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quarta-feira, 26 de abril de 2023

Guiné 61/74 - P24252: Palavras fora da boca... (2): "Prós insultos não há contemplações nem indultos"... e também: "Quem não tem poilão, acolhe-se à sombra do chaparro"... Proverbiário da Tabanca Grande, 5ª edição revista e aumentada:




Tabanca de Candoz > 9 de abril de 2023 > Um dos nossos sobreiros: temos uma meia dúzia nas extremas da quinta, não dão cortiça de qualidade, mas dão bolotas e sombra, abrigam a passarada, e crescem desalmadamente... É a nossa árvore sagrada, como o poilão o é na Guiné-Bissau... E a propósito diz o nosso proverbiário,  agora em 5ª edição (revista e aumentada): "Quem não tem poilão, acolhe-se à sombra do chaparro"...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2023). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. O meu pai, meu velho, meu camarada, Luís Henriques (1920-2012), gostava muito de falar em verso, de fazer rimas, quadras, versos de pé quebrado, citar provérbios populares, contar histórias e anedotas, evocar os seus tempos de expedicionário em Cabo Verde durante a II Guerra Mundial ou relembrar os tempos de jogador de futebol, e de treinador de camadas juvenis... Muitas vezes fazia-nos rir, sorrir, pensar... Tenho pena que muita da sua "sabedoria popular" ou "filosofia espontânea"  tenha ido para a cova com ele... Algumas coisas fomos, eu e os seus netos,  registando, filmando, tomando boa nota... E também o "obriguei" a escrever os seus cadernos diários (deixou-nos três, com  centenas de páginas), quando teve, nos últimos anos, de ir para um lar com a minha mãe...

Mas ele era um repentista, um espontâneo, um improvisador, incapaz de repetir, com a mesma precisão e graça, o que acabava de lhe sair da boca... Tudo dependia do contexto, das situações, dos interlocutores, e da disposição e da inspiração de momento... E, claro, fiava-se na sua memória de elefante... Tinha um r
eportório para dar e vender... Nunca o vi escrever um dito, uma história, um verso... Era um homem de palavra e de palavras, que nunca usou como arma de arremesso contra ninguém. Talvez por essa razão não tinha inimigos conhecidos:

Tudo isto vem a propósito de uma quadra que ele gostava muito de citar apropriada para prevenir situações de conflito:

Palavras fora da boca,
São pedras fora da mão,
Tu mede bem as palavras,
Tira-as do teu coração.

Era uma variante da conhecida quadra popular:

Palavras fora da boca,
São pedra fora da mão,
Tu tens me dito palavras
De cortar-me o coração.

2. Também no blogue, em postes e comentários, mandamos às vezes umas "bocas", ora mais felizes ou bem humoradas, ora mais provocatórias e inapropriadas (neste caso, "bocarras"), entre amigos e camaradas. No blogue e sobretudo no facebook... A (in)cultura geral das redes sociais criou, em dada altura, um clima de intolerância e de impunidade propício à violência verbal, ao insulto... Ora, cá entre nós, gostamos de lembrar: "P'rós insultos, não há contemplações nem indultos". 

Palavras fora da boca, falar da boca para fora quer dizer "falar sem pensar", "falar sem certeza do que se diz", "dizer uma coisa sem seriedade"!... "Palavras da boca para fora" são, de acordo com o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, "locuções e frases inteiras que dizemos 'da boca para fora', sem esforço mental aparente (mas com sentido, ainda que inconsciente), [e que] recheiam o nosso discurso, consti[tuindo] uma classe lexical, a das expressões idiomáticas, fraseologias ou sintagmas fixos." In: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/aberturas/falar-da-boca-para-fora/1979 [consultado em 25-04-2023.]
 
Temos vindo a reunir algumas dessas "frases feitas" para proveito e governo da Tabanca Grande, o mesmo é dizer, dos nossos editores, colaboradores permanentes, autores, leitores, comentadores... Está na altura de fazer uma 5ª edição, revista e aumentada, com algumas dessas expressões idiomáticas ou sintagmas fixos que usamos, uma vez por outra, umas, ou mais frequentemente, outras... Os "insultos", naturalmente, ficam de fora da coleção, embora pedagógico recolhê-los....

Chamámos-lhe, em tempos, "o nosso proverbiário", fazendo já parte do nosso "livro de estilo" (**). Quarenta e nove anos depois do 25 de Abril de 1974, dezanove depois da criação do nosso blogue, queremos continuar a ser a Tabanca Grande, "a mãe de todas as tabancas", mas também um espaço de partilha de memórias (e de afetos) tolerância, verdade, liberdade e responsabilidade,  um espaço, na Net, "onde todos cabemos com tudo o que nos une e até com aquilo que nos separa". Referimo-nos, naturalmente, aos "amigos e camaradas da Guiné", e nomeadamente aos "antigos combatentes do CTIG"...


O NOSSO PROVERBIÁRIO

A blogar é a que a gente... se entende.

A 'roupa suja' lava-se na caserna, não na parada.

Água de Lisboa, "manga di sabi".

Alfero Cabral cá mori!

Ainda pior do que o inferno da guerra, 
é o inverno do esquecimento dos combatentes.

Amigo do seu amigo, camarada do seu camarada.

Amigo traz amigo e amigo fica.

Ao luar, entre nevões, até as renas parecem pavões! (Zé Belo dixit)

Aponta, Bruno!

Aqui o povo é quem mais... "ordenha".

A(r)didos e... mal pagos!

As nossas queridas enfermeiras paraquedistas: 
os anjos que desciam do céu.

As vacas roubadas que andam de mão em mão, acabam sempre comidas em boa ocasião (Salgueiro Maia dixit)

Até aos cem, ainda se aguenta, depois dos cem, só com água benta.

Até aos cem é sempre em frente!... E depois dos cem, 
é só para quem for resiliente...

Até aos entas, bem eu passo, dos entas em diante, 
ai a minha perna, ai o meu braço!...

Até à... próstata!

Bazuca: o que fazia mal ao fígado, fazia bem à alma.

Beber a água do Geba.

Boa continuação da viagem pela picada da vida!... 
Cuidado com as minas e armadilhas!

Bons tempos, Cabral, consigo ia ficando maluco! (Barbosa Henriques, capitão "comando" dixit)... E eu ia ficando comando!... (Alfero Cabral retorquiu)


Brincando por fora, sangrando por dentro.

Cabral só há um, o de Missirá e mais nenhum.

Cabrito pé de rocha, "manga di sabi".

Camarada e amigo... é camarigo!

Camarada não tem que ser amigo: é o que dorme contigo, 
no mesmo buraco, na mesma cama, no mesmo abrigo.

Camarada, mais do que um dever, é uma honra que te é devida, 
ir a Monte Real pelo menos uma vez na vida.

Camarada, que a terra da tua Pátria te seja leve!

Camarada, salvo seja!

Com a sua licença, meu general, a merda... que a gente come!

Combatente um vez, combatente para sempre!

Como camaradas que fomos (e continuamos a ser), tratamo-nos por tu!


Dão-se lições de artilharia para infantes.

Desaparecidos: aqueles que nem no caixão regressaram.

Desarmados, jubilados, reformados, aposentados mas não... arrumados.

Dezanove anos a blogar... são dez comissões na Guiné!

E quem não bebeu a água do Geba, nunca poderá entender 
a vida, o conteúdo e o continente das nossas estórias.

E também lá vamos facebook...ando e andando.

E viva a Pátria! E viva o nosso General!... Puuum!!! (Gasparinho dixit)

É proibido fazer juízos de valor sobre o comportamento de um camarada (do ponto de vista operacional, disciplinar, ético, moral, social).

Encontro Nacional da Tabanca Grande: orar, comer.. 
e amar em Monte Real!

Entra e senta-te à sombra do nosso poilão.

Estás porreiro ou vais p'ró carreiro!?...

Estorninhos e pardais, aqui somos todos iguais.

Exorcizar os nossos fantasmas.

F... e mal pagos.

For the Portuguese Armed Forces from Scotland with love... 
[Da Escócia com amor, para as Forças Armadas Portuguesas.]

Guerra do Ultramar, guerra de África, guerra colonial
(como se queira, ao gosto do freguês).

Guerra ganha, guerra perdida? 
Camarada, não percas tempo com a discussão do sexo dos anjos...

Guiné, da floresta verde e do chão vermelho.

Guiné, terra verde-rubra.

Guiné? ... Não era pior nem melhor, era diferente.

Guiné?... Não, nunca ouvi falar!


Há comentadores e comentadores: alguns são como o peixe e o hóspede, 
ao fim de três dias fedem...

Havia os desertores, os refratários, os faltosos... e nós.

Humor com humor se (a)paga.


In Memoriam: para que não fiques, pobre camarada, 
na vala comum do esquecimento.

Já estás com o bioxene, já estás com os copos, já estás! (Valdemar dixit)

Já estou mal da cachimónia, / E eu aqui no treco-lareco, / A ouvir o próprio eco, / Na Tabanca da Lapónia.

Lá vamos blogando, recordando, (sor)rindo, 
e às vezes cantando, gemendo e chorando!

Lá vamos contando (e cantando) os quilómetros pela picada da vida fora!

Lembras-te, combatente, que és pó e em que em pó hás de tornar-te.

Lembra-te, ó português, a tua bandeira é a das cinco quinas, 
a dos cinco pagodes é na loja... do chinês!

Lugares ao sol, não temos... Só à sombra, do nosso poilão!

Luso-lapão só há um, o Zé Belo, e mais nenhum.


Mais morto de alma do que vivo de corpo.

Mais vale andar neste mundo em muletas do que no outro em carretas.

Mais vale um camarada vivo do que um herói... morto!

Melhor que as bajudas, era a 'água de Lisboa' que nos fazia esquecer as bajudas.

Meu pai, meu velho, meu camarada.

Miguel & Giselda, o casal mais 'strelado' do mundo.

Muita saúde e longa vida, porque tu, camarada, mereces tudo.


Não deixes que o teu espólio de memórias vá parar à Feira da Ladra ou ao OLX.

Não deixes que sejam os outros a contar a tua história por ti.

Não é o Panteão Nacional, é melhor, é... a Tabanca Grande.

Não fazemos a História com H grande, mas a História não se fará 
sem a nossa... pequena história.

Não há tabanca sem poilão.

Nem mais um soldado para as colónias! 

Nem medalhas ao peito nem cicatrizes nas costas.

Ninguém leva a mal: em cima o camarada, em baixo o general.

No céu... não há disto: comes & bebes!


O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!

O nosso maior inimigo: o Alzheimer (de que Deus nos livre!)...

Ó Pimbas, não tenhas medo!

O seu a seu dono: respeita os direitos de autor.

Ó Sitafá, deixa lá, cabeças e rabos de sardinha não são bem a mesma coisa (Alfero Cabral dixit).

O último a morrer, que feche a tampa... do caixão.

Olhe que não, sr. general, olhe que não!

Os bravos não se medem aos palmos.

Os bu...rakos em que vivemos.

Os camaradas tratam-se por tu.

Os camaradas da Guiné dão a cara, não se escondem por detrás do bagabaga.

Os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são.

Os netos dos nossos camaradas, nossos netos são.

Os nossos queridos 'nharros'...


P
ara que os teus filhos e netos não digam, desprezando o teu sacrifício: "Guiné? Guerra do Ultramar? Guerra Colonial? Não, nunca ouvi falar!"...

Partilhamos memórias e afetos.

Patrício Ribeiro, o "pai dos tugas" em Bissau.

Periquito, salta pró blogue, que a velhice já cá está!

Periquitos até aos 6 meses, maçaricos até a um ano... 
e depois vecês (velhinhos comó c...)

Porra, porra, lá iam lixando o Comandante-Chefe (Spinola dixit, quando o seu heli aterrou, por engano, numa "área libertada")

P'rós insultos, não há contemplações nem indultos.

Quando o último eucalipto deste país arder, despeçam o último bombeiro, por extinção do posto de trabalho.

Que Deus, Alá e os bons irãs te protejam!

Quem não faz 69, não chega... aos 100!

Quem não sabe beber, beba merda!

Quem não tem poilão, acolhe-se à sombra do chaparro.

Quem não tem "turpeça", senta-se no chão... e quem "turpeça" também cai.

R
apa o fundo ao teu baú da memória.

Recorda os sítios por onde passaste, viveste, combateste, amaste,
sofreste, viste morrer e matar, mataste,
e perdeste, eventualmente, um parte do teu corpo e da tua alma...


Saber resolver os nossos diferendos, os nossos conflitos... sem puxar da G3!

Santo António de Bissau, / Bravo, meu bem, / De todos o mais casmurro,/ Quer do preto fazer branco, / Bravo, meu bem, / E do branco fazer burro.

Sempre presentes, aqueles que da lei da morte já se foram libertando.

Siga a Marinha!

Só há três coisas de que aqui não falamos: futebol, política e religião.

Somos uma espécie em vias de extinção.

Soubemos fazer a guerra e a paz.

Spinolândia, sim, Guiné, não.


Tabanca Grande: a mãe de todas as tabancas.

Tabanca Grande: onde todos cabemos com tudo o que nos une 
e até com aquilo que nos separa.

Tabanca Grande: onde não há portas nem janelas 
nem arame farpado   nem cavalos de frisa

Tuga, que Deus te livre da doença do... Alemão.

T/T Niassa, Uíge, Ana Rita, Angra do Heroísmo... Os cruzeiros das nossas vidas.


Um blogue de veteranos, nostálgicos da sua juventude (René Pélissier dixit).

Um povo que sabe rir-se de si próprio, não precisa de ir ao psiquiatra.

Uma geração que soube fazer a guerra e a paz.

Uma guerra... a petróleo! (Tó Zé dixit)

Uma noite nos braços de Vénus, três semanas por conta de Mercúrio.  

Vamos à guerra, que a morte é certa.

Volta, Zé Belo, estás perdoado! (disseram  os "sámi" ao régulo que queria "desertar" da Tabanca da Lapónia.


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Notas do editor:


terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20411: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (6): edição, revista e aumentada, Letras D/E


Foto nº 1



Foto nº 2

Guiné-Bissau > Bissau > Abril de 2006 > Viagem Porto-Bissau > Duas imagens que queremos ver banidas para sempre: na foto nº 1, um chimpanzé em cativeiro;  na foto, aparece também a Inés, filha do Xico Allen...Na foto nº2, um babuíno, macaco-cão ("sancu", em crioulo), segura a mão de um outro elemento da "comitiva humana" de que a Inês faz parte...

Fotos (e legenda) : © Hugo Costa  (2006). Todos direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


Observações: 

O chimpanzé  não é macaco, é símio ( "dari", em crioulo)... O "dari", o "sancu" e a Inês pertencem à ordem dos Primatas... O "dari" é um símio e a Inês um(a)hominídeo(a), ambos têm cerca de 98% do mesmo ADN... O "dari" é um Pan (género) Troglodytes (espécie). A Inês, um exemplar da espécie Homo Sapiens Sapiens. 

Por sua vez, o macaco-cão (babuíno) é um antropóide cercopitecídeo do género Papio... 

Os três têm em comum um antepassado longínquo, que remonta há 70 milhões, antes da extinção dos dinossauros... O "sancu" e o "dari" são espécies ameaçadas, o "dari" é seguramente o que vai desaparecer primeiro, depois talvez o "sancu" e a seguir o ser humano...

De um modo geral, as populações da Guiné-Bissau, não muçulmanas, caçam e comem o "sancu". No "mato", no tempo da "guerra de libertação", o macaco.cão fornecia muita da proteína animal de que precisavam os guerrilheiros do PAIGC, e as populações sob o seu controlo... Sobretudo depois de 1980, a caça (ilegal) ao macaco-cão aumentou (*). Hoje é, infelizmente, produto-gourmet nalguns restaurantes de Bissau...

Quanto ao "dari", o chimpanzé da matas do Cantanhez e do Boé , há em princípio um maior respeito pelas suas semelhanças com o ser humano. Os muçulmanos respeitam-nos pro ser um homem, um ferreiro que não respeitava as   Mas os juvenis são objeto de tráfico... O habitat do "dari" está condicionado pelas atividades humanas (além da caça, o risco de epidemias, a expansão das áreas de cultivo, e nomeadamente do caju, e a desmatação ilegal para extração de madeiras exóticas, como o pau de sangue, exportado para a China).


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional do Cantanhez > Madina > 10 de Dezembro de 2009 > 7h32 > Um "dari" (chimpanzé) descendo uma árvore ... Este grande símio (o mais aparentado, do ponto de vista genético, ao ser humano) é muito difícil de observar e fotografar... Contrariamente a outros primatas que existem no Parque, ainda com relativa abundância como o macaco fidalgo ("fatango", em crioulo). Duvido que algum de nós, durante a guerra colonial, tenha visto algum "dari" no seu habitat... As regiões a que hoje está confinado (Cantanhez e Boé) foram palco de guerra entre 1961 e 1974 e,  antes disso, de caça e tráfico animal.


Diz a lenda (guineense) que o "dari", em tempos, era um homem, um ferreiro, que Deus transformou em animal selvagem, por castigo, por não respeitar o dia de descanso da semana... 

Foto: © João Graça (2009). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, 
 de A a Z: 
[Em construção, desde 2007]

Letras D / E

1. Continuação da publicação do Pequeno Dicionário da Tabanca Grande (**), de A a Z, em construção desde 2007, com o contributo de todos os amigos e camaradas da Guiné que se sentam aqui à sombra do nosso poilão, e que até têm um livro de estilo (***). Entradas das letras D e E:


Dari - Chimpanzé (das matas do Cantanhez e do Boé) (crioulo)

DC 3 - Avião de transporte (FAP) 

DC 6 - Avião de transporte (FAP) 

DCON - Missão de acompanhamento (FAP) 



Degtyarev [ou Dectyarev RDP] - Metralhadora ligeira, de calibre 7,62 mm x 39 mm, m/13 , 1953 de origem soviética (PAIGC) Metralhadora ligeira Dectyarev RDP, calibre 7,62 x 39 mm, m/13,  (Origem: ex-URSS)(PAIGC)

Degtyarev-Shpagim - Metralhadora pesada 12,7 mm, de origem soviética (PAIGC) 

Desenfianço - Escapadela (por ex., até Bissau) (gíria) 

Dest - Destacamento 

Dest A - Destacamento A 

DFA - Deficiente das Forças Armadas 

DFE - Destacamento de Fuzileiros Especiais 

Diorama - Maqueta a 3 dimensões (v.g., aquartelamento de Guileje) 

Djídio (ou gigio) - Cantor ambulante que ia de tabanca em tabanca, transmitindo as notícias (crioulo) 

Djila - Vd. Gila 

Djubi - (i) Olha! (crioulo); (ii) mas também criança, menino


Djurtu -  Mabeco, ou cão selvagem (crioulo);  "djurtus" é a alcunha da seleção nacional de futebol da Guiné-Bissau.

