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sábado, 17 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24408: Efemérides (396): 17 de Junho, o Dia da Consciência, em memória de Aristides Sousa Mendes (João Crisóstomo, Nova Iorque) - Parte I: Carta enviada às dioceses portuguesas


Aristides de Sousa Mendes, consul português de Bordéus, 1940.

Cortesia de Fundação Aristides de Sousa Mendes.

1. Mensagem do nosso amigo e camarada João Crisóstomo, Nova Iorque:

Data - 4 jun 2023 10;34
Assunto - Hello, de Nova Iorque

Meus caros Luís Graça e Alice,

Desculpem o meu silêncio. Tenho tentado "segui-los” e, quando descubro algo bom, fico logo contente, como por exemplo de ver o Luís a apanhar uma boleia dum camarada para poder estar também presente num encontro. Nem o blogue tenho seguido com o cuidado e carinho que merece. Mas, mesmo sem enviar abraços individuais como devia fazer, não me passaram despercebidos aniversários de nossos camaradas; como não deixei de ler sobre encontros — um deles em A-dos-Cunhados terra onde nasci, e por isso senti pena, quase raiva, de não ter podido ter presente; e os posts de especial interesse para mim como o do Abel Rei e outros falando sobre Enxalé, Xime e Bambadinca… e alguns “hellos” especiais, enviados de camaradas na diáspora de quem há muito não sabia nada.

Como os “avisei" por telefone há tempos atrás, a data de 17 de junho (Dia da Consciência) (*) tem-me exigido todo o tempo. Nas últimas duas semanas, desde o momento em que a Vilma partiu (foi passar uns tempos à Eslovénia, sua terra natal), nada mais tenho feito, 24 sobre sobre 24 horas, nem mesmo descansar, pois foram várias as noites em que nem fui à cama. Aliás foi uma das razões, além de outras de carácter burocrático, que me forçou a ficar aqui e não acompanhar a Vilma à Eslovénia. Mas, graças ao WattsApp, temos-nos visto e falado todos os dias.

Sobre este “Dia da Consciência” para quem o assunto tiver interesse, dado a sua ligação com o nosso Aristides de Sousa Mendes, vou-te enviar cópia da carta que enviei mundo fora para (71 países), individualmente pois eu não sei fazer esses milagres de internet que para gente mais sabida em coisas digitais é o pão de cada dia. E da carta que enviei individualmente a todas as dioceses portuguesas. Embora ainda cedo, que ainda faltam duas semanas, envio-te também algumas respostas já recebidas. (**)

Muito provavelmente este ano fico-me por aqui, a não ser que alguma razão de força maior me obrigue a ir a Portugal. Redobrada será a satisfação quando nos encontrarmos na próxima vez.

Um abraço com saudades , 
João


2. Carta enviada para as dioceses portugueses, por João Crisóstomo:

Founder and coordinator of the “Day of Conscience Project”
Vice President of Angelo Roncalli International Committee
Raoul Wallenberg Foundation, New York
tel 1 917 257 1501; E mail crisostomo.joao2@gmail.com


Saudações amigas de Nova Iorque e os meus respeitosos cumprimentos.

As palavras de Sua Santidade o Papa Francisco na sua audiência geral de 17 de Junho de 2020 foram estímulo grande para o projecto Dia da Consciência, que temos vindo a celebrar desde 2004, 50.º aniversário da morte de Aristides de Sousa Mendes.

Devido à pandemia que assolou o mundo até recentemente, pouco aconteceu nos últimos dois anos, salvo algumas excepções como a lembrança e celebração deste dia por Sua Eminência Dom Manuel Clemente em Lisboa no ano passado. Queremos agora recomeçar e reavivar a lembrança e celebração do Dia da Consciência, acentuando a sua ligação entre a corajosa decisão de Aristides de Sousa Mendes e a sua consciência cristã.

Venho pedir a Vossa Excelência o seu apoio e participação na diocese de_________ neste “despertar de consciências”. Fui motivado a esta decisão de contactar as conferências episcopais mundo fora, e no caso de Portugal de fazer um pedido directo às dioceses individualmente, por uma experiência que tive com o nosso saudoso bispo D. Daniel Henrique.

Em junho de 2018 pedi a Sua Excelência, quando Dom Daniel Henrique era ainda Vigário em Torres Vedras, o seu apoio e participação neste projecto. A sua resposta a 14 desse mês foi <<... Com todo o gosto farei referência, na homilia e na Oração dos fiéis das missas do próximo domingo a este assunto e tratarei de o divulgar entre os colegas das 20 paróquias da Vigararia de Torres Vedras, assim como no Jornal Badaladas...>>

Inspirado neste contacto em 2021 enviei uma carta a diversas conferencias episcopais mundo fora. Os resultados foram gratificantes nesse ano, com muitas respostas positivas, da Bélgica às Filipinas.

Para este ano 2023, enviamos recentemente uma carta (que junto a seguir a esta) a muitas conferências episcopais pelo mundo fora com resultados já gratificantes, desde a Belgica << As we did in 2021…>>... Irlanda << The Commission recommended to the Bishops that they might consider the implementation of this initiative within their dioceses.>>…. Malasia <<I have forwarded your mail to all the bishops …>>;… Zimbabwe <<Greetings from Zimbabwe... We have circulated the letter to all the bishops>>...

Em resposta a uma pergunta sobre como celebrar o “Dia da Consciência" fui instruído de que "since the “Day of Conscience” has been celebrated since 2004 on June 17, there is no reason to change to another date… (and also that) … there is no reason to prevent it ( the Day of Conscience) from being mentioned at the Masses of the previous Sunday before June 17, as a way to reach a wider audience so that the “Day of Conscience” message can be spread and made known in church bulletins and all other ways available, including other media and social media”.

A situação, em muitas vertentes confusa e caótica do mundo de hoje, exige um movimento de Renascimento para um mundo melhor. O "Projecto Dia da Consciência" tenta vir ao encontro deste. A semana 11 a 17 de Junho, dedicada a um “despertar de consciências” assume especial relevância este ano, num contexto de preparação para o Encontro Mundial da Juventude em Agosto.
(Negritos nossos, editor LG)

Porque achamos que Portugal deve liderar este movimento de despertar de consciências, projecto inspirado e nascido pela sua ligação a Aristides de Sousa Mendes, decidi contactar as dioceses portuguesas individualmente. E neste sentido vimos pedir a Vossa Excelência que a mensagem inerente ao Dia da Consciência receba a relevância que Vossa Excelência ache apropriada, nomeadamente que seja mencionado nas missas do dia 11, domingo anterior ao dia 17, em todas as paróquias de__________ .

