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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12079: Os nossos médicos (70): Amaral Bernardo, do Porto, foi o primeiro médico da açoriana CCAÇ 2726, que era comandada pelo cap inf David C. Gomes de Magalhães (Cacine, 1970/72)




Guiné > Região de Tombali > Rio Cacine a caminho de Gadamael > c. 1970 > O alf mil méd Amaral Bernardo esteve na CCAÇ 2726, uma companhia independente, açoriana, que guarneceu Cacine (1970/72). Amaral Bernardo pertencia  à CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), e passou cerca de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6).

Foto: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]



1. Mensagem de Amaral Bernardo, acabada de chegar às 07:18:

Luís:

Há cerca de dois anos enviei-te os crachás das companhias por onde andei na Guiné (e que nunca foram referenciados neste blogue) e penso (mas vou verificar, e gostava que o fizesses também) que o da CCaç 2726 que hoje mostram,  pertence a essa colecção. (Caso não seja assim, este mail não existiu).

Essa foi a primeira companhia que tive na Guiné em conjunto com Gadamael. Depois estive os tais 11 meses em Bedanda com apoio ao Guilege e esporadicamente a Cacine.

Era comandada pelo capitão Altino (penso) de Magalhães[, não,  era o cap inf David C. Gomes de Magalhães] (**)

Dessa época não me lembro de nenhum colega de Coimbra que estivesse lá estado. O apoio a Cacine era feito pelos médicos de Catió, como é sabido. 

O Mário [Silva] Bravo substitui-me em Bedanda quando fui para Tite. Cruzámo-nos no "Aeroporto Internacional de Bedanda", na rendição.

Somos da mesma Faculdade [de Medicina do Porto] e amigos de longa data.

Desculpa este flashback.

Abraço rijo

Amaral Bernardo

2. Comentário de L.G.:

Obrigado, Amaral,  pela tua pronta resposta ao solicitado no nosso último poste,  P12078, de hoje (*).  Aqui tens mais uns elementos informativos sobre a tua primeira companhia,  onde  estiveste como médico.  O pessoal era açoriano. É pena que não tenhamos ninguém a representá-la aqui, na nossa Tabanca Grande.

Encontrei, no portal Dos Veteranos da Guerra do Utramar [Ultramar Terraweb]  um contacto de um militar dessa companha, o Luís Cândido Tavares Paulino, que organizou o 7º convívio do pessoal da  CCAÇ 2726, no Faial e no Pico, em 2011. Telefone: 214 102 686. Talvez esse camarada nos possa dizer quem, além de ti, foram os médicos que passaram por Cacine, entre 1970 e 1972, ao tempo da CCAÇ 2726.

Quanto ao mail que me terás enviado há cerca de 2 anos, com os crachás das tuas companhias, é bem possível que se tenha estraviado ou esteja algures, ainda por abrir,nalgumas das minhas caixas de correio que já não está ativas. Numa primeira rápida pesquisa não encontrei nada. Se ainda te for possível, reencaminha-me, por favor, esse mail. Saúde da boa para ti!... De Lisboa, com um alfa bravo. Luis.
_____________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 24 de setembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12078: Os nossos médicos (69): Quem foi o colega de Coimbra que em 1970 passou pela açoriana CCaç 2726 (Cacine, 1970/72) ? (Flávio Rodrigues, médico, Loures)

(**) A CCAÇ 2726, independente, foi mobilizada p'elo BII 18, partiu para o TO da Guiné em 11/4/1970 e regressou a 27/2/1972. Esteve sempre em Cacine. Era comandada pelo cap Inf  David Custódio Gomes de Magalhães.

Vd. poste de 16 de setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4961: Histórias de Juvenal Candeias (4): Há periquitos no Quitáfine

(...) A CCaç 3520 tinha chegado ao porto de Cacine, a bordo da LDG Montante, em 24 de Janeiro de 1972, para render a CCaç 2726, companhia açoriana comandada pelo Capitão Magalhães, o homem que retorcia as pontas do bigode com cera e a quem o tabaco nunca faltava! Dizia-se mesmo, à boca pequena, que, quando o tabaco acabava em Cacine, o PAIGC deixava, no mato, uns macitos para o Capitão! Rumor ou realidade… ninguém sabe! Ficou por provar! (..:)

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11514: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (38): Respostas (nº 73/74): Mário Bravo (ex-alf mil médico, CCAÇ 6, Bedanda, dez 71/mar 72; e HM 241, Bissau, 1972); José Cancela (ex-sold apont metr, CCAÇ 2382, Bula, Buba, Aldeia Formosa, Contabane, Mampatá e Chamarra, 1968/70)


Resposta nº 73 >  Mário [Silva] Bravo , [ex-Alf Mil Médico, que passou por Bedanda, neste caso pela CCAÇ 6, entre Dezembro de 1971 e Março de 1972 e depois por Teixeira Pinto, ficando o resto da comissão no HM 241, em Bissau]

Amigo e Camarada Luis Graça

Boa tarde: Começo por pedir desculpas pelo atraso na resposta ao questionário, mas chama-se a isto a " preguiça dos 67 ". Para simplificar, vou nomear as alíneas do questionário e responder :


1- Descobri o blogue em 2007.

2- Conheci o mesmo através do camarada Amaral Bernardo, aquando duma visita ao Hospital de Sto. António, Porto.

3- Sou membro [da Tabanca Grande] desde Janeiro de 2007.

4- Visito diariamente o nosso blogue.

5- Tenho mandado material para o Blogue. Não mando mais por falta de inspiração ou fotos alusivas à minha estadia na Guiné.

6- Conheço a página do Facebook.

7- Visito de modo semelhante o Facebook e o Blogue.

8-  [O que mais gosto:] A vertente informativa e de relato de acontecimentos relativos à vivência na Guiné.

9- Não há nada que possa definir como o que não gosto.

10- Houve uma época em que tinha algumas dificuldades em aceder ao Blogue. Essa fase passou e poderia estar relacionada com anomalias no meu PC.

11- O Blogue e o  Facebook representam um mecanismo de comunicação com antigos camaradas e amigos.

