sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23977: "Una rivoluzione...fotogenica" (6): Roel Coutinho, médico neerlandês, de origem portuguesa sefardita, cooperante, que esteve ao lado do PAIGC, em 1973/74 - Parte V: os "hospitais" do mato e o pessoal de saúde cubano

 

Guiné-Bissau > Região do Oio > Sara > Março-abril de 1974 > Médico do PAIGC,  cubano, o dr. António,  auscultando uma idosa/ Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - B 17 - Infirmary in Sara, Guinea-Bissau - Cuban doctor Antonio checking up heartbeat - 1974 (Nesta altura havia mais um cirurgião e um enfermeiro cubanos, cujos nomes não são conyecidos, na base de Sara, para além do dr. António, de apelido também desconhecido.)



Guiné-Bissau > Região do Oio > Sara > Março-abril de 1974 > Médico do PAIGC,  cubano, o dr. António auscultando uma criança ao colo da mãe  / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - B 18 - Infirmary in Sara, Guinea-Bissau - Cuban doctor Antonio checking up heartbeat - 1974



Guiné-Bissau > Região do Oio > Sara > Março-abril de 1974 > Médico do PAIGC,  cubano, o dr. António auscultando uma rapariga / Foto ASC Leiden - Coutinho Collection - B 20 - Infirmary in Sara, Guinea-Bissau - Heartbeat check up by doctor Antonio - 1974



Guiné-Bissau > Região do Oio > Sara > Março-abril de 1974 > Médico do PAIGC, cubano, o dr. António,  auscultando uma jovem mulher / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - B 21 - Infirmary in Sara, Guinea-Bissau - Heartbeat check up by doctor Antonio - 1974



Guiné-Bissau > Região do Oio > Sara > Março-abril de 1974 > Médico do PAIGC, cubano, o dr. António,  falando doentes, sempre na presença de um intérpetre (ao centro)  / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - B 22 - Infirmary in Sara, Guinea-Bissau - Heartbeat check up by doctor Antonio - 1974.



Guiné-Bissau > Região do Oio > Sara > Março-abril de 1974 > PAIGC: uma enfermaria no mato.  Doenets acamados.  / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - B 14 - Infirmary in Sara, Guinea-Bissau - Patients in infirmary - 1974



Guiné-Bissau > Região do Oio > Sara > Março-abril de 1974 > PAIGC: uma enfermaria no mato. Cama com rede mosquiteira. / Foto : ASC Leiden - Coutinho Collection - B 16 - Infirmary in Sara, Guinea-Bissau - Patients in infirmary - 1974



G
uiné-Bissau > Região do Oio > Sara > Março-abril de 1974 >: PAIGC: Enfermaria ou posto médico : "sala de espera" ao ar livre / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - B 19 - Infirmary in Sara, Guinea-Bissau - “Waiting room” - 1974






Fonte: Wikimedia Commons > Guinea-Bissau and Senegal_1973-1974 (Coutinho Collection) (Com a devida vénia...) . Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. O PAIGC munca controlou 2/3 do território da antiga Guiné Portuguesa, na altura da luta armada pela independência. Foi um mito habilmente fabricado e explorado por Amílcar Cabral.   Nem nunca teve "hospitais" no interior do território, em zonas como a base de Sara, a sudeste do Morés e a nordeste de Mansoa. Teve, isso sim, pequenas enfermarias do mato, guarnecidas por um ou outro médico cubano e enfermeira local, formada "ad hoc"... As condições de higiene, segurança, assepsia e antissepsia, eram deploráveis. Fazia-se, excecionalmente, alguma pequena cirurgia ambulatória (sem banco de sangue, anestesia geral,  gerador elétrico, ou simples material  para desinfeção e esterilização, ou até simples água potável, etc.) e consultas, "públicas", de clínica geral, como as fotos de Roel Coutinho (*) documentam. 

O médico holandês deve ter passado por aqui  algumas semanas, pelo menos fotografou os seus colegas cubanos a trabalhar em condições inacreditáveis...  O arsenal terapêutico era extremamente rudimentar. Em casos mais graves mas excecionais,  os doentes podiam ser  transportados até à fronteira do Senegal, de padiola (operação que levava 4 dias), e depois   em viatura automóvel até ao hospital de Ziguinchor.

Estas fotos também fazem, de algum modo, parte daquilo a que chamos uma "estética da guerra de libertação"... A saúde, a educação, os "armazéns do povo", etc., foram temas bastante focados pelos fotojornalistas e outros visitantes das "regiões libertadas" do PAIGC (***)... 

Sabemos, de resto, que "não há revoluções sem propaganda".  Sem mitos, rituais,  "folclore", "mentiras piedosas",  etc.  Mas, no caso do médico Roel Coutinho, acreditamos na sua boa fé. As suas fotos (mais de 700) pretendem documentar uma realidade, exótica para ele, mas sobre a qual não parece fazer juízos de valor. As suas fotos só foram doadas à ASC Leiden e tornadas públicas na Net quando a "revolução...fotogénica" de Amílcar Cabral e do seu PAIGC já há muito tinha passado de moda...


2. Já aqui transcrevemos em tempos o depoimento de um médico-cirurgião cubano,  Domingo Diaz Delgado (n.1936), respeitante à sua  passagem, no segundo semestre de 1966, pelas bases de Sambuiá, Maqué, Morés e Sará, na Frente Norte (**).



[…] "Luís Cabral levou-me até Ziguinchor. Aí permaneci dois ou três dias, tendo-me encontrado com os chefes militares mais importantes que actuavam no Norte da Guiné, entre eles Osvaldo Vieira (1938-1974) porque, como era o primeiro cubano que ali chegava, estavam à minha espera.

Despediram-se de mim [6 de julho de 1966] e saí com um grupo de combatentes. Era noite quando cruzei a fronteira por essa zona escoltado por uns quantos. A caminhada, feita por um terreno acidentado, para mim foi terrível. Demorei quatro a cinco horas até chegar à primeira base guerrilheira que se chamava Sambuiá. Passei a noite nessa base, já com os pés bastante maltratados.

Essa caminhada que fiz em quatro ou cinco horas, quando regressei fi-la em cinquenta minutos, porque tinha menos trinta quilos e levava já um ano caminhando naquele terreno.

Passada a noite nesse lugar, de madrugada retomámos a caminhada até à próxima base da guerrilha, penetrando profundamente no território da Guiné (Bissau).

À volta de quarenta minutos caminhámos com uma vegetação que nos protegia da aviação, mas para alcançar o rio Farim, que teríamos de atravessar para chegar à base de Maqué, faltava ainda percorrer sete quilómetros muito planos, e sem qualquer protecção natural".

(...) "Pouco habituado a estas tarefas, caminhava lentamente face ao estado em que estavam os meus pés e todo o corpo. O meu estado de desespero também começou a dar sinais e que não me deixava ficar tranquilo, e não dava conta que olhavam para o céu, uma vez que naquele lugar os helicópteros armados e os jactos (aviões de guerra), metralhavam e matavam quem fosse detectado. Os guerrilheiros estavam desesperados porque tinham que zelar pela minha segurança, pois era o primeiro médico que ali chegava.