Na esperança dum bom acolhimento a este meu pedido e o favor de uma resposta, queira aceitar os meus respeitosos cumprimentos.
João Crisóstomo

(Continua)
____________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

1 de julho de 2020 > Guiné 61/74 - P21128: Efemérides (329): "17 de junho, o Dia da Consciência", o historial de uma causa em que o mundo (, o Vaticano incluído,) relembra o exemplo inspirador do diplomata português Aristides de Sousa Mendes (João Crisóstomo, Nova Iorque)

17 der junho de 2022 > Guiné 61/74 - P23361: Efemérides (371): 17 de junho de 2022, Dia da Consciência, em memória de Aristides de Sousa Mendes (João Crisóstomo, Eslovénia)

(**) 13 de junho de  2023 > Guiné 61/74 - P24396: Efemérides (395): Leça da Palmeira comemorou, mais uma vez, o 10 de Junho e homenageou os seus Combatentes caídos em Campanha (Núcleo de Matosinhos da LC / Carlos Vinhal)

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P24025: Notícias Lusófonas (2): Morreu Luís Moita (1939 - 2023), grande amigo da Guiné-Bissau, especialista em relações internacionais, esteve com alguns de nós no Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008)




Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guiledje (1-7 de Março de 2000) > Sessão de encerramento, dia 7, de manhã > O Prof Doutor Luis Moita (*), em nome de todos os participantes portugueses e demais estrangeiros (com excepção cabo-verdeanos e dos cubanos Oscar Oramas e Ulisses Estrada, que fizeram intervenções autónomas) profere, de improviso, um caloroso e brilhante discurso de síntese sobre o balanço daquela "semana inolvidável" que foi o Simpósio Internacional de Guiledje e as perspectivas que se abrem para o futuro da Guiné-Bissau em matéria de democratização interna e de cooperação internacional ...

O conteúdo do discurso de 10 minutos centra-se à volta de quatro ideias-chave: Organização, Rigor histórico, Densidade humana, Qualidade política. É uma intervenção de grande qualidade intelectual e humana, que nos honrou a todos, e em que Luís Moita mostra, para além da sua faceta de talentoso orador, toda a sua grande cultura como especialista de relações internacionais, e sobretudo a sua grande inteligência emocional, como português e amigo da Guiné-Bissau.

Na altura escrevemos que era uma pena este vídeo não estar disponível para os Amigos e Canaradas da Guiné, e nomeadamente na véspera da inauguração do Núcleo Museológico Memória de Guiledje que vem celebrar, não a derrota de ninguém, mas a fraternidade dos povos, trinta e seis anos depois do fim da guerra colonial, e muito em particular vem contribuir para o reforço da relação especial que une o povo guineense e o povo português.

Recordo aqui a composição do Comissão de Honra do Simpósio (**):

  • Presidente da República da Guiné-Bissau, General João Bernardo Vieira
  • Dr. Francisco Benante, Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau
  • Dr. Martinho N’Dafa Cabi, Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau
  • Doutor Nuno Severiano Teixeira, Ministro da Defesa de Portugal
  • Doutor João Cravinho, Secretário de Estado da Cooperação Internacional de Portugal
  • Professor Doutor Patrick Chabal, docente da King’s College, Londres, Grã-Bretanha
  • Professor Doutor Luís Moita, Vice-Reitor da Universidade Autónoma de Lisboa, Portugal
  • Doutor Óscar Oramas, Ex-Embaixador de Cuba na Republica da Guiné-Conakry.
  • Professor Doutor João Medina, Professor Catedrático da Universidade de Lisboa, Portugal
  • Flora Gomes, Cineasta guineense
  • Professor Doutor Peter Mendy, docente no Rhoad Islands College, Boston, USA.

Vídeo (10' 14''): Luis Graça (2009). Alojado em You Tube > Nhabijoes


1. Morreu Luís Moita, que eu conheci pessoalmente na sequência do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008), e de quem guardo, eu e a Alice, gratas recordações desses dias que passámos juntos. Recordo sobretudo a sua afabilidade, empatia e inteligência emocional...ms também a sua inquietação crítica, face ao futuro da Guiné-Bissau  e do que restava da elite do PAIGC...

Sobre o seu currículo de vida (inclundo académico), não me vou aqui pronunciar, mesmo que ele tenha sido meu "vice-reitor" durante algum tempo, no ano lectivo de 1994/95, quando dei colaboração à sua universidade, a UAL - Universidade Autónoma de Lisboa. (Em boa verdade,  colaborei, com o Departamento de Ciências Sociais da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), na elaboração dos programas e na docência de novas disciplinas, a Administração de Serviços de Saúde e a Sociobiologia, no âmbito da licenciatura em Sociologia, em 1994/95, por convite do então regente da Cadeira de Ciências Sociais e Humanas da ENSP - Escola Nacional de Saúde Pública, Dr. João Santos Lucas, mas nunca vi nem contactei o então vice-reitor Prof Luís Moita.)

Deixem-me no entanto destacar aqui alguns pontos do seu CV, relativos aos seus  últimos 20 anos, para se perceber melhor a sua relação com a instituição militar e a sua autoridade, como especialista em Relações Internacionais.

  • 2015-2018: Professor do Doutoramento em Relações Internacionais: Geopolítica e Geoeconomia
  • 2005-2018: Director do Departamento de Relações Internacionais da UAL 
  • 2005-2011: Professor do Curso de Estado Maior no Instituto de Estudos Superiores Militares 
  • 2004-2018: Professor do Curso de Promoção a Oficial Superior no Instituto de Altos Estudos da Força Aérea e no Instituto de Estudos Superiores Militares 
  • 2003-2018: Professor do Mestrado em Estudos da Paz e da Guerra 
  • 1998-2018: Conferencista regular do Curso de Defesa Nacional do Instituto de Defesa Nacional
  • 2010-2018: Director da revista JANUS.NET, e-journal of International Relations 
  • 2009-2011: Membro do Conselho de Ensino Superior Militar no Ministério da Defesa Nacional 
  • 2006-2018: Membro do Conselho Editorial da revista Nação e Defesa do Instituto de Defesa Nacional

Limito-me aqui a lamentar profundamente a sua morte, aos 83 anos, e a endereçar os meus votos (pessoais) de pesar à sua família e amigos íntimos.  Aproveito para  reproduzir alguns destaques da imprensa em língua portuguesa, disponível "on line".

Lembro que o Luís Moita  não faz parte da nossa Tabanca Grande, mas tem pelo menos uma dúzia de referências no nosso bogue. 

O seu funeral é hoje, terça-feira, dia 31, em Lisboa. (***)


Diário de Notícias > 28 de janeiro de 2023, 20:08 > "Até sempre Professor". Morreu Luís Moita

(...) Luís Moita, um dos últimos presos de Caxias a ser libertado, professor da Universidade Autónoma morreu este sábado. Tinha 83 anos. (...)

Expresso / Lusa, 28 de janeiro de 2023, 21:33 >  Marcelo evoca professor Luís Moita, "lutador pela justiça social" e "militante pela igualdade"

(...) O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje a morte do professor Luís Moita, evocando-o como um "lutador pela justiça social" e "militante pela igualdade" e endereçou à família e amigos "um sentido abraço de pêsames". (...)

7Margens, 29 de janeiro de 2023 > Na Igreja de Santa Isabel, em Lisboa: Funeral de Luís Moita dia 31, velório nesta segunda-feira

(...) O funeral de Luís Moita, professor universitário e um dos organizadores da vigília da Capela do Rato em 1972 contra a guerra colonial e pela paz, será nesta terça-feira, 31, às 15h, na Igreja de Santa Isabel, em Lisboa. Antes disso, o corpo será velado na mesma igreja a partir das 18h30 desta segunda-feira, 30 de Janeiro.

Nascido em 11 de agosto de 1939, Luís Moita, morreu sábado em Lisboa, como o 7MARGENS noticiou. Tinha 83 anos.

Tendo sido padre, Luís Moita doutorou-se em Roma em Ética, em 1967, na Universidade Lateranense. Abandonou depois o ministério e em Dezembro de 1972, foi um dos organizadores da vigília de católicos que demonstrou o afastamento de largos sectores católicos em relação à ditadura do Estado Novo. Foi preso pela polícia política e sujeito a tortura.