DO 27 - Dornier 27 (Avioneta), avião ligeiro de transporte; também era usado como PCV  - Posto de Comando Volante(FAP), que os "infantes" abominavam...

Drone - Máquina voadora não tripulada (não existia no nosso tempo) (FAP) 

Drop Tanks - Depósitos de combustível (FAP) 

EAMA - Escola de Aplicação Militar de Angola, com sede em Nova Lisboa (hoje, Huambo)

ECS - Escola Central de Sargentos (Águeda)


EE - Escola do Exército (antecessora da AM - Academia Militar)


Embondeiro - Cabaceira, baobá (Senegal) 

Embrulhanço - Contacto pelo fogo com o IN, ataque, emboscada (gíria)

Embrulhar - Ser atacado (pelo IN) (gíria) 

Enf - Enfermeiro 

Enf Para - Enfermeira paraquedista 

Engine Master - Botão principal de uma aeronave (FAP) 

EP - Exército Popular (PAIGC)


EPA - Escola Prática de Artilharia (Vendas Novas)

EPC - Escola Prática de Cavalaria (Santarém) 

EPI - Escola Prática de Infantaria (Mafra), também conhecida por Máfrica (gíria)ou ainda Entrada Para o Infermo (gíria)

EREC - Esquadrão de Reconhecimento [de Cavalaria]

Esp - Espingarda 

Esp Aut - Espingarda Automática




Esp Aut FN (Vd. FN) - Espingarda automática, de calibre 7,62 mm, FN FAL [, acrónimo de Fabrique National, Fusil Automatique Léger]. De origem belga (1954), equipou as NT no início da guerra colonial.

Esp Aut G3 {Vd. G3]- A Gewehr 3 (G3) (em alemão, Gewehr quer dizer espingarda) é uma espingarda automática, de fabrico alemão (1959), usada pelo Exército Português durante a guerra colonial, e recentemente descontinuada (em setembro de 2019). De calibre NATO (7.62 × 51 mm), tinha como rival, do lado do PAIGC, a famigerada Kalash!



Esp MMA - Especialista Mecânico de Manutenção Aeronáutica (FAP) 


Espaldão (de obus, de morteiro...) - Termo usado em engenharia militar para designar um  anteparo de uma trincheira ou fortificação, que serve para proteger a artilharia (ou armas pesadas de infantaria) e a respetiva guarnição.

Esq - Esquadrão 

Esq Mort - Esquadrão de Morteiro 

Esquadra - Organização militar de aeronaves (FAP) 





Um caça Fiat G.91 R/4 dos “Tigres” da Guiné.




Esquadra 121 Tigres - Constituída por Fiat-G 91, T-6 e DO-27 (BA 12, Bissalanca) (FAP) 

Esquadra 122 - Heli AL III (BA12, Bissalanca) (FAP) 

Esquadra 123 - Nord Atlas e DC-3 (BA12, Bissalanca) (FAP) 

Esquentamento - Blenorragia, doença venérea (corrimento de pus pela uretra) (calão) 

Estado Novo - Regime político que vigorou em Portugal, de 1933 a 1974. Foi antecedido pela Ditadura Militar que, com o golpe de Estado de 28 de maio de 1926, pôs fim à República (1910-1926).

Estilhaços de frango - Pouca comida (gíria) 
 
________
 

Notas do editor:

(*) Vd. postes de: 


21 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16744: Em bom português nos entendemos (15): Comer macaco, não obrigado... "Santchu bai fika na matu"... E cão ("kakur") fica com o dono, no restaurante em Bissau... Ajudemos a salvar os primatas da Guiné... O "santchu", o "dari"..., ao todo são 10 primatas que correm o risco de extinção se os hominídeos continuarem a destruir o seu habitat e a fazer deles um petisco...


14 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16717: Manuscrito(s) (Luís Graça) (101): Comer macacos... só os do nariz!... Ajudemos os guineenses a proteger o "sancu" (macaco) e o "dari" (chimpanzé)...Ficaremos todos mais pobres quando eles se extinguirem... e quando as areias do deserto do Sará chegarem às portas de Bissau!... Ficaremos todos mais pobres, os guineenses, os amigos da Guiné, todos nós, os últimos dos hominídeos...

(**) Vd. postes anteriores da série:

18 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20255: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (5): edição, revista e aumentada, Letra C

14 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20240: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (4): 2ª edição, revista e aumentada, Letras M, de Maçarico, P de Periquito e C de Checa... Qual a origem destas designações para "novato, inexperiente, militar que acaba de chegar ao teatro de operações" ?

13 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20237: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (3): 2ª edição, revista e aumentada, Letra B

13 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20235: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (2): 2ª edição, revista e aumentada, Letra A


(***) Vd. 22 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18548: O nosso livro de estilo (11): Proverbiário da Tabanca Grande, 4ª edição revista e aumentada: "Camarada, mais do que um dever, é uma honra que te é devida, ir a Monte Real pelo menos uma vez na vida"...

sábado, 19 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20258: Tabanca da Diáspora Lusófona (2): In Memoriam: o meu condiscípulo, amigo e camarada de armas Vieira Abreu: os nossos insólitos encontros e desencontros ao longo da vida, do seminário à guerra, de Saint Germain des Prés (Paris) a Fátima, de Queens à Portela (Lisboa)... até que a sua morte, inesperada, nos vem agora separar de vez (João Crisóstomo, Nova Iorque)


Nova Iorque > 6 de outubro de 2019 > João Crisóstomo (1) e Vilma Kracun (Crisóstomo, por casamento) (2) recebem na sua casa em Queens a embaixadora de Timor nas Nações Unidas, Milena Pires (3) e o embaixador de Portugal nas Nações Unidas, Francisco Duarte Lopes (7), bem como o nosso amigo e membro da Tabanca de Porto Dinheiro / Lourinhã, Rui Chamusco (5) e ainda Graça Dinis (4) e Rosa Henriques (6).(LG)


Nova Iorque > 6 de outubro de 2019 > Edgar João é o terceiro  a contar da esquerda, em foto com o João, a embaixadora Milena Pires e a Vilma.  O João passa a ser o nosso régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, mais uma tabanca da Tabanca Grande...De resto, há muito que sabíamos qe o João, para além de ser uma "força da natureza",  é também  um mestre na arte de bem receber, juntamente com a sua/nossa querida Vilma ...

O Rui Chamusco, que acaba de passar um mês na casa do João e da Vilma, e com quem estive há umas horas na Praia da Areia Branca (, com um casal de primos da Malcata, Sabugal, que vieram cá passar o fim de semana), mostrou-me fotos desta festa em que se assaram sardinhas portuguesas e se bebeu seguramente vinho português!... Ao que parece, a fumarada era tanta que a senhora embaixadora de Timor receou que os bombeiros e a polícia de Queens ainda aparecessem... para se juntarem à festa (, que aqui se diz "party"!)...

João, que Deus, Alá, Jeová e os bons irãs da Tabanca Grande, te protejam, e te deem ainda muitos e bons anos de vida com saúde e alegria. A ti,à Vilma e aos vossos amigos. Como sabes, e de acordo com o espírito da nossa Tabanca Grande e a letra do nosso proverbiário, os amigos dos nossos amigos nossos amigos são...(LG)


Fotos (e legendas): Edgar João, página pessoal do Facebook (2019), com a devida vénia...[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Grça & Camaradas da Guiné]






1. Mensagem do nosso amigo luso-americano João Crisóstomo, e nosso camarada da diáspora (EUA, Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), casado com a eslovena Vilma, e destacado ativista social, que liderou campanhas bem sucedidas como a defesa das gravuras rupestres de Foz Coa, a reabilitação da memória de Aristides Sousa Mendes ou o apoio à autodeterminação de Timor Leste.



Data: sexta, 18/10/2019 à(s) 15:13

Assunto: Tabanca da Diáspora Lusófona (*)


Caro Luís Graça,

Porque tens manifestado interesse em saber notícias do pessoal da "Tabanca da Diáspora Lusófona", como um dos alojados nesta Tabanca Grande, creio que são horas de pôr a minha escrita em dia. 


Tenho de te enviar o que tenho em dois E mails separados, dada a sua completa divergência de assuntos. Aliás ando já há bastante tempo para o fazer, mas sempre sucede algo que me leva a adiar; e quando a idade já tem o seu parecer a dar, o tempo passa sem darmos por isso. Sucedeu assim ainda na semana passada com a partida do nosso camarada Abreu.

Não sei se te lembras bem dele, pois pelo que me parece, ele não era visita assídua   das nossas reuniões. Eu convidei-o a vir e um dia ele apareceu, no mesmo dia que o Antunes ( Francisco José Ferreira Antunes da Silva,  antigo comandante-piloto da TAP) também apareceu. [Foi formado pelo ACVT - Aeroclube de Torres Vedras, em 1962, antes de ingressar na TAP.] 


Tanto o Antunes como o Abreu, embora de cursos/anos diferentes, foram meus colegas de Seminário em Montariol e, depois dum "Ano de Noviciado" em Varatojo [, Torres Vedras], estivemos juntos outra vez em Leiria nos chamados "três anos de filosofia". Depois disso, saídos do Seminário, eu perdi o contacto deles, mas mais tarde vim a saber que ambos pertenciam aos que passaram por terras da Guiné. 

O Antunes que, soube depois, foi durante muitos anos piloto da TAP, apesar de ser meu vizinho, natural de (e com uma residência em Ponte do Rol [, Torres Vedras,] onde aparece de vez em quando, quando eu ia a Portugal e o procurava, ninguém me conseguia ajudar: no Seminário chamávamos-lhe Antunes e era por esse nome que eu procurava, mas ninguém o conhecia com esse nome. Eu, teimoso, não desistia e finalmente(, 49 anos passados)  alguém me recomendou falar com o carteiro que reconheceu o nome e nos possibilitou aquele encontro de emoção que sucede sempre em circunstâncias destas.

A história com o Abreu foi bem diferente, mas muito invulgar: estava eu um dia na Guiné, "no meio duma operação" e, cansado, estava sentado no chão de costas contra o tronco de uma árvore a comer não sei o quê, quando vejo ao meu lado uma cara conhecida que não via há muito tempo e que não esperava ali : era o Abreu, também alferes miliciano numa outra companhia que nesse dia se juntou à nossa,   nessa "operação no mato" de que não me recordo mais detalhes. 

Como eu, ele tinha saído do Seminário e, feito o curso em Mafra, ... ali estava... Mas recordo-me bem dos assuntos que o tempo e circunstâncias nos levaram a falar, pois que me surpreendeu com uma mente e visão já mais liberal e mais "arrojada" do que eu, que nessa altura ainda me regia pelo pensar conservador que me tinham encaixado no Seminário.

Depois dissemos "até à próxima" e seguimos cada um para seu lado. Quando, "acabada a tropa",  voltei a Portugal decidi ir passar uns tempos na Inglaterra, França e Alemanha para aperfeiçoar as respectivas línguas, com intenção de me dedicar ao Turismo em Portugal. 

Foi em França que "a próxima vez" se concretizou também de maneira inesperada: estava eu a sair do Metro, subindo as escadas da "entrada" em Saint Germain des Prés, e vejo o Abreu a descer as escadas … Foi outra vez "aquele abraço", ambos satisfeitos por termos sobrevivido e voltado com saúde das terras da Guiné. 

Mais uma vez, dadas as despedidas, separámo-nos já que cada um de nós tinha planos diferentes: ele tencionava ficar em França mais uns tempos e eu estava de partida para a Alemanha onde tencionava melhorar o pouco da língua alemã que  tinha aprendido no seminário. 

Mas, como todos os bons portugueses no estrangeiro, quando surgia uma oportunidade eu ia a Portugal. Uma destas férias ocorreu num mês de Maio e minha mãe, que "há muito queria ir a Fátima comigo",  pediu-me e fez questão que eu a acompanhasse para agradecer à Senhora de Fátima o meu regresso da Guiné são e salvo. E fomos. Estava eu ajoelhado ao lado da minha mãe no meio do recinto, quando olhei ao redor e... outra vez!,  ali estava o Abreu,   de joelhos mesmo a meu lado. E mais uma vez seguimos os nossos separados destinos. 

Passados anos voltei a Portugal e comprei um apartamento na Portela, na mesma rua da minha irmã mais nova, Jacinta, que como eu e comigo tinha calcorreado terras em França,Inglaterra e Alemanha e que, tendo voltado a Portugal mais cedo que eu, me tinha ajudado a encontrar esse apartamento. E um belo dia diz-me ela: 

- Olha, encontrei um senhor que te conhece bem e te quer ver: chama-se Vieira Abreu e tem um apartamento nesta rua…

Voltei de novo aos Estados Unidos. E foi aqui que viemos a estar mais tempo juntos , pois o Abreu,  que tinha trabalhado para a TAP, quis visitar Nova Iorque com sua esposa e filhos e eu tive oportunidade de lhes oferecer hospitalidade em minha casa durante os dez dias que aqui estiveram. 

Sei que foi em Agosto de 2001 pois passadas duas ou três semanas de eles terem voltado a Portugal,   aconteceu o atentado às Torres Gémeas [, em 11 de setembro de 2001].

No ano passado fui a Portugal e fui visitá-lo: ele tinha tido uma grande operação que tinha corrido muito bem e estava muito contente e esperançado na sua completa recuperação.

Infelizmente,  meses depois de repente "teve uma recaída" de que não se conseguiu levantar e foi com pesar que acabo de saber da sua passagem. Junto-me à sua família e a todos os que neste momento elevam as suas preces ao Senhor: Paz à sua alma.


João Crisóstomo
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domingo, 13 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20235: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (2): 2ª edição, revista e aumentada, Letra A



Guiné > Bissau > Amura ou Fortaleza de São José da Amura ou simplesmente Fortaleza da Amura > Construção iniciada em finais do séc. XVII, arrasada em 1707 e reconstruída em 1753, restaurada em meados do séc. XIX (1858-1860), bem como um século depois, a partir da década de 1970, sob orientação do arquiteto Luís Benavente.


Foi quartel-General durante a guerra colonial. É hoje panteãio nacional da República da Guiné-BissaU. Foto nº 17/199 do álbum Guiné, disponível na página do Facebook, do João Martins. qui estava instalado o QG/CCFAG [Quartel General do Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné], com as suas 4 Rep[artições]. Nas proximidades ficava a 5ª Rep, o Café Bento, o maior "mentidero" de Bissau, onde se ganhavam ou perdiam todas as batalhas.



Foto: © João José Alves Martins (2012)  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: 
Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. São cerca de meio milhar de "entradas":

(i) abreviaturas, siglas, acrónimos e termos técnico-militares usadas pelas NT (Nossas Tropas) / Forças Armadas Portuguesas:

(ii) abreviaturas, siglas e acrónimos e termos técnico-miliatres usadas pelo IN (inimigo) (guerrilha / PAIGC):

(iii) topónimos da Guiné, vocábulos e expressões etnográficas e/ou em crioulo e línguas gentílicas

(iv) vocábulos e expressões da gíria ou calão tanto do IN como das NT...

Acrescentamos também algumas figuras populares, do "Caco Baldé" ao "Manel Djoquim", do "alfero Cabral" ao "Tigre de Missirá", do Pepito ao "Metro e oito"...

É um pequeno património linguístico que já não nos pertence... Alguns destes vocábulos, do calão ao crioulo,  já estão grafado pelos dicionaristas: por exemplo, bianda, bideira, blufo, bolanha, morança ... Outros poderão vir a sê-lo, se não caírem em desuso.. Muitos morrerão na "vala comum do esquecimento", nomeadamente expressões usadas na caserna: pira, periquito, checa, partir punho, partir catota ... 

Enfim, são mais de quinze anos a blogar, o que dá, pelo menos  sete comissões no TO da Guiné...

Pequeno dicionário, de A a Z, em construção, com o contributo de todos os amigos e camaradas da Guiné (*) que se sentam aqui à sombra do nosso poilão, e que até têm um livro de estilo (**)... 

Mas falta-nos "a gíria e o calão" de outras armas como as da Marinha, por exemplo ... Infelizmente temos poucos marinheiros e fuzileiros na Tabanca Grande.

Quanto ao resto (e nomeadamente ao uso de um "calão" mais grosseiro, ou mais obsceno...), é bom lembrar que o nosso blogue não é politicamente correto, justamente porque é plural, é um rio com muitos afluentes, é filho de muiats mães e pais... Aos nossos/as amigos/as e camaradas mais "sensíveis", incluindo os/as nossos/as  amigos/as guineenses, pedimos desculpa de "qualquer coisinha"... 

Desnecessário é lembrar que o nosso blogue rejeita todos os ismos: colonialismo, racismo, sexismo, moralismo... , etc. Não somos um blogue de causas, só queremos parti(lha)r memórias (e afetos)... LG


Pequeno Dicionário da Tabanca Grande,  de  A a Z: 

[Em construção, desde 2007]


1º Cabo Aux Enf – 1º cabo auxiliar de enfermagem

2TEN FZE RN - 2º Tenente Fuzileiro Especial da Reserva Naval (Marinha)

5ª Rep - (i) Café Bento, o ‘mentidero’ de Bissau, que ficava junto ao Forte da Amura onde estava instalado o 
QG/CCFAG [Quartel General do Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné], com as suas 4 Rep[artições]

A/C - Anticarro, mina

A/D - Autodefesa (tabanca em)

A/P - Antipessoal. mina

AB - Alfa Bravo ou alfabravo, abraço (alfabeto fonético internacional, usado pelos nossos Op Trms)

Abibe - Novato na BA 5 (Monte Real) (FAP)

Abo - Você, tu (crioulo)

ACAP - Assuntos Civis e Acção Psicológica (REP / ACAP) 

AD - Acção para o Desenvolvimento - ONGD guineense que teve a marca histórica da liderança do Pepito (1949-2014)

ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas (, fundada depois do 25 de Abril)

Aero - Aerograma, carta, bate-estrada, corta-capim

Afilhado - Militar que tinha uma madrinha de guerra

Água de Lisboa – Vinho (da intendência) (gíria)

Água do Geba (Beber a) - Apaixonar-se pela Guiné

AGUltramar - Agência Geral do Ultramar

Agr - Agrupamento

AICC Área de Intervenção do Comando-Chefe

AKA - Kalash, Espingarda Automática Kalashnikov (AK) Cal. 7,62 mm (PAIGC)

AL II - Alouette II, helicóptero, de origem francesa (FAP)

AL III - Helicóptero Alouette III, de origem francesa (FAP)

Alf - Alferes

Alf Mil - Alferes Miliciano

Alf Mil Med - Alferes miliciano médico

Alfa Bravo / Alfabravo - Abraço


Alfaiate - Crocodilo (gíria)

Alfero - Alferes (crioulo)


Alfero Cabral - Jorge Cabral, alf mil  art, cmdt Pel Caç Nat 63 (Fá Mandinga e Missirá, 1969/71),autor da série "Estórias cabralianas"

AM - Academia Militar (sucedeu, em 1959, à Escola do Exército, remontando a sua origem apo séc. XVII)


Amura - Velha fortaleza militar colonial, em Bissau; sede do QG/CCFAG [Quartel General do Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné]; hoje Panteão Nacional da Guiné-Bissau




AN/PCR-10. 
Imagem: Blogue Luís Graça
& Camaradas da Guiné
AN/GRC-9 - Rádio, equipamento de transmissões (NT)

AN/PRC-10 AVF - Rádio emissor-receptor (MT)

Animistas - Povos ribeirinhos(balantas, manjacos, papéis e outros) que praticam o culto dos irãs

Anti-Aérea ZPU-4 - Anti-aérea  quádrupla, de 14,5 mm (PAIGC)[Também tinham peças AA de 37 mm e, depois, o Strela, em 1973]


Anti-G - Fato que ajudar a suportar os Gês (FAP)

AOE - Associação de Operações Especiais

Ap - Apontador

APAR - Apoio aéreo (FAP)

Ap Arm Pes Inf - Apontador de Armas Pesadas de Infantaria (morteiro, canhão s/r, metralhadora 12.7...)

Ap Dil - Apontador de Dilagrama

Ap LGFog - Apontador de Lança-granadas foguete

Ap Met - Apontador de Metralhadora

Ap Mort - Apontador de morteiro

Apanhado - (i) Diz-se do combatente afectado pela guerra e pelo clima; (ii) cacimbado (em Angola)

APsic - Acção Psicológica

Aqt - Aquartelamento
 
Arre-macho - Tropa de infantaria, tropa-macaca (termo depreciativo, usado pelas tropas especiais)

Art Artilharia

Arv - Arvorado, Soldado



Anúncio da ASCO (1956). 
Fonte: Blogue Luís Graça
 & Camaradas da Guiné


ASCO - Acrónimo da Aly Souleiman & Ca - Casa comercial, de origem sírio-libanesa, com sede em Bissau e filiais no interior, incluindo Gadamael.
Asp Of Mil - Aspirante a Oficial Miliciano

At Art - Atirador de Artilharia

At Cav - Atirador de Cavalaria

At Inf - Atirador de Infantaria

Atacadores da PM -  Esparguete (gíria) (Ex: Atacadores com PM com estilhaços)

ATAP - Missão resultante de um pedido de fogo imediato, com a saída da parelha de alerta; ataque em alerta (FAP)

ATIP - Missão de apoio de fogo, pré-planeada; ataque independente (FAP)

ATIR - Ataque e reconhecimento (FAP)


(Continua)
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Notas do editor:




30 de dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2389: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (6): Racal (José Martins)

29 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2388: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (5): Periquito (Joaquim Almeida)

26 de junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1887: Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo (3)... (Zé Teixeira)

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20157: Convívios (907): 45º Convívio da Magnífica Tabanca da Linha, hoje, em Algés, às 13h00 no restaurante "Caravela de Ouro" (Manuel Resende)




1. Com atraso e já sem efeitos práticos (, uma vez que as inscrições terminaram no dia 16), aqui vai a convocatória do magnífico régulo, Manuel Resende, da Magnífica Tabanca da Linha... Como a gente diz no nosso "Proverbiário",  há tabancas para todos e para todo os gostos, até para os meninos da Linha...


Vai realizar-se no próximo dia 19 de Setembro, quinta-feira, com início às 12,30 horas, mais um convívio da Magnífica Tabanca da Linha, no Restaurante "CARAVELA DE OURO" em Algés.

O Almoço será servido às 13 horas, no entanto podem começar a aparecer a partir do meio dia e meia hora.

+ + + E M E N T A + + +

APERITIVOS
Martini tinto e branco - Porto seco - Moscatel - Bolinhos de bacalhau - Croquetes de vitela - Rissóis de camarão - Tapas de queijo e Presunto

SOPAS
Creme de legumes - Creme de marisco

PRATO DE CARNE
Cabrito assado no forno com batata assada e esparregado

SOBREMESA
Salada de fruta ou Pudim e Café

BEBIDAS
Vinho branco e tinto (Ladeiras de Santa Comba-vinho da casa)
Águas - Sumos - Cerveja

PREÇO POR PESSOA - - - - - 20.00€
(Crianças dos 5 aos 10 anos pagam metade)

Morada: Alameda Hermano Patrone, 1495 Algés (Jardim de Algés, junto à marginal)
Inscrições até às 24 horas do dia 16 pelos processos habituais para Manuel Resende (919 458 210)

2. Não estando hoje  na Lourinhã, lá estarei, em Algés, daqui a uma hora, com muito gosto, para dar as boas vindas as dois novos grã-tabanqueiros, o Domingos Robalo (Almada) e o Carlos Marques de Oliveira (Sintra). E também os parabéns aos aniversariantes de hoje, o José Miguel Louro (Algueirão) e o João Pereira da Costa (Lisboa). Muita saúde e longa vida para eles, e que os bons irãs das nossas tabancas os protejam. (LG)

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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P20155: O nosso blogue em números (60): o futuro? Deus, Alá e os bons irãs o dirão... E o Miguel Pessoa estará cá para fazer o "boneco"...


Infografia: Miguel Pessoa (2019)


1.  Mensagem do nosso amigo e camarada Miguel Pessoa, herói dos céus da Guiné, cor pilav ref (ex-ten pilav, BA12,  Bissalanca, 1972-74), com data de 15 do corrente:

"Mais um boneco para a colecção. Aberto a sugestões... 
Abraço, 
Miguel Pessoa".

Respondi-lhe ontem, nestes termos:

"Miguel, obrigado pela tua criatividade e generosidade... Vamos testar o 'boneco' num próximo poste com estatísticas... Vamos lá ver se chegamos aos 800, antes do fim do ano. Tenho dois novos membros da Tabanca Grande na calha, espero poder estar amanhã com eles no almoço da Tabanca da Linha: o Domingos Robalo (Almada) e o Carlos Marques de Oliveira (Sintra), que já aceitaram integrar a Tabanca Grande. Ambos foram artilheiros, tendo pertencido ou estado ligados ao BAC 1 / GAC 7, em 1969/1971." (...)


2. O que é o que o "boneco" do Miguel Pessoa celebra? Alguns factos e dados:

(i) celebramos, este ano, o 15.º aniversário do nosso blogue, cuja certidão de nascimento remonta a 23/4/2004;

(ii)  estamos prestes a atingir os 800 membros (entre vivos e mortos) da Tabanca Grande; éramos 111 em junho de 2006;

(iii) publicámos até à data mais de 20 mil postes, vamos a caminho dos 20200; 

(iv)  deveremos chegar, até ao fim do mês, aos 11,3 milhões de visualizações de páginas;

(v)  temos um vasto acervo de textos e imagens sobre a Guiné e a guerra colonial que se travou naquele território entre 1961 e 1974.

(vi) enfim, somos um blogue que é visto e lido não só em Portugal, como nos EUA, no Brasil, França, Alemanha, Reino Unidos e resto do mundo;

(vii) apesar dos anos (que já pesam, e muito!), continaumos a gostar de dizer que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande;

(vii) temos, além disso, uma página no Facebook, Tabanca Grande Luís Graça,  com cerca de 2900 "amigos"...

(viii) ah!, e não esquecer o nosso proverbiário: cultivamos o bom humor, mesmo não sendo optimistas... Sabemos que vamos morrer todos, mas fazemos questão de não ir para a vala comum do esquecimento...

Quanto ao  futuro ?!...  Deus, Alá e os bons irãs o dirão...  E o Miguel Pessoa estará cá, para fazer o "boneco".

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Nota do editor:

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19671: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (4): os melhores exemplos são os que vêm de cima... O novo grã-tabanqueiro, nº 785, o maj gen ref João Afonso Bento Soares, inscreve-se com tempo e vagar e traz com ele o José Ramos, ex-fur mil trms, chefe do posto do STM do Agrupamento de Bafatá (1968-70), um "periquito" que pede também para acomodar-se na mãe de todas as tabancas... A mês e meio do encontro, em Monte Real, há já 45 inscrições!... O normal é a malta deixar tudo para o fim...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real >X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > "Foto de família"... Um dos encontros até agora realizados em que se consguir fazer o pleno: 200 participantes...Na "foto de família" não estão todos... A disciplina já não é o que era,,,

Foto (e legenda): © Miguel Pessoa (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complemenetar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do novo membro da Tabanca Grande, nº 785,  João Afonso Bento Soares, maj gen ref, ex-dap eng  trms, STM / QG / CTIG (1968/70) (*)

Data - segunda, 8/04, 19:21

Assunto - Inscrições para o almoço de 25 de maio

Caro Amigo Carlos Vinhal:

Recentemente admitido na Tabanca Grande com o nº 785, ainda não tenho o prazer de o conhecer, mas espero que tal aconteça no próximo dia 25Maio19.

Para tanto, venho fazer a minha inscrição para o XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande e tomo a liberdade de também inscrever mais um camarada que espero seja oportunamente convidado para integrar a Tabanca. Abaixo os dados:

(i) foi Furriel de Transmissões, Chefe do Posto do STM no Agrupamento de Bafatá em 1968 - 70;
(ii)  e chama-se José Ramos. 

Eu fui portanto Chefe dele enquanto Comandante do Destacamento do STM.

Solicito informe se é necessário o pagamento antecipado. Somos assim 2 unidades para o almoço e não vamos pernoitar.

Um forte abraço,

João Afonso Bento Soares
Major General


2. Nova mensagem do João Afonso Bento Soares, com data de ontem, às 18:22:

Ora vivam,  camaradas e bons amigos:

Contente fico com a chegada do Estrela Soares (**) com quem partilhei belos momentos na AM [Academia Militar]. Lá estaremos,  a 25Maio, em Monte Real,  para matar saudades.

Peço ao Prof. Luís Graça para fazer o favor de diligenciar a entrada oficial (com a atribuição do respectivo nº  de membro da Tabanca) do ex-Fur Mil José Ramos - Destacamento STM, Guiné 68 - 70, chefe do Posto do STM de Bafatá. Já está inscrito para o convívio deste ano: o seu mail é imobiliaria@valorespaco.com

Um forte e sempre amigo abraço para todos
Bento Soares


3. Até à meia-noite de ontem, tínhamos já 45 inscritos no XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande, Monte Real, Leiria, Palace Hotel Monte Real, 25 de maio de 2019. Recorde-se que a lotação máxima do salão Dom Dinis são 200 convivas (***).

Aproveitem, camaradas e amigos, não deixem para o fim a vossa inscrição. E não se esqueçam: 

"No céu... não há disto!", diz o proverbiário da Tabanca Grande...

E também diz:

"Amigo traz amigo e amigo fica."

"Camarada, mais do que um dever, é uma honra que te é devida,
r a Monte Real pelo menos uma vez na vida."

"Encontro Nacional da Tabanca Grande: orar, comer.. e amar em Monte Real!"

"Lugares ao sol, não temos... Só à sombra, do nosso poilão!"

"Não é o Panteão Nacional, é melhor, é... a Tabanca Grande."

"Ninguém leva a mal: em cima o camarada, em baixo o general."

"O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!"

" 'Periquito' salta pró blogue, que a 'velhice' já cá está!"

"Tabanca Grande: a mãe de todas as tabancas."...


Alfredo da Silva e esposa - Cabeceiras de Basto
António Acílio Azevedo e Irene - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Estácio - Mem Martins / Sintra
António João Sampaio e Maria Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Joaquim Alves e Maria Celeste - Carregado / Alenquer
António José Pereira da Costa e Maria Isabel - Mem Martins / Sintra
António Martins de Matos - Lisboa
Armando Pires - Algés / Oeiras

Carlos Cabral e Judite - Pampilhosa
Carlos Pinheiro - Torres Novas
Carlos Vinhal e Dina - Leça da Palmeira / Matosinhos


Ernestino Caniço - Tomar

João Afonso Bento Soares - Lisboa
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria
Jorge Canhão e Lurdes - Oeiras
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel
José Pedroso e Helena - Sintra
José Ramos - Lisboa

Lucinda Aranha e José António - Torres Vedras
Lúcio Vieira - Torres Novas
Luís Graça e Maria Alice Carneiro - Lourinhã
Luís Paulino e Maria da Cruz - Lisboa

Manuel Augusto Reis - Aveiro
Manuel José Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos
Manuel Lima Santos e Fátima - Viseu
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa

Rui Guerra Ribeiro - Lisboa

Vítor Ferreira e Maria Luísa - Lisboa
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