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terça-feira, 31 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23315: Carta aberta a... (15): ... ao camarada e escritor português Francisco Baptista (José Belo, estrangeirado)


José Belo, jurista, o nosso luso-sueco, cidadão do mundo, membro da Tabanca Grande, (i) tem repartido a sua vida agora entre a Lapónia (sueca), Estocolmo e os EUA (Key West, Florida; (ii) foi nomeado por nós régulo (vitalício) da Tabanca da Lapónia, recusando-se a jubilar-se do cargo: afinal todos os anos pela primavera, corre o boato de que a Tabanca da Lapónia morre para logo a seguir ressuscitar, como a Fénix Renascida (*); (iii) na outra vida, foi alf mil inf, CCAÇ 2391, "Os Maiorais", Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70); (iv) é cap inf ref (mas poderia e deveria ser corone) do exército português; (v) durante anos alimentou, no nosso blogue, a série "Da Suécia com Saudade"; (vi) tem mais de 220 referências no nosso blogue.


1. Mensagem do José Belo:

Data - 30 mai 2022 11:10 
Assunto - Carta aberta ao Camarada Francisco Baptista

Muitas décadas longe da Lusitânia criam saudades várias. Saudades por certo eivadas de subjetividades.

Nos dicionários encontramos “subjetividade” como sendo o tomar-se conhecimento dos objetos externos a partir de referências próprias.

Fernando Pessoa escreveu: "Quanto mais diferente de mim alguém é,  mais real me parece, porque menos depende da minha subjetividade".

“Subjetividades”como maldição comum a todos os que buscam reencontrar as raízes que os formaram numa Pátria cada vez mais distante no tempo e, não menos, nas referências.

Esta subjectiva (!) introdução foi provocada por nova e atenta leitura dos textos de Francisco Baptista publicados no blogue. (*)

Leitura que nos faz descobrir novos detalhes de um todo. Detalhes realçando valores firmes que nos foram imbuídos por um riquíssimo somatório de tradições.

Somos envolvidos em invisível rede narrativa que, na sua globalidade, acaba por diluir diversidades circunstanciais, sejam elas geográficas ou de classe social.

Rede profundamente interiorizada que tão bem acaba por definir o… ser-se português!

Grato a Francisco Baptista por estas verdadeiras viagens de retorno.(**)
J.Belo
___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 28 de maio de  2022 > Guiné 61/74 - P23306: (In)citações (207): Tal como a Fénix Renascida, a Tabanca da Lapónia afinal não morreu: continua lá no seu sítio, "de neve e gelo" e com "pão e vinho sobre a mesa" para os amigos, e os cães (e as renas) atrelados ao trenó (José Belo, régulo vitalício)

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P20992: Ser solidário (231): Eustáquio, corta a mesada ao Alaka, porque ele (e os pais) não se esforça o suficiente para entrar na Escola Portuguesa em Timor Leste... Eu gosto de ajudar, mas também gosto de recordar o provérbio popular: "Deus manda ser bom, não manda ser parvo!"... (João Crisóstomo, Nova Iorque)

1. Mensagem do João Crisóstomo,  para um contacto em Timor,  com conhecimento à Tabanca Grande:

[À direita, foto do João Crisóstomo, em Porti das Barcas, Lourinhã, em 2017; luso-americano, natural de Torres Vedras, conhecido ativista de causas que muito dizem aos portugueses: Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes... Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, foi alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): vive desde 1975 em Nova Iorque; é casado, em segundas núdes, desde 2013, com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun]

Date: terça, 19/05/2020 à(s) 10:46

Subject: Alaka

Alô. Eustáquio,

Encontrei o teu contacto  no meu telefone… Espero que recebas…

Estive agora a falar com o Rui [Chamusco]. Sei que ele já te falou deste assunto: Como sabes  há dois anos quando estive aí,  fui falar com o Dr. Acácio  (da escola portuguesa) e  pedi-lhe para ele aceitar o Alaka na escola. [O Alaka deve estar hoje com 8 anos,]

Respondeu-me que o admitiria logo que ele falasse português suficiente.  E comecei a ajudar para que ele, com o auxílio dos pais, aprendesse depressa a língua portuguesa. Para uma criança devia ser muito fácil, especialmente com a ajuda dos pais [, que falam português e são professores].

Eu fui para Londres,  já tinha 24 anos. Comecei a estudar ( lavando pratos num restaurante durante o dia para pagar a escola). Trabalhava de dia; às 4.00 da tarde ia para a escola ; depois ia a pé para casa para não ter de pagar o autocarro que o dinheiro era pouco... Chegava a casa por volta das 11.00 da noite, Estudava e dormia e às 09.00 da manhã,  voltava a pé para o restaurante para trabalhar, lavando pratos…

E ao fim de 14 meses eu tinha aprendido Inglês…  com exames feitos na Universidade de Cambridge… Não só falava bem  como podia lecionar como professor de Inglês.

Depois fui para a França e fiz o mesmo; e depois fui para a Alemanha aprender alemão. Sem a ajuda de ninguém eu aprendi; quando se é criança é muito mais fácil aprender. Se o Alaka ainda não fala fluentemente o português, é porque ele e os pais não se interessaram como devia ser.

Já perdi a esperança de o pôr na escola portuguesa; é uma pena pois ele podia vir a ter uma vida brilhante  pois eu ia-o ajudar sempre até ele conseguisse o curso que quisesse. Mas vejo que perdi o meu tempo.

Como o Rui já te disse, daqui por diante dás apenas 25 dólares  ao Alaka e o resto -75 dollars- são para a escola SFA em Manati-Boenau onde há tantas crianças que precisam de ajuda.   Continuas a dar os 25 dólares  ao Alaka se ele precisar;  se os pais dele não precisarem dessa ajuda, tanto melhor: nesse caso vai tudo para a escola.

Eu gosto de ajudar mas tenho de ver que vale a pena o meu esforço; e o Alaka e os pais não fizeram o esforço que eu esperava. Para ele não pensar que não o quero ajudar, continuas a dar os 25, mas só. Se um dia eu voltar a Timor (do que duvido muito) e eu vir esforços, trabalho e boa vontade...,  depois se verá.

Sr  hoje tenho casa e uma vida decente,  foi porque trabalhei no duro; sem trabalho e esforço não vamos a parte nenhuma. E não se deve esperar que outros façam o esforço por nós. Lembrando um provérbio da minha terra, "Deus manda ser bom, não manda ser parvo!"...

Um grande abraço para ti e tantos amigos timorenses que recordo com saudade…

João (e Vilma)   

___________

Nota do editor:

Último poste da série > 3 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20804: Ser solidário (230): Viva a Escola São Francisco de Assis "Paz e Bem", em Boibau, Manati, Liquiçá, Timor Leste (Rui Chamusco)

terça-feira, 5 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P20946: Os nossos seres, saberes e lazeres (390): No Dia Mundial da Língua Portuguesa, uma prenda do nosso camarada António Graça de Abreu, a sua tradução de dois poemas da poetisa chinesa Li Qingzhao 李清照 (1081-1155)


António Graça de Abreu e a esposa Wang Haiyuan (2020): na ilha da Páscoa, posando junto a um "moai"

Um representação moderna da poetisa Li Qingzhao (1081-1155)

Fotos (e legendas): © António Graça de Abreu  (2020) Todos os direitos reservados. 
[Edição e legendagem comlementar: Blogue Lu+is Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso camarada e amigo António Graça de Abreu [ ex-alf mil, CAOP 1 (Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74), membro sénior da Tabanca Grande, com mais de 250 referências no nosso blogue; poeta, escritor, tradutor, sinólogo; andou recentemente a fazer o MSC - World Cruise, está em casa, depois de ter chegado são e salvo das peripécias da viagem de volta ao mundo, que ficou a meio, devido à pandemia de COVID-19; achámos oportuno publicar hoje a sua tradução, mesmo que ainda provisória, dedois poemas da poetisa chinesa, Li Qingzhao 李清照 (1081-1155), no Dia Mundial da Língua Portuguesa (*)



Data: sexta, 24/04/2020 à(s) 16:14

Assunto: Duas chinesas

Em navegação, Oceano Índico, 10 de Abril  [, a bordo do MSC - Magnifica]