Depois da instauração da democracia, em 25 de Abril de 1974, Luís Moita foi fundador e dirigente do CIDAC (Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral), entre 1974 e 1989, dedicando-se depois quase exclusivamente à carreira académica, leccionando as áreas de Ética e Relações Internacionais.(...)

Esquerda.net > 28 de janeiro de 2023 > 19:47 > Luís Moita (1939-2023)

(...) Foi um dos protagonistas entre os católicos contra a guerra e a ditadura. Em democracia, dedicou-se à cooperação com África e mais tarde à academia na área das relações internacionais e do estudo da paz e dos conflitos armados. (...)
 


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez , algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao antigo Acampamento Osvaldo Vieira (agora reconstituído) ... Dois exemplares da espécie Ui!ui! (****), uma variante albina: O Cor Cav Ref e escritor Carlos Matos Gomes e o Prof Doutor Luís Moita , vice-reitor da UAL - Universidade Autónoma de Lisboa, e antigo fundador e dirigente do CIDAC; os dois claramente deslocados do seu habitat natural, que é o mangal de Lisboa)


 Foto (e legenda): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
___________




(****) Vd. poste de 20 de outubro de  2009 > Guiné 63/74 - P5135: Humor de caserna (14): Curiosidades zoológicas: Os Ui!Ui!, animais nocturnos, do tarrafo do Rio Grande de Buba (José Belo)

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23755: Historiografia da presença portuguesa em África (341): Centena e meia de referências bibliográficas sobre a Guiné-Bissau, da autoria de missionários, portugueses, italianos, guineenses e outros (Fr João Vicente, ofm)


Portal Diamoci Una Mano In Guine Bissau (em italiano e português)



Folha de rosto da página, na Net, "Dioceses da Guiné-Bissau", em português e italiano. Disponível aqui, embora a página esteja com "bugs" ou erros informáticos que impedem a sua visualização correta e completa. Não conseguimos encontrar a página no Arquivo.pt


1.  As missões e os missionários, nomeadamente católicos, estão profundamente ligados à história da presença portuguesa em África, e em particular, na Guiné-Bissau... Vários camaradas nossos, a começar pelo Beja Santos, o Paulo Salgado, o Arsénio Puim, e eu próprio,  têm fornecido aos nossos leitores diverso material de interesse para o conhecimento e aprofundamento deste tema. 

Além disso, vários missionários, italianos, ligados ao PIME - Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, são referidos aqui no nosso blogue: Mario Faccioli (1922-2015), António Grillo (1925-2014), Lino Bicari, Salvatore Cammilleri, Arturo Biasutti... Por uma razão ou outra, têm (ou tiveram) uma relação especial com a Guiné-Bissau e o seu povo (**). Tinham sede em Bafatá e, em 1970/71, o alferes graduado capelão e membro da nossa Tabanca Grande, Arsénio Puim, da CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), frequentava com alguma regularidade a sua casa, como ele lembra no poste P6193 (**):

 "Foi na Casa destes que me 'refugiei' algumas vezes, para desanuviar o espírito do clima de guerra, para falar com outros colegas, para retemperar um bocadinho as forças e levar em diante, com a autenticidade que sempre prezei, a missão de padre da Igreja no Exército."

Na página acima referida, "Dioceses da Guiné-Bissau", encontrámos esta preciosa nota bibliográfica, assinada por  fr. João Vicente, ofm, com centena e meia de referência a trabalhos (alguns publicados em livro), da autoria de missionários, portugueses, italianos e outros, que escreveram sobre a Guiné-Bissau. Mas a maioria são italianos, e alguns com formação etnográfica e linguística. Vamos aqui reproduzi-la, essa nota, om a devida vénia. 

Refira-se que há autores que são já conhecidos, pelo menos de nome,  dos nossos leitores: é o caso, por exemplo,  do cónego Marcelino Marques de Barros, que tem 10 referências no nosso blogue; ou do padre Henrique Pinto Rema (n=9)


O que diferentes Missionários da Guiné-Bissau escreveram sobre a própria Guiné-Bissau

Por Fr. João Vicente, ofm

Introdução

O que se escreve não é tudo na vida, nem mesmo o mais importante. Mas também não deixa de ser verdade que “os escritos permanecem”, ao passo que as simples palavras…“o vento as leva”! Escrever é uma forma de lutar contra o esquecimento e a morte, além de ser também uma valorização e um sinal de respeito pelo trabalho dos nossos irmãos e irmãs. Infelizmente, os Missionários da Guiné-Bissau, tão generosos no trabalho pastoral e social, são frequentemente bastante descuidados no sentido de fixarem por escrito as alegrias e tristezas de seu trabalho missionário!

Mas, graças a Deus, também há alguns Missionários que são sensíveis a este valor do testemunho escrito e é graças a eles que o legado de cada geração se vai passando às gerações seguintes e é também desta maneira que nos habituamos a experimentar e a apreciar o valor e a felicidade de sermos uma grande Família espiritual ainda em crescimento: a Igreja-Família de Deus na Guiné-Bissau, que desde há mais de 400 anos se vem afirmando gradualmente no espaço geográfico onde nos encontramos, com algumas páginas brilhantes mas também com outras páginas sombrias, na sua missão de ser, apesar da fraqueza humana de seus membros, “sinal visível” e “fermento” do Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo, o Seu Mestre e Senhor.

Com base nestes pensamentos, comecei há vários meses a coligir os escritos dos Missionários que viveram e trabalharam na Guiné-Bissau (mesmo que por um tempo muito breve) e que escreveram sobre as várias realidades deste país da África Ocidental.

Ao fim da recolha feita – e para surpresa minha! - tomei consciência de que, apesar da recolha não ser ainda exaustiva (algum dia o poderá ser?), ela revela já claramente que muitas e variadas coisas foram já realizadas mas que, infelizmente, quase todos os trabalhos escritos continuam ainda à espera de poderem ser impressos, apresentando-se apenas como simples escritos “policopiados”, ou seja: com um número reduzido de cópias, espalhadas por um pequeno grupo de amigos e frequentemente de difícil consulta para o grande público. 

São mais de 150 as obras aqui referenciadas, a maior parte delas dos últimos 50 anos, como é compreensível. No fim da leitura das mesmas, o leitor poderá, também ele, julgar do seu real valor e novidade.

Em termos de apresentação exterior das obras recolhidas, para distinguir as que são já impressas das que são apenas “policopiadas”, eu coloquei à frente das policopiadas justamente a designação “Policopiado”. Das que são já impressas, nada se diz, justamente para distinguir umas das outras mais facilmente.

Ficaria muito feliz e interiormente recompensado se viesse a saber que alguém, depois de ler estas linhas, se decide a completá-las ou corrigi-las, com outras referências aos trabalhos escritos de Missionários não referidos nesta minha recolha, ou com o apontar de alguma incorrecção nos documentos que agora apresento. De facto, não me iludo de que, em História, as recolhas são sempre incompletas e, consequentemente, a Verdade histórica nunca é definitiva !.

Na apresentação dos vários trabalhos escritos, seguirei a ordem alfabética, apenas por facilidades de consulta. Vejamos então:


ÁLVARES (P. Manuel), Etiopia Menor e Descrição Geographica da Serra Leoa (ano de 1616). Manuscrito existente na Sociedade de Geografia de Lisboa. Ano de 1616.

AMBONA (António), La famiglia Jola come fondamento della comunità cristiana e luogo della “traditio” della fede. Tese de licenciatura em Missiologia, na Pontifícia Universidade Urbaniana, Roma, 2009. Policopiado.

