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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3244: Bibliografia de uma guerra (32): Liberdade ou Evasão, de António Lobato (Carlos Vinhal)

1. Ao falarmos do livro Liberdade ou Evasão , do então (1995) Tenente Piloto da FAP António Lobato (hoje Major), mais não queremos que prestar a nossa homenagem ao militar que, nos limites da impotência, escolheu a prisão em troca da liberdade, que lhe era concedida se traísse os seus princípios e os seus camaradas que lutavam nos céus, nos rios e nos diversos chãos da Guiné.



Liberdade ou evasão: O mais longo cativeiro da guerra
Autor: António Lobato
Colecção: Memória do Tempo
Editor: Rui Rodrigues
Editora: Erasmos
Local: Amadora
Ano: 1995
Nº páginas: [6], 187, [27]

Foto da capa: © ERASMOS e António Lobato

2. No dia 22 de Maio de 1963, houve uma colisão entre dois aviões da FAP, quando em missão de ataque ao solo, na ilha do Como, e após um deles ter sido atingido por fogo IN.

 Depois do toque, um dos aviões despenha-se em plena selva, tendo morrido o piloto e o outro faz uma aterragem de emergência numa bolanha, tendo o piloto sido capturado e maltratado por elementos do PAIGG.

O sobrevivente, o Sargento Pil Av Lobato, é levado, ferido, para a Guiné Conacri onde lhe é dada a hipótese de escolha entre a deserção da Força Aérea Portuguesa ou a prisão nas cadeias dos PAIGC.

Quem é este homem ?

António Lobato, minhoto, natural de Melgaço, foi um dos percursores da Força Aérea na Guiné:

(i) Iniciou o seu curso de pilotagem em Setembro de 1957, em S. Jacinto, Aveiro;

(ii) Embarcou para a Guiné em Julho de 1961, onde nem sequer havia infraestruturas para a Força Aérea;

(iii) Depois de muito trabalho, sem condições, em Setembro do mesmo ano acaba-se de montar o primeiro T6, que descola da pista de Bissalanca, tendo aos comandos o António Lobato.

Foi este o início da sua guerra, nas sua próprias palavras.


Guiné> Vista aérea da Base Aérea 12> Bissalanca

Um DC6 no Aeroporto de Bissalanca.

Fotos retiradas do Blogue dos Especialistas da BA12, Guiné 1967/74, com a devida vénia


A Missão, o acidente e a captura

Depois de inúmeras operações nos céus da Guiné, no dia 22 de Maio de 1963, aconteceu o acidente durante uma missão na Ilha do Como.

Após a queda do avião, acidente de que saiu praticamente ileso, mal pôs os pés em terra foi atacado e ferido com gravidade por cerca de duas dezenas de naturais, armados com catanas.

Começa assim o seu calvário. É levado de acampamento em acampamento até chegar à presença de um jovem guerrilheiro da Zona Sul, Nino Vieira, que o informa de que o seu destino será Conacri.

Já neste país, desembarca em Sansalé onde os seus ferimentos são tratados. Embarcado no navio Bandim, recentemente capturado aos portugueses, segue viagem até Victória onde é desembarcado, seguindo depois por terra até Boké e daqui finalmente para Conacri.

Aqui é-lhe proposto que faça uma declaração à rádio contra a política ultramarina de Salazar, comprometendo-se a nunca mais combater em África pelas Forças Armadas Portuguesas, tendo como contrapartida a liberdade em qualquer país do Leste para trabalhar ou estudar. Como recusasse a proposta foi encarcerado na Maison de Force de Kindia, em condições no mínimo desumanas. Estava-se entretanto no dia 17 de Junho, decorridos 27 dias sobre o acidente.

Muitos anos de cativeiro e três tentativas de fuga, a última das quais proporcionando uma semana de liberdade.Recapturado, António Lobato e os companheiros de fuga são reconduzidos à prisão, de onde saem finalmente, e em definitivo, no dia 22 de Novembro de 1970, libertados durante a Operação Mar Verde, planeada e conduzida pelo Comandante Alpoim Calvão.

São muitas as peripécias vividas e descritas, assim como o susto que apanharam no dia em que lhes é servido frango assado ao almoço e lhes é franqueada a porta para o recreio. Saem receosos de ter chegado a hora da execução, mas afinal era para serem fotografados pelo célebre fotógrafo húngaro, Bara István.


Guiné-Conacri > Conacri > Instalações do PAIGC > 1970 > Prisioneiros portugueses, fotografados pelo fotógrafo húngaro Bara István (nascido em 1942).

Fonte / Source: Foto Bara > Fotogaleria (com a devida vénia / with our best wishes...)


