quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Guiné 63/74 - P9490: Agenda Cultural (186): Exposição de fotografia do nosso camarada Renato Monteiro: Megastore Colorfoto, Av da Igreja, 30, D/E, Lisboa, até meados de Março de 2012


Convite > Exposição de fotografia de Renato Monteiro > Megastore Colorfoto, Av Igreja, 39, D/E (junto à Pr Alvalade), Lisboa. (Telef: +351 21 793 24 75).


1. Mensagem do Renato Monteiro, com data de 13 do corrente


Amigo Luís:


Tinha já enviado um convite para ti que acabou por ser devolvido. Provavelmente o endereço, já antigo, estará há muito no contentor... Assim , aqui vai uma nova tentativa para outra direção. Mas será que chegará às tuas mãos?


Embora gostasse muito de te rever, acaso não possas estar amanhã, haverá outra oportunidade, que a Exposição vai manter-se durante cerca de um mês...
Continuo - vê-se - como um bicho na toca!


Recebe um grande abraço!
Renato

2. Comentário de L.G.:


Obrigado, camarada e amigo Renato [, foto à esquerda, comigo na célebre piroga, Rio Geba, Contuboel, Junho de 1969]… Fico muito feliz por saber notícias tuas. Usa de futuro o meu mail profissional, ou o do blogue. Continuo a ser teu vizinho, na Av Padre Cruz.

Estou-te grato pelo teu convite. Vamos divulgar a tua exposição na Agenda Cultural, que é uma série do nosso blogue. Irei ver a tua exposição um dia destes. Podemos combinar encontrar-nos. E espero que outros leitores, do nosso blogue, que gostam de fotografia, possam também aparecer por lá.

Vejo, pelo teu blogue, Fotografares, que continuas atento ao pulsar da vida na tua/nossa cidade. Até um belo dia destes. Um grande abraço. Luís

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Nota do editor:

Último poste da série > 8 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9455: Agenda cultural (185): Apresentação do livro A Retirada de Guileje, por Coutinho e Lima, dia 11 de Fevereiro de 2012 na Câmara Municipal de Barcelos e no dia 17 na Câmara Municipal de Ponte de Lima

Guiné 63/74 - P9489: Blogoterapia (200): O Macaréu que vence o rio mas não o anula

1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Mexia Alves*, ex-Alf Mil Op Esp/Ranger da CART 3492/BART 3873, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, com data de 14 de Fevereiro de 2012 enviada ao Blogue e a alguns camaradas:

Meus caros camarigos
Embora saiba que nem todos partilhamos da mesma fé, mas como este texto me foi suscitado pela minha "estadia" na Guiné, aqui vo-lo envio.

http://queeaverdade.blogspot.com/2012/02/o-macareu.html

Julgo que dado o tema tratado não será de publicar na Tabanca Grande.

Um abraço sempre camarigo do
Joaquim Mexia Alves


2. No mesmo dia o nosso camarada Hélder Sousa (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72), colaborador permanente no nosso Blogue, mandava-nos esta mensagem:

Caro camarigo Mexia Alves e restantes Ilustres
Diz o Mexia, em rodapé, que "dado o tema tratado", não será de publicar na Tabanca Grande....

Ora bem, já vi e li coisas mais afastadas do 'core business' do Blogue do que este texto/reflexão do Mexia.

É certo que se trata de evidenciar uma das três coisas que serão (ou deverão ser) 'tabu' nestas coisas de "conglomerados de grupos com pessoas de 'formação' diversa" e que são o "futebol, a política e a religião".

Pessoalmente não concordo com esses 'tabus' mas compreendo, porque a maioria das pessoas não discute ideias, pontos de vista ou propostas, mas sim procura impor os seus e nisso acabam sempre por distorcer o que poderia ser uma maior e melhor troca de opiniões: por exemplo, não discutem futebol mas sim os seus clubes; não discutem a política mas sim as suas preferências partidárias; não discutem a religião, no sentido da sua interacção com o homem mas sim na 'bondade' de cada um dos seus dogmas, sejam eles outras religiões, outras versões da mesma religião ou até a ausência de qualquer religião.

Neste caso concreto o Joaquim, homem assumidamente 'militante' da causa cristã, do catolicismo, e publicamente integrado no seu 'movimento carismático', procura mostrar-nos como a observação dos fenómenos da Natureza nos pode indicar a ideia de Deus. E faz tudo isso a partir do "macaréu", fenómeno bem conhecido por muitos de nós, por conhecimento directo (no meu caso 'apanhei-o' numa viagem na "Bor" do Xime para Bissau e bem que me assustei por alguns momentos), ou por conhecimento adquirido no Blogue. Portanto, a Guiné está bem patente nesta sua reflexão e acho que tem 'cabimento', independentemente das opiniões (que não me parece virem a ser fracturantes) que se possam vir a exteriorizar.

