sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Guiné 61/74 - P22711: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte XIX: As hortinhas... dos "durões"


Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Cumbijã > CCAV 8351 (1972/74 > Da Esquerda para a direita os agricultores improváveis: Furriel Machado, 1.º Cabo José Carlos e Alferes Afonso.  



Foto nº 2  >  Guiné > Região de Tombali > Cumbijã > CCAV 8351 (1972/74 > A hortinha do José Carlos, estrategicamente plantada junto aos nossos chuveiros aproveitando a rega automática.

Fotos (e legendas): © Joaquim Costa  (2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




O ex- furriel mil Joaquim Costa: natural de V. N. Famalicão,
vive hoje em Fânzeres, Gondomar, perto da Tabanca dos Melros.
É engenheiro técnico reformado.
Tem quase pronto o seu livro de memórias (, a sua história de vida), 
de que estamos a editar alguns excertos, por cortesia sua.


Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-Furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) (*)


Parte XIX - AS HORTINHAS... DOS “DUROS” DO CUMBIJÃ


Fartos de arroz com estilhaços e ração de combate, muitos procuravam por todos os meios encontrar suplementos alimentares para aguentar melhor a dureza da guerra.

Muitos recorriam aos familiares da metrópole que lhes enviavam vitaminas, chouriços, alheiras e até maranhos! Chegava já tudo (o que chegava!) estragado, mas não se desperdiçava nada!

Outros, mais à japonesa: Ensina a pescar, não ofereças o peixe... recebiam sementes de couve, tomate, alface, etc, construindo as suas próprias hortinhas.

Talvez devesse ocultar toda esta história que pode afetar, indelevelmente, a reputação destes três duros do Cumbijã, plantando hortinhas em pleno teatro de guerra!!!… A verdade sobre a guerra colonial assim o exige!

A Horta do Machado – Cientificamente perfeita (ou não fosse ele Engenheiro Técnico Agrário). Foram estudadas as correntes de ar, a exposição solar, a humidade da terra bem como o seu PH;

A Horta do Afonso – Toda ela construída tendo por base uma brochura, que lhe enviaram de Miranda do Douro (escrito em Mirandês para ninguém copiar), com o título: Hortofloricultura para principiantes.

A Horta do Zé Carlos – Construída com base no saber popular, passado de pais para filhos, bem como das informações do Borda d’água... em Crioulo.

Reconheço que só provei as alfaces do Afonso. Estas eram colhidas já lavadas, desinfetadas e temperadas, dado a rega diária feita pelos soldados que justificavam o gesto com a falta de latrinas (justificação que também aproveitei!).

Presumo, contudo, que as melhores, tendo em conta o método utilizado, seriam, obviamente, as do Zé Carlos, por ser as que mais se aproximavam do que hoje se designa de agricultura biológica.

Quem passava ao lado destas “picuinhices” (cheguei a escrever “mariquices” que logo apaguei já que hoje é proibido e, bem, utilizar este termo na tropa…) das hortinhas era o Albuquerque que muitas vezes me convidou para comer uma sopinha feita por ele, com muita hortaliça.

Recebia frequentemente sopas instantâneas “Maggi”, enviadas com muita ternura e amor pela sua Mãezinha.

Eu ficava maravilhado com aquilo. Aquecia-se a água, com o álcool e algodão do Caetano, deitava-se para dentro do tacho (creio que uma lata) a “mistela” do saco, e, quase por milagre, apareciam couves, cebolas, cenouras... Isto em 1973, nas matas da Guiné! Só de fidalgos!

Ao Albuquerque tenho-lhe uma gratidão enorme, pois que, para além dos convites para jantar e da grande cumplicidade no comando do 1º pelotão, foi quem mais agastado ficou com as pequenas, para ele grandes, injustiças que nestes contextos sempre acontecem, assumindo as dores... e a vergonha alheia. Este homem é grande. Sempre de coluna direita!



Foto nº 3 > Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > CCAV 8351 (1972/74 >   Os três magníficos furriéis do 1.º pelotão (mais tarde, eu  fui deslocado para o 2.º): Albuquerque (o condutor); Costa (primeiro da esquerda do banco de trás); Azambuja Martins (também no banco de trás) e o meu amigo que frequentou o Colégio Interno das Caldinhas (Santo Tirso) do 4.º pelotão. O jipe pertencia ao BENG  447.

(Continua)
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Guiné 61/74 - P22710: Manuscrito(s) (Luís Graça) (207): Parabéns, querida "abobrinha", ao km 2 da tua estrada da vida!



Lourinhã > Festival da Abóbora e Mostra Urbana de Dinossauros > Praça D. Lourenço Vicente > 31 de outubro de 2021 > Lourinhanosaurus > A Clarinha, de costas, e de "abobrinha" na cabeça,  "medindo" o lagarto da Lourinhã, com cerca de 4,5 metros de comprimento. Era um dinossauro terópode carnívoro que viveu durante o Jurássico Superior (c. 150 milhões de anos).  A Clarinha  adora dinossauros e já foi visitar o DinoParque da Lourinhã. (Fotos tiradas em fim de tarde e em dia de chuva.)

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2021). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

O sonetos dos 2 anos, 24 meses, mais de 720 dias. 17280 horas... 
Adaptado da contracapa do livro, "Poemário da Clarinha", de Luís Graça (2021)


POEMÁRIO DA CLARINHA 

coletânea de textos poéticos

dedicados pelo autor à sua primeira neta

Clara Klut Graça,

mensalmente,

nos dois anos iniciais da sua vida,

comemorando o seu nascimento

e selando outros momentos

 e eventos significantes

para a sua história


TÍTULO: POEMÁRIO DA CLARINHA | EDIÇÃO: AUTOR | ANO: 2021 | Nº DE PÁGINAS: 52 | TIRAGEM: 50 EXEMPLARES 


POSFÁCIO

(nota de fecho de um livro sempre aberto)


Poemário da Clarinha: dois anos de vida e uma pandemia (2019-2021)

Este livrinho é uma homenagem à Clara Klut Graça, aos seus pais, aos seus avós e a todos aqueles que a amam. Viemos propositadamente ao Funchal, seus pais, de Lisboa, e seus avós paternos, da Lourinhã, para festejar o seu 2º aniversário.

 A Clarinha tinha acabado de nascer às 6 da manhã do dia 12 de novembro de 2019 e logo o avô Luís lhe fez, duas horas depois, os primeiros versinhos a saudar a sua vida ao mundo. Que leu, em voz alta, para ela, a mamã e o papá, no Hospital da Luz, nesse mesmo dia.

Depois ficou a promessa de lhe continuar a fazer uns versinhos todos os meses, celebrando o milagre da vida e do amor. E a promessa manteve-se, até hoje.

Quando a Clarinha começou a conhecer mundo, veio a pandemia de Covid-19 e os nossos contactos ficaram muito mais limitados. Os versinhos, em cada dia 12 do mês, acabaram por se tornar num ritual. De início, matávamos as saudades por videochamada ou visitas de carro, à distância. Logo em 19 de março de 2019 veio, com os pais, à Lourinhã para dizer adeus aos avós. Da rua para a varanda do 3º andar. Em abril, já passou uns dias em Candoz. Em junho e julho fez as primeiras férias no Funchal e Porto Santo. Na Madeira, vivem os seus avós maternos, os Câmara e os Klut, bem como tios e primos. Já lá foi várias vezes e adora viajar de avião.

E depois foi o seu desenvolvimento normal como qualquer bebé. Com oito meses já se sentava. Em outubro, a mamã voltou ao trabalho e a Clarinha foi para o berçário (e depois infantário) … Começou a falar por volta dos 16 meses, em março de 2021. Em abril voltou a Candoz. Dormiu, pela primeira vez, em casa dos avós, em Alfragide, em julho de 2021. Passou pelo Algarve em setembro, e começou a andar aos catorze meses… Aos dezasseis já tinha o seu léxico próprio…

Até aos quatro meses, o avô-poeta usou a quadra popular, de sete sílabas métricas (ou poéticas). A partir de abril de 2020, ousou aventurar-se pelo soneto (composto de 14 versos, divididos em quatro estrofes, subdividindo-se por sua vez em dois quartetos e dois tercetos). Dá preferência ao verso com 10 (decassílabos ou heroicos) ou 12 sílabas poéticas (dodecassílabos ou alexandrinos)…   

Fica aqui o resultado destas gracinhas poético-sentimentais… sobretudo para ela mais tarde recordar ou redescobrir.  Quando a Clarinha souber ler e escrever, talvez ache alguma graça a estes versinhos, que foram feitos com muito ternura e amor (e, às vezes, em noites claras, quando o avô-poeta, sem sono, contava carneirinhos). Para os seus pais, avós e demais família e amigos, é também uma forma de refrescar as suas melhores memórias deste tempo que parece ter passado tão depressa (apesar da pandemia), agora que a Clarinha entra no ANO III da sua vida.

Funchal, 12 de novembro de 2021.

O autor e avô, Luís Graça

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Nota do editor:

Último poste da série > 2 de novembro de  2021Guiné 61/74 - P22681: Manuscrito(s) (Luís Graça) (206): A tradição do pão-por-deus, no tempo em que as criança não eram mimadas mas eram reizinhos por um dia...

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Guiné 61/74 - P22709: Memória dos lugares (429): Formosa és tu, Cacela... (Poema e fotos do Eduardo Estrela, ex-fur mil at inf, CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71)



Vila Real de Santo António > Cacela Velha > 8 de novembro de 2021, ao pôr do sol

Texto e Fotos (e legendas): © Eduardo Estrela (2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.Mensagem do nosso amigo e camarada Eduardo Estrela (ex-fur mil at inf, CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71;  vive em Cacela Velha, (en)cantatada por Sophia, e que pertence a Vila Real de Santo António

Data - segunda, 8/11, 18:43
Assunto - Cacela Velha

Companheiro!

Mando-te um poema da minha lavra. Uma homenagem à terra onde vivo e tem sido cantada por tantos e grandes poetas.

As fotografias que junto foram feitas há 1 hora e 45 minutos. A que tem casario integrado é o lado nascente da aldeia. A outra, onde surgem pequenos barcos, é do lado poente. Um grande abraço, Eduardo Estrela.

Formosa és tu,  Cacela!

Dás nome à ria que te beija os pés
e onde no espelho das suas águas
derramas tua beleza.

Descansas os teus olhos
no azul do mar
e ouves as canções de amor
que ele te compõe.

Nas noites calmas
adormeces nos braços ternos
da brisa do luar
e sonhas com a luz que o sol trará
num novo dia.


Eduardo Estrela
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Nota do editor:

Último poste da série > 19 de outubro de 2021  > Guiné 61/74 - P22642: Memória dos lugares (428): Dunane, destacamento de Canquelifá, região de Gabu

Guiné 61/74 - P22708: Blogpoesia (756): Operações e Missões, e dos nomes que lhes davam (4) (Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845)

1. Em mensagem de 4 de Novembro de 2021, o nosso camarada Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845 (Teixeira Pinto, 1968/70) mandou-nos um trabalho em quadras onde refere os nomes das Operações em que o seu Batalhão participou. Publica-se hoje o quarto poste da série. Lembremos a sua mensagem:

Bom dia Carlos
Em primeiro lugar obrigado por me ires aturando.
Hoje, envio mais coisas minhas pois, lembrei-me das Operações e Missões e dos nomes que lhe davam.
Um Abraço para todos, em especial para os Chefes de Tabanca
Albino Silva



OPERAÇÕES E MISSÕES

Batalhão de Caçadores 2845


Nós fizemos Guardas de Honra
Cumprimos sem rejeitar
Missões que foram impostas
Nosso Batalhão Honrar.

Elogios às companhias
Do Batalhão que merece
Companhias operacionais
E também a CCS.

Mas o Batalhão feliz
Pelo êxito alcançado
Disse a todas as companhias
Cumpriram bem. Obrigado.

Pela bravura nas lutas
Pelo sangue frio até
Das lágrimas que nós choramos
Na guerra lá Guiné.

Cinquenta anos passados
Com os traumas e cansaços
Das mazelas e desfeitos
E muitos com estilhaços.

Nós fomos heróis do mar
No Niassa navegámos
O Niassa que nos levou
No Niassa regressámos.

Nobre povo também fomos
E lutámos como tal
Com nossas armas fizemos
Nação valente e imortal.

Pela Pátria combatemos
Às Armas também gritámos
Num Batalhão corajoso
Contra canhões nós lutámos.

Andar na Guerra era duro
Era obrigatório andar
E nosso outro inimigo
Era não poder falar.

Tantos combates tivemos
No Ultramar combatemos
Tantas lutas nós ganhámos
Tantas lutas que perdemos.

A comissão na Guiné
Estava quase a acabar
E antes de virmos embora
Alguém nos ia louvar.

O Comando Territorial
Ia louvando então
Bom serviço prestado
Do nosso querido Batalhão.

A Vinte e três sessenta e seis
Teve mais que um louvor
Por contactos com o inimigo
Quando estavam no setor.

Se tiveram operações
Se não tivessem também
Iam pró mato à mesma
Sem dizer nada a ninguém.

Os louvores foram dados
Pelo Ronco que fazia
E o Batalhão lá dizia
Que esse louvor merecia.

Vinte e três sessenta e sete
Deixou bem a sua imagem
Que louvada foi também
Por toda a sua coragem.

Pela sua dedicação
O Batalhão não esqueceu
Que esta sua companhia
Por sofrer também mereceu.

Pelo trabalho e luta
E sacrifícios sem fim
Em tantas zonas de perigo
Sempre em matas e capim.
(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de Novembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22704: Blogpoesia (755): Operações e Missões, e dos nomes que lhes davam (3) (Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845)

Guiné 61/74 - P22707: A nossa guerra em números (4): Cada militar necessitava em média, por mês, de 240 kg de abastecimentos (no essencial, víveres e artigos de cantina, mais de 70%)... O consumo "per capita" mensal de outros artigos era o seguinte: 50 kg de combustíveis; 4,4 kg de munições; 3,1 kg de medicamentos; 1,6 kg de correio... E, miséria das misérias, tínhamos direito a... 520 gramas de víveres frescos por dia!


Guiné >  Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Estrada Bambadinca - Mansambo - Xitole > Coluna logística: uma viatura civil, transportando cunhetes de granadas e, em cima, pessoal civil. Dizia-se que as nossas GMC, "do tempo da guerra da Coreia", gastavam "100 aos 100"... Não admira, por isso, que o consumo "per capita" mensal, de combustível, fosse de 50 kg numa companhia normal de 160 homens... Em contrapartida, o consumo diário de frescos não ia além dos 500 gramas (15 kg por mês e por homem)...

Foto (e legenda): © Humbero Reis (2006).  Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 

 1. Muitos de nós gastámos  uma boa parte da nossa energia juvenil a abastecer-nos uns aos outros... Ainda periquito, participei (eu e os meus camaradas da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12), no 2º semestre de 1969, em diversas colunas logísticas, fornecendo-lhes a segurança, de Bambadinca até ao Saltinho (via Mansambo e Xitole, mas também via Galomaro), e fazendo chegar às companhias em quadrícula do Sector L1 os "comes & bebes", mas também os artigos de cantinha, os combustíveis, os lubrificantes, as munições, o fradamento e calçado, os medicamentos, o correio, etc., indispensável à organização, funcionamento e manutenção da máquina de guerra... Chegou-se a ter que fazer em dois dias um percurso de 60 km, com vituras civis e militares que, no tempo das chuvas, ficavam facilmente "atascadas"...

Sabe-se que uma companhia (160 homens, em média) precisava de cerca de 40 toneladas de abastecimentos por mês (880 tonelados ao fim de uma comissão de 22 meses)...  

Discriminam-se a seguir, por tipologia de abastecimento, os respetivos valores por mês (em percentagem do total e em quilogramas) (*)

(i) 38,7 %; víveres (alimentação): 14,5 mil  kg, sendo 12 mil kg de víveres secos, e 2,5 mil kg de víveres frescos:

(ii) 34,7%: artigos de cantina (cerveja, tabaco, higiene, papelaria, etc.): 13 mil kg:

(iii) 21,4%: combustíveis (gasóleo, gasolina, petróleo): 8 mil kg;

(iv) 1,6%: munições:  700 kg;

(v) 1,3%: medicamentos; 500 kg:

(vi) 1,1%:  lubrificantes (óleo para viaturas e armamento, etc.): 500 kg;

(vii) 0,7%: fardamento e calçado: 300 kg;

(viii) 0,5%: correio: 250 kg.

Total= 100% | 37750 kg (a dividir por 160 homens=235,9 kg).

O pormenor do correio é relevante: cada um de nós "consumia" em média, por mês,  c. 1,6 kg de cartas, aerogramas, vales postais, telegramas e encomendas... É (era) obra!... É(era) muito papel. 

Mas também cada homem gastava 3,125 kg de medicamentos... (que na altura, ou pelo menos entre 1962 e 1969, eram de fabrico nacional). Sem esquecer, os 1,9 kg de fardamento e calçado.

Já o consumo "per capital" mensal de munições ia para os 4,375 kg. E o de combustível subia, naturalmente, para os  50 kg, abaixo dos 81,250 kg dos artigos de cantina... e dos 90,6 kg de víveres (3 quilos por dia/homem).

Last but not the least, só tínhamos direito a pouco mais de 500 gramas de víveres frescos por dia (2500 kg mês /160 homens= 15,625 kg / 30 dias= 520 gr por dia / homem). 

Parte destes víveres chegavam por via aérea (o DO-27 que trazia o correio, também largava, com sorte, umas caixas de ovos e pouco mais, não sabendo nós o que a Intendência entendia por "víveres frescos": talvez algumas batatas, cebolas e cenouras, que  o frango e o peixe, esses,  eram congelados, ou em conservas (o peixe), o leite era condensado, os legumes (feijão, grão...) eram secos, o bacalhau liofilizado, o tomate em calda, a fruta enlatada... e a carne de vaca só em dia de anos do capitão ou da companhia... 

PS - Não vejo onde estejam, nestas contas, os materiais de construção (cimento, areia, ferro, chapa, madeira, pregos, etc.). Provavelmente os custos eram imputados ao Batalhão de Engenharia (BENG 447, no caso da Guiné). E, por outro, as necessidades eram variáveis, de companhia para companhia.

(*) Fonte:  adapt. de  Pedro Marquês de Sousa, "Os números da Guerra de África". Lisboa, Guerra & Paz Editores, 2021, pp. 281 e 284. Com a devida vénia...
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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de novembro de  2021 > Guiné 61/74 - P22702: A nossa guerra em números  (3): mal comidos, mal pagos, mal vestidos...

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Guiné 61/74 - P22706: Tabanca dos Emiratos (5): Expo' 2020 Dubai UAE - Parte I: Uma das melhores exposições de sempre, sob o triplo lema da Sustentabilidade, Mobilidade e Oportunidade (Jorge Araújo)


Foto 1 - Expo' 2020 Dubai UAE: os repórteres de serviço...
 




Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/1974); um homem das Arábias... doutorado pela Universidade de León (Espanha) (2009), em Ciências da Actividade Física e do Desporto; professor universitário, no ISMAT (Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes), Portimão, Grupo Lusófona; vive entre entre Almada e Abu Dhabi; autor, entre outras,  da série "(D)o outro lado do combate"; nosso coeditor... Voltou às "Arábais" em agosto de 2021, depois de passar uma parte da pandemia na terrinha natal...Está de momento com menos disponibilidade para o nosso blogue devido a  afazares acedémicos: tem, nomeadamente em mãos dois livros técnicos. Mas arranjou tempo de de ir à Expo' 20020 e dar-nos um "cheirinho" do que lá se passa... Portugal e a lusofonia também lá estão. Aproveitamos para lhe mandar, a ele e à sua Maria,  um cabaz cheio de saudades, miminhos e chicorações em dia de aniversário.


“APONTAMENTOS” DA «EXPO 2020»

(DUBAI - 01OUT2021 / 31MAR2022)

PARTE I






Foto  2 - Símbolo da Expo'2020 à entrada do recinto



1. INTRODUÇÃO

Tal como aconteceu com a esmagadora maioria dos grandes eventos mundiais agendados para o ano de 2020, como foi, por exemplo, o caso dos «Jogos da XXXII Olimpíada – Tóquio’2020», também a «EXPO’2020», no Dubai, Emirados Árabes Unidos, viria a alterar a realização da sua “Exposição Mundial”, inicialmente prevista de 20 de Outubro de 2020 a 10 Abril de 2021, para o período de 1 de Outubro de 2021 a 31 de Março de 2022 (seis meses), devido à pandemia do «COVID-19».

Construída numa área de 438 hectares, a «EXPO’2020» está localizada entre as cidades de Dubai e Abu Dhabi, perto da linha de fronteira sul que liga o Dubai à capital do país (Abu Dhabi). O projecto foi organizado em torno de uma praça central intitulada «Al Wasl», cercada por três grandes espaços temáticos, cada um deles dedicado a um dos subtemas da «Exposição»: “Oportunidade”, “Mobilidade” e “Sustentabilidade”.
O programa da Cerimónia de Abertura da «EXPO’2020», que decorreu na noite do passado dia 30 de Setembro de 2021, 5.ª feira, contou com as apresentações do tenor italiano Andrea Bocelli (“The Prayer”); da cantora e compositora britânica Ellie Goulding (“Anything Could Happen”); da cantora, compositora, atriz e activista beninense Angelique Kidio [Angélique Kpasseloko Hinto Hounsinou Kandjo Manta Zogbin Kidio] e o cantor saudita Mohammed Abdu (a dueto de “If You’re Out There” de John Legend); a cantora, compositora e atriz americana conhecida profissionalmente por Andra Day [Cassandra Monique Batie] (“Rise Up”) e o pianista chinês Lang Lang, entre outros.

A declaração oficial de abertura foi feita pelo Emir do Dubai Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum.



Foto 3 – Parte da estrutura que cobre a Praça Central «Al Wasl", 
onde decorreu a cerimónia de abertura. 


Foto 4 – Imagem do interior da Praça Central «Al Wasl»



Foto 5 – Imagem do interior da Praça Central «Al Wasl»


Fotos (e legendas): © Jorge Araújo (2021). Todos os direitos reservados [Edição:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. FOTOGALERIA 


Foto 6 – Parte dos mastros de bandeiras dos 192 países representados na “Exposição”, onde se inclui Portugal, Brasil e outros países da CPLP


Foto 7 – Uma das entradas no recinto da “Exposição”.


Foto 8 – No interior; alameda depois da entrada no recinto da “Exposição”


Foto 9 – Pavilhão da Mobilidade, um dos subtemas da “Exposição” 


Foto 10 – Pavilhão de Portugal: fila de ingresso.


Foto 11 – Pavilhão de Portugal


Foto 12 – Pavilhão do Brasil (exterior)


Foto 13 – Pavilhão do Brasil (plano de água no exterior)



Foto 14 – Pavilhão do Brasil (actuação de artista brasileira no exterior)



Foto 15 – Pavilhão de Espanha (entrada) 


Foto 16 – Um dos palcos reservado a espectáculos musicais.

 

Continua…

Termino esperando que este pequeno apontamento de “reportagem” da «EXPO’2020» tenha sido do vosso agrado.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.  

Jorge Araújo.

19Out2021

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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P22705: Historiografia da presença portuguesa em África (289): A história turbulenta da delimitação das fronteiras franco-portuguesas da Guiné (4): "As Colónias Portuguesas", por Ernesto Vasconcelos (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Janeiro de 2021:

Queridos amigos,
Aqui se põe termo à releitura do importante ensaio de Maria Luísa Esteves sobre a delimitação das fronteiras que definiu, com ligeiras alterações posteriores, a superfície atual da Guiné-Bissau. Entendi, para que quem tem curiosidade nesta matéria, selecionar um conjunto de obras que possam trazer alguma iluminação sobre as controvérsias da época e as dificuldades sentidas pelos contemporâneos.

Um abraço do
Mário



A história turbulenta da delimitação das fronteiras franco-portuguesas da Guiné (4)

Mário Beja Santos

E
ncontraram-se três referências que poderão ter utilidade para quem pretenda saber um pouco mais sobre a situação da Guiné na época da delimitação das fronteiras, numa abrangência do século XIX. Em "As Colónias Portuguesas", obra que teve sucessivas edições, Ernesto Vasconcelos, que foi presidente e secretário perpétuo da Sociedade de Geografia de Lisboa escreveu:
“Os trabalhos de balizagem da fronteira só puderam começar em 1900, tendo durado até 1905, em consequência das interrupções forçadas pela quadra das chuvas anuais. No ano de 1906 foi aprovada a balizagem por meio de troca de notas entre Portugal e a França.
A linha de separação de esferas, parte do Cabo Roxo ao norte e segue a meia distância entre os rios Casamansa e Cacheu, até atingir o paralelo de 12º 40’ de Latitude Norte, acompanha este Paralelo até ao Meridiano de 13º 40’ W Greenwich, o qual serve de limite para sul numa extensão de 7500 metros, cortando depois para sueste até ao rio Puira, próximo de Candica, indo por ele ao rio Cocoli, cujo curso acompanha para jusante, até ao seu confluente Cambuco e sobe este rio para chegar ao Djacapi com que se confunde, infletindo para sueste a procurar a origem do Ualeuale. Desce este rio até à sua entrada no Componi, de onde passa para o Cadji que sobe até à sua origem junto ao monte Dongol Teliri. Daqui segue sensivelmente para o Sul, cortando vários cursos de água, até ao rio Binasse próximo do confluente Bibá Mangol, confundindo-se então novamente com o meridiano de 13º 40’ W, até à nascente do pequeno rio Baleona, seguindo por ele e pelo Senta até ao rio Fefine que desce até à confluência do Tara Maca. Deste ponto continua para Oeste, segue o Paravi Niabi, passa no lugar de Vendu Tiaurane e sobe o rio Capjeol para atingir o marco n.º 24, que fica a meia distância entre o rio Corubal e o Cogon, inflete para oessudoeste, conservando-se a igual distância destes dois rios até junto da antiga povoação de Cam Sambeli, onde se inclina para sudoeste, a fim de ficar a meia distância entre o rio Cacine e o Componi, indo terminar na ponta Cajet, ao sul e ao fundo do canal a que dá lugar a ilha Caterak, uma das ilhas Tristão, que perpetuam, como o Rio Nuno, o nome do navegador Nuno Tristão”.


Achei curiosa esta leitura de Ernesto Vasconcelos sobre a fronteira sul, nunca encontrara algo de parecido.
Pede-se também a atenção do leitor interessado para o artigo de Armando Tavares da Silva, "A fixação das fronteiras da Guiné pela Convenção Luso-Francesa de Maio de 1888", publicado no Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, janeiro-dezembro de 2017.

Vejamos agora a comunicação do Capitão Marques Geraldes, parece-me que contextualiza a época próxima da Convenção Luso-Francesa e da delimitação das fronteiras. Narra os antecedentes históricos da presença portuguesa e a chegada dos franceses ao Casamansa em 1837. Procede depois à apresentação dos concelhos da Guiné e que eram: Bolama, Bissau, Cacheu e Bolola. Quanto a Bissau, descreve ao mais ínfimo pormenor a guerra travada com Mussá Moló, em que ele próprio esteve envolvido, era o responsável por Geba. Falando do Conselho de Cacheu, este oficial do Exército expende interessantes considerações sobre Casamansa:
“Entre os Banhuns não se admite escravatura; a sua única ambição consiste em viverem livres e poderem trabalhar o preciso para se sustentarem. Dedicam-se tão somente à criação de gado suíno, mas numa quantidade relativamente pequena, consistindo a sua indústria no fabrico de esteiras. Os homens, no tempo em que a sua presença não é necessária para o cultivo do arroz, saem desde pela manhã e recolhem a maior parte das vezes à noite embriagados. A extração de vinho de palma e a caça são as únicas ocupações em que os Banhuns se empregam. De todo o gentio do Casamansa é este o que menos trabalha e onde mais pobreza se encontra.
Um facto que demonstra o quanto esta gente é suscetível de entrar no grémio da nossa religião é o caso que eles fazem as imagens dos santos, chegam a criar e engordar porcos para os irem vender a troco de um pequeno crucifixo de metal ou qualquer verónica que eles considerem como o melhor talismã entre as balas.
Os Felupes, situados na margem direita e esquerda do Casamansa, constituem tribos independentes entre si, e sendo as suas causas decididas também pelos mais idosos, que entre eles são considerados como grandes e únicos em quem se julgam os predicados indispensáveis para poder resolver qualquer negócio de pequena ou grande monta. O Felupe é de todo o gentio do Casamansa o mais trabalhador, sem ele o comércio seria quase nulo. Os seus campos produzem em abundância o arroz, tanto para consumo particular como para vender feijão, mandioca e batata-doce. Dedicam-se igualmente à criação de gado vacum e suíno e têm a sua indústria de panos que eles tecem tanto para seu uso como para permutarem com os objetos de que carecem”.


Segue-se a descrição detalhada do presídio de Ziguinchor:
“Dos Grumetes da Senegâmbia Portuguesa são estes os mais dóceis, muito amigos da terra que os viu nascer e fiéis respeitadores da autoridade. São quase todos de origem Banhum mesclada com a Felupe, falando o dialeto crioulo”.

E adianta as seguintes observações:
“A França, por sua alta recriação e abusando da nossa boa-fé, introduz-se no Casamansa, a título de proteger os seus concidadãos, e pouco a pouco, aproveitando-se do nosso desleixo, pobreza e mesmo falta de senso político, ou para mais fracamente falar, de tudo isto reunido, faz contratos com os régulos das duas margens, levanta guerras, castiga os que ela intitula de rebeldes, impõe contribuições onerosíssimas aos que a não querem reconhecer como senhora do rio, usando em terra alheia, como se própria fosse, e não tendo dúvida em apresentar contas de despesa e quiçá sacrifícios que Portugal, já a braços com dificuldades sem número, antes prefere ceder a pérola mais rica da Guiné do que satisfazer às loucas exigências da república. Vivi três anos em Ziguinchor e por vezes percorri vários pontos do Casamansa. Não há gentio na Guiné que mais amor mostre pela nação portuguesa do que a que habita as margens deste rio. Desde a sua embocadura até Selho é o dialeto crioulo-português corrompido que se ouve falar, tanto aos Banhuns como Felupes ou Balantas”.

E a sua narrativa sobre o Casamansa finda do seguinte modo:
“Com franqueza o digo: vi-me vexado perante as contínuas representações das tribos gentílicas, e a França, a querer ser verdadeira, não pode negar que os filhos do Casamansa são portugueses de coração e séculos hão de passar sem que o nosso nome se apague da memória desta pobre gente, que ainda hoje pergunta com toda a ingenuidade como é que os brancos proibindo a escravatura vendem uns aos outros tantas tribos independentes entre si? Que precisão tinha Portugal para vender à França aquele rio? Se precisara de dinheiro, porque não impunha contribuições, todos pagariam, gostosos?”

Depois de descrever o concelho de Bolola lança um alerta sobre a delimitação das fronteiras da Guiné:
“Vai o governo mandar à Senegâmbia Portuguesa uma comissão de oficiais para a delimitação das fronteiras daquela colónia. Muito bom seria que se fizesse escolha de pessoal conhecedor das condições do país, da história da província, dos povos que vivem entre os limites que nos são assinalados, de forma que salvássemos deste naufrágio o mais que pedíssemos. Para isso, além de conhecimentos teóricos, conhecimentos práticos das localidades e sobretudo habilidade é o que tanto se requisita. E oxalá que ao mérito dos que devem ser preferidos para tal serviço, se não anteponham considerações meramente pessoais que se têm por escopo beneficiar as condições financeiras dos afilhados”.

Aqui findam as considerações sobre as delimitações das fronteiras da Guiné e talvez valha a pena recordar o que André Alvares de Almada no seu "Tratado Breve dos Rios da Guiné e Cabo Verde (1594)" considerou como espaço físico: “A Guiné começa no rio Sanaga (Senegal) pela parte norte e acaba na Serra Leoa”.


Ernesto de Vasconcelos
Carta da colónia da Guiné, 1933
A fortaleza da Amura fotografada por Henriques de Melo que acompanhou a expedição punitiva de 1908, no Cuor
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Nota do editor

Último poste da série de 3 DE NOVEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22685: Historiografia da presença portuguesa em África (288): A história turbulenta da delimitação das fronteiras franco-portuguesas da Guiné (3): "A questão do Casamansa e a delimitação das fronteiras da Guiné", por Maria Luísa Esteves; edição conjunta do Instituto de Investigação Científica Tropical e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa, Lisboa, 1988 (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P22704: Blogpoesia (755): Operações e Missões, e dos nomes que lhes davam (3) (Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845)

1. Em mensagem de 4 de Novembro de 2021, o nosso camarada Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845 (Teixeira Pinto, 1968/70) mandou-nos um trabalho em quadras onde refere os nomes das Operações em que o seu Batalhão participou. Continuação. Lembremos a sua mensagem:

Bom dia Carlos
Em primeiro lugar obrigado por me ires aturando.
Hoje, envio mais coisas minhas pois, lembrei-me das Operações e Missões e dos nomes que lhe davam.
Um Abraço para todos, em especial para os Chefes de Tabanca
Albino Silva



OPERAÇÕES E MISSÕES

Batalhão de Caçadores 2845



Como era o Alfange
Ou Arlindo Aliado
Asdrúbal, Abrunheiro
Com lutas por todo o lado.

Albatroz e Andorra
No Abatão sem cansaço
Ardózia, Atómico, Acácia
Arlete naquele abraço.

Foram estas as lutas
Em que nossas companhias
Tendo sempre o inimigo
Combatendo todos os dias.

Estes foram nomes dados
Em tantas operações
Patrulhamentos escoltas
Ainda em outras missões.

E para nunca esquecer
Eu procuro ajudar
Que no fim de muitos anos
Posso tudo recordar.

São recordações que eu
Há cinquenta anos atrás
Na Guiné também lutava
Nos meus tempos de rapaz.

É bem difícil sei bem
Certas coisas recordar
Como zonas de combate
Onde era morrer ou matar.

E nestas operações
Onde muito combatemos
Com baixas que nós causamos
Também um pouco morremos.

A caçar o inimigo
Era bom tenho a certeza
Quando eles nos caçavam
Caía em nós a tristeza.

Em conversas de caserna
As companhias então
Se não fossem todas juntas
Havia sempre um pelotão.

Todos por um, um por todos
Unidade a combater
Unidade com coragem
Unidade até morrer.

As nossas três companhias
Lutaram e defenderam
Na Guiné por Portugal
Houve heróis que morreram.

E cada um que tombava
Sem perder a esperança
Procuravam o inimigo
Logo faziam vingança.

Destemidos Soldados
Companhias sem igual
Defendiam a Nação
Morriam por Portugal

Em combate eram feridos
Em combate desapareciam
Dos nossos bravos Soldados
Alguns também lá morriam.

Quando isto eu escrevo
Pois não consigo esquecer
Aqueles meus Camaradas
Naquela Guiné combater.

São cinquenta anos passados
Para nós é a memoria
Pela Pátria o que demos
É sempre para nós historia.

Uma historia que passou
E para nós sem igual
Choramos, sofremos, lutamos
Mas Honramos Portugal.
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Nota do editor

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