Finalmente chegámos ao rio Farim, onde o abundante caudal tornava difícil a sua travessia nas pequenas canoas que eles fabricavam com troncos de árvores. Atravessámos o rio e chegámos pela noite à base de Maqué, onde levava dois dias a andar e estava bastante mal.

No trajecto tivemos de beber água em más condições. Ali a água potável era a dos rios, e eles habituaram-se a fazer uns buracos na terra, bem localizados e escondidos para encherem quando chovia. Ao longo do itinerário realizado sabiam onde tinham os buracos para tirar a água com terra e era a que, a partir desse momento, comecei a beber.

Como era o primeiro grupo cubano na Guiné (Bissau), não tínhamos antecedentes. Quando cheguei à base de Maqué já as diarreias começavam a fazer estragos, mas nem por isso deixámos de comer o que encontrávamos pelo caminho. No dia seguinte, antes de amanhecer, reiniciámos a caminhada, avançando pelo país até alcançar a base de Morés. Nesse lugar estivemos um dia, seguindo, depois, uma nova caminhada até chegar à base onde permaneci cerca de seis meses: Sará". […]





Guiné - Bisssu > Região do Oio > Base de Sará > 1966 > Cubanos:  da esquerda para a direita, o instrutor militar tenente Alfonso Pérez Morales (Pina); o ortopedista Tendy Ojeda Suárez; o cirurgião Domingo Diaz Delgado e o médico de clínica-geral Pedro Labarrere. (In: Hedelberto López Blanchi - "Historias Secretas de Médicos Cubanos", La Habana, Ediciones "La Memoria", Centro Cultural "Pablo de la Torriente Brau", 2005, 237 pp. Com a devida vénia...)

Acrescente-se que o Domingo Dias Delgado, nome de guerra Demétrio (passou dois anos na Guiné=, escreveu ainda recentemente um livro de memórias (2018): "Memorias de Demetrio : un médico guerrillero en Guinea Bissau" (La Habana, Cuba : Editorial Capitán San Luis, 2018, 189 pp,, + ilustrações)




(...) "A base de Sará estava praticamente no centro do território. Aqui já estavam dois companheiros médicos do meu grupo, dos três que saíram de Cuba em avião, o ortopedista Teudi Ojeda e o médico Pedro Labarrere, e os três fomos os únicos que naquele tempo [1966] estivemos na Zona Norte. De Sará, estávamos a quatro dias de distância da fronteira [Senegal] e não era fácil transportar coisas para lá.

Tínhamos um pequeno arsenal de medicamentos, instrumentos cirúrgicos, mas muito rudimentar, para resolver problemas que se apresentassem naquele tipo de conflito. A possibilidade de enviar feridos até à fronteira era muito escassa, pela distância e a maneira de os transportar, e a forma como se movimentava o inimigo.

O acampamento mudava de lugar em certas ocasiões, pois apesar de que nesse tempo era uma base guerrilheira, não se podia permanecer fixo e havia que mudá-lo constantemente para maior segurança. Chegou o momento em que detectaram a base, e a aviação a atacou e a metralhou em várias ocasiões.

De qualquer maneira, nós permanecemos cerca de seis meses nessa base [até dezembro de 66] e depois de vários bombardeamentos vimo-nos na obrigação de mudar o hospital [enfermaria no mato] para outro lugar que ficava a hora e meia dessa base". […]




Mapa da Frente Norte – região do Oio – assinalando-se as bases por onde passou o médico Domingo Diaz Delgado, no 2º semestre de 1966: Sambuiá, Maqué, Morés, Sará.

Infografia: Jorge Araújo (2018)



Guiné > PAIGC > 1970 > Algures, numa "área libertada" >  "Dzsungel lakók", em húngaro, gente do mato...  A guerra de libertação teve muito pouco de romântico. Os militares portugueses que combateram o PAIGC na Guiné, sabem quão duras eram as condições de vida, tanto dos seus combatentes como da população sob o seu controlo, dentro das fronteiras do território da antiga província portuguesa da Guiné ... A foto é do fotojornalista húngaro Bara István (n. 1942) que visitou, a partir de Conacri, algumas dessas regiões, no sul, em 1970, embebbed nas fileiras do PAIGC.

Foto: Foto Bara (http://www.fotobara.hu/galeria.htm)  
(já não está disponível "on line", a não ser no Arquivo.pt: https://arquivo.pt/wayback/20090707123742/http://www.fotobara.hu/galeria.htm)


3. Escreveu o António Graça de Abreu ("Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura". Lisboa: Guerra e Paz, Editores, SA, 2007, p. 94):

Mansoa, 3 de Maio de 1973

Na região de Mansoa, as NT capturam mais elementos IN, ou aparentados com os guerrilheiros, do que em Canchungo. Normalmente chegam ao nosso CAOP com um aspecto lastimável, a subnutrição, as doenças, a miséria têm tomado conta deste pobre povo que vive nas regiões libertadas.

Os prisioneiros são quase sempre mulheres que se deslocam às povoações controladas pelas NT, a fim de venderem por exemplo mancarra (amendoim), óleo ou vinho de palma, e são capturadas nas estradas ou nos caminhos em volta dos nossos aquartelamentos.

Chegam descalças, andrajosas, às vezes com filhos pequenos às costas a chupar os peitos secos e mirrados. Dói, só de olhar. 

São interrogadas, é-lhes pedido todo o tipo de informações sobre os acampamentos, o armamento, as aldeias controladas pelo IN onde vivem os seus maridos, os seus familiares. 

Como é natural, estas mulheres falam muito pouco e também magoa o coração ver como são tratadas. É minha tarefa comprar-lhes uns trapinhos novos para tapar o corpo, umas sandálias de plástico para protegerem os pés.

Também se capturam elementos IN dos sexo masculino. Há dias um deles, que gozava de um regime de semi-liberdade, foi apanhado a fugir do quartel, já do outro lado do arame farpado, Deu a desculpa de que ia cagar.

Alguns prisioneiros são utilizados como guias nas operações das NT contra os santuários IN. Quando começa o tiroteiro, têm o hábito de escapar e de se refugiar na mata, por isso, às vezes seguem à frente das NT levando uma corda grande amarrada em volta da cintura. Se tentam a fuga,  procurando desligar-se da corda, são por norma abatidos.(...)

(Seleção e negritos: LG)

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(***) Vd. poste de 4 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23947: "Una rivoluzione... fotogenica" (1): Uma reportagem e um livro decisivos, e que consagram a estética da "guerra de libertação", "Guinea-Bissau: una rivoluzione africana" (Milano, Vangelista, 1970, 200 pp.), dos italianos Bruno Crimi (1940-2006) e Uliano Lucas (n. 1942)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23976: Ser solidário (252): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (2): Ponto da situação da campanha de angariação de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa (Renato Brito)

1. Mensagem enviada ao nosso Blogue, em 11 de Janeiro de 2023, por Renato Brito, voluntário na Guiné-Bissau, que integra um projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa:

Boa noite Sr Carlos Vinhal
Na sequência do mail enviado a 27.07.2022 solicitando o contributo para divulgar uma campanha de angariação de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa, venho por este meio dar notícia dos avanços desta iniciativa.

