quarta-feira, 24 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11460: Tabanca Grande (395): Francisco Alberto Cardoso Santiago, ex-1.º Cabo TRMS da CCS/BART 3873 (Nhabijões, 1972/74)

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Francisco Alberto Cardoso Santiago, ex-1.º Cabo TRMS da CCS/BART 3873, Nhabijões, 1972/74, com data de 20 de Abril de 2013:

Amigos Luis Graça e Carlos Vinhal:
Com um singelo pedido para que me aceitem ou abriguem no seio desta prestigiante tertúlia, identifico-me então:

Francisco Alberto Cardoso Santiago
Ex-1º Cabo Trms
CCS/BART 3873 - 1972/74
Monitor Escolar Militar
PEM 69
Nhabijões
Naturalidade Teixoso - Covilhã
Nasc. 12.04.1950

Camaradas tertulianos:

Depois de me tornar há muito leitor assiduo deste extraordinário convivio que é a vivência deste bloggue, venho trazer algumas imagens, para quem e não foram poucos, passaram por aqui.

Fui destacado logo no inicio para Nhabijões [, reordenamento do setor L1, Bambadinca], na formação de uma equipa de reordenamentos, nas quais me cabiam a responsabilidade não só das transmissões mas também a de Monitor Escolar, esta, no seio da população, e por vontade própria.

Devo dizer aqui que, para quem tinha apenas o ensino primário, foi uma experiência tão grata para as crianças, mas muito mais para mim.

Tive assim a possibilidade de ter permanecido destacado em Nhabijões todo o tempo da comissão, facto que limita, em parte,  a existência de histórias, por outros camaradas de armas.

Quero saudar todos cordialmente, em especial os que fazem parte desta Familia, pois assim se deixa a história, não esquecendo os que fizeram parte do estágio escolar realizado em Bissau, creio em 73, pois a história também se fez convosco.

Um alfa bravo para todos
Francisco Santiago

Com os alunos do PEM 69 Nhabijões. (Por onde andarão e como passam estes meninos ?)

Vista do destacamento de Nhabijões, em 73/74, diferente de quando cheguei. Ao lado esquerdo havia uma tenda de lona onde dormi as primeiras noites entre africanos

Junto do PEM, Nhabijões

Nhabijões: Dias de festa e competição balanta, cheguei a presenciar a mesma competição entre bajudas.

Nhabijões: Dança balanta

2. Comentário do editor:

Caro camarada Francisco Santiago, sê bem-vindo à família.

Instala-te o melhor que puderes e começa a contar-nos a tua experiência como Monitor Escolar.  Nem só de tiros e emboscadas vive o Blogue. As nossas memórias são diversas, cabendo aqui todas, independentemente do Posto, Especialidade, local e funções onde cada um as exerceu.

Já reparei que tens belas fotos, pena que as cores não estejam tão próximas das da natureza como seria desejável. Mas não te coibas de as mandar porque despertarás a memória de quem passou por Nhabijões antes e depois de ti.

Os teus meninos serão hoje uns cinquentões, ou quase, porque afinal não éramos assim tão mais velhos do que eles. Que éramos nós se não meninos retirados à família e enviados para a guerra?

Julgo que te enganaste na útlima foto porque a legenda que mandaste não condiz com a imagem. Já agora, se tiveres outra foto da qual eu possa fazer uma tipo passe, fardado, por favor envia-ma porque a que fiz não está muito apresentável.

Julgo que não precisas de mais esclarecimentos, a não ser que deves enviar a tua correspondência para o editor Luís Graça (luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com) e para um dos editores, o Eduardo Magalhães Ribeiro (magalhaesribeiro04@gmail.com) ou Carlos Vinhal (carlos.vinhal@gmail.com). Toma nota, és o tabanqueiro nº 614.

A terminar deixo-te o habitual abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores.

O editor de serviço
Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11452: Tabanca Grande (394): Agostinho Valentim Sousa Jesus, ex-1.º Cabo Mec Auto da CCS/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74) e Carlos Alberto Simões Órfão, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCS/BCAÇ 4610/72 (Bissorã, 1972/74)

Guiné 63/74 - P11459: Questões politicamente (in)correctas (43): Meu caro Cherno Baldé, a maioria dos militares da minha companhia não era racista nem se comportava como tropa ocupante (Paulo Salgado,ex-alf mil op esp, CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72)



Guiné > Região do Oio > Olossato > CCAV 2721 (Olossato e Nhacra, 1970/72) > O alf mil cav, op espe,  Paulo Salgado, no Olossato, prestando ajuda como voluntário ao fur mil enf Carvalho. Professor primário, ele já tinha vocação, na época, para a administração de serviços de saúde. E particular motivação e sensibilidade para as questões da cooperação e da solidariedade. Irei encontrá-lo, mais tarde, no início dos anos 80, em Lisboa, como aluno do Curso de Especialização em Administração Hospitalar, da Escola Nacional de Saúde Pública. Mas só depois da criação do blogue, é que demos conta que éramos também "camaradas da Guiné" e tínhamos uma "paixão comum por África"... Faz parte da Tabanca Grande desde fevereiro de 2006, se não erro (LG).

Foto: © Paulo Salgado (2005). Todos os direitos reservados.

1. Mensagem do Paul Salgado [, transmontano de Moncorvo; administrador hospitalar reformado; consultor, especialista em gestão de serviços de saúde, cooperante na Guiné-Bissau e em Angola; ex-Alf Mil, CCAV 2721,Olossato e Nhacra, 1970/72]:


Enviado: quarta-feira, 24 de Abril de 2013 10:50
Para: Luís Graça; luigracaecamaradadaguine@gmail.com
Assunto: Racismo

Caro Luís,
Esta minha maneira de ver sobre o que o Cherno Baldé pensa peca por tardia. mas vai a tempo. Seria de analisar este assunto com mais profundidade. Ou não?

Paulo Salgado,  com uma saudação.


Caros Tertulianos,

«Aos soldados apeteciam-lhes fazer sexo e descarregar suas baterias com as nativas e mais nada, pois a mentalidade colonial de superioridade racial debaixo dos seus camuflados não lhes permitia ter outra forma de ver as coisas e de se relacionar com o nativo, "indígena" logo inferior" (Cherno Baldé dixit).

É o Cherno Baldé, "menino e moço de Fajonquito", que escreve esta frase, ou é o Dr. Cherno Baldé, homem grande e pai de família? Obrigado, amigo e irmão, pelo teu depoimento sobre a situação em Fajonquito nos últimos anos da guerra, no que diz respeito às relações entre a tropa e a população local.»  [vd.comentário ao  poste P11360]


Estão acima uma afirmação do Cherno Baldé e uma pergunta e comentário àquela, do Luís Graça.

Em primeiro lugar, devo afirmar aqui categoricamente que as palavras do Cherno Baldé encerram alguma coisa de verdade: pois não é certo que, cercados por arame farpado, muitas vezes (ou quase sempre), com população do lado dos tugas, ou não, muitos soldados e muitos graduados tinham necessidades fisiológicas que, certamente aproveitando-se da situação de "superioridade" material (que não psicológica, friso bem isto: que não psicológica), mantinham relações sexuais com algumas bajudas? E também não é verdade que a masturbação era prática corrente? Quem pode escamotear esta verdade?

Mas já discordo abertamente do Cherno Baldé quando faz a afirmação, diria gratuita, da tal "superioridade racial", de atitudes com "mentalidade colonial".

É verdade, caros tertulianos, que havia comportamentos aparentemente racistas, todavia não dos soldados em geral, repito: não dos soldados em geral. Claro que  praticavam actos que não abonavam nada; claro que quem tinha algum dinheiro no bolso, apesar da miséria do pré recebido mensalmente, abusava dessa materialidade. O que é manifestamente um ultraje à relação entre homem e mulher, se forçada – como creio que era, em muitas situações, exactamente por causa dessa materialidade.

Mas confundir estas situações vivenciadas pelos militares – que queriam ardentemente que o tempo passasse – com racismo, com atitudes colonialistas, é uma ofensa. Eu tomo-a como ofensa. Eu sei que a maioria dos militares da minha companhia não era racista (não digo todos, porque seria colocar as mãos no lume). Sinto-me ofendido pela generalização que o caro Cherno Baldé faz.