12- Já participei num Encontro Nacional e gostei. [ VI Encontro Nacional, 2011]

13 - Este ano não posso participar, pois coincide com uma comemoração familiar de importância relevante.

14/15- Sinto e entendo que o Blogue não irá sofrer de "agonia".  Poderá haver fases em que pode ter menos actividade, mas pode ser uma consequência da "crise".

Vamos caminhando e "siga a marinha" . Lembram-se deste dito atribuído a um major que conheci em Bissau.!!! Piadas de guerra !

E após responder a todos os quesitos, dou por terminado o inquérito e aguardo as conclusões do mesmo !!!!!!

Um grande ABRAÇO para todo o Comando do Blogue e também para todos os comandados. Boa saúde.


Resposta nº 74 > José [Manuel Moreira] Cancela [, ex-Soldado Apontador de Metralhadora da CCAÇ 2382, Bula, Buba, Aldeia Formosa, Contabane, Mampatá e Chamarra, 1968/70]

[Foto à esquerda: O Cancela e a sua lavadeira. Foto da sua página no Facebook]

1) Em finais de dois mil e nove.
2) Por mero acaso,procurava no Google algo da Guine,.........e  Luís Graça &  Cmaradas da Guiné, bingo!
3) Sim [, sou membro da Tabanca Grande.] A partir da descoberta. [9 de fevereiro de 2009].
4) Visito o blogue] diariamente, e mais que uma vez.
5) Quase nada. Mas vou repensar. Como sabes, em dois anos de Guiné, também tive as minhas aventuras e desventuras.
6) Conheço [o facebook] , mas gosto mais de visitar o blogue.
7) O facebook para mim é mais uma campainha que avisa....Há qualquer coisa nova no blogue.
8) !!!!!!
9) Detesto o lavar de roupa suja, entre camaradas, e algumas histórias a cheirar a ficção.
10) Nem por isso.
11) Mais que muito, foi graças ao blogue que encontrei amizades fantásticas.
12) Sim.desde que o nosso encontro é no Palace Hotel, [em Monte Real], portanto desde 2010.
13) Claro que sim, fui dos primeiros a inscrever-me.
14/15) É meu desejo que continue,e vai continuar...
_________________

Nota do editor:

Último poste da série > 30 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11509: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (37): Respostas (nº 71/72): Armando Faria, ex-Fur Mil da CCAÇ 4740 (Cufar, 1972/74) e Raul Albino, ex-Alf Mil da CCAÇ 2402 (Có, Mansabá e Olossato, 1968/70)


(...) Questionário ao leitor do blogue:
(1) Quando é que descobriste o blogue ?

(2) Como ou através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?

(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?


(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?

(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?

(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook?

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11049: (Ex)citações (208): Monóculo de Spínola oferecido ao Museu Etnográfico de Silgueiros - Viseu (Amaral Bernardo)



1. Mensagem do nosso camarada Amaral Bernardo (ex-Alf Mil Médico, CCS/BCAÇ 2930, Catió, 1970/72), com data de 30 de Janeiro de 2013:

Luís e Carlos,

À boa maneira portuguesa,"espero que se encontrem bem".

Ao ler o poste 11024, lembrei-me de um momento de espanto, incrédulo, e que por momentos me fez pôr em causa a legitimidade de continuar a conduzir nessa tarde, quando visitava o Museu Etnográfico de Silgueiros (naturalmente após o almoço da "ordem" no "Martelo" que aconselho, mesmo aos de estômago mais delicados, se fizerem uns estágios prévios no "Cortiço" na vizinha Viseu).

Do Museu Etnográfico de Silgueiros direi apenas que é uma pérola rara, praticamente desconhecida, e cuja alma, para além do conteúdo, é a determinação de um homem, seu director, o Comandante António Lopes Pires.

Acrescento, só como exemplo e para "aguçar" a curiosidade, que tem uma colecção com 72.000 (setenta e dois mil) botões - mil e tal à vista e os restantes em caixas! Mas eu conto:

Quando admirava com atenção a coleção de óculos (eu colecciono, melhor, junto óculos antigos), as minhas retinas foram atraídas para um conjunto singelo-monóculo em estojo apropriado e com um cartão de visita com uma dedicatória manuscrita, naturalmente.

Aproximei-me o quanto o vidro me permitiu... Sim, aquele conjunto foi oferecido pelo Gen Spínola, cujo nome e dedicatória eu vi com "estes que a terra (ou o fogo) há-de comer".

Apontando o dedo, perguntei a António Lopes Pires, que teve a gentileza de me guiar na visita:
- Como é que aquilo veio parar aqui?

E ele disse-me!

 Prometi ao António Lopes Pires que divulgaria o Museu sempre que eu pudesse (cheguei a enviar imagens para a RTP2 que nunca me respondeu).

Assim, quem quiser saber o que me foi dito... terá que ir a Silgueiros.Vai gostar, garanto. Ah, e levem os "complementos afectivos" (sem ofensa) - tem uma colecção de trajes antigos...!

Mas não resisto a deixar um pormenor, quiçá o mais importante e desconhecido, e provavelmente o que melhor documenta o traço de "actor," de "persona" do Gen Spínola, também conhecido na Guiné de então por "tres ulho"- três olhos: É que o "caco" não tem graduação, é de vidro neutro!!!

Polémico, sim... mas líder carismático, foi!

Abraço para ambos.
Amaral Bernardo

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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 14 DE JANEIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P10940: (Ex)citações (207): Festejando a entrada do nosso seiscentésimo grã-tabanqueiro, Abílio Magro, natural de Fronteira, um dos seus 6 filhos que a família Magro ofereceu à ditosa Pátria amada para servir em África (Angola, Moçambique e Guiné) ...

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10394: Os nossos médicos (43): Amaral Bernardo e Mário Bravo, em Guileje, ao tempo do cap Jorge Parracho, comandante da CCAÇ 3325 (1971)




Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 > 1971 > Álbum fotográfico do cor inf ref Jorge Parracho > Foto nº 26 > Bar/messe de oficiais:  convívio de oficiais de duas companhias, presidido pelo cap inf Parracho (ao fundo, ao centro)... O segundo à esquerda, parece-me o cap mil Abílio Delgado, o então mais jovem capitão do exército português (com 21 anos!, se não me engano)... À direita, em primeiro plano, o alf mil médico Amaral Bernardo... É possível que esta foto tinha sido tiradas em finais de 1971, na sequência da rendição da CCAÇ 3325 (Cobras de Guileje) pela  CCAÇ 3477 (Gringos de Guilejm, nov 71/dez 72). Tanto o Abílio como o Amaral são nossos grã-tabanqueiros.