Para esta Volta ao Mundo trouxe comigo duas mulheres chinesas, ambas bonitas, prendadas e inteligentes. A primeira é a Wang Haiyuan, mãe dos meus filhos, esposa há trinta e três anos que, na Austrália, seguiu de Sidney para Xangai, quase há um mês. Escapou a situação extrema de estarmos confinados a viver fechados neste navio de cruzeiros, com a possibilidade de o tenebroso vírus cair no meio de nós mas, tão ou mais importante, foi acompanhar em Xangai o nosso pai Wang Renlun, com 91 anos, muito doente, com as enfermidades do peso dos anos, não com o covid 19. O pai melhorou assim que teve a filha junto de si.
A outra chinesa que me faz companhia chama-se Li Qingzhao 李清, nasceu em 1081 e faleceu em 1155.
É considerada a maior poetisa de toda a poesia chinesa, velha de quarenta séculos. Nascida em Jinan, província de Shandong, numa família de letrados, casou com o mandarim Zhao Mingcheng e partilhou com o marido o gosto pelo sublime encadeamento das palavras, a magnificência da arte poética numa China que, na altura em que Portugal nascia, tinha já atrás de si as figuras imortais de geniais poetas como Tao Yuanming (375-427), Li Bai (701-762), Wang Wei (701-761) ou Du Fu (711-770).
Li Qingzhao,  senhora de uma enorme sensibilidade, cantava o amor, a alegria de viver, a solidão, a dor na sua viuvez quando o marido morreu com tifo, aos 48 anos de idade.
Navegando por estes mares, Pacifico e Índico, tenho-me entretido a mexer nos seus poemas, utilizando a tradução francesa da Gallimard, de 1977, de Liang Paixin, mais a Net, com os muitos caracteres chineses que sempre tenho dificuldade em conhecer, mas no meio dos quais não me costumo perder. Na Net, tenho dialogado com outros tradutores de Li Qingzhao em língua inglesa, como Wang Jiaosheng e Ronald Egan.
Eis dois poemas desta grande mulher, companheira de viagem na Volta ao Mundo, em traduções ainda provisórias para português:

Colher fruta madura

A noite, o vento arrasta a chuva,
apaga o fogo sufocante do sol.
Fui buscar a flauta de bambu,
diante do espelho, retoco o meu rosto.
A minha carne, sob o robe de seda púrpura,
como jade ou neve, liso e perfumado.
Sorrio e digo: "Meu amor, esta noite,
por detrás das cortinas de gaze, a frescura do nosso leito."

采桑子

晚来一阵风兼雨
洗尽炎光
理罢笙簧
却对菱花淡淡妆
 绛绡缕薄冰肌莹
雪腻酥香
笑语檀郎
今夜纱幮枕簟凉

Como um sonho

Recordo o pavilhão junto às águas, ao entardecer,
e nós, embriagados, incapazes de encontrar o caminho de regresso.
longe de tudo, encharcados em prazer, 
remávamos ao acaso. entre tufos de lótus verdes.
Mais depressa, mais depressa...
Na margem, assustadas, garças e gaivotas levantaram voo.

如梦令

常记溪亭日暮
沉醉不知归路
兴尽晚回舟
误入藕花深处
争渡
争渡
惊起一滩鸥鹭
_________________
Nota do editor:

Último poste da série > 5 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20942: Os nossos seres, saberes e lazeres (389): "O Saltitão", Jornal da CCAÇ 2701 (5) (Mário Migueis da Silva, ex-Fur Mil Rec Inf)

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Guiné 61/74 - P18810: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte III: Novos aliados para Timor: O cardeal e diplomata do Vaticano, Dom Renato Martino




Capa do livro
1. Extratos do livro de João Crisóstomo - LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste, edição de autor, Nova Iorque, 2017, 162 pp. (*)

Vamos continuar a reproduzir, com a devida autorização do autor, partes do livro, dando início ao capº 2 (Novos alaidos para Timor: D. Renato Martino, Elie Wiesel e outros. pp. 31-42) 

É um documento para a história, ou pelo menos, para "memória futura", este  livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67).

No poste anterior (*), ficámos a saber como tudo começou, com o autor, com António Rodrigues, com Anne Treserer e outros ativistas luso-americanos, em 1996. O João Crisóstomo, nascido no concelho de Torres Vedras, é um luso-americano, radicado em Nova Iorque desde 1975. Tem formação superior em gestão hoteleira. Aprendeu a fazer "lobbying" social (**), com a sua ex-patroa, a senhora Jacqueline Kennedy Onassis, de quem foi mordomo.

Embora em atividade desde o início de 1996, a oficialização do LAMETA [Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste] demorou o seu tempo e só foi registada junto do Internal Revenue Service (IRS) em 23 de setembro de 1997. Para além de uma ofensiva nos meios de comunicação social, ainda em 1996 o LAMETA manteve contactos pró-Timor com o gabinete do congressista Patrick Kennedy, de Rhode Island, com o presidente Biil Clinton, a quem enviou petições com centenas de assinaturas em 6 e 22 de junho de 1996 e em 10 de junho de 1997.

O movimento chamou igualmente a atenção do National Geographic Magazine para um mapa que publicara com Timor-Leste integrado na Indonésia (p. 23). Em 2 de março de 1996 foi dirigida uma carta ao presidente Suharto, da Indonésia, ainda com o cabeçalho do "Save the Coa Site Movement". Alguns documentos (como os das pp. 23 e 24) não foram  reproduzidos para não sobrecarregar o poste (e o blogue).

O mesmo se passa com os excertos de hoje, que são apenas os das pp. 31, 32, 34 e parte da 35, e dizem respeito ao papel do cardeal Renato Raffaelle Martino, italiano nascido em Salerno em 1932, hoje presidente emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz, e que de 1986 a 2002 desempenhou o cargo de Observador Permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas em Nova Iorque. É, portanto, um diplomata do Vaticano, que se tornou um grande aliado e amigo da causa de Timor-Leste. O João Crisóstomo conta como foi (***).  (LG)









 Fotos e texto: © João Crisóstomo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar. Blogue Luís Graça / Camaradas da Guiné]

___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 2 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18037: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte II: Como tudo começou com o autor, com António Rodrigues, com Anne Treserer e outros ativistas luso-americanos, em 1996

(**) Em português, lóbi

lóbi | s. m.
ló·bi
(inglês lobby)
substantivo masculino

1. Pressão, exercida geralmente por um grupo organizado, para atingir determinados objectivos ou para defender determinados interesses. = LOBISMO

2. Grupo que exerce essa pressão.

Palavras relacionadas:

lobby, lobista, lobístico.

"lóbi", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/l%C3%B3bi [consultado em 04-07-2018].

(***) Vd. postes anteriores >

10 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17340: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte I: a documenrtação original vai ser entregue dentro de dias em Dili... Uma cópia é entregue hoje, pessoalmente, ao Presidente da República Portuguesa

15 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17246: (De)Caras (71): João Crisóstomo acaba de publicar, em Nova Iorque, o livro "LAMETA: o desconhecido contributo das comunidades luso-americanas para a independência de Timor-Leste"...Vem a Portugal, para umas férias, no próximo dia 20, 5ª feira.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Guiné 61/74 - P18806: Ser solidário (214): SOS!!!... SOS!!!... Por Timor Leste e pela língua portuguesa... Há um esforço (deliberado) da Austrália para fomentar o uso do inglês, e da Indonésia, para promover o bahasa... Camarada, manda até ao fim do dia um email ao Senhor Presidente da República para que envolva Portugal e os portugueses nesta campanha em defesa da educação, em português, na pátria de Xanana Gusmão e Ramos Horta... O verdadeiro "campeonato do mundo", não o da bola mas o do futuro, joga-se e ganha-se aqui... (João Crisóstomo, Nova Iorque)

a

Timor-Leste > Símbolos Nacionais > Bandeira: "A bandeira nacional é rectangular e formada por dois triângulos isósceles de bases sobrepostas, sendo um triângulo preto com altura igual a um terço do comprimento que se sobrepõe ao amarelo, cuja altura é metade do comprimento da bandeira. No centro do triângulo de cor preta fica colocada uma estrela branca de cinco pontas, que simboliza a luz que guia. A estrela branca apresenta uma das pontas viradas para a extremidade superior esquerda da bandeira. A parte restante da bandeira tem a cor vermelha. Amarelo - os rastos do colonialismo; Preto - o obscurantismo que é preciso vencer; Vermelho - a luta pela libertação nacional; Branco - a paz. Iin "Constituição da República Democrática de Timor-Leste", Parte 1, Artigo 15º".