Se formos verificar a História, se a analisarmos bem, o Cherno Baldé encontrará sempre atitudes de indignidade e de ultraje em momentos de guerra. Para não ir mais longe e mais lá atrás: nas invasões francesas a Portugal, os militares franceses, roubaram e saquearam, violaram, maltrataram, mataram; e nos últimos anos, o que tem acontecido em vários países de África?

Não defendo os militares que se comportaram mal. O que não posso crer é que se diga que, enquanto militares na guerra colonial, que mataram e foram mortos, fossem racistas. Não eram. Na sua grande maioria.

Uma saudação tertuliana, caros Cherno e Luís.

Paulo Salgado
(ex-alferes, hoje com 66 anos)
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Nota do editor:

Último poste da série > 7 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10632: Questões politicamente (in)correctas (42): As trocas de comissões, por dinheiro, durante as guerras coloniais (Zeca Macedo, EUA, ex-2º ten, DFE 21, Cacheu e Bolama, 1973/74)

Guiné 63/74 - P11458: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (25): Respostas (49 e 50) dos nossos camaradas Joaquim Cruz, ex-Sold Cond Auto Rodas da CCS/BCAÇ 4512 (Farim, 1972/74) e Luís Fonseca, ex-Fur Mil TRMS da CCAV 3366 (Suzana e Varela, 1971/73)

1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Cruz (ex-Soldado Condutor Auto-Rodas da CCS/BCAÇ 4512, Farim, 1972/74), com as suas respostas ao nosso questionário:

Amigo e camarada Luís Graça
Como não podia deixar de ser aqui estou eu a dizer persente à vossa solicitação sobre o questionário

(1) Quando é que descobriste o blogue? 
R - Nos finais de 2011. 

(2) Como ou através de quem? 
R - Foi através do nosso camarada Manuel Mendes da Ponte que tal como eu pertenceu à CCS do BCAÇ 4512 que esteve sediado em Farim 72/74. 

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (tertúlia)? 
R-Sim desde Julho de 2012. 

(4) Com que regularidade visitas o blogue? 
R - Diariamente só falto se por algum motivo não estiver em casa o que ultimamente tem sido muito raro. 

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.? 
R - Já enviei um pequeno resumo do que foi a minha passagem pela vida militar, com varias fotos incluídas, oportunamente penso vir a enviar mais alguns episódios que por lá vivi. 

(6) Conheces também a nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça)? 
R - Sim conheço mas não sou frequentador. 

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue? 
R - Ao Blogue como é evidente. 

(8) O que gostas mais no Blogue? E no Facebook? 
R - Das histórias que cada um de nós lá viveu, das fotos, de tudo o que nos faz recordar aquela terra, onde apesar dos sacrifícios que por lá passamos, uns mais que outros, acabamos por ficar ligados a ela para sempre. 

(9) O que gostas menos no Blogue? e no Facebook? 
R - De tudo o que se afaste da realidade do que foi a nossa passagem por aquelas terras. Por vezes surgem alguns comentários que eram dispensáveis, estamos entre amigos camaradas que pisamos os mesmos trilhos que tivemos as mesmas vivências, podemos e devemos narrar as nossas histórias de vida sem azedumes dentro do maior respeito entre todos incluindo os nossos antigos IN. Já passaram muitos anos sobre os factos, a memória vai-nos pregando umas partiditas, também é verdade que não podemos pensar todos da mesma maneira e assim sendo há que ser tolerante e seguir em frente deixando para trás aquilo que não nos interessa. 

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue? 
R - Não nunca senti qualquer dificuldade em entrar na página. 

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook? 
R - Não frequento o Facebook. 

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais? 
R - Não ainda não houve essa oportunidade. 

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real? 
R- Não, gostaria muito mas este ano não me é possível. 

(14) E por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra… para continuar? 
R - Claro que sim, basta pensarmos que somos apenas uma pequeníssima parte de uma enorme quantidade de camaradas que por lá passaram durante o conflito, portanto enquanto estiverem vivos ex-combatentes haverá por certo muitas centenas de histórias por contar. 

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer? 
R - Criticas não tenho a fazer, pelo contrário tenho muitos elogios a fazer aos digníssimos Editores, pelo grande empenho esforço e dedicação que tem dedicado a esta grande obra que nos enobrece a todos os que por lá passamos, envio-vos os meus parabéns e um grande abraço. 

J.Cruz

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2. Mensagem do nosso camarada Luís Fonseca, ex-Fur Mil Trms da CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela, 1971/73, com as suas respostas ao nosso questionário:


(1) Quando é que descobriste o blogue? 
R - Penso que em fins de 2006 

(2) Como ou através de quem?
R - Por mero acaso por pesquisa na Net 

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (tertúlia)? 
R - Desde 23JUL2007 

(4) Com que regularidade visitas o blogue? 
R - Quase diariamente 

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.? 
R - Sim. Já enviei algum material. 

(6) Conheces também a nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça)?
R - Sim, tenho conhecimento mas não gosto do FB 

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue? 
R - Prefiro o Blogue 

(8) O que gostas mais no Blogue? E no Facebook? 
(9) O que gostas menos no Blogue? e no Facebook? 
R - Não se trata de gostar muito ou pouco. Representa, para mim, além de conhecimento adquirido e informação, o recordar de situações passadas pela nossa geração. Pena que material relacionado com zonas do noroeste da Guiné, Norte do Cacheu, sejam pouco visiveis. 

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue? 
R - Até ao momento sem dificuldades. 

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais? 
R - Não. 

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real? 
R - Ainda não é este ano. 

(14) E por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra… para continuar?
R - Ultrapassdos alguns problemas comunicacionais entre nós, quero acreditar que sim, embora não com a mesma força e dinâmica. 

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer? 
R - Quanto a este ponto: Sem comentários a apontar. 

Com um Kasumai
Luís Fonseca
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Nota do editor:

Último poste da série de 24 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11453:9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (24): Respostas (nº 45/46/47): Victor Garcia ( CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71), José Carlos Neves (STM, Cufar, 1974]), Sousa de Castro (CART 3494, Xime e Mansambo, 1971/74)

Guiné 63/74 - P11457: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (66): Cap Cmd Maurício Saraiva, aqui evocado pela sua sobrinha Luciana Saraiva Guerra (Florianópolis, Santa Catarina, Brasil) e pelo nosso coeditor Virgínio Briote



Foto nº 1
 Foto nº 2

 Foto nº 3



Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6



Foto nº 7


Fotos: © Virgínio Briote (2013). Todos os direitos reservados

1. Mensagem de Luciana Andrade Guerra:

Data: 21 de Abril de 2013 à43 02:06

Assunto: Cap Maurício Saraiva


Olá a todos.

Meu nome é Luciana, sou sobrinha do Cap Maurício Saraiva !

Moro em Florianópolis,  Brasil,  há 12 anos. Sou filha do irmão mais novo de meu tio (Gustavo).

Encontrei vosso Blogue por acaso, aproveito esta oportunidade para cumprimentar a todos que conviveram com meu tio.

Eu,  quando adolescente,  costumava passar os Natais com ele e o resto de minha família. Tenho saudades.

Saudações a todos, espero que vossa "Tabanca" continue crescendo.

Sou do Sporting, tal como meu tio Maurício era ! hi hi

Luciana Saraiva Guerra


2. Comentário, de 21 do corrente,  do Virgínio Briote [foto a esquerda, ex-alf mil cmd,  1965/67], a quem pedi um comentário a esta mensagem e o envio de fotos, "para reavivar a memória" deste nosso camarada da Guiné, que foi  cap cmd Saraiva:

Caro Luís,

Tenho muito material sobre o Cor Maurício Leonel Saraiva. Fotos, documentos e memórias de acontecimentos, histórias que corriam na altura, outras de que fui testemunha e uma ou outra em que até fui protagonista. Gostaria de fazer um trabalho sobre o Saraiva (já em tempos encomendado pelo Presidente da Associação de Comandos, mas que não pude levar adiante).

Foi ele, o Saraiva, que como tenente me convidou a concorrer aos comandos e,  dois meses mais tarde, como capitão, foi meu director de instrução. Acontece que estou com uma semana algo incerta, já que ando comprometido com o Hospital de Santa Maria e não sei quando posso fazer esse trabalho. A minha sogra está internada e eu, que há cerca de um mês fui lá operado, estou na iminência de o voltar a ser, embora desta vez seja outra história. Assim não posso prometer nada. Amanhã, conforme for a evolução dos dois casos, dou notícias.

Recebe um abraço e, de passada, vou ver se insiro aqui algumas fotos do Saraiva, com ass respetivas lkegendas

bv

Fotos (e legendas):

1. Alf mil Saraiva em Angola, em 1963, aquando da frequência  do curso de Cmds;
2. Emblema de braço do grupo Fantasmas de que o Saraiva foi  cmdt;
3. Formatura em Brá dos Cmds (fase de grupos) em que se vê à frente o então tenente Jaime Cardoso, director de instrução do 1º curso de Cmds em Brá,  e vê-se o Saraiva na formatura numa extremidade de óculos escuros;
4. Aposição dos crachás, referentes ao mesmo curso, com o ten Saraiva na ponta esquerda;
5. Aqui, já como director do 2º curso (Set 65), o cap Saraiva à direita assiste à imposição dos crachás;
6. Cap Saraiva à frente da CCmds do CTIG em Set 65;
7. Na mesma data, o cap Saraiva rodeado pelo J. Parreira, Virgínio Briote  e Marques de Matos.

3. Comentártio de L.G.:

Temos já uma dúzia de postes sobre o Maurício Saraiva. Agradecemos ao Virgínio Briote as fotos  que nos fez chegar. Aproveito para lhe desejar uma boa recuperação do problema de saúde   do foro (oftalmológico) que o preocupa de momento. Vai ser operado a uma vista, muito em breve, no Hospital de santa Maria, mas eu espero poder rapidamente abraçá-lo, o mais tardar no nosso VIII Encontro Nacional«, em 8 de junho de 2013. em Monte Real. A eele e à Irene, a quem também também as melhoras da sua perninha...

Quanto à nossa leitora e amiga Luciana, espero que ela tenha aprendido algo mais sobre o seu tio e que divulgue estas fotos entre a família. Fico feliz por saber que vive em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, cidade onde tenho amigos e parentes. A nós  compete-nos a honrar a memóriua de todos  os nossos camaradas que fizeram a guerra da Guiné. Teremos muito gosto em publicar fotos, em formato digital, que estejam na posse da família do Maurício Saraiva, que foi instrutor, comadante e camarada de alguns de nós, que integram a Tabanca Grande.

Peço à Luciana que transmita à família (e em particular ao seu pai) as nossas saudações mais calorosas, e que aceite o nosso convite para integrar a nossa Tabanca Grande onde há lugar também para os familiares dos nossos camaradas já falecidos. Como vê, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!

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Nota do editor:

Último poste da série > 16 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11406: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (65): Carlos Afeitos encontra, em 2011, restos da CCAÇ 1422 (1965/67), no K3 / Saliquinhedim

Guiné 63/74 - P11456: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (2): Nem santos nem pecadores



Guiné > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xitole >  CART 2716, Xitole, 1970/1972) > A Helena e o David, em 1970.

Tal como Bambadinca, o Xitole era um posto administrativo, pertencente à circunscrição administrativa (concelho) de Bafatá. Com a guerra, tinha perdido importância económica e demográfica. "Sede do Posto Administrativo do mesmo nome, sede da CART 2716, com uma população normal de 300 habitantes, dispõe de 3 lojas comerciais em funcionamento. Sofreu forte repressão na sua importância comercial (principais fontes de riqueza, coconoto e madeira), com a guerra" (Fonte: História do BART 2917, Bambadinca, 1970/72).

Foto: © David J. Guimarães (2005). Todos os direitos reseravdos

1. Texto do David Guimarães (ex-furriel miliciano da CART 2716, Xitole, 1970/1972), que hoje faz anos... e que é um dos primeiros camaradas a aparecer, a dar cara, a escrever no nosso blogue, nos idos anos de 2005. O primeiro poste que temos dele é de 17 de maio de 2005, e era o nº 20 (Foi você que pediu uma Kalash ?).

É bom lembrar que, se a antiguidade fosse um posto, na nossa Tabanca Grande (ou tertúlia, como dizias no princípio), então o David já era general... De facto, ele foi dos primeiros camaradas a aparecer, a dar a cara, a expor-se, a desenterrara as memórias do baú, a escrever... Ele, o Sousa de Castro, o Humberto Reis, o A. Marques Lopes...

É por isso que as suas "estórias do Xitole" merecem, pelo menos algumas, ser reeditadas. Vai ser a nossa prenda de aniversário. O David merece. Foi também ele um dos primeiros a fazer uma viagem de saudade, à Guiné, em 2001...  Aí vai, pois, o poste nº 2 de um série que tem estado interrompida. (*).. Em homenagem ao nosso tertuliano nº 3..., que é um tipo bonacheirão, nortenho, músico, camarada do  seu camarada, amigo do seu amigo... Bebo um copo à tua, meu! (LG).

2. Estórias do Xitole (2) > Nem santos nem pecadores (**)
por David Guimarães


Até que enfim!... Acho que sim — não poderá haver tabus e ainda bem que o Zé Neto, o Zé Teixeira, o Jorge Cabral e o Luís são, afinal, os responsáveis por quebrarem o tabu... Falaram de algo que também é guerra... Foi e marcou a nossa guerra: a lavadeira, o cabaço, etc, etc... Ai, ai, ai, que começo a falar demais, ou talvez não...

Creio que nunca houve grandes abusos nesse sentido, nunca foi preciso apontar a G3 a nenhuma bajuda, já uns pesos, enfim ... Que mal fazia, se era dinheiro de guerra?!...

Também é importante todos dizermos que, nesse capítulo, não fomos nem santos nem pecadores. èramos humanos, soldados que passávamos uma vida metidos entre matos, entre perigos e guerras esforçados... E pela noite dentro, a escapadela da ordem, na tabanca. Ai que maravilha!... Foram muitos e belos romances... E aqueles que podiam ir a Bafatá, eram uns sortudos... Eu só no fim da comissão é que soube o que era Bafatá!...

Lembro-me de um romance de um camarada que comprou a liberdade de uma mulher. Os nativos pensaram que ele se tinha casado com ela... Bem, porreiro para ele! Não é segredo, foi verdade, e a testemunha foi o chefe de posto, isso mesmo, aquele que a mulher —  linda ali, no Xitole!!! — morria de amores por um camarada nosso, já falecido...

E não vamos contar a do tenente que, às 4 horas da manhã, estava sentado no colo de um soldado.... Tudo boquiaberto? Aconteceu no Saltinho, sim ... Fora aquele camarada — ai Senhor do Céu ! — que,  um dia, estava eu a dormir no palácio das confusões, e ele por cima de mim:
— Guimarães! — dizia o B..., camarada do Xime — porra, estás bem?
— Deixem-me dormir! — pedia eu... — Porra!...
— Pois é, estás porreiro!!!

Pois é e pois é...  E eu dormi mesmo....De manhã fui perguntar se estava tudo com os copos durante a noite, que nem me deixavam dormir... Então disseram-me:
— Ó seu c..., então não sabes que o fulano tem uma amante que é um cabo !? —. Respondi eu:
— F...-se, que perigo em que eu estava... Porra!!! Já viram,  a mina mesmo ali, mesmo por cima de mim?!...

Estávamos num beliche... Quem me perguntar, prometo que não digo o nome do camarada furriel — nem me lembro do nome... Sei apenas que foi meu carmarada de recruta nas Caldas da Rainha... Um dia, a CCAÇ 12 acompanhou uma coluna ao Saltinho... Houve no caminho um acidente onde morreu um soldado africano, condutor, e um furriel ficou ferido... Bem, lá ficou o camarada em convalescença no Xitole:
— Ai que vocês são tão simpáticos....
— Bem, bem...

[Foto à esquerda: David Guimarães, no Xitole, em 2001]


E o Cardoso (outro furriel que estava lá desde 1966) ... Esse pedia-me para eu fazer guarda mais pela noite... Vinha-me acordar, para eu seguir para a tabanca: vinha sempre de casa da Mariana, com as calças na mão, descomposto... E ria, ria... Lá ia eu, sempre furioso:
— Seu porco! — e ia ter com a Mariana e ela, coitada, queixava-se:
— Guimarás — pronúncia dela —, Cardoso manga de tolo, mas Mariana gostar dele....

Isto também era guerra — ou, se quiserem, os intervalos de guerra, que eram poucos... O suficiente, afinal, para se apanhar uma borracheira ou ir, com lindos penteados, passear à tabanda, para bajuda ver ou para quem aparecesse, pelos vistos....
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Guiné 63/74 - P11455: Parabéns a você (567): David Guimarães, ex-Fur Mil da CART 2917 (Guiné, 1970/72)


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A pedido do nosso camarada David Guimarães, aqui fica desde as 15h30 esta gravura com que ele pretende agradecer os votos de feliz aniversário que lhe foram, e ainda virão a ser, enviados.

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Nota do editor:

Último poste da série de 21 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11431: Parabéns a você (566): António Branquinho, ex-Fur Mil do Pel Caç Nat 63 (Guiné, 1969/71)

Guiné 63/74 - P11454: O Nosso Livro de Visitas (165): Um "recuerdo" do ex-1º cabo op cripto Luís Nascimento, CCAÇ 2533 (Camjambari, 1969/71)



1. Mensagem (telegráfica) do nosso camarada Luís Nascimento,  com data de ontem:


Assunto - Recordações para meter no blogue (*)



Junto se envia uma foto com recordações de Guerra do ex-1º Cabo Operador Cripto Nascimento (Assassan) da CCaç 2533, Canjambari / Farim, Guiné,  1969/71.

2. Comentário de L.G.:

O Luís Nascimento [, foto à esquerda,] está aqui "atabancado" desde finais de dezembro de 2008 (*). Salvo erro, é o único representante da CCAÇ 2533, companhia da qual de resto não temos tido notícias. A sua mensagem de ontem é, pois, um agradável surpresa.

Fabulosa também é a composição fotográfica artística que nos manda, como "recuerdo" da Guiné, onde aparentemente não falta nenhum objeto indispenssável a um operacional no CTIG... do cantil à marmita, do copo á faca de mato... Falta, provavelmente,  o fio com a chapa  picotada, donde constava o nº mecanográfico. Obrigado, Luís, aceito o teu "recuerdo" como uma bela prenda de anos do nosso blogue.

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Notas do editor


(**) Vd. poste de 20 de dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3656: Tabanca Grande (105): Luís Nascimento, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71)

Guiné 63/74 - P11453: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (24): Respostas (nº 46/47/48): Victor Garcia ( CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71), José Carlos Neves (STM, Cufar, 1974]), Sousa de Castro (CART 3494, Xime e Mansambo, 1971/74)

Respostas nº 45 > Victor Garcia [ ex-1º Cabo At, CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71]


(1) Quando é que descobriste o blogue ?
Julho  de 2007

(2) Como ou através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
Através de pesquisa no Google.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ? 15 de setembro de 2008

(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
Mais ou menos no espaço de 15 dias.
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?
Tenho fotops no vosso blogue retioradas da minha página pessoal, por Luís Graça e com o meu conmhecimento

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ? Conheço mas não utilizo, nem sou aderente ao Facebook.

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ? Atendendo à resposta anterior, pro lógica vou mais vezes ao blogue.

(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ? A constante actualização da informação, e o aparecimento de quando em vez de novos membros. 
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ? Nada a apontar.

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...) Não me tenhoa apercebido dessa situação.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ? O recordar os bons e também maus momentos passados nos tempos da guerra colonial.

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ? Não, nunca.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ? Não, porque sou um pouco reservado nas minhas amizades e tamb+em não estou muito à vontade nesse tipo de situação.

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
Acho que garra e força anímica não vos t*em faltado... Por isso, continuem.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.

Faço uma sugestão: sae for possível corrigir. No vosso blogue a minha páginma pessoal ainda consta com o endereço )http://www.vitor-garcia.com/2639Varios.html. Ora neste momento não está activa. 

Em 2011 alterei todo o visual da página assim como endereço da mesma, que neste momento ´é:

O endereço da página inicial é:  http://www.vitor-garcia.com/index.php
Se for possível a alteração, agradeço-vos. Ttermino com um abraço a toda a equipa.
_______________________________

Resposta nº 46 > José Carlos Neves [ ex-Soldado Radiotelegrafista do STM, Cufar, 1974]

(1) Descobri através do Albano Costa que me deu o endereço
(2) Do Camarada Albano Costa
(3) Sou membro mas não sei ao certo há quanto tempo. Talvez há uns cinco anos
(4) Antigamente, todos os dias . Agora porque tenho outros afazeres de tempos a tempos.
(5) Já enviei. Mas agora por os motivos expostos na alinea anterior não tenho enviado.
(6) Sim, conheço a página do Facebook
(7) Prefiro o blogue
(8) Gosto mais do Blogue. Não me entendo bem com o Facebook talvez por falta de tempo para o explorar
(9) As discussões que não levam a nada.
(10) Em relação a outros Blogues que visito e que também são grandes, não sinto grande diferença de velocidade.
(11) O blogue fez-me viver muitos tempos apagados da memórioa por vontade própria. Se umas vezes fez bem, outras sou obrigado a confessar que me fez mal, pois lembrei-me daquilo que não queria. Mas talvez ainda não esteja preparado para recordar algumas coisas.O melhor do Blogue, se me é permitido dar opinião. é a união que faz entre os combatentes da Guiné.
(12) Já participei uma vez.
(13) Este ano não posso pois quase que coincide com o encontro da Companhia onde estive adido que é a CCAÇ 4740 e que faz o encontro sempre ao terceiro fim de semana do mês de Junho.
(14) Claro que sim! Tem fôlego Tenham os Editores fôlego e saúde para o continuar. E já agora quero agradecer aos mesmos pela sua dedicação.
(15) Não tenho criticas a fazer. A única que poderei fazer é contra mim que deveria participar mais.
 __________________________________

Resposta nº 47 > Sousa de Castro  [ ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74]

(1) Julgo que no princípio do ano de 2005
(2)  Já hà bastante tempo que vinha pesquisando na Internet algo relacionado com a guerra colonial na Guiné, nomeadamente sobre a zona onde estive, Xime e Mansambo. Curiosamente, eu e mais alguns ex- combatentes,  como o Guimarães, o Marques Lopes e outros, estivemos ligados numa rede social brasileira, onde se falava sobre a Guiné, foi aí que nos conhecemos. Não me recordo o nome do Sítio!
(3) Sou membro da nossa Tabanca Grande desde Março/Abril de 2005.
(4) Diariamente, ma  alguns artigos são lidos na diagonal, como se diz na gíria.
(5) Já mandei alguns artigos e fotos, neste momento creio que não há muito mais para contar e mostrar.
(6) Sim, conheço também o Facebook.
(7)   Vou mais vezes ao blogue.
(8/9)  Não se trata de gostar muito ou pouco! Para mim é uma fonte de informação e conhecimento, relacionado com vivências que a nossa geração passou.
 (10)  Normalmente não tenho tido muita dificuldade, muito embora, não sei se é lentidão da minha máquina ou se de facto o blogue se torna pesadote.
(11)  O Facebook não visito muitas vezes, mas o blogue faz parte do meu dia-a-dia, mesmo não lendo na integra,  tenho de passar por lá.
(12)  Já participei em três, a saber: no 2º em Pombal, no 5º e 7º em Monte Real.
(13)  Este ano não posso ir. Tendo em conta que o nosso convívio (CART 3494) será o XXVIII,  coincide com a mesma data.
(14)  Sim! Mas todos sabemos que se estão a esgotar as estórias, as vivências,  a não ser que novos protagonistas apareçam para que o blogue mantenha a mesma dinâmica.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários: Nada a apontar!

terça-feira, 23 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11452: Tabanca Grande (394): Agostinho Valentim Sousa Jesus, ex-1.º Cabo Mec Auto da CCS/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74) e Carlos Alberto Simões Órfão, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCS/BCAÇ 4610/72 (Bissorã, 1972/74)

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Agostinho Valentim Sousa Jesus, ex-1.º Cabo Mecânico Auto da  CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74:

Caros camaradas
Boa tarde
A fim de poder fazer parte desta tertúlia, aqui vão os meus dados.

Agostinho Valentim Sousa Jesus
1º Cabo Mecânico
CCS do BCaç 4612/72

Anexo: Fotos
Para os meus amigos e camaradas um forte abraço
Agostinho Jesus




********************

2. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Carlos Alberto Simões Órfão, ex-1.º Cabo Operador Cripto da CCS/BCAÇ 4610/72, Bissorã, 1972/74:

Carlos Alberto Simões Órfão
Natural da Marinha Grande
Residente nas Caldas de Vizela
1º Cabo Operador Cripto
CCS/BCAÇ 4610/72 (Bissorã)

Partida para a Guiné em Junho de 1972 e regresso com chegada a Lisboa em Junho de 1974

Logo após chegada a Bissau, partida para o Cumeré, para tirar a IAO, com estágio para especialidade no Centro Cripto, no QG em Bissau.

Em termos de Futebol, o destino previamente marcado era a UDIB, mas por diversos problemas burocráticos tive de partir para Bissorã.
Na época 73/74, juntamente com ex-jogadores de equipas de Bissau, em serviço na CCaç 13 e outros camaradas da CCS, o A.C. Bissorã, fui de novo filiado (tinha parado em 61/62 com o inicio da Guerra colonial).
Participamos nessa época (73/74) no Torneio Inicio, Taça da Guiné e Campeonato, tendo sido o melhor goleador da época.

PS. - Julgo ser suficiente como apresentação aos membros da Tertúlia, da qual tenho o prazer de pertencer a partir deste momento.

Amistosos cumprimentos
O Camarigo
Carlos Alberto Órfão


3. Comentário do editor de serviço

Caros camaradas e amigos Agostinho Jesus e Carlos Órfão. Muito bem-vindos à tertúlia. Sois oficialmente apresentados no dia em que comemoramos o 9.º ano de existência. Sois estatisticamente o 612.º e o 613.º tertulianos. Por que vos franqueamos as nossas instalações nesta data tão especial, será para vós fácil gravar o dia da vossa admissão neste Blogue onde se registam memórias escritas e fotográficas.

A vossa apresentação foi muito singela pelo que esperamos no futuro sejam mais expressivos. Queremos que se sintam em casa e, sem reservas exponham as vossas memórias e nos mandem as vossas fotos devidamente legendadas com data, local, identificação dos fotografados e acontecimento.

O Agostinho, por exemplo, não legendou as fotos que enviou, agora publicadas, e eu para fazer a sua foto tipo passe fardado, por analogia com o bigode actual, parti do princípio que na Guiné também o usava, e na foto de cima seria o "bigodes". Claro que o seu companheiro gostaria de ser identificado também.

Já agora, caro Agostinho, logo que possas, identifica os fotografados, se possível indica a data e local das fotos.

A vossa correspondência deverá ser enviada para o editor Luís Graça (luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com) e para um dos editores, o Eduardo Magalhães Ribeiro (magalhaesribeiro04@gmail.com) ou Carlos Vinhal (carlos.vinhal@gmail.com)

O nosso muito obrigado ao camarada Júlio César que trouxe até o Carlos Órfão e que serviu de interlocutor junto dele.

Para os nossos novos camaradas aqui fica um abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores.
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Nota do editor:

Último poste da série de 16 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11403: Tabanca Grande (393): Carlos Fraga, ex-alf mil, 3ª C/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1973) e ex-cap mil (Moçambique, 1974), nosso grã-tabanqueiro nº 611

Guiné 63/74 - P11451: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (23): Respostas (nº 43/44/45): José Crisóstomo Lucas (CCAÇ 2617, Pirada, Paunca, Guileje, 1969/71); José Barros Rocha (CART 2410, Guileje e Gadamael, 1968/70); Eduardo Campos (CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74)

1. Resposta nº 42 >  José  Crisóstomo Lucas [ ex alferes miliciano, de operações especiais, CCAÇ 2617,  Magriços de Guileje, Pirada, Paunca, Guileje, 1969/71] [ Foto a seguir:  o JCLucas, ao centro, entre o fur mil Abílio Pimentel e o piloto do Cessna]



(1) Quando é que descobriste o blogue ? 

 Através de um dos ex-combatentes que me falou que discutiam Guileje Relembro de quem sou amigo.

(2) Como ou através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada) 

Claro que pesquisei no Google

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ? 

Desde algum tempo ( anos )

(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...) 

De tempos em tempos.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?

 Já enviei alguns comentários mas poucos e a maior parte não foram publicados.

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?

 Já conheço.

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ? 
Blogue

(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ? 

Blogue.

(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ? 

Tentar enviar textos e não virem publicados,

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
 Não.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ? 

É estranho vermos muitos a dizerem o que não fizeram,

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?

 Não.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ? 

Não.

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ? 

Claro que sim

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer. 

Tudo de bom para o blogue continuem
PS1 - A foto publicada com o furriel Assunção não é minha mas de um dos meus Furriéis. A minha foto está junto da DO,  sou o Alferes que está nessa foto .

PS2 - Não sabes,  mas tenho um diário da Guine, logicamente com todos os ataques a Guileje . Um dia envio algumas páginas.. Só para que alguns se divirtam, já que têm sido os heróis privilegiados das terras de Guileje. Quando quiseres telefona estou à disposição  (...).


Resposta nº 43 >  José Barros Rocha [ex-Alf Mil, CART 2410, Os Dráculos (Guileje e Gadamael, 1968/70)]


1/2 - Descobri o Blogue, através de um camarada, em 2007.

3 - Sou membro da Tabanca Grande desde esse ano de 2007

4 - Actualmente visito-o talvez duas vezes por semana, devido a encontrar-me ainda em actividade

5 - Não tenho enviado material pois vai escasseando. No entanto, quando acho que devo intervir, lá o vou fazendo.

6/7 - Nunca utilizei o Facebook para ver a página da Tabanca Grande. E não gosto dele.

8 - No Blogue o que mais aprecio são os relatos das peripécias por que passámos no período da nossa passagem pela Guiné, além das fotos relacionadas com esse tempo e lugares.

9 - Algumas ligeiras picardias, mas que no fundo até são saudáveis. Agitam as águas !

10 - Não tenho tido dificuldade, somente alguma lentidão de vez em quando.

11 - Como já uma vez referi foi com o Blogue que vivi outras vidas...

12 - Desde a Ortigosa creio não ter falhado nenhum

13 - Lá estarei, assim tudo corra favoravelmente

14 - Tem mais que fôlego! Está aí para dar e vender! Há Camarigos que nunca o deixarão cair!

15 - A sugestão que me ocorre seria colocar para discussão "fraterna", de vez em quando, um tema relativo àquelas vivências, sem receios de ferir susceptibilidades quanto a terceiros ...


Resposta nº 44 > Eduardo Campos [, ex-1º Cabo Trms, CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74]


1) Não me recordo.

2) Através do José Carvalho (meu cunhado).

3) Sim, sou membro da nossa Tabanca Grande.

4) Visito o blogue diariamente.

5) Já enviei bastante material e continuarei a enviar.

6) Sim, sou amigo no Facebook.

7)   Vou mais vezes ao Facebook.

8) No Blogue gosto mais de ler as narrativas dos camaradas passadas durante a sua "estadia" na Guiné.No Facebook, de nada de especial.

9)  No blogue, não encontro nada que não goste.No Facebook nada a comentar.

10) Dificuldade ultimamente em aceder ao Blogue? Agora não, mas num passado recente, sim

11)  Ajudou muito, tendo conseguido que eu falasse e muito da minha passagem pela Guiné e ter tido o privilégio de ter conhecido camaradas que hoje considero meus amigos. À nossa página no Facebook não presto muita atenção.

12)   Sim, a partir do 3º encontro estive sempre presente.

13) Sim, este ano, também vou estar no  VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real.

14)  Se essa força não te faltar a ti e a quem contigo colabora, direi naturalmente que sim.

15) O Facebook, não é nem nunca será um concorrente do nosso blogue....CONTINUA.
_________________

Nota do editor:

Último poste da série > 22 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11443: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (22): Respostas (nºs 39/40/41): António J. Pereira da Costa (Cacine, 1968/69; Xime, Mansambo e Mansabá, 1972/74); António Melo (Catió e Bissau, 1972/74); e José Teixeira (Buba, Quebo, Mampata e Empada, 1968/70)

Guiné 63/74 - P11450: Bom ou mau tempo na bolanha (5): A Fé também ajuda (Tony Borié)

Quinto episódio da série do nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), Bom ou mau tempo na bolanha.



O Cifra tinha um diário que uma madrinha de guerra lhe ofereceu, onde a certa altura começou a apontar algumas datas com acontecimentos dignos de algum registo, e é desse diário que vai escrevendo algumas memórias.


Algumas páginas diziam, no dia tal, à hora tal, uma “praga de mosquitos”, blá, blá, blá, noutra página dizia, houve um ataque às quatro horas da madrugada, quando o “passarinho cantava”, blá, blá, blá, mas em determinada página diz mais ou menos assim:

1965, quinta-feira dia 13 de Maio. 
Às sete horas da manhã saiu do aquartelamento um grupo de militares composto, mais ou menos, por duas secções de combate e uns tantos soldados milícias, transportados em viaturas auto, que foram em normal patrulha, e que foram deixados, nove a dez quilómetros do aquartelamento, na estrada, que pouco mais é do que um carreiro, que sai de Mansoa para Bissorã. Tinham por missão, fazer uma normal patrulha de inspecção no terreno, nunca se distanciando muito da referida estrada, vigiando e interrogando pessoas, ou identificando qualquer outra anomalia que achem estranha, tudo isto na região sul da referida estrada, regressando ao aquartelamento a pé. 


Tinham andado uns quilómetros, metendo-se um pouco no mato, e aproximaram-se de uma bolanha onde encontraram três homens africanos trabalhando, os militares ficaram desconfiados de não verem mulheres ou crianças, pois normalmente eram elas que trabalhavam na bolanha. Os militares, talvez na esperança de pedirem a identificação a esse pessoal, pois essa era uma das suas principais missões, ao aproximarem-se, ainda em terreno seco e com alguma vegetação, a determinado momento foram surpreendidos por uma emboscada que os guerrilheiros tinham montada, do lado de lá da bolanha. Mais tarde houve informações, de que aqueles três estavam a servir de isco para a patrulha se aproximar. Houve fogo intenso, que durou quase quinze minutos, os militares desesperados consumiram quase todas as suas munições, tanto granadas ofensivas, granadas de morteiro, como balas, haviendo somente um ou dois soldados mais receosos, com alguns carregadores ainda com balas.

Passado algum tempo, deixou-se de ouvir o som de tiros, aos poucos levantaram-se, chamaram uns pelos outros e estavam todos, sem um único morto ou qualquer ferimento. Não havia mais sinal de guerrilheiros, nem pessoal a trabalhar na bolanha, alguns diziam que viram dois desses trabalhadores a fugirem debaixo de fogo e feridos, e os militares sem munições, sem mortos ou feridos e a olharem uns para os outros, ficando com alguma alegria, dentro daquele cenário de guerra. Já tinham comunicado ao aquartelamento pela rádio, durante a emboscada, a situação em que se encontravam, que lhe enviara imediatamente reforços em seu auxílio. Regressaram à estrada sem mais qualquer confronto, pois os guerrilheiros bateram em retirada.

Quando regressaram ao aquartelamento, abraçados, com os olhos vermelhos de chorarem, e ainda com algumas lágrimas, cantavam: 
- “Avé, Avé, Avé Maria!. Foi um milagre de Nossa Senhora! Estamos todos vivos! 

O Cifra, sempre pensou que foi uma emboscada, onde os militares tiveram única e simplesmente sorte, e os guerrilheiros, talvez ainda sem muita experiência, pois não esperaram que os militares se aproximassem, deram fogo durante algum tempo, batendo em seguida em retirada, pois sabiam que estavam perto do aquartelamento e em seguida viriam reforços. Só não sabiam, com toda a certeza, é que os militares naquela altura estavam à sua mercê, pois não tinham mais munições!
Mas seria só sorte?
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Nota do editor:

Último poste da série de 21 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11434: Bom ou mau tempo na bolanha (4): A odisseia (Tony Borié)

Guiné 63/74 - P11449: Agenda cultural (264): Indie Lisboa 2013: A estreia, 4ª feira, na Culturgest, às 21h30, do filme de João Viana, "A batalha de Tabatô". O Jorge Cabral será o representante do nosso blogue, a convite da produtora... E 6ª feira, 26, às 23h00, há festa no Ritz Clube, com os "Super Camarimba" !



1. Está a decorrer a 10ª edição do Indie Lisboa 2013, de 18 a 28 de abril.  No âmbito deste prestigiado festival do cinema independente, destaca-se a estreia nacional, a 24 do corrente, do filme:

A Batalha de Tabatô / The Battle of Tabato
João Viana

Exibições:

24 Abril, 21:30, Culturgest, Grande Auditório
26 Abril, 19:15, Cinema City Classic Alvalade, Sala 3

Secções: Competição Internacional, Competição Internacional, Competição Nacional
Ficção, Portugal 2013, 78', Dcp

Música: Pedro Carneiro
Som: Nuno Carvalho, António Pedro Figueiredo , Joaquim Pinto, Mário Dias
Montagem: José Edgar Feldman
Com: Fatu Djabaté, Mamadu Baio, Mutar Djebaté
Produtor: João Viana







Dois fotogramas do filme do João Viana (Fonte: Papaveronoir)

"A primeira vez que ouvi falar deste fenómeno foi na Alemanha. Um jovem violinista de formação clássica confessou-me que sonhava partir para uma aldeia mítica entre os jovens alemães, situada no centro de África, e constituída por músicos onde se aprendia djambé. De repente aquilo pareceu tão próximo de mim que se fez um clic. Quando era pequeno, em África, os pais mandavam as crianças para a Alemanha para aprender música. Agora estava tudo ao contrário. E ainda bem. Porque as coisas estão mesmo ao contrário. Nós, europeus, é que não as vemos. O mundo de facto mudou. E isto não é de agora. África não é como a pintamos. E a culpa toda é dos portugueses do século XV, que destruíram os documentos africanos para provar que a nossa cultura era superior à deles. (João Viana)". (Fonte: Indie Lisboa'13]


2. Paralelamente ao festival, há uma série de atividades a não perder. Uma dela, é o Indie by night. E em  especial:

26 Abril | 23h| Ritz Clube

A Batalha de Tabatô After-Party
Super Camarimba + convidados [Concerto]
5€

Depois da exibição do filme A Batalha de Tabatô de João Viana, na Competição Internacional de Longas-Metragens, a noite continua com ritmos quentes de África. Os Super Camarimba trazem as koras e os balafons. Uma festa com os sons de Tabatô, a mítica aldeia de músicos no centro da Guiné-Bissau.

3. A produtora,  Papaveronori, mandou-nos um duplo convite para assistir á estreia do filme que, este ano, já foi premiado com o Special Mention of the Jury Award no Festival de Berlim e integra agora a competição Nacional e Internacional de longas-metragens doIndie Lisboa, "sendo que gostaríamos de poder contar com a sua presença e apoio" (sic).

Na impossibilidade de estar cá amanhã, em Lisboa, nessa hora, o editor do blogue delegou no Jorge Cabral a representação da Tabanca Grande, incumbência que ele aceitou com  "galhardia e espírito de missão":

Mandei-lhe a seguinte mensagem:

"Aqui tens o convite, para a estreia, amanhã, 24, 21h30, na Culturgest, do filme "A batalha de Tabatô", do João Viana... . Se conseguires falar com o Mamadu Baio, o lider do grupo de música afromandinga Super Camarinda, e ator no filme, dá-lhe um abraço meu. 6*ª feira quero ir ver o filme (que passa na sala 3 do Cinema City Classic Alvalade, às 19h15) e  depois ir ao Ritz Clube, por volta das 23h00,  para vê-los e ouvi-los ao vivo. Espero poder um copo contigo... Um abração. Luis".

O convite é extensível a todo a a Tabanca Grande, e em especial aos nossos amigos e camaradas da região de Lisboa. Sexta-feira lá estarei no sempre novo Ritz Clube que anima as noites de Lisboa desde 1908!.
_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 21 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11432: Agenda cultural (263): Lançamento do livro A Mulher do Legionário, de Carlos Vale Ferraz, dia 30 de Abril de 2013, pelas 18h30, na Livraria Leya na Buchholz, Lisboa

Guiné 63/74 - P11448: Os nossos seres, saberes e lazeres (51): WE HAVE IT!!!.... Um linda história de amor, um reencontro ao fim de 40 anos, um casamento em Nova Iorque... E agora, que sejam felizes para sempre, meus queridos João (Crisóstomo) e Vilma (Kracum)! (Tabanca Grande)



Portugal > Lourinhã > Ribamar > Praia do Porto Dinheiro > Restaurante O Viveiro > 28 de junho de 2012 > A Vilma e o João Crisóstomo, já oficiosamente noivos (com festa de arromba prometida, para 20 de abril de 2013, em Nova Iorque). A Vilma, que é eslovena, vivia em Paris... Ambos conheceran-se em Londres em 1970...Depois o João  foi para o Brasil e durante 40 perderam o rasto um do outro. Mas como o João é um "corredor de fundo", voltou a apanhá-la, à Vilma, e pediu-a em... casamento. Perdi o final deste conto de fadas, infelizmente não tenho o dom da ubiquidade! (LG).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados





Convite, em inglês, para o casamento da Vilma Kracum com o João Francisco Crisóstomo, nosso camarada, e um dos mais famosos portugueses de Nova Iorque.


1. Mensagem do João Crisóstomo e da Vima, com data de 13/372013, anunciando o seu casamento: 

Subject - WE HAVE IT!!!

I like to share my special moments of my life with my friends. and I am living one of those to the fullest!!!!!!... so.... this is just to let you know that we got our wedding licence yesterday.... and now we can get married anytime within two months...

Remember : April 20 .... 12.00 AM...
Until then a Big hug from
John ( Joao Crisóstomo) and Vilma ( Vilma Kracun)

PS: I believe I have sent the invitation to our wedding to all I am writing to now. But I am attaching the invite again just in case I missed somebody... (and in this case please accept my apologies... and ... just show up.... I hope it is not too late1

João C

1. Comentário de L.G.:

Por razões que já expliquei ao João (e à Vilma), não me foi possível estar presente na sua festa de casamento, em Nova Iorque, no sábado passado, dia 20 de abril. Com muita pena, minha e da Alice. Em mensagem, que lhe mandei em resposta ao seu convite (formal), escrevi isso mesmo: (...) "A Alice está desolada, porque queria muito ir. E eu gostava de te dar essa grande alegria, da nossa presença, no dia da tua festa... Não sei se me vais perdoar. Mas eu quero muito que seja um grande dia, para ti e para a Vilma. Não tenho dúvida que fazem um belo par e que tu e a Vilma serão muito felizes (...)...Um xicoração apertado. Luís"... 

Não lhe escrevi os versinhos que lhe tinha prometido para esse dia, mas, pemitenciando-me, partilho com toda a Tabanca Grande e os demais leitores do nosso blogue,  a alegria deste evento. Não sei se alguém da Tabanca Grande esteve presente, nomeadamente O Horácio Fernandes ou o Mário Beja Santos (que, além de grande amigo do João e de terem andado pelas mesmas bandas na Guiné, veio a descobrir que ainda tem uma relação de parentesco com a  Vilma, ou que a Vilma é prima de um cunhado dele...,  vejam lá as voltas que o mundo dá!).

O João Crisóstomo, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole, Missirá, 1965/66), vive em Nova Iorque desde 1975 mas está também aqui atabancado, no nosso blogue, desde 26 de julho de 2010. Dele eu escrevi disse o seguinte:

(...) "O João Crisóstomo é um português das Arábias....Um dos muitos camaradas nossos que, depois do regresso da guerra, fez-se à vida, e quis conhecer o mundo largo e farto...Que na casa materna, a nossa Pátria, não cabiam todos...ou só cabiam alguns. A história, invulgar, deste nosso camarada, vim a descobri-la na Net... Confirma-se que é um militante de causas nobres (Gravuras Rupestres de Foz Coa, Memória de Aristides Sousa Mendes, autodeterminação de Timor Leste e do Sahara Ocidental)" (...).

Em dia de aniversário da nossa Tabanca Grande, o João (e a Vilma) merecia este miminho. Os leitores vão-nos  perdoar: este blogue, não sendo uma revista cor de rosa, é um blogue de partilha de memórias e de emoções. Até à próxima visita ao nosso querido Portugal!... E à próxima caldeirada... não em Porto Gole mas em Porto Dinheiro! (LG).



Um linda história de amor! Dois garndes seres humanos, o João e a Vilma!

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Nota do editor:

Último poste da série > 12 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P10930: Os nossos seres, saberes e lazeres (50): A caminho de Auroville, a "cidade do amanhecer", no sul da Índia... Mas se pudesse escolher, era já para Iemberém que eu queria voar (Anabela Pires)ã

Guiné 63/74 - P11447: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (10): Regresso a Samba Cumbera, a sudoeste de Galomaro, 42 anos depois...

1. Mensagem do Rui Felício, com data de 19 do corrente:

Meu Caro Luis Graça,

Retomando uma longa ausência e na sequência dos teus últimos e-mails, deixo à tua consideração a eventualidade de publicação do texto que anexo, rememorando a última das passagens que fiz pela Guiné, esta há cerca de dois anos.

Um abraço

Rui Felicio
[ Ex-Alf Mil Inf,
3º Gr Comb
CCAÇ 2405
Dulombi, 1968/70]


2. Estórias de Dulombo  (10) (*) > Regresso à Guiné

Estava destacado com o meu pelotão em Samba Cumbera, pequena tabanca perdida no mato.

Há dois dias que chovia torrencialmente, sob um céu plúmbeo, abafado, abrasador. Um rio de lama saltitava pelos degraus de terra batida de acesso ao abrigo subterrâneo, coberto com grossos troncos de palmeira, com terra e com chapas de zinco. Lá dentro, precocemente enterrado, eu jazia exausto, fraco, cheio de febre, estendido no colchão de espuma empapado em suor. Em volta da cama de ferro, no lamaçal castanho de uns 10 centímetros formado pela água que entrava no abrigo, boiavam pequenos objectos, uma bota, um cinto, umas chinelas de plástico.

O médico estava na sede do Batalhão a muitos quilómetros de distância e, com a picada intransitável, tornava-se impossível deslocar-me até ele.

Desde anteontem que não comia nada. O estômago não aguentava qualquer bocado de comida, nem sequer a água que de vez em quando eu tentava beber para matar a sede intensa que me secava, expulsando-a em prolongados vómitos. Era a segunda vez em pouco tempo que era acometido por um fortíssimo ataque de paludismo.

O Samba, chefe da tabanca, e a sua jovem e bonita filha Fatwma, assomaram à entrada do abrigo, e ele chamou-me no seu português arrevesado:
- Alfero! Pudi entra? Bo stá milhor?

Resmunguei que estava pior, mas que sim, que podia entrar, e ele curvou-se, desceu para o abrigo, chapinhou no lamaçal e, com um molho de ervas na mão, disse-me:
- Tem mezinho manga di bom, qui bai cura alfero!

A Fatwma começou a esfregar as ervas que o pai lhe dava, na minha testa, nos lábios, no pescoço e no peito, formando com o suor, uma pasta esverdeada à medida que as ia esmagando. Ardia um pouco, mas nada que não se suportasse.

Senti-me psicologicamente melhor. Principalmente porque alguém se preocupava comigo. Com alguém que era um intruso em terra alheia!

No dia seguinte, amainado o temporal, cambaleante, trôpego, consegui enfiar-me no Unimog com meia dúzia de soldados. Vencemos os obstáculos da picada numa viagem lenta e atribulada e chegámos horas depois a Bafatá, onde o médico me deu duas injecções que me aliviaram o mal.

Passados 42 anos, por sinuosos carreiros que a mata invadira há muito e por onde o jeep abria caminho com dificuldade, afastando à sua frente os intrincados ramos da floresta, voltei ontem a Samba Cumbera [, a sudoeste de Galomaro, vd. carta Duas Fontes]. Disseram-me que o Samba já morreu há muitas luas. A Fatwma, abriu um largo sorriso ao reconhecer-me e correu a ir buscar uma cabaça com água fresca. Pareceu-me ver lágrimas nos olhos dela e senti-as também nos meus.
Está velhota a Fatwma, mas ainda é uma mulher muito bonita...

Nota de rodapé:

Tento resumir as características da doença, na minha ignorância médica, sujeita às correcções dos especialistas na matéria, aquilo que nos era ensinado nos manuais militares:

A malária é uma doença potencialmente mortal se não for atacada a tempo. Durante muito tempo supunha-se que a sua causa provinha directamente da proximidade de terrenos pantanosos fétidos e daí o seu nome originário de “mau ar” que redundou em malária. Descobriu-se que, afinal, a causa estava numa bactéria injectada no nosso sangue pela picadela do mosquito “anofelis” que a transporta consigo. O que explica a relação entre esse insecto e o seu habitat perto dos pântanos. Este mosquito alimenta-se exclusivamente do sangue dos mamíferos, razão da sua ferocidade e persistência, ditadas pela sua própria sobrevivência.

A bactéria, acomodada no circuito sanguíneo humano, imune às defesas do organismo, desenvolve-se, destrói paulatinamente os glóbulos vermelhos, ataca o fígado e vai enfraquecendo as resistências, provocando sintomas que na fase inicial da doença se assemelham a uma gripe forte, degenerando em febres altíssimas, vómitos, debilitação geral e prostração física e psicológica.

Na Guiné chamam-lhe paludismo, que deve ser prevenido, com tomas regulares semanais de comprimidos ou injecções de medicamentos elaborados à base de quinino.

Rui Felício - 29/06/2011
( Ex-Alf.Mil. CCAÇ 2405, Galomaro e Dulombi, 1968/70 )
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Nota do editor:

(*) Vd. postes anteriores da série:

9 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXIX: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (1): O nosso vagomestre Cabral

(...) O Natal aproximava-se… Antes da data prevista, chegara-nos um presente inesperado! Um periquito…. O furriel Cabral foi-nos mandado para substituir o furriel vagomestre, uns meses antes falecido em acidente de viação na estrada de Galomaro-Bafatá numa viagem de reabastecimento de viveres à nossa Companhia… O Cabral era uma jóia de pessoa, simpatiquíssimo, um tanto ingénuo e crédulo, sempre bem disposto e que rapidamente granjeou a estima de todos. (...)


14 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXXVII: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (2): O voo incandescente do Jagudi sobre Madina Xaquili

(...) Ao cair da tarde, com a luz alaranjada do sol a começar a esconder-se na linha do horizonte poente, o Paulo Raposo, alferes da CCAÇ 2405, de quem guardo as mais pistorescas histórias, estava sentado perto do bunker do Capitão, com o olhar fixo num ponto afastado a sul do aquartelamento, perto do arame farpado. Aproximei-me e comentei:
- Eh, pá, não estejas a pensar na morte da bezerra… Já faltou mais e não tarda estaremos em Lisboa a beber umas imperiais e a olhar as bajudas brancas que por lá abundam. (...)


19 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXL: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (3): O dia em que o homem foi à lua

(...) 20 de Julho de 1969. Era domingo… Durante todo o dia a rádio ia noticiando a chegada do homem à Lua… A célebre frase do astronauta afirmando que o passo que acabara de dar em solo lunar era um passo de gigante para a humanidade, era escutada repetidamente nos pequenos transístores que nos mantinham ligados ao mundo. Claro que não havia televisão na Guiné e, mesmo que houvesse, jamais seria vista em Samba Cumbera, pequena tabanca onde a luz nos era fornecida através de garrafas de cerveja cheias de petróleo, nas quais se embebiam torcidas de desperdício que, depois de acesas, nos enchiam os pulmões de fuligem e fumo. (...)


5 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1046: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (4): a portuguesíssima arte do desenrascanço

(...) Daí a poucos dias íamos finalmente embarcar em Bissau no Carvalho Araújo para o ansiado regresso… Tínhamos acabado de receber no Dulombi a Companhia de atónitos periquitos que, durante uma semana, iam ficar em sobreposição connosco. Acolhemo-los com o aquele ar superior de guerreiros invencíveis, calejados pelos combates, a pele tisnada dos sóis tropicais, e além das costumadas praxes, meio inofensivas, que exercemos sobre eles, dedicámos-lhes, com a proverbial simpatia característica dos Baixinhos do Dulombi, um hino de recepção ao periquito que ainda hoje cantamos em todos os almoços anuais de comemoração que realizamos. (...)


18 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1085: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (5): O improvisado fato de banho do Alferes Parrot na piscina do QG

(...) Já de si, o apelido originário da ascendência estrangeira da sua Família, o tornava notado. A sua invulgar estatura de quase dois metros, os olhos salientes, o cabelo arruivado, a pele branca e sardenta e o corpo magro, longilíneo e desengonçado, completavam a estranha figura propicia ao sorriso e aos mais díspares comentários. Falo do Parrot, que conheci em Mafra e que fez parte do meu pelotão do 1º Ciclo do COM da incorporação de Abril de 1967. Não era fácil, porém, tirar o Parrot da sua fleumática postura de não te rales, por mais provocações que se lhe tentassem fazer. Ele era a calma personificada, e senhor de uma inteligência fora do comum. (...)


27 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1217: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (6): Sinchã Lomá, o Spínola e o alferes que não era parvo de todo

(...) Sinchã Lomá é uma pequena tabanca a Sudoeste de Dulo Gengele e esta por sua vez fica a Sul de Pate Gibel. Quando a CCAÇ 2405 chegou a Galomaro, destacou três dos seus Grupos de Combate para regiões circundantes da sede da Companhia com a missão de marcar posição no terreno e fazer ao mesmo tempo uma espécie de guarda avançada para protecção da Companhia. A mim, coube-me ir para Pate Gibel, a tabanca mais a sul de Galomaro. (...)


8 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1352: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405)(7): Perigos vários, a divisa dos Baixinhos de Dulombi (Rui Felício)

(...) No terço final da comissão, com a Companhia finalmente concentrada no Dulombi, pensou-se em encontrar um emblema e uma divisa para a nossa Unidade. Não deveríamos deixar acabar a comissão sem legar aos vindouros um símbolo que nos identificasse, tal como a maioria das outras unidades já o tinham feito. Acolhida a ideia, estabeleceu-se um período de tempo para que fossem apresentados projectos para futura escolha daquele que merecesse o consenso geral. E assim surgiram meia dúzia de ideias para a o emblema da Companhia. (...)


30 de Agosto de 2007 > Guiné 63/74 - P2073: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (8): O Fula, a galinha e o vestido

(...) Galomaro, Maio de 1981. Passados 11 anos após o regresso da CCAÇ 2405, retornei à Guiné, em 1981, naturalmente já civil, e passei alguns dias em Galomaro onde esteve sediada a Companhia antes da sua deslocação final para o Dulombi. Percorri, de jeep ou de bicicleta, toda aquela região que tão bem conheci por força dos patrulhamentos militares efectuados entre 1968 e 1970. (...)


26 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2683: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (9): O Jorge Félix e o Prisioneiro

(...) Num certo dia de Agosto de 1969, o Jorge Félix transportou no seu helicóptero um grupo de paraquedistas que iam fazer um assalto, a uma base do PAIGC, identificada pelos serviços de informações militares da Guiné, como estando localizada na região de Galomaro. Ao procurar local para a aterragem perto do objectivo, em plena mata, o Jorge Félix foi descendo o helicóptero e, a uns 5 metros do chão, a deslocação de ar provocada pelo movimento das pás do aparelho, afastou uma série de ramos de arbustos deixando a descoberto um guerrilheiro do PAIGC que ali se havia emboscado. O homem estava armado com um RPG7, e a granada colocada, apontando para o helicóptero, o que naturalmente deixou em pânico o piloto e os tripulantes. (...).