quinta-feira, 14 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P15974: Os nossos seres, saberes e lazeres (148): A pele de Tomar (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 2 de Dezembro de 2015:

Queridos amigos,
Esta cidade de Tomar é um alfobre de surpresas. Já se falou do ventre, lojas onde se encerram coisas de outras eras, estão ali de pedra e cal a testemunhar hábitos do passado, adaptam-se sabe Deus com que esforço aos caprichos do nosso consumismo ondulante.
Hoje fala-se da pele, sinais exteriores de riquezas malbaratadas, outras vulgarizadas pelo olhar e outras aceites como o ar que respiramos. Mas não pode ser assim, há manifestações da pele que têm um cunho caraterístico, os pedaços de pedra à vista do casco histórico (havemos de lá voltar), portas tomarenses de quando a cidade pulsava quase exclusivamente numa margem; há aquele açude incompreensivelmente entregue à natureza que vai tomando conta de tudo; e há um Nabão que sai airoso da cidade, cheio dos dourados do Outono, o reverso da moeda daqueles dias curtos que já nos fazem suspirar pela Primavera.

Um abraço do
Mário


A pele de Tomar (1)

Beja Santos

Uma das singularidades de Tomar é a envolvente rural, o murmurejar de um rio quase sempre pachorrento e discreto, o ter cravado bem perto do casco histórico uma belíssima mata de onde se contempla o castelo e a Charola. A cidade não é ruidosa, não sente o frenesim ou o tumulto dos grandes centros urbanos, não se anda nas ruas aos gritos e as pessoas param para se cumprimentar. O que dá tempo para olhar o arvoredo, quedar-se diante de portas onde se sente o cunho do tempo, andarilhar até ao açude, um daqueles mistérios de como tanta beleza está desbaratada, cercada de belo arvoredo que nos conduz aos escombros da fábrica de fiação. É a pele, é a superfície das coisas, não é necessário comunicar com os outros, resta sentir e meditar.




Eu preferiria estar ali comodamente sentado, junto do açude que podia ser um mimo turístico, podia ali haver um parque e um equipamento onde apetecesse passar umas horas a ouvir o correr das águas, em qualquer estação do ano. Mas não, faz-se a visita, contempla-se uma vez mais esta indiscritível beleza e ala morena que se faz tarde, não há um banco para a gente se sentar e com as chuvas o melhor é vir de galochas. É bem possível que esta natureza expectante venha a favorecer o aparecimento de hotéis de charme, condomínios de luxo, sei lá que mais. Mas acho que os tomarenses mereciam coletivamente esta fruição. Estou bem contente por começar a falar da pele de Tomar neste sítio.




Quem vê portas não vê interiores, resta a especulação: a porta tão bela corresponderá um recheio idêntico? A porta é um sinal de distinção, mas embarga-nos a entrada, é preciso anunciar quem chega, e quando a porta se abre para deixar sair podemos medir a representação de quem por ela sai. Estão aqui três marcas de dois tempos, as duas últimas portas correspondem a um período amistoso e ascensional de Tomar, aí pela década de 1940, o peso da industrialização impressionava. A partir daí, a cidade cresceu na outra banda, deste lado ficaram vestígios indeléveis de um poder que se esfumou.




Os fotógrafos amadores também têm dores de cabeça, não há autodidatismo que permita saber de ciência certa qual a melhor hora para apanhar estes tons dourados no Nabão à saída da cidade, a confluir com S. Lourenço. Ali se esteve ao princípio e ao fim da manhã, num fim de Novembro, à espera de sol e de um céu azul. Insatisfeito, o fotógrafo amador regressou depois de almoço e não subsistiram mais dúvidas, era agora ou nunca. Fixou-se aquilo que enche o coração de quem ama o rio e os seus arvoredos e a lânguida partida do rio a caminho de um curso de água mais cheio. Pasmou o fotógrafo amador com aquele bando de corvos marinhos, certamente empoleirados para descerem num raide para apanhar o peixe desacautelado. E perdoem o amor-próprio de quem captou, com uma árvore de premeio, a despedida do rio que embeleza Tomar. São delicadezas da pele, pontos de superfície que às vezes vemos sem olhar, são pontos nevrálgicos do amor que ganhamos aos sítios, aos lugares, já que a exuberância do património sulca a cidade e quem lhe dá o alento.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 7 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15947: Os nossos seres, saberes e lazeres (147): O ventre de Tomar (11) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P15973: XI Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 16 de Abril de 2016 (5): Camaradas da diáspora: (i) Virgílio Valente, Macau (ex-alf mil, CCAÇ 4142, Gampará, 1972/74): manda-nos saudações; (ii) Vasco Pires, ex-alf mil art, 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72), Brasil, "aqui de longe, mas tão perto" : envia abraço fraterno; (iii) Zeca Macedo, EUA (ex-2º ten fuzileiro especial, DFE 21, Cacheu e Bolama, 1973/74): vai dar-nos o prazer da sua presença, dele e da esposa Goretti

1. Mensagem do nosso grã-tabanqueiro Virgílio Valente [Wai Tchi Lone, em chinês], que vive e trabalha em Macau, há mais de 2 décadas; foi alf mil, CCAÇ 4142, Gampará, 1972/74; é o nosso grã-tabanqueiro nº 709]


Data: 14 de abril de 2016 às 08:24

Assunto: XI Convívio da Tertúlia - Encontro da Tabanca Grande - 16 de Abril de 2016


Caro Luís, caros Tabanqueiros,

Não podendo participar no vosso Convívio, por estar ausente em Macau, onde trabalho, quero enviar um Grande Abraço para todos e desejar-vos um Bom e Saudável Convívio, repleto de partilhas e de boas histórias.

Um dia estarei fisicamente presente.
Saudações,
Virgílio Valente
Companhia de Caçadores 4142 - Gampará, Guiné-Bissau

1972-74

"A wise man makes his own decisions; an ignorant man follows public opinion." 
(Chinese proverb) |  "Um homem sábio decide por si próprio; um homem ignorante segue a opinião pública."  (Provérbio chinês



2. Comentário (*) de Vasco Pires [ex-alf mil art,  cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72, bairradino, a viver no Brasil desde 1972; foto atual à direita]


Aqui de longe (mas tão perto) envio um fraterno abraço aos Camaradas, e os parabéns aos organizadores.

