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domingo, 18 de julho de 2021

Guiné 61/74 - P22383: (In)citações (190): Saudando uma decisão amadurecida, de oito anos, a entrada do Manuel Domingos Ribeiro para a Tabanca Grande: é o único representante , até à data, da CART 6552/72 (Cameconde e Cabedú 1972/74)

1. Caro camarada Manuel Domingos Ribeiro, novo membro da nossa Tabanca Grande, nº 844 (*): 

Eras (e continuas a ser)  o mais célebre camarada da CART 6552/72, a tal que que, em vez de aterrar na terra do cacau, foi parar a Cameconde, Cabedu e Cufar, no sul da Guiné... 

És o mais célebre porque és o único representante dos bravos dessa companhia, que até agora visitou (e que a partir de agora passa a integrar)  a nossa Tabanca Grande. 

Ficámos também a saber, em 2013 (**),  que, além de ti, havia o António José Lemos, futebolista do FC Porto,  e o vosso ex-capitão, Fernando Manuel Vialalobos Filipe... 

Na altura perguntei o que era feito de vocês, se tinham por hábito, saudável,  encontrar-se anualmente, e se o  Lemos e o vosso capitão também apareciam.

Convidei-te para ficares por aqui mais tempo, sentando-te à sombra do nosso mágico e fraterno poilão. Para isso era só preciso  mandares-nos as duas fotos da praxe, um endereço de email e, facultativamente dizeres em que terra vivias...

Desejei-te boa sorte para o teu sonho de voltar a rever Cameconde e Cacine, ou seja, de voltar à Guiné, em romagem de saudade...  

Anteontem, dia 16, ao fim de 8 (oito) anos,  respondeste  ao meu convite para te juntares a nós!... O Carlos Vinhal fez a tua apresentação com boa disposição. E eu comentei, com regozijo, ao dar-te as boas vindas, que só podia ser uma decisão, a tua,  "muito amadurecida"... já que levou tantos anos a tomar.(***)

Sobre Cameconde temos mais de meia centena de referências. 


2. Sobre a tua CART 6552/72, tu nessa altura acrescentaste mais o seguinte, respondendo também a algumas das minhas questões (*):

Bom dia,  Luís Graça,

Voltando a CART 6552. Como já informei, quando saímos da carreira de tiro de Espinho, os graduados e algumas praças tinham conhecimento de que tinhamos sidos desviados para a Guiné e que S.Tomé já era uma miragem, nunca estivemos mobilizados para Cabo Verde nem para a Guiné, a nossa mobilização e preparação foi para S. Tomé e Prnicipe.

O Luís pergunta por nós e eu aproveito para informar que nos reunimos todos os anos sempre no último sábado de Junho, este ano está marcado para Espinho e o nosso Capitão é uma presença constante, 

Quanto ao Lemos, antigo futebolista do FC Porto (, foto à direita,)  tem sido contactado mas por várias razões ainda não compareceu mas temos a promssa de que este ano (2013) vai estar presente. 

Sobre o comentário da nossa chegada a Cacine, o facto de termos logo começado a abrir valas para nos podermos abrigar em caso de ataque... Quem viveu esses dias e  para pensar sabe que havia uma razão para assim se roceder: no local estava colocada a CCAÇ 3520 e o destacamento de fuzileiros n.º 22. Como tal as instalações existentes estavam ocupadas, quando nós chegamos na mesma LDG também chegaram os paraquedistas, a CCP 122. Em Cacine já se encontrava a CCAV 8350 que tinha retirado de Guileje, o Pelotão Fox Os Pipas que tambem tinha retirado de Guileje. 

Logo a seguir chegou a CCAV que tinha sido desviada de Angola para a Guiné e também chegou a CCP 123... Agora digam-me se não havia necessidade de se proceder à abertura de valas para protecção em caso de ataques,  sabendo nós o que se passava à nossa volta, Gadamael debaixo de fogo constante o Cantanhez mesmo em frente, o Quitafine ali ao lado,  só posso acrescentar que em Cacine naquele mês de Junho era de loucos com feridos sempre a chegar para serem evacuados, aquele pessoal todo amontoado e a dormir de qualquer maneira debaixo das palmeiras e não só.

Quem por lá passou sabe do que estou a falar, que o digam o ex-fur mil Casimiro da CCAV 8530, o ex-fur Moinhos, do Pelotão Fox "Os Pipas", o ex-alf mil Juvenal Candeias, o furriel Alves e 0 ex-Capitão Margarido, da CCAÇ 3520... São alguns que sabem bem do que estou a falar, se por acaso me enganei na identificação da CCAV 8530, as minhas desculpas, mas a memória já não é a mesma.

Agora fica a promessa de me sentar na nossa Tabanca Grande e assim poder falar dos meus fantamas, um até breve.

Manuel Ribeiro, ex-furriel mil, CART 6552


Plano de retração das guarnições militares portuguesas, no pós-25 de abril. Guiné, Região sul >  Cameconde desativados no mesmo dia, 19 de julho de 1974, do que Gadamael. Cacine, uns dias mais tarde, a 12 de agosto. Cabedu, a 19... Cufar, em 7 de setembro.  Reprodução (parcial) da página 54 (de um total de 74) do relatório da 2ª rep/CC/FAG, publicado em 28 de fevereiro de 1975, e na altura classificado como "Secreto".

[Digitalização do documento: Luís Gonçalves Vaz (2012) / Edição das imagens: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2012)]

3. F
ichas de unidades >  Companhia de Artilharia n.º 6552/72

 
Identificação: CArt 6552/72
Unidade Mob: RAL 5 - Penafiel
Cmdt: Cap Mil Inf Fernando Manuel Vilalobos Filipe
Divisa: "Honra e Dever"
Partida: Embarque em 26Mai73; desembarque em 26Mai73 | Regresso: Embarque em 05Set74

Síntese da Actividade Operacional

Após realização de um curto período, acelerado, de IAO no CMI, em Cumeré, seguiu em 12Jun73 para Cameconde, então alvo de fortes e frequentes ataques e flagelações. 

Foi incluída na zona de acção do subsector de Cacine, tendo rendido dois pelotões da CCaç 3520 e ficado integrada no dispositivo e manobra do COP 5.

Em 20Ju174, após desactivação e entrega do aquartelamento de Cameconde ao PAIGC, foi deslocada para Cabedu, onde substituíu a CArt 6251/72, ficando então na dependência do BArt 6520/73.

Em 19Ago74, após a desactivação e entrega do aquartelamento de Cabedu ao PAIGC, recolheu a Cufar até 30Ago74 e depois a Cumeré, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações. Tem História da Unidade (Caixa n.º 119 - 2.ª Div/4.ª Sec. do AHM).

Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas das Unidades: Tomo II - Guiné - 1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002, pág. 487. 

terça-feira, 15 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22283: (De)Caras (172): Pepito, o amigo sportinguista (Carlos Fortunato, ex-fur mil trms CCAÇ 13, "Os Leões Negros", Bissorã, 1969/71, e presidente da direção da ONGD Ajuda Amiga)


1. Mensagem do nosso camarada Carlos Fortunato, (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 13, "Os Leões Negros", Bissorã, 1969/71, e presidente da direcção da ONG Ajuda Amiga):

Luís
Tenho-me lembrado mais frequentemente do nosso falecido amigo, o Pepito, porque o Sporting esta época arrasou e isso seria uma grande alegria para ele.

Quando do seu falecimento escrevi o texto que envio em anexo, que era para integrar um livro de memórias, mas que não se concretizou e que poderiamos publicá-lo no blog. Juntem uma foto minha com ele se acharem bem.

A primeira fase do projeto da construção da escola em Nhenque pela Ajuda Amiga, está nos seus acabamentos finais, terminando este mês, depois farei um pequeno texto e enviarei fotos da mesma, mas fica ja aqui mais uma vez o nosso agradecimento pelo apoio dado a esta obra, que também é vossa.

Esperemos que a consignação do 0,5% do IRS nos ajude a concluir a mesma, relembramos que o nosso NIF é o 508617910. As fotos do andamento da construção estão no site da Ajuda Amiga http://www.ajudaamiga.com

Um grande obrigado a todos pelo empenho e dedicação que têm dado ao blog e um alfa bravo romeo alfa charlie oscar.

Carlos Fortunato
Ex-Furriel da CCaç 13 (1969-1971)
Presidente da Direção da Ajuda Amiga


Guiné-Bissau > Bissau > C. 2006 > Pepito (1949-2012) e Carlos Fortunato

Foto: © Carlos Fortunato (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Pepito, o amigo sportinguista

A minha amizade com o Pepito foi algo que me honrou e me marcou, porque são raros os homens com as suas qualidades, e não digo isto apenas por dizer, a sua obra na AD fala por si, relembro apenas um episódio que se passou entre nós, para mostrar a sua grandeza e amizade.

Um dia ofereci-lhe uma carrinha de caixa aberta que comprei na Guiné-Bissau, para me poder deslocar durante as curtas estadias que ali faço (3 semanas uma vez por ano ou de 2 em 2 anos), ele poderia fazer dela o que quisesse, era dele, o que lhe pedia era que, enquanto estivesse na sua posse e operacional, me disponibilizasse a mesma quando eu ali me deslocasse, pois era difícil alugar carrinhas.

A carrinha estava legalizada, o seu estado era impecável, tinha tido uma grande reparação, parecia nova, ficar proprietário dela seria, para qualquer um, uma tentação, no entanto a resposta do Pepito foi negativa, não aceitou, e apesar de ter muito trabalho ofereceu-se para ficar responsável pelo seu aluguer, e por assegurar a sua manutenção, colocando o dinheiro deste aluguer no banco em meu nome.

Não aceitei a sua oferta amiga, porque não era minha intenção sobrecarregá-lo com trabalho, mas não pude deixar de admirar o seu desprendimento pelos bens materiais.

O Sporting era o nosso tema de brincadeira e quando lhe disse que não tinha clube, "batizou-me" de sportinguista, e confessou-me que quando via o Sporting jogar se exaltava e vivia aqueles momentos com uma estranha intensidade.

Um dia uns amigos animistas,  na fé de o protegerem, convidaram-no a ir ao anoitecer fazer uma cerimónia secreta, junto a um poilão sagrado, o Pepito aceitou, curioso em conhecer esse ritual.

A cerimónia envolveu um banho, mas nesse dia jogava o Sporting e, atrasado para o jogo, o Pepito vestiu-se à pressa sem se enxugar, ficando a camisa toda molhada.

A esposa, Isabel, ao ouvir a sua entrada em casa, foi à sala saber dele, e conhecedora da sua paixão pelo Sporting, quando o viu assim todo molhado a olhar para a televisão, pensou que era devido ao jogo, e admirada por o ver já naquele estado, exclamou:
- Já começou! - e saiu da sala, porque,  se já estava assim, as coisas não estavam a correr bem, e o melhor era deixá-lo sozinho.

O Pepito contou-me esta história a rir, comentando:
- Não sei explicar o porquê de ficar assim. No resto das coisas, no dia a dia, isso nunca acontece.

Por isso Pepito, aqui fica um "VIVA O SPORTING!".

J. Carlos M. Fortunato
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Nota do editor

Último poste da série de 14 DE JUNHO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22280: (De)Caras (137): Manuel Maurício, fur mil, chefe da equipa do BENG 447, que fez a construção das instalações do aquartelamento de Dulombi, ao tempo da CCAÇ 2700 (1970/72)

sábado, 19 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21371: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (7): os craques da bola...



Guiné > Região de Quínara > Nova Sintra >  2ª CART / BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1972/74) > Equipa de futebol dos graduados...

Foto (e legenda): © Carlos Barros (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mais uma pequena, pequeníssima,  história do Carlos Barros [, um de "Os Mais de Nova Sintra", 2ª C/BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1972/74), os últimos a ocupar o aquartelamento de Nova Sintra antes da sua transferência para o PAIGC em 17/7/1974; membro da Tabanca Grande nº 815; vive em Esposende, é professor reformado];


Nos tempos livres, no Destacamento de Nova Sintra, respirava-se futebol.

A Equipa de Condutores/mecânicos era a mais "forte" mas os Graduados conseguiam vencer essa equipa... Bem, nem sempre...

Almeida, grande goleador! Os furriéis Elias, Barros, Mendonça, S. Gonçalves,...eram os craques...

Hoje valiam milhões e milhões... de cêntimos!

A fotografia da equipa de futebol é do ano de 1973 (, não tenho registo do mês...) onde se disputavam jogos, sempre renhidos,  de futebol, entre grupos de combate e os célebres jogos entre Condutores e Graduados, com resultados imprevisíveis mas sempre com "Fair Play".

Chegamos a disputar jogos de voleibol e tínhamos um campo de voleibol, muito improvisado, mas dava para entreter...

Carlos Barros
Nova Sintra 1972/74
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Nota do editor:
 
Último poste da série > 14 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21358: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (6): a evaporação das cervejas

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21343: In Memoriam (370): José Ceitil (1947-2020), natural de Vila Franca de Xira, autor de "Dona Berta de Bissau" (Âncora Editora, 2013, 200 pp.), membro da nossa Tabanca Grande, nº 816, a título póstumo (Hélder Sousa / Luís Graça)


Guiné-Bissau > Bissau > Pensão Central > 2010 > Da esquerda para  a direita:  Marta Ceitil, Dona Berta (1930-2012) e José Ceitil (1947-2020)


s/l, s/d > Marta (filha) e José Ceitil (pai)


1. José Ceitil - Homenagem

por Hélder Sousa


O José Ceitil deixou-nos! Notícia dilacerante…. Escreveu um amigo comum, o Joaquim Pedrosa, meu colega de curso na EICVFXira, mais tarde jogador de futebol no Sporting e Académica, dirigente da UDV (União Desportiva Vilafranquense) e também sócio do Ceitil num espaço de Bar chamado “Varinaice”.

Quando uma pessoa morre há tendência para nos elogios fúnebres aparecerem inúmeras virtudes. No caso do Ceitil isso não seria forçado pois as suas múltiplas qualidades e áreas por onde se moveu contribuíram para uma “história de vida” bem multifacetada e recheada de notas interessantes.

De tal modo que será difícil nesta pequena recordação/homenagem fazer referência a todas elas.

De uma entrevista concedida ao jornal “O Mirante” em 2011, e do portal livreiro Wook,  retiro algumas notas biográficas: 

(i) o Ceitil nasceu e cresceu em Vila Franca de Xira em Março de 1947 e eu em Outubro de 1948; é, portanto, cerca de ano e meio mais velho que eu;

(ii)  neto de varinos, também brincava à borda d’água desse rio Tejo como muitos outros; 

(iii) 
na sua terra, fez a escola primária; frequentará, mais tarde, o Liceu Passos Manuel e terminará o secundário na Escola Industrial e Comercial da sua terra natal;

(iv) na EICVFXira tirou o curso de formação de serralheiro, começando depois a trabalhar, aos 16 anos, como desenhador na Câmara Municipal:

(v) foi futebolista do Vila-franquense desde as "Escolas" até aos "Veteranos";

(vi) na Secção Cultural do clube, à época, um espaço de liberdade, estudo e debate de ideias, iniciou-se na militância cívica, aos 15 anos, como colaborador e participante nas atividades que aí tinham lugar:

(vii) fez, como voluntário,  4 anos de tropa na Força Aérea;

(viii) depois da tropa, viajou até  Londres para desenvolver o inglês; aí trabalhou onde era possível (na época os portugueses, italianos e gregos estavam “destinados” a fazer trabalhos domésticos) e assim foi empregado de mesa num restaurante dum hotel, porteiro de discoteca, chefe de uma brigada de limpeza num colégio;

(ix)  entretanto, cerca de nove meses depois, recebeu carta da TAP onde se tinha inscrito após o serviço militar, passou os testes, entrou na Empresa onde esteve por mais 36 anos.

(x) desse tempo ele recordava, em vida,  as situações mais difíceis, como comissário de bordo, da ponte aérea nos tempos da descolonização, em que algumas vezes em Angola esteve perto da morte; considerou que nessa época a capacidade de resposta de Portugal para transportar pessoas para a “metrópole” foi exemplar e que se pode dizer que se trata de um dos grandes feitos da capacidade lusa de resolver problemas.

(xi) em 1974 foi fundador do Cineclube Vila-franquense;

(xii) foi fundador, dirigente e colaborador da APTCA (Associação Portuguesa de Tripulantes de Cabine), onde se iniciou na escrita para as revistas Voo e Aérius;

(xiii) publicou o seu primeiro livro em 2007, a novela "Vidas Simples Pensamentos Elevados", e em 2008 o ensaio "Sejam Felizes".

Ao longo dos anos as nossas vidas foram sendo vividas com pontos de contacto de que mais se destacam as colaborações no Clube da nossa terra, fosse no campo desportivo (ele mais no futebol onde tinha méritos e eu mais ligado ao hóquei em patins) fosse na estreita colaboração na Secção Cultural da UDV, sendo que ele também fez parte Direcção do Cine-Clube Vilafranquense.

Anos mais tarde, agora já no século XXI, houve um apelo ao ressurgimento e assim alguns amigos então retomaram em mãos as rédeas da UDV para tentar recuperar, resgatar e reerguer a colectividade.

É desse tempo que foi criada uma comissão para produzir um “Manifesto da Memória da Secção Cultural da UDV”.

Numa das nossas sessões de trabalho notei que ele estava pensativo, até apreensivo, e após algumas “inquirições” fiquei a saber que isso se devia ao facto da sua filha mais nova, a Marta, ter decidido incorporar um programa de formação e voluntariado na “nossa” Guiné. 

Claro que na ocasião todos os conceitos e preconceitos sobre a Guiné, problemas reais e também alguns empolados, lhe causavam angústia, mas não queria interferir nas decisões que a filha tinha tomado. Tivemos então algumas conversas, procurei relativizar as coisas, deixei algumas indicações sobre como chegar à ONGD AD, do nosso amigo Pepito (1949-2014),  em caso de necessidade.

As coisas foram correndo, geralmente bem, de modo que depois da missão inicial a Marta repetiu e também depois continuou com outras tarefas, que lhe influenciaram de tal modo que ainda hoje se refere à Guiné como a “segunda Pátria”.

O Zé, “intrigado” com tal estado de espírito resolveu ir ver “in loco” e então rumou a Bissau. Deve também ter bebido “água do Geba” pois tendo ficado na “Pensão Central” acabou por escrever um livro dedicado à “Dona Berta de Bissau” (2013).



Capa do livro "Dona Berta de Bissau",
Lisboa, Ãncora Editora, 2013, 200 pp.


Capa do livro do livro "Clube de Futebol Os Belenenses: 
100 Anos de História", Âncora Editora, 2019 , 454 pp.


Capa do livro "Sejam Felizes!"... 
Edição: Tecto de Nuvens, 2008, 152 pp.


Capas de alguns dos livros do José Ceitil, 
disponíveis no portal livreiro Wook (, com a devida vénia...)


Não se poderá dizer que se trata de um escritor de grande produção mas escreveu vários livros, para além desse da Dona Berta, nomeadamente: (i) uma história de “Os Belenenses” de que era simpatizante e associado; (ii)  um livro a que deu o título de “Vidas Simples Pensamentos Elevados”, como que uma orientação para uma conduta séria e responsável, título esse que foi como que uma homenagem a um outro amigo comum entretanto falecido, o Carlos Macieira, que costumava dizer essa frase mas antecedida por “Luta Dura”: (iii. também escreveu um outro livrinho, simples mas muito profundo, como que um legado antecipado às suas filhas, intitulado “Sejam Felizes” e que foi utilizado no passado domingo aquando das cerimónias fúnebres.

Para terminar, que já vai longo, atrevo-me a repetir aqui as palavras que a Marta entendeu por bem colocar no seu “Face” e que se trata duma pequena mas significativa memória do Zé Ceitil.  Escreveu ela:

“Minha filha, a procura do sentido da vida não é para todos. A maioria ou não sabe o que isso é, ou vive tão mal que nem tem tempo para pensar, ou então limita-se a sobreviver sem questionar nada. Agora, como estás a descobrir, a vida nem sempre parece fazer muito sentido! A questão do poder e o seu exercício por oligarcas defensores de interesses particulares sobrepõe-se à organização da sociedade de forma a satisfazer as necessidades essenciais dos povos. Sei que acreditas demasiado nas pessoas e no bem… e isso preocupa-me porque sei que vais sofrer… mas mil vezes assim do que seres céptica. Sem abandonares os valores em que acreditas, os sonhos e as utopias, tens que aprender a viver com estas realidades”

Trata-se da resposta do Zé Ceitil à então consternação e profunda tristeza pela qual a Marta estava a passar pela sua “terra do coração” quando se estava perante a tentativa de golpe de estado (mais um) na Guiné-Bissau em 2010.