Abraços
Hélder Sousa


3. Segue-se a reflexão do camarada Mexia Alves, transcrito a partir do endereço por ele indicado:

"Que é a Verdade? - Página do nosso camarada Joaquim Mexia Alves

O MACARÉU

O facto de ter estado na guerra da Guiné, entre 1971 e 1973, é algo que, obviamente, vem muitas vezes ao meu pensamento.

Recentemente, estando em oração na igreja, veio à minha memória um fenómeno natural, a que assisti muitas vezes num destacamento militar nas margens do rio Geba, chamado Mato Cão, em que estive “aquartelado” durante cerca de 9 longos meses, e que é conhecido por macaréu.

O macaréu para explicar em palavras simples e concisas, é uma onda marítima, sobretudo nas marés mais cheias, que pela sua força, galga a corrente do rio, desde a sua foz em Bissau, até perto de Bafatá, já no interior da Guiné.

Este fenómeno acontece noutros rios, noutros lugares, como por exemplo no Brasil, e é muito curioso, pois podemos dizer que enquanto a onda marítima galga o rio e sobe por ele acima, o rio vai continuando a correr para a sua foz, por baixo da onda do macaréu.

Perguntei-me então o que tinha esta memória a ver com a oração que fazia?

Eis aquilo que fui reflectindo:

O rio corre sempre para o mar, como nós homens, acreditando ou não, “corremos” para o nosso encontro final com Deus.

O mar é uma imensidão, um “todo”, e a sua onda, portanto, tem um enorme poder.
O nosso Deus é o Todo, e o seu poder não tem limites.

A onda do mar, o macaréu, vence o rio, mas não o anula, pelo contrário o rio continua a correr para o mar em toda a sua “identidade”.
O amor e a vontade de Deus, (se o homem quiser), também vence o homem, mas não lhe retira a sua humanidade nem as características próprias de um ser individual e irrepetível, como o são todos os homens.

O macaréu muda o aspecto exterior do rio, torna-o maior, mais caudaloso.
O amor de Deus e a sua vontade, (aceites pelo homem), muda o homem no seu interior, que depois se reflecte na sua imagem exterior, no testemunho que dá como cristão e católico.
E também o torna mais activo, por força dos dons, dos talentos que Deus vai dando a cada um que O procura em «espírito e verdade».

Quando passa o macaréu o rio deixa de se ver, (embora saibamos que ele lá está), pois reflecte apenas a onda marítima que o domina.
O amor e a vontade de Deus, (conformados no homem), faz com que ele reflicta mais Deus do que a sua própria vontade, embora saibamos que é o homem que ali está em todo o seu ser.

O macaréu é muitas vezes aproveitado pelos barcos para subirem e descerem o rio, a fim de chegarem aos seus portos de destino.
O amor e a vontade de Deus, (testemunhado pelo homem), também leva outros homens ao encontro com Deus, que é o seu eterno porto de salvação.

A força do macaréu arranca por vezes árvores das margens do rio, e no seu regresso traz consigo muito lixo que o rio contém.
O amor e a vontade de Deus, (vividos pelo homem), também arranca dele o pecado, e limpa o que está mal e não presta na sua vida.

O macaréu em toda a sua força, dá uma nova vida ao rio, agitando as suas águas e fornecendo mais alimento aos animais que do rio vivem.
O amor e a vontade de Deus, (queridos pelo homem), renovam a sua vida, alimentando-o da Eucaristia, dando-lhe mais vida, e «vida em abundância»*.

Há, pelo menos, duas diferenças muito grandes, no entanto, nesta comparação, embora estas sejam “coisas” que não são comparáveis.

O macaréu impõe-se ao rio, quer o rio queira quer não.
O amor e a vontade de Deus nunca se impõem ao homem, pois quer precisar que o homem se abra por vontade própria a receber tudo o que Deus tem para lhe dar.

O macaréu é periódico e tem graduações de intensidade.
O amor e a vontade de Deus, são eternas, e a sua “dimensão” é o Todo de Deus, no Tudo que em nós quer fazer.

Senhor,
abre o meu coração ao teu amor e à tua vontade,
para que eu seja sempre um homem novo,
na plenitude da vida que amorosamente me queres dar.
Amen.

*Jo 10,10

Marinha Grande, 13 de Fevereiro de 2012
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 11 de Fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9472: Humor de caserna (24): Um tiro no cu (Joaquim Mexia Alves)

Vd. último poste da série de 12 de Fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9474: Blogoterapia (199): Obrigado, amigos da Tabanca Grande, por tanta partilha e afeto (João Graça)

Guiné 63/74 – P9488: Convívios (394): Encontro de ex-Combatentes da Guiné, dia 30 de Março em Fão (Albino Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Albino Silva (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), com data de 13 de Fevereiro de 2012:

Caro Carlos Vinhal
Aqui envio o anúncio de um próximo Convívio de ex-combatentes na Guiné, a ser realizado em FÃO.

Gostaria que o colocasses no Blogue, pois acredito que algum Tertuliano queira marcar presença, e sem dúvidas que será bem recebido.
O local é ótimo, e o resto melhor ainda.