ANDREOLETTI (Luis), Ditus krioulos, isto é, Provérbios da língua crioula, colhidos na Guiné-Bissau desde 1947 a 1984. Milão, s/d (1984?).

ARAÚJO (Avito Fernandes de), Problemática matrimonial da disparidade de culto, no caso de alguém muçulmano com um cristão católico. Uma proposta para a diocese de Bafatá. Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, em Direito Canónico, ano de 2009. Policopiado.

BANHAL (Alberto Essondon), A Evangelização no mundo Felupe. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2010. Policopiado.

BARREIRO (Admir Cristiano), A figura do Divino no mundo tradicional Balanta (Patche). Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2009. Policopiado.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, ou breve notícia sobre alguns dos seus uzos, costumes, língua e origem de seus povos”, in Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1882.

BARROS (Marcelino Marques de), Sete Cartas aos padres do Seminário de Sernache do Bonjardim, entre 1868 e 1878, sobre variados aspectos da vida na Guiné, in Annaes das Missões Portuguezas Ultramarinas, Almanach de lembranças luzo-brasileiro, etc. Algumas dessas cartas foram já publicadas em nosso estudo “Subsídios para a biografia do sacerdote guineense Marcelino Marques de Barros (1844-1929)”, in Lusitania Sacra, 2ª série, 4 (Lisboa, 1992), pp.438-455.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, Rios de Farim e de S.Domingos, rio de Bissau, as portas e as chaves dos rios Boduco e Farato”, Bolama, 4-10-1880, in Annaes das Missões Ultramarinas, 1889.

BARROS (Marcelino Marques de), “Literatura dos Negros: contos, cantigas e parábolas”. Separata de A Tribuna, Lisboa, 1900, pg.3-122.

BARROS (Marcelino Marques de), “A mancarra”, in Revista portugueza colonial e marítima, 1897-98, vol.2º, 1º anno, 2ºsemestre, nº12, pp.797-801.

BARROS (Marcelino Marques de), “Carta ao Bispo de Cabo Verde sobre organização missionária da Guiné (31-12-1880)”, publicada por Henrique Pinto Rema, História das Missões Católicas da Guiné, Braga 1982, pp.311-315.

BARROS (Marcelino Marques de), “Coisas da Guiné”, Bissau, s/d., in Novo Almanach de lembranças luzo-brazileiro, ano de 1879.

BARROS (Marcelino Marques de), “O Guineense”, in Revista Lusitana, Lisboa:
- (1897-99): vol.V, pg.174-181; 271-300: tradições, ethnologia, apontoados gramaticaes.
- (1900-1901), vol. VI, pg.300-317: themas de syntaxe.
- (1902), vol. VII, pg.300-317: vocabulário portuguez-Guineense.
- (1907), vol. X, pg.306-310: textos em prosa e verso.

BARUFFALDI (Mario), Esboço de gramática para uma ligação cultural. Mansoa, 1984. Policopiado.

BASSANGUÊ (Tomás), Vulnerabilidade social: qual educação para crianças, adolescentes e jovens na Guiné-Bissau. Dissertação para bacharelato em Psicologia da Educação, na Pontifícia Universidade Salesiana. Roma, 2002. Policopiado.

BASSANGUÊ (Tomás), Dialogo e coscientizzazione come processo d’educazione dei giovani e degli adulti perl o sviluppo in Guinea Bissau. Dissertação para licenciatura em Psicologia da Educação, na Pontifica Universidade Salesiana. Roma, 2004. Policopiado.

BATTISTI (Ermano), Un cuore d’altri tempi, Pessano (Itália), s/d.

BAÙ (Gentile), Memorie-diario sulla Missione di Biombo (Guinea Bissau). Dactilografado, conservado no Centro Missionario franciscano de Monselice (Pádua). Um texto, revisionado em 2009 por P. Rino Furlato, com o título “Usi dei Papéis di Biombo”, encontra-se na Sede Custodial franciscana, em Bissau.

BERTO (Agnello), Mosaico Nero. Lonigo (Vicenza, Itália), 1964.

BIASUTTI (Arturo), Venti anni in Guinea Portoghese (1946-1966). Ricordi personali e privati del padre Arturo Biasutti del PIME. Marino, Villa Scozzese (Italia), 1967. Policopiado.

BIASUTTI (Arturo), Vokabulari kriol-purtguîs (Esboço -. Proposta de Vocabulário). Bafatá (Guiné-Bissau), 1982. (1ª edição). Segunda edição, com o mesmo título, Bubaque (Guiné-Bissau), 1987.

BIASUTTI (Arturo), Jisus nô Salbadur. Esta obra foi escrita com o pseudónimo de PA BIÀS. Bubaque (Missão Católica), 1972.

BICARI (Lino), Análise contrastiva entre Português e Crioulo Guineense (manual do professor das escolas bilingues nas Ilhas Bijagós). Bubaque (Guiné-Bissau), 2002.

BILOPAS (Alberto), A concepção da vida no seio dos Balantas de Nhacra. Dissertação de fim de estudos teológicos, no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), 2005. Policopiado.

BINHAGUE (Domingos), L’abandon du domicile conjugal: un défi pour l’Église en Guiné-Bissau. Quelle pastorale pour les jeunes en âge nubile? Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), ano de 2006. Policopiado.

BRESSAN (Diego), Vittorio Bicego, missionário laico a San Francesco della Floresta. Comunidade missionária Franciscana S.Francisco da Floresta. Vittorio Veneto (Treviso, Itália), 1989.

BUIS (Pierre), Essai sur la langue manjaco de la zone de Bassarel. Bissau, 1990.

CÁ (Domingos), La notion du Bol chez les Pepel et le sacrifice dans la Bible. Dissertação de fim de estudos teológicos no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), em 1990. Apontamentos dactilografados.

CÁ (José Lampra), Le cinquième commandement de Dieu et “Bol mindioni”. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Maior de Sebikothane (Senegal), em 1997. Policopiado.

CAMILLERI (Salvatore), A Identidade cultural do povo Balanta. Lisboa, 2010. Publicação parcial da Dissertação de licenciatura apresentada na Universidade de Génova (Faculdade de Filosofia), no ano académico de 1994-95, com o seguinte título. “Identità culturale dell’uomo africano atraverso i riti d’iniziazione presso il popolo “Brasa”, Guinea Bissau – Africa Occidentale.

CARDOSO (Henrique Lopes), “Pequeno Vocabulario do Dialecto Pepel”, in Boletim da Sociedade de Geographia de Lisboa, 20ª série, Julho de 1902, nº 7, pg. 121-128.

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VERNOCCHI (Franco), Migalhas. Ano de 1940.

VICENTE (João Dias), “O Cónego Tertuliano Ramos e a I República Portuguesa na Guiné”, in Itinerarium, nº169 (Janeiro-Abril, 2001), pg. 69-129.

VICENTE (João Dias), “Subsídios para a biografia do sacerdote guineense, Marcelino Marques de Barros”, in Lusitania Sacra, 2ª série, 4 (1992), pgs. 395-470.

VICENTE (João Dias), “Padre Henrique Lopes Cardoso, um sacerdote guineense digno de ser conhecido”, in Soronda (revista de estudos guineenses), nº 17 (Janeiro de 1994), pgs. 145-189.

VICENTE (João Dias), “Os Bispos de Cabo Verde que visitaram a Guiné”, in Itinerarium, XXXI (1993), pgs. 287-350.