Foto: © Jorge Parracho / AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. [As fotos de Jorge Parracho foram disponibilizadas à ONG AD- Acção para o Desenvolvimento, com sede em Bissau, em 2007, no âmbito do projecto de criação do Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Não têm legendas, vêm apenas numeradas. Legendagem da responsabilidade de L.G,, que recorreu às informações já aqui publicadas pelo Orlando Silva sobre a CCAÇ 3325].



1. Comentário do nosso camarada [José Maria Ferreira do ] Amaral Bernardo [, foto atual, à direita,]  ao poste P10390:

Com emoção, reconheço-me na foto nº 26; sou o último à direita, o então alf mil médico Amaral Bernardo.

Só quem teve o "privilégio" de ir a Guileje nessa época, pode entender como era possível, no meio da maior adversidade, num minúsculo redil de arame farpado, perdido algures em África, com condições de sobrevivência no limite...haver alguém para quem a dignidade e a autoestima de todos os militares era uma preocupação prioritária. A porta de armas e a messe são só a parte aparente desse esforço. Quem conhece o então cap Parracho, sabe do que falo.

A última vez que nos encontramos foi num almoço em Quinhamel que teve a gentileza de oferecer.

Abraço rijo, Coronel Parracho

Amaral Bernardo, alf mil médico, CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72)

2. Comentário de Mário Bravo [, foto atual, à esquerda,] ao poste P10362


Amigos e Camaradas. Nas rápidas idas a Guileje, como médico e estacionado em Bedanda, tive o grato prazer de conhecer o Cap. Parracho. Mal vi a foto publicada no blogue, fácilmente o reconheci. Pouco tempo depois, foi suibstituido pelo Cap. Abílio Delgado com quem contactei durante mais tempo. Como recordação desses tempos, possuo dois crachás - da C.Caç- 3325 e da C.Caç.3477. Apesar das fracas condições de vida dessa época, gostei desses dias. !!

Mário Bravo (alf mil méd, CCAÇ 6, Bedanda,  e HM241, Bissau, 1971/72)

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Nota do editor:

Último poste da série > 1 de agosto de 2011 >  Guiné 63/74 - P8624: Os nossos médicos (42): O Teles de Araújo, o Morais Sarmento, o Horta e Vale e o Fernando Garcia (J. Pardete Ferreira / P. Santiago / M. Amaro / A. Paiva / J. Câmara / C. Cordeiro)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P9994: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte VII: Despedida de Bedanda, a caminho de Gadamael e Guileje, aos 18 meses



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 159/199 >  "Dizendo adeus a Bedanda, ou chamando os jacarés ou o inimigo...antes de partir para Guilege [via Gadamael Porto].



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 157/199 > A despedida das autoridades administrativas locais, o chefe de posto e os seus adjuntos....

[Diz o nosso camarada Amaral Bernardo, que foi alf mil médico, e esteve 11 meses em Bedanda, o seguinte a propósito desta foto nº 157/199, 'A despedida das autoridades Administrativas locais,o chefe de posto e os seus adjuntos': "A personagem fardada de branco não é o chefe de posto de então (que era caboverdiano), é (era) o Homem Grande e régulo SAMDA, que era um homem fino e distinto; foi ele que baptizou o alf Alberto Rocha, dos obuses 14, com o nome de...PUM,PUM,BALDÉ. Desta vez a memória não me atraiçoa! Amaral Bernardo, 11meses de Bedanda-1971/72"],



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 158/199 > "O Matador, viatura de tracção dos obuses, já no cais pronta para o embarque".



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 160/199 > "Lancha para transporte dos obuses. Momento da partida rumo ao rio Cacine, a Gadamael-Porto e a Guileje, [descendo primeiro o rio Cumbijã]"



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 161/199 > "Barcaças de transporte de víveres".



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 162/199 > "Rumando a novas aventuras"...



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 163/199 > "Já no rio Cacine [?], em Gadamael Porto na maré vazia".



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº172/199 > "O quartel de Gadamael-Porto com o rio Cacine [?], ao fundo". [Em rigor, não é o Cacine, mas um dos seus múltiplos braços ou afluentes.]

Fotos (e legendas): © João José Alves Martins (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. [Fotos editadas e parcialmente legendadas por L.G.]. 



ÍNDICE

1. Curso de Oficiais Milicianos
1.1. Mafra – Escola Prática de Infantaria
1.2. Vendas Novas – Escola Prática de Artilharia – Especialidade: PCT (Posto de Controlo de Tiro)
2. Figueira da Foz – RAP 3 - Instrução a recrutas do CICA 2
3. Viagem para a Guiné (10 de Dezembro de 1967)
4. Chegada à Bateria de Artilharia de Campanha nº 1 (BAC 1) e partida para Bissum
5. Bissum-Naga
6. Regresso a Bissau para gozar férias na Metrópole (Julho de 1968)
7. Piche
8. Bissau, BAC 1
9. Bedanda
10. Gadamael-Porto
11. Guilege
12. Bigene e Ingoré .


Memórias da minha comissão na Província Ultramarina da Guiné - Parte VII (*)

por João Martins (ex-Alf Mil Art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69)

10 – Gadamael (Parte I)

Já estava relativamente bem inserido na comunidade de Bedanda, quando recebo a bombástica informação que tinha que rumar a Guileje. 

Sabia que não podia ser coisa boa pois fica a pouca distância da República da Guiné onde o IN tinha as suas bases e os seus apoios. Embarcámos os obuses em três LDM, descemos o rio Cumbijã e subimos o rio Cacine que achei espectacular com as suas águas estanhadas refletindo a beleza das margens e desembarcámos em Gadamael Porto, onde passei a melhor semana [de todo o tempo] em que estive na Guiné. (...)