Um Abraço para todos quantos vem aqui à Tabanca, em especial para os Régulos.
Albino Silva


Nota do Editor:
Por que o tipo de letra e cor utilizado no cartaz não é muito visível em alguns detalhes, aqui ficam os contactos para as inscrições:

Albino Silva: 963 297 804
Álvaro Catarino: 962 952 087
Emídio Saraiva: 969 669 046
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 9 de Fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 – P9462: Convívios (314): VI Encontro dos ex-combatentes da Guiné do Concelho de Matosinhos, dia 3 de Março de 2012 (Carlos Vinhal)

Guiné 63/74 – P9487: Páginas Negras com Salpicos Cor-de-Rosa (Rui Silva) (17): O Regresso (muita sorte!)

1. Mensagem de Rui Silva (ex-Fur Mil da CCAÇ 816, Bissorã, Olossato, Mansoa, 1965/67), com data de 9 de Dezembro de 2011:

Caros super amigos Luís e Vinhal:
Aqui vai mais uma folha arrancada das minhas memórias.

Recebam um grande abraço extensivo ao meu querido amigo Magalhães Ribeiro.
Passem bem, mesmo muito bem.
Rui Silva


Como sempre as minhas primeiras palavras são de saudação para todos os camaradas ex-Combatentes da Guiné, mais ainda para aqueles que de algum modo ainda sofrem de sequelas daquela maldita guerra.

Das minhas memórias: “PÁGINAS NEGRAS COM SALPICOS COR-DE-ROSA”

O REGRESSO (muita sorte!)

Quando, e precisamente aos 5 de Janeiro de 1967, logo de manhã cedo, sinto, sob os meus pés, as rodas do trem de aterragem de um DC6, agora na frota militar, a deslizarem na pista do aeroporto de Bissalanca deixando a Guiné, disse para comigo: “Estou safo!!”
Registei esse momento. Ele dizia muito. Rara sensação.

Deixei a Guiné mais cedo um mês do que a minha Companhia. Vim evacuado para ser operado no Hospital da Estrela, a um joelho. Acidente no aquartelamento do Olossato a… jogar futebol.

A minha Companhia esteve sempre em campanha, sempre no mato, durante 21 meses, e eu, portanto, 20.
Viemos para Mansoa para descontrair um pouco. Era normal e acontecia, se não com todas, com a maioria das Companhias que tivessem estado em zonas de intervenção complicada e difícil. Os últimos 4-5 meses eram passados em zonas mais soft. Assim era para acontecer; só que, a guerra estala aí também. Começam as emboscadas na estrada Mansoa-Bissau (cheguei a fazer esse trajecto num Volkswagen (vulgo carocha) alugado em Bissau, com mais dois Furrieis da 816), e a guerrilha assenta arraiais em Jugudul, Quibir, Date, Bindoro e até Porto Gole.

A guerra na altura chegava às portas de Bissau.

DC 6 estacionado em Bissalanca
Foto retirada, com a devida vénia, do Site Especialistas da BA12

Os DC 6 vinham para a frota militar depois da TAP os considerar obsoletos ou desactualizados, dizia-se.
Era um avião, agora militar, destinado a carga. Não sei se na TAP era esse o serviço ou se foi adaptado.
O espaço interior (excepto, claro, o cockpit) era todo aberto com dois rudimentares bancos corridos e com assento de lona, quase em todo o comprimento e um de cada lado encostados à fuselagem, o que permitia-nos viajar sentados virados uns para os outros. Vínhamos poucos no entanto.

Antes de subir reparei no avião e fiquei com a impressão de um avião já velho com a tinta comida ali e acolá e algumas amassadelas. Mas as hélices rodavam.

Mais impressionado fiquei quando entrei e vi o estado da aeronave. Mais arrepiado fiquei quando a larga porta que servia, decerto, à passagem de grandes volumes, foi finalmente fechada… à marreta. E eu que fiquei mesmo à beira dela. Grande frincha na porta. Será que…

Um arrepio e logo um pensamento: Queres ver que me safei do mato e vou cair nesta geringonça.
Já estava a ver nos jornais a história do desastre.

Fizemos escala em Las Palmas. Estivemos ali cerca de 45 minutos num café-cantina também de militares, provavelmente de tropa espanhola. Fez-me raiva ver aquela malta fora de qualquer guerra, ali descontraída e alegre a beber o seu copo.

Quando pousei um pé, julgo que em Figo Maduro e depois de cerca de 16 horas de voo num avião pouco menos que assucatado, já alta madrugada, suspirei de alívio.
Agora sim, já não morro mais!

Depois de uma breve passagem pelo Hospital da Estrela - entrega, suponho, de papelada - fui de imediato para o “Texas” (Anexo do Hospital Militar da Estrela que ficava ali perto do Hotel Ritz, e na rua Artilharia 1). A noite já ia bem avançada e fui instalado numa camarata. Mas, que bom, estava safo e até parecia mentira.