(Fonte: Portal do Governo de Timor-Leste, que é em Tetum, em Português e em Inglês)

João Crisóstomo
1. Mensagem do nosso amigo e camarada João Crisóstomo (Nova Iorque), a quem o saudoso cardeal patriarca de Lisboa,  Dom José Policarpo (1936-2014) chamava "o berbequim", devido à persistência, teimosia e coerência com que luta(va) pelas causas em que se empenha(va):

Data: 3 de julho de 2018 às 13:02
Assunto: SOS! SOS!

SOS...SOS....

Para quem vacila, eu quero responder a uma pergunta que me puseram sobre o porquê da minha campanha por Timor Leste (*)  quando outras nações da CPLP também precisam de ajuda. 

É que, no que se refere à língua portuguesa, Timor Leste é um caso único de muita preocupação: eu constatei -  e muitos outros me dizem terem verificado o mesmo - que há aí um esforço deliberado de muitas partes, especialmente da Austrália, fomentando o uso do Inglês, e da Indonésia que promove o uso língua indonésia bahasa, para acabar com o uso da língua portuguesa. 

Eu quero citar um exemplo deste evidente esforço que eu mesmo experimentei e sou testemunha: mesmo no centro de Dili, com cinismo, irónico e premeditado, pois foi nada mais nada menos que dentro do "Centro Alexandre Gusmão! - o que pode parecer parece incrível, mas é pura verdade. 

Foi aí mesmo que isto sucedeu: quando eu fiz uma pergunta em português,  houve um indivíduo aí presente nesse momento que veio ter comigo e me disse para falar inglês: "Aqui não se fala português, que é uma língua sem importância". 

Evidentemente que causei um "alvoroço tremendo " que não dá para descrever aqui. Mas se alguém ainda vacila, na nossa campanha (*), pensem no que vai suceder se cruzarmos os braços. 
______________

Nota do editor:

(*) Vd. poste da série > 27 de junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18784: Ser solidário (213): Petição, urgentíssima (até 3 de julho), ao sr Presidente da Republica, para instruir os seus serviços a apresentarem, na próxima reunião cimeira da CPLP em Julho próximo, em Cabo Verde, uma proposta visando a implementação dum plano extraordinário para os próximos dez anos no campo da educação em Timor Leste (João Crisóstomo, Nova Iorque)


(...) Mensagem por email a enviar à Presidência da República (até ao fim do dia 3 de julho de 2018)

(...) Endereço de email: belem@presidencia.pt

Exmo Senhor Presidente Marcelo Rebelo de Sousa,

Senhor Presidente,

A situação da educação em Timor Leste, especialmente para todos os que seguimos e partilhamos os anseios deste país, é de muita preocupação. É com muita confiança e esperança que viemos pedir o favor da sua ajuda para o que segue:

Uma vez que a promoção da Língua Portuguesa é um dos objectivos para que a CPLP foi criada e dada a necessidade e urgência dum esforço extraordinário no ensino da língua portuguesa no jovem país de Timor Leste, venho pedir ao Senhor Presidente o seguinte: que instrua os seus assistentes para prepararem uma proposta a ser apresentada na próxima reunião cimeira da CPLP em Julho próximo em Cabo Verde, visando a implementação dum plano extraordinário para os próximos dez anos no campo da educação em Timor Leste.

O fim deste é de que no 25.º aniversário deste país (em 2027) o acesso à educação esteja já ao alcance de toda a juventude e o uso da língua portuguesa seja mais generalizado, no seguimento da premissa de que a língua portuguesa e a religião católica foram os grandes pilares na luta pela reaquisição da Independência de Timor Leste.

Portugueses, e todos para quem Timor Leste e a língua portuguesa estão no coração – e porque sabemos que podemos contar com a sua ajuda –, estamos desde já antecipadamente muito gratos.

Com muita confiança aceite, Senhor Presidente, os meus respeitosos cumprimentos.

Local, Data, Nome (e mais algum dado, se achar bem incluir como ID: Nº de BI, Cidadão, Passaporte, Profissão... )

sábado, 1 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13832: Postos escolares militares (1): Alunos, mestres e manuais... (Jorge Araújo / Hélder Sousa / J. C. Mussá Biai / Cherno Baldé / José Câmara)


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L5 > Galomaro > CSS/BCAÇ 3872 (1972/74) > "O mestre-escola [, o Joaquim Guimarães, ] mais o burro [, o Augusto, ] e o Mamadu Djaló, em 1972, em Galomaro, sede do batalhão. (*)...Burro, asno, jumento, jerico, cujo berço foi a nossa África Mãe, Equus africanus asinus, segundo a nomencolatura trinomial de Lineu (1758)... Mas também "besta de carga", desde há pelo menos 5 mil anos a.C. quando o seu ancestral selvagem foi domesticado, tal como o cavalo... Mas na escolinha do nosso tempo punham-se "orelhas de burro" aos mais atrasados  da classe... Pobre bicho, hoje em perigo de extinção...



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L5 (Galomaro) > Saltinho > CCAÇ 3490 (1972/74) > "Os professores dos Postos Escolares do Saltinho". [O Joaquim Guimarães é o terceiro a contar da esquerda; de seu nome completo, Joaquim Fernando da Silva Guimarães. ex-soldado nº 108261-7, pertenceu ao BCAÇ 3872 e vive hoje nos EUA; já há muito que não temos notícias dele].

Fotos (e legendas): © Joaquim Guimarães (2007). Todos os direitos reservados.



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > CART 3494 (1972/74) Posto Escolar Militar (PEM) nº 14  (***) > 1972 > Alunos da Escola Primária. (**)


Foto (e legenda): © Jorge Araújo (2014). Todos os direitos reservados [Edição de LG]




Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > Candamã, aldeia (tabamca) em autodefesa do regulado de Corubal que a guerra despovoou > Um improvisado Posto Escolar Militar ?. Do lado esquerdo, ao alto, numa árvore, está afixado um cartaz de propaganda das NT: "Juntos venceremos". Sob a bandeira das quinas, duas mãos (uma branca e outra preta) apertam-se... Foto do álbum do ex-alf mil Torcato Mendonça > Fotos Falantes IV. (***)

Foto: © Torcato Mendonça (2012). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem; LG]



Guiné > Zona leste > região de Bafatá > Fajonquito > "O meu irmão Carlos (2 anos mais velho, hoje farmacêutico, formado pela Faculdade de Farmácia da Universidade Técnica de Lisboa), durante a alocução por ocasião do dia 10 de Junho de 1971, Dia de Portugal e de Camões, na escola primária de Fajonquito. Na imagem estão dois oficiais da companhia do Cap Figueiredo (CART 2742), um dos quais, o Alferes Félix encontrou a morte no mesmo dia que o seu Capitão". Foto do álbum do Cherno Baldé.(****)

[Meu caro Cherno: durante o Estado Novo, e até ao 25 de abril, era o feriado nacional do 10 de junho, o "Dia de Portugal, de Camões e da Raça"... Depois substituímos o politica e cientificamente incorreto termo "Raça" por "Comunidades Portuguesas"...Hoje é o "Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas"... LG]

Foto: © Cherno Baldé  (2012). Todos os direitos reservados [Edição; LG]



Guiné > Região de Tombali > Gadamael >  Posto Escolar Militar n.º 23 (PEM nº 23, Gadamael)  > Frequentaram as aulas da instrução primária algumas dezenas de jovens alunos (também alguns adultos da população). Não era fácil dar aulas a muitos que não falavam português (nem em crioulo se exprimiam), mas registaram-se muitos casos de bom aproveitamento, com conclusão da 4.ª classe . Foto do álbum do nosso saudoso camarada Daniel Matos (1950-2011) que foi fur mil,  CCaç 3518, Gadamael, 1971/74). (*****)

Foto (e legenda):  © Daniel Matos (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados [Edição ; LG]


1. Vamos iniciar uma  nova série ("Postos Escolares Militares"), com a publicação de cinco comentários ao poste P13812, subscrito pelo Jorge Araújo (*). Esperamos os contributos de todos os camaradas que foram professores ou monitores nas PEM... Afinal, mais do que a espada e a cruz, preocupamo-nos com a transmissão da língua portuguesa, veículo de identidade nacional da Guiné-Bissau... 