(Continua)



Guiné > Região de Tombali > Mapa de Cacoca > 1960 > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Gadamael Porto

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Guiné 63/74 - P8841: Convívios (378): 1º Encontro da CCAÇ 6, Onças Negras, e outro pessoal de Bedanda... Dia 5 de Novembro, na região da Bairrada: 1º anúncio (António Teixeira)


Fotos:  © António Teixeira (2011). Todos os direitos reservados


1. Mail do António Teixeira, com data de hoje, enviado aos seus camaradas da CCAÇ 6 (Onças Negras), com pedido de divulgação através do nosso blogue: 

Caros Onças Negras: 

Finalmente o nosso primeiro encontro já está em andamento. Para já, já temos data. O encontro será a 5 de Novembro, um sábado. Procuramos uma data com pelo menos um mês de antecedência para que todos possamos organizar as nossas vidas, visto que este encontro, como primeiro que é (lembrem-se que muitos de nós já não nos vemos há cerca de 40 anos), é de caráter obrigatório. 

Como disse um dos nossos Comandantes, o então nosso Capitão Ayala Botto, quem não estiver na parada leva uma porrada. 

O local, em princípio, também já está decidido. Para que fique praticamente equidistante, optamos pelo centro do país e que seja de fácil acesso. Assim, decidimos pela Bairrada, para degustarmos uns bácaros bem regados por aquele líquido divino cheio de "bolinhas". Ainda estou à procura do lugar ideal, que pelo menos reuna as seguintes caraterísticas: (i) boa relação qualidade/preço, (ii) em que possamos estar lá pela tarde toda; e (iii) a que se chegue facilmente . 

Também para contratar o lugar será necessário ter o número de convivas o mais aproximado possível. Assim, solicito que me contactem logo que vos seja possível confirmando a vossa presença, para que eu possa por minha vez contactar o restaurante. Será muito interessante que consigam contactar outros camaradas que por lá passaram [, na CCAÇ 6 ou noutras subunidades, Bedanda, região de Tombali].

No fim deste mail eu colocarei as pessoas que eu consegui contatar. Quero também aproveitar para vos comunicar que foram convidados 3 grandes amigos, que serão os convidados especiais do primeiro encontro: os nossos amigalhaços Luís Graça e Carlos Vinhal (do blogue Tabanca Grande) e o Lino Reis, que apesar de nunca ter estado em solo Bedandense, fartou-se de nos ver, mas por outro ângulo: visto de cima, pois foi piloto da Força Aérea e esteve lá no princípio da década de 70. 

Como se trata do primeiro encontro, de certeza que vai haver grandes manifestações de alegria, algumas até talvez um pouco exageradas, e como tal decidimos que desta vez seria só para os combatentes. As nossas companheiras desta vez tem de se contentar em ficar em casa e depois comer uma sandoscha de leitão que nós lhe iremos levar. 

Então, aqui está a lista dos contactados [, uma parte dos quais faz parte desta Tabanca Grande, que é o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]: 

Nuno Dias Ferreira, 
Vasco [Santos] (Cripto), 
Joaquim [Pinto] Carvalho
Dino, 
Luis Nicolau, 
Joaquim Silva, 
Luis Graça, 
Carlos Vinhal 
e Luis Santos.

O Vasco e o Carlos Azevedo (que estão comigo e com o Bravo nesta organização) vão contactar o Dias enfermeiro, o Naia e o Nelinho enfermeiro. Estou também a tentar contactar o Valente (alferes do pelotão). Agora vejam se conseguem encontrar mais alguém. 

Para entrar em contacto comigo, a melhor forma será por mail:



Ou por telefone: 917803681 (Se por acaso não atender, deixem mensagem por favor). 

Agora resta-me ficar à espera de notícias vossas. 

Aquele grande abraço, António Teixeira 

___________________

Nota do editor


Último poste da série > 29 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8836: Convívios (371): 10.º Encontro do Pessoal do HM 241 - Bissau, dia 5 de Outubro de 2011 em Santarém (Manuel Freitas)

sábado, 2 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8032: Os nossos médicos (25): Dois louvores militares atribuídos ao ex-Alf Mil Med Amaral Bernardo (CCS / BCAÇ 2930, e CCAÇ 6, 1970/72)












Cópia de dois louvores atribuídos ao Alf Mil Médico Amaral Bernardo, pela sua actuação como homem, médico e militar. no TO da Guiné: um do Brigadeiro Comandante Militar; outro do comandante do BART 2924, pelas "excepcionais qualidades reveladas durante cerca de um ano em que serviço na CCAÇ 6" [, em Bedanda].









Guiné > Região de Tombali > CCAÇ 6 > Bedanda  > 1971 >   Fotos do Álbum de Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med, CCS / BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72)...  A última é mais recente, e foi tirada na sua casa de campo: mostra a espada que lhe foi oferecida, à despedida,  pelo pessoal da CCAÇ 6.

Fotos: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservado



1. No seguimento do poste P7825, de 20 de Fevereiro último (*), o nosso camarada Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Médico, pretendendo pôr um "ponto final" na troca de mensagens com o Cor Art Ref António Carlos Morais da  Silva, solicita-me que publique, para conhecimento dos seus camaradas da Tabanca Grande, os dois louvores que lhe foram dados pelos seus superiores hierárquicos e que muito o honram.


E  acrescenta:: (...) "Nesta fase da minha vida, quase 70, intensamente vividos (penso que nenhum médico, na guerra da Guiné, passou o que eu passei- desculpa a imodéstia) só quero paz. Sou um homem realizado - até na guerra - e de consciência tranquila"... Tem depois uma palavra de apreço pelo editor e pelo nosso blogue: "Luís, agradeço-te a maneira com conduziste este delicado assunto. Sai enaltecido este espaço que comandas e principalmente tu"... E manifesta também a vontade de se encontrar com a malta de Bedanda,  bem como com os camaradas da Tabanca de Matosinhos: "Se vieres à Tabanca de Matosinhos ou ao Porto, liga-me. Diz ao homem do blogue  aqui do norte,  que me contacte. Queria ir encontra-me com a malta de Bedanda".