Voltando ao princípio e à viagem propriamente dita do regresso:

Inserido num grupo de meia dúzia de evacuados, parto para Lisboa deixando a Guiné e os meus grandes amigos da 816. Ainda me recordo que fiz questão de gravar na minha mente a imagem que me era dado ver através de uma pequena janela do avião, pois seria essa a última visão da Guiné. Sem pestanejar, olhava para aquela terra a que eu jamais provavelmente voltaria. Olhava um ponto indefinido lá longe na mata e meditava, meditava… que sentido fazia a vida ali a ser vivida desta maneira? Perguntava-me a mim próprio.

Sim, tinha sido ali que eu tinha vivido quiçá o episódio mais cruciante e mais temeroso da minha vida, pelo menos até então. Foi ali que integrado na Companhia de Caçadores n.º 816, defendi, embora modestamente, a minha pátria. O avião começou então a ganhar velocidade e então via que me afastava daquela pequena parcela de território português, palco de uma guerra terrível, uma guerra de nervos - o inimigo está em todo lado, já ali do outro lado do arame farpado, e acoitado na mata -, de acção constante, (ali a guerra tem 24 horas por dia), uma guerra fria e traiçoeira – as minas, os fornilhos, as emboscadas aparecem onde menos se espera. Uma guerra em que os valorosos soldados portugueses eram a força, a coragem e a determinação personificadas. Valente o soldado português, pensei para cá comigo. Senti então o meu coração bater forte e instintivamente desejei, mentalmente, a maior sorte aos meus amigos que ali ficavam e ali continuariam a lutar e a sofrer, embora que, no caso dos da 816, só por algumas semanas mais.

O avião deixou então de pisar a pista e voou até se perder na penumbra da atmosfera. O meu olhar não despegou daquela mancha esverdeada raiada de traços de água um pouco por todo o lado, mancha que era a densa, diversa e sinuosa vegetação que caracterizava aquela terra e os traços largos de água que a inundam vastamente formando autênticos pântanos nas suas margens aquando das marés baixas (os tarrafos).

Deu para ver a silhueta da Guiné na sua parte ocidental. A imagem real que eu só conhecia no mapa e há pouco tempo, pois nos bancos da escola falava-se mais da Índia, de Angola, de Moçambique. Eu a ver do alto aquele palco. Um palco de horrores. O rio Mansoa, mais adiante o Cacheu, A verde vegetação que em tantos pontos nos obrigava a gatinhar ou andar deitados para a podermos contornar para progredir e pântanos que tantas vezes quase nos cobria de água e lodo ao os atravessarmos, sempre no encalço do inimigo. A lama dos pântanos e a água das bolanhas que nos encharcava o corpo de alto abaixo, a água que logo secava quando dela saíamos, a água que volta a envolver-nos e a encharcarmo-nos logo mais adiante. O camuflado de tanto molhar, secar e molhar ficava como um grosso papelão com uma capa de lama ressequida - quantos quilos de lama seca se transportava no corpo?!

O barulho de um crocodilo (segundo um nativo) algures quando metidos em água. E outras coisas…outras coisas. Tal como quando cheguei no Niassa, embora neste caso ao nível terrestre praticamente, viam-se ali e acolá colunas de fumo.
Agora estava certo que reportavam a acções de guerra e, aquela hora, princípio da manhã, eu agora sabia-o que os refúgios inimigos eram incendiados após o ataque.

Imaginei os meus camaradas naquela emaranhada floresta aos tiros, o frenesim dos radiotelegrafistas, os gritos dos comandantes, os feridos, os Alouettes (no meu tempo estes eram do modelo que transportava os feridos em macas no exterior, uma de cada lado do aparelho) ao encontro daqueles, e os T6 e já também os Fiat naquela altura, a descolarem para entrarem em acção e apoiarem a tropa em luta no terreno.
E eu já ali bem encima a deixar o Inferno e a afastar-me deste em boa velocidade.

Afinal estive ali perto de 2 anos. Despertei então daquele estado de absorção que me fazia alhear completamente da vida naquela altura, e recompus-me no assento do avião e, pronto, pensei, tinha acabado ali aquilo que mais parecia um sonho. Sim tudo pareceu um longo sonho,… ou pesadelo?

Um sonho que afinal até teve episódios agradáveis. A nossa juventude rebelde e irreverente procurava sempre criar momentos agradáveis nem que com isso custasse a este e aquele servirem de chacota ou de bode expiatório. Hoje uns, amanhã outros. Alguns murros por o meio também. Um sonho singular, e por isso mais aliciante? Contudo um “sonho” de grande importância na minha vida de homem na circunstância um cidadão português na condição de militar combatente. Sei lá o que dizer ou o que pensar? Talvez um pouco de tudo! A vida ali tocava as pontas.