Neste momento a escola já tem projecto. Envio-lhe em anexo uma síntese da proposta.

Com o intuído de divulgar esta iniciativa, no passado mês de dezembro, surgiu a oportunidade de apresentar as fotografias da minha viagem à Guiné-Bissau em 2020 a crianças de uma escola primária na cidade de Bolzano, situada no norte de Itália, onde vivo. Deparei-me com um público muito atento e participativo a observarem como se vive num país onde a maioria das pessoas vive sem eletricidade, como usam a água, como cozinham e o que comem. Foi-lhes pedida a doação de um objecto para ser vendido num mercado de segunda-mão, contributo destas crianças para tentar substituir a escola de palha de Sincha Alfa. Foram ainda convidados a escreverem ou desenharem num bilhete-postal algo sobre o objecto que presenteavam. Com o material recolhido resolvi elaborar um site para divulgar estes objectos através da internet. Na secção “notizie” deste site encontra a referência a esta atividade.

https://sostegnoguineabissau.weebly.com

Para divulgar este espaço digital foi elaborado mais um bilhete-postal “cartolina 03” que pretende também enaltecer os artesãos da Guiné-Bissau. Destaque para os construtores de canoas que escavam de uma árvore de poilão esta embarcação.

Sobre esta árvore sagrada na Guiné-Bissau fala-se na página 239 da publicação “As árvores florestais da Guiné-Bissau”. Este precioso livro, que dá a conhecer as riquezas naturais da Guiné-Bissau, é publicado pelo Repositório da Universidade de Lisboa.

Está disponível para consulta e download neste endereço internet:

https://repositorio.ul.pt/handle/10451/45909

Ainda com o intuito de divulgar o potencial turístico do país foi também publicitado o Guia Turístico da Guiné-Bissau disponibilizado gratuitamente pela Associação “Afectos com Letras” que por diversas vezes encontro referenciada no vosso blog.

É possível encontrar este guia turístico da Guiné-Bissau em Português, Francês, Inglês e Espanhol neste endereço internet:

http://afectoscomletras.blogspot.com/2018/05/guia-turistico-descoberta-da-guine.html
Esta campanha continua a precisar do contributo das pessoas de boa vontade, parafraseando o professor Mamadou de Sincha Alfa.

Agradeço-lhe o contributo na divulgação deste projecto.

Cumprimentos,
Renato Brito

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Notas do editor:

As imagens ampliam com um clic

Vd. poste de 2 DE AGOSTO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23483: Ser solidário (249): Divulgação de uma campanha de recolha de fundos que visa construir uma escola em Sincha Alfa, Leste da Guiné-Bissau (1) (Renato Brito)

Último poste da série de 28 DE NOVEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23824: Ser solidário (251): Divulgação da campanha de fundos que visa ajudar o luso-guineense Mamadu Baio, músico de Tabatô, a publicar o seu primeiro CD em Portugal onde vive há 10 anos... Ponto da situação: 33 doadores (cinco do blogue), num total de 1800 euros (1/3 da meta)...Camaradas e amigos, ainda podem fazer uma pequena doação até ao dia 4 de dezembro

Guiné 61/74 - P23975: Agenda cultural (826): Colóquio "Amílcar Cabral e a História do Futuro"... Organização: CES/UC (Projeto CROME Memórias Cruzadas; Políticas do Silêncio). Local: Assembleia da República, Lisboa, 13 e 14 de janeiro de 2023


COLÓQUIO

Amílcar Cabral e a História do Futuro

13 e 14 de janeiro de 2023

Auditório António de Almeida Santos, 
Assembleia da República (Lisboa)

Programa

Sexta-feira, 13 de janeiro

9h00-9h45: Sessão de Abertura
Com Augusto Santos Silva, António Sousa Ribeiro, Fernando Rosas, Joana Dias Pereira, Bruno Sena Martins, Marga Ferré

Intervalo

Mesas de Trabalho
10h00-11h30 - A guerra colonial e as lutas de libertação: memórias e silenciamentos | Miguel Cardina, Carlos Cardoso, Patrícia Godinho Gomes, Cláudia Castelo | Moderação: Inês Nascimento Rodrigues

11h30-13h00: Amílcar Cabral: trajetos de vida e memória viva | Iva Cabral, José Neves, Leonor Pires Martins, Julião Soares Sousa, José Pedro Castanheira | Moderação: Victor Barros

Almoço

14h30-16h00h: Conferência | Pedro Pires

Intervalo

16h30-18h30: Amílcar Cabral: imagem em movimento (com projeção do filme O Regresso de Cabral) | Filipa César, Sana na N’Hada, Diana Andringa | Moderação: Sumaila Jaló


Sábado, 14 de janeiro

Mesas de Trabalho
9h30-11h00: Amílcar Cabral: textos | Ângela Coutinho, Mustafah Dhada, Roberto Vecchi | Moderação: Rita Lucas Narra

Intervalo

11h30-13h00: Amílcar Cabral: dimensões internacionais da luta | Rui Lopes, Aurora Almada Santos, Teresa Almeida Cravo, Vincenzo Russo | Moderação: Pedro Aires Oliveira

Almoço

14h30-16h00: Amílcar Cabral: política, cultura e utopia | Miguel de Barros, Rui Cidra, Sílvia Roque, Redy Wilson Lima | Moderação: João Mineiro

Intervalo

16h30-18h00: Descolonização: significados e desafios | Beatriz Gomes Dias, Bruno Sena Martins | Moderação: Marta Lança

Festa de Encerramento no B.Leza | 22h00 Concerto Prétu | 23h00 Abel Djassi DJ Set

Acesso livre, mas de inscrição obrigatória

Organização: Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (através do projeto CROME, Memórias Cruzadas; Políticas do Silêncio, financiado pelo Conselho Europeu de Investigação, e no âmbito da iniciativa "50 anos de Abril"); Instituto de História Contemporânea (NOVA-FCSH) e laboratório associado in2past; Cultra (associada à rede Transform e no âmbito da iniciativa "Abril é Agora").
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Nota do editor:

Último poste da série > 8 de janeiro de  2023 > Guiné 61/74 - P23961: Agenda cultural (825): Entrevista do nosso confrade Mário Beja Santos ao programa "Mar de Letras" da RTP África, emitido no passado dia 4 de Janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23974: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XVII: De volta ao QG, fiz a escola de cabos em Bolama, tirei vinte valores e mandaram-me de novo para os comandos do CTIG, desta vez para o grupo "Os Centuriões"


Guiné > Bissau > 15 de Maio de 1966 > A ponte-cais de Bissau > 1º dia das chuvas.


Guiné > Bolama > Câmara Municipal. Postal da época.

Fotos do álbum de Virgínio Briote (2006)


Guiné > Comandos do CTIG > 1965 > Crachá do Gr Cmds "Os Centuriões". Imagem da coleção do 
Júlio Costa Abreu  (2008)


Lisboa > 2009 > O Amadu Djaló no Cais do Sodré

Foto (e legenda): © Virgínio Briote  (2009). Todos os direitos reservados.
[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação das memórias do Amadu Djaló (1940-2015) (*). Recorde-se aqui o seu passado militar:

(i) recenseado pelo concelho de Bafatá, sob o nº 21 em 1962, foi alistado em 4 de janeiro de 1962, como voluntário, no Centro de Instrução Militar (CIM) de Bolama;

(ii9 depois da recruta em Bolama, seguiu-se o CICA/BAC, em Bissau, onde tirou a especialidade de condutor auto-rodas;

(iii) passou por Bedanda, 4ª CCaç (futura CCAÇ 6), e depois Farim, 1ª CCAÇ (futura CCAÇ 3);

(iv) regressou entretnanto  à  CCS/QG, e alistou-se no Gr Cmds "Os Fantasmas", comandado pelo alf mil 'cmd' Maurício Saraiva, de outubro de 1964 a maio de 1965;

 (v) voltou a Bissau, em junho de 1965, fez a escola de cabos em Bissau, foi promovido a 1º cabo condutor, em 2 de janeiro de 1966; (Já  em meados de 1965 tinha passadp a ganhar mais 150 escudos, o equivalente a 64 euros, a preços de hoje.)

 (vi) voltou aos Comandos do CTIG, integrando-se desta vez no Gr Cmds "Os Centuriões", do alf mil 'cmd' Luís Rainha e do 1º cabo Júlio Costa Abreu (que vive atualmente em Amsterdão).


 
Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XVII:  De volta à CCS do QG, fiz a escola de cabos em Bolama, tirei vinte valores e mandaram-me de novo para os comandos do CTIG, desta vez para o grupo "Os Centuriões"   (pp. 130/133)


por AmaduDjaló

Em junho de 1965, com as guias de marcha na mão, dirigimo-nos ao QG, onde nos apresentámos. E depois, como de costume, fui logo até ao parque das viaturas, onde os condutores passavam o dia todo.

Para já, uma boa novidade. Ia passar a receber mais 150 escudos por mês, o que, na altura, dava para algumas coisas. Foi-me distribuída uma GMC, uma camioneta com 10 rodas.

Em Agosto, entrei na secretaria e encontrei o 1º sargento a lançar uns números num papel.

 Meu primeiro, para que são esses números?

–  Por que é que perguntas?

–  Porque estou a ver o meu número aí, é o segundo dessa relação!

–  Este? Ah, então vais para Bolama, frequentar a escola de cabos e podes avisar os camaradas que tu conheces.

Assim fiz, voltei com a notícia para o parque.

Chegado o dia da partida, encontrámo-nos no cais para embarcarmos às 09h00, rumo a Bolama. Quando acabámos de nos concentrar,  éramos cerca de cinquenta e tal soldados, vindos de todas as partes da Guiné, alguns meus conhecidos.

Mal chegámos a Bolama fomos fazer a apresentação ao 1º sargento que nos levou à arrecadação e nos distribuiu lençóis e cobertores. Ficámos numa caserna com 60 e tal camas e essa tarde foi para fazermos as camas, as limpezas e para arrumarmos tudo o que havia para arrumar.

No dia seguinte começou a escola. Decorreu tudo bem, desde o primeiro ao último dia. Tivemos um teste de trinta e três perguntas para dar a resposta em 60 minutos. À frente de cada pergunta havia três respostas escritas, duas eram falsas e uma era verdadeira. Bastava fazer uma cruz onde achava que era a certa. Começámos às nove para acabarmos às dez.

O alferes instrutor, no fim do teste, disse-nos:

–  Agora vocês vão-se preparar para regressar ainda hoje. Os resultados vão para as vossas companhias.

Uns colegas não queriam regressar sem saber os resultados. Eu era contra, mas a maioria queria mesmo saber. Então o alferes convocou os sargentos para o ajudarem a corrigir.

Eu fui arrumar as minhas coisas e disse aos companheiros que nos encontrávamos no cais. Estava na caserna a arrumar tudo, quando entrou o Alberto, a correr, a chamar-me:

–  Amadu, Amadu, o alferes está a chamar pelo teu nome.

E eu:

–  Qual alferes?

–  O instrutor, Amadu!

Saí a correr com a bagagem na mão e, quando cheguei à porta, entreguei-a a um companheiro e pedi licença para entrar.

Todos se levantaram, apertaram-me a mão e o alferes comunicou-me que eu tinha sido o primeiro classificado e que, se houvesse CSM - Curso de Sargentos Milicanios eu passava para este curso.

Agradeci, e quando saí alguns perguntaram a razão de me terem chamado.

–  Todos passaram, ninguém chumbou!

Eu a acabar de dizer isto e o alferes apareceu com uma carta na mão a chamar pelos nomes com a respectiva classificação.

–  Amadu, vinte!

Todos me abraçaram, estavam vários rapazes de Bafatá, a minha cidade, todo o pessoal estava contente. Fomos logo a correr direitos ao cais para tomarmos o barco para Bissau.

No dia seguinte, depois da nossa apresentação na CCS do QG, recomeçámos o nosso serviço diário, até ao dia 1 de Janeiro de 1966. Fomos promovidos a 1º cabos e no dia 2 de Janeiro apresentei-me como 1º cabo condutor.

Num dia dos finais de Fevereiro [1], eu estava no parque com alguns colegas, quando o Tomás Camará me disse:

–  Tio[2], vamos outra vez para os Comandos!

–  Quem te disse isso?

–  Está ali o alferes Rainha a falar com o nosso comandante. Entregou-lhe uma autorização da 4ª Rep.!

–  Mas vamos já hoje?

–  Sim, porque o comandante mandou-me tirar o braçal. 

O Tomás estava de cabo de dia. Estávamos com esta conversa quando ouvimos o alferes Rainha perguntar pelo Mamadu Bari. Chamaram-no e embarcámos os três, outra vez para Brá, para os Comandos.

Chegados a Brá, fomos directamente à arrecadação, levantar o material e o equipamento necessário.

Dois dias depois, surgiu uma missão
[3]  para cumprir, no sul. Apanhámos outra vez o barco para Cacine. O objectivo era Catunco Nalú, o local da última acção dos “Fantasmas” , a tal operação “Ciao”, onde tivemos um morto e nove feridos, em maio [4] de 1965. E agora, em fevereiro [5] de 1966, íamos voltar ao mesmo local para a operação com o código “Cleópatra”.

Chegámos à tarde a Cacine, repousámos até cerca das 20h30. Esta era a primeira operação em que, eu, o Tomás Camará e o Mamadu Bari, íamos participar com os “Centuriões” 
[comandada pelo alf mil 'cmd' Luís Raínha] 

[Seleção / Revisão e fixação de texto / Negritos / Parênteses retos com notas /Títulos: LG]
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Notas do autor ou do editor literário (VB):

[1] Nota do editor: 20 fevereiro 1966.

[2] O Tomás Camará chamava-me sempre tio, até quando fomos feridos em Cameconde, no meio do tiroteio, chamou-me tio.

[3] Nota do editor: operação “Cleópatra”.

[4] Nota do editor: 7 maio 1965.

[5] Nota do editor: 22 fevereiro 1966.
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Nota do editor:

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23973: In Memoriam: Cadetes da Escola do Exército e da Escola de Guerra (actual Academia Militar), mortos em combate na 1ª Guerra Mundial (França, Angola e Moçambique, 1914-1918) (cor art ref António Carlos Morais Silva) - Parte XXXVII: Leopoldo Jorge da Silva, maj art (Viseu, 1868 - Moçambique, 1916)

MORTOS EM COMBATE (MOÇAMBIQUE, 1914-1918)



Leopoldo Jorge da Silva. maj art  (1868 - 1916)


Nome: Leopoldo Jorge da Silva

Posto: Major de Artilharia

Naturalidade: Viseu

Data de nascimento: 29 de Março de 1868

Incorporação: 1890 na Escola do Exército (nº 329 do Corpo de Alunos)

Unidade: Regimento de Artilharia de Montanha (1º Grupo)

Condecorações: Medalha de Prata “Rainha D. Amélia” | Cavaleiro da Real Ordem Militar de S. Bento de Aviz | Medalha da Cruz de Guerra de 1ª classe (a título póstumo) | Promoção a Tenente Coronel por distinção (a título póstumo)

TO da morte em combate; Moçambique

Data de Embarque; 15 de Julho de 1916

Data da morte: 10 de Novembro de 1916

Sepultura: Cemitério de Nevala - Tanzânia

Circunstâncias da morte: Comandando a coluna de Mossari atacou denodadamente, em 8 de Novembro, forças alemãs em Quivambo obrigando estas a retirar com perdas significativas. No combate travado foi ferido com gravidade: Evacuado para o fortim de Nevala, faleceu dois dias depois (10 de Novembro).




António Carlos Morais da Silva, hoje e ontem

1. Continuação da publicação da série respeitante à biografia (breve) de cada um dos oficiais oriundos da Escola do Exército e da Escola de Guerra que morreram em combate, na I Guerra Mundial, nos teatros de operações de Angola, Moçambique e França (*).

Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva, cadete-aluno nº 45/63 do Corpo de Alunos da Academia Militar e depois professor da AM, durante cerca de 3 décadas; é membro da nossa Tabanca Grande, tendo sido, no CTIG, instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972.

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Guiné 61/74 - P23972: Historiografia da presença portuguesa em África (351): Actas do Conselho do Governo da Colónia/Província da Guiné: Uma fonte documental que não se deve ignorar (5) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 7 de Abril de 2022:

Caros amigos,
Continuamos em 1949, o comandante Sarmento Rodrigues regressou a Lisboa mas deixou um acervo legislativo que continuou em discussão no Conselho de Governo. Em 3 sessões realizadas em maio deste ano, discutiu-se de novo as condições de acesso aos medicamentos, as responsabilidades das farmácias, a distribuição por grosso dos medicamentos e os requisitos para o exercício da profissão de odontologista. São matérias que alguns poderão considerar dispensáveis para o conhecimento da História da Guiné, mas que, em minha modesta opinião, marcam uma viragem no processo civilizacional, a organização dos Serviços de Saúde à luz dos direitos que todos na Guiné teriam na acessibilidade ao medicamento; e em termos de Saúde Pública discutiam-se igualmente os requisitos dos profissionais de saúde. Entendi que estes elementos eram de extrema importância, é um dos pontos de visibilidade da extensão do que foi a governação de Sarmento Rodrigues na sua conceção de colónia-modelo.

Um abraço do
Mário



Atas de Conselho do Governo da Colónia/Província da Guiné:
Uma fonte documental que não se deve ignorar (5)


Mário Beja Santos

Pode julgar-se à partida que estas reuniões em que se discutiam requerimentos, taxas e emolumentos, em que funcionários da administração se pronunciavam sobre salários e infraestruturas, num órgão consultivo em que compareciam chefes de serviços, comerciantes, profissionais liberais, em reuniões presididas pelo Governador, ou pelo Governador Interino, ou pelo Encarregado do Governo, eram suficientemente enfadonhas para não acicatar quem anda à procura de outros ângulos do prisma que nos ajudam a formar uma visão mais abrangente da História da Guiné. Muitas vezes sem interesse para o historiador/investigador, atrevo-me a dizer, mas há ali casos de tomadas de posição ou declarações que nos ajudam a melhor entender a mentalidade, as iniciativas seguramente generosas que ali se formularam e que não tiveram seguimento, ou mesmo o aproveitamento daquele palco para que um Governador tecesse, em forma de sumário, o que se procurava fazer durante o seu mandato.

O Governador agora chama-se Manuel Maria Sarmento Rodrigues, é Capitão-Tenente e está a imprimir, de forma gradual, uma nova vitalidade orgânica à colónia, um perfil organizacional, uma dinâmica de desenvolvimento, uma reformulação da política de Saúde.

Sarmento Rodrigues deixa a Guiné no início de 1949, mas muita da legislação que ele idealizou prossegue em discussão e é aprovada, continuamos a apreciar diplomas que têm a ver com a área da Saúde, mormente a dispensa de medicamentos, a atividade farmacêutica e, pasme-se, o exercício da profissão de odontologista, o que deu imensa discussão pois já havia protésicos na Guiné, a legislação aprovada não os deitou fora.

Estamos agora em 12 de maio de 1949, o Conselho de Governo reúne presidido pelo Encarregado, Tenente-Coronel Pedro Pinto Cardoso, entra-se na discussão de uma proposta acerca da Inspeção Superior dos Serviços de Saúde. Volta-se a referir que têm direito ao fornecimento de medicamentos gratuitos pelas farmácias e ambulâncias do Estado, além dos indígenas, indigentes, pessoal missionário, assalariados do Estado, praças de pré do Exército e da Armada, internados em estabelecimentos de beneficência e presos e detidos nos presídios e cadeias mencionados no Regulamento dos Serviços de Saúde; de novo se referem os proventos globais do agregado familiar, para saber quem está isento de pagamento ou beneficia de descontos ou terá de pagar pelo preço de fatura; tal como na legislação anteriormente aprovada, menciona-se que todos os servidores do Estado e suas famílias têm direito ao fornecimento gratuito de sais de quinino e medicamentos anti palúdicos quando receitados pelos médicos dos Serviços de Saúde, beneficiando os servidores do Estado do fornecimento gratuito de medicamentos tripanocidas; estabelecem-se os requisitos para o fornecimento de medicamentos pelas farmácias, prevê-se a existência de documentos; aos indígenas não é exigido documento algum para a sua apresentação nas consultas dos estabelecimentos de assistência do Estado, mas o fornecimento de medicamentos é feito mediante receita passada pelo médico de Serviço de Saúde; o receituário a todos aqueles que têm direito a medicamentos gratuitos deve obedecer, quanto possível, ao formulário oficial dos Serviços de Saúde.

Na reunião seguinte, que se realizou em 19 de maio do mesmo ano, presidida pelo mesmo Encarregado de Governo, entrou em discussão o projeto de diploma respeitante ao fornecimento de medicamentos ao Estado, por grosso. No início houve para ali uma grande discussão, o Encarregado de Governo disse que este projeto tinha origem numa exposição apresentada pelo Diretor Técnico da Farmácia Moderna, Dr. Estarrenho Valentim, quem pôs ordem foi o Delegado do Procurador da República que lembrou aos presentes que o que estavam em causa era a importação e o fornecimento de medicamentos ao Estado por grosso. O Chefe dos Serviços de Saúde afirmou que em Angola e Moçambique não só as farmácias e drogarias podiam fornecer medicamentos por grosso mas também os representantes da Metrópole até mesmo firmas estrangeiras, sem farmacêuticos a dirigi-los, e na Guiné era obrigatório um diretor técnico, exigência que se pode considerar um tanto exagerada; a legislação que agora se procurava aprovar sobre o fornecimento de medicamentos por grosso exigiam que na Guiné houvesse um simples procurador, e que os medicamentos especializados ou não, de origem estrangeira, ainda não verificados em qualquer território do Império colonial português, passariam a ser analisados à entrada na colónia no laboratório de análises químicas, bromatológicas e toxicológicas dos Serviços de Saúde.

O Conselho de Governo volta a reunir em 20 de maio, a discussão agora incide sobre o projeto de diploma sobre o exercício da profissão de odontologista, há quem entenda que a clínica dentária só pode ser exercida por médico odontologista, há quem replique que os atuais práticos dentistas da Guiné podem exercer cirurgia e prótese dentária mas não a clínica dentária; é sugerido que devem ser respeitados os direitos dos dentistas atualmente existentes na Guiné, como ato de justiça, no futuro é que não devem ser admitidos outros nas mesmas condições; há que observe também que os dentistas atuais devem ser submetidos a um exame, e há quem discorde com tal critério, dizendo que não faz sentido o indivíduo que durante 10 ou 15 anos exerceu uma profissão a contento do público seja agora obrigado a fazer exame. Após discussão assentou-se que ficavam autorizados os atuais práticos dentistas, já coletados pelo exercício da profissão, a executarem trabalho de odontologia desde que se inscrevessem na Repartição Central dos Serviços de Saúde. E o Conselho também deliberou no projeto de diploma respeitante ao fornecimento de medicamentos por grosso ao Estado que os farmacêuticos que fornecessem substâncias medicinais em desacordo com a receita médica podiam ser condenados a penas de prisão e ao pagamento de multas.

(continua)

Almirante Sarmento Rodrigues
Hospital de Cumura, a leprosaria da Guiné
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Nota do editor

Último poste da série de 4 DE JANEIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P23948: Historiografia da presença portuguesa em África (350): Actas do Conselho do Governo da Colónia/Província da Guiné: Uma fonte documental que não se deve ignorar (4), veja-se hoje como Sarmento Rodrigues pretendeu instituir mudanças no sistema de saúde, incluindo as farmácias e os medicamentos (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P23971: "Una rivoluzione...fotogenica" (5): Roel Coutinho, médico neerlandês, de origem portuguesa sefardita, cooperante, que esteve ao lado do PAIGC, em 1973/74 - Parte IV: escolas no mato para adultos


Guiné-Bissau > s/l > 1974 > PAIGC > Escola para adultos / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - 6 24 - School for adults in Guinea-Bissau - 1974


Guiné-Bissau > s/l > 1974 > PAIGC > Escola para adultos / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - 6 25 - School for adults in Guinea-Bissau - 1974


Guiné-Bissau > s/l > 1974 > PAIGC > Escola para adultos / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - 6 26 - School for adults in Guinea-Bissau - 1974


Guiné-Bissau > s/l > 1974 > PAIGC > Escola para adultos / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - 6 27 - School for adults in Guinea-Bissau - 1974


Guiné-Bissau > s/l > 1974 > PAIGC > Escola para adultos / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - 6 29 - School for adults in Guinea-Bissau - 1974.



Guiné-Bissau > s/l > 1974 > PAIGC > Escola para adultos / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - 6 29 - School for adults in Guinea-Bissau - 1974. (Tudo indica que a aluna seja guineense, e que a aula seja de português... Pormenor: tanto quanto se consegue ler: "Sumário, 29-3-74 (,,,) Eu quero ser primeiro (?) professora. Eu quero ser (...)".




Fonte: Wikimedia Commons > Guinea-Bissau and Senegal_1973-1974 (Coutinho Collection) (Com a devida vénia...) . Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. O jovem médico Roel Coutinho (*), então com os seus 26/27 anos, passou uma temporada na Guiné-Bissau e no Senegal, ainda antes do 25 de Abril de 1974, altura em que voltou ao seu país natal, os Países Baixos.

No seu livro de memórias, "Crónica da Libertação" (Lisboa, "O Jornal", 1984, 464 pp.), Luís Cabral (Bissau, 1931- Torres Vedras, 2009), o primeiro presidente da República da Guiné-Bissau (1973-1980), derrubado pelo golpe de Estado do 'Nino' Veira (em 14 de novembro de 1980), cita o nome do "dr. Raul Coutinho" (sic), a propósito do apoio ao PAIGC, ainda na fase da luta pela independência, de diferentes países e organizações no domínio médico-sanitário. Escreveu ele, na página 337:

"O comité da Holanda, como a Fundação Eduardo Mondlane, destacou-se por uma solidariedde contínua com as nossas formações sanitárias também concretizada pelo envio de pessoal médico. Os drs. To, Raul Coutinho  e Yob trabalharam sucessivamente no nosso Lar do Combatente de Ziguinchor".  

Não são referidas datas, maas sabe-se que as fotos do Roel Coutinho tªem dieferentes datas: (i) março-abril de 1973; (ii) 1974;  (iii) março-abril de 1974... Umas foram toradas no Senegal (Ziguinchor), outras na Guiné-Bissau, em "áreas libertadas", junto à fronteira norte ou a sul do Morés (em Sara).  Não parece haver fotos tiradas no sul do território, ou em bases do PAIGC em território da Guiné-Conacri, como Boké (onde também havia um hospital tal como em Ziguinchor, no Senegal).

2. E a propósito da Fundação Eduardo Mondlane (Eduardo Mondlane Stichting)  sabemos que se fundiu mais tarde,  em 1997, com outras duas organizações, o Comitê Holandês sobre a África Austral, antigamente denominado Angola Comité (Komitee Zuidelijk Afrika)  e o Movimento Holandês de Oposição ao Apartheid (Anti-Apartheids Beweging Nederland) , dando origem ao  Nederlands instituut voor Zuidelijk Afrika (NiZA).  

O NiZA (http://www.niza.nl)  focava-se então  nas questões  relativos ao desenvolvimento e aos direitos humanos na África Austral, mantendo os arquivos com os materiais de suas organizações-mãe:

Numa folheto, de duas páginas,  do NiZA, disponível em formato pdf, em português pode ler-se:

 (...) "A colonização inicial holandesa da África do Sul, suas conexões religiosas tradicionais, ligações com o idioma falado pelos afrikaners, e o número relativamente alto de imigrantes holandeses na África do Sul contribuíram para o alto interesse da sociedade holandesa pelos assuntos relativos à África do Sul, inclusive a luta contra o apartheid. 

A experiência dos holandeses durante a ocupação nazi na Segunda Guerra Mundial e a descolonização na Indonésia também contribuíram para o apoio de movimentos de libertação na África Austral. 

Todos esses fatores resultaram na ampla cobertura da imprensa e no surgimento de um forte movimento contra o apartheid e em prol da libertação africana na Holanda. 

Um dos primeiros grupos se concentrou na libertação de Angola e das outras colônias portuguesas, o que ajudou a dar ao movimento uma perspectiva ampla sobre a região da África Austral. 

Em três ocasiões distintas, desentendimentos graves sobre as sanções contra a África do Sul entre a maioria parlamentar e a administração incumbente ameaçaram derrubar o governo. Os sindicatos, as igrejas, os governos locais e as organizações de desenvolvimento agiram ativamente nesse sentido, assim como as organizações cujo enfoque específico era a solidariedade com a luta na África Austral. 

Os grupos holandeses agiam não só ao fazer pressão para transformar as políticas ocidentais e isolar a África do Sul, como também para apoiar diretamente os movimentos de libertação da África Austral. Os grupos normalmente trabalhavam juntos em coligações, apesar de rivalidades e discórdias estratégicas entre si. Juntos, atingiram todos os setores da sociedade holandesa, exercendo forte influência na opinião pública." (...) 

A gente às vezes esquece-se que a Holanda / Países Baixos foi também uma grande potência colonial e que a descolonização desses territórios também não foi pacífica.... (Veja-se, por exemplo, o caso da Indonésia que foi o primeiro país após a Segunda Guerra Mundial a lutar pela independência e a ser reconhecido pelas Nações Unidas, mas só em 1949 pela potência colonizadora... E só agora, ao fim de muitos anos, os Países Baixos pedem desculpa pela violência contra os indonésios e outros povos que estiveram sob o seu domínio.
)
 
3. Chamámos a este série  "Una rivoluzione... fotogenica". Destina-se a divulgar algumas imagens "do outro lado do combate"... Na realidade, o PAIGC e sobretudo o seu líder histórico, Amílcar Cabral (Bafatá. 1924- Conacri, 1973) sempre beneficiou de uma "boa imprensa", a nível internacional, e nomeadamente nalguns países europeus, como a Suécia, a Holanda, a Itália ou até a França.

Alguns excelentes fotojornalistas (como Bruna Amico ou Uliano Lucas) mas também cineastas, médicos e escritores foram às florestas e bolanhas da Guiné para se documentar "in loco" sobre o progresso da "luta de libertação" dos guineenses contra o colonialismo português. Pode-se dizer que criaram ou ajudaram a criar uma "estética da guerra de libertação" (**).


(**) Vd. poste de 4 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23947: "Una rivoluzione... fotogenica" (1): Uma reportagem e um livro decisivos, e que consagram a estética da "guerra de libertação", "Guinea-Bissau: una rivoluzione africana" (Milano, Vangelista, 1970, 200 pp.), dos italianos Bruno Crimi (1940-2006) e Uliano Lucas (n. 1942)

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23970: O nosso blogue em números (85): Em 2022, tivemos 12 "baixas mortais" e outras tantas entradas para a Tabanca Grande (dos quais 3 a título póstumo)... Somos agora 867 grã-tabanqueiros, dos quais 129 já falecidos (c. 15%)


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. Foi mais um ano, inevitavelmente, com baixas: morreram 12 camaradas nossos, registados na Tabanca Grande, alguns históricos e com dezenas de referências no blogue.

Ano de 2022 - Lista dos amigos/as e camaradas que da lei da morte se foram libertando (n=12):
 
Alberto Bastos (1948-2022)

António Estácio (1947-2022) (c. 7 dezenas de referências)

Coutinho e Lima (1935-2022) (mais de 100 referências)

Francisco Pinho da Costa (1937-2022)

João Silva (1950-2022)

Júlio Martins Pereira (1944-2022) (12 referências)

Manuel Marinho (1950-2022) (c. 4 de dezenas de referências)

Maria Ivone Reis (1929-2022) (mais de 3 dezenas de referências)

Mário de Oliveira (Padre) (1937-2022) (mais de 2 dezenas de referências)

Rui Alexandrino Ferreira (1943-2022) (8 dezenas de referências)

Veríssimo Ferreira (1942-2022) (mais de 9 dezenas de referências)

Xico Allen
(1950-2022) (5 dezenas de referências)


2. Em contrapartida entraram outros 12 novos membros para a Tabanca Grande, alguns a título póstumo: Alberto Bastos (1948-2022), Francisco Pinho da Costa (1937-2022) e  João Silva (1950-2022).

No final de 2022, éramos 867 (Gráfico nº 8), dos quais 129 já falecido (14,9%).

Continuamos a lembrar que estes números das nossas "baixas mortais" devem pecar por defeito: há membros da Tabanca Grande de que não temos notícias há anos, ou seja, são camaradas que não fazem "prova de vida", por email, telefone ou colaboração no blogue... (Razão pela qual, também, deixámos de celebrar o seu aniversário, nos casos em que estávamos autorizados a fazê-lo.)

Em relação à entrada de novos membros, chamamos a atenção para o facto de a média anual. nos últimos onze anos (2012-2022) ser agora de 24,7. Ou seja, neste período estavam a entrar, em média, dois novos membros por mês (**)... Em 2022, foi apenas um por mês... 

Dificilmente por isso vamos conseguir chegar ao fim do ano de 2023 com dois batalhões: 900 elementos registados (***)... É uma meta ambiciosa, para a conseguirmos atingir temos que fazer um esforço, os mais ativos de nós, para trazer um "periquito", de preferência com muitas fotos e outras memórias para partihar...

Aqui vai a lista dos novos membros, em 2022, por ordem cronológica de entrada (entre parênteses o nº de grã-tabanqueiro) (n=12):

Alberto Bastos (nº 856)

José Carlos Silva (nº 857)

Manuel Antunes (nº 858)

José Torres Neves (Padre) (nº 859)

João (da Silva) Alves
(nº 860)

António Figuinha (nº 861)

Maria Ivone Reis (nº 862)

Ramiro Figueira (nº 863)

Francisco Pinho da Costa (nº 864)

José Moreira Neves (nº 865)

João (Candeias da) Silva (nº 866)

Manuel Calhandra Leitão ("Mafra") (nº 867)


Já lá vai o tempo em que o  número de membros da nossa Tabanca Grande  crescia, com regularidade, a uma méda de 4 por mês, ou seja, um por semana... Éramos 111, em junho de 2006, 390 em 2009, 595 em 2012, 710 no final de 2015, e por aí fora: 731 (em 2016),  765 (em 2017)...

Depois o ritmo começou a abrandar (Gráfico nº 8), o que é compreensível face ao duplo processo de envelhecimento: do nosso blogue (que vai fazer 19 anos em 23/4/2023) e do "público-alvo" a que se dirige, os combatentes da guerra colonial / guerra do ultramar na Guiné (1961/74)...
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Guiné 61/74 - P23969: Lembrete (44): Lançamento do livro "ANTIGOS COMBATENTES, Humilhados e Abandonados", por José Maria Monteiro, dia 14 de Janeiro de 2023, pelas 12,00 horas, no Manuela Borges Eventos, Rua Principal Fonte do Feto, 2835, Santo António da Charneca - Barreiro

C O N V I T E


1. Mensagem do nosso camarada José Maria Monteiro, ex-Marinheiro Radiotelegrafista (LFP e Comando Naval da Guiné, 1969/73), com data de hoje, 10 de Janeiro de 2023:
Meu distinto camarada Carlos

Peço-te o favor de divulgares, aqui no blog, o lançamento do meu último trabalho cujo título é "ANTIGOS COMBATENTES, Humilhados e Abandonados". Não se trata do lançamento de mais um livro, mas sim de mostrar o descontentamento, a raiva e a ingratidão que a Pátria tem ostracizado os seus Antigos Combatentes, autênticos heróis, que tudo deram à Pátria em troca de nada.[*]

Junto cópia da capa do livro, onde se indica uma pequena sinopse e que passo a transcrever:


"... Pretende-se com a publicação deste livro, trazer à colação o facto da nossa Pátria, durante 46 anos, nunca ter reconhecido a dignidade de combatente aos seus Antigos Combatentes, autênticos heróis, que lutaram durante 13 anos em terras indianas e africanas, com coragem, abnegação e amor à Pátria.

É incompreensível , para todos os Antigos Combatentes, o abandono pátrio, a injustiça, a enorme ingratidão, bem como uma grande humilhação, a que a Pátria tem ostracizado os seus Antigos Combatentes.

É tempo de fazer balanço e apontar o dedo aos principais responsáveis pela omissão histórica e coletiva, daquelas quatro longas décadas, quase meio século para ver reconhecida a dignidade combatente, não havendo memória, nem temos conhecimento que tal omissão tenha ocorrido em qualquer outro país do Mundo, que tenha desenvolvido ações bélicas.

Pretende-se, ainda, com a publicação deste livro, tecer algumas considerações e críticas ao Estatuto do Antigo Combatente, recentemente aprovado pela Assembleia da República, considerado, pelos Antigos Combatentes, como sendo o mais pobre do Mundo, em todas as suas valências...."


É do conhecimento público, que durante décadas, participei, colaborei e nos últimos anos, antes da aprovação do EAC, liderei o movimento PRÓ-DINGIDADE A FAVOR DO ESTATUTO DO ANTIGO COMBATENTE, com concentrações nacionais de Antigos Combatentes mensais frente à escadaria da Assembleia da República.

Apoiei, desde o primeiro segundo o nosso camarada FERNANDO ROSA, na greve de fome, durante 6 dias em prol do EAC e da transladação dos corpos dos nossos camaradas sepultados em terras africanas, realizada em Setembro de 2019 frente ao Palácio de Belém.

Reuni muitas vezes com a senhora Secretária de Estado dos Recursos Humanos e Antigos Combatentes, a quem expus a vontade e o entendimento dos A.C. sobre o Estatuto do Antigo Combatente e no passado mês de Agosto reuni com a senhora ministra da Defesa, a quem entreguei uma cópia das Conclusões dos Trabalhos do Congresso Nacional de Antigos Combatentes.

Confesso que é minha vontade, fazer parte do grupo de guardiões da história, para que o tempo não apague a coragem e o sacrifício de um povo.

Para terminar, direi que este livro para além de manifestar um descontentamento coletivo, será sempre um testemunho para as novas gerações, para os historiadores, para o Mundo e também, documento histórico para o povo português.

Finalmente, fica o CONVITE, a todos os Antigos Combatentes, querendo, para assistir ao lançamento no próximo dia 14/01/2023, pelas 12h00, no MANUELA BORGES EVENTOS, restaurante sito na Rua Principal Fonte do Feto, 2835-543 Santo António da Charneca - Barreiro. No final é servido um MOSCATEL DE HONRA e bolos. Inscrições pelo email .... josemaria51@outlook.pt...

Cascais , 10/01/2023
JOSÉ MARIA MONTEIRO .... um dos mais jovens combatentes (c/16 anos).

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Notas do editor

Todas as imagens podem ser ampliadas com um clic

[*] - Vd. poste de 5 DE JANEIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P23951: Agenda cultural (823): Convite para o lançamento do livro "ANTIGOS COMBATENTES, Humilhados e Abandonados", por José Maria Monteiro, dia 14 de Janeiro de 2023, pelas 12,00 horas, no Restaurante Manuela Borges, Santo António da Charneca - Barreiro

Último poste da série de 6 DE NOVEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23766: Lembrete (43): É já no próximo dia 12 de Novembro que vai ser lançado o livro de poemas "Palavras que o vento (E)leva", da autoria do nosso camarada José Teixeira, no Centro Cultural de Leça do Balio, às 16h30, com apresentação do Dr. José Almeida da Silva

Guiné 61/74 - P23968: In Memoriam: Cadetes da Escola do Exército e da Escola de Guerra (actual Academia Militar), mortos em combate na 1ª Guerra Mundial (França, Angola e Moçambique, 1914-1918) (cor art ref António Carlos Morais Silva) - Parte XXXVI: Artur Augusto Rodrigues, alf inf (Sabrosa, 1895 - França, CEP, 1918)

 

Artur Augusto Rodrigues (1895 - 1918)


Nome: Artur Augusto Rodrigues
Posto: Alferes de Infantaria
Naturalidade: Sabrosa - Vila Real
Data de nascimento:  20 de Julho de 1895
Incorporação: 1916 na Escola de Guerra (nº 430 do Corpo de Alunos)
Unidade: 2ª Brigada de Infantaria, 8º Grupo de Metralhadoras
Condecorações:
TO da morte em combate: França (CEP)
Data de Embarque: 10 de agosto de 1918
Data da morte: 14 de Outubro de 1918
Sepultura: França, Cemitério de Richebourg l'Avoué
Circunstâncias da morte: Faleceu em 14 de Outubro vítima de ferimentos recebidos (estilhaços de granada) sendo inicialmente sepultado em Tin de Barn



António Carlos Morais da Silva, hoje e ontem


1. Continuação da publicação da série respeitante à biografia (breve) de cada um dos oficiais oriundos da Escola do Exército e da Escola de Guerra que morreram em combate, na I Guerra Mundial, nos teatros de operações de Angola, Moçambique e França (*).

Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva, cadete-aluno nº 45/63 do Corpo de Alunos da Academia Militar e depois professor da AM, durante cerca de 3 décadas; é membro da nossa Tabanca Grande, tendo sido, no CTIG, instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972.
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Nota do editor:

(*) Último poste sa série > 13 de setembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23613: In Memoriam: Cadetes da Escola do Exército e da Escola de Guerra (actual Academia Militar), mortos em combate na 1ª Guerra Mundial (França, Angola e Moçambique, 1914-1918) (cor art ref António Carlos Morais Silva) - Parte XXXV: Pedro Carrazedo Campos Viana de Andrade, alf art (Portalegre, 1897 - França, CEP, 1918)