Fico por aqui nesta minha homenagem/recordação a este meu amigo.

Hélder Sousa

  

2. O José Ceitil tinha já, à data da sua morte, uma meia dúzia de referências no nosso blogue, nomeadamente como pai da Marta Ceitil,  amigo do Hélder Sousa e autor do livro "Dona Berta de Bissau".

 Não conheci pessoalmente o Zé Ceitil. Mas,  pelo que já antes havíamos publicado no nosso blogue, é um típico representante da nossa geração: um bom homem, uma pessoa que se fez a si mesma, um cidadão proativo, um amigo do seu amigo, e que, além disso, por amor da filha Marta,  se tornou também um amigo da Guiné e do povo guineense.

Agradeço ao Hélder Sousa a bela e justa evocação que faz do seu grande amigo, conterrâneio e colega de infância. De resto, ele lembra-nos que "o Zé Ceitil foi colega do Zé Brás como comissário de bordo da TAP e acho que também ainda foi contemporâneo do João Sacôto".

Apresento à Marta e demais família Ceitil os nossos votos de pesar pela perda do pai e parente. E por tudo o que aquilo que já aqui foi dito, tomo a liberdade de propor a integração deste nosso amigo, o José Ceitil,  na Tabanca Grande, a título póstumo. O seu lugar é o nº 815. O  seu exemplo de vida inspira-nos e honra-nos.

Foto da preparação da candidatura à Direcção da UDV para 2009-2011

 

Foto da Mesa na apresentação pública do “Manifesto da Memória da Secção Cultural da União Desportiva Vilafranquense” em 2011

Fotos (e legendas): © Hélder Sousa (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legedagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
______________

Nota do editor:

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21193: PAIGC: quem foi quem ? (14): Julião Lopes, ex-craque da seleção nacional de futebol, comandante da base central do Morés, comandante da Marinha de Guerra até ao golpe de Estado do 'Nino' Vieira, em 14 de novembro de 1980




1. Mensagem, a partir de Abu Dhabi, enviada pelo nosso coeditor Jorge Araujo, em 3 do corrente:


Caro Luís,
 Bom dia.
Envio a foto de "família" do grupo que estagiou em Praga, em 1961, onde consta o Julião Lopes. (*)

Até breve.

Jorge Araújo.


2. Comentário do editor LG:

Este Julião Lopes, comandante da base central do Morés, será o futuro comandante da Marinha de Guerra da Guiné-Bissau, depois da independência e até ao golpe de Estado de ‘Nino’Vieira, em 14 de novembro de 1980, altura em que foi preso.

Era, no final dos anos 50/princípios de 60, um craque da seleção nacional guineense... Passou à clandestinidade, fugindo para Conacri em finais de 1960, com outros futebolistas conhecidos, populares na época, como o Bobo Keita, o Lino Correia (, da UDIB), o João de Deus, e outros, jovens que viviam no bairro do Pilão (ou Pilum, ou Cupelom) (**).

Recorde-se que o Bobo Keita pertencia, na temporada de 1960/61, à equipa da primeira divisão do Sport Bissau e Benfica, embora ele fosse "sportinguista".

 No seu livro de memórias (, resultante de entrevistas com Norberto Tavares de Carvalho, publicado em 2011), relata este episódio da fuga, de vários grupos de futebolistas, de Bissau até Conacri. Diz ele que "de janeiro a outubro de 1961 , estivemos em Conacri a receber aulas do [Amílcar] Cabral" (p. 67). Foi nessa altura [, ou mais tarde, 215/11/1962] que morreu o Lino Correia, num acidente estúpido: "ao executar um salto mortal, caiu e quebrou o pescoço"... 

Em outubro de 1961, "fomos destacados para a mobilização no Leste"... Bobo Keita não faz referência ao grupo que, entretanto,  partira para Praga (capital da antiga Checoslováquia), onde se incluía o Julião Lopes (foto acima).

Há, no livro do Bobo Keita (ou melhor, do Norberto Tavares de Carvalho) , mais algumas breves referências ao Julião Lopes: 

(i) na base de Kumbagnhor / Kumbamori, no Senegal, numa casamento de um camarada (p. 108); 
(ii) como comandante da base central do Morés (em 7 de novembro de 1967) (p. 120); 
(iii) na discussão sobre a atribuição de patentes de comandante (p. 200); 
(iv) em Sambuiá, em 1968, quando foi planeado atacar o aeroporto de  Bissau (p. 206), operação essa levada a cabo pelo André Gomes e sua equipa de 7 homens (p. 206);
(v) há ainda uma foto de grupo (p. 210).

E é tudo o que sabemos sobre o "homem da bola"...que chegou a comandante da guerrilha, tal como o Bobo Keita. Ambos, apesar de tudo, tiveram sorte de chegar vivos à independência. E ambos chegaram ao topo da hierarquia da guerrilha: foram "comandantes", independentemente de outros aspetos controversos do seu percurso e do seu comportamento. Ao Julião Lopes, nomeadamente, são atribuídos, durante e depois da luta pela independência,. comportamentos típicos do sociopata.



PAIGC > s/l > s/ d> [posterio a 25 de Abril de 1974] > Da esquerda para a direita: Comandantes Abdulai Bari, João da Silva, Julião Lopes, Armando Soares da Gama, André Gomes, um elemento não identificado,  e de perfil  Bobo Keita, em companhia da sra. Maria Augusta Saúde Maria.

Foto: arquivo de Bobo Keita (2011) (cortesia de Norberto Tavares de Carvalho - De campo a campo: conversas com o comandante Bobo Keita. Edição de autor, Porto, 2011, 303 pp. (Impresso na Uniarte Gráfica, SA; depósito legal nº 332552/11). Posfácio de António Marques Lopes.

De qualquer inporta recordar que o futebol foi um viveiro de militantes do PAIGC: Bobo Keita, que nasceu no Cupelom [ ou Pilão] de Baixo, em Bissau, jogava na equipa do bairro, o Estrela Negra... Dela faziam parte futuros militantes nacionalistas como o Umaro Djaló, Julião Lopes, Corona, Ansumane Mané (outro que não o brigadeiro), Lino Correia (que era de Mansoa)...

Keita, miúdo de rua, não tinha botas... As primeiras que teve foram-lhe emprestadas (e depois dadas) pelo Sport Bissau e Benfica. Jogou com elas em Mansoa. Jogará depois nos juniores do Benfica e, dada o seu talento, chega rapidamente à seleção provincial.

Tinha então 17 anos. Como a idade mínima legal eram os 18, à face das normas internacionais do futebol, tiveram que lhe fazer uma "nova" certidão de nascimento (sic)... A partir daí,  conforme as circunstâncias ou convienências, passou "a exibir dois bilhetes de identidade, um com dezassete anos e outro com dezoito anos", confidencia o Bobo Keita (1939-2009) ao seu biógrafo (p. 31), o Norberto Tavares de Carvalho (, vítima, ele próprio,  do 'spinolismo' e do 'ninismo'). (****): estudante de liceu, preso na Ilha das Galinhas, e  libertado com o 25 de Abril de 1974, esteve, depois com a golpe de Estado de 14 de novembro de 1980, nas masmorras de 'Nito' Vieira, até maio de 1983.

3. Nota do Jorge Araújo, em Abu Dhahi (em comentário posterior a este poste):
Reportando-me em particular à "foto de família" acima [Praga, 1961,] , e para contextualização da mesma, acrescento:

(i)  com excepção do Amílcar Cabral, os restantes dez elementos foram os eleitos que seguiram para a Checoslováquia, em Setembro de 1961, para aí cumprirem um estágio de três meses;

(ii) a deslocação a Praga deste grupo é, pois, consequência de um convite (oferta) formulado ao PAIGC de igual número de "bolsas";

(iii)  este assunto é apresentado e analisado na reunião do Secretariado do Partido, realizada em casa de Amílcar Cabral [Conacri], em 20 de Setembro de 1961.

(iv) - Na acta, escrita em francês, consta o seguinte:

Tradução: 

(...) “Estamos num caminho que ninguém na África jamais seguiu: ter estruturas antes da independência. Também tenho o prazer de vos informar que a Checoslováquia nos oferece mais 10 quadros [bolsas de estágio] que devemos enviar o mais rapidamente possível, tais como: Mecânica e Electricidade, Agricultura (máquinas), Estradas, Construções, Administração Interna, Planeamento Económico, Higiene e Acção Social, Distribuição de bens de consumo, Restaurantes e hotéis. Temos que pensar cuidadosamente sobre quem são as pessoas que devem ir para este estágio.” (...)

Citação: (1961), "Acta da Reunião do Secretariado do PAIGC", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_34129

___________

Notas do editor:


(...) Diz o relatório (p. 18):

"Por informações colhidas na base Central sobre este camarada [Julião Lopes], soube que num ataque [realizado em Outubro de 1963] do grupo por ele dirigido, em Encheia, contra o Chefe de Posto [José Cerqueira Leiras] e não contra a tropa colonial, que numa rajada da sua metralhadora matou três camaradas, a saber: Luís Mendes "Mambará", João Balimbote e Joãozinho Amona, ficando ele, Julião, ferido com uma bala de um dos camaradas daqueles que morreram, que o atingiu propositadamente com a intenção de o matar, procurando assim vingar-se por si e seus companheiros, tendo nesta altura também ficado ferido, e ainda pelo camarada Julião Lopes, o camarada Paulo Santi

Depois de arrebentada a porta da residência do Chefe de Posto [José Cerqueira Leiras], para ser liquidado, o respectivo chefe, o camarada Julião Lopes, impediu os seus companheiros de o fazerem, alegando bastar já o mesmo ter uma perna quebrada [balas nas pernas].

O Cmdt deste ataque, Julião Lopes, foi depois transportado para o Hospital de Ziguinchor, a fim de ser intervencionado, onde se manteve até ao dia 09 de Janeiro de 1964, 5.ª feira, data em que deu início ao seu regresso à base Central do Morés. (..:)



(**) Vd. poste de 29 de outubro de  2011 > Guiné 63/74 - P8961: Notas de leitura (296): De campo em campo: conversas com o comandante Bobo Keita, de Norberto Tavares de Carvalho (Parte IV): Os 'Portuguis Nara' de Boké e de Conacri (Luís Graça)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20433: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXXIII: Os "jogos olímpicos" do meu batalhão



Foto nº 11 > São Domingos, fins de Dezembro de 1968. Distribuição de prémios pelas equipas. Tive direito a beber uma cerveja pela taça dos campeões africanos.


Fotro nº 6 > Nova Lamego em 20 de Fevereiro de 1968. Um jogo de basquetebol. Grande confusão na área do cesto.   O autor também aparece na molhada, em segundo plano, de perfil.


Foto nº 7 > São Domingos, em 20 de Fevereiro de 1968. Um jogo de futsal. À baliza, o autor, sem óculos.


Foto nº 5 > São Domingos, em fins de Dezembro de 1968. Provas  de Atletismo:  salto (acrobático) em altura.


Foto nº 1 >  São Domingos, em fins de Dezembro de 1968. Início dos jogos de... inverno. Com 40º à sombra!... O comandante do BCAÇ 1933 a presidir. 


Foto nº 2 >  São Domingos,  fins de Dezembro de 1968. Jogo de futebol. Entrada das equipas em campo.


Foto nº 9 > São Domingos, em fins de Outubro de 1968. Veja-se o estado "relvado"... Estamos no final da época das chuvas.



Foto nº 3 > São Domingos, em fins de Dezembro de 1968. O autor., que habitualmente não participava, a não ser como fotógrafo...


Foto nº 10 > São Domingos, em fins de Outubro de 1968. Jogo de futebol, entre  metropolitanos e guineenses.  Eu a segurar a bandeirola para ela não cair...


Foto nº 12 > São Domingos, em fins de Dezembro de 1968. Mais uma jogatana de futebol. O pessoal a assistir à sombra dos poilões.


Foto nº  13 >  São Domingos, em fins de Dezembro de 1968. Foto de família. O autor, à direita,  de calções e mãos nos bolsos, a observar...


Foto nº 14  > São Domingos, no 4º Trimestre de 1968. Uma baliza de futebol no meio do nada.


Foto nº 15 >  São Domingos, no 1º Trimestre de 1969.Torneio e jogos de verão. Um jogo isolado, de futebol, não fazendo parte de nenhuma competição. 


Guiné > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação do álbum fotográfico  do nosso amigo e camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, chefe do conselho administrativo, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); economista e gestor, reformado; é natural do Porto; vive em Vila do Conde; tem já perto de centena e meia de referências no nosso blogue.



CTIG/Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:

T040 – OS JOGOS OLIMPICOS  DO BCAÇ  1933 >A guerra também se fazia no TO ‘Campos de Jogos’


I - Anotações e Introdução ao tema:

Caros companheiros e camaradas:

Como era habitual em todas as unidades, um dos passatempos, eram os jogos ao ar livre, onde competiam, ou classes contra classes, operacionais e serviços, pelotões contra pelotões, companhias contra companhias.

A modalidade mais usual, como é natural, seria sempre o futebol, pois todos sabem dar um pontapé numa bola.

Havia outras modalidades: Basquete, Futsal, Salto em altura, Salto em comprimento, Atletismo, Corridas, e tudo o que convidasse a puxar pelo físico, naqueles paraísos com um clima tão ameno que convidava a estas aventuras de inverno.

Os jogos eram organizados a rigor, com as vestes e equipamentos competentes, o campo era pelado, lá se colocavam paus a fazer de balizas, e assim se competia.

Só não sei quem era o árbitro nomeado, se por sorteio na Liga, ou na FPF. E se já haveria o VAR?

No final eram entregues as respectivas taças, que continham os dizeres de cada jogo ou modalidade. Em Nova Lamego e principalmente em São Domingos fizemos vários torneios, com atribuição de taças. O mais importante torneio foi realizado no mês de Dezembro de 68, em S. Domingos.

Nunca participei em nenhum, entrava por vezes só para a fotografia, mais nada.

II - Legendas das fotos:

F01 – O início dos jogos de Inverno – Com 40º. Com direito a parada, Hino Nacional, o Comandante do Batalhão Caçadores 1933 a presidir, as equipas alinhadas, e o árbitro com a farda corrente.  Foto captada em São Domingos, em fins de Dezembro de 1968.

F02 – Entrada das equipas em campo. Vai iniciar a partida, as equipas entram em campo, as balizas lá estão, não sei quanto tempo durava o jogo, mas não eram de certeza, 45+45’.  Foto captada em São Domingos, em fins de Dezembro de 1968.

F03 – Estão a decorrer as provas de salto em altura.  Eu fiquei de fora, a ver, e a fazer as fotos. Foto captada em São Domingos, em fins de Dezembro de 1968.

F04 – Jogo de futebol a decorrer entre 2 companhias. O árbitro está lá, parado, não corre, o relvado não ajuda, a maioria da assistência está ao abrigo do Grande Poilão, o sol pesa nas cabeças. Foto captada em São Domingos, em fins de Dezembro de 1968.

F05 – Salto à vara em altura. É claro que ganharam as equipas de soldados pretos, é a especialidade deles, saltar. Foto captada em São Domingos, em fins de Dezembro de 1968.

F06 – Jogo de Basquetebol. Grande confusão na área do cesto. Agora a ver, parece que apareço por lá, mas sem óculos, pois não podia jogar nada com eles. Foto captada em Nova Lamego em 20 de Fevereiro de 1968.

F07 – Jogo de Futsal. Confirma-se a foto anterior, o guarda-redes é o autor, mas sem óculos. Desde pequeno que era onde mais gostava de jogar – na baliza  –, na rua com as famosas bolas de pano feitas com meias velhas. Foto captada em São Domingos, em 20 de Fevereiro de 1968.

F08 – (Nâo reproduzida por falta de qualidade.) Jogo de futebol. Os primeiros jogos feitos em Nova Lamego, a malta tinha acabado de chegar, e ali havia muita ‘matéria-prima’ para formar equipas. Foto captada em Nova Lamego em finais de Dezembro de 1967.

F09 – Aspecto do estádio durante os jogos. As instalações desportivas ficavam mal tratadas, aliás já estavam sempre, as chuvas destruíam tudo, estamos no fim da época. Foto captada em São Domingos, em fins de Outubro de 1968.

F10 – Jogo de futebol. Jogo entre malta branca e preta, parece que também há miúdos pretos, talvez.
Eu segurava a bandeirola do canto, para não sair com alguma jogada mais dura. Foto captada em São Domingos, em fins de Outubro de 1968.

F11 – Distribuição de prémios pelas equipas. Tive direito a beber uma cerveja pela taça dos campeões africanos.

Não percebo uma coisa agora que olhei para as chuteiras. Já os nossos soldados usavam em 1968, Ténis e Sapatilhas que estão hoje em moda, eu só comprei um par delas da Fred Perry há menos de dois anos, e não vou comprar mais, porque não gosto.

Por outro lado, eu já vestia calças de ganga americanas, usadas, que não havia na Metrópole, e também só experimentei uma vez há mais de 20 anos, teria de usar suspensórios, aquilo era uma grande palhaçada, ri tanto e nunca vesti depois de vir da Guiné, mais nenhuma ganga.n Foto captada em São Domingos, em fins de Dezembro de 1968.

F12 – Mais um jogo de futebol no Batalhão. Para apuramento das equipas foram vários os jogos realizados, este é mais um, e o pessoal a assistir está na sombra do Poilão. Foto captada em São Domingos, em fins de Dezembro de 1968.

F13 – Uma foto de família para mais tarde relembrar. Penso tratar-se de uma foto no final de tudo, mas pode ser antes de tudo. Vejo pessoal vestido com as camisolas, outros com fardas, temos lá o ‘Padeiro’, e o Alferes Teixeira a observar! Foto captada em São Domingos, em fins de Dezembro de 1968.

F14 – Baliza de futebol no meio de nada. Uma foto onde se faziam os jogos, mas pelo mato deve ser no fim das chuvas. Foto captada em São Domingos, no 4º Trimestre de 1968.

F15 – Torneio e jogos de Verão. Um jogo isolado, não fazendo parte de nenhuma competição. Foto captada em São Domingos, no 1º Trimestre de 1969.

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ 1933 / RI15, Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21Set67 a 04Ago69».

Fotos relegendadas em 2019-11-12, Virgílio Teixeira

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20160: 15 anos a blogar, desde 23/4/2004 (14): continuando a falar de..."futebol, elites e nacionalismo"


Gâmbia > Bathurst > 1953 > Comemorações da entronização da Rainha Isabel II, de Inglaterra (n. 1926) > Foto da seleção de futebol da Província Portuguesa da Guiné > De pé, da esquerda para a direita, Antero Bubu (Sport Bissau e Benfica; capitão), Douglas (Sport Bissau e Benfica), Armando Lopes (, pai do nosso amigo Nelson Herbert) (UDIB), Theca (Sport Bissau e Benfica), Epifânio (UDIB) e Nanduco (UDIB); de joelhos, também da esquerda para a direita: Mário Silva (Sport Bissau e Benfica), Miguel Pérola (Sporting Club de Bissau), Júlio Almeida (UDIB), Emílio Sinais (Sport Bissau e Benfica, Joãozinho Burgo ( Sport Bissau e Benfica) e João Coronel (Sport Bissau e Benfica).

No 1º jogo, a seleção da Guiné ganhou à seleção da Gâmbia por 2-0, com golos de Joãozinho Burgo (, falecido recentemente em Portugal 22/1/2019); no 2º jogo, as duas seleções empataram 2-2 (com golos, pela Guiné, de Mário Silva e Joãozinho Burgo). Antiga colónia inglesa, a Gâmbia acederá à independência em 1965.

Legenda de João Burgo Correia Tavares: vd. livro Norberto Tavares de Carvalho - "De campo a campo: conversas com o comandante Bobo Keita", Porto, edição de autor, 2011, p. 41.

Foto: © Armando Lopes / Nelson Herbert (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Quer queiramos quer não, não conseguimos deixar de falar... de futebol. Temos mais de seis dezenas de referências no nosso blogue... Hoje retomamos o tema "futebol e nacionalismo" (*)...  E continuamos a celebrar os nossos 15 de existência, enquanto blogue e enquanto grupo de amigos e camaradas da Guiné que se reune à sombra do simbólico poilão daTabanca Grande (**)

Fomos encontrar, no livro do Norberto Tavares de Carvalho, a foto acima, já nossa conhecida, da seleção de futebol da província portuguesa da Guiné, onde figura o Armando Lopes (jogador da UDIB, pai do nosso amigo Nelson Herbert, e que também era conhecido como Búfalo Bill).

Recorde-se que ele fez o seu serviço militar no Mindelo, São Vicente, Cabo Verde, em 1943, na altura em que também lá estava, como expedicionário, o meu pai, meu velho e meu camarada, Luís Henriques; ambos nasceram em 1920 e, infelizmente, já faleceram od dois, o meu, em 2012, o pai do Nelson Herbert, mais recentemente, em 2018. Ambos tinham igualmente uma paixão pelo futebol...

A foto que publicamos acima,  é do arquivo pessoal do João Nascimento Burgo Correia (ou Corrêa) Tavares, o Joãozinho Burgo, do Sport Bissau e Benfica... Mas o nosso blogue já tinha publicada uma igual, em 15 de agosto de 2010, do arquivo do Armando Lopes / Nelson Herbert.

Cabo-verdiano, da ilha do Fogo, onde nasceu em 1929, Joãozinho Burgo era mais novo do que o Armando Lopes (1920-2018),  mas mais velho que o Bobo Keita (1939-2009). O auge da sua carreira é em 1960, com o apuramento da seleção de futebol da Guiné para a fase de qualificação para a disputa da taça Kwame Nkrumah.

Vencedora da Série D, a seleção guineense foi disputar a final em Acra, capital do Gana: além de Joãozinho Burgo, fizeram parte dessa equipa Bobo Keita, Júlio Semedo (Swift, guarda-redes), Antero 'Bubu', Vitor Mendes (Penicilina), 'Djinha', João de Deus, 'Chito', Luís 'Djató', 'Nhartanga' (que jogará depois em Portugal), entre outros...

O Joãozinho Burgo deixou de jogar já época, distante,  de 1966/67, para de seguida ir tirar o curso de treinador, ainda em 1967, em Setúbal (onde teve como colegas de curso o José Augusto, o Coluna e o Cavém) (p. 36).

O Bobo Keita, mais novo (1939-2009), embora sportinguista de coração, assinou e jogou pelo Sport Bissau e Benfica, clube do seu pai, alfaiate... O mais interessante era verificar a grande popularidade que tinha o futebol nessa época, nomeadamente em Bissau, mas também no interior (primeiro em Bolama, depois Bissau, Mansoa, Bafatá...).

O futebol também foi um viveiro de militantes, combatentes e dirigentes do PAIGC (Júlio Almeida, Júlio Semedo, Bobo Keita, Lino Correia...). Era interessante aprofundar as razões deste fenómenos...


Guiné > Bissau > Março de 1970 > Estádio Sarmento Rodrigues (hoje, Estádio Lino Correia) > Jogo de futebol entre o Sporting de Bissau e a UDIB, com transmissão radiofónica. Se a memória não me falha, quem fazia o relato era o Carlos Soares (está numa mesa). Vemos à esquerda, a zona onde se localizava a Verbena e o Cinema UDIB.  O estádio foi construído em 1947 e electrificado, já no tempo de Spínola, em 1971. O Lino Correio, antigo jogador da UDIB, morreu precocemente, em 25/11/1962, em Conacri, de acidente, numa sessão de preparação física. 

Foto do nosso grã-tabanqueiro, Arménio Estorninho (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, CCAÇ 2381, Os Maiorais, Ingoré, Aldeia Formosa, Buba e Empada, 1968/70).

Foto (e legenda): © Arménio Estorninho (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Recorde-se que o Júlio Almeida, antigo funcionário da granja de Pessubé, que trabalhou com Amilcar Cabral, é referenciado como um dos fundadores, em 1956, do PAIGC, ou melhor do PAI, mais tarde PAIGC. Segundo informação do Nelson Herbert, a indicação e a consequente transferência de Júlio Almeida do futebol mindelense (São Vicente, Cabo Verde) para a UDIB de Bissau foi iniciada, a pedido do clube guineense, no ínício dos anos 50, pelo seu pai, Armadndo Lopes, que na altura estaava a passar férias em S. Vicente, a ilha de natal de ambos.

Bobo Keita, que nasceu no Cupelom [ ou Pilão] de Baixo, em Bissau, jogava na equipa do bairro, o Estrela Negra... Dela faziam parte futuros militantes nacionalistas como o Umaro Djaló, Julião Lopes, Corona, Ansumane Mané (outro que não o brigadeiro), Lino Correia (que era de Mansoa)... Keita, miúdo de rua, não tinha botas. As primeiras que teve foram-lhe emprestadas (e depois dadas) pelo Sport Bissau e  Benfica. Jogou com elas em Mansoa. Jogará depois nos juniores do Benfica e, dada o seu talento, chega rapidamente à seleção provincial.

Tinha então 17 anos. Como a idade mínima legal eram os 18, à face das normas internacionais do futebol, tiveram que lhe fazer uma "nova" certidão de nascimento (sic)... "A partir daí, segundo as circunstâncias, passei a exibir dois bilhetes de identidade, um com dezassete anos e outro com dezoito anos", confidencia o Bobo keita ao seu biógrafo (p. 31).

Acabou por jogar a defesa direito no Benfica. Dos juniores passa às reservas e depois à equipa principal. Para além de ser o orgulho do seu pai, tornou-se muito popular entre os adeptos. O grande dérbi, em Bissau, eram o jogo Benfica-Sporting. Na época, o Benfica era de longe a melhor equipa de futebol da província, recheada de estrelas (que integravam por sua vez a seleção da província).

Foi o Victor Mendes, um treinador português, que levou Bobo Keita para a seleção e que o pôs a jogar como defesa lateral esquerdo, depois de muito trabalho... Outro clube cotado localmente era o UDIB - União Desportiva e Internacional de Bissau, onde jogava o seu primo João de Deus.

Nas conversas com Noberto Tavares de Carvalho, Bobo Keita recorda o Torneio da África Ocidental, que começou na Ilha de São Vicente, Cabo Verde, em 1958, e que juntou outras  seleções (Cabo Verde, Senegal, Gâmbia e Guiné-Conacri) (pp. 39-40). Também, jogou na Gâmbia, onde a seleção guineense era, de há muito, temida, desde o tempo do Armando Lopes.

E acrescenta o Nelson Herbert: "Convém não perder de vista que ante a então apertada vigilância da PIDE, a 'bola' foi por sinal a via encontrada por Amílcar Cabral para a conglomeração, na periferia de Bissau, de guineenses e cabo-verdianos em redor de ideais nacionalistas.

"E falando ainda de futebol, recordo ter lido em tempos no blogue um poste que fazia referência ao papel dos soldados portugueses na Guiné, na 'massificação'  do futebol naquela antiga província ultramarina."

2. Mas voltando ao Bobo Keita e à selecção de futebol da Guiné, que foi apurada para a final da taça Kwame Nkrumah, jogada em  Acra, capital do Gana, em 1959. 

O encontro com o presidente Kwame Nkrumah terá sido decisivo na vida de Bobo Keita. Recorde-se que a antiga colónia inglesa, Golden Coast, a Costa do Ouro, proclama oficialmente a sua independência em 6 de Março de 1957. Nkrumah, num cerimónia de receção nos jardins do seu palácio, incentivou então os jovens futebolistas a lutarem pela independência dos seus países. 

Em 1 de outubro de 1960, Keita está em Lagos, capital da Nigéria, outra vez num torneio de futebol, por ocasião das festas da independência de mais um grande país africano (p. 44-46). Que memórias guarda desse tempo ?

"Como acontecera com o discurso do Nkrumah, fui de novo sacudido por um mar de interrogações, sempre falando com os meus botões e acabando por concluir que tudo aquilo era bonito, mas completamente impensável na Guiné. No entanto, pela segunda vez, o acaso punha-me de caras com os pensamentos revolucionários daquele tempo. Só que desta vez senti algo a despertar em mim" (p. 45)...

E mais à frente acrescenta, na entrevista com Norberto Tavares de Carvalho, publicada em livro, que temos vindo a citar:

"Fiquei com aquela imagem de um povo confiante, independente e livre. Esse quadro ficou gravado em mim como o segundo factor de formação da minha consciência nacionalista" (p. 46).

Três meses depois, em 26 de dezembro desse ano, Bobo Keita, que tinha apenas a 4ª classe da instrução primária, "vai no mato", isto é, entra na clandestinidade, mais exatamente segue em viagem para o sul, disfarçado de alfaiate, mas com destino certo: Conacri. Em 12 de janeiro de 1961 tem à sua frente Amílcar Cabral, o homem que lhe tinha dado um bola, quando "djubi" do Cupelom, seu bairro natal...

Como é que um jovem e promissor jogador de futebol chega até aqui, ou seja, entra em ruptura com a sociedade onde, mal ou bem, está integrado ? Antes de mais, é de referir o sentimento de injustiça e de revolta que começa a apoderar-se dos jovens jogadores da seleção da Guiné. Na Nigéria não recebem os prometidos e ansiados prémios de jogos. Sentem-se explorados e inferiorizados quando comparados com os jogadores das outras seleções africanas, em particular os nigerianos. Na capital da Gâmbia, Bathurst, o conflito, latente, estala, passando a conflito aberto, manifesto... Recusam-se a jogar... Acabam por ceder para "não ficarmos mal vistos" (p. 48), mas recebem no final o dinheiro prometido...

Os dirigentes da seleção estranharam o comportamento jogadores e não gostaram... No regresso a Bissau, entra a PIDE em ação. O ambiente é de crispação, dentro e fora do balneário. Chegou-se a pensar prender toda a selecção, mas acabou por imperar o bom senso... Os jogadores, incluindo Bobo Keita, foram discretamente interrogados, um a um, pela PIDE nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Bissau (pp. 52 e ss.). Dada a sua popularidade, os jogadores da seleção, envolvidos no conflito passado na Gâmbia, acabaram por se safar... Acrescenta o Bobo Keita, que até o próprio Governador, na altura o Peixoto Correia [1913-1988; governador entre 1958 e 1962], "uma ardente adepto do futebol", não terá apreciado a ação da PIDE (p. 53)...



Guiné > Região de Bafatá  > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > A valorosa equipa de futebol da CCAÇ 12, que disputou campeonatos em Bafatá...  Supremacia branca, discriminação racial, elitismo ?... Nada disso, os graduados e especialistas metropolitanos da companhia eram apenas um terço; o resto da companhia era do recrutamento local, de etnia fula... Os fulas, pastores, místicos  e guerreiros,  não jogavam à bola, ou   não tinham especial apetência pela prática do futebolmuitos deles numa tinham visto uma bola de futebol, ou um equipamento desportivo, lá nas suas tabancas dos regulados de Badora e de Cossé...

Mas é bom lembrar que, na Guiné do nosso tempo, e devido à guerra o futebol estava praticamente confinado a Bissau... se bem, que houvesse também equipas de futebol no interior (Bafatá, Mansoa)... Do Clube de Futebol Os Balantas de Mansoa (Mansoa) [Região do Oio], era, ao que parece o Corca Só, lendário comandante do PAIGC que um dia terá prometido "limpar o sebo" ao "Tigre de Missirá", o nosso amigo e camarada Mário Beja Santos...

Enfim, o futebol continuava a ser  o desporto, por eleição, dos "tugas", no final dos anos 60...mas também fora um viveiro de dirigentes e militantes do PAIGC no início da década...

Os "tugas" da CXAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71=, aqui fotografados,  da esquerda para a direita, são, na primeira fila:

(i) Gabriel Çonçalves, o "GG" (1º cabo cripto, vive em Lisboa),

(ii) Francisco Moreira (alf mil op esp, cmdt do 1º Gr Comb, vive em Santo Tirso);

(iii) Arlindo Roda (fur mil at inf,. do 3º Gr Comb, vive em Setúbal);

(iv) Arménio Fonseca, o "Campanhã" (sold at inf, 1º Gr Comb, vive no Porto);
(v) e o guarda-redes, João Rito Marques (o 1º cabo quarteleiro, vive no Souto, Sabugal);

e na segunda fila:

(vi) Fernando Sousa (1º cabo aux enf, vive na Trofa),

(vii) Luciano Pereira de Silva (1º cabo at inf, 4º Gr Comb, natural de São Mamede do Coronado, Trofa, emigrado em França);

(viii) Fernando B. Gonçalves (1º cabo aux enf, que veio substituir o 1º cabo aux José M. Sousa Faleiro, evacuado logo no início para o Hospital Militar de Doenças Infecto-Contagiosas; morada atual desconhecida)

(ix) Alcino Carvalho Braga (sold cond auto; vive em Lisboa)

(xi) Manuel Alberto Faria Branco (1º cabo at inf, 2º Gr Comb; vive na Póvoa do Varzim)

(xi) e o António Manuel Martins Branquinho (fur mil at inf, 1º Gr Comb; falecido, vivia em Évora).

Foto: © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Notas de leitura:

(*) Vd. postes de:



(**) Último poste da série > 24 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20091: 15 anos a blogar, desde 23/4/2004 (13): Hoje faz anos, 73, o António Fernando Marques... Porque recordar é viver duas vezes, e blogar é três... Relembramos o fatídico dia, 13/1/1971, em que o PAIGC nos quis mandar para os anjinhos... O meu querido Marquês, sem acento circunflexo, tem filhos, netos, amigos e camaradas que o adoram... E o Mário Mendes, morto de morte matada 16 meses depois... será que alguém ainda o recorda na sua terra natal? (Luís Graça)