Formatura em Brá aquando da despedida da Guiné. Destaco o nosso Primeiro Rodrigues, já falecido, segurando com firmeza o nosso Guião. Paz à sua alma. Em primeiro plano o nosso jovem nativo fardado à maneira, que veio com a 816 para a metrópole, quando tinha 8 anos. O nome de Mamadú ou Morés, este de alcunha, deu lugar a Jorge, hoje senhor Jorge e com 53 anos a viver em Riomeão

No mês seguinte, Fevereiro de 1967, foi com a maior alegria e com uma persistente lágrima no olho a querer deslizar, que abracei os meus colegas no cais da Rocha do Conde de Óbidos em Lisboa mal atracou o “Uíge”. O barco que os trouxe da Guiné.

O navio Uíge trouxe a Companhia 816 de volta à Metrópole em Fevereiro de 1967

No Uíge, à mesa, na Sala de Jantar dos Oficiais. Do lado esquerdo, o segundo contando de cá para lá e olhando para a câmara, é o Capitão (Grande Capitão como ainda hoje lhe chamamos) Luís Riquito que comandou a CCaç 816.

Ainda no Uíge, uma mesa dos Furriéis da 816

Depois ao desfilarem e eu cá de cima do terraço do edifício do cais, senti um calafrio percorrer-me o corpo todo, imbuído numa rara emoção. Disse instintivamente: ”Ali vai um grande grupo de militares”. Para toda esta gente (referia-me aquela grande multidão que invadia o terraço e zonas limítrofes) não passa de um grupo anónimo de militares qualquer, mas tinha sido efectivamente um grupo de homens que, chamado a intervir, fê-lo desde a primeira hora sem nunca virar a cara à luta ou a recear qualquer que fosse a missão ou o objectivo. Nunca em caso algum temeram o inimigo em qualquer que fosse a circunstância e nunca também regatearam qualquer esforço ou trabalho por muito árduo ou temeroso que ele fosse.

A emoção daquela gente que também chorava como à partida, mas agora com contornos diametralmente diferentes.

Aqueles homens podiam orgulhar-se de grandes cometimentos, mas eu sabia bem que aqueles soldados eram demasiado simples e humildes para deixarem-se mover por veleidades, quer de vaidades, quer de preconceitos.

Várias Companhias desfilavam na altura e entre elas a minha 816 e o meu olhar era um olhar de admiração e consideração. Porque a Companhia de Caçadores n.º 816 tinha feito um grande trabalho, de grande qualidade e importância na defesa do território português a que se dava o nome de Guiné.

O desfile acabou e o pessoal começou a acomodar-se nas viaturas.

Despedi-me dos soldados, dos meus colegas Furriéis e dos Oficiais.

Uma enorme sensação, um grande estado emocional tinha então se apoderado de mim, pois para além do mais, eu sabia que, concerteza, jamais voltaria a ver muitos daqueles camaradas, com quem compartilhei o bom e o mau, os momentos felizes e menos felizes, as lágrimas pela morte dos nossos camaradas mortos em combate, e os feridos, sim e os feridos, alguns mesmo muito, naquela odisseia que se prolongou por perto de 2 longos e inolvidáveis anos da minha vida e que me fizeram registar com muito empenho, entusiasmo e realismo em Páginas negras com salpicos cor-de-rosa.

Texto e fotos
Rui Silva
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 13 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 – P9192: Páginas Negras com Salpicos Cor-de-Rosa (Rui Silva) (16): Partida e viagem para a Guiné

Guiné 63/74 - P9486: Documentos (19): Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte VIII): pp. 37/46



p. 37

p. 38



p. 39

p.40


p.41
p.42


p.43
p.44

p.45

p.46

Reprodução das páginas 37 a 46 do relatório da 2ª rep/CC/FAG, publicado em 28 de fevereiro de 1975, e na altura classificado como "Secreto".

Digitalização do documento: Luís Gonçalves Vaz (2012) / Edição das imagens: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2012)




1. Continuação da publicação do relatório da 2ª Rep/CTIG, sobre a situação político-militar em 1974, documento esse que foi digitalizado pelo Luís Gonçalves Vaz, membro da nossa Tabanca Grande [, foto à direita], a partir de um exemplar pertencente ao arquivo pessoal de seu pai, cor cav CEM Henrique Gonçalves Vaz (1922-2001), último Chefe do Estado-Maior do CTIG (1973/74).

O relatório, datado de 28 de Fevereiro de 1975, é assinado pelo chefe da 2ª Rep do CC/FAG [, Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné, comando unificado criado em 17 de Agosto de 1974], o maj inf Tito José Barroso Capela.

Publica-se hoje o ponto c (Situação interna) da segunda parte do relatório (B. Período de 25Abr74 a 15Out74), pp. 37 a 46 (Aspetos gerais).

Reforçamos, mais uma vez, a a posição dos editores face a documentos político-militares como este, que é a da recusa terminante de tomar partido, a favor de (ou contra)  a tese A, B ou C. A análise crítica desta documentação compete apenas aos nossos leitores, e muito em particular aos nossos camaradas que conheceram,  de perto (,porque estavam lá), o período terminal da guerra.

Índice do relatório [que tem 74 páginas]

A. Período até 25Abr74
1. Situação em 25Abr74
a. Generalidades (pp.1/2)
b. Situação política externa:
(1) PAIGC e organizações internacionais (pp. 2/5)
(2) Países limítrofes (pp. 5/8)
(3) O reconhecimento internacional do “Estado da G/B em 25Abr74 (pp.8/9).
c. Situação interna:
1. Situação militar.
(a) Actividade do PAIGC (pp. 10/12)
(b) Síntese da atividade do PAIGC e suas consequências (pp.13/15)
(c) Análise da actividade de guerrilha (pp. 16/18)
(d) Dispositivo geral do PAIGC e objetivos (pp. 18/19)
(e) Potencial de combate do PAIG (pp.19/20)
(f) Possibilidades do PAIGC e evolução provável da situação (p. 21)
2. Situação político-administrativa (pp. 22/24).


B. Período de 25Abr74 a 15Out74
2. Evolução da situação após 25Abr74
a. Generalidades (pp. 25/26)
b. Situação política externa (pp. 26/28)
(1) PAIGC (pp. 29/32)
(2) Organizações internacionais (pp. 32/34)
(3) Países africanos (pp. 34/35)
(4) Outros países (pp. 35/36)
c. Situação interna
(1) Situação militar
(a) Aspetos gerais (pp.37/46)

[Continua]
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Nota do editor:


11 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9473: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte VII): pp. 25/36







Guiné 63/74 – P9485: Louvores e condecorações (9): Sousa de Castro recebe Medalha Comemorativa da Campanhas de África (Luís Gonçalves Vaz)


1.   O nosso Camarigo Luís Gonçalves Vaz, membro da nossa Tabanca Grande e filho do Cor Cav CEM Henrique Gonçalves Vaz (último Chefe do Estado-Maior do CTIG - 1973/74), enviou-nos em 13 de Fevereiro a seguinte mensagem, dando-nos conta da medalha atribuída ao nosso Camarada Sousa de Castro, ex-1º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74. 

Camarigo Sousa de Castro recebe Condecoração
Caro Luís Graça:

Descobri num Site (de Veteranos da Guerra), que o Major General Diretor da Justiça e Disciplina, fez finalmente "Justiça" ao camarigo Sousa de Castro! Deferiu o seu pedido de uma condecoração a que o mesmo SEMPRE TEVE DIREITO, a Medalha Comemorativa das CAMPANHAS da GUINÉ, 1971/74

A ele os meus parabéns e um Forte ABRAÇO.


Adeus e até o meu regresso
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Nota de MR:

Vd. último poste desta série em: 

22 DE AGOSTO DE 2011 > Guiné 63/74 - P8695: Louvores e condecorações (8): José Lima da Silva, ex-Soldado da CCAÇ 1496/BCAÇ 1876, condecorado com a Cruz de Guerra no dia 10 de Junho de 1968 na, então, Praça do Município, Porto


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Guiné 63/74 - P9484: Parabéns a você (381): 97° Aniversário de Clara Schwarz da Silva, mãe do nosso amigo Pepito, a nossa matriarca, a decana da nossa Tabanca Grande, a anfitriã da Tabanca de São Martinho do Porto



1. Não podia escolher melhor dia, o Dia dos Namorados, para fazer anos... E nada mais nada menos do que 97 !!! Que fantástica idade!!!

Acabámos, eu, a Alice e a Joana, de lhe cantar os parabéns pelo telefone (e o João, que estava de serviço no hospital, acaba de chegar, e manda-lhe também uma saudação especial).

Por outro lado,  com imensa alegria que também sabemos que a nossa amiga Dona Clara Scwarz da Silva está acompanhada, no seu dia de festa, na sua casa de Paço de Arcos, pelos seus 3 filhos,  Henrique, João e Carlos (Pepito)...

O Pepito veio, como todos os anos,  expressamente de Bissau para estar com a sua querida mãe. E nós, os editores, os membros da Tabanca Grande, os amigos e camaradas da Guiné, queremos também associar-nos à festa da família, testemunhando publicamente à Dona Clara a nossa amizade, estima e reconhecimento. Muitos parabéns por mais este ano de vida - e que vida, com qualidade de vida, com uma espantosa memória, com imensa sabedoria, com muito amor!... É um privilégio enorme ter uma amiga como ela na Tabanca Grande, além de ser também anifitriã da Tabanca de São Martinho do Porto. Esperamos cá estar para, todos juntos, no dia 14 de fevereiro de 2015,  celebrarmos os seus gloriosos cem anos!... 

Um xicoração do tamanho dos rios todos da Guiné e de Portugal! (*)

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Nota do editor:

(*) Vd. poste do ano passado > 14 de fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7780: Parabéns a você (216): 96° Aniversário de Clara Schwarz da Silva, nascida a 14/2/1915, uma cidadã do mundo, co-fundadora e professora do Liceu Honório Barreto, em Bissau, cuja presença na Tabanca Grande muito nos honra... (Luís Graça, co-editores, amigos e antigos alunos)

Guiné 63/74 - P9483: As Nossas Tropas - Quem foi quem (8): António Sousa Teles (1922-2006), ten cor art, comandante do BCAÇ 4514/72 (Cadique, 1973/74)

Poste resultante de vários comentários e trocas de mensages entre o Luís Gonçalves Vaz e o Paulo Santiago:

1. Luís Gonçalves Vaz [, foto à esquerda]:

Acabei de ler a confirmação de quem era o comandante de Cadique, pelo Paulo Santiago, como tal peço aos editores para colocar no poste da "estória do meu mano Pedro" a foto deste oficial [, à direita]... Em sua homenagem, pode ser?


Este distinto oficial, pelos vistos, era admirado e muito respeitado pelos seus soldados. Era um oficial "para toda a obra", tanto quanto sei, muito dinâmico e competente. Pelos vistos não era "fora do comum" um BCaç ser comandado por um ten cor de artilharia, segundo o camarigo Paulo Santiago.

Eu já recortei uma fotografia, que identifica o sr. tenente-coronel Sousa Teles, o de Artilharia.  isso não há duvidas, pois está bem nítido nas costas da fotografia, e pelo punho do meu falecido pai.   Pelo Eduardo Campos já tinmha sabido que "com a chegada em 20/06/73 da CSS/BCAÇ 4514, comandada pelo Ten Cor Sousa Teles, ficou o mesmo a partir dessa data, como comandante em Cadique". Tinha dúvidas era sobre a sua arma...

O Batalhão de Caçadores n.º 4514/72 foi obilizado no Regimento de Infantaria n.º 15, de Tomar, embarcou em Lisboa a 3 de Abril de 1973, chegando a Bissau a 9 do mesmo mês. Teve como Comandante o tenente-coronel António Manuel Dias Falagueiro de Sousa Teles e Segundo Comandante o major Eduardo César Franco Bélico Velasco, que viria a ser substituído no cargo pelo capitão de infantaria Jorge Xavier de Vasconcelos Mendes Belo, que era o Oficial de Informações e Operações/Adjunto da unidade.

Infelizmente, também acabei de saber que o tenente-coronel António Manuel Dias Falagueiro de Sousa Teles, que foi comandante de Cadique, já faleceu, em Lisboa, em 14/9/2006. Nascera, também em Lisboa,  em 4/10/1922, era pois do mesmo ano do meu falecido pai, Henrique Gonçalves Vaz. Tem dois filhos, o João, que é da minha idade e uma filha, Maria da Graça, que é professora. Dados da GENEALL.


2. Paulo Santiago [, foto à esquerda]

 Conheci os dois, ambos  ainda majores, e irmãos, um de Infantaria, 2º comandante do BCAÇ de Galomaro,o outro,de Artilharia, 2º comandante do BART de Bambadinca (batalhão a que pertencia o Mexia)[ BART 3873, Bambadinca, 1971/74].


Privei mais com o Sousa Teles,  infante. Com o artilheiro, pouco tempo, mas deu para perceber que eram duas personalidades muito diferentes, acho que já o escrevi tempos atrás. Verifiquei,através de um link do Luís Vaz,que o comandante de Cadique era o artilheiro, e pelo pouco que conheci,deveria ser um bom comandante.
Hoje tive a certeza que o ten-cor Sousa Teles, comandante do batalhão de Cadique,era de facto o artilheiro, António Sousa Teles, sendo que o irmão, de Infantaria, tinha como primeiro nome Arnaldo. 

Pela   foto publicada,tinha quase a certeza, que se tratava do Artilheiro. Os rostos são parecidos, mas o porte militar não engana,o Infante Sousa Teles era um civil mal fardado,se é que me entendes.

Quanto ao facto de um BCaç er comandado por um ten cor de Artilharia, nada de estranho, estive num BArt comandado por um ten cor de Infantaria (*).

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Nota do editor:

Último poste do blogue > 12 de novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9034: As Nossas Tropas - Quem foi quem (7): João Polidoro Monteiro, Ten-Cor Inf (cmdt do BCAÇ 2861, Bissorã, 1970, e BART 2917, Bambadinca, 1971/72) (Armando Pires / David Guimarães / Paulo Santiago)

Guiné 63/74 - P9482: Blogpoesia (178): No tempo em que eu colhia rosas nas covas do teu rosto... (António Graça de Abreu)




Guiné > Região do Oio > Mansoa > 1970 > Fotos do álbum do nosso camarigo César Dias, ex-Fur Mil Sapador, CCS / BCAÇ 2885  (Mansoa e Mansabá,  1969/71)


Fotos: © César Dias (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados



Mansoa, 24 de Maio de 1973

Foi no tempo
em que o riso das crianças 
era azul como o mar 
que inventei no fundo dos teus olhos. 

Foi no tempo 
em que eras a princesa 
habitando o meu castelo, 
de pedra, vento e sol poente. 

Foi no tempo 
em que amanhecias luz dentro dos meus braços 
e a tua boca desenhava espirais de fogo 
nos meus lábios abertos à loucura. 

Foi no tempo 
em que eu colhia rosas na covas do teu rosto, 
esvoaçávamos por pinhais, montes e rios, 
e o teu corpo 
povoava as searas onde o trigo cresce. 

Foi no tempo 
em que o teu ventre soluçava 
em ondas rubras de alegria 
e viajavas na fúria doce do meu sangue. 

Hoje, a guerra, 
uma lágrima quente enevoando os dias.

In: António Graça de Abreu - Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura. Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007.

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Nota do editor:


Guiné 63/74 - P9481: Blogpoesia (177): Dia de S. Valentim - E se de repente o comércio reinventasse o Amor? (Felismina Costa)

1. Mensagem da nossa amiga e tertuliana Felismina Costa*, com data de 18 de Julho de 2011:

Meu Caro Amigo Carlos Vinhal
Começando a minha participação no Blogue neste ano de 2012 envio um poema alusivo ao dia de S. Valentim, que ainda não se comemorava na nossa juventude, mas que dá um jeitão, ao comércio... nos dias de hoje.
Não seja por isso, que a economia fique de rastos!
Eu... ofereço Rosas e... um abraço!
Felismina Mealha



Dia de S. Valentim

E se de repente o comércio
Reinventasse o Amor?

E se as flores oferecidas
Reinventassem o Amor?

E se as lembranças oferecidas
Trocadas nesse dia,
Com verdadeira alegria,
Se transformassem,
No dia da descoberta
Da verdadeira magia
Que tem de ter o Amor?..
Não, apenas, nesse dia, mas… sempre?

Se os cartões escritos,
Transmitissem lealdade,
Amor puro, de verdade
Nos versos que se escrevessem?

Milagres… aconteciam!
Milagres, que muitos queriam, que acontecessem…

E, eu então, queria rosas, rosas, onde eu visse a pureza,
A sinceridade imensa.
A beleza afinal, que existe no Amor real!
No Amor, que raramente agente encontra
e… quando o sente, nos mata e faz viver,
Nos aprisiona e liberta.
Nos encanta e amedronta, por ser tão raro de ver!

Queria então, nesse dia… Rosas!
Rosas lindas e formosas!
Que podiam ser cor-de-rosa
Por serer as Rosas do Dia.
Rosas, que ofereceria
A quem não encontrou ainda
O Amor na sua vida.

Felismina Mealha
Agualva, 14 de Fevereiro de 2012
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 23 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9257: O nosso sapatinho de Natal: Põe aqui o teu pezinho, devagar, devagarinho... (8): Mensagens das nossas amigas tertulianas Felismina Costa e Margarida Peixoto

Vd. último poste da série de 7 de Fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9453: Blogpoesia (176): Em homenagem ao Arlindo Roda (CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71): Os jogadores de xadrez (Ricardo Reis / Fernando Pessoa)

Guiné 63/74 – P9480: Álbum das Glórias (53): Agradecimento (Constantino Neves)





1.   O nosso Camarada Constantino (ou Tino) Neves, ex-1º Cabo Escriturário, da CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego (Gabu), 1969/71, enviou-nos em 10 de Fevereiro de 2012 a seguinte mensagem.

Agradecimento


Camarigos,

Quero assim agradecer a todos os camaradas (Camarigos) e, em especial aqueles que me desejaram os parabéns de aniversário, com os seus comentários no blogue.

Pelo facto de haver algum tempo, que não envio nada para o blogue, não quer dizer, que não o visite com regularidade, e, por isso mesmo, resolvi enviar algumas fotos minhas  e  respectivas legendas.


Aniversário > Dia 8 de Fevereiro de 1970 > À civil, porque quem fizesse anos tinha tolerância de ponto e podia desfardar-se


Matando a fome (frango assado com molho de Chabeu)


Momento de lazer (cultivando-me)


Com o frio que tem estado por aqui  dá gosto ver esta foto (tirada no Quartel Velho de Nova Lamego, numa bomba defronte à minha caserna, refrescando-me com uma cafeteira que tinha um buraco por onde saía a água)


Nesta foto para mostrar que eu era valente



Encostado a uma Bonita e encima da "Flausina"


  Num jipe com canhão 


Início ou final de reforço (não me recordo ao certo), passado na vala. Com esteira e tábua por cima da vala para nos deitar-mos nela


Posto adaptado para metralhadora BREDA com tripé. Era o meu posto preferido. No tempo das chuvas foi colocada uma cobertura em colmo.

E por agora é tudo

Um abraço,
Tino Neves 
Cabo Escriturário, da CCS/BCAÇ 2893

Fotos: © Tino Neves (2007). Todos os direitos reservados.
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Nota de MR:

(*) Vd. último poste desta série em:


10 DE AGOSTO DE 2011 > Guiné 63/74 - P8656: Álbum das Glórias (52): Ordem de Serviço N.º 43 do BCaç 2892, de 18 Fevereiro 1970 (Arménio Estorninho)