A língua do Padre António Vieira, de Fernando Pessoa, de Amílcar Cabral, de Carlos Lopes, de Siza Vieira, de Paula Rego, de Mia Couto, de Paulina Chiziane, de Ondjaki, de Ana Paula Tavares, de António Houaiss, de Cecília Meireles, de Xanana Gusmão, de Cesária Évora e de mais 255 milhões de homens e mulheres lusófonos espalhados pelo mundo, incluindo a malta da Tabanca Grande, o Hélder, o Jorge, o Cherno, o Zé Carlos, o Luís, o José Câmara, o Torcato, o Daniel, o Guimarães... Temos em comum um "poilão" sob o qual nos abrigamos, e à volta do qual comunicamos, e que é a língua... portuguesa. (LG)


 
Helder Sousa
(i) Hélder Sousa
 

Caro Jorge Araújo

Já estou habituado ao rigor e seriedade com que costumas pautar os teus trabalhos. Sejam eles os mais dramáticos como os que relataste das emboscadas sofridas, sejam alguns aspectos mais ligeiros.

Desta vez a 'pancada' deu-te forte ao descobrires uma ponta de ligação ao teu passado. Sim, porque isso é história, faz parte de ti, do todo que és e foste.

Esta dupla homenagem que fazes, ao José Carlos [Mussá Biai] e ao Carvalhido da Ponte, é fruto dessa tua sensibilidade para perceberes o que é verdadeiramente importante, a amizade, o reconhecimento, a vitória daquilo que dizes que te aconteceu quando percebeste que mais do que o "EU" o que era realmente duradouro seria a partilha com o "OUTRO".

Está aqui um bom trabalho. Oxalá, e acredito que sim, que se atinja o objectivo.

Abraço, Hélder S.

 (ii) Luís Graça
Luís Graça, em Candoz, 2011


 Aqueles de nós que foram professores primários, nos postos militares escolares, como o Carvalhido da Ponte (Xime), o Manuel Amaro (Aldeia Formosa) ou o Manuel Joaquim (Bissorã), podem falar, com propriedade e autoridade, sobre as dificuldades, perplexidades mas também sobre o prazer de ensinar, com o eventual apoio dos nossos velhos manuais escolares ou de outros textos (que eu desconheço se havia outros manuais na Guiné), a língua, a cultura e a história portuguesa aos putos das tabancas guineenses... É que nos nossos manuais bem sequer havia uma simples imagem com a cara do "pretinho da Guiné"...

Imagino que não fosse fácil ao Carvalhido da Ponte explicar ao José Carlos Mussá Biai, mandinga e muçulmano, do Xime, que nunca tinha sido da sua tabanca, o que era a pátria, ou significado da bandeira nacional, ou letra do nosso hino, ou a diferença entre um minhoto e um algarvio...

Ou ainda explicar as lendas das mouras encantadas do nosso romanceiro popular. Ou a conquista de Lisboa aos mouros. Ou ainda a lenda do Infante Santo... Muito menos as guerras de religião, no passado, entre cristãos e mouros...

Em todo o caso, o mais importante é que o José Carlos Mussá tenha aprendido a ler escrever, graças ao posta escolar militar do Xime, e a tenha chegado à universidade, sendo engenheiro florestal, se não erro. E trabalhando e vivendo em Portugal, como português e sem nunca esquecer as sua raízes guineenses.


Xime, PEM 14, 1972
(iii) José Carlos Mussá Biai

Olá. Luís,

Ao contrário que possa imaginar, quando andava na primária, sabiamos mais da metrópole, Angola e Moçambique do que da Guiné.

Os nomes dos rios, linhas de caminho de ferro, regiões e conquistas portuguesas, não havia nada que não era ensinado. O hino e a bandeira que era hasteada todos os dias não podiam faltar.

Quanto aos manuais, não me recordo bem, mas acho que nos de 1973 já vinham, como disse com o "pretinho da Guiné" (risos...).

Tenho uma vaga ideia de ter visto o Capitão João Bacar Djaló bem fardado. Mas o curioso é que nunca esqueci as letras do hino da metrópole sem nunca ter aprendido o hino da Guiné "independente".

Mas, são coisas de mininos. Quando acabou a guerra,  eu já tinha a 4ª classe feita e no preparatório não se ensinava o hino...

Um abraço, José C. Mussá Biai



Portugal. Ministério da Educação Nacional. Ensino Primário Elementar  - Livro de Leitura Segunda Classe. 5ª edição. Porto:  Editora Educação Nacional, de Adolfo Machado, 1958, 140 pp, capa dura. Dimensões: 17 x 22 x 1,5 cm. [Cortesia de Loja A Vida Portuguesa].... [Adorei este livrinho: foi ele que me ensinou a ler, escrever e contar... LG]. 


Guiné > PAIGC > Manual escolar, O Nosso Livro - 2ª Classe, editado em 1970 (Upsala, Suécia). Exemplar cedido pelo Paulo Santiago, Águeda (ex-alf mil, cmdt do Pel Caç Nat 53,
Saltinho , 1970/72)... [Afinal, em português nos entende(re)mos,,, LG].



Cherno Baldé, estudante

Kichinev, Moldavia, 
dezembro de 1985
(iv) Cherno Baldé:

Caro Luís Graça e amigos,

O Carlos Mussa diz "...Hino da Metropole...", errado.

O Hino a que se refere não era da metrópole, mas sim de Portugal e, na altura, éramos todos portugueses, de facto ou de jure.

Ainda em 1972 o meu irmão mais velho que veio a Bissau para prosseguir os seus estudos, já tinha o seu Bilhete de Identidade de cidadão português.

Acho que os manuais do ensino primário, na altura, eram iguais para as Provincias ultramarinas e não me recordo de ter visto a cara de nenhum "pretinho da Guiné".

Tal como o Carlos Mussá refere, tambem sabia entoar o Hino de Portugal da mesma forma que a partir de Setembro 1974 já entoava o novo Hino da Guiné-Bissau, cada qual o mais aguerrido e heróico que o outro, umas tretas.

Com abraço, amigos, Cherno Baldé

José Câmara
(,hoje, nos EUA)

(v) José Câmara:

Meus amigos,

Nós, os meninos açorianos e madeirenses, aprendemos por cartilhas iguais aqui referenciadas pelo Luís Graça. Até deu para não nos perdermos durante a nossa descoberta do caminho marítimo para a Guiné. Bem bom!

O que importa é que o José Carlos aprendeu connosco e depois, por si, conseguiu ir mais longe nos seus estudos. Hoje põe o que aprendeu ao serviço das populações em que está inserido. E nós fazemos parte dessa comunidade.

Cumprimentos, José Câmara,
_______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 1 de agosto de 2007 > Guiné 63/74 - P2019: Álbum das Glórias (23): O mestre-escola do Saltinho (Joaquim Guimarães, CCAÇ 3490, 1972/74)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10770: O Nosso livro de estilo (7): Cerca de 400 abreviaturas, siglas, acrónimos, expressões idiomáticas, gíria, calão, crioulo... Para rever, aumentar, melhorar...







Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Duas fotos do álbum do fur mil, amanuense,  José Carlos Lopes, que mora em Linda A Velha e que foi meu camarada durante quase um ano, em Bambadica  (entre julho de 1969 e maio de 1970)... 

Na foto de cima, o Lopes, em 8 de junho de 1970, no Xime, na LDG que o levaria  a Bissau, no final da comissão,  ostenta um pano com os dizeres "Guarda de honra à velhice...Piriquitos desejamos-vos sorte"... Os "piras" era o novo batalhão, o BART 2917 (1970/72) que os foi render, ao pesssoal do BCAÇ 2852.

Na segundo foto, vê-se uma chapa, pintada, pregada a uma árvore, com os dizeres: "Termas del Xime" com setas apontando Café, hotel, piscina, ténis, bowling, berlinde,  e com "stands" de vendas: cachorros, farturas, mancarra, gelados, pregos, sumos... Um macaco-cão, à direita, em primeiro plano, tem por detrás uma seta que  diz "Reclamações"... O bom humor de caserna foi imprescindível para se sobreviver a quase dois anos de comissão nas duras condições da Guiné... A capacidade de reinventar o português também fazia parte dessa estratégia de adaptação e  sobrevivência,,,

Fotos editadas por L.G., com a devida autorização do José Carlos Lopes (a quem já foi formulado o convite para ingressar na Tabanca Grande).

Fotos: © José Carlos Lopes (2012). Todos os direitos reservados.

1. Ao fim de quase nove anos a blogar, já juntamos aqui cerca de quatro centenas de abreviaturas, siglas, acrónimos, etc., que utilizávamos nas nossas comunicações militares (relatórios, transmissões...), mas também no nosso dia a dia, na caserna, no mato, na tabanca, na guerra e na paz...

Pedimos aos nossos editores, colaboradores permanentes, autores e leitores para reverem, melhorararem e aumentarem este fabuloso património linguístico, que é de todos. Podem fazê-lo, através das caixas de comentários, ou através do nosso endereço de email. Novos contributos serão  bem vindos, apreciados, acarinhados, editados e divulgados. A lista que se segue já tem uns anos, não tem sido atualizada e sobretudo está longe de esgotar o linguajar (escrito e falado) do "tuga" da Guiné, dos seus aliados e do(s) seu(s) adversário(s) (no passado, dizia-se IN)... 

Amigos e camaradas: É para uma boa ação... Sei que faltam ainda muitas expressões castiças que usávamos na Guiné, umas do nosso calão de caserna, outras do nosso delicioso crioulo... Bem como abreviaturas, siglas, acrónimos, os mais diversos... Cada arma e especialidade tinha o seu léxico... Aceitam-se sugestões, comentários, reclamações, críticas... Já vamos em 400 termos, mas há mais... Bom fim de semana. Xicorações (que no Natal gastam-se mais do que os Alfa Bravo)... Luis Graça.


BLOGUE LUÍS GRAÇA & CAMARADAS DA  GUINÉ > MAIS DE 400 ABREVIATURAS, SIGLAS, ACRÓNIMOS, EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS, 
GÍRIA, CALÃO, CRIOULO... (de A a Z)

1º Cabo Aux Enf - Maqueiro, auxiliar de enfermagem
2TEN FZE RN - 2º Tenente Fuziilerio Especial da Reserva Naval
5ª Rep - Café Bento, de Bissau



A/C - Mina anticarro
A/D - Autodefesa (tabanca em)
A/P - Mina antipessoal
AB - Alfa Bravo, abraço (alfabeto fonético internacional, usado pelos nossos Op Trms)
Abo - Você, tu (crioulo)
ACAP - Assuntos Civis e Acção Psicológica (REP / ACAP)
ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas
Aero - Aerograma, carta, bate-estrada, corta-capim
Afilhado - Militar que tinha uma Madrinha de Guerra
Agr - Agrupamento
AKA - Kalash, Espingarda Automática Kalashnikov (AK) Cal. 7,62 mm
AL II - Alouette II, heli
AL III - Helicóptero Alouette III, de origem francesa (FAP)
Alf - Alferes
Alf Mil - Alferes Miliciano
Alf Mil Med - Alferes miliciano médico
Alfa Bravo - Abraço
Alfero - Alferes (crioulo)
Amura - Velha fortaleza militar colonial, em Bissau; sede do Com-Chefe; hoje Panteão Nacional da Guiné-Bissau
AN/GRC-9 - Rádio, equipamento de transmissões (NT)
AN/PCR-10 - Rádio transmissor-receptor (NT)
Animistas - Povos (balantas, manjacos e outros) que praticam o culto dos irãs
AOE - Associação de Operações Especiais
Ap - Apontador
Ap Arm Pes Inf - Apontador de Armas Pesadas de Infantaria (morteiro, canhão s/r, metralhadora 12.7...)
Ap Dil - Apontador de Dilagrama
Ap LGFog - Apontador de Lança-granadas-foguete
Ap Met - Apontador de Metralhadora
Apanhado - Diz-se do combatente afectado pela guerra e pelo clima; cacimbado (em Angola)
Arre-macho - Tropa de infantaria, tropa-macaca (termo depreciativo, usado pelas tropas especiais)
Arv - Arvorado (Soldado)
Asp Of Mil - Aspirante a Oficial Miliciano
At Art - Atirador de Artilharia
At Cav - Atirador de Cavalaria
At Inf - Atirador de Infantaria
ATAP - Missão resultante de um pedido de fogo imediato, com a saída da parelha de alerta (FAP)
ATIP - Missão de apoio de fogo, pré-planeada (FAP)


BA12 - Base Aérea nº 12 (Bissau, Bissalanca)
Bacalhau - Aperto de mão
Badora - Regulado da região de Bafatá; morteiro 120 mm (IN)
Baga baga - Termiteira
Baguera - Abelha (crioulo); Baguera, baguera!!!, era a expressão de aflição dos africanos quando atacados por abelhas, no mato
Bajuda - Rapariga, donzela, moça virgem (crioulo; lê-se badjuda)
Balafon - Instrumento da música afromandinga, antecedor do xilofone
Balaio - Cesto grande (crioulo)
Balanta Mané - Balanta islamizado
Banana - Rádio, equipamento de transmissões, AVP-1
Bandim - Mercado de Bissau
Bandoleira - Correia permitindo o transporte de uma espingarda ao ombro ou a posição de tiro a tiracolo
Bandoleira - Correia permitindo o transporte de uma espingarda ao ombro ou a posição de tiro a tiracolo
Barraca - Acampamento temporário no mato (PAIGC)
BART - Batalhão de Artilharia
Bate-estrada - Aerograma, corta-capim
Bazuca - LGFog (NT); cerveja de 0,6 l
Bazuca China - Lança Granadas-Foguete RPG-2 (IN)
BCAÇ - Batalhão de Caçadores
BCP - Batalhão de Caçadores Pára-quedistas
BENG - Batalhão de Engenharia
Bentém . Banco, baixo, onde os homens grandes se sentam, a conversar, em geral, sob um poilão
Biafra - Clube de Oficiais, em Santa Luzia, Bissau; Bar dos pilotos, na BA12, Bissalanca
Bianda - Comida; arroz, base da alimentação da população na época (crioulo)
Bicha de pirilau - Progressão, em fila, no mato, mantendo cada homem uma distância regulamentar
Bideiras - As vendedeiras ambulantes, que andam nas ruas Bissau
Bigrupo - Força IN equivalente a 50/60 homens
BINT - Batalhão de Intendência
Blufo - Rapaz balanta não circuncidado; rapaz inexperiente
Boinas Negras - Fuzileiros
Boinas Verdes - Pára-quedistas
Boinas Vermelhas - Comandos (depois de 1974); na Guiné, usavam a boina castanha do exército
Bolanha - Terreno alagadiço, próprio para a cultura do arroz
Bombolom - Intrumento musical, feito a partir do tronco de uma árvore; instrumento tradicional de comunicação entre aldeias balantas e manjacas
Bonifácio - Obus 11,4 cm, TR m/917, da I Guerra Mundial (Termo da gíria dos artilheiros)
BOP - Bombardeameno a picar (FAP)
BOR - Embarcação civil, que navegava no Geba, com umas estranhas pás na popa
Brandão - Família da região de Tombali (Catió)
Bunda - Cú, traseiro (crioulo)
Burmedjus - Mulatos, mestiços, crioulos, caboverdianos
Burrinho - Viatura automóvel Unimog 411, a gasolina (mais pequena que o 404, a gasóleo) (NT)
Bué - Muito, manga de (Não vem de Boé; termo do quimbundo de Angola; não se usava no nosso tempo)
Básico - Soldado dos serviços auxiliares (afecto sobretudo à cozinha)


Ca bai - Não vai (crioulo)
Cabaceira - Árvore e fruto do embondeiro (não confundir com Poilão)
Cabaço - Hímen, virgindade (crioulo)
Cabeça Grande - Bebedeira (crioulo)
Cabo Aux Enf - 1º Cabo Auxiliar de Enfermeiro
Cabo Enf - 1º Cabo Enfermeiro
Caco / Caco Baldé - Alcunha do Gen Spínola (mas também 'Homem Grande de Bissau')
Cal - Calibre
Camarigo - Camarada e Amigo (por contracção)
Cambar - Atravessar um rio (crioulo)
Candongas Transporte colectivo privado, usado no interior da GB
Canhota - A espingarda automática G3 (NT)
Canhão s/r - Canhão Sem Recuo
CAOP - Comando de Agrupamento Operacional
Cap - Capitão
Cap Mil - Capitão Miliciano
Cap QP - Capitão do Quadro Permanente
Capim - Nome comum de planta gramínea, típica da savana arbustiva; graveto, dinheiro
Capitão-proveta - Cap Mil, oriundo do CPC
Carecada - Castigo disciplinar, imposto pelo superior hierárquico, e que consistia no corte de cabelo à máquina zero
CART - Companhia de Artilharia
Casa Gouveia - Principal empresa colonial, fundada por António da Silva Gouveia em finais do Séc. XIX: em 1927 é adquirida pela CUF
Catota - Orgão sexual feminino; partir catota = ter relações sexuais (crioulo, calão)
Cavalos duros - Feridas no pénis e órgãos genitais e até na boca e no ânus, sintomas de doença venérea
Cavalos moles - Sintomas de sífilis, doença venérea (fendas no pénis)
CCAV - Companhia de Cavalaria
CCAÇ - Companhia de Caçadores
CCAÇ I - Companhia de Caçadores Indígenas
CCM - Curso de Capitães Milicianos
CCmds - Companhia de Comandos
CCP - Companhia de Caçadores Pára-quedistas
CCS - Companhia de Comando e Serviços
CEME - Chefe do Estado Maior do Exército
Cento e vinte - Morteiro pesado (IN)
Cesca - Pistola de 7,65 mm, de origem checoslovaca (IN)
CFA - Franco da Communauté Francofone Africaine, moeda actual da GB (1 Euro = 655,597 CFAA -
CFORN - Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval
Checa - Pira, periquito (em Moçambique)
Choro - Conjunto de rituais celebrados por ocasião do falecimento de uma pessoa, parente ou vizinho (sobretudo entre os animistas)
Chão - Território étnico (vg, chão fula)
Cibe - Palmeira; utilizam-se rachas de cibe como barrotes na construção; é resistente à formiga baga-baga
Cilinha - Nome de guerra de Cecília Supico Pinto, a fundador e líder do MNF
Cipaio - Elemento nativo da polícia administrativa; sipaio, sipai, termo de origem indiana
Circuncisão - Vd. Fanado, MGF
CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria
CM - Cabo de Manobra (Marinha)
Cmdt - Comandante
COE - Curso de Operações Especiais
COM - Curso de Oficiais Milicianos
Com-Chefe - Comando-Chefe
Conversa giro - Fazer amor, ter relações sexuais (crioulo)
COP7 - Comando Operacional 7
Cor - Coronel
Corpinho - Sutiã, soutien
Corta-capim - Aerograma, carta, bate-estrada
Costureirinha - Pistola metralhadora PPSH (IN)
CPC - Curso de Promoção a Capitão do Quadro Complementar
CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
CSM - Curso de Sargentos Milicianos
CTIG - Comando Territorial Independente da Guiné
CUF - Companhia União Fabril
CUF - Companhia União Fabril (representada pela Casa Gouveia)
Cupilom - Pilão, bairro popular atravessado pela estrada para o aeroporto; Cupelon, Cupilão
Cá - Não; negação em crioulo (Cá tem, não tem)
Cães Grandes - Oficiais superiores


DO 27 - Dornier 27 (Avioneta) (NT)
Dari - Chimpanzé (da mata do Cantanhez)
Degtyarev - Metralhadora ligeira 7,62 mm, de origem soviética (IN)
Degtyarev-Shpagim - Metralhadora pesada 12,7 mm, de origem soviética (IN)
Desenfianço - Escapadela (... até Bissau)
Dest - Destacamento
Dest A - Destacamento A
DFA - Deficiente das Forças Armadas
DFE - Destacamento de Fuzileiros Especiais
Diorama - Maqueta (v.g., aquartelamento de Guileje)
Djila - Vd. Gila
Djubi - Olha! (crioulo)
Djídio - Cantor ambulante que ia de tabanca em tabanca, transmitindo as notícias


Embondeiro - Cabaceira, baobá (Senegal)
Embrulhanço - Contacto pelo fogo com o IN, ataque, emboscada
Embrulhar - Ser atacado (pelo IN)
Enf - Enfermeiro

Enf Para - Enfermeira paraquedista
EP - Exército Popular (PAIGC)
EREC - Esquadrão de Reconhecimento de Cavalaria
Esp - Espingarda
Esp Aut - Espingarda Automática
Esp MMA - Especialista Mecânico de Manutenção Aeronáutica (FAP)
Esq - Esquadrão
Esq Mort - Esquadrão de Morteiro
Esquentamento - Blenorragia, doença venérea (corrimento de pus pela uretra)
Estilhaços de frango - Pouca comida


Fala mantenha - Partir mantenha, cumprimentar, saudar (crioulo)
Fanado - Festa da circuncisão, ritual de passagem da puberdade para a vida adulta
Fanateca - Mulher que pratica a MGF
FARP - Forças Armadas Revolucionárias do Povo, a elite combatente do PAIGC
FBP - Fábrica Braço de Prata (Nome dado a uma pistola metralhadora portuguesa, usada no início da guerra)
Ferrugem - Serviço de Material; termo depreciativo, para o pessoal não-operacional, ligado ao SM
Festa, festival - Ataque aparatoso, ou flagelação, do PAIGC a aquartelamento ou destacamento das NT
Fiju - Filho (crioulo)
Firma - Estar, ficar, morar (crioulo)
Firminga - Formiga (crioulo)
Fogo de artifício - Flageações ou ataques, a aquartelamentos ou destacamentos vizinhos, vistos de longe
Fornilho - Armadilha com cordão de tropeçar
Fur - Furriel
Fur Enf - Furriel Enfermeiro
Fur Mil - Furriel Miliciano
Fuzos - Fuzileiros especiais

FZE - Fuzileiro Especial (Marinha)


G3 - Espingarda Automática G-3 (NT)
Gaita à bandoleira (Andar de) - Ter uma doença sexualmente transmissível, em geral blenorragia (ou 'esquentamento')
GB - Guiné-Bissau
Gen - General
Genti di mato - Turras, pop sob controlo do IN
Gila - (Lê-se djila) - Comerciante, vendedor ambulante, contrabandista (que circula pela Guiné e países vizinhos)
GMC - Viatura automóvel pesada, de rodado duplo atrás, de fabrico americano (NT)
GMD - Granada de Mão Defensiva
GMO - Granada de Mão Ofensiva
Gorro Novo - Metralhadora Pesada Goryounov, Cal 7,62 mm M-943 SG (IN)
Goss, goss - Depressa (vg, retirar no goss-goss) (crioulo)
Gouveia - Casa comercial ligada ao grupo CUF
Gr Comb (+) - Grupo de Combate reforçado
Gr Comb (-) - Grupo de Combate desfalcado
Gr Comb - Grupo de Combate; pelotão
Gr M Of - Granada de mão ofensiva
Grã-tabanqueiro - Membro da Tabanca Grande (blogue)


Heli - Helicóptero
Helicanhão - Helicóptero armado com canhão de 20 mm (vd. Lobo Mau)
HK 21 - Metralhadora Ligeira (NT)
HM 214 - Hospital Militar de Bissau
HMP - Hospital Militar Principal (Estrela, Lisboa)
Homem Grande - Chefe de Família


IAO - Instrução de Aperfeiçoamento Operacional
IN - Inimigo; guerrilheiros e população sob o seu controlo
INT - Intendência
Ir no mato - Fugir (ou ser levado) para uma zona controlada pelo PAIGC
Irã - Ser sobrenatural que, para os animistas (balantas, manjacos, etc.) habita as florestas (e em especial os poilões)


Jacto do Povo - Foguetão 122 mm; Graad (IN)
Jagudi - Abutre (crioulo)
Jambe (llê-se djambé) - Instrumento de percussão africano, em forma de cálice inverttido


Kacur - Cachorro (crioulo)
Kalash - Espingarda Automática AK 47 (IN)
Kasumai - Saudação em dialecto felupe
Kora - Instrumento musical mandinga, de cordas, tipo cítara, inventado pelos antepassados do mestre Braima Galissá (músico do Gabu, a viver em Portugal)


Lassas - Abelhas selvagens; alcunha por que era conhecido, pelo PAIGC, o pessoal da CCAÇ 763 (Cufar, 1965/66)
LDG - Lancha de Desembarque Grande
LDM - Lancha de Desembarque Média
LDP - Lancha de Desembarque Pequena
Lerpa - Jogo de cartas, geralmente a dinheiro
Lerpar - Perder (à lerpa), apanhar um castigo, morrer
LFG - Lancha de Fiscalização Grande
LGFog - Lança-granadas-foguete, bazuca (NT)
Lifanti - Elefante (crioulo)
Lion Brand - Marca de repelente de mosquitos

Lobo Mau - Helicanhão (FAP)
Lubu - Hiena (crioulo)


MA - Minas e Armadilhas
Macacada - Tropa, forças do Exército, tropa-macaca
Macaco-cão - Babuíno (Macaco Kom, em crioulo)
Macaréu - Vaga impetuosa que, no Rio Geba, precede o começo da praia-mar. É mais sentida no Geba Estreito
Madrinha - Madrinha de guerra, jovem do sexo feminino, maior de 16 anos, que se correspondia com um militar no Ultramar
Mafé - Acompanhamento da bianda, conduto (muitas vezes, peixe, peixe seco, kasseké) (crioulo)
Maj - Major
Maj Gen - Major General, Gen de 2 estrelas
Mama firme - Peito direito (bajuda) (crioulo)
Mancarra - Amendoim (crioulo)
Manga de ronco - Sucesso militar
Manga de sakalata - Muita confusão, muitos sarilhos (crioulo)
Manga di chocolate - Barulho, grande ataque, com muito fogachal, embrulhanço; corruptela de Manga di sakalata
Mantenhas - Saudades (crioulo); partir mantenhas = saudar
Marabu - Sacerdote muçulmano, de vida ascética, considerado sábio e venerado como santo, tanto em vida como depois da morte
Marmita - Mina A/C (Moçambique, Cancioneiro do Niassa)
Matador - Veículo automóvel pesado usado como reboque do obus (e transporte de tropas)
Mato (1) - Muito, grande quantidade, manga de (expressão comum, ´É mato')
Mato (2) - Zona de guerra, zona de controlo do PAIGC
Maçarico - Pira, periquito (Guiné); checa (Moçambique); termo mais usado em Angola
Mec Aut - Mecânico de viaturas automóveis
Med - Médico (vg, Alf Mil Med)
Meta - Bar e salão de jogos, em Bissau, no tempo colonial
Metro e oito - Alcunha do Ten Cor Manuel Agostinho Ferreira (BCAÇ 2879, 1969/71)
MG 42 - Espingarda-metralhadora, de origem alemã (usada por páras e fuzos)
MGF - Mutilação Genital Feminina; excisão do clitóris e grandes lábios; fanado
Mil - Miliciano; milícias
Mindjer - Mulher (crioulo)
Minino - Menino, rapaz (crioulo)
Misti - Querer, queres (bo misti) (crioulo)
ML - Met Lig / Metralhadora Ligeira
MNF - Movimento Nacional Feminino (fundado em 1961 por Cecília Supico Pinto, a Cilinha)
Morança - Casa, núcleo habitacional de uma família, alargada, com o respectivo chefe (de morança) e em geral com uma cercadura
Mort - Morteiro
Mort 81 - Morteiro 81 mm (NT)
Mort 82 - Morteiro 82 mm (IN)
Morteirete - Morteiro ligeiro, de calibre 60 (mm), podendo ser usado sem prato
MP - Met Pes / Metralhadora Pesada
MSG - Mensagem
Mudar o óleo - Ir às... putas
Mulas - Sintomas de sífilis, doença venérea (inchaços nas virilhas)
Mun - Municiador
Mun Mort - Municiador de morteiro


N/M - Navio da Marinha
Nharro - Africano; preto
NM - Número mecanográfico (do militar)
NNAPU - Normas de Nomeação e de Apoio às Províncias Ultramarinas
NRP - Navio da República Portuguesa
NT - Nossas Tropas


OB - Oscar Bravo, obrigado
Obus 14 - Obus, de calibre 14 cm (NT)
Oitenta - Morteiro (IN ou NT)
ONG - Organização não-governamental
Onze quatro - Peça de artilharia, de calibre 11,4 cm (NT)
Op - Operação (vg., Op Lança Afiada); operador)
Op Cripto - Operador Cripto
Op Esp - Operações especiais ou ranger


P2V5 - Avião de luta anti-sumarina, também usado no Guiné, no início da guerra, para ataque ao solo
Pachanga - Pistola-Metralhadora SHPAGIN Cal 7,62 mm M-941 (PPSH) (IN); costureirinha
PAI - Partido Africano para a Independência, fundado em 1956
PAIGC - Partido Africano Para a Indepência da Guiné e Cabo Verde
Panga bariga - Caganeira (crioulo)
Parafusos - Familiares, amigos ou vizinhos de pára-quedistas ou de fuzileiros, convivendo com ambos
Parte peso - Dá-me dinheiro
Partir catota - Dar o pito (expressão nortenha); ter relações sexuais (a mulher com o homem)
Partir punho - Ser masturbado por outrem, à mão (crioulo)
Pastilhas - Enfermeiro (em geral, Fur Enf)
Patacão - Dinheiro, pesos
Pau de Pila - Lança Granadas-Foguete Pancerovka P-27 (IN)
PC - Posto de Comando
PCV - Posto de Comando Volante
Pel Caç Nat - Pelotão de Caçadores Nativos
Pel Mil - Pelotão de Milícias
Pel Mort - Pelotão de Morteiros
Pel Rec Daimler - Pelotãod e Reconhecimento Daimler (Cavalaria)
Pel Rec Daimler - Pelo~
Pel Rec Fox - Pelotão de Reconhecimento Fox (Cavalaria)
Pel Rec Info - Pelotão de Reconhecimento e Informação
Pelicano - Café de Bissau, do tempo colonial
Pelicano - Esplanada em Bissau, na marginal
Peluda - Vida civil (depois da tropa)
Periquito - Militar novato; pira, piriquito (sic)
Peso - Unidade da moeda local; escudo guineense (no tempo colonial)
PG - Prisioneiro(s) de Guerra
Picador - Soldado ou milícia que faz a picagem
Picagem - Detecção de minas num trilho ou picada
PIDE/DGS - Polícia política portuguesa
PIFAS - Programa de Informação das Forças Armadas
Pil - Piloto (miliciano)
Pilav - Piloto aviador, saído da Academia Militar (Os milicianos são apenas Pil)
Pilão - Bairro popular de Bissau, muito frequentado pelas NT nas horas de lazer
Pira - Periquito, militar recém-chegado à Guiné; maçarico (Angola); checa (Moçambique)
Piurso - Pior que um urso, zangado
Piçada - Repreensão de um superior
Poilão - Designação comum a algumas árvores da família das bombacáceas. Ceiba Pentandra
Ponta - Herdade, exploração agrícola
Pop - População
Porrada - Contacto com o IN; punição disciplinar
PPSH - Metralhadora ligeira, 7,72 mm (a famigerada costureirinha) (IN)
Psico - Acção psicológica e social das NT junto da população (também Psique)
Páras - Pára-quedistas


QG - Quartel General
QP - Quadro Permanente (Pessoal)
Quebra-costelas - Abraço, AB, Alfa Bravo
Quico - Boné especial da tropa


Rabecada - Vd. piçada
Racal - Equipamento portátil, de origem americana, podendo ser usado em viaturas e aviões, transmitindo em fonia entre as frequências de 38 a 54,9 Mc/s.
RAL - Regimento de Artilharia Ligeira
RCacheu - Rio Cacheu
RCorubal - Rio Corubal
RCumbijã - Rio Cumbijã
RDM - Regulamento de Disciplina Militar
Ref - Militar na Reforma
Reforço - Aumento das medidas de segurança dos nossos aquartelamentos
Reordenamento - Aldeia estratégica, construída pelas NT, reagrupando uma ou mais tabancas
Rep - Repartição (do Quartel-General)
REP / ACAP - Repartição do QC / Assuntos Civis e Acção Psicológica
Res - Militar na Reserva
RGeba - Rio Geba
RI - Regimento de Infantaria
RN - Reserva Naval
Rockets - Granadas lançadas pelo RGP 2 ou RPG 7 (IN)
RPG - Lança-granadas-foguete (IN)
RVIS - Voo de reconhecimento aéreo
Rôz kuntango - (ou simplesmente Kuntango) Arroz cozinhado (bianda) sem máfé


SA-7 - Míssil Sam-7, Strela, de origem russa (IN)
Sabe sabe - Gostoso (crioulo)
Sakalata - Confusão, conflito, chatice (crioulo)
Salgadeira - Urna funerária, caixão
SAM - Serviço de Administração Militar
Sancu - Macaco (crioulo)
Sec - Secção; equipa (Um Gr Comb ou pelotão era composto por 3 Sec)
Setor L1 - Setor 1 da Zona Leste
Sexa - Sua Excelência, mas também Sexagenário
SGE - Serviço Geral do Exército; oficiais oriundos da classe de sargentos
Siga a Marinha - Embora, vamos a isto!
Sintex - Pequena embarcação, de fibra, com mortor fora de bordo, de 50 cavalos, usado para cambar um rio; parecia uma banheira (NT)
SM - Serviço de Material (vd. Ferrugem)
SNEB - Rocket antipessoal, de calibre 37 mm, que equipava o T-6 e que também era usado pelos pára-quedistas como LGFog
Sold - Soldado
Sold Arv - Soldado Arvorado
Solmar - Cervejaria de Bissau, do tempo colonial
SPM - Serviço Postal Militar
Srgt - Sargento
STM - Serviço de Transmissões Militares
Strela - Flecha, em russo (стрела); míssil russo terra-ar SAM 7 Strela
Suma - Como, igual (crioulo)
Supintrep - Relatório de informação suplementar
Supositório - Granada de obus (calão)


T/T - Navio de Transporte de Tropas
T6 - Avião bombardeiro, monomotor; equipado c/ lança-roquetes e metralhadora (NT)
Tabanca - Aldeia (crioulo); mas também morança, cubata, casa (NT)
Tarrafe - Vegetação aquática, típica das zonas ribeirinhas
Taufik Saad - Casa comercial, de origem libanesa, em Bissau
Tchora - Chorar (crioulo)
Tem manga di sabe sabe - Muito gostoso
Ten - Tenente
Ten Cor - Tenente-Coronel
Ten Gen - Tenente General, Gen de 3 estrelas
Tigre de Missirá - Nome de guerra (Alf Mil Beja Santos, Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70)
TN - Território nacional
TO - Teatro de Operações
Toca-toca - Transporte colectivo, privado, nas zonas urbans (carrinha tipo Hyace, de cores azul e amarela)
Tokarev - Pistola de calibre 7,62 mm, de origem soviética (IN)
TPF - Transmissões Por Fios
Trms - Transmissões
Tropa-macaca - Por oposição a tropa especial (páras, comandos, fuzos)
TSF - Transmissões Sem Fios
Tuga - Português, branco, colonialista (termo depreciativo) (crioulo)
Turra - Terrorista, guerrilheiro, combatente do PAIGC (termo depreciativo)


Ultramarina - Casa comercial
Uma larga e dois estreitos - Galões de tenente-coronel
UXO - Unexploded (Explosive) Ordnance (em inglês); Engenhos Explosivos Não Explodidos (em português)


Velhice - Militares em fim de comissão
Vietname - Guiné, para lá de Bissau; mato


ZA - Zona de Acção
Zebro - Barco de borracha com motor fora de borda, usado pelos fuzileiros -
ZI - Zona de Intervenção (do Com-Chefe)

ZLIFA - Zona Livre de Intervenção da Força Aérea

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Nota do editor:

Ultimo poste da série > 20 de setembro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10409: O Nosso Livro de Estilo (6): O que fazer com este blogue ? (Parte II ): Depoimentos de A. Pires, C. Pinheiro, D. Guimarães, L. Ferreira, B. Santos, C. Rocha, F. Súcio, B. Sardinha , T. Mendonça e JERO

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10270: Recortes de imprensa (56): Notícias do Centro, 14 de agosto de 2012: 'Afectos com Letras' instala biblioteca pública na Guiné com 13 mil livros


1. Recorte de imprensa enviado pelo nosso camarada Carlos Pinheiro, sempre atento ao que se passa na Guiné-Bissau

 De: Carlos Pinheiro [ carlosrpinheiro@gmail.com ]

Data: 14 de Agosto de 2012 14:11

Assunto: "Afectos com Letras" instala biblioteca pública na Guiné com 13 mil livros




 14 de agosto de 2012:

 "Afectos com Letras" instala biblioteca pública na Guiné com 13 mil livros



Um grupo de voluntários da organização não governamental "Afectos com Letras" estão em Bissau para instalar a Biblioteca Pública local, levando na bagagem 13 mil livros.

Segundo Joana Benzinho, presidente daquela associação, com sede em Pombal, nas próximas três semanas os voluntários irão "instalar estantes e organizar livros recolhidos em Portugal desde finais de Março". "Nas últimas duas semanas de Julho, funcionários da Rede de Bibliotecas de Pombal ajudaram na catalogação do fundo documental que foi entretanto enviado para a capital guineense", acrescenta.

Aquela Biblioteca será acolhida nas instalações do Instituto Politécnico Benhoblô, no qual será ainda criado um espaço multimédia, com computadores doados pela empresa portuguesa, com sede em Matosinhos, JP Sá Couto, com o objectivo de proporcionar aos leitores o acesso a um maior número de livros e publicações disponíveis nas diversas bibliotecas online.

Segundo Joana Benzinho, a "Afectos com Letras" espera alargar a iniciativa a outras regiões da Guiné-Bissau, nomeadamente às Ilhas dos Bijagós, democratizando "o mais possível" o acesso à leitura e à cultura naquele País.

Criada em Setembro de 2009, a Afectos com Letras – Associação para o Desenvolvimento pela Formação, Saúde e Educação tem como missão a melhoria das condições de vida das crianças da Guiné-Bissau.

Desde a sua constituição que tem desenvolvido um conjunto vasto de projectos como o co-financiamento da construção da Escola de Djoló que abriu em Outubro de 2010 com 120 alunos, o projecto Baobá que consiste no apadrinhamento individual de crianças ou de turmas daquela escola, a construção de um furo com painéis solares que fornece água e luz à escola, assim como o pagamento do salário de três professores.

A dinamização de campanhas como "Um livro para a Guiné Bissau", que levou centenas de livros até várias escolas guineenses, "Um brinquedo para a Guiné Bissau", bem como a elaboração e edição de uma brochura sobre nutrição infantil, são outras das iniciativas levadas a efeito.

A Afectos com Letras co-financiou, ainda, uma creche em Varela, destinada a 70 crianças, assumindo, também, o pagamento das duas professoras e três auxiliares.

Por outro lado, tem organizado diversas missões solidárias que levam até à Guiné profissionais de distintas áreas como dentistas, médicos, psicólogos, professores ou nutricionistas entre outros, com o objectivo de ajudar as populações, dar consultas, formação, entre outras.

Em Maio último, a associação promoveu uma outra missão solidária, focalizada no Hospital Simão Mendes, também naquele país guineense, ao qual entregou diverso material médico-cirúrgico e outros bens, como produtos alimentares para a confecção das refeições aos doentes internados.

Orlando Cardoso | Diário de Leiria | Diário de Coimbra
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Nota do editor:

Último poste da série > 6 de agosto de 2012 >  Guiné 63/74 - P10232: Recortes de imprensa (55): Os 50 anos da guerra colonial, a saúde publica e a lusofonia (Editorial, Revista Portugal de Saúde Pública, 2011; 29(1): 1-2) (Luís Graça)