Da minha parte, terei muito gosto em revê-lo e dar-lhe um Alfa Bravo numa próxima oportunidade, no Porto, no seu Porto.
__________________

Nota do editor:


20 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7825: Os nossos médicos (24): Convite ao Cor Art Ref Morais da Silva para "partir mantenha", quando vier ao Porto (Amaral Bernardo)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7832: Álbum fotográfico de Amaral Bernardo (Alf Mil Med, CCS/BCAÇ 2930, Catió, Cacine, Bedanda, Guileje, Gadamel, Tite, Bolama, 1970/72) (2): Bedanda, CCAÇ 6, 1971/72 (Parte I)





Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971/72 > O Alf Mil Med Amaral Bernardo esteve 13 meses em Bedanda, sendo substituído pelo Mário Bravo (finais de 1971/princípios de 1972)... Regressou à Metrópole em Outubro de 1972.


Fotos: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados.




1. Continuação da publicação de uma selecção de fotos do álbum da Guiné, gentilmente disponibilizadas pelo nosso camarigo Amaral Bernardo (José Maria Ferreira do Amaral Bernardo, director de serviço hospitalar, Professor Catedrático Convidado, a 30%, no ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, antigo responsável  do Departamento de Ensino Pré Graduado do HGSA - Hospital Geral de Santo António, hoje integrado no Centro Hospitalar do Porto, EPE, Porto (Telef. + 351 222077570);  ex-alf mil médico, BCAÇ 2930, Catió, 1970/72)  (*)


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Nota de L.G.:

(*) Último poste desta série > 17 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7802: Álbum fotográfico de Amaral Bernardo (Alf Mil Med, CCS/BCAÇ 2930, Catió, Cacine, Bedanda, Guileje, Gadamel, Tite, Bolama, 1970/72) (1): O reabastecimento de Bedanda, no tempo das chuvas, através do Nordatlas, com lançamento de pára-quedas

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7825: Os nossos médicos (24): Convite ao Cor Art Ref Morais da Silva para "partir mantenha", quando vier ao Porto (Amaral Bernardo)





Guiné > Região de Tombali > Bedanda (?) > 1971 >   Foto do Álbum de Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med, CCS / BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72)... Junto ao obus (não se percebe se está inoperacional, ou se está camuflado)... Recorde-se que ele esteve em Bedanda, durante todo o ano de 1971, tendo sido rendido no final do ano pelo Mário Silva Bravo. Ambos são formalmente membros da nossa Tabanca Grande.

Foto: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservado

1. Mensagem do nosso camarada e amigo Amaral Bernardo, médico e professor universitário, dirigida ao Cor Art Ref Morais da Silva,  também professor universitário, com um Post Scriptum ao editor L.G.:

Senhor Coronel Morais da Silva,

Apesar de o senhor entender, a propósito de um acidente que poderia ter acontecido a qualquer mortal e não necessariamente a um médico, me colar a mim, médico, a essa situação, independentemente das consequências para mim, não me deve qualquer pedido de reparação (simples desculpas, nem que seja a fazer figas), porque a sua estrutura e orgulho de militar não lho permitem fazer publicamente. Não obstante, eu gostaria de me encontrar consigo, para exorcizar. 


O senhor tem as minhas coordenadas. Aguardo que me envie as suas. Será o sinal de que o senhor também desejará falar nestes lamentáveis assuntos, longe deste palco, com a sinceridade e, porque não, a humildade que merece. Se assim o entender, partiremos mantenha  e um café - e, porque não,  um almoço -,  aqui nesta cidade que é "uma naçõn"... à moda do Porto, claro!

Por mim dou este assunto encerrado, aqui. Amaral Bernardo [, foto à esquerda].


PS -  Luís, agradeço-te a maneira com conduziste este delicado assunto.Sai enaltecido este espaço que comandas e principalmente tu. Tenho duas ou três notas breves para te enviar, mas vou deixar que isto serene mais. Se vieres à Tabanca de Matosinhos ou ao Porto, liga-me .Diz ao homem do blogue aqui do norte que me contacte. Queria ir encontrar-me com a malta de Bedanda. Obrigado. Abraço forte. AB

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Nota de L.G.:

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7817: Os nossos médicos (23): Resposta de Morais da Silva (ex-Cap Art, CCAÇ 2796, Gadamael e Quinhamel, 1971/72) a Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med (CCS/ BCAÇ 2930, Catió, 1970/72)


Guiné > Região de Tombali >  Rio Cacine  a caminho de Gadamael; s/d> O Alf Mil Méd Amaral Bernardo, que pertencia à CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), e passou mais de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6).


Foto (e legenda) : © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem de António Carlos Morais da Silva, com data de hoje:


Caro Dr Luís Graça

Junto envio a minha resposta à mensagem do Dr Bernardo.

Se entender que é correcto colocá-la como comentário em P7799 (*) faça o favor de me informar pois fá-lo-ei de imediato. Se julgar que deve ser publicada de outro modo tem a minha concordância.

Agradeço, uma vez mais, o acolhimento do blogue.
Os meus cumprimentos

António Carlos Morais da Silva
Amadora
antoniocmsilva@netcabo.pt
www.moraissilva.com


2. Resposta de Morais da Silva a Amaral Bernardo:


A carta que o senhor Dr. Amaral Bernardo me dirigiu obriga-me a um comentário breve.


1. O senhor Dr Amaral Bernardo apresenta desculpas por ter errado sobre a informação prestada acerca da CCaç 2796. Reposta a verdade considero-a ressarcida sem deixar de continuar a lamentar o sucedido.

2. Não pus em dúvida a conduta médica do Dr. Amaral Bernardo mas do médico presente em Cacine em 8Mai71. Deixei claro que não sabia se era o Dr Amaral Bernardo. Sei agora que não era. Ainda bem para ambos.

3. O senhor Dr. Amaral Bernardo não pode acusar-me de insinuações (e portanto repudiá-las) porque tudo o que referi foi feito de forma clara limitando-me a relatar uma triste experiência e "pedindo a Deus" que não estivesse a tropeçar, novamente, no médico que esqueceu que o era quando foi necessário. 


4. Tratei o assunto com discrição pois dirigi-me directamente ao Dr. Luís Graça que entendeu, posteriormente, publicar as posições de ambos. Fê-lo, estou certo, porque nenhum de nós pediu qualquer reserva.

5. Sobre a visão do senhor Dr Amaral Bernardo no que concerne à prática médica no campo de batalha direi apenas aquilo que todos os que combateram sabem e/ou sentem: o medo ultrapassa-se quando nos sentimos absolutamente responsáveis pela vida dos que combatem a nosso lado e de nós só esperam que assim seja.

Morais da Silva

Coronel

P.S. Antes de escrever ao Dr. Luís Graça procurei, junto de pessoal de Catió, identificar os médicos, do sector do BCaç 2930 à data de Maio de 1971. Infelizmente os contactados, tal como eu, já não se recordam.

A CCaç 2796 foi fustigada de forma brutal nos seus primeiros passos em Gadamael numa primeira tentativa do PAIGC de, indirectamente, eliminar a posição de Guileje (o que veio a conseguir em 1973 por via directa). Sofreu baixas, incluindo o comandante da companhia (24Jan71) e nos finais de Janeiro de 1971 era uma subunidade extenuada psicologicamente. Com muito trabalho de todos, reagiu, recuperou, deixou obra feita (reordenamento, escola, posto sanitário, casernas, organização do terreno) e garantiu a posse de Gadamael, a segurança da população, o apoio logístico a Guileje e a liberdade de movimentos no seu sector. Em suma "Cumpriu a Missão". Não desmereceu do seu primeiro e valoroso comandante de companhia – Capitão Assunção Silva, dos seus restantes camaradas mortos e feridos em combate e da confiança da população que apoiou de múltiplas formas e com quem manteve relações de respeito e amizade.

Morais da Silva
Coronel

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Nota de L.G.: 

(*) 16 de Fevereiro de 2011 > Guiné 7799: Os nossos médicos (22): Um pedido de desculpas por uma falsa informação a (e um firme repúdio pelas insinuações de) o ex-Cap Art Morais da Silva, comandante da CCAÇ 2769 (Amaral Bernardo)


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7802: Álbum fotográfico de Amaral Bernardo (Alf Mil Med, CCS/BCAÇ 2930, Catió, Cacine, Bedanda, Guileje, Gadamel, Tite, Bolama, 1970/72) (1): O reabastecimento de Bedanda, no tempo das chuvas, através do Nordatlas, com lançamento de pára-quedas






Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1971 > Reabastecimento do aquartelamento e povoação através do Nordatlas e do lançamento  de géneros por pára-quedas,  durante a época das chuvas. Fotos do Álbum de Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med, CCS / BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72)... Esteve em 1971 em Bedanda (*), onde foi rendido em Dezembro de 1971 pelo Mário Bravo.

Fotos: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados.


"Estive em Bedanda, durante 13 meses, sob o comando do capitão de cavalaria Ayala Botto [, CCAÇ 6]. Um grande comandante, um verdadeiro oficial de cavalaria... que nos derretia com mimos: ovos liofilizados e outras delícias, que vinham de Lisboa, de uma fábrica da família...
 
"Estive primeiro em Cacine, que era deslumbrante... Percorri todo o sul, acabando em Bolama, depois de passar por Bedanda, Gadamael, Guileje, Tite... A CÇAÇ 6 tinha fulas e um pelotão de balantas... Em Bedanda, os tipos do PAIGC apareciam nas minhas consultas, nas calmas, disfarçados com a população...
 
"Bedanda, no tempo das chuvas, era inacessível por terra, transformava-se numa ilha. Ficava entre dois rios, o Cumbijã, a oeste e o seu afluente, o Ungariol, a leste e a norte... Era abasteciada  pelos fuzileiros e pela força aérea...
 
"Em 2005 falei com o Nino sobre os ataques a Bedanda, quando ele era o comandante da região sul... Havia malta na tabanca que lhe fazia sinais de luz (com uma lanterna) para orientação do tiro... À terceira, eles acertavam todas...
 
"Os melhores abrigos, à prova do 120, eram os de Guileje... Mas o Spínola proibiu a construção de mais bunkers, queria que o pessoal fosse todo para as valas... Foram tempos muitos duros, tive uma [grande] actividade como médico... e eu próprio cheguei a desejar secretamente ser ferido para poder ser evacuado dali" (Amaral Bernardo, membro da nossa Tabanca Grande, desde Fevereiro de 2007).


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Nota de L.G.:
 
(*) Vd. poste de 16 de Fevereiro de 2011 > Guiné 7799: Os nossos médicos (22): Um pedido de desculpas por uma falsa informação a (e um firme repúdio pelas insinuações de) o ex-Cap Art Morais da Silva, comandante da CCAÇ 2769 (Amaral Bernardo)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7799: Os nossos médicos (22): Um pedido de desculpas por uma falsa informação a (e um firme repúdio pelas insinuações de) o ex-Cap Art Morais da Silva, comandante da CCAÇ 2769 (Amaral Bernardo)



Guiné > Região de Tombali >  Rio Cacine  a caminho de Gadamael; s/d> O Alf Mil Méd Amaral Bernardo, que pertencia à CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), e passou mais de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6).




Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1971 > Vista aérea  


Fotos (e legendas) : © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados.




1. Resposta de Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med, CCS / BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72),  ao ex-Cap Art, António Carlos  Morais da Silva comandante da CCAÇ 2769 (Gadamael e Quinhamel, de Janeiro de 1971 a Outubro de 1972) (*)

Ex.mº.Senhor
Coronel Morais da Silva

Após a leitura do seu desmentido ao P7756 da minha autoria, a primeira reacção foi de estupefacção e angústia…e, a seguir ,de constrangimento, em que ainda me encontro. Tinha vivido todo este tempo convicto que a CCaç 2796 tinha sido deslocada de Gadamael meses depois da morte do capitão Assunção Silva e que para essa decisão eu teria contribuído de algum modo, na minha qualidade da médico da CCaç e conhecedor da realidade de Gadamael e da pressão constante que exercia sobre o pessoal aí colocado. 



Mas os factos são factos, e a realidade é que a Companhia só saiu a 12 de Fevereiro de 72, sendo óbvio que a informação é FALSA e IMPERDOÁVEL, como diz! 


Do erro me penitencio e, com humildade e sinceridade, peço desculpa a todos os elementos da CCaç 2796, a toda a TABANCA GRANDE e ao seu Editor Luís Graça, de quem aceito desde já todas as consequências que achar adequadas (incluindo a minha expulsão do Blog, retirada do post, sua correcção…, enfim, o que for por bem  entendido).

O que alegar em minha defesa?... Por mais que procure, só a “convicção” que eu tinha até agora e a espontaneidade e emoção com que escrevi. E quando há Emoção… a Razão deixa praticamente de existir e a Emoção, sempre que pode, trai-nos.



Não houve qualquer intencionalidade (seria absurdo, no tempo da Net, com este blogue e com os intervenientes praticamente todos vivos, com datas e locais…),foi um acto falhado que assumo e com que terei que viver. Mais uma vez peço que aceitem as minhas desculpas, todos.


É obvio que neste ponto, a sua indignação é natural e eu aceito-a , senhor Coronel,  e, se assim o entender e não me tomar por persona non grata, estou disponível para, pessoalmente, num encontro-convívio da Companhia, me retratar. À sua consideração.

Antes de prosseguir, e se me permite, gostava de deixar algumas considerações gerais que, penso, na minha maneira de ver e de estar, ajudarão a melhor entender e a ajuizar a essência do que está em causa quando , na sequência do facto acima referenciado, o senhor Coronel se permite, ainda que de forma aparentemente cuidada, lançar urbi et orbi e através deste meio (de veteranos de guerra na Guiné)  dúvidas sobre a minha conduta médica no terreno, pondo em causa a minha dignidade e obrigações profissionais, assim como a minha atitude enquanto pessoa em relação aos que necessitassem da minha ajuda.

Uma delas diz respeito a um aspecto que é importante trazer para aqui e que merece meditação serena e isenta — a da prática médica na guerra, em situações como as de Gadamael ou outras semelhantes , em que o risco de vida é igual para todos, e só há um médico.



Não vou desenvolver este tema agora, mas gostaria de o poder discutir a frio e estarei sempre disponível para o fazer logo que achado pertinente. Em qualquer fórum.


Deixe-me, contudo, perguntar-lhe: acha que o médico, o único existente neste cenário, não deve pensar na sua segurança, não terá que avaliar o risco, se há condições para poder ser médico, vivo e não morto ou ferido, incapacitado? E se ele for ferido? Quem o trata? E se morrer… será útil a alguém, onde ele era preciso?


Imagine um cenário como o que descrevo (não, não sou eu): médico, miopia incapacitante sem óculos (cerca de seis dioptrias em cada olho), em pânico com os rebentamentos a correr para uma vala ou pseudo-abrigo, de noite, com medo de cair, ficar sem óculos e sem autonomia, que ferido só contará com os cuidados dos enfermeiros, sem possibilidade de evacuação nocturna (salvo em raríssimos casos)… Não, senhor Coronel, sabe bem que este cenário não é filme!

Acha que os médicos, nestas circunstâncias ou idênticas, tiveram a segurança e as condições mínimas para actuar? 



Se calhar esta análise deve ser tomada na devida conta antes de qualquer juízo de valor, digo eu!

Eu estive em algumas situações destas e, não sei bem como (talvez a ainda resistência dos esfincteres), consegui resolvê-las.

Com medo, MUITO MEDO e ANGÚSTIA… Herói? Não, em absoluto. Desejei até, muitas vezes, ser ferido para poder ser evacuado.(Síndrome muito comum em todas as guerras, como sabe).

Às vezes interrogo-me se estas perguntas terão razão de ser, sentido, para um militar de carreira que foi estruturado para situações que, para nós, comuns mortais, era suposto nunca vivermos. Só na ficção. Não sei, sinceramente. (Não entenda que estou a desculpar ou ilibar seja quem for. Estou só a contextualizar.)

Perguntará: Porque não fugiram à mobilização como outros? Porque foram? 



É uma pergunta para a qual ainda não tenho resposta. Mas penso que andará à volta desta:  por ignorância da monstruosidade e aberração que ia vivenciar e, como disse um colega, PARA VIVER EM LIBERDADE NA MINHA TERRA.

Feitas as considerações que me propus e que, penso, importantes no contexto, vou responder às suas insinuações.

Pondo de lado “Este médico deve ter andado distraído durante 11 meses…” ( o senhor Coronel sabe que a guerra na Guiné foi uma distração permanente para os milicianos ,incluindo os médicos!), a sua indignação não pode legitimar, de modo nenhum, que tente pôr em causa, mesmo que insinuando só, a minha conduta como médico, no teatro operacional. Um parênteses só para esclarecer: eu nunca estive em Bissau com médico (a não ser agora,  a fazer formação posgraduada a médicos do Hospital Simão Mendes, antigo hospital civil). Estive sempre colocado em aquartelamentos do sul e só no último mês de comissão em Bolama.



A minha conduta como médico pode ser testemunhada pela hierarquia militar de quem dependia e, que eu saiba, está toda viva, felizmente:

(i) Em Cacine era comandante o cap Magalhães (não sei que posto terá agora), em Bedanda o cap Ayala Botto (depois ajudante do Gen Spínola);



(ii) a CCS de Catió, minha Companhia,  era comandada pelo major Vieira Correia (com quem ainda me encontro quase anualmente na reunião convívio ), em Tite o major Valente, o major Castanheira 2ºcmdt;


(iii) Como disse,  passei o último mês em Bolama, mas não me lembro do nome do comandante; mas estive lá algum tempo com o agora Gen Carlos Azeredo com quem também ocasionalmente me encontro ainda.

Como complemento, (passe a imodéstia,)  acrescento que me foi atribuído um louvor pelo cap Ayala Botto, a nível de Companhia, e outro pelo Com-Chefe (não sei se é assim que se diz), este por proposta do Cmdt de Tite, major Valente, ambos a dar testemunho da minha estrura pessoal e do meu desempenho, quer a nível militar, quer em relação à população civil.(Infelizmente não posso apresentar esses documentos agora porque mudei de casa e o arquivo morto está ainda encaixotado e na aldeia; logo que estejam à mão, penso que no Verão, terei muito gosto em lhe enviar uma cópia, para que conste).