VP




3. Mensagem, de 29 de dezembro de 2915, do nosso camarada José Macedo [ou Zeca Macedo, , que antecipadamente preparou a sua viagem a Portugal para poder estar no nosso encontro;



[Zeca Macedo foi 2º tenente fuzileiro especial, DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74); nasceu na Praia, Santiago, Cabo Verde, em 1951; vive nos Estados Unidos, onde é advogado; é membro da nossa Tabanca Grande desde 13/2/2008; aqui na foto, no novio Escola Sagres, com a esposa Goretti].


Feliz Ano Novo.

Camarada Luís Graça, penso ir à reunião anual da Tabanca Grande, contudo gostaria que me confirmasse que será no dia 16 de Abril, pois necessito de planear com uma certa antecedência e mudar as datas de alguns julgamentos que possa ter. A minha mulher {Goretti] tambm terá de pedir umas férias. Também conto levar o meu irmão e a mulher que moram na Charneca da Caparica.

Um abraço amigo

Zeca Macedo

Jose J. Macedo, Esquire | Law Offices of Jose J. Macedo
392 Cambridge Street, Cambridge, MA 02141
Tel. (617) 354-1115 | Fax (617) 354-9955

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quarta-feira, 13 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P15972: XI Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 16 de Abril de 2016 (4): Lista dos participantes, distribuição por zonas geográficas e penalizações aos faltosos


XI CONVÍVIO DA TERTÚLIA DO NOSSO BLOGUE

DIA 16 DE ABRIL DE 2016

PALACE HOTEL DE MONTE REAL

Listagem Final dos 192 Participantes,  de A a Z


Abel Santos e Maria Júlia - Leça da Palmeira / Matosinhos
Afonso Azevedo - Lavra / Matosinhos
Agnelo Macedo - Lisboa
Agostinho Gaspar - Leiria
Albano Costa e Maria Eduarda - Guifões / Matosinhos
Alexandre Cardoso - S. Mamede Infesta / Matosinhos
Almiro Gonçalves e Amélia - Vieira de Leiria / Marinha Grande
Aníbal Tavares e Fátima - Santarém
António Barbosa - Gondomar
António Dias Pereira e Teresa - Tomar
António Duarte e Conceição - Linda-a-Velha / Oeiras
António Estácio - Algueirão / Sintra
António Faneco e Tina - Montijo
António Fernando Marques e Gina - Cascais
António Garcez Costa - Lisboa
António João Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Luís e Maria Luís - Lisboa
António Manuel S. Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro
António Maria Silva e Maria de Lurdes - Lisboa
António Martins de Matos - Lisboa
António Osório, Ana e Maria da Conceição - Vila Nova de Gaia
António Pimentel - Porto
António Santos, Graciela, Sandra, Rui, Catarina e Raquel - Caneças / Odivelas
António Silveira Castro e Maria Domingas - Lisboa
António Sousa Bonito - Carapinheira / Montemor-o-Velho
António Souto Mouro - Paço de Arcos / Oeiras
António Sá Carneiro e Maria de Fátima - Lisboa
António Vieira - Vagos
Arlindo Vasconcelos - Vila Nova de Gaia
Armando Nunes Carvalho e Maria Deolinda - Sintra
Armando Oliveira - Porto
Armando Pires - Algés / Oeiras
Augusto Pacheco - Baguim do Monte / Gondomar

Belarmino Sardinha, Antonieta, Ana e Pedro - Odivelas
Bento Luís Fernandes - Porto

C. Martins - Penamacor
Carlos Alberto Cruz, Irene e Paulo - Paço de Arcos / Oeiras
Carlos Cabral e Judite - Mealhada
Carlos Vinhal e Dina - Leça da Palmeira / Matosinhos
Cílio de Jesus Silva - Oliveira do Bairro

David Guimarães e Lígia - Espinho
Delfim Rodrigues - Coimbra
Diamantino Varrasquinho e Manuel - Ervidel / Aljustrel

Eduardo Campos - Maia
Eduardo Moutinho Santos - Porto
Ernestino Caniço - Tomar

Fernandino Leite - Gueifães / Maia
Fernando Jesus Sousa e Emília Sérgio - Lisboa
Fernando Sousa e Maria Barros - Trofa
Francisco Allen - Porto
Francisco Baptista - Porto
Francisco Oliveira - Lisboa 
Francisco Palma - Cascais
Francisco Vilas Boas - Lisboa

Hélder Valério Sousa - Setúbal
Hernâni Torres Alves da Silva e esposa - Lisboa

Idálio Reis - Sete-Fontes / Cantanhede
Isolino Silva Gomes e Júlia - Porto

João Alves Martins e Graça - Lisboa
João Godinho - Vila Nova de Gaia
João Manuel Rebola - Sra. da Hora / Matosinhos
Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel
Joaquim Ferreira de Oliveira - Oliveira do Bairro
Joaquim Gomes Soares e Maria Laura - Porto
Joaquim Mexia Alves, Catarina e André - Monte Real / Leiria
Joaquim Nunes Sequeira e Mariete - Colares / Sintra
Jorge Araújo e Maria João - Almada
Jorge Canhão e Maria de Lurdes - Oeiras
Jorge Loureiro Pinto e Ana Maria - Lisboa
Jorge Peixoto - Porto
Jorge Rosales - Estoril / Cascais
Jorge Teixeira (Portojo) - Porto
Jorge Teixeira - Porto
José António Simões - Montemor-o-Velho
José Armando Almeida - Albergaria-a-Velha
José Barros Rocha - Penafiel
José Carlos Neves - Leça da Palmeira / Matosinhos
José Casimiro Carvalho - Maia
José Diniz Sousa e Faro - Paço de Arcos / Oeiras
José Eduardo R. Oliveira (JERO) - Alcobaça
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos
José Ferreira da Silva (Silva da CART) - Crestuma / Gondomar
José Ferreira da Silva, Virgínia e Rosa - S. Mamede Infesta / Matosinhos
José Leite e Ana Maria - Lisboa
José Manuel Alves e Adelaide- Sintra
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel
José Manuel Lopes e Luísa - Régua
José Manuel Matos Dinis - Cascais
José Maria Nunes Ribeiro e Maria da Glória - Ermesinde
José Rodrigues - Belas / Sintra
Juvenal Amado - Fátima / Ourém

Lucinda Aranha e José António - Torres Vedras
Luís Graça - Alfragide / Amadora
Luís Paulino e Maria da Cruz - Algés / Oeiras
Luís R. Moreira e Irene - Lisboa