Vou transcrever parte da página 168, onde António Lobato compara dois tipos de comportamentos entre os seus sequestradores.

Referindo-se ao chefe dos sentinelas da Maison de Force de Kindia, o Koda, apelida-o de racista e como tendo um ódio de morte aos prisioneiros, cuja sorte são as ordens emanadas pelos dirigentes do PAIGC, para que a vida lhes seja poupada.

Diz então António Lobato:

- O comportamento deste homem não pode servir de exemplo para qualificar os outros guerrilheiros do PAIGC e muito menos uma parte dos seus responsáveis. De entre estes, merecem especial referência, Fidelis Cabral, Aristides Pereira, Joseph Turpin e o 'Tio Lourenço', não só pela sua moderação, sensatez e sabedoria, mas sobretudo, pela força do humanismo que deles emana e se repercute em quantos, por razões comuns ou mesmo contrárias, se encontram à mercê das suas decisões. São os homens bons do presente, mas sem dúvida também os do futuro.

Mas, para se ter uma ideia mais precisa do que passou em cativeiro o Tenente António Lobato, nada melhor que ler o seu livro. A descrição dos longos dias de caminhadas pelo mato da Guiné, após a sua captura, das tentativas de fuga, das condições de vida na prisão, em cubículos de dimensões reduzidas, e do poder da resistência física e mental que ele conseguiu manter naquelas condições adversas, resistindo estoicamente durante sete anos e meio, tocam o leitor até à última página.

Obra quase no limite da ficção, até pela odisseia em que se transformou a libertação colectiva dos prisioneiros portugueses em Conacri.

Sendo a Operação Mar Verde um segredo de Estado, António Lobato é obrigado a assinar um documento onde se compromete a não revelar a verdade e, em entrevista à Televisão (previamente gravada), transforma a sua libertação numa fuga individual bem sucedida. Por que o fez, poderão saber no livro.


Foto do Tenente Lobato quando, no passado dia 31 de Maio de 2008, os Especialistas da Força Aérea, que serviram na Guiné, o homenagearam com o respeito que ele nos merece. Junto e ladeando-o estão o Victor Barata e o Carlos Wilson, organizadores deste evento.

sábado, 20 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3219: Homenagem aos Ten Pil Av Lobato e Pessoa e, Enf Pára-quedista Gisela (Nuno Almeida)


Mensagem de 17 de Setembro de 2008, do nosso camarada Nuno Almeida, ex-1.º Cabo MMA de Heli, BA12, 1972/73 (1).

Olá Camaradas
Junto envio foto actual para completar os vossos arquivos.

Apesar de pouco contribuir com a minha verbe, sou um visitante assíduo do blogue e sempre atento ao que cá se escreve, por isso ao ler a nota do Beja Santos, Guiné 63/74 - P3132: Notas de leitura (10): A minha Jornada em África (Beja Santos), fiquei imediatamente interessado no livro "A Minha Jornada em África" de António Ramalho da Silva Reis e publicado pela Editora Ausência.

Porque estive dois meses internado no HM241 de Bissau, entre 25 de Novembro de 1972 e 25 de Janeiro de 1973, onde fui operado 4 vezes em 25 dias, tenho uma enorme dívida de gratidão por todos quantos ali prestavam serviço, é, para mim, fundamental ter acesso a este relato da vivência de quem do outro lado da barricada (doente/enfermeiro) via a situação daqueles que dependiam das suas capacidades para sobreviverem aos ferimentos sofridos.

Sobre o que o Beja Santos diz sobre o Tenente Lobato, é sintomático de como os heróis da Guerra, que fomos obrigados a combater, são esquecidos pela História e remetidos a uma insignificância, para que não se dimensione o que foi, na realidade, a juventude de toda uma geração.

Guiné-Conacri > Conacri > Instalações do PAIGC > 1970 > Prisioneiros portugueses, fotografados pelo fotógrafo húngaro Bara István (nascido em 1942).

Fonte / Source: Foto Bara > Fotogaleria (com a devida vénia / with our best wishes...)


O Tenente Lobato foi um mártir, durante muitos anos prisioneiro, sem saber se regressaria ao seio dos seus, torturado fisica e psicologicamente, nunca uma Lei foi promulgada onde verdadeiramente se desse o valor a essa condição de prisioneiro e se compensasse, devida e correctamente, os anos de ausência e sofrimento que ele e muitos outros como ele sofreram.

Foto do Tenente Lobato quando, no passado dia 31 de Maio de 2008, os Especialistas da Força Aérea, que serviram na Guiné, o homenagearam com o respeito que ele nos merece. Junto e ladeando-o estão o Victor Barata e o Carlos Wilson,  organizadores deste evento.

Neste almoço de confraternização foram igualmente homenageados o Ten Pil Av Pessoa e a sua esposa Enfermeira Pára-quedista Giselda, ele abatido em 1973 por um míssil e ela representando todas as Enfermeiras Pára-quedistas que tantas vidas salvaram com a sua coragem e prontidão na recuperação de feridos em zonas de combate.

Foto da evacuação do Ten Pessoa, assistido pela enfermeira na altura e actual esposa, a nossa muito querida camarada da armas Giselda.

Capa do livro Liberdade ou Evasão; Autor: António Lobato; Colecção: Memória do Tempo; Editor: Rui Rodrigues; Editora: Erasmos. © ERASMOS e António Lobato.

Neste livro, António Lobato conta o seu percurso na FAP desde a incorporação em Setembro de 1957, até ao dia 22 de Novembro de 1970, dia em que finalmente libertado, após sete anos e meio de cativeiro. Pelo meio ficam três tentativas de fuga frustradas. Por se tratar do militar português que mais tempo esteve prisioneiro do IN, pela forma como sobreviveu às condições mais adversas a que o ser humano pode ser submetido e porque nunca traíu a Pátria nem os camaradas que no terreno continuavam a lutar, António Lobato é digno da nossa admiração, estima e reconhecimento. CV


Foto e legenda de Carlos Vinhal
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Nota de CV:

(1) - Vd. poste de 10 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1941: Estórias (nem sempre) vistas do ar (Nuno Almeida, ex-1º Cabo Mecânico de Heli, FAP)

Embarquei para a Guiné (BA12 - Bissalanca) em 27-01-1972 e fui ferido na mata de Choquemone - Bula , ao proceder a uma evacuação de dois feridos, debaixo de intenso fogo de metralhadoras e morteiros, em 25-11-1972.

Fui evacuado para o Hospital Militar de Bissau, onde fui sujeito a 5 intervenções cirúrgicas, no espaço de 25 dias, e evacuado para Lisboa em 27-01-1973 (para vir morrer ao pé da família!!!).

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1967: Prisioneiros em Conacri, capa da Revista do Expresso, 29 de Novembro de 1997: o que é feito deles ? (Henrique Matos)



Capa da Revista do Expresso, de 29 de Novembro de 1997. Uma notável reportagem do jornalista José Manuel Saraiva (1), que conseguiu juntar em Lisboa 16 dos 25 militares portugueses, presos em Conacri, às ordens do PAIGC, e libertados na sequência da Operação Mar Verde, em 22 de Novembro de 1970. Trata-se, sem dúvida, de um documento para a história.

Imagem: Digitalização feita por Henrique Matos, da capa da revista, a partir de um exemplar, pessoal, que ele comprou e guardou no seu arquivo. Foi através desta já famosa capa que ele localizou o seu antigo Fur Mil Jão Neto Vaz, do Pel Caç Nat 52. Neste grupo de dezasseis, está também o o António Lobato (que nos parece ser o último dsa segunda fila, à esuerda,  de cabelo branco).

1. Mensagem do Henrique Matos:

Caro Luís e co-editores:

A pergunta que ficou no Post 1468 - Mortos que o Império teceu e não contabilizou (A. Marques Lopes) - de 28 de Janeiro de 2007 ("Será que alguém é capaz de reconhecer estes rostos?" ) (2), levou-me a procurar a Revista do Expresso, de 29 de Novembro de 1997, que guardei por ter sido através dela que reencontrei o Fur Mil João Neto Vaz , militar esse que fez parte da formação do Pel Caç Nat 52 que, como já referi, comandei na sua fase inicial (3).

A revista tem uma reportagem de José Manuel Saraiva que conseguiu juntar em Lisboa 16 dos 25 militares portugueses libertados durante a Operação Mar Verde, passados 27 anos da data da operação (22 de Novembro de 1970).

É um trabalho excelente sobre esta parte escondida da guerra, com relatos das capturas e vivências na prisão, dos sofrimentos das famílias que recebiam comunicados a informar que tinham desaparecido em combate, tentativas de fuga, etc. , a começar pelo mais antigo na prisão, sargento piloto aviador António Lobato, que fora capturado em 1963. Escreveu o livro Liberdade ou Evasão.

Continua-se, porém, sem saber o que se passou com os outros militares que estiveram nas prisões do PAIGC. Uma pista seria recorrer à memória dos elementos envolvidos nesta reportagem, que me parece não será dificil obter o contacto.

Digitalizei a capa da revista (não sei se é preciso autorização para isto) que vai em anexo, assinalando o Fur Mil Vaz com um seta [vd. imagem acima].

Como sempre, aquele abraço

Henrique Matos

____________

Notas dos editores:

(1) Jornalista e romancista, José Manuel Saraiva publicou os livros As lágrimas de Aquiles (2001) e Rosa Brava (2005) - este último baseado na vida de Leonor Teles de Menezes. É autor de dois documentários da SIC sobre a guerra colonial: "Madina do Boé - A Retirada" e "De Guileje a Gadamael - O corredor da morte".

Enquanto jornalista trabalhou com frequência para O Diário, Diário de Lisboa, Grande Reportagem e Expresso, e mais esporadicamente colaborou com outros jornais e revistas. Hoje é um free-lancer.

Há uma referência no nosso blogue sobre ele: vd. post de 17 de Julho de 2005 > Guiné 69/71 - CIX: Antologia (7): Os bravos de Madina do Boé (CCAÇ 1790)

(...) "Apresentação do livro de Gustavo Pimenta, sairómeM - Guerra Colonial (Palimage Editores, 1999), no Porto, Cooperativa Árvore, em 10 de Dezembro de 1999. Autor do texto: José Manuel Saraiva, jornalista do Expresso" (...)

(2) Vd. post 28 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1468: Mortos que o Império teceu e não contabilizou (A. Marques Lopes)

(3) Vd. posts de:

30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1901: O Pel Caç Nat 52 que eu comandei em 1966 (Bolama, Enxalé, Porto Gole) (Henrique Matos)

28 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1896: Encontro dos Pel Caç Nat 51, 52, 53, 54, 55 e 56 (Henrique Matos)

25 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1879: Henrique Matos Francisco, brindo à tua chegada e à memória do nosso Pel Caç Nat 52 (Beja Santos)

22 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1871: Tabanca Grande (15): Henrique Matos, ex-Comandante do Pel Caç Nat 52 (Enxalé, 1966/68)

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Guiné 63/74 - P136: Informação & Propaganda: de que lado estava a verdade ? (3) (Sousa de Castro)

1. Ainda sobre as "histórias do outro lado" (artigo de Marinho Neves, publicado no Notícias Magazine, de 24 de Abril de 1994)... O Sousa da Castro fez-nos chegar um outro excerto. É sobre a invasão pelas tropas portuguesas à cidade de CONAKRY

"A versão vista pelo prisma do PAIGC, contada pelo comandante Mateus Correia do PAIGC, diz assim:

"Mateus Correia estava em Conakry quando as tropas portuguesas invadiram aquela cidade em 22 de Novembro de 1970, sob o comando de Alpoim Calvão e, a sua versão, vista pelo prisma do PAIGC, tem outros contornos:

- Os portugueses tinham informação do local onde estavam os seus prisioneiros e a sua primeira acção foi libertá-los. Entre eles estava o major-aviador António Lobato.
E acrescentou:

- Muito antes do embarque tivemos acesso à informação de que Alpoim Calvão circulava livremente por Conakry com a cobertura de alguns pides e elementos ligados à oposição de Sekou Touré.

2. Comentário do A. Marques Lopes:

O comandante Mateus Correia teve, naturalmente, uma visão parcelar dessa operação. O que se passou conta Alpoim Calvão em várias páginas do seu livro De Conakry ao MDLP (ver texto que se publica a seguir: vd. Guiné 63/74 - CXXXVII: Antologia (12): Op Mar Verde ), e creio que ele diz a verdade, pois escreve na base do relatório que fez dessa operação.

E o sargento piloto-aviador António Lourenço Sousa Lobato [que esteve em cativeiro durante sete anos, experiência que mais tarde irá relatar em livro] só foi promovido a major depois da sua libertação e depois de muito esforço seu.

Quanto aos militares da CART 1690 que não compareceram entre os 26 libertados (1):

(i) o Luís dos Santos Marques (2) terá morrido depois de uma tareia que lhe deram na prisão, segundo o actual major Lobato;
(ii) o João da Costa Sousa [,soldado,] "passou-se" e terá mesmo feito campanha contra a guerra na rádio Voz da Liberdade, em Argel;
(iii) o Francisco Gomes da Silva e o Armindo Correia Paulino [,soldados,] morreram de cólera.
______

Nota de M.L.:

(1) Dos 26 prisioneiros libertados, 8 eram da CART 1690: o fur. mil. João N. Vaz; os 1ºs cabos José M.M. Duarte (residente em Amarante), e José S. Morais; os soldados Domingos N. Costa (residente em Braga), António A. Duarte (Carriço)(residente em Barreiros - Amor), David N. Pedras, José S. Teixeira, Luís S.A.A. Vieira.