Julho p.p., a seguinte mensagem:

Assunto: As nossas queridas enfermeiras

Amigo Luís, reparo agora nesta segunda parte de uma mensagem que te enviei há tempos e que se teria perdido no amontoado de outras com que te assoberbam (presumo...).

Parece-me simpático e adequado ao ambiente homenagear as duas decanas, ilustrando um acontecimento único e que pouca gente conhecerá, pelo que junto agora um testemunho alusivo, da minha amiga Ivone (não sonhada mas de jure):

 "(...) entrámos a 6 de Junho de 1961 e fomos brevetadas a 8 de Agosto. No fim do curso, ficámos umas semanas em Lisboa, para se fazerem as nossas fardas e tratar de toda a papelada porque era a primeira vez que se fazia um curso daqueles.

"Enquanto se faziam as fardas, houve uma operação na serra da Canda e pensaram: Vão duas enfermeiras, para se fazer o teste da sensibilidade dos soldados, para ver como é que eles reagem às mulheres. Eu e a Maria Arminda fomos para Angola, não sabíamos bem para quê, para um teste de integração do meio operacional.

"Fomos no dia 22 de Agosto [de 1961] e no dia seguinte participámos no lançamento de pára-quedistas, numa zona de combate. Ficámos na base aérea, no Negage. Na zona mais próxima da guerra havia sempre um posto de comando, a partir do qual os aviões lançavam os pára-quedistas. Nós aterrávamos na base do comando operacional, onde se comandavam os lançamentos. Não pudemos saltar, estivemos dentro dos aviões enquanto eles saltavam e fazíamos o apoio sanitário porque levámos todo o nosso equipamento. Depois, aterrámos numa determinada zona no Norte de Angola, onde estava o posto operacional de comando, para ver como é que a operação se desenrolava". (...)

Um abraço e desejo de boas férias ...

PS 1 - Repito então...

Par contre (français, han....? que já ninguém fala e é a nossa língua de cultura)... se quiseres publicar, sem referência à origem por favor, esta fotografia histórica de uma Op na Serra da Canda, em Agosto de 1961, onde se vêm, no Negage, as Sras. Alf Arminda e Ivone  - hoje tenente e capitão reformados,  respectivamente.

Mas que conversa é essa das nossas queridas enfermeiras?!   [Há malta que ] parece que  esqueceu a distância que havia e que seria pertinente não aviltar.  Há um limite para a o devaneio e para a lavagem; nem para mim, minhas queridas,  e conhecia-as bem... o respeitinho é uma linda coisa!

Em geral e no mínimo, para não militarizar o ambiente, seria Sra. Dona..., não é?

2. Comentário de L.G.:

Meu caro leitor (anónimo, por vontade expressa):

Os autores de postes ou de fotografias publicadas no nosso blogue são sempre identificados pelo seu nome (excepcionalmente, por pseudónimo, ou iniciais, em caso de razões ponderosas) e são responsáveis pelo que escrevem ou editam. O mesmo acontece com militares ou combatentes, de um lado e de outro, ainda vivos, cujo comportamento possa ser objecto de crítica, por razões criminais, éticas, disciplinares ou outras. Essa é uma regra que quero manter, respeitar e fazer respeitar. No teu caso, levo porém em conta o teu pedido. Fico, porém, na dúvida sobre o autor da foto que, seguramente, não foste tu, já que tanto quanto sei não poderias estar no Negage em Agosto de 1961 (ou poderias ?...).

Quanto à expressão as nossas queridas enfermeiras pára-quedistas, é o título de uma série, cujo primeiro poste remonta a 20 de Fevereiro de 2009 (**)... Não sei, nem me interessa saber se o título da série é da minha autoria: é possível que sim, como muitos outros aqui criados e usados ao longo destes anos... De qualquer modo, o adjectivo "queridas" é frequentemente usado pela antiga malta do Exército que esteve no TO da Guiné e  que, passados estes decénios todos, acha que tem uma dívida de gratidão em relação às primeiras mulheres a fazerem história nas Forças Armadas Portuguesas... 

Elas (e temos pelo menos duas registadas como membros da nossa Tabanca Grande,  a Giselda Pessoa e a Rosa Serra) poderão dizer, melhor do que eu, se o termo, hoje (!),  é ou não aceitável, pertinente, adequado, respeitador, confortável, assertivo... 

De qualquer modo, obrigado pela tua lembrança, que é minha obrigação partilhar com todos/as os/as camaradas e amigos/as da Guiné, incluindo os/as inúmeros/as leitores/as  do nosso blogue que habitualmente não dão (nem têm que dar) a cara (o nome), excepto quando fazem comentários aos nossos postes...  Daqui de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses, já em contagem decrescente para o fim das férias, um Alfa Bravo do Luís Graça.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Guiné 63/74 - P6876: (Ex)citações (94): A maioria silenciosa do nosso blogue (Carlos Nery)

1. Comentário do Carlos Nery (ex-Cap Mil, Cmdt da CAÇ 2382, Buba, 1968/70, foto à esquerda, sentado, no dia da distribuição do patacão) ao poste P6869 (*):

Semana passada, ali num daqueles restaurantes do Largo de Carnide, ao pé do coreto, [em Lisboa,] ouço exclamar:
- Luís Graça & Camaradas da Guiné!

Era comigo, um amigo que não via já há uns anos, o Duarte Silva. Estudioso das coisas da Guiné, com obra publicada, conhece e lê o blogue mas, ao que julgo, não participa nele. Tive então a sensação de que, para além das "caras conhecidas", somos acompanhados por uma "maioria silenciosa", (expressão que uso num sentido diferente daquele que é usado, muitas vezes, em política, para invocar apoios que não se sabe se existem), maioria essa que devemos ter também em consideração.

Não adivinho o futuro mas daqui a umas dezenas de anos, quando já não estiver cá nenhum de nós, toda esta amálgama de testemunhos vai continuar a ser objecto de consulta, imagino.(Certamente estão tomadas as necessárias medidas de segurança deste material).

Em conclusão, penso que nos estamos a dirigir a um auditório muito vasto, no espaço e no tempo, de que nós, os que trocamos ideias uns com os outros, somos apenas a parte visível de um vasto icebergue...

Um grande abraço, Belo! Também eu, um pouco mais velho do que tu, gostaria de experimentar esse convívio na Lapónia! Mas a gente gosta de tanta coisa! O pior é o síndroma do DNA ("data de nascimento antiga", expressão mais elegante do que o estafado PDI)...
___________

Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 19 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 - P6869: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (26): Portugueses na Lapónia... sem distress (José Belo)

sábado, 31 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6813: Tabanca Grande (234): Tina Kramer, 27 anos, etnóloga, da Universidade de Frankfurt, Alemanha

1. Mensagem de hoje, da Tina Kramer (*)

Assunto: foto e descrição

Olá,  Luís,

Tudo bem?

Mando-te uma foto minha e uma pequena descrição minha:

Nasci no dia 31 de Outubro em 1982 numa vila no leste da Alemanha. Depois da escola,estudei Estudos Africanos e Estudos da Cultura em Leipzig. Trabalhei em Malawi e fiz pesquisas no Togo.  Quando terminei o meu Mestrado,  ensinei e trabalhei num projecto de arquivamento (fotos de antigas missões alemãs na África). Ao mesmo tempo eu fiz pedidos para projectos em várias universidades.

Escolhi estudar mais a África Lusofóna, porque estes países ainda são pouco conhecidos no meio científico na Alemanha. Tive sorte e depois de algum tempo os membros dum projecto da universidade de Frankfurt (Instituto de Etnologia)  gostaram da minha ideia.

Portanto mudei-me para Frankfurt e agora estou aqui para fazer pesquisas. Estudo as memórias da Guerra Colonial/Guerra de Libertação na Guiné-Bissau, do povo em Portugal e na Guiné-Bissau hoje em dia. Significa que quero saber quais são as formas de memória e através de que meios as pessoas   recordam  a Guerra.

O que me interessa particularmente são as ligações e as interdependências entre os tratamentos do passado entre a Guiné-Bissau e Portugal. Por isso gostava falar sobretudo com alguns participantes da guerra, artistas, jornalistas que estavam ou estão em contacto com Guiné-Bissau.

Em Frankfurt o meu orientador é o etnólogo Mamadou Diawara, mas eu ficaria  se aqui o Jorge Cabral puder ajudar-me como "padrinho" uma ou outra vez.