Manuel Augusto Reis - Aveiro
Manuel Carvalho - Medas / Gondomar
Manuel Domingos Santos e Maria Isabel - Leiria
Manuel Gonçalves e Maria de Fátima - Lisboa
Manuel Joaquim - Lisboa
Manuel Lema Santos e Maria João - Massamá
Manuel Lima Santos e Maria de Fátima - Viseu
Manuel Lopes e Hortense Mateus- Monte Real / Leiria
Manuel Marques e Maria da Conceição - Maia
Manuel Resende - S. Domingos de Rana / Cascais
Mário Fitas e Helena - Estoril / Cascais
Mário Serra de Oliveira e esposa - Alcaide / Castelo Branco
Mário Vitorino Gaspar - Lisboa
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa

Nelson Sousa - Maia
Noel Natário - Monte Real / Leiria

Paulo Santiago - Aguada de Cima / Águeda

Ricardo Abreu - Porto
Rodrigo Teixeira - Matosinhos
Rogé Guerreiro - Cascais
Rui Gouveia e Eulália - Leiria
Rui Guerra Ribeiro - Rio de Mouro / Sintra
Rui Pedro Silva - Lisboa

Urbano Murta Mendes - Figueira da Foz

Vasco Ferreira - Vila Nova de Gaia
Victor Tavares - Recardães - Águeda
Victorino da Silva - Sra. da Hora / Matosinhos
Virgínio Briote e Maria Irene - Lisboa
Vítor Manuel Sousa Neto - Figueira da Foz

Zeca Macedo e Goretti - Estados Unidos da América


Número e percentagem dos participantes por zona geográfica


Grande Lisboa - 77 - 40,1%
Grande Porto - 51 - 26,6 %
Centro - 46 - 24 %
Norte - 9 - 4,7%
Sul - 7 - 3,6%
Resto do Mundo - 2 - 1%

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MUITO IMPORTANTE:

A partir de amanhã, 14 de Abril, não aceitaremos desistências. 
Os inscritos que faltem ao Encontro poderão ter de suportar os custos imputados aos Organizadores do evento, pelo Hotel, originados pela sua não comparência.

Mais informações no Poste Guiné 63/74 - P15770: XI Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 16 de Abril de 2016 (1): Primeiras informações e abertura de inscrições
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Nota do editor

Poste anterior de 4 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15938: XI Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 16 de Abril de 2016 (3): Actualização das informações e listagem dos 180 inscritos até ao momento

Guiné 63/74 - P15971: Efemérides (219): Homenagem aos Combatentes da Guerra do Ultramar, mortos em combate nas 3 frentes (Angola, Moçambique e Guiné), em Cascais, levada a efeito no passado dia 31 de Março (Francisco Henriques da Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Francisco Henriques da Silva (ex-Alf Mil da CCAÇ 2402/BCAÇ 2851, , Mansabá e Olossato, 1968/70; ex-embaixador na Guiné-Bissau nos anos de 1997 a 1999), com data de 1 de Abril de 2016:

Meu caro,
Deixei passar há dias o teu aniversário, mas estava em Espanha e sem computador. Os meus parabéns atrasados e as minhas desculpas.
Mando-te um pequeno apontamento de uma cerimónia evocativa dos nossos combatentes mortos nas 3 frentes que teve lugar, em Cascais (também compareceram camaradas dos concelhos limítrofes, Oeiras e Sintra, como foi o meu caso).

Um abraço
Francisco Henriques da Silva
(ex-alferes miliciano da C.Caç 2402, ex-embaixador em Bissau)

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MORRERAM PELA PÁTRIA

Homenagem aos Combatentes da Guerra do Ultramar, mortos em combate nas 3 frentes (Angola, Moçambique e Guiné), hoje, em Cascais. 

Presentes o Presidente da Câmara Municipal, Dr. Carlos Carreiras, o Presidente da Liga dos Combatentes, General Chito Rodrigues, o Presidente do Núcleo de Oeiras da Liga, Superintendente Isaías Teles, um Destacamento dos Comandos, antigos combatentes e seus familiares. 

Foram proferidas breves palavras evocativas pelo General Chito Rodrigues e pelo Presidente do Município. 
Foi também tocado e cantado o Hino Nacional e executados os toques de silêncio e de alvorada.

Honrar os que deram a sua vida por Portugal, para que a memória não se apague.







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Nota do editor

Último poste da série de 6 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15944: Efemérides (218): Conheci o Cap. Alves no BII 17, em Setembro de 1970, mas foi na Guiné, na Mata dos Madeiros, aonde a CCaç 3327 chegaria no dia 6 de Abril de 1971, que comecei a conhecer o homem, o coração de ouro que a sua farda encobria (José Câmara)

Guiné 63/74 - P15970: Memória dos lugares (338): Cancolim, subsetor de Galomaro (Rui Baptista, ex-fur mil, CCAÇ 3489 / BCAÇ 3872, 1972/74) - Parte III: adeus, Guiné!


Foto 19 > O último dia em Bissau antes do regresso à Metrópole... A avenida da República que ia dar à praça do Império e ao palácio do governador (ao fundo)...


Foto 18 > Eu,  junto ao rio Geba, no Xime,  à espera da LDG para Bissau


Foto 17 > O último dia em Cancolim... Na parte de cima da foto, no tecto, pode ver-se alguns restos  (empenas ?) dos RPG que caíram na parada de Cancolim durante a flagelação ao aquartelamento em 20 de janeiro de 1974 (a única vez que fomos atacados logo de manhã).


Foto 16 > Abrigo da população na orla da mata para espantar os macacos,  por altura da colheita da mancarra


Foto 20 > O fur mil Gaspar, o alf mil Andrade e eu na escala que o Niassa fez no Funchal no regresso a Lisboa


Foto nº 22 > Análises que fiz antes de regressar à metrópole... Regressei a Portugal no navio Niassa que partiu de Bissau em 28 de Março e chegou a Lisboa a 4 de abril de 1974. Já não me recordo do que era o EDDT...


Foto 23 > A primeira vez que fui parar ao Hospital Militar de Bissau foi devido a uma febre que ninguém conseguiu identificar... Cheguei lá a 6 de Junho de 1972 e saí quase um mês e meio depois. A segunda vez foi mais grave: foi gravemente ferido na sequência de mina A/C na coluna  no dia 14 de Agosto de 1972...

Foto acima: a "pirimetamina" era um medicamento que tomávamos , 1 comprimido aos domingos durante oitro semans.. Fazia parte da profilaxia (prevenção) da malária ou paludismo... O "mintezol" acha que era um fungicida...


Fotos (e legendas): © Rui Baptista (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1. Terceira (e última) parte do álbum fotográfico do Rui Batista (ex-fur mil, CCAÇ 3489 / BCAÇ 3872, Cancolim, 1972/74) qu emora em Póvoa de Santo Adrião, Loures. Com 65 anos de idade, está reformado, é lisboeta, sendo os pais oriundos de Arganil. e é nosso grã-tabanqueiro desde 9/12/2009.
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Nota do editor

Último poste da série > 1 de abril de  2016 > Guiné 63/74 - P15925: Memória dos lugares (337): Cancolim, subsetor de Galomaro (Rui Baptista, ex-fur mil, CCAÇ 3489 / BCAÇ 3872, 1972/74) - Parte II: "Passei lá alguns maus bocados, com duas idas ao hospital, mas também lá tive alguns bons bocadinhos"...

terça-feira, 12 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P15969: (Ex)citações (308): No poste de apresentação do Rui Batista era dito que o alferes Rosa Santos “fora subtraído” à CAÇ 3489, coisa que sempre desconheci (Mário Migueis)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Migueis da Silva (ex-Fur Mil Rec Inf, Bissau, Bambadinca e Saltinho, 1970/72), com data de 28 de Março de 2016:

Caro amigo:
Ainda no dia do teu aniversário, renovo os meus votos de muita saúde e felicidade, quanta queiras.

Como já tive oportunidade de transmitir-te tempos atrás, um problema, não especialmente grave, mas muito aborrecido, relacionado com a vista, tem-me mantido à distância, que é como quem diz tem-me vindo a remeter para um plano demasiado passivo para o meu gosto, no que ao blogue se refere. Com efeito, aconselha quem sabe que, até ver, deva reduzir a um uso tão limitado quanto possível coisas interessantes como computadores, livros, televisões, enfim, coisas de somenos – por isso é que, quando tomei conhecimento da morte do nosso amigo Batista, já este estava enterrado.

Mas, a propósito da “segunda” morte do nosso querido “morto-vivo”, que continuo a recordar com carinho e um sorriso brincalhão nos lábios, por me lembrar das palhaçadas com que o provoquei no “Milho-Rei”, pus-me a ler o poste P15907 (Rui Batista), e fui surpreendido pela fotografia do BCAÇ 3872, em Bissau, com o alferes Rosa Santos em primeiro plano. E isto porque, durante alguns meses, pude privar com este no Saltinho, onde comandou o Pelotão de Nativos 53, tendo recebido o respectivo testemunho das mãos do alferes Paulo Santiago. Como nos comentários ao poste de apresentação do Rui Batista em 2009 (a que, então, não tive acesso), era dito que o alferes em presença “fora subtraído” à CAÇ 3489 / Cancolim, coisa que sempre desconheci, fiquei até na dúvida sobre se o Rosa Santos da foto era o mesmo que eu viria a conhecer no Saltinho. Por isso, hoje mesmo, dirigi um e-mail ao Paulo Santiago, a pedir confirmação (ainda não tenho resposta) e, posteriormente, contactei telefonicamente o Carlos Raimundo, da 3490/Saltinho, que logo confirmou que, sim senhor, o alferes Rosa Santos, que substituíra o Paulo Santiago, passara pela CCAÇ 3489/Cancolim.

Porque tive um excelente relacionamento com ele – era uma pessoa de educação esmerada e muito jovial, sempre com um sorriso de boa disposição (é vê-lo, numa das fotos, a ensaiar um passo de dança, ao som de um disco dos anos 60), sempre pronto para uma brincadeira, para uma conversa bem humorada –, ocorreu-me, há minutos, procurar naquela velha mala de que te falei – lembras-te? – alguma fotografia em que ele estivesse presente. Encontrei duas – vá lá! –, tiradas aquando de uma deslocação da tropa do Saltinho ao Xitole, para uma operação de elevado melindre: recolha do correio da malta, proveniente, via aérea, de Bissau. Mas, com alguma perplexidade, constato que o Rosa Santos está com farda n.º 2, sendo de admitir que, em trânsito para Bissau ou outro lado qualquer, tivesse aproveitado a nossa boleia.

Bissau > 26/12/1971 > Apresentação do Batalhão BCAÇ 3872 ao Com-Chefe, Gen Spínola. Em primeiro plano o Alf Mil Rosa Santos, já falecido há uns anos.

Foto (e legenda): © Rui Baptista (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

Obviamente, fiquei triste ao tomar conhecimento de que também ele já faleceu, anos atrás. Era, se bem me recordo, mais velho que eu dois ou três anos, devendo-se isso ao facto de só ter sido chamado a cumprir o serviço militar após a conclusão do curso de Física e Química. Após o meu regresso da Guiné, não voltei a vê-lo, e do pouco que me recordo, para além das nossas conversas animadas, é que era natural da Figueira da Foz, e pertencia a uma família de empresários de transportes (Marianos?!) muito conhecida. Era uma excelente pessoa – razão tinha o Rui Batista para lamentar a sua partida precoce do pelotão “Os Vingadores”.

E, por falar em excelentes pessoas, e se me permites, meu caro amigo Carlos Vinhal, que tanto considero, aproveito para referir que o camarada que, numa das fotos, canta ao desafio comigo – está de costas, com lenço claro e cartucheiras à cintura – é o Henrique Custódio (furriel enfermeiro da CCAÇ 3490/Saltinho), de quem era muitíssimo amigo. Homem de raro talento, em especial no campo literário, proporcionou-me momentos inesquecíveis de franca camaradagem, na alegria, como na dor. Após uma despedida, em que a poesia, que muito nos dizia, falou mais alto, nunca mais nos encontrámos. Mas sei que continua a escrever as “Décadas de Abril” e a ser um dos redactores do “Avante”, órgão central do PCP.

Xitole / 1972 – À esquerda, em farda n.º 2, e de mãozinha direita na barriga, o alferes Rosa Santos; ao centro, o barbudo da “kalash” é o Migueis, tendo à sua esquerda o Custódio Henrique (furriel enfermeiro da CCAÇ 3490-Saltinho); à porta da messe, visivelmente à vontade e bem disposto, um alferes da Companhia do Xitole.

Xitole / 1972. À esquerda, em farda n.º 2, atento ao despique, o alferes Rosa Santos; ao centro, de costas, lencinho de seda e cartucheiras, o Henrique Custódio, cantando à desgarrada com o barbudo, que é o seu amigo Migueis.

Fotos (e legendas): © Mário Migueis / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

E, quanto à kalashnikov, é verdade que costumava andar com uma, mas era só para ”fazer ronco”, pois claro.

Um grande abraço para todos,
Mário Migueis
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Nota do editor

Último poste da série de 4 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15935: (Ex)citações (307): A descolonização da Guiné-Bissau tinha tudo para correr mal (Jorge Sales Golias)

Guiné 63/74 - P15968: Fotos do álbum da minha mãe, "Honra e Glória" (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego e Paunca, 1969/70) - Parte IV: saudades de Contuboel


Foto nº 1 > Em cima de uma montanha de mancarra [s/d: s/ l: Contuboel ?]


Foto nº 2 >  1969 > Lavadeiras em Contuboel 


Foto nº 3 > 1969 > Praia de Contuboel, no rio Geba


Foto nº 4 > 1969 > Na semana de campo da recruta do pessoal (africano) da CART 11 e CCAÇ 12


Foto nº 5 >  1969 > Contuboel > O içar da bandeira

Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2016). Todos os direitos reservados.


1. Continuação da publicação de fotos do Abílio Duarte [, ex-fur mil, CART 2479, mais tarde CART 11 e, finalmente, já depois do regresso à metrópole do Duarte, CCAÇ 11, a famosa Companhia de “Os Lacraus de Paunca” (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70)] (*).

Trata-se do "álbum que a minha saudosa mãe criou com fotos que eu lhe enviava". 

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Guiné 63/74 - P15967: A Universidade dos Açores vai homenagear o Prof Dr. Carlos Cordeiro, amanhã, 13 de Abril, pelas 17,00 horas, no Anfiteatro C daquela Universidade (José da Câmara)

1. Mensagem do nosso camarada José da Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 5 de Abril de 2016, dando-nos notícia de uma homenagem ao nosso camarada e tertuliano Prof. Doutor Carlos Cordeiro, professor na Universidade dos Açores, a levar a efeito  no próximo dia 13 de Abril, pelas 17,00 horas, no Anfiteatro C daquela Universidade.

Na noite da passada quinta-feira recebi um honroso convite da Universidade dos Açores para participar na homenagem que aquela Instituição de Ensino irá prestar ao Sr. Dr. Carlos Cordeiro.
Infelizmente, não poderei estar lá fisicamente, mas certamente que estarei presente de muitas horas formas.

As amizades nascem quase sempre sem darmos por isso, mas desenvolvem-se pelo respeito e pela comunhão de princípios cívicos entre as pessoas. De outra maneira não fariam sentido.

O meu primeiro contacto com o Sr. Dr. Carlos Cordeiro aconteceu através de um comentário que ele fez a um artigo que escrevi num Blogue dedicado aos Combatentes da Guiné. Desde então habituei-me a respeitar o homem, o professor, o combatente que ele foi na então Província de Angola e, por que não, o incentivador que tem sido desde que o conheço. Por tudo isso e muito mais sinto ser um privilégio a oportunidade que ele me deu de ser seu amigo.

Ao longo dos anos muitas foram as vidas tocadas pelo ensino do Sr. Dr. Carlos Cordeiro. Os Açores e não só certamente que estão muito mais ricos. E muito menos se pode esquecer o seu contributo para a História Açoriana. É incalculável o valor das suas obras, sendo que já tive a oportunidade de ler algumas. Para nós, Combatentes que fomos nas então Províncias Ultramarinas, certamente que calaram fundo as suas conferências sobre a Guerra do Ultramar.

Sim a homenagem que a Universidade dos Açores irá prestar ao Sr. Dr. Carlos Cordeiro é justíssima. Do fundo do coração associo-me ao evento a ter lugar na Universidade dos Açores, pelas 17,00 horas, do próximo dia 13 de Abril.
A homenagem é pública para quem tiver a oportunidade de participar.

Um abraço para o meu amigo Sr. Dr. Carlos Cordeiro.
José da Câmara


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2. C.V. do Professor Dr. Carlos Cordeiro:

Professor Auxiliar com Agregação da Universidade dos Açores, onde concluiu o doutoramento e prestou provas de agregação. 

É autor dos livros "Insularidade e Continentalidade: os Açores e as contradições da Regeneração" (1992), "Na Senda da Identidade Açoriana (Antologia de Textos do Correio dos Açores)" (1995), "Nacionalismo, Regionalismo e Autoritarismo nos Açores durante a I República" (1999), (coord.) "Autoritarismos, Totalitarismos e Repostas Democráticas" (2011) e de diversos artigos em revistas nacionais e internacionais. 

Coordenou diversos colóquios e o projeto “História da Imprensa nos Açores (Séculos XIX e XX)”. 

É investigador integrado do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra e diretor do Centro de Estudos de Relações Internacionais e Estratégia da Universidade dos Açores. 

É coordenador do Mestrado em Relações Internacionais da Universidade dos Açores. 

Integrou a Comissão Científica do Dicionário da República e o Comité Organizador do Congresso Histórico Internacional “I República e Republicanismo”. 

(Foto de Carlos Cordeiro: Com a devida vénia a IAC-Azores.org)

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3. A tertúlia do Blogue não pode deixar de se associar a esta homenagem prestada ao nosso ilustre camarada e amigo tertuliano Carlos Cordeiro, a quem desejamos que continue a sua actividade cultural, partilhando o conhecimento. Sabemos que dedica muito do deu tempo na pesquisa e reunião de dados sobre tudo o que se relaciona com a participação dos açorianos na Guerra do Ultramar, pelo que também assim tenta preservar a memória dos portugueses que deram muito de si em terras de África.

Os nossos parabéns ao Carlos pelo reconhecido do seu trabalho por parte da sua Universidade. Será justa com certeza esta homenagem pública.

O nosso agradecimento ao camarada José da Câmara por ter feito chegar até nós esta notícia, coisa que o Carlos, pela sua modesta forma de estar na vida, não faria.
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Guiné 63/74 - P15966: In Memoriam (252): Júlio Rafael Moreira Assis (1948-2016), ex-Soldado Radiotelegrafista da CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) (Benjamim Durães)

1. Mensagem do nosso Camarada Benjamim Durães (ex-Fur Mil Op Esp do BART 2917, Bambadinca, 1970/72), com data 11 de Abril de 2014:

Faleceu no passado dia 10 de Abril de 2016 o nosso ex-camarada JÚLIO RAFAEL MOREIRA ASSIS, Soldado Rádio-Telegrafista da CCS / BART 2917. 

Hoje, às 15,00 horas irá para a igreja do Porto Salvo e será cremado no dia 12 de Abril (terça-feira) pelas 10,30 horas no cemitério de Barcarena. 

A informação foi dada pela filha Fernanda Assis Barreto, por e-mail de 10/04/2016. 

O telemóvel da filha é o 96 987 63 82.

Júlio Rafael Moreira Assis
Ex-Soldado Radiotelegrafista
CCS / BART 2917

As condolências da Tabanca Grande à família e aos camaradas da CCS/BART 2917.
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Nota do editor

Último poste da série de 11 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15963: In Memoriam (251): José Moreira (1943-2016), ex-fur mil, CCAÇ 1565 (Jumbembem e Canjambari, 1966/68), um grande ser solidário, um grande ser humano, cofundador e líder da ONGD "Memórias e gentes" (, com sede em Coimbra)... Recordamos a sua pessoa, os seus valores e a sua obra, através de uma entrevista de há 5 anos

Guiné 63/74 - P15965: Convívios (734): 10.º Encontro do pessoal da CCS / BART 2719 (Bambadinca, 1970/72) e subunidades adidas, Viseu, 21 de maio de 2016 (Benjamim Durães)

10.º ENCONTRO - CONVÍVIO DA CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72)


VISEU, 
21 DE MAIO DE 2016


O 10º encontro-convívio da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72):


(i) É  extensivo a todas as subunidades que operaram sob o comando do BART 2917 [Guiné, zona leste, setor L1, Baambadinac, 1970/72]:

CART 2714 / BART 2917 
CART 2715 / BART 2917
CART 2716 / BART 2917
CCAÇ 12
PEL CAÇ NAT 52, 53 e 63 
PEL REC DAIMLER 2206 e 3085 
PEL MORT 2106 e 2268
PEL INT A/D 2189 e 3050
20º PEL ART/GAC 7 
e PEL ENG do BENG 447 (estacionado em Bambadinca);

(ii) está aberto a familiares e amigos;

(iii) e terá lugar no dia 21 de Maio de 2016 em Viseu (, pela terceira vez);

(iv) no HOTEL ONIX situado a 3 Km do Centro de Viseu,  na Via Caçador, n.º 16 [coordenadas GPS - N 40º 38' 36,9'' W 7º 51' 52,48'']; 

(v) com a concentração a partir das 10,00 horas.

2. Ementa, preço e contactos:

Os aperitivos-entradas terão início às 11,30 horas e consistem em rissóis, croquetes, bolos de bacalhau, chouriça, caprichos, camarão, feijocas, orelha de porco, salada de polvo, etc.

O almoço será servido às 13,00 horas com canja, bacalhau à lagareiro, borrego com vitela mista, com batatas fritas e salada.

A sobremesa compõe-se de doce, gelatina, pudim, fruta laminada e bolo de Convívio.

O lanche-ajantarado terá início pelas 16,45 horas e que consiste de caldo verde e porco no espeto.

O Bar estará aberto enquanto durar o Encontro-Convívio e terá à disposição, sumo de laranja, água mineral, cerveja, coca-cola, Whisky novo, aguardente, amarguinha, vinho tinto e vinho branco e café.

O custo é de 33,00 euros por pessoa, e para as crianças dos 6 aos 12 anos o custo é de 17,00 euros.

Quem quiser pernoitar no Hotel Onix,  terá de efetuar a reserva até ao dia 03 de Maio.

Solicita-se a confirmação das presenças no encontro  até dia 10 de Maio para:

A organização do evento está a cargo de Benajmim Durães, ex-fur mil op esp, e Álvaro Gomes Santos, ex-1º cabo caixeiro, ambos da CCS/BART 2917.

- ÁLVARO GOMES SANTOS 
  
telemóvel  - 96 693 08 88  / telefone > 232 641 470 
email -rafaelalmeidasantos8@gmail.com

- BENJAMIM DURÃES 

telemóvel - 93 93 93 315
email - duraes.setubal@hotmail.com
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Nota do editor:

Último poste da série de 23 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15891: Convívios (733): Encontro do pessoal da CCAÇ 412 (1963/65), dia 14 de Maio de 2016, na Mealhada (Alcídio Marinho, ex-Fur Mil)

Guiné 63/74 - P15964: Parabéns a você (1064): Francisco Alberto Santiago, ex-1.º Cabo TRMS do BART 3873 (Guiné, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série de Guiné 63/74 - P15959: Parabéns a você (1062): Jorge Félix, ex-Alf Mil PilAv Alouett III da BA 12 (Guiné, 1968/70); Jorge Picado, ex-Cap Mil CMDT das CCAÇ 2589 e CART 2732 - CAOP 1 (Guiné, 1970/72) e Manuel Marinho, ex-1.º Cabo At Inf do BCAÇ 4512 (1972/74)

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P15963: In Memoriam (251): José Moreira (1943-2016), ex-fur mil, CCAÇ 1565 (Jumbembem e Canjambari, 1966/68), um grande ser solidário, um grande ser humano, cofundador e líder da ONGD "Memórias e gentes" (, com sede em Coimbra)... Recordamos a sua pessoa, os seus valores e a sua obra, através de uma entrevista de há 5 anos


Sítio da ONGD "Memórias e Gentes", com sede em Coimbra. 


Coimbra > Sítio "Memórias e Gentes" > 13 de dezembro de 2012 > José Morera recebe o prémio de sócio honorário da assocaição, das mãos de Fernando Ferreira.


Coimbra > MEG - Memórias e Gentes > 20 de dezembro de 2012 >  José Morera agradece prémio de sócio honorário da associação que ele ajudou a criar, crescer e a dinamizar.


Logo da associação "Memórias e Gentes" > Esta ONGD foi fundada em 2007 e tem sede em Coimbra. Principais projetos: I. Guiné-Bissau: (i) Projecto Varela; (ii) Projecto Bindoro; (iii) Projecto Albinos; II. Moçambique: (iv) Projecto Gorongosa. Ver aqui página no Facebook.


ONGD  "Memórias e Gentes" >   Projecto Albinos (Guiné-Bissau)... Fonte: ONGD "Memórias e Gentes", página no Facebook.


1. O José Moreira, nascido em Taveiro, Coimbra, em 8 de junho de 1943, foi, juntamente com o algarvio de Alagoa, o  António Camilo, fur mil da CCAÇ 1565 (Bissau, Jumbembém, Canjambari, Bissau, 1966/68). E, tal como o Camilo, era um grande ser solidário.   Foi um dos fundadores da  Associação Humanitária Memórias e Gentes, e seguramente o seu grande líder. Fez mais de uma dúzia de expedições à Guiné-Bissau. 

No dia da sua morte, transcrevemos aqui um entrevista que ele deu ao sítio da CAD - Associação Coimbra Basquete.  Vamos lembrá-lo, como ele merece, e dar a conhecer o seu exemplo de grande ser humano, camarada e amigo da Guiné. Acabámos de falar com o seu genro (pelo nº de telemóvel 96 402 8040, que era o telemóvel pessoal do Zé Moreira), que nos confirmou a triste notícia: o Zé Moreira morreu hoje, ao fim de dois anos de luta tenaz contra uma neoplasia. O funeral é amanhã. Era membro da nossa Tabanca Grande. O seu nome passa a figurar na lista daqueles de nós que da lei da morte já se libertaram. As nossas condolências à família. LG

PS - Na sua página pessoal do Facebook, há camaradas a deixar mensagens de pesar, como esta do Álvaro [Manuel Oliveira] Basto, nosso grã-tabanqueiro:

"Zé, soube ha pouco com tristeza que partiste para a tua última expedição humanitária. Obrigado pelo que me ensinaste e pela amizade franca com que sempre me trataste. Vais deixar dentro de mim um vazio que nunca poderá ser preenchido. Fica bem lá na tua nova tabanca onde quer que estejas. À família o meu mais profundo pesar."



2. Com a devida vénia ao sítio, na Net, da CAD - Associação Coimbra Basquete, o novo Clube de Basquetebol da Cidade de Coimbra, nascido em  14 de julho de 2010.


Entrevista, em 28/12/2011,  a José Moreira em Campanha de solidariedade - Associação "Memorias e Gentes" (Reproduzida com a devida vénia)

 Entrevista a José Moreira,  presidente da associação “Memórias e Gentes”


P- A associação denomina-se Memórias e Gentes. Pode nos falar um pouco sobre esse projecto, quando foi criado e com que objetivos?

R- Antes de lhe responder e para se perceber, tenho de falar de mim:

Sou um combatente da “Guerra Colonial” na década de 60, concretamente em 1966, 1967 e 1968, tendo cumprido o serviço militar obrigatório na antiga província ultramarina da Guiné-Bissau, hoje país independente.

Terminada a vida militar, volvidos 33 anos, voltei à Guiné por terra em 2001, para reviver os locais por onde andei e apagar um pouco do chamado “stress pós traumático”. Do que vi, no regresso, trouxe na minha mala a vontade de voltar para levar coisas àquela gente que pouco ou nada tem, e foi o que aconteceu no ano seguinte e, ininterruptamente, até agora. 

Desde então, fui convidando os amigos e de ano para ano a caravana foi engrossando. Paralelamente, por mar, começamos a enviar um contentor com os mais diversos bens, distribuídos por nós nas aldeias do interior. Passado 6 anos, como o Grupo já tinha um capital de credibilidade e experiência, constituímo-nos em Associação, continuando como até aqui, a desenvolver acções de apoio humanitário, sem filiação partidária, sindical ou religiosa.

Face aos factos apontados, o nome escolhido “Memórias e Gentes” resulta da lembrança do passado (memórias) e, sensibilizados com o conhecimento das mais diversas carências, juntos, não nos poupamos a esforços em levar um pouco de esperança àquele povo que, mesmo sujeitos a uma situação de extrema pobreza, nos fascina com o seu calor humano, os laços culturais e a amizade que prevalece (gentes).

P- Quais as ações que já dinamizaram? Que feed back tem do trabalho realizado? A ajuda foi pontual ou continua a haver contribuições e intercâmbios?

R- Das acções desenvolvidas ao longo destes 9 anos com maior destaque, tem sido no apoio ao sistema educativo, pois a língua oficial é o português, de seguida o apetrechamento dos Centros de Saúde do interior com equipamento hospitalar e, por fim, roupa, calçado, alimentação duradoura para as Instituições credíveis e identificadas por nós. Do que levamos, fica de lado para distribuirmos pessoalmente, os brinquedos, algum material didáctico, as “bic´s” (que fazem a diferença) e os “chupa-chupas” para, em troca, receber sorrisos daquelas crianças das aldeias mais recônditas.

Do trabalho realizado, temos já o reconhecimento e registo como ONGD pelo Estado Português, tendo-se adquirido automaticamente a natureza de pessoa colectiva de UTILIDADE PÚBLICA.

Em termos de ajudas oficiais, temos submetido alguns projectos sérios e credíveis, mas em vão!

Somente a destacar um pequeno subsídio à expedição/2010 pela Câmara Municipal de Coimbra e a ajuda, com material didáctico, do ex-Governo Civil de Coimbra.

A destacar também, e isso sim, o papel preponderante que os cidadãos comuns e os responsáveis de algumas empresas desempenham, na dinâmica e motivação destas missões de ajuda humanitária.

De referir, ainda, que estas viagens são a expensas de cada expedicionário.



O José Moreira já estava doente, em tratamento oncológico, há 2 anos... Não sabemos se ainda participou da XIII Expedição  Humanitária, que partiu de Coimbra em 3 de abril de 2014, com destino à Guiné-Bissau. Imagem: página pessoal do José Moreira no Facebook.

P- Este ano está a apoiar uma creche em Varela, na Guiné-Bissau. Pode-nos falar um pouco porque surgiu essa iniciativa? Muitos nos perguntam porquê Guiné e não Portugal ou outro país qualquer?

R- Com as nossas incursões ao interior, durante todos estes anos, chegamos há 3 anos a Varela que fica a norte daquele país, muito perto da fronteira com o Senegal. Na altura, foi-nos transmitido o porquê da existência brutal de índice de mortalidade infantil, que passo a explicar: Varela fica junto ao mar, a actividade dos homens é a pesca artesanal, as mulheres, em terra, fazem grandes fogueiras para, em “panelões”,  cozerem o peixe e posterior seca ao sol. Dito isto, tudo parece pacífico, mas não é! As mães, na referida labuta, trazem permanentemente consigo e às costas as crianças de tenra idade, inalando os fumos e ainda por cima debaixo de um sol tórrido. 

Foi assim, que nos propusemos em apoiar uma Creche que, no primeiro ano, colocamos aquelas crianças à sombrinha, água engarrafada (de cá) e alimentação e vigiadas por duas senhoras. Nos anos subsequentes, tudo temos levado, desde pratos colheres, copos, mobiliário, caminhas, roupas, rolos de pano para fazerem batas, etc.. 

Entretanto, abrimos um furo com água potável, temos levado materiais para a construção da nova Creche, tubagem, material sanitário, lavatórios e acessórios, como rede de vedação, gerador e bomba submersível. Entretanto admitimos 3 formadoras para ensinarem as coisas mais básicas e ensinar-lhes a falar e a escrever o português. Esperemos que colhamos frutos brevemente!

Na próxima expedição, com saída de Coimbra a 23 de Fevereiro próximo [2011], vamos montar uma torre em ferro, para suportar os depósitos de água. Em relação ao potente gerador que já lá temos para a iluminação e tomadas, como para accionar a bomba de água, estamos a ponderar em vendê-lo e montar um painel “foto voltaico” (energia solar), dado que os custos de manutenção são muito mais reduzidos, só que, com esta alteração, necessitamos de mais 3.000 €, valor que ainda não realizamos.

Em relação ao porquê Guiné e não outros países, cumpre-nos informar que estamos a trabalhar em parceria com algumas Instituições da cidade de Coimbra e Lojas Sociais, nomeadamente, a de Taveiro. Pelo terramoto no Haiti enviamos 3 paletes de medicamentos e na mesma altura, outros tantos para Moçambique, em colaboração com a Associação Saúde em Português de Coimbra.

Portanto, como solidários que somos, estamos atentos, muito embora esta Associação esteja talhada a realizar expedições a África por terra. Aqui, queremos realçar a participação dos mais jovens, que trouxeram uma mais-valia, quer na dinâmica de recolha de bens, quer na participação activa das expedições, certamente devido à parte lúdica da viagem, nomeadamente, a travessia do deserto, conhecerem outras gentes, outras culturas, como a demonstração do seu espírito solidário, pois também se sentem incomodados nas diferenças de dois mundos que nos são tão próximos.


O Alfaiate de Jumbembem:  na Expedição Coimbra-Bissau da MEG, um velho alfaiate disse-nos que precisava de uma máquina de costura para voltar a trabalhar, porque a sua Singer estava morta fazia já muitas chuvas. Há dias realizou-se o Convívio Anual da Companhia de Caçadores 1565 que esteve em Junbembem nos anos de 1966-1968. Dirigentes da MEG [Memórias e Gentes] mostraram fotografias do nosso encontro. E hoje cabe-nos falar de solidariedade e velhas amizades:
- O Alfaiate terá uma nova máquina de costura (nova e Singer!) oferecida pela D. Fernanda, esposa do ex-Furriel Leite (Porto);
- O Alfaiate terá agulhas e carrinhos de linhas (para mais dez anos) oferecidos pelo Polery, ele também ex-militar da CCaç. 1565 (Vizela);
- O dirigente da MEG e ex-furriel José Moreira está encarregado de entregar em mão ao Alfaiate de Jumbembem estes seus novos pertences. Obrigado!

Foto (e legenda): Página do Facebook da ONGD "Memórias e Gentes" > MEG - Memórias e Gentes > 19 de junho de 2013

P- O Projeto Bom Dia Bom Dia é uma ideia muito terna e parece nos muito fácil de concretizar. Tem tido uma boa aceitação? Como reagem os meninos apadrinhados ao saberem que alguém “muito longe” se preocupa com eles?

R- A sua pergunta é pertinente e muito actual! Aquando da nossa estada em Março passado, alguém se lembrou de tirarmos fotos à criançada e medir a altura, só não foram pesados por falta de balança. Daí a ideia do apadrinhamento e um meio de realizar fundos, ajudando-nos na alimentação e educação das cerca de 80 crianças. Devo dizer que tem sido um êxito, Temos já 54 crianças apadrinhadas que, entre madrinhas e padrinhos, estão envolvidas 71 pessoas de norte a sul de Portugal, da Áustria, da Suíça e de Inglaterra. Na próxima viagem, só dos padrinhos, vamos levar muito perto dos 2.000 € e lembranças para os afilhados. Isto é lindo, BEM-HAJAM a todos!

Muito embora as crianças já tenham conhecimento desta iniciativa, quando chegarmos, queremos vincar junto das mães, da responsável pela creche e das formadoras, que nós portugueses, somos efectivamente solidários e empenhados que sejam mais felizes e fundamentalmente de boa saúde.

P- O CAD Associação Coimbra Basquete fez uma campanha entre os seus atletas e amigos e angariou bastantes e diversificados bens. Como podem as pessoas assegurar se de que as suas ofertas irão chegar ao destino certo?

R- Antes de mais, queremos agradecer ao CAD Associação Coimbra Basquete pela campanha em curso. Dos bens angariados, só queremos saber qual o destino a dar-lhes na Guiné, se inteiramente para a Creche e(ou) para outras Instituições, e a “Memórias e Gentes” pessoa colectiva de direito privado sem fins lucrativos, já com um capital de credibilidade naquele país, garantirá a entrega dos bens no destino a indicar pelo CAD.

P- Congratulamo-nos pela sua dedicação e empenho numa causa tão nobre e com o dinamismo que lhe imprime. Agradecemos-lhe ter nos dado a possibilidade de alertar os nossos jovens/atletas para estes problemas sociais que farão parte da sua formação enquanto pessoa. Qual a mensagem que lhes quer deixar?

R- Que pratiquem o desporto com lealdade. Que na sua formação saibam distinguir o bem do mal. Que gostaria de os levar a conhecer o outro mundo. Que partilhassem com os meninos e meninas da mesma idade, com aquilo de que já não necessitam, pois seria um tónico milagroso contra a indiferença que parece estar a disseminar-se assustadoramente pelo mundo, e assim, nascerão novos sorrisos, novas esperanças para aqueles que pouco ou nada tem e o mundo ficará diferente…menos indiferente!

Um muito obrigada
Pelo CAD Coimbra Basquete
Margarida Teresa Figueiredo
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Nota do editor: