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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22519: Notas de leitura (1379): Índice e contracapa da obra "Os Números da Guerra de África", de Pedro Marquês de Sousa (Guerra e Paz Editores, 2021, 384 pp.): "Vale a pena ler"! (A. Marques Lopes, cor art ref, DFA))







Índice e contracapa da da 
obra "Os Números da Guerra de África", de Pedro Marquês de Sousa (Guerra e Paz Editores, 2021, 384 pp.), a ser lançada em Lisboa no próximo dia 9, quinta-feira  (*)


1. Mensagem de A.Marques Lopes  Cor Art DFA, 
na reforma, ex-Alf Mil Art da CART 1690,
Geba, e CCAÇ 3, Barro (1967/68), membro sénior da Tabanca Grande, com 250 referências no blogue:


Data - 30/08/2021, 22:58
 

Assunto - Os Números da Guerra de África
 

Vale bem a pena ler! (14,40 € pelo correio). Seguem imagens da contracapa e índice. Abraços.


2. Comentário do editor LG:

António, não queres acrescentar mais uns tantos parágrafos para ser publicado como "nota de leitura", com o teu nome ? Há muito que não nos dás essa honra... Boa contiinuação do verão ou do que resta dele. Luís
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Notas do editor:

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Guiné 61/74 - P22463: Agenda cultural (780): lançamento oficial no dia 9 de setembro, em Lisboa, Palácio da Independência: "Os Números da Guerra de África", de Pedro Marquês de Sousa (Guerra e Paz Editores, 2021, 384 pp.)




1. Press-release da editora Guerra e Paz, que nos acaba de chegar por mão do nosso camarada António Graça de Abreu:



Os números da Guerra de África 
como nunca foram apresentados


1, Uma nova e objectiva luz sobre a Guerra de África, é esta a proposta de Pedro Marquês de Sousa, tenente-coronel do Exército português doutorado em História, no livro Os Números da Guerra de África.



Resultado de uma ampla e rigorosa investigação, a obra reúne, pela primeira vez, os dados constantes dos relatórios dos três ramos das Forças Armadas que participaram na Guerra de África (1961-1975) e ainda os números dos movimentos independentistas. Os mortos e os feridos, militares e civis, o armamento mobilizado, os desertores, as despesas do Estado.

A realidade dos números, num livro que servirá para clarificar os debates do presente e de vital referência para o futuro. Com prefácio do major-general João Vieira Borges, presidente da Comissão Portuguesa de História Militar, Os Números da Guerra de África chegam à rede livreira nacional no próximo dia 24 de Agosto, com a chancela da Guerra e Paz Editores e o apoio da Comissão Portuguesa de História Militar, da Comissão Cultural da Marinha, da Direção de História e Cultura Militar, da Força Aérea Portuguesa e da Associação 25 de Abril.

O lançamento da obra acontece no dia 9 de Setembro no Palácio da Independência em Lisboa.


2. Já muito fora escrito sobre a Guerra de África, no que aos aspectos políticos e sociais, e até geoestratégicos, diz respeito, mas os dados estatísticos analisados nessas abordagens apenas reflectiam os relatórios do Exército português, o ramo das Forças Armadas que mais interveio em combate. Era preciso clarificar a realidade dos números e Pedro Marquês de Sousa, tenente-coronel do Exército doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa, fê-lo neste Os Números da Guerra de África.

No caso das baixas em combate, por exemplo, as informações oficiais apontavam, até aqui, para os 8 mil militares portugueses mortos, mas, segundo a investigação de Pedro Marquês de Sousa, foram mais de 10 mil os homens que perderam a vida nas três frentes.

Esta ampla investigação dá-nos também a conhecer quantas foram as baixas dos movimentos independentistas, de guerrilheiros, de civis, assim como a real mobilização dos militares portugueses, as despesas do Estado Português, a quantidade de armas, de aeronaves, de navios, de viaturas. Até são apresentados os números dos desertores. Toda a logística dos três ramos das Forças Armadas, enriquecida com tabelas, gráficos e mapas.

O impacto que a guerra de África teve na sociedade, na economia e na história dos povos de quatro nações faz desta uma obra obrigatória para clarificar os debates do presente, mas também um documento histórico de vital referência para o futuro.

É esse impacto que João Vieira Borges, major-general, presidente da Comissão Portuguesa de História Militar, destaca no prefácio da obra;

«Sustentado por fontes primárias existentes nos diferentes arquivos das Forças Armadas Portuguesas, o autor divulga novos dados e actualiza outros relativos a uma guerra que marcou e marca profundamente, ainda hoje, toda uma geração de cidadãos, em especial os combatentes.»

Os Números da Guerra de África chega à rede livreira nacional no próximo dia 24 de Agosto. A obra estará ainda disponível, em edição digital, nas principais plataformas de distribuição de ebooks, da Amazon à portuguesa Wook, da espanhola Casa del Libro à americana Barnes & Noble, da Kobo à Scribd, com distribuição da Libranda.

Esta é uma edição da Guerra e Paz Editores com o apoio da Comissão Portuguesa de História Militar, da Comissão Cultural da Marinha, da Direção de História e Cultura Militar, da Força Aérea Portuguesa e da Associação 25 de Abril.

O lançamento oficial da obra acontece no próximo dia 9 de Setembro, pelas 18h00, no Palácio da Independência, em Lisboa, e contará com a apresentação do prefaciador da obra, o major-general João Vieira Borges.