VICENTE (João Dias), “Importância de dois Arquivos de Roma (A.S.Vaticano e Propaganda Fide) para a história da missionação na Guiné-Bissau”, in Itinerarium, nº 168 (2000), pgs. 481-541.

VICENTE (João Dias), “Quatro séculos de vida cristã em Cacheu”, in Itinerarium, nº132 (1988), pgs. 335-375. Integrado também no livro Mansas, Escravos, Grumetes e Gentio, Cacheu na encruzilhada das civilizações. Actas do Colóquio “Cacheu, Cidade antiga”(22-24 Novembro, 1988), coordenação de Carlos Lopes, Bissau-Lisboa, 1993, pgs.100-117.

VICENTE (João Dias), “Novos Subsídios para a história da primeira missão franciscana portuguesa na Guiné (1660-1834), in Itinerarium, nn. 112-113 (Janeiro-Agosto, 1982), pgs. 122-224.

VICENTE (João Dias), Guinea Bissau, Guiné-Bissau. (Livro de divulgação sobre variados aspectos da vida e história da Guiné-Bissau,, em versão italiana e portuguesa, publicado em Verona no ano de 2004, com valiosas fotos de Alessandro Tosatto)..

Fr. João Vicente, ofm

Fonte:  http://www.gbissau.org/diocese/Public_missionarios.htm (com a devida vénia...)

[ Revisão / fixação de texto / negritos / links, para efeitos de publicação deste poste: LG ]

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(**) Vd. poste de 20 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6193: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69 / Mai 71) (9): Os padres missionários italianos de Bafatá

(...) A primeira vez [que fui à Casa dos Padres Missionários Italianos em Bafatá] foi em meados de Junho de 1970 quando decorreu ali um encontro dos capelães militares do Sector Leste - Bafatá, Bambadinca, Galomaro, Nova Lamego e Piche – promovido e orientado pelo Capelão Chefe da Guiné.

Foram dois dias preenchidos com diversas reuniões de trabalho, onde os capelães presentes puderam, num ambiente de agradável convívio, analisar e reflectir sobre a sua missão e actividades, naturalmente vistas sob ângulos de opinião diferentes.

A encerrar o encontro teve lugar uma concelebração eucarística de ronco, um tanto ao estilo da Igreja no tempo do Estado Novo, que o Capelão Chefe Gamboa sabia muito bem valorizar, em que estiveram presentes autoridades militares e civis, assim como um bom grupo de chefes religiosos muçulmanos. À cerimónia, a que se pretendeu retirar qualquer conotação política e militar, deu-se o nome de Celebração Eucarística pela Unidade.

Lembro que ainda antes de regressarem às suas Unidades, os capelães foram brindados, pelo Comando Militar de Bafatá, com um longo roteiro pela zona norte, acompanhados dum pequeno pelotão de segurança, visitando os aquartelementos de Cantuboel, Cambaju e Fajonquito, que nos disseram ficar a cerca de 500 metros do Senegal.

Voltei a estar na hospitaleira Casa dos Padres Missionários Italianos, pelo menos, mais duas vezes, por menos tempo. Eram sempre excelentes ocasiões de repouso e de convívio, assim como de troca de opiniões sobre temas então muito actuais e vividos intensamente por muitas pessoas dentro da Igreja, como fascismo e colonialismo, Exército e Igreja, guerra e Guiné, além de outros temas de cariz religioso e eclesiástico.

Pude, assim, conhecer e aquilatar do trabalho que os Padres Missionários Italianos desenvolviam na Guiné, levados pelo seu espírito missionário arejado e contando com algum apoio financeiro do Governo Português. Um trabalho profundo, enraizado e isento, que assentou, essencialmente, na formação de cidadãos da própria Guiné, de forma que o desenvolvimento desta terra se pudesse fazer a partir de dentro, pelos próprios guineenses. Para isso, haviam fundado e dirigiam um Seminário em Bafatá, já então no terceiro ano de existência, e sei que projectavam construir um outro em Bissau, visando a formação de sacerdotes e catequistas nativos, sem os desenraizar do meio nem desafricanizar.

Uma acção que foi reconhecida por quantos tiveram oportunidade e interesse de observar o desempenho da Igreja na Guiné e dela esperavam que assumisse uma acção capaz de semear nesta terra o Evangelho, no seu espírito de justiça, liberdade e progresso.

Amílcar Cabral, numa entrevista dada depois da célebre recepção dos três líderes dos Movimentos africanos pelo Papa Paulo VI em princípios de 1971, e em que faz um forte ataque à Igreja na Guiné por considerar esta estar comprometida com a guerra colonial, não deixou de expressar o seu apreço pelos Padres italianos de Bafatá, assim como pelo Pe. António Grillo, que havia sido expulso na sequência do caso de Samba Silate. Uma imprudência de Amílcar Cabral, a meu ver, por poder dar origem a certos juízos políticos, na verdade infundados. (...)

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Vd. ainda postes de:


quinta-feira, 9 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19766: (De)Caras (129): O reencontro de dois velhos amigos, na ilha de São Miguel: Arsénio Puim, ex-capelão militar, açoriano, e Lino Bicari, ex-padre missionário, italiano...


Região Autónoma dos Açores > Ilha de São Miguel > O reencontro de dois amigos da Guiné: o ex-missionário italiano (e ex-guerrilheiro do PAIGC) Lino Bicari (, casado com uma portuguesa, vivendo hoje no Alentejo) e o Arsénio Puim, ex-alf mil capelão, CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), expulso depois do TO da Guiné, em maio de 1971, e hoje enfermeiro reformado.

Foto (e legenda): © Arsénio Puim  (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Arsénio Puim, Bambadinca, c. 1970/71
Foto: © Gualberto Magno  Passos Marques (2009).
 Todos os direitos reservados.
1. Mensagem, datada de 6 do corrente, do nosso camarada Arsénio Puim:

[ açoriano, da Ilha de São Jorge, ex-alf mil capelão; foi expulso do seu Batalhão, o BART 2917, e do CTIG em maio de 1971, apenas com um ano de comissão; no final da década de 1970 deixou o sacerdócio, formou-se em enfermagem, casou-se, teve 2 filhos; vive na Ilha de São Miguel; está reformado; é membro da nossa Tabanca Grande; tem cerca de 40 referências no nosso blogue; é autor da série "Memórias de um  alferes capelão", de que se publicaram doze postes]


Caro Luís Graça

Envio em anexo um pequeno texto relativo a uma fotografia de dois amigos da Guiné (dos quais conheces um) que mando noutro email, para publicação no Blogue, se assim o entenderdes.

Um abraço amigo, Arsénio Puim


2. O reencontro de uma amizade originada na Guiné 

por Arsénio Puim

Na semana passada tive o prazer de receber, nesta bela ilha açoriana de São Miguel, o meu grande amigo Lino Bicari e sua esposa, que residem hoje no Alentejo. (*)

Conhecemo-nos na Guiné em 1970 – era eu capelão militar em Bambadinca e ele era padre missionário em Bafatá – numa altura em que o capelão chefe, pe. Gamboa [, Pedro Maria da Costa de Sousa Melo de Gamboa Bandeira de Melo, ] promoveu um encontro durante dois dias dos capelães da Zona Leste – Bafatá, Bambadinca, Galomaro, Nova Lamego e Piche – precisamente na Casa dos Padres Missionários Italianos de Bafatá.

Mais tarde voltei duas ou três vezes à Casa dos simpáticos missionários italianos, aproveitando sempre esta estadia para um reconfortante convívio sacerdotal e um renovar de forças no exercício da minha missão de capelão.

Desde então, há 48 anos, nunca mais nos tínhamos visto e comunicámos apenas em duas ocasiões, por email.

Na sua simplicidade, Lino Bicari é sem dúvida um homem de altos ideais humanos e dum currículo muito rico, corajoso e autêntico. Desenvolveu uma acção profunda e muito válida ao serviço do povo da Guiné (e não só) concretamente na área do ensino e educação e da saúde, quer enquanto missionário quer, depois, sob a vigência do Partido e do Governo do PAIGC. 

Uma história de vida rara!

Mando uma fotografia do reencontro destes dois «jovens», ambos com 83 anos de idade, que, se assim o entenderem, poderão publicar no Blogue. (**)

Arsénio Puim
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 19 de outubro de 2018 > Guiné 61/74 - P19116: Notas de leitura (1111): Salvatore Cammilleri, missionário siciliano do PIME, expulso da Guiné em 1973 por ordem de Spínola, autor de "A identidade cultural dos balantas" (Lisboa, 2010, tr. do italiano: Lino Bicari e Maria Fernanda Dâmaso) - Parte I (Luís Graça)

(...) Lino Bicari é um ex-padre, italiano, missionário do PIME que no início dos anos 70 descobriu outra vocação, levado pelo romantismo revolucionário de Che Guevara e Camilo Torres (também ele ex-padre). Nascido em 1936, aos 23 anos, Lino Bicaria aderiu à guerrilha do PAIGC e é o único estrangeiro que tem o estatuto de combatente da liberdade da Pátria. Viveu 23 anos na Guiné-Bissau. Radicou-se em Lisboa em 1990. Dele disse o jornalista João Paulo Guerra, no jornal Público, de 24 de setembro de 1990:

(...) Não é um homem desiludido, mas um homem amargo quer hoje, à margem da Igreja e do Estado da Guiné-Bissau, continua, no entanto, a afirmar-se religioso e militante do PAIGC." (...)

 Fui saber mais, socorrendo-se da entrevista com ele, feita pelo João Paulo Guerra ("Crónica dos feitos da Guiné: A última missão do padre Lino").

(...) "O padre Lino Bicari chegou à Guiné em Maio de 1967. Tinha 31 anos, um curso teológico e formação em medicina tropical, em psicopedagogia e didáctica e etnologia. De passagem por Lisboa, meteu na bagagem curso rápidos de língua portuguesa e administração colonial e, como todos os missionários destinados às colónias portuguesas, assinou compromissos renunciando aos seus direitos como cidadão italiano e submetendo-se às leis e tribunais portugueses, à Concordata, ao Acordo e ao Estatuto missionários.

Na Guiné vivia-se o quarto ano de guerra e Lino Bicari foi colocado em Bafatá, a cidade natal de Amílcar Cabral. A guerra, para ele como para os outros missionários, significava ouvir tiros Ao longe e viver num centro populacional sob controlo militar, de onde só podia ausentar-se à luz do dia.

(..) Foi em Itália, onde se deslocou em 1972 no âmbito de um programa de apoio ao Terceiro Mundo, que o padre Lino Bicari conheceu José Turpin, dirigente do PAIGC e, por seu intermédio, trocou correspondência com Amílcar Cabral. Quando tomou a decisão da sua vida, resolvendo trabalhar com o PAIGC, a Secretaria de Estado do Vaticano sentiu-se embaraçada. Não disse que sim, nem que não, e acabou por consentir, pedindo-lhe apenas que, formalmente, se desligasse do [Pontifício] Instituto para as Missões Estrangeiras [PIME]

(...) "No final de 1973, proclamado já o Estado da Guiné-Bissau [, em 24 de setembro de 1973,], Lino Bicari entrou de novo no território. Mas, dessa vez, não levava o visto de Lisboa nem as guias de marcha do colonialismo missionário. Entrou através da fronteira com a Guiné-Conakry, numa ambulância da Cruz Vermelha e foi instalado pelo PAIGC na região de Boé, a sul de Madina, como responsável pelo Hospital Regional. 'Não era uma base de guerrilha mas uma zona totalmente libertada, defendida por forças armadas locais e, dada a sua configuração geográfica, de difícil acesso às tropas portuguesas', recorda Bicari." (...).

(**) Último poste da série > 17 de abril de  2019 > Guiné 61/74 - P19687: (De)Caras (104): Capitão de Infantaria Francisco Meireles, cmdt da CCAÇ 508, morto em Ponta Varela, Xime, em 3/6/1965 - V ( e última) Parte (Jorge Araújo)

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19116: Notas de leitura (1111): Salvatore Cammilleri, missionário siciliano do PIME, expulso da Guiné em 1973 por ordem de Spínola, autor de "A identidade cultural dos balantas" (Lisboa, 2010, tr. do italiano: Lino Bicari e Maria Fernanda Dâmaso) - Parte I (Luís Graça)

Capa do livro de Cammilleri, Salvatore - A identidade cultural do povo balanta.

Lisboa: Edições Colibri; Edições FASPEBI,  2010, 110 pp.,  ilustrado. (Tradução do italiano:  Lino Bicari e Maria Fernanda Dâmaso).


1. O autor, padre católico, missionário, do PIME (Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras, fundado em Itália em 1850), nasceu na Sicília, em 1939. Aos 29 anos foi para a antiga província portuguesa da Guiné (, hoje República da Guiné-Bissau). Estava-se então em plena guerra colonial e a Igreja Católica procurava adaptar-se aos novos tempos, e à nova geopolítica do mundo, com o Concílio Vaticano II (1962-1965) e com o Papa Paulo VI (1963-1978).

As relações do PIME (ou de alguns dos seus missionários)  com as autoridades portuguesas da Guiné  nunca foram pacíficas… E em 1973, o autor terá tido problemas com a polícia política e as autoridades militares, acabando por ser expulso do território por ordem de Spínola. O que se pode ler na contracapa do livro: Salvatore Cammilleri escolheu um dos lados do conflito, o que o levou a “colaborar com o difícil processo de libertação do país” (sic).

Já anteriormente, no princípio da guerra, tinham sido expulsos dois missionários italianos do PIME: o Mário Faccioli (1922-2015), que estava em Catió; e o António Grillo (1925-2014), que estava em Bambadinca (*)

O Salvatore Cammilleri regressou em 1975, depois da independência. E é neste período, já com 36 anos, que terá decidido tornar-se “etnólogo”, passando a dedicar mais tempo ao estudo da cultura dos balantas, grupo étnico com o qual mais conviveu e trabalhou, nomeadamente em Tite, na região de Quínara, ao mesmo tempo que aqui desenvolvia atividades na área da saúde, incluindo a “construção de um hospital”. 

Vinte anos depois, em 1995, apresenta na Universidade de Génova o trabalho final da sua licenciatura (em filosofia, presumimos),   com o título “Essere Alante, essere Anin” (Ser Homem, ser Mulher). Foi feita, em livro,  a publicação parcial desse trabalho final de licenciatura apresentada na Universidade de Génova (Faculdade de Filosofia), no ano académico de 1994-95:  “Identità culturale dell’uomo africano atraverso i riti d’iniziazione presso il popolo 'Brasa', Guinea Bissau – Africa Occidentale". (O termo "tese" é para os doutoramentos; o termo "dissertação" é para os mestrados, dois graus académicos que correspondem hoje ao III e II Ciclos de Bolonha, respetivamente.)

O livro está traduzido e editado em português: Cammilleri, Salvatore - A identidade cultural do povo balanta. Lisboa: Edições Colibri; Edições FASPEBI,  2010, 110 pp.,  ilustrado, ISBN: 9789896890377, brochado, preço de capa: 8,00 €. (Tradução do italiano:  Lino Bicari e Maria Fernanda Dâmaso).

O livro está dividido em 4 partes, sendo a I, "o contexto histórico", e a II, "a situação económica e social", de resto as menos originais e menos interessantes. As partes III e IV é que têm a ver com o essencial do estudo, que não é filosófico mas etnográfico:  A integração social  da mulher e do homem,  balantas (pp. 37-98), segundo os respetivos ritos e etapas de iniciação. A obra é ilustradas com 20 fotos a cores.

 Na apresentação (pp. 7/8),  o autor faz duas prevenções ou levanta duas questões pertinentes:  (i) o que é ser "estrangeiro";  e (ii) o povo "brasa" e os seus segredos.


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Nhabijões > 1970 > Luta balanta, entre dois "blufos", presenciada por militares destacados para protecção do reordenamento (à esquerda, o furriel miliciano Luís Manuel da Graça Henriques, da CCAÇ 12, de calções, tronco nu e óculos escuros, hoje editor deste blogue e autor desta nota de leitura)... Ao fundo, a nova tabanca, reordenada... Nhabijões deve ter sido o maior ou um dos maiores reordenamentos jamais feitos no tempo de Spínola. Foi um duro golpe para o PAIGC. Os reordenamentos são do tempo do BCAÇ 2852 (1968/70) e BART 2917 (1970/72)... Uma equipa (técnica) da CCAÇ 12 foi destacada o reordenamento. 

Foto do arquivo pessoal de Humberto Reis (ex-Fur Mil At Inf, Op Esp, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).

Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


De resto, esses são sempre os constrangimentos (ou inibições) dos etnólogos: eu sou estrangeiro. mas quero conhecer-te, a ti e ao teu grupo; pertenço à cultura europeia ocidental (e, podia acrescentar: "sou homem, padre, católico, missionário, e os meus pares querem evangelizar-te", já que a religião católica é proselitista como a religião muçulmana e outras).  Por outro lado, o dono da casa que me acolhe, "vive  zelosamente a sua identidade cultural africana" (p. 7). Numa situação de "observação participante",  é impossível não comunicar, e não passar os valores de um e de outro grupo...

Põe-se aqui um questão ética, deontológica, até mesmo epistemológica: pode um cientista social fazer investigação independente, "ao mesmo tempo" que desempenha outros papéis sociais ou socioprofissionais ? Por exemplo, ser missionário, médico, arquiteto, gestor hospitalar, administrador, militar... Salvador Cammilleri é pároco de Tite, está a construir e a gerir um hospital, é admirador do povo balanta e...etnólogo (ou etnógrafo).

O caso não é virgem: António Carreira, o maior etnólogo (ou etnógrafo) da Guiné, era administrador colonial e depois administrador da Casa Gouveia (e a quem., de resto, é imputada a responsabilidade, pelo menos moral, do "massacre do Pigiguiti, ou Pindjiguiti, como se diz hoje em crioulo, no dia 3 de agosto de 1959, acontecimento habilmente explorado "a posteriori" pelo futuro PAIGC).

A resposta não é fácil. A verdade é que Salvatore Cammilleri acumulou ao longo de mais de 2 dezenas de anos um precioso conhecimento empírico da língua e dos usos e costumes do povo balanta, por quem tem uma especial predileção. De resto, o mesmo se passou com os padres Mário Faccioli, em Catió, e António Grillo, em Bambadinca, que sempre tiveram uma "relação especial" como os balantas.

A explicação pode ser esta: no grupo das etnias "animistas", os balantas serão, provavelmente, os mais "recetivos" à mensagem do cristianismo; por outro lado, os missionários católicos terão mais dificuldade em lidar com as populações que já são historicamente muçulmanas, como é o caso dos fulas e dos mandingas.

Na nota introdutória, o autor também evoca o "tornado histórico" (invasões, migrações, viagens, contactos com outros povos e religiões, esclavagismo, colonialismo, guerra colonial, guerra civil, imperialismo...) aque foi sujeito o continente africano, e em particular o território da Guiné (hoje bem mais pequeno do que no passado). Apesar disso, "a cultura africana em geral e a urasa [, balanta,] em particular tem resistido e conservado a sua identidade tradicional" (p. 7).

Infelizmente, não estamos tão seguros disso... De qualquer modo, o autor coloca-se na perspectiva mais etnográfica do que sociológica. Ficamos sem saber até que ponto  vai hoje a resistência do povo "brasa" à "aculturação" imposta do exterior, com o êxodo rural, a urbanização, a diáspora, a economia mercantil e a globalização (a par da cristianização e islamização de algumas minorias balantas).

O dilema do autor, que não é um académico, revela a sua "convição" de que "só a partir do conhecimento de um povo como tal, pode nascer outro projeto de confronto, de diálogo e de intervenção a seu favor" (p. 8).  O encontro de duas culturas tem um duplo risco; cair no erro de uma "exaltante superioridade" ou deixar-se  arrastar por uma "resignação interesseira".

Utilizando a metodologia da investigação etnológica, a "pesquisa no terreno", a observação participante, o objeto de estudo do autor foi "o sistema educativo em ação do povo brasa, isto é, das classes de idade e dos rituais de iniciação", e a partir dái "definir o perfil do homem e da mulher adultos", tal como são moldados pela "tradição ancestral" (p. 8).

O risco do autor é o de considerar o pov so brasa como "o bom selvagem", na esteira de resto de Amílcar Cabral... [Para ele, os balantas representavam a sociedade horizontal, tendencialmemte igualitária, "sem estratificação", embora gerontrática... No outro extermos, estavam os fulas, "sociedade semi-feudal" e, para mais, historicamente aliada dos colonialistas. Entre os balantas, era o  conselho dos anciãos da aldeia (ou de um conjunto de aldeias, em geral ribeirinhas e próximas) que tomava as decisões relativas à vida comunitária. A propriedade da terra era da aldeia.  Cada família recebia uma parcela para trabalhar. Os instrumentos de produção, por sua vez, pertenciam à família ou ao indivíduo. O balanta era monógamo, dizia Amílcar Cabral,, apesar de 'fortes tendências para a poligamia' (sic). A mulher teria mais liberdade e estatuto na aldeia balanta do que entre os fulas.  O que Cabral parecia omitir ou não valoirizar, nos seus escritos,  eram os seus rituais de passagem, a cultura da virilidade (o culto do "macho"), a conflitualidade com vizinhos, o tribalismo, o uso e o abuso do consumo do “vinho de palma” e das suas eventuais consequências (v.g., saúde mental, violência doméstica, comportamentos antissociais.] (**)

O "outro lado da lua dos balantas" também é ignorado por Salvatore Cammilleri que, algo estranhamente, faz questão de ocultar, nesta edição portuguesa (não conhecemos a italiana), certos pormenores da cultura brasa, por mor dos anciãos que os querem continuar a manter "secretos" aos olhos dos vizinhos e dos estrangeiros.

Por outro lado,  vejo que o autor, homem, padre católico, italiano, siciliano,  não se sente tão à vontade a falar da mulher balanta / brasa, daí o  recurso à colaboração da irmã missionária Maristella  De Marchi (p. 40).

O trabalho de campo foi feito na setor de Tite, em cinco aglomerados populacionais a seguir discriminados (entre parêntesis o número de famílias entrevistadas): Tite, centro urbano (4); Foia, a norte (8), Flak ndekte, a leste (6), Tite ni hãn, a oeste (6), e Bissassima, a oeste (8). Total de famílias: 32.

O autor faz questão de referir que todas as pessoas que foram os seus informantes privilegiados são adultos, anciãos, "em nada influenciados nem pela atividade escolar do Estado, nem pelas religiões importadas, Islão e Cristianismo" (p. 40)... As entrevistas foram gravadas e em parte traduzidas e transcritas em "língua crioula", com a ajuda de "alguns jovens iniciados", citados na p. 40. O que também é revelador das dificukdades e obstáculos com que se depara a investigação etnológica de grupos e populações sem escrita-

O autor tem, na p. 9, uma "nota linguística" sobre o modo como procedeu na transcrição dos fonemas da língua brasa: utilizou os signos gráficos da língua italiana e, complementarmente,  os símbolos do alfabeto internacional (sempre que não havia correspondência entre o italiano e o brasa)...E , como todas as línguas, há alguns sons especiais na língua balanta: por ex.,  N'h e n'h ("Consoante dupla: nasal velar e fricativa velar [h]") (p. 11): N'hala é o ser supremo, o deus criador, a origem de todos os seres... (p.99), embora o vocábulo seja polissémico, significando também a abóboda celeste,  o lugar da fecundidade donde vem a chuva, esposa de N'hala (...); é ainda a casa de N'hala (...); os conceitos de sorte, sucesso, destino dos homens e dos acontecimentos (...); razão universal ou justificação última de toda a realidade existente" (pp. 99/100).

Como dissemos a edição portuguesa tem a colaboração dos tradutores Lino Bicari e Maria Fernanda Dâmaso (que, pela nota publicada no final, pp. 105/106, parecem-nos ser especialistas em linguística e etnologia, de qualquer modo profundos conhecedores do crioulo, da história e da cultura da Guiné-Bissau).

Numa primeira leitura, achamos que a tradução podia ser um pouco  mais cuidada, num ponto ou noutro, a começar pelo etnónimo "brasa" [que em português também já vi grafado como "braza" ou como "brassa", mas não constam ainda, estes três vocábulos, nos nossos dicionários: Priberam, Houaiss; noutras línguas já vi grafado como "brasa" (em francês) e "brassa" (em inglês)].  Enfim, outros casos de etnónimos, escreve-se biafada e beafada, manjaco e manjak...

A tradução segue o novo ortográfico. A edição portuguesa tem o apoio financeiro da Fondazione PIME ONLUS.


2. Numa pesquisa pela Net, descobrimos que Lino Bicari é um ex-padre, italiano, missionário do PIME que no início dos anos 70 descobriu outra vocação, levado pelo romantismo revolucionário de Che Guevara e Camilo Torres (também ele ex-padre).   Nascido em 1936, aos 23 anos,   Lino Bicaria aderiu à guerrilha do PAIGC e é o único estrangeiro que tem o estatuto de combatente da liberdade da Pátria. Viveu 23 anos na Guiné-Bissau. Radicou-se em Lisboa em 1990. Dele disse o jornalista João Paulo Guerra, no jornal Público,  de 24 de setembro de 1990:

(...) Não é um homem desiludido, mas um homem amargo quer hoje, à margem da Igreja e do Estado da Guiné-Bissau, continua, no entanto, a afirmar-se religioso e militante do PAIGC." (...)

É a primeira vez que ouço falar no nome deste Camilo Torres italiano (que, apesar de tudo, não acabou tragicamente como Che Guevara e Camilo Torres)... Fui saber mais, socorrendo-se da entrevista com ele, feita pelo João Paulo Guerra ("Crónica dos feitos da Guiné: A última missão do padre Lino").

(...) "O padre Lino Bicari chegou à Guiné em Maio de 1967. Tinha 31 anos, um curso teológico e formação em medicina tropical, em psicopedagogia e didáctica e etnologia. De passagem por Lisboa, meteu na bagagem curso rápidos de língua portuguesa e administração colonial e, como todos os missionários destinados às colónias portuguesas, assinou compromissos renunciando aos seus direitos como cidadão italiano e submetendo-se às leis e tribunais portugueses, à Concordata, ao Acordo e ao Estatuto missionários.

Na Guiné vivia-se o quarto ano de guerra e Lino Bicari foi colocado em Bafatá, a cidade natal de Amílcar Cabral. A guerra, para ele como para os outros missionários, significava ouvir tiros Ao longe e viver num centro populacional sob controlo militar, de onde só podia ausentar-se à luz do dia.

(..) Foi em Itália, onde se deslocou em 1972 no âmbito de um programa de apoio ao Terceiro Mundo, que o padre Lino Bicari conheceu José Turpin, dirigente do PAIGC e, por seu intermédio, trocou correspondência com Amílcar Cabral. Quando tomou a decisão da sua vida, resolvendo trabalhar com o PAIGC, a Secretaria de Estado do Vaticano sentiu-se embaraçada. Não disse que sim, nem que não, e acabou por consentir, pedindo-lhe apenas que, formalmente, se desligasse do [Pontifício] Instituto para as Missões Estrangeiras [PIME]

(...) "No final de 1973, proclamado já o Estado da Guiné-Bissau, Lino Bicari entrou de novo no território. Mas, dessa vez, não levava o visto de Lisboa nem as guias de marcha do colonialismo missionário. Entrou através da fronteira com a Guiné-Conakry, numa ambulância da Cruz Vermelha e foi instalado pelo PAIGC na região de Boé, a sul de Madina, como responsável pelo Hospital Regional. 'Não era uma base de guerrilha mas uma zona totalmente libertada, defendida por forças armadas locais e, dada a sua configuração geográfica, de difícil acesso às tropas portuguesas', recorda Bicari." (...).

Mas voltemos ao nosso amigo do povo Balanta / Brasa, Salvatore Cammilleri (, apelido comum na Sicília) (***). E, já agora, porquê balanta, porquê brasa ?  São dois etnónimos curiosos que merecem uma explicação mais detalhada, na II parte da nossa nota de leitura. (****)

(Continua)
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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:


22 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14065: (Ex)citações (256): Eu gostava de saber um pouco mais sobre esse missionário italiano, o padre António Grillo (1925-2014), que tinha um especial carinho pelos balantas de Samba Silate (e era respeitado por eles) (A. M. Sucena Rodrigues, ex-fur mil, CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1972-74)

(**)  Vd. poste de 30 de junho de 2008 > Guiné 63/74 - P3000: Bibliografia (28): Amílcar Cabral: nada mais prático do que uma boa teoria (Luís Graça)

(***) Vd. também poste de 13 de agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10258: Notas de leitura (391): A Identidade Cultural do Povo Balanta, de Padre Salvatori Cammilleri (Mário Beja Santos)

(****) Último poste da série > 15 de outubro de 2018 > Guiné 61/74 - P19104: Notas de leitura (1110): Os oficiais milicianos paraquedistas da FAP, volume I: os que combateram em África (1955-1974)- Um trabalho sério, rigoroso e honesto de mais de 2 anos, de José da Fonseca Barbosa, em homenagem a uma geração de portugueses que ajudaram a escrever algumas das mais belas páginas de sacrifício e abnegação da nossa história contemporânea (Jaime Silva, ex-alf mil pqdt, BCP 21, Angola, 1970/72)