domingo, 19 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22554: Agenda cultural (784): Foi dia de festa na Tabanca dos Melros, em Fânzeres, Gondomar, o dia 11, em que o António Carvalho lançou ao mundo o seu livro - II (e última) Parte: registe-se com agrado o apoio que "O Bando do Café Progresso" deu ao nosso novel escritor


Foto nº 1 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Sessão de autógrafos > O autor, o Zé Manel Cancela (Penafiel) e o Eduardo Moutinho dos Santos (Porto).



Foto nº  2> Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Eduardo Campos (Maia) e Manuel Carmelita (Vila do Conde)


Foto nº 3 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Mais dois dos nossos grã-tabanqueiros: o José Ferreira da Silva, escritor, do outro lado do rio (Crestuma), e o Zé Manel Lopes (Règua), o poeta Josema, a quem une uma  grande amizade com o António Carvalho, conforme ele lembrou na apresentação do livro: "Se algo positivo essa guerra, a da Guiné, nos deixou, foi o nascer de amizades que nem a morte pode acabar. É uma amizade cimentada por momnetos muito difíceis e de uma solidariedade imensa. Em 26 meses vivemos muitas emoções em conjunto".



Foto nº  4> Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > À esquerda, o nosso Zé Teixeira, régulo da Tabanca de Matosinhos à conversa com o Zé Manel da Régua.



Foto nº  5> Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > As nossas queridas amigas... Da esquerda para a direita, Margarida Peixoto (Penafiel), Joaquina Carmelita (Vila do Conde), Carminda  Cancela (Penafiel),  e Luisa Valente Lopes (Régua)




Foto nº  6> Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > A Luisa Valente Lopes  (Régua) e a Ana Carvalho (Medas / Gondomar), filha do António Carvalho.



Foto nº  7 >  Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Almoço > Mais uma linda perspetiva da "degustação dos aperitivos" debaixo da grande latada de vinho americano (ou morangueiro, ou seja, um "produtor direto") que dá o célebre "vinho doce" ainda muito apreciado na região pelos mais velhos (, embora a sua produção, comercialização e consumo... sejam proibidos).


Foto nº  8> Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Almoço > Aperitivos > Em primeiro plano, da esquerda para a direita: Eduardo Moutinho dos Santos e Eduardo Campos. E segundo plano, Luís Graça (Tabanca de Candoz).


Fotos (nº 6): © Fernando Súcio (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Fotos (nºs restantes): © Luís Graça (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Segunda ( e última) parte do relato da sessão de apresentação do livro do nosso amigo e camarada António Carvalho (Medas / Gondomar) (*), É de lembrar, com regozijo, a presença de 8 dezenas de amigos e camaradas do autor. 

Não foi a reportagem (fotográfica) que eu gostaria de ter feito, por causa das minhas limitações de mobilidade. Houve outros camaradas, membros da Tabanca Grande, com quem falei e não registei em fotografia, como por exemplo o médico Rui Vieira Coelho ou o António Barbosa, de Gondomar, que veio acompanhado de dois netos. Mas tive o prazer de conhecer dois dos nossos "periquitos", o Joaquim Costa (Fânzeres / Gondomar) e o Manuel Oliveira (Vila Nova de Gaia).

Estive à mesa, ao almoço, e conversei longamente com o Zé Teixeira e o Eduardo Moutinho Santos. E gostei de rever o Gil Moutinho, régulo da Tabanca dos Melros. Registo com agrado o apoio que os "bandalhos" (os membros de "O Bando do Café Progresso") deram ao seu camarada, o "bandalho" António Carvalho, a começar pelo Ricardo Figueiredo, que não esteve presente e que escreveu no prefácio:

(...) "Conheci o António Carvalho, no Grupo do Café Progresso das Caldas à Guiné – um grupo de antigos combatentes da Guiné, de que ambos fazemos parte – que religiosamente se encontra, desde pelo menos o ano de 2007, às segundas quarta - feiras de cada mês, para uma reunião de “trabalho”  gastronómico e cultural, onde o exercício da catarse é feito de forma coletiva e em que a camaradagem se aprofunda cada vez mais, sublimando a amizade construída nos campos de batalha." (...) (**).

Pela minha parte foi um prazer ter dado também o meu pequeno contributo para fazer deste evento a festa que o António Carvalho (e Medas) merecia.

PS - Recorde-se que o livro pode ser adquirido, ao preço de 15,00 euros (portes incluídos, no território nacional ou estrangeiro). Os pedidos devem ser dirigidos ao autor, António Carvalho:

Email: ascarvalho7274@gmail.com | Telemóvel: 919 401 036
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sábado, 18 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22553: Os nossos seres, saberes e lazeres (468): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (16) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 3 de Setembro de 2021:

Queridos amigos,
Só muito crescidinho é que passei a visitar este palácio onde é marcante a influência italiana na arquitetura, que passou a ser habitado por D. Luís e a sua família, mais tarde adaptado a museu e biblioteca. Se nas pinturas do teto, na magnificência dos seus soalhos, há sinais evidentes de décadas de decoração anteriores a 1862, é bem claro que coube a Maria Pia de Sabóia o papel de refinar o gosto do espaço habitado pela família real. Tenho tido a sorte de ir vendo ao longo das décadas intervenções de grande qualidade, há cada vez mais espaço recuperado, é um gosto ir ao site do Palácio e de estudar as suas publicações, todas elas de grande qualidade. O que penso que falta para estimular visitas mais frequentes é uma forma de captar a atenção para o espaço da biblioteca e dos jardins, a visita convencional é só aos espaços interiores do palácio, todos ganharíamos se se desse uma possibilidade ao visitante de visitar mais. Agora há que aguardar por novembro, pela inauguração do Museu do Tesouro Real.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (16)

Mário Beja Santos

A partir dos meus 12 anos, sobretudo nos fins de semana ensolarados, a minha mãezinha que Deus tem organizava passeios culturais e era inevitável a visita a museus, igrejas, capelas, havia a descrição das praças, até da Cerca Fernandina. E consigo guardar memória de visita ao Museu Nacional de Arte Antiga em que a Baixela Germain estava bem encardida, os tapetes puídos no Museu de Arte Contemporânea, até a Igreja de São Roque não era credora das cuidadas intervenções que tem hoje. E lembro-me perfeitamente de ela me ter dito que era o cabo dos trabalhos ir visitar o Palácio Nacional da Ajuda, que não estava aberto ao público. Pus mãos à obra, fui ler uma descrição de Norberto Araújo sobre o Palácio Nacional da Ajuda numa edição do então Secretariado de Propaganda Nacional (que teve a sua vitalidade entre meados dos anos 1930 e princípio dos anos 1950, transmudou-se em SNI). O palácio era então museu e biblioteca. O ilustre olisipógrafo refere os antecedentes, um palácio existiu no século XVIII e depois as inúmeras adaptações introduzidas na segunda metade do século XIX, passou a ser uma residência real permanente a partir de 1862. Vestíbulo com 47 estátuas de estilo italiano, fatura de artistas portugueses, centenas de salas e de dependências. O palácio, por essa época, era lugar de algumas receções e cerimónias de grande gala. Ali tinha sido recebido Alberto da Bélgica, acompanhado do príncipe Brabante, o futuro Leopoldo III. Enumera os Salões dos Arqueiros, do Porteiro da Cana, do Dossel, da Espera, do Despacho, da Música, de Mármore, de Sax, os Salões Vermelho, Verde e Azul, a Sala de Jantar, a Sala do Trono, o Salão de D. João V, a Sala do Corpo Diplomático, dos Embaixadores. Conclui dizendo que todas estas divisões guardam numerosos objetos de arte e um rico mobiliário. E seguidamente descreve a importantíssima biblioteca que ainda hoje não é de fácil acesso, mas que é património magnífico. Peguei seguidamente no guia do palácio organizado por Isabel da Silveira Godinho, data de 1988, era ela diretora do monumento nacional. Fala-nos da Real Barraca que antecedeu o projeto arquitetónico interrompido com a ida da família real para o Brasil, diz-nos quais as residências da família real enquanto decorrem os trabalhos do palácio e ficamos a saber que coube a Joaquim Possidónio Narciso da Silva, arquiteto da Casa Real, a decoração e a organização de todos os espaços destinados ao casal D. Luís e D. Maria Pia de Saboia. Mesmo com a chegada do casal continuaram os trabalhos de decoração, a rainha era infatigável, fizeram-se inúmeras encomendas e daí o visitante ser hoje deslumbrado com uma imensidão de obras de arte e rutilantes artes decorativas da segunda metade do século XIX. A rainha Maria Pia ficou sempre a viver no palácio, na companhia do Infante D. Afonso, o rei D. Carlos vivia nas Necessidades usando exclusivamente o Palácio da Ajuda para as cerimónias oficiais. Com o Estado Novo, o palácio foi transformado em museu e só mais tarde é que abriu ao público. Serve este preâmbulo para indicar que ao longo dos últimos anos tenho vindo a apreciar excelentes intervenções, algumas delas obras de mecenato, tetos repintados, substituição de tecidos, restauro de obras. O visitante entra pela Porta dos Arqueiros, segue-se a Sala do Porteiro de Cana e depois a Sala das Tapeçarias Espanholas, antiga Sala de Audiência, aqui se encontram tapeçarias executadas seguindo o desenho de Francisco Goya, oferecidas pela Coroa Espanhola por ocasião do casamento do futuro D. João VI com Carlota Joaquina de Bourbon. A sala tem vindo a sofrer alterações, seguramente que aqui se realizaram algumas receções de pompa, não é por acaso a enorme quantidade de cadeirões.
Surpreendem as sedas, os adamascados, as tapeçarias, há uma sala de passagem com retrato do rei D. Carlos pintado por Malhoa, segue-se a Sala do Despacho, muito provavelmente os salões seguintes têm sido objetos de redecoração, será o caso da Sala de Música, onde se davam concertos de música de câmara, vemos violoncelos e uma harpa, há o retrato de D. João VI a cavalo, vitrinas com peças decorativas das coleções de D. Luís e D. Maria Pia. No centro um piano de cauda. E passa-se para a antiga câmara de dormir de D. Luís, vou comparando as diferenças entre 1888 e a atualidade, o que se pode dizer é que tem havido muita intervenção e muito restauro, porventura muito rigor na colocação do mobiliário e dos objetos, de acordo com a lógica de quem dele usufruiu ao seu tempo.
Percorrem-se mais umas salas, as denominadas Salas Azul, em carvalho, o Jardim de Inverno, a Sala de Sax e a Sala Verde, a Rosa, para ser sincero com o leitor, sei que algumas estão para obras e outras estavam fechadas, assim se chegou à Sala de Jantar da Rainha e depois à Sala de Bilhar, não me lembro de ter visto o Ateliê de Pintura do rei D. Luís, sei que em dado momento entrei num vasto corredor que me levou ao andar superior, aí me aguardava o grande fausto. Antes, porém, estive na capela de D. Maria Pia, tudo em estilo neogótico, tudo muito severo, mas tocante. Não queria deixar de falar do Quarto da Rainha D. Maria Pia, pejado de quadros de membros da sua família, mobiliário riquíssimo, em ébano, a cama com baldaquino, tudo muito ao estilo de Napoleão III, no baldaquino em madeira dourada e esculpida temos as armas da rainha.
A idade já não ajuda a dar o máximo de atenção às salas com motivos chineses, com estilo império, com tapeçarias Gobelins, há sala de receção do corpo diplomático, havia notícia de restauros recentes na Sala do Trono, para ali avancei. Como se pode ver, é uma sala de grandes dimensões, ocupa o espaço que corresponde ao Torreão Sul do palácio. O teto é magnífico, consta que a intenção dos pintores foi exaltar a Majestade, o Rei D. Miguel. A sala é iluminada por um grande lustre em cristal e bronze cinzelado, de 180 velas, não faltam jarrões alemães e chineses, é patente a pompa e circunstância e daqui vou diretamente para a Sala de Banquetes, também imponente pelas suas dimensões e decoração, teto com uma alegoria ao aniversário do nascimento do rei D. João VI, é neste espaço que ainda hoje se dão banquetes de Estado. E creio que o leitor, caso ainda não tenha apanhado a fase dos últimos restauros, fique com a curiosidade acicatada para se ir deslumbrar com estes últimos faustos da monarquia que o sistema republicano não desdenha em determinadas solenidades.
(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 11 DE SETEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22534: Os nossos seres, saberes e lazeres (467): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (8) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P22552: (De)Caras (176): "Visitas destas não há todos os dias": o João Crisóstomo, em Agualva-Cacém, de passagem por Lisboa (Valdemar Queiroz)






Agualva-Cacém > 14 de setembro de 2021 > O prometido encontro do João Crisóstomo e do Valdemar Queiroz, junto à casa deste, na rua de Colaride


Fotos (e legenda): © Valdemar Queiroz / João Crisóstomo (2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Valdemar Queiroz:

Data - terça, 14/09, 23:02 (há 4 dias)
Assunto - Visitas destas não se tem todos os dias


O nosso camarada ex-alf mil João Crisóstomo, que há anos vive em Nova Iorque, EUA, prometeu visitar-me quando viesse a Portugal e assim fez, de passagem por Lisboa para a Eslovénia.

Nós não nos conhecíamos e há uns tempos que amavelmente me telefona para saber do meu estado de saúde.

Na semana passada avisou-me que passava por Lisboa dia 14 e queria dar-me um abraço. Acertamos a sua visita a minha casa e até me propus darmos uma saltada aos Fofos de Belas, aqui perto, e até dava para conversar, por ser o dia habitual das limpezas da casa.

Estava à sua espera na rua e foi com problemas respiratórios que recebi o meu grande amigo, por estar aflito ficou sem efeito seguirmos para Belas.

Deu para uma pequena conversa e ele ofereceu-me o seu livro LAMETA-Movimento Luso-Americano Para a Autodeterminação de Timor-Leste.

Não foi uma recepção condigna como ele merecia.

Abraços
Valdemar Queiroz

PS - Anexos foto do encontro

2. Comentário do editor LG:

O Valdemar, que é portador de uma doença crónica (DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) que lhe limita muito severamente a sua vida pessoal e social, vivendo sozinho na sua casa em Agualva-Cacém, ficou sensibilzado por este gesto do João Crisóstomo. E nós também. Daí termos decidido dar-lhe o devido destaque no nosso blogue, como um exemplo, singelo mas bonito, de solidariedade, fraternidade, amizade e camaradagem. (*)

Pessoalmente, eu sabia do que estava a ser planeado. O João escreveu-me, a dizer que vinha passar cerca de um mês na Europa, na Eslovénia (terra da Vilma) e em Portugal. E incusive desafiou-me também a aparecer, aproveitando a oportunidade para rever o Valdemar Queiroz (com quem estive em Contuboel, menos de dois meses, em junho/julho de 1969), o que não puder devido às minhas sessões de fisioterapia (, todos os dias ao fim da manhã).

(...) Na viagem para a Eslovenia vamos fazer escala em Lisboa e vamos ter de passar a tarde do dia 14, terça feira, em Lisboa. Saímos bem cedo no dia 15 para Zagreb e Eslovénia.

Vou aproveitar essa tarde para ir visitar um amigo/ camarada da Guiné que tem um problema de saúde que o impede de ir aos nossos encontros. Ele mora não muito longe de Lisboa, em Agualva-Cacém, Rua de Colaride (...).

(...) Não temos horas certas, mas como chegamos a Lisboa às 11.20 AM … devemos estar livres pela uma ou duas da tarde ( 14.00 PM) e seguimos logo ver o nosso amigo Valdemar Queiroz. Eu disse-lhe que devia estar com ele por volta das 16.00PM, mais ou menos. (...)


 
O que o Valdemar talvez ainda não saiba é que o João Crisóstomo acabou por "ficar em terra", enquanto a Vilma seguiu viagem para a sua querida terra natal...E tinham planeado comemorar lá os seus 10 anos de "enamoramento". (O João e a Vilma, velhos amigos da Europa, reencontraram-se ap fim de 40 anos, e casaram em Nova Iorque, em 2013, em segundas núpcias.) (**),

Devido às restrições sanitárias na entrada e saída de viajantes, impostos pela pandemia de Covid-19, o João ficou surpreendido pela obrigação de ter que fazer quarentena ("quarentine",em inglês), na Eslovénia, o que lhe "lixaxa" os seus planos ainda de ir a Paris e passar duas semanas em Portugal (na 1ª quinzena de outubro). 

O casal teve de fazer uma opção, algo dramática: a Vilma seguiu viagem para a Eslovènia (não há voos diretos de Lisboa para Lubliana) e o João ficou em Lisboa, na casa da mana Jacinta (!)... Sem babagens sem muda de roupa...(Parece que já recebeu a sua mala, de volta). Agora em Portugal, sobra mais tempo para dar umas voltas e fazer visitas aos seus muitos amigos..

Não tendo podido acompanhar o Rui Chamusco que o foi buscar ao aeroporto, espero dar-lhe um grande abraço fraterno, um dia destes, aqui na Lourinhã. (Sei que também anda com alguns problemas de mobilidade, tendo de recorrer a uma canadiana, como de resto se pode ver nas fotos.). Que sejas bem vindo, João, a Portugal, que tu nunca esqueces! E, tu Valdemar, espera por mim um dia destes, já uma "perna nova"...
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Notas do editor:


(**) Vd. poste de 3 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11448: Os nossos seres, saberes e lazeres (51): WE HAVE IT!!!.... Um linda história de amor, um reencontro ao fim de 40 anos, um casamento em Nova Iorque... E agora, que sejam felizes para sempre, meus queridos João (Crisóstomo) e Vilma (Kracum)! (Tabanca Grande)

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22551: In Memoriam (407): Celestino Augusto Patrício Bandeira (1946-2021), ex-Fur Mil da CCAÇ 2316/BCAÇ 2835 (Mejo, Guileje e Gadamael, 1968/69)

IN MEMORIAM

CELESTINO AUGUSTO PATRÍCIO BANDEIRA
Ex-Fur Mil da CCAÇ 2316/BCAÇ 2835


1. Mensagem de Rui Madeira e Silva, neto do nosso malogrado camarada Celestino Madeira, enviada ontem, dia 16, ao nosso Blogue:

Bom dia meus Senhores,
Esperando-vos bem.

Não sei se se lembram destes emails que trocamos há uns meses atrás, sobre o meu avô, Furriel Celestino Madeira, do BCaç 2835, CCaç 2316, Guiné 68-69.[*]

De qualquer modo, com muita pena minha, informo-vos de que o meu avô nos deixou hoje, depois de um ano muito complicado para eles e todos nós, familiares.

Quando falei com vocês, informei-vos que ele estava de boa saúde. Mas, sem que nada previsse, o Alzheimer tomou conta dele num ápice e a partir daí, o seu estado de saúde caiu a pique.

Aquilo em que eu gostava que me pudessem ajudar, seria no sentido de criarem um post no vosso blog a informar do facto e da data e local do funeral que vos indicarei oportunamente, assim como contatar alguém da unidade dele ou próxima, para que todos os camaradas dele e outros lhe possam prestar uma última homenagem.

Esperando ler de V. Exas,
Um abraço.
Os melhores cumprimentos
Rui Madeira e Silva


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2. Comentário do editor CV:

Os editores e a tertúlia deste Blogue apresentam as suas mais sentidas condolências à família do nosso camarada Madeira, agora falecido, assim como deixam um abraço ao seu neto Rui que em tempos nos contactou e que ontem nos deu esta triste notícia.
Cada camarada que parte vai deixando mais sós os que ainda da lei da morte se não libertaram. Aos camaradas da CCAÇ 2316 o nosso abraço fraterno.

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[*] - Vd. poste de 14 DE OUTUBRO DE 2020 > Guiné 61/74 - P21448: Em busca de... (307): Camaradas do Celestino Augusto Patrício Madeira, ex-fur mil, CCAÇ 2316 / BCAÇ 2835 (Bissau, Mejo, Gandembel, Guileje, Gadamael, Ganturé, 1968/69) (Rui Pedro Madeira e Silva, neto)

Último poste da série de 31 DE AGOSTO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22500: In Memoriam (406): Alcobaça homenageia personalidades alcobacenses entre as quais José Eduardo Oliveira (JERO) que este ano nos deixou, vítima do COVID-19 (Joaquim Mexia Alves / Blogue da Tabanca do Centro)

Guiné 61/74 - P22550: Esboços para um romance - II (Mário Beja Santos): Rua do Eclipse (70): A funda que arremessa para o fundo da memória

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 15 de Setembro de 2021:

Queridos amigos,
Jules acompanha Annette na viagem a Lisboa, passará uma semana na companhia dos dois. Paulo preparou-lhes um programa de arromba, muita digressão por lugares típicos, procura fazer comparações entre o passado da sua juventude e o presente, Lisboa conhecera um processo revitalizador depois da exposição de 1998, a dinâmica mantinha-se imparável, iam desaparecendo os armazéns que atravancavam a vista do Tejo, os bairros populares começavam a gentrificar-se e a conhecer referências no turismo internacional, os primeiros dias foram consagrados exatamente ao casco histórico tirando uma visita a Cascais e Estoril. Jules sente-se feliz com a receção, com as explicações que Paulo lhe dá sobre a evolução da cidade, mas tal como escreve à irmã o que o deslumbra é ver a felicidade da mãe, sempre entregue àquele estranhíssimo papel de cronista de algo que ultrapassa completamente Jules, uma tal guerra colonial em que Paulo andou metido, assiste a uma conversa estranhíssima em que se fala da vida hospitalar, de gente gravemente sinistrada, que compara as suas maleitas com as dos outros, e fica boquiaberto quando a mãe casquina uma cena tremenda de discussões no quarto onde Paulo tenta dormitar, um capitão furibundo com um furriel, chegam às vias de facto, um numa cadeira de pernas partidas e outro com uma faca romba, não se estivesse num hospital militar parecia uma comédia italiana.

Um abraço do
Mário



Rua do Eclipse (70): A funda que arremessa para o fundo da memória

Mário Beja Santos

Carta de Jules Cantinaux para a mana Noémie

Chère Noé, estou há quatro dias em Lisboa, sinto-me ultrapassado pela velocidade de tudo que o Paulo nos põe diante dos olhos, é uma cidade fascinante, ele começou por nos levar para uma zona chamada Alfama, tem a ver com a fundação da nacionalidade, depois da tomada de Lisboa aos Mouros nesta zona teriam ficado a viver as minorias muçulmanas e judaicas.

Quando olhamos este bairro histórico do Miradouro das Portas do Sol tem-se a sensação que tem um formato poliédrico, tudo pode ser posto a rodar, as formas encaixam perfeitamente. Quando cheguei, o Paulo logo me disponibilizou um mapa da cidade, um guia em francês, foi-me mostrando imagens antigas, reproduções de quadros de um pintor chamado Carlos Botelho, de um aguarelista chamado Roque Gameiro, falou-me da Lisboa antiga que ele conheceu nos anos 1950, os passeios que fazia aos fins-de-semana com a mãe, numa Alfama onde se cantava o fado, tal como noutros bairros populares que dão pelo nome de Mouraria e Madragoa. Procurou contextualizar a evolução da cidade, pediu-me para eu ler à noite alguns artigos sobre a cidade antiga e ler os textos do guia, fiz o possível por me documentar.

Na manhã seguinte, depois do pequeno-almoço, tomámos um táxi os três, visitou-se a catedral românico-gótica, o Paulo asseverou que tem os fundamentos assentes numa mesquita, é um edifício sóbrio, foi muito afetado pelo terramoto de 1755, o tesouro de alfaias religiosas é de uma sumptuosa riqueza. Subimos até outro miradouro, de nome Santa Luzia, uma vista espraiada sobre o Tejo, Paulo disse que do outro lado estava o Castelo de São Jorge, onde houve paço real e mesmo castelo dos Mouros, durante séculos esteve ao abandono, em 1940, por causa das comemorações dos centenários da fundação de Portugal e da sua independência, foi alvo de uma grande intervenção, visitei-o dois dias mais tarde, é uma outra panorâmica estarrecedora, para mim a mais bela de todas, bom, voltámos a subir para um outro miradouro, as Portas do Sol, e descemos junto a muralhas antigas que Paulo lembrou que eram medievais, e assim entrámos na Alfama.

Noé, senti-me num mundo antigo, há muitas obras de restauro em curso, mas aquelas ruas estreitas, os largos, os becos, as igrejas, as casas apalaçadas, as conversas em voz alta nas ruas dão um ambiente magnífico, é um passeio que se faz sempre com a curiosidade desperta, percorremos Alfama de alto a baixo, visitamos uma igreja que segundo a tradição foi onde nasceu Santo António e o Paulo contou-nos a devoção da mãe pelo Santo, todos os anos no dia 13 de junho ele acompanhava-a na procissão, tocava-lhe profundamente o apreço que a mãe sentia pelo milagreiro e casamenteiro.

Almoçámos num restaurante muito curioso em gabinetes privados, em frente dessa igreja, nunca tinha comido choco panado, a mamã pediu chocos com tinta, o que eu me ri quando lhe olhei para os lábios e os dentes, tudo enegrecido, mas tudo tão bem apaladado, com boa batata cozida e batata frita aos palitos. O Paulo pediu iscas, explicou-me que a receita portuguesa inclui banha, as iscas ficam a marinar em vinagre com louro, sal e pimenta, devem-se comer com batata cozida e uma porção de salada. Impressionou-me a variedade de sobremesas, os flans, mas o Paulo insistiu que eu provasse requeijão com compota, uma delícia. A mamã sempre feliz, às vezes corrigindo certas expressões do Paulo, por deferência comigo a conversa foi sempre em francês. E após o café tomou-se um novo táxi para uma zona chamada Chiado, o Paulo mostrou-nos um café recheado de obras de arte, de nome A Brasileira, e dizendo que mais tarde faríamos um passeio ali a preceito, descemos ao Rossio, falou-nos num importante hospital que aqui houve até ao terramoto, mostrou-nos a Igreja de São Domingos, onde tinham lugar casamentos reais e de onde partiam os condenados da Inquisição para morrer na fogueira.

Seguimos para a Praça dos Restauradores, o Paulo é admirador de um arquiteto do período Arte Deco e mostrou-nos um antigo cinema que está transformado em hotel mas que mantém exteriormente linhas maravilhosas, um risco surpreendente em que se cruzam o moderno e o antigo. Foi nessa altura que a mamã acusou cansaço e pediu para regressarmos a casa, ali ficámos os três a conversar à varanda e a olhar os quintais onde vi damas da noite, buganvílias, jasmins, árvores de fruto, muitos vasos espalhados com hibiscos, sardinheiras e camélias. O Paulo propôs que no dia seguinte fossemos a Belém e depois tomássemos o comboio até Cascais, faríamos depois um passeio junto ao mar até ao Estoril. Aceitámos, foi mais um dia extraordinário. E ontem andámos pelo Castelo de São Jorge, não me esqueço do nome de um largo, Menino de Deus, subimos à Graça, a dois miradouros, novo almoço típico, espetadas de peixe para todos, e de táxi seguimos para um local chamado Campo dos Mártires da Pátria, novo miradouro, chamado Torel, ali avistámos a tal Praça dos Restauradores e o tal antigo cinema Éden.

Novamente de táxi seguimos para outro percurso, a Madragoa, foi entrada por saída, Paulo ainda queria que visitássemos o Museu Nacional de Arte Antiga, a mamã e eu ficámos deslumbrados até pela riqueza de Arte Flamenga. E quando regressamos a casa o Paulo disponibilizou-me o catálogo de uma exposição que ocorrera em 1991 em Antuérpia, com o título de Feitorias, no âmbito da Europália Portugal, ele gosta muito de Antuérpia e mostrou-me um bilhete que tem junto da sua secretária, uma reprodução da descida da cruz, pintura de Rubens, está na catedral.

Querida Noé, sinto-me profundamente feliz por dois motivos. Nunca pensei em ter umas férias como estas, os aspetos típicos e o caráter desta cidade deslumbram-me, o acolhimento do Paulo não podia ser melhor. E vejo a mamã enternecida, é grande o amor que os une e eles não escondem o apreço mútuo. Há momentos em que me ponho à margem só para os ver conversar, inevitavelmente o tema da tal guerra da Guiné vem à baila, numa das últimas noites a mamã dava gargalhadas com as descrições que o Paulo fazia sobre a sua ida para um serviço de Neuropsiquiatria de um hospital militar em Bissau. Ele falava numa enfermaria de três camas, numa estava um capitão que pedira por duas vezes a vinda de meios aéreos para entregar aerogramas para a mãe, ato inconcebível, tresloucado, para o capitão era a coisa mais natural do mundo, veio para o hospital para se tratar; noutras estava um furriel que pisara um sistema de minas antipessoal, andara pelos ares, ficara fisicamente sem danos mas com profundas alterações psicológicas, o Paulo viera para tratamento, tomava vários medicamentos ao longo do dia, tudo se tornava difícil com as discussões permanentes entre os outros dois doentes, o capitão acusando o furriel de chanfrado e o furriel verberando o capitão como tarado sexual, todos os dias aparecia por ali uma lavadeira a quem o capitão acariciava os seios e depois entregava vinte escudos, cena patética, o Paulo deitado, sem tugir nem mugir, o furriel encrespando o capitão, que não lhe respondia.

Mas a mamã deixou de rir quando o Paulo abordou um aspeto insólito daquela estadia, à hora da visita aos doentes, noutras enfermarias, ouviam-se conversas em que se comparava quem estava mais doente do que o outro, isto é, quem só tinha perdido uma perna, uma mão ou um olho parecia que estava mais confortado que quem perdera duas pernas, duas mãos ou a vista toda. Nesse período em que os doentes andavam numa certa liberdade, parecia que todos se concitavam para junto das varandas ver os helicópteros com os feridos, era uma estranha partilha do sofrimento alheio. Depois trocavam-se notícias, procuravam-se patrícios doentes, dava-se informação sobre quem veio queimado, quem estava no bloco operatório, se havia estilhaçados da cabeça aos pés… Se a contabilidade dos danos já era confrangedora, o Paulo sentia-se assombrado com ele voyeurismo dos sinistrados, passou lá uma semana e todos os dias olhava para este espetáculo arrelampado.

Ficou combinado que amanhã vão falar os dois à noite sobre a visita das senhoras da Cruz Vermelha e do Movimento Nacional Feminino, foi aí, naquele quartinho de três camas, que aconteceu o espetáculo mais insólito da estadia do Paulo. Vou estar atento a essa tão bizarra conversa, a mamã toma nota de tudo, está sempre a pedir fotografias, às vezes duvido que ela esteja interessada em escrever um livro e queira mais um álbum comentado, mas também percebo, aquilo é um mundo completamente novo na vida dela, este romance que ela prometeu escrever tem para ela um grande valor simbólico, é como um conto das mil e uma noites que une indelevelmente o narrador e quem o escuta. Querida Noé, estou tão feliz por mim e pela mamã, não acredito que tu não queiras fazer férias em breve em Lisboa. Sabe-se lá se a mamã não virá para cá viver quando chegar a idade da reforma. Escrevo-te antes de partir, está prometido. Bisous, ton frère, Jules.

(continua)

Hospital Militar Nº 241, Bissau
Rua do Arco do Marquês do Alegrete, aguarela de Roque Gameiro
Cerca Fernandina de Lisboa
Miradouro Portas do Sol, Alfama
Antigo cinema Éden, do genial Cassiano Branco
Sala do cinema Éden, interior do antigo cinema, as linhas puras e dinâmicas da Arte Deco
Um dos mil recantos da Lisboa antiga
Edifício da Rua dos Bacalhoeiros, ao lado da Casa dos Bicos, hoje Fundação José Saramago
Descida da Cruz, Rubens, Catedral de Antuérpia
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Nota do editor

Último poste da série de 10 DE SETEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22529: Esboços para um romance - II (Mário Beja Santos): Rua do Eclipse (69): A funda que arremessa para o fundo da memória

Guiné 61/74 - P22549: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (125): O nosso Blogue foi contactado por uma sobrinha-bisneta de Cunha Gomes, Régulo da Tabanca de Binhante (Teixeira Pinto) nos anos 70 (Jorge Picado)

Nesta foto, publicada por Jorge Picado em 18 de fevereiro de 2010, identificado pela sua sobrinha-bisneta Luísa, vemos Cunha Gomes, o então Régulo de Binhante, a ser entrevistado, em 25 de junho de 1971. A populção, manjaca, tinha sido alvo de um "ato terrorista" do PAIGC.

Binhante, (...) ficava sensivelmente a meio do percurso de Teixeira Pinto - Pelundo, distando pouco mais do que 5 quilómetros de cada e os elementos do PAIGC, do Churo ou Coboiana, foram lá! Portanto no dia 25 pela manhã, lá tive de acompanhar os camaradas, possivelmente da CCaç 2660, que foram fazer o levantamento da ocorrência e ajuizar dos estragos, para que na medida do possível e, quanto mais depressa, se obtivessem os meios para recompor a situação.  Das minhas breves notas respigo “Colecta e roubo em Binhante – Incendiaram 14 moranças, grandes estragos POP. Ameaças e sevicias, levaram POP como carregadores. 4 Sacos arroz na Gouveia em nome do CAOP. Assinei eu. Binhante 2 vezes”(...)  (*)

Foto (e legenda): © Jorge Picado (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Comentário de uma nossa leitora (guineense, presumimos, ou luso-guineense), que se identificou como Luísa, publicado no dia 15 de Setembro de 2021 no Poste 5838[*], do nosso camarada Jorge Picado, de 18 de Fevereiro de 2010:

Boa noite Sr. Jorge.

Após algumas pesquisas sobre Binhante, a terra natal da minha mãe, deparei-me com este blogue e devo dizer que fiquei surpreendida com a casualidade. O senhor que está a ser entrevistado na foto é o meu tio-bisavô, chama-se Cunha Gomes e era o régulo de Binhante. A informação dada pela minha avó coincide com o que o senhor Jorge narra na descrição da foto. Obrigado por partilhar estas relíquias que me permitem conhecer a identidade da minha família.

Os melhores cumprimentos!
Luísa

2. Referindo-se à foto, dizia Jorge Picado no poste P5838:

Na imagem são bem evidentes os sinais de habitações destruídas pelo fogo. Pode-se ver parte duma casa, representada por uma parede – feita em adobos de lama – e rachada no canto, com sinais de fumo por cima duma abertura – janela ou porta –, sem telhado e os restos de cibes queimados, em segundo plano, que suportavam exteriormente a cobertura, sinais mais do que suficientes de ter sofrido um incêndio recente. 

Além disso há dois militares – um metropolitano sentado com gravador ao lado e um guineense, talvez cabo, segurando o microfone na mão direita – registando o depoimento dum nativo – que pela veste e pés calçados demonstra um certo estatuto, chefe de tabanca (?) – acompanhado de outros naturais, um dos quais – o do chapéu – revela uma cara carrancuda. 

Repare-se na forma tradicional de transporte natural dos bebés por estas mães que, pelas suas vestes, mostram igualmente possuir um certo estatuto social. Seriam as mulheres do que está a ser entrevistado? Quem seria o militar sentado? De alguma das subunidades do CAOP 1? Ou do PIFAS de Bissau? As mesmas interrogações faço sobre o que segura o microfone, mas como poucos são aqueles desse tempo que militam na Tabanca, não creio poder chegar a qualquer conclusão.

Localização da Tabanca de Binhante a norte de Teixeira Pinto. 

© Infogravura Luís Graça & Camaradas da Guiné - Carta de Teixeira Pinto 1:50.000


3. Respondendo ao comentário, escreveu Jorge Picado:

Luísa

Desculpe tratá-la apenas pelo seu único nome, pois é pena não se ter identificado melhor.

Se por ventura voltar a este postado e verificar esta minha resposta, verificará que  ainda por cá permaneço.

Fiquei muito sensibilizado por esta partilha que deixei para memória futura, ter servido para, ao fim de mais de 10 anos, alguém com raízes naquele território, que nos marcou profundamente, ter visto um seu antepassado, identificando-o para que não ficasse no anonimato, como tantos outros.

Repare-se que as minhas notas foram colocadas 39 anos depois dos acontecimentos, quando resolvi finalmente falar pela primeira vez de acontecimentos que tinha "enterrado num buraco mais profundo do meu cérebro" e a minha memória já apresentava muitas falhas. Por isso as minhas lacunas e interrogações.

Obrigado por esta surpresa que me deixa MUITO FELIZ.
Bem haja.
JPicado


********************

4. Comentário do editor CV:

Está provado que o mundo é pequeno e que o nosso Blogue, sendo grande, continua a trazer-nos a cada passo novas surpresas. (**)

Desta vez foi o contacto da nossa leitora Luísa, uma sobrinha-bisneta do régulo de Binhante dos anos 70, que viu no nosso Blogue uma referência a este seu antepassado que provavelmente nem conheceu.

Esperamos que a Luísa volte ao nosso contacto e nos fale dela, das suas raízes guineenses e do que ouviu dizer do seu tio-bisavô Cunha Gomes.

Por outro lado, o nosso camarada Jorge Picado há-de sentir-se mesmo muito feliz por uma das suas memórias trazer até nós, passados mais de 50 anos, alguém ligado, por laços familiares, a uma personalidade por ele referenciado.

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Notas do editor

[*] - Vd. poste de18 DE FEVEREIRO DE 2010 > Guiné 63/74 - P5838: Estórias de Jorge Picado (12): A minha passagem pelo CAOP 1 - Teixeira Pinto (VII): Colecta e roubo em Binhante

Último poste da série de 18 DE JUNHO DE 2021 >
Guiné 61/74 - P22295: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (124): O "periquito" Henrique Matos, 1º cmdt do Pel Caç Nat 52, que eu conheci no Enxalé em 1966 (João Crisóstomo, Nova Iorque)

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22548: (Ex)citações (392): Vamos lá pôr os pontos nos iii... “Exageros de Marcelino da Mata?“ (Carlos Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879)

1. Comentário do nosso camarada Carlos Silva, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (Jumbembem, 1969/71), publicado no Poste P22539 em 14 de Setembro de 2021:

Amigos e camaradas:

Vamos lá pôr os pontos nos iii...

“Exageros de Marcelino da Mata?“

No livro agora recenseado pelo nosso camarada Mário Beja Santos,[*] é referido a páginas 71/72 que os “Roncos de Farim” foram chamados de urgência para tentarem resgatar a CCaç 1546/BCaç 1887, que fora apanhada à mão pelos guerrilheiros quando efectuava um reconhecimento em força na fronteira, mencionando:

"Em Agosto de 1967 …
[Pediram-me que os trouxesse de volta à Guiné Portuguesa. Sabia-se que tinham sido levados para um aquartelamento onde estavam foças do PAIGC e um batalhão de paraquedistas senegaleses. E nós lá fomos, 19 homens para resgatar 150!

Os do meu grupo iam todos fortemente armados, mas eu não. Levava apenas uma tanga igual à que os senegaleses usam naquela zona. Foi assim que consegui chegar perto do arame farpado. Os presos portugueses estavam todos sentados na parada, descalços e em cuecas. Um deles reconheceu-me e avisou o capitão.

Depois passaram palavra entre eles e esperaram pela acção“



“Atirei uma granada ofensiva para o meio da parada e no meio de grande tiroteio gerou-se confusão. Os “páras” senegaleses desataram a fugir e aproveitamos para tirar dali os nossos.

Foi assim que fugiram - descalços. Fizeram 40 quilómetros até à fronteira escoltados por nove homens do meu grupo, enquanto outros 10 ficaram para trás a aguentar os tipos do PAIGC.

Quando finalmente chegaram à Guiné Portuguesa, voltámos para trás para dar porrada aos guerrilheiros. Foi uma operação em que ganhei a Torre Espada, recorda Marcelino .” ]


O Autor não refere a fonte de onde extraiu este episódio, que nos faz lembrar os filmes de cowboys.

A
CCaç 1546 pertencente ao BCaç 1887 comandado por um grande combatente Ten Cor Agostinho Ferreira, seguiu em 13Maio66 para Piche, a fim de efectuar a instrução de adaptação operacional, sob orientação do BCaç 1856, até 02Jun66.

Seguidamente foi colocada em Nova Lamego, como subunidade de intervenção e reserva do Comando-Chefe e orientada para actuação na Zona Leste, onde foi atribuída ao Agr 24. Inicialmente, foi utilizada em operações realizadas nas regiões de Bucurés/Camajabá, Madina do Boé, Ché-Ché e Beli, entre outras, em reforço do BCaç 1856.

De 20 a 22Set66, foi utilizada numa operação realizada na região de Madina-Enxalé, em reforço do BCaç 1888.

Em 20Out66, transferiu a sua sede para Fá Mandinga, mantendo-se em reforço do BCaç 1888, tendo realizado várias operações nas regiões de Xitole, entre outras.

Em 16Dez66, foi substituída em Fá Mandinga pela CCAÇ 1589 e recolheu seguidamente a Bissau, onde se manteve até 27Dez66, após o que seguiu para Binta. Em 28Dez66, rendendo a CCaç 1550, assumiu a responsabilidade do subsector de Binta, com um pelotão destacado em Guidage, ficando então integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão, BCaç 1887.

Em 13Jan68, foi rendida pela CArt 1648 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

[In, Estado-Maior do Exército – Comissão para o Estudo das Campanhas de África ( 1961-1974 ), 7.º Volume – Fichas das Unidades - Tomo II – Guiné – 1.ª Edição – Lisboa 2002]

Ora, face à experiência de combate desta Unidade CCaç 1546, como decorre do seu pequeno historial, qual é o Combatente de boa fé que acredita nesta história que nos faz lembrar os filmes de cowboys?

Não vi, não ouvi e nem li e nem acredito que algum dos gloriosos Combatentes desta UNIDADE pertencente ao glorioso BCaç 1887, comandado por um Comandante de gabarito, Ten Cor Agostinho Ferreira, que alguma vez tenham omitido uma tamanha humilhação resultante do episódio descrito no mencionado livro intitulado "No mato ninguém morre em versão John Wayne, Guiné o Vietname português", págs 71/72 da autoria . da autoria de Jorge Monteiro Alves.

O nosso camarada bloguista Domingos Gonçalves, ex-Alferes da CCaç 1546[**], que esteve sediada em Binta com um Pelotão destacado em Guidage, e que por duas vezes esteve a comandar o pelotão destacado em Guidage, não faz qualquer alusão no seu diário composto por 3 volumes a um episódio de semelhante natureza.

Eu também nunca ouvi da boca de vários elementos dos “Roncos de Farim“, inclusive do próprio Marcelino da Mata, tamanha façanha, caso contrário teria mencionado no meu livro “Os Roncos de Farim“, na medida em que tratava-se de uma intervenção do grupo e por certo teria de ser comandado pelo Alf Filipe Ribeiro, à altura comandante deste grupo aguerrido, que não era e nunca foi comandado por Marcelino da Mata.

Vamos lá desfazer as mentiras, nem oito, nem oitenta.

Carlos Silva

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Notas do editor

[*] - Vd. poste de 13 DE SETEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22539: Notas de leitura (1381): "No mato ninguém morre em versão John Wayne, Guiné o Vietname português", por Jorge Monteiro Alves; LX Vinte e Oito, 2021 (Mário Beja Santos)

[**] - Vd. poste de 20 DE DEZEMBRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P14057: (Ex)citações (255): O Marcelino da Mata, que foi um militar valoroso, não precisa que se inventem, e lhe atribuam episódios desse género (Domingos Gonçalves)

3. Esclarecimento do camarada Domingo Gonçalves.

Prezado Manuel Luís Lomba:
Respondendo ao teu pedido de esclarecimento tenho a referir o seguinte:
Quando se realizou a operação em causa eu estava a comandar o destacamento de Guidage pelo que acompanhei muito de perto a operação Chibata.
Os Comandos de Farim - os Roncos -, como eram conhecidos, participaram na operação, comandados pelo Marcelino da Mata, que teve, uma intervenção importante no desenrolar dos acontecimentos.
Participei, aliás, em várias ações levadas a cabo pela CCAÇ 1546, reforçada pelo citado grupo. O Marcelino era um combatente arrojado. Teve influência decisiva em várias ações de combate. Ele e o grupo, claro.
Contudo, sobre o episódio da libertação de prisioneiros, pertencentes à minha Companhia, apenas posso referir, que é mentira. Quer a minha Companhia, quer as outras duas, a 1547 e a 1548, que integravam o BCAÇ 1887, fizeram, ao longo da sua permanência na Guiné, prisioneiros, mas não sofreram prisioneiros.
Vi, também, na Net, a descrição do episódio que referes. Uma libertação, aliás, de prisioneiros, de forma bastante simplória. Como disse, é pura mentira.
O Marcelino, que foi um militar valoroso, não precisa que se inventem, e lhe atribuam episódios desse género.


Último poste da série de 12 DE SETEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22538: (Ex)citações (391): Ainda não sabemos a proveniência da foto de capa do livro do TCor Pedro Marquês de Sousa, "Os números da guerra de África" (Guerra e Paz Editores, 2021), escolhida pela editora (António Bastos / Carlos Vinhal)

Guiné 61/74 - P22547: Tabanca Grande (526): Manuel Oliveira, ex-fur mil at inf, 1ª CCAÇ / BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74): senta-se no lugar nº 850, à sombra do nosso poilão


Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Da esquerda para a direita, o autor (ex-fur mil enf, CART 6520/72, Mampatá, 1972/74), o Manuel Oliveira, vizinho de Vila Nova de Gaia, e novo membro da nossa Tabanca Grande (nº 850), e ainda um camarada da equipa de enfermagem do António Carvalho,  o ex-primeiro  cabo aux enf Mendes Celso.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2021). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



O novo membro da Tabanca Grande, 
nº 850, Manuel Oliveira


1. Mensagem de Manuel Oliveira, ex-fur mil at inf, 1ª CCAÇ / BCAÇ 4513/72, Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74)


Data - 15 set 2021 18:10

Assunto - Admissão na Tabanca Grande

Caro Luís Graça

No passado sábado dia 11, tive o prazer de te conhecer na Tabanca dos Melros, momentos antes da apresentação do livro do camarada Carvalho de Mampatá. Após breves palavras de apresentação, e fotografias tiradas para recordação, eu comprometi-me a reenviar o mail de solicitação de admissão á Tabanca Grande, para o endereço de mail acima indicado.

Aqui vai o referido mail encaminhado. Em anexo envio duas outras fotografias, para que a equipa de direcção do blogue escolha aquelas que entender mais convenientes.

Sem outro assunto de momento, e na expectativa de resposta, desejo uma recuperação rápida da tua saúde, e envio um abraço de camaradagem de um antigo combatente.

Abraço
Manuel Oliveira



2. Mensagem anterior de Manuel Oliveira, datada de terça-feira, 16 de fevereiro de 2021, às 16:35


Caro Luis Graça:

Descobri a existência do vosso blogue há algum tempo, e a partir desse dia, adquiri o "vício" de o visitar, inicialmente por curiosidade e mais recentemente por habituação, quase por adição.

Apresento-me do seguinte modo:

Manuel Rufino Tavares de Oliveira
Ex-Fur Mil At Inf
1ª CCAÇ / BCAÇ 4513
(Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74)


Embarque a 16 de Março de 1973 no Uíge, IAO em Bolama, Buba e temporariamente em Mampatá. Regresso algures em Setembro de 1974.

O impulso que me levou a escrever este mail, foi 
despoletado pelos vários textos escritos por diferentes camaradas que pisaram o mesmo chão que eu, e que despertaram em mim memórias escondidas, as quais ao recordar me transportam aos verdes anos da juventude, e àquela experiência de vivências emocionais fortes, que nos confrontavam com a incerteza permanente da vida ou morte.

Assim: solicito a vossa apreciação sobre a eventual admissão de membro da Tabanca Grande.Em anexo junto duas fotografias conforme indicado no Blogue.Abraço
Manuel Oliveira

3. Comentário do editor LG:

Camarada Manuel Oliveira, embora breve, foi agradável e simpática a nossa conversa, na Tabanca dos Melros, enquanto aguardávamos o início da sessão de lançamento do livro do António Carvalho, teu contemporâneo da Guiné e teu vizinho (tu, de Vila Nova de Gaia, ele de Gondomar).

Quando me falaste do teu pedido para entrar na Tabanca Grande, já formulado há uns meses atrás, dei-me logo conta de ter havido uma anomalia, ou extravio do teu mail, ou lapso nosso na resposta. Posso agora confirmar que fomos nós que falhámos: embora marcada com estrela, a tua mensagem ficou sem resposta este tempo todo. A pandemia de Covid-19 pode servir de atenuante mas não de desculpa.

Mas ainda bem que não esmoreceu o teu interesse pelo nosso blogue. És recebido de braços abertos pela malta da Tabanca Grande, a que te juntas nesta data, sentando-te sob o nosso fraterno e simbólico poilão,  no lugar nº 850.

Temos oitenta refereências ao teu batalhão, o BCAÇ 4513. És o primeiro militar da 1ª companhia a integrar o blogue.

Da 2ª companhia, já cá temos o António Murta, ex-alf mil inf Minas e Armadilhas (que tem mais de 90 referências, sendo autor da notável série "Caderno de Memórias de A. Murta, ex-Alf Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513"); e ainda o José Carlos Gabriel (ex-1.º Cabo Cripto): ambos estiveram en Nhala, 1973/74.

Há um terceiro camarada, o Fernando Silva da Costa, ex-fur mil trms da CCS/BCAÇ 4513.

Se nos tens seguido, desde há muito, conheces bem as regras de organização e funcionamento do blogue. Mas aqui ficam para teu governo. Agora instala-te e, logo que puderes, conta-nos mais coisas sobre o teu tempo de Guiné.  As fotos e textos, para publicação,  deverão passar sempre por um dos nossos editores. 

Um alfabravo, Luís Graça, em nome de toda a Tabanca Grande.


4. Fichas de unidade > Batalhão de Caçadores n.º 4513/72

Identificação; BCaç 4513/72
Unidade Mob: RI 15 - Tomar
Cmdt: TCor Inf César Emílio Braga de Andrade e Sousa | TCor Inf Carlos Alberto Simões Ramalheira | Maj Inf Duarte Dias Marques
2º Cmdt: Maj Inf Duarte Dias Marques
OfInfOp/Adj: Cap Inf Jorge Feio Cerveira
Cmdts Comp: CCS: Cap SGE Carlos Santos Pereira | Alf SGE Jerónimo dos Santos Rebocho Carrasqueira
Lª Comp: Cap Mil Inf João Luís Braz Dias
2ª Comp: Cap Mil Inf Domingos Afonso Braga da Cruz | Cap Mil Inf grad José António Campos Pereira
3.ª Comp: Cap Mil Cav João Carlos Messias Martins | Cap Mil Inf Joaquim Manuel Guerreiro Dias
Divisa: "Non Nobis"
Partida: Embarque em l6Mar73; desembarque em 22Mar73 | Regresso: Embarque em 03Set74 (3ª Comp), 04Set74 (2.ª Comp) e 06Set74 (Cmd, CCS e 1ª Comp)


Síntese da Actividade Operacional

Após realização da IAO, de 26Mar73 a 22Abr73, no CIM, em Bolama, seguiu, em 27 Abr73, para o sector de Aldeia Formosa, com as suas subunidades, a fim de efectuar o treino operacional e sobreposição com o BCaç 3852.

Em 13Mai73, após o final do treino operacional, ficou, com as suas subunidades, na dependência operacional do referido BCaç 3852, que manteve, entretanto, a responsabilidade do sector, sendo orientado para reforço da contrapenetração e reacções à pressão inimiga na área.

Em 27Jun73, passou a batalhão de intervenção do CAOP 1, orientado para a interdição do corredor de Missirã e acções na região de Nhacobá-Nhacobá, estabelecendo a sede em Cumbijã a partir de 29Jun73, integrando as forças instaladas em Cumbijã e Colibuia, além das suas próprias subunidades estacionadas no sector S2, em Aldeia Formosa e Mampatá.

Em 10Ag073, rendendo então o BCaç 3852, assumiu a responsabilidade do referido Sector S2, com a sede em Aldeia Formosa e abrangendo os subsectores de Buba, Nhala, Mampatá e Aldeia Formosa.

Em 06Set73, a função de intervenção já anteriormente executada pelo batalhão foi temporariamente atribuída ao BCaç 4516/73 até 300ut73.

Desenvolveu intensa actividade operacional, tendo comandado e coordenado diversas acções e operações e a realização de patrulhamentos, reconhecimentos e acções de vigilância da fronteira e de contrapenetração.

A par disso, actuou ainda na protecção aos trabalhos de abertura e melhoramento de itinerários e de segurança e defesa das populações e da sua promoção sócioeconómica.
Dentre o material capturado mais significativo, salienta-se: 1 metralhadora ligeira, 5 espingardas, 1 lança-granadas foguete, 61 granadas de armas pesadas e a detecção e levantamento de 30 minas.

A partir de 07Ag074, comandou e coordenou a execução do plano de retracção do dispositivo e a desactivação e entrega dos aquartelamentos ao PAIGC, a qual foi sucessivamente efectuada nos subsectores de Mampatá, em 29Ag074, de Aldeia Formosa, em 31 Ag074, de Nhala em 02Set74 e de Buba, em 04Set74.

Em 31Ag074, foi transitoriamente deslocado de Aldeia Formosa para Buba, onde se manteve até à desactivação e entrega do aquartelamento em 04Set74, após o que recolheu a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

A 1ª CCAÇ / BCAÇ 4513/72, após o treino operacional no subsector de Buba com a
CCaç 3398, sob orientação do BCaç 3852, passou a reforçar a actividade daquela subunidade no esforço realizado de contrapenetração no referido subsector e depois integrada no seu batalhão, na função de intervenção que lhe foi atribuída, tendo-se instalado, a partir de 17Mai73, em Mampatá.

Em 15Ag073, rendendo a CCaç 3398, assumiu a responsabilidade do subsector de Buba, mantendo-se integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão.

Em 04Set74, após a desactivação e entrega do aquartelamento ao PAIGC, recolheu a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Excerto de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas das Unidades: Tomo II - Guiné - 1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002, pág.170/171.

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Notas do editor:

Último poste da série > 14 de setembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22542: Tabanca Grande (525): José Emídio Ribeiro Marques, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro da 3.ª Comp/BCAÇ 4616/73 (Jumbembem, Farim e Canjambari, 1974), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 849