Ficha técnica:

Os Números da Guerra de África

Pedro Marquês de Sousa

Não-Ficção/História

384 páginas · 15x23 · 16 €

Nas livrarias a 24 de Agosto

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Nota do editor:

Último poste da série > 8 de agosto de 2021 > Guiné 61/74 - P22442: Agenda cultural (779): "Um caminho de quatro passos", o livro autobiográfico do António Carvalho (ex-Fur Mil Enf, CART 6250/72, Mampatá, 1972/74), a ser apresentado na Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gomndomar, no próximo dia 11 de setembro

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Guiné 61/74 - P22423: Casos: a verdade sobre... (26): Forças Armadas Portuguesas, 1961/74: Nº de desertores, refractários e faltosos



Nº de desertores das Forças Armadas Portuguesas, no período de 1961/73  (Fonte: Cardina e Martins, 2019, p. 46)


1. O número de desertores, refractários e faltosos da guerra do ultramar / guerra colonial foi durante muito tempo (e continua a ser)  objecto de especulações e até de polémicas, por falta de investigação historiográfica compreensiva.(*)

Nos últimos cinco anos temos já dados, se não consolidados, pelo menos mais aproximados...  A metodologia da sua recolha é, porémm discutível, já que se baseiam  apenas em fontes administrativas (Excército). O investigador Miguel Cardina, da Faculdade de Coimbra,  aponta hoje para um número  de desertores da ordem dos 9 mil, podendo todavia essa estimativapecar por defeito. Um aspeto relevante: a deserção dá-se, na maioria dos casos na "metrópole# e não nas "frentes de combate", o que já há muito sabíamos  que respeitava ao CTIG.

 Embora sejamos um blogue de antigos combatentes, onde não cabe a figura do desertor como membro do nosso coletivo , isso não nos impede de falar sobre o assunto e de procurar saber mais sobre os desertores das Forças Armadas Portuguesas, no período de 1961 a 1974, em que durou a guerra, a par dos refractários e dos faltosos... 

Aliás, sobre este descritor, "desertores", temos mais de uma centena de referências...

De vez em quando o tema vem à baila, como recentente num artigo do investigador da Universidade de Coimbra, Miguel Cardina, publicado no "Público" de que tomamos a liberdade de reproduzir um excerto, para conhecimento dos nossos leitores.

2. Recortes de imprensa: 

Miguel Cardina, "Público", 30 de Julho de 2021 > Guerra à guerra: as oposições e a contestação anticolonial (Com a devida vénia)

https://www.publico.pt/2021/07/30/politica/noticia/guerra-guerra-oposicoes-contestacao-anticolonial-1972307

(...) Um estudo que efetuei, juntamente com Susana Martins (Miguel Cardina e Susana Martins, “Evading the War. Deserters and draft evaders of the Portuguese army during the colonial war”, E-Journal of Portuguese History, 2019, n.º 17/2):

(i) aponta para a existência de cerca de 9000 desertores (com lacunas pontuais em certos anos e ramos militares), a maioria deles desertando ainda em Portugal;

(ii) devendo a isso associar-se um número estimado de refratários na ordem dos 10 a 20 mil jovens;

(iii) e de faltosos à inspeção que rondará os 200 mil jovens - ou seja, perto de 20% dos rapazes chamados à inspeção na então metrópole, neste caso a partir de dados do próprio Exército.

Muitos deles não recusavam a guerra a partir de um posicionamento ideologicamente explícito e eram alheios às discussões políticas nas oposições. 

Além disso, nem todos os faltosos à inspeção o fizeram certamente para escapar da guerra: uma parte viria mesmo a regressar ao país para cumprir o serviço militar. No entanto, e como os trabalhos de Victor Pereira sobre a emigração têm sublinhado, é também possível ver estes trânsitos como parte das estratégias de resistência infrapolítica das classes populares. 

Com efeito, no gesto de emigrar intersetavam-se, frequentemente, as questões relativas ao sustento material e à busca de oportunidades de vida no exterior com o escape a constrangimentos de outro tipo, entre os quais, na vida dos jovens, pesava com especial relevo o fantasma de ser mobilizado para combater numa guerra distante. (...)

[  Revisão / fixação de texto / negritos, para efeitos de edição deste poste: LG    ]

3. Comentário do editor LG:

Fizemos uma primeira leitura, a correr, do artigo supracitado, de resto disponível aqui (em português do Google e no original em inglês, e também em formato pdf). Merece uma nota de leitura, e uma análise mais fina, quando tivermos disponibilidade de tempo. Para já limitamo-nos a reproduzir, com a devida vénia, um resumo (gráfico, acima)  dos dados relativos aos desertores por ano e por local (Portugal e os 3 teatros de operações).

Recorde-se que o Código de Justiça Militar de então definia como desertor aquele que se ausentava, indevidamente,  num prazo superior a oito dias, da unidade militar a que pertencia. As razões (e as circunstâncias) da deserção seriam naturalmente complexas, mas em princípio significavam a "recusa" da guerra.

Outra categoria estudada são os refratários (mancebos que faziam a inspeção mas que fugiam antes da incorporação militar), que não devem ser confundida com a dos faltosos (os que nem sequer faziam a inspeção militar). 

Entre 1967 e 1969 (os dados de que se dipõe),  cerca de dois por cento dos jovens,  chamados à inspeção,  foram considerados refratários: 1402 (2,26%) e 1967; 1268 (1,79%) em 1968; e 743 (1,09%) em 1969.  Não se dispõe de dados para os outros anos
.(Fonte: Cardina e Martins, 2019, p. 46).

Quanto aos faltosos, e de acordo com dados de 1985, do Estado-Maior do Exército, seriam da ordem dos 200 mil, no total,  no período entre 1961 e 1974 (Fonte: Cardina e Martins, 2019, p.47).

 Se os desertores e os refractários são um fenómeno mais próximo da "recusa" da guerra, a questão dos faltosos tem que ser vista no âmbito mais vasto do fenómemo da emigração.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21781: Notas de leitura (1335): Os serviços de saúde militar e a guerra colonial - Parte I (Luís Graça)


Lisboa > Fundação Calouste Gulbenkian > 9 de novembro de 2017 > Barros Veloso apresenta o livro, de que foi o principal organizador, "Médicos e Sociedade: para uma história da medicina em Portugal no século XX"... Um dos 50  capítulos é dedicado aos serviços de saúde militares durante a guerra colonial, da autoria do coronel médico Carlos Vieira Reis.

Cortesia da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (2017)


Nota de leitura - I Parte

por Luís Graça


Reis, Carlos Vieira – A Guerra Colonial. In: Veloso A. J., Mora, L. D., Leitão, H., (Eds.) (2017). Médicos e sociedade: para uma história da medicina em Portugal no século XX. Lisboa: By The Book, pp. 492-505

 

O autor do capítulo sobre os serviços de saúde militares durante a guerra colonial Carlos Vieira Reis,  é coronel médico e escritor, foi diretor de serviço de cirurgia, director  clínico do Hospital Militar Principal e presidente da União Mundial dos Escritores Médicos.

Resumo: A organização e o funcionamento dos serviços de saúde militar, durante a guerra colonial / guerra do ultramar, é um dos cinquenta capítulos da obra verdadeiramente enciclopédica, de que o meu ilustre amigo A. J. Barros Veloso (médico, músico de jazz e historiador, especialista de medicina interna, ex-diretor de serviço do Hospital dos Capuchos, Hospitais Civis de Lisboa) foi o principal editor literário, para não dizer mesmo a verdadeira “alma mater”: “Médicos e sociedade: para uma história da medicina em Portugal no século XX”.

Barros Veloso é, de resto, o autor ou coautor de 15 capítulos. A obra, com um total  863 páginas, reúne a colaboração de cerca de quatro dezenas de especialistas da história da medicina portuguesa no séc. XX (, incluindo, modéstia à parte, o meu nome, no que diz respeito à génese e desenvolvimento da saúde pública).

 

Dispositivo sanitário no terreno 

e  doenças mais frequentes


Carlos Vieira Reis dá-nos a sua visão, por dentro, do sistema de saúde militar que, neste período, assentava no seguinte modelo de dispositivo: 

  • hospital central
  •  centro de convalescença
  • hospital de evacuação
  • enfermaria de tuberculose (só em Angola, Nova Lisboa, hoje Huambo)
  • destacamento misto de cirurgia e reanimação
  • enfermaria de setor
  • depósito de material sanitário
  •  sucursal do laboratório militar de produtos químicos e farmacêuticos
  •  destacamento de doenças tropicais
  • destacamento de inspeção de alimentos
  • destacamento de desinfestação
  • destacamento de inspeção de águas
  •  e equipa estomatológica.

Este dispositivo podia variar, em função das características territoriais  e operacionais (p. 492): por exemplo, em Angola, optou-se pela concentração logística em Luanda, dada a sua “relativa proximidade” da zona militar e da actividade operacional (inicialmente centrada no Norte).

A cobertura sanitária do território  angolano incluía: 

(i)  dois hospitais de evacuação (um no Luso, hoje Luena, no Leste; e outro em Cabinda, no Norte);  

(ii) 10 enfermarias de sector;

(iii) e ainda “um número significativo de órgãos de apoio sanitário com alguma mobilidade”… 

Já no caso da Guiné, e devido à sua pequena extensão territorial, foi possível fazer-se a concentração em Bissau dos órgãos de apoio sanitário.

A prevenção das doenças endémicas, infecciosas e parasitárias (paludismo, tuberculose, etc.) foi considerada uma das prioridades da missão dos serviços de saúde militares;

(…) “O paludismo destacou-se pela morbilidade (mais de 33 000 casos registados anualmente no pessoal militar em Angola) e também pela mortalidade nos militares de raça branca” (sic)  (p. 493).

A tuberculose era causa de morte sobretudo entre os negros. Mas também há a registar casos, que o autor não quantifica, de febre tifóide, disenteria (bacilar e amebiana), filaríase, “e um grande número de casos de doença do sono e febre-amarela” (p. 493).

Outras doenças também mereceram atenção especial: dermatomicoses, doenças das vias respiratórias, doenças gastrointestinais, hepatites infeciosas,  raiva e cólera.

Os serviços de saúde regiam-se pelas famosas NEP (Normas de Execução Permanente) e o Manual de Prevenção das Doenças e Socorros  Urgentes nas Regiões Tropicais.


Prevenção e profilaxia da malária / paludismo


O autor considera ter sido um sucesso o regime (obrigatório) de quimioprofilaxia da malária (com a administração da camoprima) e da doença do sono (com a pentamidina) (p. 493).

E, a propósito recorda, que “o médico da companhia” (quando o havia, já que na Guiné, no meu tempo, em 1969/71, o que era correto era dizer-se “o médico do batalhão”…) tinha,à sua responsabilidade, a saúde de 160 homens, uma parte com baixa literacia funcional (para não falar da literacia em saúde…), a quem tinha que ministrar conhecimentos básicos de higiene e prolifaxia, e lidar com preconceitos, atitudes e comportamentos pouco ou nada salutogénicos: por exemplo, nem todos os militares aderiam à toma diária, “obrigatória”,  do comprimido antipalúdico (em geral, a cloroquina, o quinino do Laboratório Militar), com o falso argumento de que… “fazia mal à tusa”!...

E a grande frequência de casos de blenorragia (“esquentamentos”) também era o resultado da falta de informação e educação em matéria de saúde sexual (p. 406).

Recorde-se, por outro lado,  que a vacinação era também obrigatória para a varíola, a febre tifóide, a febre-amarela, o tétano, a poliomielite, a cólera. O programa de rádio-rastreio das doenças pulmonares era realizado em Portugal e nos territórios ultramarinos, mas não sabemos o grau de cobertura… 

Mais preocupante ainda era  a situação da saúde oral : por exemplo, em  1962, em Angola, mais de 1/3 das consultas hospitalares, efectuadas pelos militares, eram do foto da estomatologia (pág. 503).


Morbimortalidade

Interessantes são os números que o autor avança para estimar a morbilidade: cerca de 25 mil feridos em combate, dos quais 15 mil ficaram com “sequelas definitivas dos seus ferimentos”. Não há, porém, números relativos à saúde mental…

Da pesquisa dos registos epidemiológicos nos relatórios anuais dos Quartéis Generais das Regiões Militares  de Angola e Moçambique e do Comando Territorial Independente da Guiné, só se conseguiu obter, infelizmente,  informações sobre a RM Angola, relativamente ao período de 1968-1971.

Nesses quatro anos, regista-se um aumento do número de casos de disenteria amebiana, filaríase, blenorragia e sífilis. Também o alcoolismo e as hepatites tiveram um acréscimo significativo. No conjunto das patologias identificadas, “notou-se o elevado número de casos de infeções respiratórias, gastroenterites e sobretudo doenças dos dentes” (p. 494).

No que respeita à mortalidade, “estão documentadas 9 196 mortes, dos quais 8 920  do Exército e 906 da Marinha e da Força Aérea” (p. 494).  

As mortes em combate atingem a percentagem de 45,58%, sendo as restantes causas de morte o  acidente (, de viação, arma de fogo, afogamento e outras) (36,90%) e a doença (14,52%).

De uma lista de 1 204 mortos por doença, na população militar de adultos jovens (média etária: c. 26 anos), só foi possível localizar 429 processos (35,6%, pouco mais de um terço) no Arquivo  Geral do Exército.

Em Angola, a causa das mortes por doença, em 107 militares  (66%) foi determinada por autópsia, método este muito menos utilizado na Guiné e em Moçambique (apenas em cerca de 30% dos casos).

De acordo com a Classificação Internacional das Doenças (CID-10), da Organização Mundial de Saúde, usada “a posteriori” (, uma vez que não existia na época o CID),ficamos a saber o seguinte (p. 494):

(i)               As doenças infeciosas e parasitárias, no seu conjunto, representavam 36% do total, com destaque para a malária e a tuberculose (37 e 27 casos, respetivamente);

(ii)             ao conjunto das outras doenças cabiam os restantes 64%, onde se incluíam as neoplasias (73 casos) e as doenças  do aparelho circulatório (41 casos) e ainda as  doenças renais.


A idade média de mais de 4/5 dos mortos por doença era igual ou inferior a 23 anos. A média dos restantes (18,6%) era de 42,7 anos. (Tratava-se sobretudo, neste grupo, de militares do quadro permanente, sendo as principais causas de morte as doenças malignas e as doenças do aparelho circulatório.) (p. 494).


30 mil evacuações para a Metrópole

Durante toda a guerra, ter-se-á realizado um total (estimado) de 30 mil evacuações para a Metrópole, a maioria estando documentada nos processos existentes no Arquivo Geral do Exército (p. 494).

O regime de evacuação, definido para os 3 teatros de operações, era o seguinte:


  • 10 dias, para a enfermaria de subsector (Batalhão);
  • 20 dias (Angola) e 30 dias (Moçambique), para a enfermaria de sector;
  • 60 dias, para o hospital de evacuação;
  • 90 dias, para o hospital geral (por ex., HM 241, Bissau);
  • tratamento definitivo, no caso do hospital militar principal e hospital militar de doenças infecto-contagiosas (Lisboa).

O autor refere que, no entanto, só há registos de evacuações de:

  • Angola, em 1962 (6519), 1968 (412), 1969 (602), 1970 (477) e 1971 (720);
  • Guiné, em 1972 (620) e 1973 (786); 
  • Moçambique, em 1970 (477) e 1971 (426).


Relativamente a evacuações médicas dentro dos TO, só há dados referentes a Moçambique, em 1970 e 1971, com respetivamente 4314 e 4107 evacuações médicas efetuadas por via área (p. 504).

Veremos a seguir, com detalhe, os recursos, nomeadamente humanos e técnicos, que o sistema de saúde militar dispunha. 

Por lapso ou não, o autor não faz qualquer referência ao papel das nossas queridas enfermeiras paraquedistas. Talvez na Guiné esse papel fosse mais valorizado do que em Angola.

O autor, pelo que.  percebi, foi cirurgião no Hospital do Luso durante 14 meses e é a partir dessa experiência angolana que aborda os problemas de saúde e da organização e funcionamento dos serviços de saúde militares.

Cite-se, entretanto,  a conclusão do seu artigo, em jeito de introdução à segunda parte desta nossa nota de leitura:

“Durante a Guerra Colonial, os médicos viveram, de várias formas, uma experiência única, em que testaram ao limite a sua profissão e trabalharam até à exaustão sem a sensação de que isso constituísse um sacrifício. 

Desempenharam uma tarefa dignificante, na medida em que levaram a esperança aos combatentes e deram um  passo enorme na reconquista das populações indígenas. 

No meio  de guerras intestinas desnecessárias, fizeram amizades para toda a vida e entregaram-se por inteiro e com orgulho  à missão que lhes foi confiada. 

A sua presença ficou, por isso,  como um momento que os honra e merece ser recordado” (p. 503).

Não podemos estar mais de acordo.

(Continua)

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21744: O nosso blogue em números (69): No mundo globalizado, fomos vistos em muitos países, com natural destaque para Portugal (41%), EUA (25%) e Brasil (6%)...Cabo Verde e a Guiné-Bissau, infelizmente, ainda não aparecem no Top 20... São dois pequenos países, de resto com taxas de penetração da Internet desiguais: 63,3% e 12,7%, respetivamente



Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)


.  Gráfico nº 10 - Principais localizações dos nossos visitantes (em 10,6 milhões de visualizações de páginas, 2010-2020)

 
Gráficos nº 9 e 10 - Principais localizações dos nossos visitantes (leia-se: visualizações de páginas, entre maio de 2010 e o final de 2020): no Top  10, o destaque vai para Portugal (com  cerca 41% do total), seguido dos Estados Unidos da Amércia (25%) e o Brasil com 6%... Enfim, quando  comparamos estes dois gráficos com os do ano passado (*), a estrutura mantem-se no essencial 

Infografia: Blogger (2021) (com a devida vénia)


1. É caso para dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande"... 

A principal origem dos que visitam o nosso blogue, quase dois terços, é Portugal (41%) e os EUA (25%) Gráfico nº 9)

Segue-se, à distância, o Brasil (6%), a França (5%) e a Alemanha (4%). E ainda com mais de 1%, o Reino Unido e a Rússia.

Este perfil não se tem alterado desde 2014, ano em que o Brasil perdeu o 2º segundo lugar para os EUA. (**)

No mundo globalizado em que vivemos, somos vistos em muitos lados (Gráfico nº 10): seguem-se por ordem  decrescente (com menos de 1%) (,entre parêntesis indicam-se os números absolutos, em milhares) os seguintes países:

Polónia (87,6)
Espanha (71,9)
Ucrânia (60,9)
Região Desconhecida (58,5)
Canadá (50,8)
China (50, 6)
Itália (38,3)
Hong Kong (35,9)
Emiratos Árabes Unidos (26,3)
Paises Baixos (22,7)
México (19,9)
Suécia (19,1)
Outros (1,28 milhões).


Nesta lista dos Top 20, não aparece infelizmente mais nenhum membro da CPLP, e nomeadamente a Guiné-Bissau e Cabo-Verde, onde temos gente da Tabanca Grande. São, de resto,  dois países onde o grau de penetração da Internte é muito desigual:

(i) Guiné-Bissau: 12,7% da população, em finais de 2019,  usava a Internet. (População total, estimada em 2020: 1,998 milhões);

(ii) Cabo Verde: 63,3%, em finais de 2019, usava a Internet. (População estimada em 2020: 556 mil)

Fonte: Internet World Stats > Africa [consut em 7/1/2021)

(Continua) 
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Notas do editor:

(*) Vd, poste de 10 de janeiro de  2020 >   Guiné 61/74 - P20543: O nosso blogue em números (65): Quem nos visita vem sobretudo de Portugal (41%) mas também dos EUA (24%) e do Brasil (6%), usa o Chrome (38%) como navegador, e o Windows (77%) como sistema operativo...

(**) Último poste da série > 6 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21740: O nosso blogue em números (68): em 2020, no "annus horribilis" da pandemia de Covid-19, tivemos uma média de 4,5 comentários por poste (num total de 5410 comentários em 1202 postes)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21740: O nosso blogue em números (68): em 2020, no "annus horribilis" da pandemia de Covid-19, tivemos uma média de 4,5 comentários por poste (num total de 5410 comentários em 1202 postes)


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)


1. O número de comentários, em 2020, num total de 5410 (limpos de mensagens Spam) foi foi um pouco inferior ao do ano passado (5819) (Gráfico nº 7) mas está acima da média dos últimos seis anos, que foi de 4128.

A dividir por 1202 postes publicados em 2020, temos uma média de 4,5  comentários por poste, no ano transato  (Gráfico nº 8). Cumprimos assim o nosso voto, para 2020, que era o de  manter a média anual dos útimos 15 anos, que era de 4 (, em rigor, 3,9) comentários por poste!

O nosso recorde são os  6 comentários, em média, por poste, nos anos de 2011 e 2012 em que publicámos um total de 1756 e 1604 postes, com 11 mil e 10,5 mil comentários, respetivamente... 

 A partir daí, a participação dos nossos leitores na caixa de comentários,  foi progressivamente  diminuindo: em 2018 ficou mesmo abaixo dos 4 mil comentrários. Houve uma clara recuperação em 2019 e 2020.

 Considerando os nossos  16 anos de existência (2004-2020), a média anual de comentários por poste anda pelos 3,9 ( 85749 comentários para 21727 postes publicados). 

Convém sublinhar, no entanto, nos nossos primeiros anos de vida (2004-2008), em que  publicamos 3690 postes, o número de comentários foi reduzido: 1200,o que dá 0,3 comentários por poste.

Estas "médias",como todas as médias estatístias, são "enganadoras": há muitos postes sem um único comentário, a maior parte tem um, dois, três, quatro, cinco ou seis ... Às vezes 10. Outros podem ter, excecionalmente,  algumas dezenas: 20, 30, ou até mais... Tu depende do conteúdo, do interesse, do autor, da ilustração fotográfica, etc. 

Há,naturalmente, postes mais "polémicos" ou mais "interessantes" ou até mais "apaixonantes" do que outros. Tudo depende do assunto e da sua abordagem. Os postes com pontos de vista menos "consensuais" podem originar mais comentários. Em todo o caso, ler e comentar dá trabalho... 


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)


2. Estamos a falar de comentários "limpos de Spam" (mensagens não desejadas, publicitárias e outras, como as maliciosas). 

Como se sabe, esta é uma das  pragas com que tivemos de lidar no passado. O nosso servidor, o Blogger, tem, de há muito,  um sistema muito eficiente de filtragem de mensagens não desejadas, na caixa de comentários, se bem que isso  iniba ou desmotive alguns dos nossos leitores, menos familiarizados com este procedimentos de segurança que tivemos de adotar.

Recorde-se que qualquer leitor, mesmo não registado no Blogger ou sem conta no Google, pode comentar como "anónimo"... As nossas regras exigem, no entanto, que no final da mensagem deixe o seu nome e  apelido (,como é conhecido dentro ou fora da Tabanca Grande). 

Como "anónimo", o leitor terá sempre que "clicar" na caixa que diz "Nâo sou um robô"... 

O ideal é, pois, usar a conta do Google (, basta só criar uma conta, o que é gratuito): quase toda a gente, hoje em dia, tem um endereço de @gmail... 

Os comentários dão mais vida ao nosso blogue!... E sáo a prova de que estamos vivos!...Oo comentário não precisa de ser extenso: às vezes basta uma linha ou duas. (Há um limite de cerca de 4 mil carateres por comentário; mas podem desdobrar-se os comentários.)

Recorde-se que uma parte desses comentários pode dar (e tem dado) origem a postes, por iniciativa em geral dos editores mas também, nalguns casos, por sugestão dos autores. 

Por outro lado, alguns camaradas nossos continuam a queixar-se de perderem, às vezes,  extensos comentários, certamente por terem tocado numa tecla errada... Nestes casos, é preferível escrever o texto em word, à parte e no fim, fazer "copy & paste"... É mais seguro.

Hoje, em dia de Reis, reforçamos os votos da Tabanca Grande  para que, em 2021, os nossos leitores.  apareçam mais vezes, a comentar os nossos postes. E quem aparecer será sempre bem vindo, desde que dê a cara...
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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

7 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20536: O nosso blogue em números (64): em 2019, tivemos 5819 comentários, uma média de 4,9 comentários por poste... Voto para 2020: manter a média anual dos útimos 15 anos, que é de 4 comentários por poste!

7 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19376: O nosso blogue em números (58): em 2018, tivemos 3900 comentários, uma média de 3,3 comentários por poste... Voto para 2019: recuperar a média de 2015, de 4 comentários por poste..

(**) Últimos postes da série:

5 de janeiro de  2021 > Guiné 61/74 - P21735: O nosso blogue em números (67): no "annus horribilis" de 2020, o número de visualizações de páginas foi de cerca de 800 mil, tendo atingido um total de 12,4 milhões

4 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21732: O nosso blogue em números (66): continuamos vivos: no "annus horribilis" de 2020 publicámos 1202 postes, valor que está dentro da média anual dos últimos 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21735: O nosso blogue em números (67): no "annus horribilis" de 2020, o número de visualizações de páginas foi de cerca de 800 mil, tendo atingido um total de 12,4 milhões


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)



1. O nosso blogue atingiu, no final do ano de 2020 (*), os c. de 12, 4 milhões de visualizações de páginas (grosso modo, de "visitas", o que não é exatamente igual a "visitantes"...), segundo as estatísticas do nosso servidor, o Blogger: 

(i) 1,8 milhões desde o início do blogue, em 23/4/2004 até maio de 2006;

e (ii) c. 10,6  milhões, desde então até 31/12/2019 (Gráfico 5).

 De 2011 a 2020, temos um média anual de cerca de um milhão de visualizações.

Importa recordar que, no início do blogue, no período de abril de 2004 a maio de 2010, tínhamos um outro contador; o saldo acumulado de visualizações de páginas não transitou automaticamente, a partir de maio de 2010. Quando o Blogger disponibilizou um contador, começou a contagem no zero....

 No "annus horribilis" de 2020, com mais pessoal em casa, devido ao confinamento, tivemos uma média dia diária de 2185 visualizações de página por dia, mais de 90 por hora, 1,5 por minuto,,,


Gráfico nº 6 - Evolução das visualizações de página nos últimos 12 meses. 
Fonte: Blogger (2021)


2. Não podemos (ou achamos que não vale a pena) desagregar este número pelos meses do ano. Mas sabemos que o movimento é variável conforme os meses, as semanas, os dias e as... horas (Gráfico nº 6):  por exemplo, houve vários picos em janeiro, março, maio, julho, outubro e dezembro.

Sabemos, pela experiência passada, que os dias com menor movimento tendiam a ser ao fim de semana (sábado e domingo) e aos feriados,,,

No ano de 2020, foi o dia de 22 de fevereiro o que registou menos visitas (em rigor, visualizações);  975; e o maior foi o 19 de março com 8007 visualizações...

E os dias com mais movimento, nos anos anteriores, eram os do início da semana (segunda e terça-feira). Também sabíamos que, em geral, depois do almoço e depois do jantar havia mais movimento, mas isso já tendia a mudar com a generalização das Redes Sem Fio e da Internet móvel.