Se outra prova não houvesse, penso que o anteriormente dito me ilibaria das suas insinuações sobre a minha conduta como médico( eu poderia andar distraído, mas as personalidades que acabo de referenciar … todas, e os louvores que recebi por quase 20 meses de mato, por certo não).


Mas, para que fique claro, na data em questão [, 8 de Maio de 1971,] eu já estava colocado em Bedanda  já há meses.

Portanto, o senhor Coronel, por um erro involuntário que cometi (que, repito, me constrange e pelo qual me penitencio) , e sem que as situações em causa possam ter qualquer relação 
 de um lado um erro involuntário de data e a convicção que as minhas recomendações teriam servido para alguma coisa, do outro uma situação dramática, com mortos e feridos e o suposto não cumprimento por parte de um médico dos seus deveres profissionais, independentemente de todos os condicionalismos do momento  põe em causa o meu sentido de dever para com o meu semelhante e a minha dignidade profissional 

“….queira Deus que o autor da falsidade não seja o médico que ocasionalmente em Cacine, se recusou…”. Porquê eu?  pergunto-lhe.  No Batalhão havia mais médicos e, “ocasionalmente em Cacine “  passavam outros médicos.

O que o fez, embora interrogando-se, ao lançar para a praça pública o meu nome profissional 
 AMARAL BERNARDO  colado a uma situação completamente fora do contexto, é incompreensível (para não adjectivar mais) e altamente estigmatizante para mim.


Mesmo com a dúvida, o senhor Coronel teria que tentar certificar-se, com recato e discrição, da veracidade ou não dessas suas INTERROGADAS DÚVIDAS.

Para minha informação — porque não foram apurados os factos no momento em que aconteceram? por certo fez esses diligencias? Porque nunca se soube o nome do médico? O senhor afirma que o "proibiu” (mas não foi em abstracto, teve que ser um médico em concreto) de voltar a Gadamael ? De 8 de Maio  de 1971 a Fevereiro de 1972, não foi mais nenhum médico a Gadamael ? E,  se foi outro, nunca conversaram sobre o assunto?

Para além de ter família e amigos, como toda a gente, sou formador de médicos (de alunos e na posgraduação, incluindo médicos em Bissau, como já referi).Que lhes responderei quando me questionarem por constar que foi lançada a suspeita, num blog de veteranos de guerra, de me ter recusado a prestar assistência a feridos graves? E a todos aqueles que estiveram comigo na guerra, que me deram a sua amizade e solidariedade e em mim confiaram ?



Lamento e respeito o sofrimento que esta situação lhe causou e expressa de forma pungente forma no in+icio do parágrafo: “É com muita dor que, após 41 anos, sou obrigado a recordar e trazer à tona do meu íntimo uma das piores noites que tive em combate….” 

Saberá , contudo, que os flash back (passe o anglicismo) são parte integrante de quem passou por traumas violentos e que estamos (eu estou) sujeitos a tê-los quando existem condições desencadeantes. 



Sem querer comparar o que não é comparável, também vivo, neste momento, duas das mais marcantes vivências da guerra, da minha guerra (todos nós temos a nossa guerra, mesmo quando no mesmo território, e no mesmo espaço temporal):

(i) A minha primeira ida a Gadamael. De forma resumida e poupando detalhes 
— recém- chegado a Cacine , para iniciar a comissão, no do dia seguinte à tarde tive que ir para Gadamael. A informação que me foi dada, é que tinha havido na véspera um violentíssimo ataque, com ida ao “arame” dos guerrilheiros e que havia baixas. Periquito, sem penugem ainda sequer, fui e, ao chegar, dei conta que tinha entrado na guerra: chão e algumas paredes das instalações do aquartelamento com os sinais elucidativos da violência da noite anterior, três militares mortos ( executados a tiro por um guerrilheiro pela abertura superior de uma Daimler imobilizada junto ao arame por fogo IN ; um outro militar não foi morto por ter ficado debaixo dos companheiros ; sem ferimentos físicos , foi evacuado em estado de choque e de profunda alienação mental);  pessoas esgotadas, transtornadas…. Surrealismo puro para quem ainda estava em estado de graça.

Fui ajudado a começar a estar naquele mundo ajudado pelo acolhimento que o cap Assunção Silva e seu pessoal me dispensaram, apesar das circunstâncias! E lá fiquei nessa noite.

(ii) Em Cacine esperávamos nesse domingo a chegada do cap Assunção Silva. Vinha almoçar connosco a convite do cap Magalhães .As horas passaram, chegou a hora combinada para almoçar… mas não veio! Veio a notícia brutal da sua morte em combate,  fora do aquartelamento, no princípio da manhã. Não havia feridos graves.

Ao fim da tarde cheguei a Gadamael( só com o condutor do sintex, como era hábito).O que senti, sinto…deixe que fique na minha intimidade.


Passei lá a noite com os demais da Companhia  e nessa noite, não pertencendo à companhia, oficial, só estava eu, o médico. O capelão, Mário de Oliveira, sediado em Catió, só teve voo de manhã.

Durante todo o dia e a noite, aquela gente, naquelas circunstâncias, esteve entregue e a si mesma e ao seu desespero. Comandava, no momento, com a serenidade, segurança e determinação possíveis, o Alf Mil Fontes que é e está no Porto.

“Pior do que dizerem mal de mim, é não falarem de mim.” Só não lhe agradeço o seu contributo para que eu não caia no esquecimento porque esta insinuação é 'FALSA e IMPERDOÁVEL'

“Nós só valemos o que os outros queiram que nós valhamos.” Mas não pode ser usada uma suspeição que é 'FALSA e IMPERDOÁVEL'.

Ao seu dispor, senhor Coronel.

Cumprimenta
Amaral Bernardo

P.S.-O Mário de Oliveira citado não é o da Lixa.

amaralbern@gmail.com
915676614 / 967070758 / 917745306(93)



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Nota de L.G.:

(*) 16 de Fevereiro de 2011 Guiné 63/74 - P7796: Os nossos médicos (21): É falso que a CCAÇ 2796 tenha sido evacuada de Gadamael para Bissau, por recomendação médica (Morais da Silva, ex-Cap Art)