Um abraço da
Tina

2. Comentário de L.G.:

Tina, entendo o teu mail como uma resposta ao meu convite para ingressares na nossa Tabanca Grande (**). O interesse é mútuo, teu e nosso. Aqui tens um fonte de documentação notável, ao alcance de um clique... Tens por outro a boa vontade de centenas de amigos e camaradas da Guiné, portugueses, guineenses e outros, que poderão colaborar contigo como membros do blogue, interessados em ajudar a produzir e a reproduzir  a(s) memória(s) da guerra da Guiné, 1963/74, que opôs o PAIGC às autoridades coloniais portuguesas, e que conduziram à independência da Guiné-Bissau, hoje país lusófono, nossos irmão, da CPLP - Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Fica bem. Dá notícias. Escreve um pouco mais sobre o teu plano de trabalho de campo.

____________

Notas de L.G.:

(*)  Vd. postes de:

26 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6791: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (2): Tina Kramer, etnóloga, Universidade de Frankfurt, em trabalho de campo, em Lisboa


 22 de Julho de 2010  >  Guiné 63/74 - P6774: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (1): Pedido de colaboração da doutoranda alemã Tina Kramer 

(**) Vd. último poste da série > 26 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6786: Tabanca Grande (233): João Crisóstomo, ex-Alf Mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole, Missirá, 1965/66), e grande português da diáspora

domingo, 27 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6648: V Convívio da Tabanca Grande (8): Reportagem fotográfica

V CONVÍVIO DA TABANCA GRANDE
26 de JUNHO de 2010
Palace Hotel Monte Real
Tal como tinha vindo a ser programado, decorreu, em 26 de Junho de 2010, o 5º Convívio da Tabanca Grande, começando o pessoal a concentrar-se por volta das 11h30, e avançando para o ataque aos aperitivos cerca das 13h00, no airoso e fresco pátio de acesso à entrada do Palace Hotel Monte Real (inaugurado há um ano), nas Termas de Monte Real.
No comando das operações esteve o dinâmico e bem organizado Joaquim Mexia Alves, coadjuvado pelo Carlos Vinhal, Miguel Pessoa (responsável pela feitura e distribuição dos crachás), que orientaram cerca de centena e meia de convivas.
Quanto ao modo como se viveu a festa, prolongada pela tarde fora com um revigorante lanche, acompanahdo por uma sessão de fados a preceito e outros cantares tradicionais bem conhecidos da malta da Guiné, não há nada melhor que ver as fotografias que a seguir se apresentam.
Martins de Matos, Jorge Canhão e Juvenal Amado

O massivo ataque aos aperitivos dispostos no pátio de acesso à entrada do Hotel

Jorge Canhão, Eduardo & Manuela Campos, Margarida & Vasco Ferreira, Manuel reis, Casimiro & Ana Carvalho, Fernanda Ribeiro

Manuela & José Martins, Manuel Resende, Manuel & Maria Jacinta Rebocho, António & Clara Sampaio, Virgínio & Maria Irene Briote e Isaura Resende

António & Clara Sampaio, Virgínio & Maria Irene Briote, Isaura Resende, Manuela & José Martins, Manuel Resende e Manuel & Maria Jacinta Rebocho

Rosa Serra, (?), Vitor Barata, Miguel & Giselda Pessoa, (?), Jorge Narciso, Gil Moutinho e Martins de Matos
Jero (José Eduardo), Joaquim Alves, Casimiro Carvalho e Luís Graça
Hélder Sousa, Luís Graça, Paulo Santiago e Vistor Tavares
Juvenal Amado, José Pires, (?), Jero, Jorge Rosales, Rui & Rolina Albino, José Brás, José Dinis e Manuel Maia O habitual grito de guerra dos RANGERS presentes, dedicado e todos os presentes, por Casimiro Carvalho, Mário Fitas, Benjamim Durães Joaquim Alves, Humberto Reis, Eduardo MR, Pedro Neves e Jorge Araújo
Nos instrumentos: David Guimarães, Acácio Correia e Vacas de Carvalho
Jero, Virgínio Briote e Nartins de Matos
__________
Notas de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
22 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6627: V Convívio da Tabanca Grande (6): As inscrições terminam amanhã, quarta-feira, 23 de Junho de 2010 (A Organização)

sábado, 26 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6644: V Convívio da Tabanca Grande (7): Não há roncos grátis... Mas a gratidão é uma coisa muito bonita... Um Oscar Bravo a todos, dos participantes aos organizadores (Luís Graça)



Até ao dia de ontem, a Comissão Organizadora do V Encontro Nacional do Nosso Blogue tinha uma lista de 162 inscritos, dos quais  108 (66,7%, exactamente dois terços) eram membros titulares do nosso blogue, na sua grande maioria ex-combatentes: os restantes são acompanhantes (cônjuges e outros familiares ou amigos). Da malta combatente, temos 11 representantes da FAP, incluindo duas mulheres, as enfermeiras pára-quedistas, Giselda Pessoa e Rosa Serra... Da Marinha, infelizmente, desta vez não temos ninguém... O resto da maralha é/era do Exército.

Por região de residência, o sul estava sobre-representado (44,5%) por comparação com o Norte (30,3%) e o Centro (24,6%)...  Das Regiões Autónomas, e mais exactamente dos Açores, tínhamos um inscrito: o nosso camarada Tomás Carneiro, que vem expressamente de Ponta Delgada...

Registe-se mais, uma vez, o facto de termos largado ultrapassado  (apesar da crise, apesar da proliferação de tabancas e de convivios mais ou regulares dos nossos tabanqueiros...) o número de inscrições do ano passado (que foram 130)... Cerca de 55% dos inscritos de 2010, bisam em relação a 2009.

Infelizmente não vamos ter, entre nós, em Monte Real a presença de alguns dos organizadores de encontros anteriores: é o caso do Paulo Raposo (I Encontro, Ameira,  Montemor-O-Novo, 2006), Vitor Junqueira (II Encontro, Pombal, 2007)...

O III ( em 2008) e o IV (em 2009) Encontros foram realizados na Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, e tiveram a assinatura do duo, já bem entrosado e experiente,  Carlos Vinhal / Joaquim Mexia Alves... O Carlos Marques dos Santos (que felizmente vai estar connosco, embora desta vez sem a sua Teresa) deu uma preciosa ajuda na realização do I Encontro... O Miguel Pessoa  também  já é um elemento imprescindível na realização destes eventos (esteve na CO do III, IV e V).

No final, só espero que,  apesar de  todo este reconhecimento, mais que justo, do talento e empenho destes magníficos camaradas (que são tão bons a organizar a ventos como foram tão bons a fazer a guerra-e-a-paz), a concorrência - neste caso, o IN -  não se lembre de vir à nossa Tabanca Grande aliciá-los com propostas indecentes de chorudos ordenados e escandalosas regalias... É que, muito honestamente, não temos capacidade para cobrir o lanço (dito de outro modo: não temos graveto...) nem, infelizmente, podemos recorrer a  nenhuma cláusula contratual que nos proteja contra estas formas de assédio e de dumping social (ou seja, de concorrência desleal)....

Aqui  fica a lista dos nossos amigos e camaradas que vão fazer, da jornada do dia 26, em Monte Real, um dia para curtir e mais tarde recordar... Bem hajam a todos!


NOME / LOCAL DE RESIDÊNCIA

Acácio Dias Correia e Maria Antónia - Algés / Oeiras
Agostinho Gaspar  (*) e Maria Isabel - Leiria
Alvaro Basto (*), Fernanda (*) e Rolando - Leça do Balio / Matosinhos
Amadu Djaló (*) - Amadora
Américo Batista - Lisboa
António Baia e Celeste - Amadora
António Barroso (*) - Vila Nova de Gaia
António Estácio - Mem Martins / Sintra
António Graça de Abreu (*) - S. Pedro Estoril / Cascais
António José Pereira da Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra
António Manuel S. Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro
António Marques (*) e Gina - Cascais
António Martins de Matos (*) - Lisboa
António Osório e Ana - Vila Nova de Gaia
António Paiva (*) - Lisboa
António Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Santos e Graciela - Loures
António Sousa Bonito - Montemor-o-Velho
Armando Neves Coelho - Lisboa
Arménio Santos - Oeiras
Belarmino Sardinha (*) e Antonieta (*) - Odivelas
Benjamim Durães (*) - Palmela
Carlos Marques Santos (*) - Coimbra
Carlos Nery - Alfragide / Amadora
Carlos Santos - Viseu
Carlos Silva (*) e Germana (*) - Massamá / Sintra
Carlos Vinhal (*) e Dina (*) - Leça da Palmeira / Matosinhos
Casimiro Carvalho (*) e Ana - Maia
Coutinho e Lima (*) - Lisboa
David Guimarães (*) e Lígia (*) - Espinho
Delfim Rodrigues (*) - Coimbra
Eduardo Campos (*) e Manuela - Maia
Eduardo Magalhães Ribeiro (*) e Fernanda (*) - Porto
Eduardo Moutinho Santos - Porto
Fernando Franco (*) e Margarida (*) - Amadora
Fernando Gouveia (*) - Porto
Francisco Silva e Elisabete - Lisboa
Gil Moutinho - Fânzeres / Gondomar
Giselda Pessoa (*) - Lisboa
Henrique Matos (*) - Olhão
Hugo Guerra e Ema - Lisboa
Humberto Reis e Maria Teresa - Alfragide / Amadora
Hélder Valério de Sousa - Setúbal
Idálio Reis (*) - Cantanhede
J.L. Vacas de Carvalho - Lisboa
Jaime Brandão - Monte Real
Jaime Machado (*) e Maria de Fátima (*) - Matosinhos
Joaquim Mexia Alves (*) - Monte Real / Leiria
Joaquim Peixoto (*) e Margarida (*) - Penafiel
Jorge Araújo e Maria João - Almada
Jorge Cabral (*) - Lisboa
Jorge Canhão (*) - Oeiras
Jorge Narciso - Cadaval
Jorge Picado (*) - Ílhavo
Jorge Rosales (*) - Cascais
José Armando F. Almeida e Teresa - Albergaria-a-Velha
José Barros Rocha (*) - Penafiel
José Brás (*) - Montemor-o-Novo
José Carmino Azevedo (*) e Maria do Amparo - Vale Frechoso / Vila Flor
José Eduardo Alves (*) e Maria da Conceição (*) - Leça da Palmeira / Matosinhos
José Eduardo Oliveira e Maria Helena - Alcobaça
José Estevão Pires - Vila Nova de Gaia
José Fernando Almeida (*) e Suzel (*) - Óbidos
José M. M. Cancela e Carminda - Boelhe / Penafiel
José Manuel Lopes (*) - Régua
José Manuel Matos Dinis (*) - Cascais
José Martins (*) e Manuela (*) - Odivelas
José Pedro Neves (*) e Ana Maria (*) - Lisboa
José Zeferino (*) - Loures
João Barge - Leiria
João Lourenço (*) - Figueira da Foz
João M. Malhão Gonçalves e Gracinda - Lisboa
João Parreira e Maria Isaura - Carcavelos
Juvenal Amado (*) - Fátima
Júlia Neto e Leonor - Queluz / Sintra
Luís Graça (*) e Alice (*) - Alfragide / Amadora
Luís Marcelino e Maria Rosa - Leiria
Luís R. Moreira (*) - Agualva-Cacém / Sintra
Luís Rainha (*) e Dulce - Figueira da Foz
Manuel Amaro (*) - Amadora
Manuel Azevedo Ramos e Francelina - Vila do Conde
Manuel Carmelita e Joaquina - Vila do Conde
Manuel Maia - Maia
Manuel Rebocho e Maria Jacinta - Évora
Manuel Reis (*) - Aveiro
Manuel Resende (*) e Isaura (*) - Cascais
Manuel Santos e Maria de Fátima - Viseu
Manuel Traquina (*) e Fátima (*) - Abrantes
Miguel Pessoa (*) - Lisboa
Mário Fitas e Helena - Estoril / Cascais
Mário Rodrigues Pinto - Barreiro
Paulo Santiago - Aguada de Cima / Águeda
Raul Albino (*) e Rolina (*) - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal
Ribeiro Agostinho (*) e Elisabete (*) - Leça da Palmeira / Matosinhos
Rosa Serra - Oeiras
Rui Alexandrino Ferreira (*) - Viseu
Silvério Lobo e Linda - Matosinhos
Simeão Ferreira - Monte Real / Leiria
Sousa de Castro - Vila Fria / Viana do castelo
Tomás Carneiro (*) - Ponta Delgada / S. Miguel / Açores
Torcato Mendonça (*) e Ana de Lourdes (*) - Fundão
Vasco da Gama (*) e Celeste - Buarcos
Vasco Ferreira e Margarida - Vila Nova de Gaia
Victor Barata (*) - Vouzela
Victor Caseiro e Celeste - Leiria
Victor Tavares - Recardães / Águeda
Virgínio Briote (*) e Maria Irene (*) - Lisboa
Xico Allen - Vila Nova de Gaia

(A negrito vão assinalados os camaradas que pertenceram à FAP: Pilotos, Especialistas, Çaçadores Pára-quedistas, Enfermeiras pára-quedistas: a asterisco, os que se inscreveram também em 2009).

É intenção da Comissão Organizadora observar um minuto de silêncio, antes do almoço, em memória dos camaradas do blogue, que já nos deixaram nestes últimos 6 anos (2004-2010):

Carlos Rebelo (1948-2009)
França Soares (1949-2009)
Humberto Duarte (1951-2010)
Joaquim Cardoso Veríssimo (1949-2010)
José (ou Zé) Neto (1929-2007)
Manuel Castro Sampaio, marido de Filomena Sampaio
Victor Condeço (1943-2010)
 

Esta lista de inscrições pode ser comparada com a do ano passado (n=130)




Por região de residência, em 2009, o Sul (Grande Lisboa e Sul) representava 43,9%, seguido do Norte (Grande Porto e Norte) com  35,4%  e do Centro (20,8%). A estrutura da população de inscritos, por região de proveniência, não difere, pois, quando comparamos 2009 e 2010. Este ano há uma diferença de 4/5 pontos percentuais, a favor do Centro e em detrimento do Norte. Creio que, em 2009,  ainda houve mais duas inscrições de última hora, incluindo a do açoriano Tomás Carneiro.

Resta mencionar o nome dos camaradas que trabalharam para que esta grande iniciativa fosse possível. O nosso destaque vai para o nosso co-editor Carlos Vinhal, o Joaquim Mexia Alves (que vai ser o nosso anfitrião) e o Miguel Pessoa (responsável pela feitura e distribuição dos crachás, mas também para o Jero, o Belarmino Sardinha e o Eduardo MR, também nosso co-editor, que completaram esta belíssima equipa.  Não posso deixar de recordar que o nosso JERO foi o primeiro a oferecer-se para realizar o V Encontro em Alcobaça... Vingou a tese de Monte Real. Parabéns ao nosso anfitrião! Até já... (LG)
 
______________
 
Nota de L.G.:
 
Vd. último poste desta série > 22 de Junho de 2010 >  Guiné 63/74 - P6627: V Convívio da Tabanca Grande (6): As inscrições terminam amanhã, quarta-feira, 23 de Junho de 2010 (A Organização)

terça-feira, 30 de março de 2010

Guiné 63/74 - P6073: Ainda o desastre do Cheche, em 6 de Fevereiro de 1969 (7): Dos 47 afogados foram resgatados 11 cadáveres pelos fuzileiros (Rui Ferrão, 10º DFE, 1967/69)





Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > Pel Caç Nat 53 (1970/72) > O Rio Corubal não traz só trágicas recordações para os militares portugueses... Em sítios aprazíveis  como o Saltinho, dava para tomar um banho  retemperador, como se vê aqui na foto, com o Alf Mil Paulo Santiago, comandante do Pel Caç Nat 53, a nadar,  tendo a seu lado o Alf Mil Julião, o Fur Mil Josué, o Alf Mil Mota e 1º Sarg Picado, pertencentes à CCAÇ 2701 (1970/72).

Foto: © Paulo Santiago (2006) . Direitos reservados





1. Mensagem, com data de ontem,  de Rui Ferrão, residente em Vendas Novas,  ex-fuzileiro especial, pertencente ao 10º DFE (1967/69), a quem já endereçámos  em tempos o convite para se juntar, na Tabanca Grande, aos amigos e camaradas da Guiné:

Assunto - A verdade dos factos

Amigo e camarada Luís Graça, em primeiro lugar quero saudar toda a equipa que coordena todo este trabalho. Digamos que é um trabalho, e é também uma terapia para quem andou pelas terras da Guiné, em condições por vezes adversas à vivência do ser humano. Efectivamente quando nós entramos no Blogue e começamos a “desfolhar” não nos apetece parar, são horas e horas de pesquisa.

No meu caso particular, há relativamente pouco tempo descobri este vosso trabalho e o que me traz  aqui hoje é o seguinte: Os camaradas que aqui vêm contar as suas histórias,  quer sejam em combate, quer sejam em convívio, ou qualquer que sejam as circunstâncias, contem apenas aquilo que se passou com eles próprios e não venham falar de assuntos já em terceira ou quarta mão, que assim corre-se o risco de estarmos a elaborar em erros, que põem em causa a verdade dos factos, passados naquela ex-província portuguesa .

Vou contar um caso que, aliás, não tem nada a ver com o vosso trabalho, saiu já a alguns meses no jornal Correio da Manhã, no suplemento de domingo, onde se publica rubrica “A minha guerra”, onde um indivíduo aborda o caso dos nossos camaradas falecidos no acidente do Corubal e diz o seguinte, (cito as suas palavras) (**):

Estava no cais do Pijiguiti á espera que o resto do batalhão desembarcasse, vindo da metrópole, quando vejo uma lancha da marinha que depositou no cais, ao pé de nós, 47 caixotes de madeira tosca, que continham os corpos dos camaradas falecidos no desastre da jangada no rio Corubal, no sudeste do território, durante a evacuação de Madina do Boé.(**)

Ora bem, pertenci ao Destacamento nº 10 de Fuzileiros Especiais e foi deste Destacamento que saíram duas secções, passados alguns dias, para o local do acidente, com a missão de recolher os corpos a boiar no referido rio. Dos 47 afogados, foram resgatados 11 cadáveres, que foram sepultados com todas as honras militares na margem do rio, os restantes ficaram dispersos pelo rio à mercê dos crocodilos e doutras espécies afins.
Chamo aqui atenção, como é possível um indivíduo acabado de chegar à Guiné sem ter o mínimo de conhecimento do que é que se passou e vem para um jornal comentar um assunto do qual não estava devidamente informado,  afirmando que viu as 47 urnas dos soldados afogados no Corubal ?

É completamente falso, daquele acidente não vieram urnas nenhumas para Bissau com militares mortos, poderia ser eventualmente de outro ponto da Guiné.

Mais a diante no mesmo suplemento diz o indivíduo, volto a citar:

Destaco nessa zona (chão Fula) uma forte actividade inimiga que só num ataque havia já produzido 72 baixas. Os corpos dos militares e civis reunidos no posto de socorros produziam na valeta da rua um apreciável caudal de sangue. (**)

Meus amigos,  nós sabemos que 72 pessoas mortas é muita gente mas para produzir um caudal de sangue, será para impressionar os menos atentos? Deixo à consideração.

A guerra nas ex-províncias ultramarinas faz parte da nossa história recente e nós temos o dever e o direito de a narrar nos jornais, na internete, na televisão etc.etc. mas com verdade.

Agradeço o convite que o meu amigo me fez, para que faça parte da tabanca, quando tiver mais um pouco de vagar vou naturalmente aderir.

Camarada Luís Graça,  se o meu amigo achar que tem interesse, publica, de contrário fica o reparo e o meu desabafo. (***)

Um abraço, Rui Ferrão


___________

Notas de L.G.:

(*) 27 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5902: FAP (48): A guerra Páras-Fuzos, vista por um fuzileiro (Rui Ferrão)


sábado, 27 de março de 2010

Guiné 63/74 - P6056: Parabéns a você (92): Carlos Vinhal, 62 anos, o braço direito do nosso blogue, um incansável trabalhador da nossa Tabanca Grande (Luís Graça)


Guiné > Região do Oio > Mansaba > CART 2732 (Mansabá, 1970/72)> Foto de Outubro de 1970 (seis meses de comissão) : 3º Pelotão, secção do Fur Mil Vinhal (primeira fila, à direita, ladeado pelo seu amigo Ornelas).

Foto: © Carlos Vinhal (2006). Direitos reservados


1. O Carlos Vinhal está connosco desde 25 de Março de 2006, ou seja, desde a I Série do nosso blogue, o que significa que é um sénior, integrando desde então a nossa Tabanca Grande... Entrou cerimonioso, educado, e discreto, como continua a ser o seu timbre, tratando-me por você (*):

"Caro Luís Graça: Entrei recentemente no seu site e, como antigo combatente da Guiné, queria deixar o meu modesto contributo para aumentar o número daqueles que não têm complexos em assumir-se como antigos combatentes de uma guerra que, a não querendo, dela não fugiram. (...)



 "Passo a apresentar-me: (i) chamo-me Carlos Esteves Vinhal, fui Furriel Miliciano Atirador com a especialidade de Minas e Armadilhas; (ii) fui incorporado como instruendo do CSM em Abril de 1969 nas Caldas da Rainha (RI5); (iii) a especialidade de Atirador tirei-a em Vendas Novas (EPA); (iv) em Novembro fui para Tancos (EPE) onde tirei o 33.º Curso de Minas e Armadilhas; (v) em Dezembro rumei para o Funchal onde ajudei a dar a Especialidade de Atirador a um grupo de militares madeirenses com os quais se formaram as duas primeiras Companhias do Grupo de Artilharia de Guarnição n.º 2 (GAG2) a irem para o Ultramar: a CART2731 foi para Angola e a minha, a CART2732, embarcou no Cais do Funchal para a Guiné no dia 13 de Abril de 1970, chegando a 17; (vi) uns quantos dias em Brá e no dia 21 do mesmo mês seguimos para Mansabá, situada entre Mansoa e Farim, onde permanecemos até finais de Fevereiro de 1972.


"Como se tratava de uma Companhia independente ficámos dependentes administrativa e operacionalmente ao BCAÇ 2885, sediado em Mansoa. Os Oficiais, Sargentos, Cabos e Soldados especialistas eram todos continentais. Os madeirenses, homens de comprovada bravura, eram aquilo que poderíamos chamar a carne para canhão. A verdade é que muitos deles foram feridos em combate mais de uma vez e nunca viraram a cara à luta. Verdadeiros heróis anónimos, embora alguns reconhecidos e louvados até pelo General e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné.


"Perdemos três militares madeirenses, dois em combate quase no fim da comissão (o Vieira e o Barbosa) e um por acidente (o Silvestre). O soldado Malcata, oriundo do continente, morreu de doença. Perdemos também o Alferes Couto que, tendo como eu o Curso de Minas e Armadilhas, viu-lhe rebentar nas mãos uma mina antipessoal. (...)

"É com muita honra e a título de homenagem aos meus valorosos camaradas madeirenses da CART2732 e em particular ao meu 3º Pelotão que anexo duas fotografias [,  uma da minha Secção e outra do meu Pelotão]. (...)

"Refira-se que nesta altura - e só tínhamos 6 meses de comissão - já a Companhia se encontrava desfalcada. Já havia morrido o Alferes Couto e estava hospitalizado o Alferes Bento,  comandante do meu Pelotão, vítimas do mesmo incidente. (...)."

Nessa altura, a entrada de um novo camarada na nossa tertúlia era saudada com um simples olá, sem  mais paleio... Foi isso que eu fiz: "Amigos e camaradas de tertúlia: Abram aulas para receber mais um camarada da Guiné. Aqui vai o testemunho do Carlos Vinhal, ex-furriel miliciano da CART 2732 (Mansabá, 1970/72)"...

Estava longe de imaginar que ele ia ser o meu primeiro co-editor e o meu braço direito, absolutamente imprescindível, sem o qual o nosso blogue não teria tido a longevidade que já atingiu, perfazendo seis anos, daqui a menos de um mês, a 23 de Abril de 2010... (Naturalmente não posso esquecer o contributo fundamental da restante equipa editorial, que inclui o Eduardo Magalhães Ribeiro e o Virgínio Briote,  este em licença sabática).







Guiné > Região do Oio > Mansabá > CART 2732 ( 1970/72) > Estrada Mansambá-Farim >O Carlos Vinhal e o Sousa à sua esquerda, segurando uma mina anticarro detectada a tempo e levantada.


Foto: © Carlos Vinhal (2006). Direitos reservados


2. Só o ano passado, imaginem, é que eu descobri, por mero acaso, que o nosso querido co-editor Carlos Vinhal fazia anos a 27 de Março... Em 2008 ele pagou a respectiva jóia e entrou para o Clube dos Sexas (**)... Como continua com as quotas em dia, tem direito a comemoração especial... A série Parabéns a Você foi criada por mim, em 20 de Dezembro de 2007, para celebrar o 61º aniversário de outro dinossauro do nosso blogue, o Humberto Reis, o meu querido amigo e vizinho de Alfragide, e duplo camarada de Bambadinca (partilhámos o mesmo quarto e pertencíamos à mesma companhia independente, a CCAÇ 12)(***).

Esta série não teve continuidade em 2008 e foi preciso o génio organizativo do Carlos para, em 2009, passarmos a ter o champanhe pronto a saltar, sempre que se sabia de alguém que fazia anos... E com esta história toda já lá vão mais de 90 postes, os últimos dos quais dedicados ao Rui Silva e, ainda há minutos, ao Eduardo MR  (****)...

O Carlos tem sido, no desempenho desta tarefa, um verdadeiro gentleman, mais do que o mordomo da festa, o verdadeiro anfitrião da Tabanca Grande... É ele também quem, habitualmente, faz as honras à casa, acolhendo na Tabanca Grande os novos "amigos e camaradas da Guiné" ... Como só ele sabe fazer: com eficiência e discrição mas com sempre com acúçar e com afecto.

Devo dizer que, desde a primeira hora (Abril de 2006), ele interpretou muito bem, e interiorizou melhor ainda,  o espírito do blogue e o seu core business que não é discutir a guerra colonial, mas dar voz aos que a fizeram, de um lado e do outro.

Trabalhador incansável, o Carlos é a formiga bagabaga da nossa Tabanca Grande, fazendo um trabalho subterrâneo, muitas vezes  invisível mas absolutamente fundamental para a organização e funcionamento do nosso blogue (desde o expediente à gestão da nossa base de dados: nomes, emails, telefones, postos e unidades, datas de nascimento, etc.; desde a edição de inúmeras séries à organização dos nossos encontros anuais...).

Por tudo, o Carlos é merecedor da toda a minha estima, apreço, camaradagem e, desde que o conheço pessoalmente, amizade. Aconselho-me frequentemente com ele e ele comigo, quando surgem problemas delicados no blogue, que é preciso tratar com pinças e não com alicates... A sua formação e experiência em minas e armadilhas têm-me sido úteis, a mim e ao nosso blogue... Sou testemunha, por outro lado, do apuramento e refinamento da sua escrita... Todavia, tenho pena que ele, com toda a carga de trabalho diário a que está sujeito, acabe por não ter tempo e vagar para nos deliciar com mais textos seus sobre as suas emoções, vivências e factos da Guiné que ele conheceu.

Aproveito também para saudar a sua querida Dina, a bajuda com quem ele casou e é feliz há muitos anos... Telefono-lhes, com frequência, para casa, em Leça da Palmeira, e nunca, em vez nenhum, ouvi dela uma palavra de censura, queixa ou ressentimento pelo tempo que a gente acaba por roubar ao convívio do casal... Por outro lado, a Dina tem sido sempre uma entusiástica companheira e uma constante presença nos nossos convívios, desde a primeira hora...

Hoje, o nosso Carlos faz 62 anos. Ele merece tudo de bom na  vida, a começar pela manifestação da nossa estima, reconhecimento e agradecimento... Estou seguro de interpretar os sentimentos da generalidade dos amigos e camaradas da Guiné, reunidos debaixo do nosso poilão:  ele já tem um lugar muito especial neste espaço, talvez único (não me compete dizê-lo...), que temos vindo a construir na blogosfera...

Não tenho outra maneira de mostrar-lhe a minha gratidão, senão dizer-lhe tudo isto, em público, neste dia e neste lugar... Não vou repetir o que escrevi o ano passado, neste dia, e muito menos voltar a chamar-lhe "o rapaz de Leça [da Palmeira] que desmontava minas em Mansabá"...

Primeiro, ele já está há dois anos no Clube dos Sexas, e depois já foi promovido a general desta guerra que travamos todos os dias contra a ignorância, o cinismo,  o esquecimento, a indiferença de muitos dos nossos conterrâneos  em relação à guerra colonial e, quer queiramos quer não, contra o nosso próprio envelhecimento, a progressiva deterioração das nossas redes (neuronais, sociais...).

Também não vou repetir as quadras que lhe escrevi o ano passado... a não ser a última, que vou recitar-lhe, ao mesmo tempo que, simbolicamente, ergo a minha taça, em nome de toda a tabanca:

Viva a vida, viva o Norte,
Viva o nosso camarada,
Saúde e muita sorte,
Para o resto da caminhada.


____________

Notas de L.G.:

(*) 25 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCLI: A madeirense CART 2732 (Mansabá, 1970/72) (Carlos Vinhal)

(**) 27 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4084: Parabéns a você (2): Carlos Vinhal, nosso co-editor, um rapaz de Leça, que desmontava minas em Mansabá (Luís Graça)

(***) 20 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2367: Parabéns a você (1): Humberto Reis, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71): born in Portugal, December 19th, 1946 (Luís Graça)

(****) Vd. postes de:

25 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6044: Parabéns a você (90): Rui Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 816 (Os Editores)

27 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6055: Parabéns a você (91): Eduardo José Magalhães Ribeiro, ou simplesmente o ranger MR, ou apenas o Pira de Mansoa, nosso querido camarada, amigo e co-editor: faz hoje... 59 anos!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5700: Tabanca Grande (200): As razões por que eu gostaria de, mas não posso nem devo, aceitar o vosso convite (Carlos Matos Gomes)




Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guiledje (1-7 de Março de 2000) > Parte final da comunicação de Carlos Matos Gomes, Cor Cav Ref, antigo combatente português, escritor. Título da comunicação: "Guiné 1973: Quando os portugueses perceberam que chegara o fim"...

Vídeo: 2' 57''. © Luis Graça (2008). Alojado em You Tube > Nhabijoes


1. Mensagem de 17 do corrente, do Cor Cav Ref Carlos Matos Gomes, conhecido estudioso e analista da guerra colonial, investigador e também romancista e argumentista (autor de, entre outras obras, sob o pseudónimo, do romance "Nó Górdio", 1983).

Meu caro Luís, a propósito de uma resposta minha ao post do Jorge Félix relativo ao vídeo da viagem pelo Rio Cacheu Acima (*), fizeste-me uma proposta de integrar esta Tabanca, que me fez reflectir com serenidade antes de ter responder.

A primeira reacção foi: é claro que sim!... Preencho todos os requisitos, tenho ali (na Tabanca) tantos amigos, conhecidos. O local é bem frequentado, isto é, a frequência é de boa gente, são boas as intenções e a finalidade dos que frequentam a Tabanca. Une-me aos que aqui se reúnem recordações de lugares e de tempos e ainda o afecto pela terra da Guiné e das suas gentes. Nada a obstar, antes pelo contrário, tudo me levaria a sentir-me, além de honrado, disponível para integrar este grupo como membro de pleno direito.

Mas… vamos aos mas…

Sou leitor e frequentador assíduo e muito interessado da Tabanca. Tenho um juízo sobre esta Obra. Penso, sem qualquer lisonja, para a qual tenho espinha demasiado rígida e a boca demasiado dura, que este blogue é algo de extraordinário. Um daqueles casos que nos aquecem a esperança e nos incham a alma.

É extraordinário a vários títulos: pela ideia de reunir antigos combatentes num espaço democrático (o que quer dizer de livre expressão de cada um e de obrigatório respeito por todos e cada um dos outros), onde relatassem as suas experiências de há 30/40 anos, revivessem a sua grande aventura dos 20 anos, restabelecessem contactos, amizades e camaradagens, recordassem através da escrita e da imagem os lugares, os acontecimentos e as pessoas com quem partilharam os seus tempos da guerra, que servisse até de veículo de ajuda.

É extraordinário porque tem mantido o diálogo entre pessoas com diferentes visões da guerra e das situações num elevado nível de tolerância, mesmo quando o calor provoca reacções mais ásperas.

É extraordinário porque o colectivo do blogue conseguiu criar um "espírito de corpo" entre os tabanqueiros, que se revêem nas histórias, nos convívios que se vão multiplicando, nas acções que se desenvolvem, seja de solidariedade e ajuda ao povo da Guiné, seja a camaradas em dificuldades, seja ainda a familiares que procuram reconstituir as histórias de parentes seus na guerra.

O bloque e a Tabanca são um espaço de pureza e generosidade.

A pureza do blogue e dos seus tabanqueiros tem a ver com aquilo que é a sua matriz, a sua característica fundadora, o seu ADN: o blogue serve para relatar, contar, descrever, para transmitir emoções, para despejar pesos acumulados.

O blogue é a camaradagem, o que desaconselha grandes reflexões, análises e explicações. Deve continuar assim. É a sua força.

Ora eu, pelos rumos que a minha vida tomou, se ainda mantenho a minha generosidade, perdi a pureza de reviver a guerra colonial. Isto é, eu bebo do blogue, leio o que os homens da minha idade e da minha geração que passaram pelos locais por onde eu passei escrevem sobre ela, tento perceber como, em termos colectivos, a minha geração viveu este período da nossa História. Cada pequena descrição, ou relato, ou fotografia, ou filme, que cada um coloca é para mim um objecto de análise. Não tenho, pois, a pureza indispensável para me intrometer neste ambiente, não me sentiria confortável a fazer de mais um, quando afinal eu era e sou o que está a observar.

Um dos muitos factores de interesse do blogue é ser, além de um extraordinário local de convívio para os antigos combatentes da Guiné, uma futura fonte de conhecimento para a História da guerra colonial. E este conhecimento assenta em informações, por vezes únicas, sobre determinados acontecimentos e só isso já seria muito e bom serviço, mas o mais importante é que este blogue vai permitir aos historiadores e aos interessados do futuro pela História de Portugal, pela história colonial, pela história das forças armadas portuguesas e pela História da Guiné uma visão muito real sobre os actores que estiveram no terreno.

Raramente, na história em geral e na história militar em particular é possível aceder ao sentimento, ao pensamento dos homens comuns que a fizeram. Este blogue dota os futuros estudiosos desse precioso elemento que é o de lhes fornecer o relato em primeira mão do soldado, do sargento, do subalterno, do capitão que estavam no mato, a bordo de navios, nos aviões.

Eu, pelo facto de ter enveredado muito cedo pelo trabalho de análise da guerra colonial, sou alguém que polui essa fonte. Se aceitasse pertencer à Tabanca e aceder ao teu convite, estava a seguir o meu instinto e a fazer o que eu gostaria, mas não estava a prestar um bom serviço à Tabanca (tenderia a apresentar análises e a fazer interpretações que gerariam tensões e desviariam a atenção dos puros tabanqueiros), nem estava a prestar um bom serviço ao futuro estudo da guerra colonial, pois introduziria factores de distorção na análise. Estava a fazer o que gostava, mas não o que devo,

É por tudo isto que aqui tentei resumir e sem ter a certeza de ter sido claro que, meu caro Luís, te peço para me deixares neste lugar de entre.portas, a vaguear pela Tabanca como um estrangeiro adoptado, respeitando os usos e os costumes, falando quando me autorizarem, ou quando me pedirem, saudando os que assumem a responsabilidade de manter o fogo aceso, o gado alimentado, os fracos protegidos. Sendo agradecido pelo muito que o vosso labor me proporciona, pelo que aprendo e pelas amizades que criei.

Um grande abraço

Carlos Matos Gomes.

NB: Desculpa a extensão da resposta, mas não consegui resumir e devia-te, e a todos os membros da Tabanca, uma explicação séria, sem falsas humildades, mas principalmente sem deixar qualquer mal-entendido sobre a recusa a partilhar um espaço como este que, reafirmo, honra todos os que a ele pertencem e me honraria a mim também, se não fossem as razões que tentei expressar.

[ Revisão / fixação de texto / bold / título: L.G.]

2. Comentário do Carlos Matos Gomes, com data de 21 do corrente, a uma mensagem minha em que lhe dava conta de um mesquinho e reles comentário de alguém a um vídeo com o excerto da sua comunicação ao Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de Março de 2008), disponível em You Tube > Nhabijao, em conta associada ao nosso blogue.

Olá, Luís, um abraço. Obrigado pelo envio do comentário às minhas declarações no colóquio. Nada a acrescentar, porque não merece resposta.


Estas afirmações lembram-me sempre uma pequena história passada com o realizador americano John Ford. Quando lhe perguntaram há quanto tempo estava em Hollyhood ele respondeu: não me lembro, só sei que quando cá cheguei, a Doris Day (uma atriz especialista em papéis de ingénua e pura) ainda não era virgem. Isto para dizer que quando andei pela Guiné ainda estes tipos não eram heróis...

Um abraço, Carlos Matos Gomes

3. Comentário de L.G.:

Carlos:

Em meu nome e dos demais editores, o Carlos, o Eduardo e o Virgínio, bem como de todos os demais amigos e camaradas da Guiné que se reconhecem neste blogue, agradeço as palavras que dizes a nosso respeito e que são um estímulo, público, para continuar...

Às vezes, as nossas forças também fraquejam e a gente tem dúvidas, legítimas, sobre o caminho a seguir... Tu bem sabes, da longa e dura experiência dos três TO por onde passaste, a começar pela Guiné, como as picadas pareciam não ter fim... As tuas palavras são um doce bálsamo para as dores do caminho e um bom tónico para prosseguir, apesar de alguns conflitos, incompreensões e escaramuças que, inevitavelmente - e por que não, saudavelmente - surgem neste percurso comum...

E queremos prosseguir, não exactamente por sentido de "missão" (não somos heróis nem iluminados, somos apenas 'common people'), mas pela simples razão de termos criado, quase sem o querer, uma comunidade de desvairadas gentes que têm, como menor denominador comum, uma experiência de guerra e o conhecimento, vivido, de uma terra...

A guerra colonial e a Guiné-Bissau (ou o discurso sobre) não são monopólio de ninguém, nem sequer mesmo dos guineenses... Este período da história comum de portugueses e guineenses está longe de estar encerrado. Vamos continuar a esforçarmo-nos por manter este espaço plural e aberto, e cultivar nosso espírito de partilha, de tolerância e de discrição.

Dito isto, entendo inteiramente as razões por que gostarias de, mas não podes em deves, aceitar o meu/nosso convite para integrar a Tabanca Grande. És uma figura pública, um autor com obra feita sobre a história e a ficção da guerra colonial, não queres com a tua presença inquinar ou enviesar as fontes subterrâneas que alimentam este blogue... É de um grande honestidade intelectual: tu não queres ser o eucalipto que seca tudo em seu redor, os poilões, os bissilões, as cabaceiras, o mangal... da nossa Tabanca Grande.

Em contrapartida, deixa-me aceitar a tua proposta de seres uma espécie de marginal-secante, alguém que está fora e está dentro, que intersecta dois sistemas... Não propriamente esse "estrangeiro adoptado" de que falas, mas sim alguém que ocupa esse "lugar de entre.portas, a vaguear pela Tabanca (...), respeitando os usos e os costumes, falando quando me autorizarem, ou quando me pedirem, saudando os que assumem a responsabilidade de manter o fogo aceso, o gado alimentado, os fracos protegidos"...

Carlos, aparece sempre que te der na real gana, entra e sai: não precisas de bater à porta...

Como bem sabes, nesta Tabanca Grande não há moranças com portas nem janelas, não há bunkers nem abrigos, não há portas de armas nem cavalos de frisa, não há cercas de arame farpado, nem muito menos campos de minas e armadilhas... No dia em que nos impuserem tal, serei eu o primeiro a escolher a picada do exílio...
_____________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 12 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5632: Comentando o vídeo do Jorge Félix / Pierre Fargeas, sobre a viagem em LDG entre Bissau e Binta, no Rio Cacheu (Carlos Matos Gomes)

(...) 2. Comentário de L.G.: Dei conhecimento prévio deste mail ao Jorge ("Para teu conhecimento em primeira mão e incentivo para o próximo vídeo")... Quanto ao Carlos, disse-lhe o seguinte:


Carlos: Obrigado pela aplicação no TPC... LDG e não LGD: a culpa é sempre das pressas e da falta de controlo de qualidade... final.


Tudo de bom para ti e para nós em 2010. Já é altura de entrares para a Tabanca Grande, que não tem porta nem janelas...Luís

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5629: O Nosso Livro de Visitas (80): Aluna do 2º ano do curso de jornalismo procura ex-combatentes para entrevistar (Cátia Bruno)

1. Mensagem deixada, hoje, como comentário, no poste de 11 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5627: Dossiê Guileje / Gadamael (20): Esclarecimentos sobre a retirada, em 22 de Maio de 1973: Parte II (Coutinho e Lima)
Boa tarde,

O meu nome é Cátia Bruno e sou aluna do 2º ano no curso de Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social [, do Instituto Politécnico de Lisboa].

Um dos trabalhos que tenho de realizar é um guião de reportagem (uma simulação por escrito do que pretendo para uma reportagem), com protagonistas reais, que necessito de entrevistar.

Eu gostaria muito que a reportagem fosse sobre os ex-combatentes da guerra colonial. Penso que é necessário não deixar morrer a memória do que se passou e que muitos hoje em dia parecem esquecer. As gerações mais novas não têm noção do facto de que tivemos pessoas a combater, numa guerra real, ainda não há muito tempo. Mas, para falar sobre isso, necessito de arranjar contactos e pessoas disponíveis para poder entrevistar.

A vossa ajuda seria uma grande mais-valia para mim, caso estejam interessados em participar. Qualquer pessoa que lá tenha estado, que tenha sentido na pele, dá sempre uma boa história. Infelizmente, como vivo na zona da Grande Lisboa só tenho oportunidade de me encontrar por aqui e,  portanto, com alguém que viva perto.

Aguardo uma resposta da vossa parte, desde já agradecendo a ajuda na recolha de alguns testemunhos de pessoas que queiram colaborar. Caso estejam interessados ou para qualquer esclarecimento ou dúvida: catiacbruno@gmail.com

Sem outro assunto e com os meus melhores cumprimentos,

Cátia Bruno (*)
____________

Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste da série > 8 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5612: O Nosso Livro de Visitas (79): Conheci e estimei o Ten Cor Pimentel Bastos, 1º Cmdt do BCAÇ 2852 (António Vaz, ex-Cap Mil, CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5537: Votos de Feliz Natal 2009 e Bom Ano Novo 2010 (19): Mensagens da tertúlia


Guiné > Região de Cacheu > Barro > CCAÇ 3 > 1968 >  Feliz Natal... "Este é mais outro aerograma que descobri. Mandei-o, pelo Natal, em 1968. O que eu quis transmitir é que eram natais de morte e que o que procurava era esquecer, dando de beber à dor".

Dizeres do aerograma: "Querida irmã e cunhado, um Natal feliz e que o Ano Novo seja sepre melhor que o anterior. António Manuel... Uma ginginha!.. Pois dar de beber à dar é o melhor"...

Foto (e legenda): © A. Marques Lopes (2005). Direitos reservados

1. Continuamos a receber na nossa antiga caixa de correio (luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com ) mensagens de boas festas de diversos amigos e camaradas da Guiné, em geral acompanhadas de belíssimos cartões (alguns animados) ou em formato ppt.

Na impossibilidade de as reproduzirmos, a todas, aqui ficam os nossos agradecimentos e o nosso apreço aos seguintes membros da nossa Tabanca Grande ou simples leitores (*):

Aires Ferreira e Fátima
Alberto Silva
Alexandre Coutinho e Lima
Álvaro Basto e Filomena
Amílcar Ventura
Antero Santos e família (Mª Fernanda, Alexandra, Cátia, André e Andrezinho)
António Graça de Abreu
Artur Conceição
Carlos Cordeiro
Carlos Silva
Fernando Santos
Filomena Sampaio
Francisco Palma
George Freire
Hugo Guerra
Jaime Bonifácio Marques da Silva
João Carvalho
Jorge Teixeira (Portojo)
José Moreira (Associação Humanitária Memórias e Gentes)
José Manuel Lopes e Luísa Valente (Quinta Sra. da Graça)
José Teixeira
Lia Medina
Luís Dias
Manuel Augusto Reis
Manuel Oliveira
Mário de Oliveira (Padre)
Mário Fitas
Paulo, Conceição e Paula Salgado
Pedro Neves
Vasco Ferreira
Victor Barata
Victor Garcia
______________

Nota de L.G.:

(`*) Vd. último poste dest série > 24 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5527: Votos de feliz Natal 2009 e Bom Ano Novo 2010 (18): Patrício Ribeiro, pai dos tugas em Bissau... (Luís Graça)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5489: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (18): Coincidências ou não, amigo e camarada Pires ? (Fernando Costa, CCS/BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, 1973/74)

1. Mensagem de Fernando Costa, ex-Fur Mil Trms, CCS/BCAÇ  4513 (Aldeia Formosa, 1973/74) (*)

Assunto - Mais uma história com final feliz.

Através da Tabanca Grande fui contactado pelo nosso camarada Carlos Cordeiro,  também leitor assíduo do Blogue, com o fim de trocarmos informações que lhe interessavam para um estudo que está a realizar nos Açores, local onde reside e é professor universitário.

Num dos mails por mim enviados, dei a indicação que um Furriel de Transmissões do meu batalhão ,o BCaç 4513,  era açoriano e do qual só sabia o nome que lhe transcrevi.

No dia seguinte recebi a resposta com um possível contacto pois ele tinha encontrado na lista telefónica um nome idêntico e presumia ser a mesma pessoa.

De imediato liguei para os Açores à procura do Furriel Pires, e na realidade quem me atendeu foi o próprio.

Pelo que me disse nunca mais tinha tido qualquer tipo de contacto com pessoal do 4513. Foi como calculam uma grande alegria para ambos este encontro mesmo que telefónico.

E agora começam as coincidências, ou não:

(i) O nosso camarada Carlos Cordeiro quando abriu a primeira lista telefónica, fê-lo precisamente na página onde estava o nome pretendido;

(ii) O Pires era como eu Furriel de Transmissões;

(iii) Também pertencíamos à mesma Companhia;

(iv) Dormíamos no mesmo quarto;

(v) Como civis,  fomos ambos funcionários do Banco Comercial Português [BCP];

(vi) Actualmente estamos os dois reformados.

É demais.

E tudo isto porque existe um blogue onde os antigos combatentes se podem cruzar 35 anos depois.

Obrigado a todos que nele colaboram.

Fernando Costa
Ex-Fur Mil Trms

______________

Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 25 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5160: Tabanca Grande (182): Fernando Silva da Costa, ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, 1973/74)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5471: O Nosso Livro de Visitas (75): O blogue, uma obra que não pode morrer (Nuno Mira Vaz, CCP121/BCP 12, 1972/74)


1. Mensagem de Nuno Mira Vaz, coronel pára-quedista reformado, CCP 121/BCP 12, autor, entre outros, do livro Guiné, 1968 e 1973. Soldados uma vez, sempre soldados! (Lisboa: Tribuna da História, 2003. 96 pp):


Caro Luís Graça


Há algum tempo que ando para o cumprimentar, bem como aos co-editores do blogue, pelo savoir faire e bom senso com que vão conduzindo a nau através de mares por vezes mais agitados do que seria de esperar de pessoas civilizadas.

Faço-o agora, aproveitando a ocasião para lhe dizer que o oficial pára-quedista referido no poste 5464 como tenente da CCP 122, me parece mais o Major Calheiros, oficial de operações do BCP 12, provavelmente a representar o Comando do Batalhão junto de uma Companhia destacada.

Nas vésperas do Natal, quero ainda desejar-lhe Boas Festas e muito ânimo, porque aquilo que criou é hoje uma obra que não pode morrer.

Um abraço do camarada

Nuno Mira Vaz

2. Comentário de L.G.:

Meu caro Nuno: Não nos conhecemos do TO da Guiné, trocámos a G3 pela caneta ou pelo teclado do computador, interessamo-nos pela guerra colonial como tema de estudo, investigação e criação literária,  encontrámo-nos por aí uma vez (creio que na Academia Militar por ocasião de um lançamento de um livro), não devemos nada um ao outro... Aceito, por isso, com galhardia e sinceridade, os elogios que  faz ao nosso blogue e sobretudo agradeço o apreço, público, que nos manifesta. Desejo-lhe igualmente festas felizes e humanamente calorosas. Em meu nome, dos meus co-editores e dos demais camaradas e amigos da Guiné.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5439: Votos de Feliz Natal 2009 e Bom Novo Ano 2010 (1): Com amor & humor (Miguel e Giselda Pessoa)

1. Who is Who, quem é quem ?...

Para quem só agora aterrou, desembarcou, amarou, borregou ou até entrou por engano  na nossa Tabanca Grande, eles são, simplesmente, um casal de camaradas da Guiné, o mais mediático casal de camaradas da Guiné, o mais amoroso, o mais simpático, o mais encantador, o mais glamouroso, o mais tudo... Por mérito próprio, mas também porque são... o único casal de camaradas da Guiné com licença de residência na Tabanca Grande!... Dão-se alvíssaras, a quem encontrar e nos trazer outro, porque eles, coitadinhos, estão sozinhos no Paraíso...

Ele é o Miguel Pessoa (ex-Ten Pilav, Bissalanca, BA12, 1972/74, hoje Cor Pilav Ref).  Ela é a Srgt Pára-quedista Giselda Antunes... Seguramente o único casal do mundo que foi atingido - cada um deles, separadamente, em ocasiões diferentes, e em areonaves diferentes - , por um míssil SAM 7 Strela...  A Guiné e o Strela os juntou, sob a benção da FAP... Por mim já estavam no Guiness Book of Records se isso ajudasse a aumentar o PIB do nosso país e a contribuir para tornar ainda maior a nossa Tabanca Grande, além de ainda mais felizes... Ele & Ela.

Ele é um camarada de peso... Ela é a nossa única camarada de verdade... As outras bajudas e mulheres grandes só podem ser amigas... Obrigado, Miguel  e Giselda pelos votos de pesar pela morte do perú... Mas a verdade é que, tal como na tropa, alguém tem que se sacrificar pelo bem-estar e pelo moral do pessoal da Tabanca Grande. Como não há voluntários (nem básicos!), sacrifique-se o perú!..

2.  O Miguel e a Giselda dão a dica e o tom: o Natal (mesmo para os não-cristãos, para os outros monoteistas, para os politeistas, para os animistas, para os ateus, para os agnósticos...) é, na aldeia global, uma quadra festiva...em que os homens humanizam os seus deuses, ou climatizam os seus pesadelos ou, muito simplesmente, confraternizam entre si... (Para os que não tiverem programa nenhum, na noite de Consoada,  ainda há a alternativa, a nossa alternativa, que é blogar, blogar até que... o rato nos doa!).

Ficamos a aguardar que outros camaradas e amigos/as da Guiné nos escrevam neste período... Publicaremos as mensagens mais originais, mais loucas, mais provocatórias, mais inovadoras, mais inspiradoras, mais criativas, mais solidárias, mais picarescas, mais ternurentas, mais bem-humoradas, mais divinamente humanas, mais natalícias, mais artísticas, mais comestíveis, mais bebíveis, mais pimbas, mais.. mais ...mente incorrectas". Manga de mantenhas natalícias!

A equipa editorial

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5391: O nosso blogue em números (2): Os cinco postes mais comentados do mês de Novembro de 2009






No mês transacto (que teve 30 dias), publicaram-se 192 postes (mais 42 que em Outubro), ou seja, uma média de 6,4 por dia (*).

No ano em curso, e até 30/11/09,  já se tinham publicado 1712 postes, mais 425 do que em todo o ano anterior (n=1287), e quando ainda faltava 31 dias para terminar o 2009.

No período que vai de 1 de Novembro a 5 de Dezembro , a semana mais produtiva foi a de 22 a 28 de Novembro, com um total de 57 postes (8,1 por dia) (Gráfico 2). Trata-se de um recorde absoluto no nosso blogue.

Relativamente aos postes publicados, de 1 a 30 de Novembro (n=192), fizeram-se 803 comentários, ou seja, menos de 4 por poste (4,2) e 27 por dia (26,8)... Os cinco postes mais comentados (**) constam do Gráfico 1.

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste anterior, desta série > 5 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5214: O nosso blogue em números (1): Os cinco postes mais comentados do mês de Outubro de 2009

(...) No mês transacto, publicaram-se 150 postes (do P5038 a P5187), o que dá uma média de 5 postes por dia (4,8).

No ano em curso já se publicaram até hoje 1520 postes, mais 233 do que em todo o ano transacto (n=1287), e quando ainda faltam 53 dias para terminar o 2009.

A média diária de postes publicados em 2009 é de 5 (4,9), superior à ano passado (3,5) e muito superior à de 2007 (2,7).

No período de 27/9 a 1/11/2009, a semana mais produtiva foi a de 4 a 10 de Outubro, com um total de 45 postes (6,4 por dia) (Gráfico 1).

Tome-se como termo de comparação as duas semanas do ano em curso, em que atingimos o máximo e o mínimo:

29/3 a 4/4/2009 - 50 postes

30/8 a 4/9/2009 - 20 postes

Relativamente aos postes publicados, de 1 a 31 de Outubro (n=150), fizeram-se 565 comentários, ou seja, menos de 4 por poste (3,8) e 18 por dia (18,2) (...)

(**) Vd os cinco postes mais comentados, por ordem decrescente:

10 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5245: Parabéns a você (40): António Garcia de Matos (ex-Alf Mil Minas e Arm da CCAÇ 2790 - Bula - 1970/72 (Editores)

6 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5221: Parabéns a você (38): O nosso Alfero, Jorge Cabral (Cabral só há um, o de Fá e mais nenhum) (Editores)

17 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5283: Carta aberta ao António Lobo Antunes: que p... é essa de ter talento para matar ? (Amílcar Mendes, 38ª Cmds, 1972/74)

15 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5275: Controvérsias (53): Polémica M. Rebocho / V.Lourenço: Por mor da verdade e respeito por TODOS os camaradas (A. Graça de Abreu)


11 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5254: Estórias avulsas (58): Uma história de passarinhos (Carlos Vinhal)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5299: Livro de Estilo (1): Nós, o autor do Os Cus de Judas e os Presuntos Picantes (L. Graça / V. Garcia / A. Matos)

1. Sobre um escrito ("António Lobo Antunes e a escrita mentirosa") que o Victor Garcia nos mandou, anteontem, redigi o seguinte comentário:

Meu caro Victor, grande Kimba de Capunga (c/c aos nossos editores e a dois camaradas elegíveis para o futuro cargo de provedor do leitor do blogue, o António Matos e o Joaquim Mexia Alves):

Obrigado pelo envio desta mensagem, mas o nosso blogue, em princípio, não publica (nem precisa, felizmente, de publicar) aquilo que se chama SPAM (um buzzword da Web, do inglês spiced ham - presunto picante, em português - usada parta designar as mensagens não-solicitadas, enviadas em massa, diariamente, para a nossa pobre caixinha de correio). ...

Felizmente, temos produção própria para alimentar todos os dias o blogue. Temos, além disso, algumas regras de etiqueta e de convívívio... Eu penso que quiseste apenas dar-nos conhecimento deste texto que, fora a autoria (Barroso da Fonte com comentário adicional de Manuel Bernardo), eu não sei donde vem nem onde nem quando foi publicado. Eu, por (de)formação académica, gosto sempre de ir à fontes, até porque há muitas coisas apócrifas que por aí correm na Net. De qualquer modo, obrigado pela tua lembrança.

Em resumo: o texto não é teu, o Barroso da Fonte não é membro da nossa Tabanca Grande nem sequer o Manuel Bernardo (estive anteontem com ele, por acaso, tendo-lhe dito que ele, coronel, não pode sentir-se ofendido por nem sempre publicarmos a prosa dele; afinal ele nem sequer é da nossa tertúlia, nunca combateu na Guiné, não pagou a jóia de ingresso nem muito menos alguma vez pediu para fazer parte do nosso blogue)...

Por outro lado, não nos interessa alimentar este tipo de polémicas, para além do que é razoável, oportuno e pertinente (Veja-se o que se passou com o folhetim Almeida Bruno)... Como eu costumo lembrar aos meus queridos editores, o nosso core buiness é a guerra colonial da Guiné 63/74... Não podemos perder de vista o essencial... E, tal como na guerra, o acessório pode ser o fim do artista (e neste caso do blogue e de todos nós, que já temos idade para ter juízo e calma no gatilho)... Penso que às vezes vemos a árvore e não conseguimos ver a floresta...

Já sabemos que somos todos filhos de boa gente, mas não aprecio quem diz: "Não li o livro, não vi o filme, não estava lá... mas também quero malhar no gajo"...

O insulto (pessoal) é indigno de um camarada da Guiné. Como sabes essa não é a nossa postura: somos um blogue de partilha de memórias e de afectos, temos regras que temos de respeitar, etc... Não está em causa o teu eventual direito à indignação. O teu, o meu, o dos restantes membros do nosso blogue, o dos nossos leitores, etc.... Mas no teu caso eu gostaria de conhecer (e eventualmente publicar) a tua opinião, e não a do Barroso da Fonte ou do Manuel Bernardes ou de outra pessoa qualquer, antigo combatente ou não... No teu caso, terei muito gosto em recebê-la, apreciá-la e eventualmente publicá-la.

Enfim, está na altura, de resto, de nos mandares uma história (e fotos) da malta da CCAV 2639... Olha, nunca tinha ouvido falar de Capunga...

Um grande abraço do Luís e parabéns pela tua página pessoal, e os teus trabalhos em powerpoint.

2. Rsposta, gentil e oportuna, do Victor Garcia (*):

Caro amigo Luis Graça

Na verdade o intuito de eu ter enviado essa mensagem foi precisamente para divulgar algo que também chegou ao meu mail, e reenviá-lo aos endereços que tenho de rapaziada das Guerras Coloniais, entre os quais está o amigo Luis Graça.

O intuito não era de forma alguma ser publicado no seu Blogue. Eu, por sinal, até sou apreciador da escrita de Lobo Antunes.

O primeiro livro que li dele foi Os Cús de Judas [,1979,] que retrata a Guerra em África. Aprecio a forma frontal como ele faz a escrita e até um pouco a linguagem vernácula que utiliza.

No entanto, a ser verdade o que ai está escrito "será na verdade lamentável". No fundo também reconheço que anda pela NET muito lixo e muita falsidade. (...)

3. Parecer do António Matos: "Limito-me a aplaudir a decisão da não publicação do texto no blogue" (18/11/2009).

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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 1 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5043: Blogues da Nossa Blogosfera (19): Victor Garcia abre na Net uma página sobre a CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71)