(Continua)
 
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Notas do editor:



segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21732: O nosso blogue em números (66): continuamos vivos: no "annus horribilis" de 2020 publicámos 1202 postes, valor que está dentro da média anual dos últimos seis anos



Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2020)



1. Eu sei que ninguém lê isto,  mas isto é como o "relatório e contas" das empresas... Tem de ser feito, para memória futura...

Em boa verdade, à força de ouvir, ver e ler todos os dias, há 10 meses,  a estatística da pandemia de Covid-19,   os nossos leitores ficam, compreensivelmente, com alergia ou intolerância aos números...

Mas é já uma tradição, esta, a  da prestação de contas aos nossos leitores, no princípio do ano seguinte, com a publicação de estatísticas do nosso movimento bloguístico durante o ano anterior (*).

Na realidade, os números mostram que ainda estamos vivos, depois de quase 17 anos a "blogar"... Recorde-se que o nosso blogue nasceu timidamente, e por acaso,  em 23/4/2004... E nesse ano só se publicaram... quatro (!) postes. Ninguém, seguramente, previa a sua longevidade... (**)

2. O número de postes publicados, durante o ano de 2020, o "annus horribilis" de 2020, que ficará na nossa memória como o da pandemia de Covid-19, foi de 1202, ligeiramente acima do ano anterior, 2019 (n=1157) e de 2018 (n=1187) (Gráfico nº 1). 

O número de postes anuais tem estabilizado nos últimos 6 anos (2015-2020): média anual de 1268... 

O nosso record foi o ano de 2010, em que atingimos um valor máximo de 1955 postes publicados. 

A média anual dos melhores seis anos (2009-2014) foi de 1735 postes.



Gráfico nº 2  - Distribuição dos postes lançados, por editor e por mês (Os do Jorge Araújo 
estão incluídos na estatística do Luís Graça)



Infografia: Carlos Vinhal (2021)

3. Mantem-se, pois,  a média dos 3,4 postes publicados por dia, nos últimos seis anos ( 2015-2020) contra os 4,7 dos nossos melhores anos (2009-2014).

Do  postes publicados, a distribuição pelos três editores foi a seguinte (Gráficos nº 2 e 3);

Carlos Vinhal > 53,0%
Éduardo Magalhães Ribeiro > 1,6%
Luís Graça > 45,4 %

A semana em que se publicou mais postes foi, no mês de dezembro último: 32 postes, na semana de 20 a 27. E a pior foi a  semana de 1 a 8 de março: 14 postes.  O nosso melhor mês foi o de Abril, já em plena pandemia (com 130 postes publicados), seguido do mês de Dezembro (n=124). O pior foi o Fevereiro (n=84) (Gráfico nº 4)

Como gostamos de dizer (e fazemos questão de provar com números), a  particularidade do nosso blogue é que, quer faça sol, quer faça chuva, seja domingo ou feriado, há sempre alguém a trabalhar e a publicar, todos os dias, um poste... E isso verificou-se ao longo destes já mais de 10 meses de pandemia de Covid-19.

Alguns dos postes que editamos todos os dias podem ficar "agendados" de um dia para o outro (, é o caso, por exemplo,  dos postes da série "Parabéns a vocês", que estão ao cuidado do Carlos Vinhal)... Como se costuma dizer, é comida pronta a usar, que fica no frigorífico de um dia para o outro...Há uma boa articulação entre os  editores, em especial o Carlos Vinhal e o Luís Graça, que se apoiam mutuamente... Estão de resto, os dois sempre á distância de um clique... tal como o Jorge Araújo e o Eduardo Magalhães Ribeiro (que também se reformou o ano passado).



Gráfico nº 4  - Distribuição dos postes lançados, em 2020,  por mês

Infografia: Carlos Vinhal (2021)



4. Embora haja, desde março de 2018, um novo coeditor, o Jorge Araújo, tem sido o editor Luís Graça a ultimar a edição dos seus postes (por razões logísticas e técnicas), pelo que não nos é possível discriminar a sua valiosa produção.

O Jorge Araújo tem passado, desde 2019, algumas temporadas na Tabanca dos Emiratos...onde a sua esposa é professora numa prestigiada universidade árabe.  Por outro lado, ele próprio mantem-se no activo, como professor do ensino superior politécnico, deslocando-se com frequência entre Almada e Portimão. É possível que este ano lectivo, o de 2020/21, seja também o ano da sua aposentação. 

Por estas e outras razões, ele ainda não teve disponibilidade de frequentar o "workshop de edição" que lhe vai permitir a plena autonomia como coeditor do nosso blogue.  Foi, em todo o caso, uma excelente e feliz "aquisição" (, usando a linguagem futebolística...) para a nossa equipa. desfalcada desde que o Virgínio Briote se jubilou, por razões de saúde.

Em 2020 há mais de meia centena de referências com o marcador "Jorge Araújo". Boa parte tem a ver com os postes da sua autoria, relacionados com séries como "(D)o outro lado do combate"  ou "Memórias cruzadas" ou ainda "Ensaios"... Esses postes são enviados diretamente por ele para o blogue, em formato de rascunho. A inserção de fotos e os "acabamentos" ficam por conta do editor Luís Graça. E como tal são contabalizados. Esperemos poder resolver esse problema, com tempo e vagar, dando assim o seu a seu dono. 

Como fazemos todos os anos,  fica aqui, desde já, registado, em letra de forma, um voto de louvor aos nossos dois coeditores, os dois  do Norte, o Carlos Vinhal e o Eduardo Magalhães Ribeiro, e o outro do sul, o Jorge Araújo: na qualidade de fundador do blogue, não me canso de louvar a sua lealdsde, dedicação, generosidade e competência. 

São valores que não têm preço, a par do forte espírito que nos anima há muito. Mas tenho que destacar aqui o nome do Carlos Vinhal que, na realidade, tem sido o pilar do blogue, desde há muito; se ele cair, o blogue cai...Por isso rezo todos os dias, aos nosos bons irãs, acocorados no alto do poilão da Tabanca Grande para nos deem vida e saúde para continuar a poder dar voz aos "amigos e camaradas da Guiné". 
 
Outros agradecimentos (a autores, colaboradores permanentes, leitores, comentadores, amigos do Facebook...) ficam para mais à frente.

(Continua)
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(**) Último poste da série >  10 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20543: O nosso blogue em números (65): Quem nos visita vem sobretudo de Portugal (41%) mas também dos EUA (24%) e do Brasil (6%), usa o Chrome (38%) como navegador, e o Windows (77%) como sistema operativo...

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20878: Da Suécia com Saudade (68): por causa da tal pandemia, as minhas renas não podem agora andar em bicha de pirilau e muito menos em manada... (José Belo)







Tabanca da Lapónia > As queridas renas do Zé Belo, régulo da tabanca e criador, que agora estão proibidas por ele, à revelia dos "colonialistas" de Estocolmo, de andar em bicha de pirilau e muito menos em manada...  E os  vizinhos lá vão  interiorizando a  medida "sanitária"...

Foto: Cortesia de José Belo. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de José Belo ex-alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, e manteve-se no ativo, no exército português, durante uma década; está reformado como capitão inf do exército português: jurista, vive entre Estocolmo, Suécia, Abisco, Kiruna, Lapónia, no círculo polar ártico, e Key-West, Florida, EUA.

Date: 8/4//2020 à(s) 07:45

Subject: O vírus na Lapónia Sueca... antes e depois.

Desde o Inverno ao próximo Verão; desde a casa aos vizinhos !..

J. Belo


2. Comentário de LG:

Que os doentes e os mortos de todo o mundo, vítimas desta pandemia de COVID-19, nos perdoem... por estarmos a falar de coisas sérias, trágicas, em tom ligeiro, recorrendo ao nosso humor... luso-lapão. Mas também ele pode ser didático... Temos de aprender uns com os outros... E até com as tuas renas, e outros dos teus vizinhos que lá vão ruminando o provérbio popular português, de que "vale mais só do que mal acompanhado"...

No que diz respeito à contenção da pandemia da COVID-19, a  Suécia parece ter a adotado  uma   estratégia mais liberal, mostrando-se  desalinhada em relação à generalidade dos paises da União Europeia que estão em confinamento (ou isolamento horizontal)... A estratégia de isolamento vertical, seguida pela Suécia, tem alguns admiradores, e nomeadamente no Brasil do Bolsonaro, e muitos detratores...

A meio deste "campeonato" (que não tem data certa para o podermos dar por encerrado...), a Suécia está, contudo à frente dos outros países nórdicos no que respeita ao número de mortos (por milhão de habitantes).

Embora ainda seja cedo para tirar conclusões sobre a eficácia das diferentes estratégicas, e até porque os países são diferentes (hemisfério, clima, estação do ano, cultura,  idiossincrasia, modelos de convívio social, economia, PIB, índice de democracia,  índice de desenvolvimento humano, demografia, coabitação,  urbanização, densidade populacional, sistema de saúde,  etc.) e, além disso,  a pandemia está em diferentes fases, a  verdade é que a Suécia tem, neste momento,  uma taxa de letalidade (por covid-19)  mais alta que Portugal (10,9% contra 3,5%), e  nos últimos 14 dias teve mais casos de infeção (mais de  50% do nº de novos casos em relação ao total de casos) (Vd. quadro a seguir)... Quer dizer, que a triste procissão ainda vai no adro: compare-se a % de casos nos últimos 14 dias, em países como Brasil (72%), EUA (58%), Suécia (53%)... e China (14%).

A Suécia manteve abertos  restaurantes, lojas, centros comerciais. creches e escolas do ensino  básico...  A população tende a seguir as recomendações do governo no que diz respeito ao distanciamento social, e ao isolamento dos idosos, as ruas estão menos movimentados, ao que se lê nos "media", mas  nada que se pareça com Lisboa, Madrid ou Milão... E é certo que muitas empresas também  recorrem ao teletrabalho.  Mas não  houve declaração de estado de emergência como, por exemplo, na Europa do Sul, com imposição do "isolamento social" (em casa).

Distribuição de casos de COVID-19, numa amostra de países (, situação reportada a 19 de abril de 2020) 


País
Nº casos
(1)
Nº mortes (2)
Nº casos últimos 14 dias (3)
% de casos últimos 14 dias (4) (3:1)
Taxa de letalidade (%) (2:1)
Alemanha
139897
4294
48183
34,4
3,1
Brasil
36599
2347
26321
71.9
6,4
China
83803   
4636
1228
14,6
5,5
Dinamarca
7242
346
3165
43,7
4,8
Espanha
191726
20043
66990
34,9
10,4
EUA
735086
38910
422849
57,5
5,3
França
111821
19323
43216
38,6
17,3
Itália
175925
23227
51293
29,2
13,2
Portugal
19685
687
9161
46,5
3,5
Suécia
13822
1511
7379
53,4
10.9

Fonte:  Adapt.  de ECDC – European Centre for Disease Prevention and Control  (An agency of the European Union) (para os dados das colunas  1, 2, 3), disponível em https://www.ecdc.europa.eu/en/geographical-distribution-2019-ncov-cases Consult em 19/4/2020)
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Nota do editor: