domingo, 25 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11977: Memória dos lugares (245): Livro da 1.ª Classe do PAIGC recolhido nas matas do Cantanhez (1) (António Teixeira)

1. Mensagem do nosso camarada António Teixeira (ex-Alf Mil da CCAÇ 3459/BCAÇ 3863 - Teixeira Pinto, e CCAÇ 6 - Bedanda; 1971/73) com data de 24 de Agosto de 2013:

O PAIGC E A INSTRUÇAO PRIMARIA

Durante a minha "estadia" na CCaç 6, em Bedanda, e numa das várias operações que fizemos em pleno Cantanhês, numa altura em que se resolveu abrir uma estrada entre Cadique e Guilege (que nunca chegou a acabar), de forma a desbaratar a mata do Cantanhês, onde o PAIGC "passeava" e tinha diversas bases logisticas, numa dessas operações dizia eu, assim de repente, demo-nos em pleno centro duma dessas bases, na altura já abandonada, embora há muito pouco tempo.
Nesse local, onde havia uma escola e uma espécie de hospital de campanha, foi recolhido algum material, entre eles um livro de instrução da 1ª classe.

Hoje, ao remexer em algumas das minhas memórias, encontrei esse livro. Não perdi tempo e digitalizei algumas das suas páginas, onde é por demais evidente, a propaganda politica e pré militar que era incutida às suas crianças.

Assim, e sem mais delongas, quero com vocês partilhar esse achado. Em algumas das páginas sublinhei certas palavras ou frases que achei importante.
Finalmente podem reparar na conta capa, que este livro foi feito em Uppsala, na Suécia.

Um grande abraço a todos
António Teixeira














(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 21 DE AGOSTO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11965: Memória dos lugares (244): Hospital Militar de Bissau: não há duas memórias iguais (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P11976: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (13): A despedida... Temos de voltar!


Foto 15 > Os veteranos guineenses que lutaram ao lado de Portugal que não dão a cara, mas o coração.



Foto 11 > Os velhos amigos que fomos encontrando


 Foto 2 > Os trilhos que outrora palmilhamos



Foto 14 > Vestígios do passado


Foto 3 > A Fatma de Farosadjuma, ladeadas pelas nossas "bajudas"


Foto 5 > A Satu, a nossa cozinheira de Iemberém


Foto 4 > As belezas da Natureza que correm o risco de desaparecerem.


 Foto 6 > O Francisco Silva mais um antigo guerrilheiro do PAIGC, procurando  localizar pontos de guerra comuns.


Foto 7 > Mulheres que procuram os caminhos de desenvolvimento


Foto 8 > Os jovens que acreditam que são os donos do futuro


Foto 9 > As populações que nos receberam com carinho (1)


Foto 10 > As populações que nos receberam com carinho (2)



Foto 11 > As crianças que sonham com o futuro


Foto 12 > O último pequeno almoço em Varela


Foto 13 > A vergonha de uma classe política que permite o assalto e desbaste da riqueza piscícola


Fotos (e legendas): © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: LG]



1. Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau (30 de Abril - 12 de maio de 2013) - Parte XIII

por José Teixeira

O José Teixeira é membro sénior da Tabanca Grande e ativista solidário da Tabanca Pequena, ONGD, de Matosinhos; partiu de Casablanca, de avião, e chegou a Bissau, já na madrugada do dia 30 de abril de 2013; companheiros de viagem: a esposa Armanda; o Francisco Silva, e esposa, Elisabete.

No dia seguinte, 1 de maio, o grupo seguiu bem cedo para o sul, com pernoita no Saltinho e tendo Iemberém como destino final, aonde chegaram no dia 2, 5ª feira. Ba 1ª parte da viagem passaram por Jugudul, Xitole, Saltinho, Contabane Buba e Quebo.

No dia 3 de maio, 6ª feira, visitam Iemberém, a mata di Cantanhez e Farim do Cantanhez; no dia 4, sábado, estão em Cabedú, Cauntchinqué e Catesse; 5, domingo, vão de Iemberém, onde estavam hospedados, visitar o Núcleo Museológico de Guileje, e partem depois para o Xitole, convidados para um casamento ] (*)...

É desse evento que trata a 8ª crónica: os nossos viajantes regressam a Bissau, depois de uma tarde passada no Xitole para participar na festa de casamento de uma filha de um fula que, em jovem, era empregado na messe de sargentos e que tinha reconhecido o Silva, no seu regresso ao Xitole. A crónica nº 7 foi justamente dedicada ao emocionante reencontro [, em 1 de maio, ] com o passado, por parte do ex-alf mil Franscisco Silva, que esteve no Xitole, ao tempo da CART 3942 / BART 3873 (1971/73), antes de ir comandar o Pel Caç Nat 51, Jumbembem, em meados de 1973,

A crónica nº 9, corresponde ao dia 6 de maio: os nossos viajantes foram até Farim e regressaram a Bissau. já que o Francisco Silva, mesmo de férias, teve de fazer uma intervenção cirúrgica, a uma criança que esperava um milagroso ortopedista há mais de um ano! Na crónia nº 10, descreve-se a viagem até Varela, em 7 de maio. No dia 8, o grupo vai, de barco, até Elalab. Estamos em pleno chão felupe.

A crónica nº 12 é penúltima crónica do Zé Teixeira... Corresponde ao dia 9 de maio de 2013, passado na região de Cacheu, numa visita a Djufunco... A última crónica  respeota ao dia 10 maio, descanso em Varela;, seguido do regresso a Bissau, a 11, e embarque de madrugada para Portugal, de volta a casa. É a crónica da despedida e da promessa de voltar em breve.


2. Parte XIII (e última): 10 e 11  de maio de 2013,  descanso em Varela, regresso a Bissau. Despedida


Depois de uns dias onde as emoções choveram em catadupa, chegou o tempo descontrair, rendidos á beleza da praia de Varela com as suas águas mornas e sol acolhedor.

A chegada a Bissau com uma aterragem um tanto turbulenta que supomos ser a consequência de um tapete de alcatrão demasiado gasto. O calor sufocante ao abrir da porta do avião, como que as boas vindas a esta África. O choque de encontrar uma cidade que é um amontoado de gente, que não se sente gente, de tão pobre que é. Automóveis velhos correndo lado a lado com os últimos modelos de jipes de alta cilindrada, onde figuras de colarinho branco se passeiam alheios à extrema miséria que os rodeia. Velhas moranças de adobe e chapa confundem-se com lindas e faustosas moradias. 

Enfim, a cidade de Bissau, perdida no tempo que passou, onde a esperança de tanta gente que a ela acorreu na busca de melhores dias se perdeu, deixando-os ali sem destino e sem futuro. Cidade, onde a vida se esgota na luta pela sobrevivência. Cidade onde não há tempo para sonhar…

Partimos para o Sul à procura do povo da Guiné que habita e tira da terra o seu sustento. Povo perdido e esquecido. Atravessamos tabancas e cidades, onde o progresso de esqueceu de entrar, ou foi impedido. Visitamos os templos desativados da guerra, que nos obrigaram a fazer, na sua maioria destruídos e abandonados. Calcorreamos com nostalgia as picadas que noutros tempos faziam tremer os mais corajosos. Recordamos os bons e maus momentos ali vividos. Cruzamo-nos com amigos e inimigos de outrora. Dum tempo que teima em desaparecer das nossas mentes. 

Fomos recebidos de coração aberto. De tudo se falou um pouco. Os amigos recordavam as peripécias algumas de fim feliz, outras nem tanto. Os antigos inimigos procuravam entabular conversa com os “tugas” que os visitam e localizar os possíveis encontros em que estivemos frente e frente na luta do “matas ou morres” para contar como foi a sua participação nesta ou naquela contenda em que nos cruzamos. Eles também nos tinham medo, também nos evitavam como nós a eles. Também choraram os seus mortos e feridos. Também tentam esquecer a guerra que viverem e não conseguem. Também sentem que têm direitos como lutadores e libertadores da Pátria. Nota-se também neles um sentimento de que foram traídos e abandonados pelos novos “senhores da terra”.

Situação mais ingrata estão os ex-combatentes ligados ao Exército Português. “Nasci português, combati por Portugal e fui abandonado. Eu era português, eu sou português e guineense”. Isto foi dito com orgulho por 1º cabo africano das fileiras do exército português encontrado algures no interior da Guiné-Bissau. Durante muitos anos foram rejeitados, perseguidos, desprezados pelas autoridades “vencedoras”. Os que sobreviveram estão integrados na sociedade, mas esta mágoa de sentirem que foram abandonados por Portugal está bem patente nas suas conversas. Creio que os laços familiares e os conhecimentos adquiridos na sua ligação com a tropa branca foram um fator de união.

No Xitole acolheram-nos como família. Ali vivemos em festa o Primeiro de Maio, dia do trabalhador. Ali voltamos como convidados de honra para participar na festa do amor, o casamento de dois jovens fulas, apaixonados que felizmente não sabem o que é uma guerra. Mergulhamos no meio do seu povo e sentimo-nos bem, tal como outrora, sem medos, sem ressentimentos. Com carinho e afeto, como irmãos que queremos continuar a ser.

Aqui, no Saltinho, em Aldeia Formosa e em Mampatá e em toda a parte por onde passamos “choveram” os abraços sentidos de uma amizade gerada debaixo do fogo das Kalash e que perdura como alimento para a nossa velhice de veteranos da guerra. Pretos e brancos irmanados pelo sangue derramado e sentido do dever cumprido. Os eternos esquecidos do poder (político e económico) que nos “manipulou” para seu interesse e rapidamente nos pôs de parte quando decidiu acabar com a guerra. Choca-me profundamente ouvir os meus irmãos africanos dizer: eu fui português; ou sou português da Guiné; eu fui abandonado por Portugal. Triste realidade do fim do dito império que marcou toda a nossa geração e continua a marcar pelo sofrimento muita gente da “metrópole” e da Guiné.

Em Ponte Balana, Gandembel e Guileje, pontos marcantes do “carreiro da morte”,  hoje felizmente transformado em carreiro da vida,  revivemos o fantasma da guerra no mais violento do seu ser, tão bem espelhado no Museu de Guiledge, que merece no mínimo uma visita de quantos passaram pela Guiné, nos anos de 1963 a 1974.

Embrenhamo-nos na “terrífica” mata do Cantanhez e lamentamos o desbaste abusivo da floresta virgem, onde outrora o IN viajava de Cabedú até Buba em pleno dia, sem medo do “Já passou” (o temido Fiat da FAP), tal era a cobertura florestal, como me afirmou um antigo guerrilheiro em 2008. Palmilhamos com emoção parte do que resta dessa imensa floresta, o que nos fez voltar mais uma vez aos tempos da nossa juventude, aqui perdida.

Em Iemberém, Cabedú, Cautchinké e Catesse, procuramos dar força ao sonho de melhores dias a uma população jovem que se quer deixar prender à sua terra natal e precisa de alguém que os apoie e estimule a continuar os seus projeto.

Voltamo-os para Norte e viajamos até Farim na esperança de nos cruzarmos de novo com o tempo passado.

Perdemo-nos em Bissau, à procura da cidade que um dia conhecemos. Encontramos cacos e remendos, lixo e miséria à mistura com sinais de grande riqueza mal gerida, proveito de alguns felizardos e oportunistas. Casas que já foram “senhoras casas” da época colonial, agora de cara triste e deslavada. Quelhos poeirentos e sujos que já foram ruas. Candeeiros que já iluminaram essas ruas. Continuam firmes no seu posto, sem luz, sem fios sequer, para a transportar. E um povo como a formiga num corre corre, em busca do pão para hoje, pois,  para amanhã, Deus o dará.

Fugimos rapidamente de novo para o Norte, para Varela, onde o Pepito nos acolheu, como irmãos na sua casa. Ele ficou em Bissau evolvido no trabalho que tem em mãos de ajudar o seu povo na senda do desenvolvimento, mas o seu espírito viajou connosco. Perdemo-nos no meio das crianças, mulheres e homens felupes de Elalab e Djufunko, com a sua alegria, as suas danças e cantares os seus sonhos e desejos de uma vida melhor. Entramos dentro dos seus segredos, sua forma ancestral de ser e estar na vida, pela mão dos seus Régulos. Conhecemos um pouco da sua história. Rica como toda a história do homem.

Já o sol ia alto quando nos sentamos debaixo do cajueiro para saborear o pequeno-almoço que a incansável Satu nos preparou. Pão, leite, compotas, bananas e caju para começar bem o dia. O Bemba ali estava, atento às nossas manobras para nos conduzir até à praia. Que praia! Um areal a perder de vista, um mar calmo e sossegado, sem uma réstia de vento, uma água na temperatura ideal e convidativa. A manchar terrivelmente o ambiente, a pesca clandestina fomentada por interesses estrangeiros. As autoridades políticas atuais, segundo se houve dizer por aqui, estão comprometidas neste esquema.

Pequenos botes descarregaram em pleno areal uma qualidade de peixe, tipo cachalote que ali mesmo é morto à cacetada, aberto ao meio e espalmado para ser fumado e enviado clandestinamente para o Senegal, segundo fontes locais. Mais um crime de lesa-Pátria e lesa-natureza, pois, tanto quanto nos apercebemos, tratava-se de peixes bebés.

O Francisco adorou a qualidade da água e não se cansou de mergulhar. A Elizabete, sua esposa, acompanhou-o enquanto a Armanda foi com o Bemba à Tabanca de Baceor e eu fiquei numa sombrinha a saborear as belezas naturais do local.

Regressados a casa com uma fome de bradar aos céus, tínhamos mais uma vez galinha para o almoço, divinalmente preparada pela Satu, regada com cerveja fresquinha. Para a sobremesa, como de costume, tivemos mango, caju e banana.

A seguir ao almoço fomos fazer uma visita guiada à tabanca de Varela como “velho” Kissimá como cicerone. Depois de um bom e prolongado mergulho nas águas cálidas do Atlântico seguimos para Baceor, uma tabanca ali perto, onde o Pepito nos presenteou um “divinal” jantar na companhia de um grupo de seus amigos.

Já era alta noite quando regressamos a Varela, animados e felizes.

No dia seguinte, manhã cedo, era o último, partimos para Bissau. E, foi um “corre corre” à cidade para comprar as últimas recordações e lembranças para a família com o apoio da Cadi Guerra, a minha amiguinha filha do Alferes comando Aliu Sada Candé, que conheci em Aldeia Formosa, vilmente assassinado uns meses depois da independência em Bambadinca pela turba exaltada dos “vencedores” , num julgamento/linchamento público.

Já era alta noite, quando chegamos ao aeroporto para fazer o check in, acompanhados pelo incansável Jibrilo Djaló (Gibi) especialista da AD nas relações com a alfandega no cais de embarque. Obrigado,  Gibi, pela tua disponibilidade e pelo sorriso permanente que nunca regateias.

Na hora da despedida surge na mente todo o encanto dos tempos vividos que vemos ficar para trás irremediavelmente. Como escreveu Saint Exupéry,  piloto aviador francês e escritor que se perdeu algures nos céus Argélia durante a 2ª guerra mundial:  ”Aqueles que passam por nós, não vão sós, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. Foi com este sentimento que partimos no regresso a Portugal.

O grande problema para mim, neste final de viagem,  é encontrar forma de agradecer a tanta gente que tudo fez para transformar este regresso à Guiné numa viagem de sonho, que jamais esqueceremos.

Comecemos então pela AD:

(i) o Pepito e a Isabel como seu encanto e disponibilidade;

(ii) o Gibi que nos foi receber alta madrugada e nos levou ao aeroporto para regressarmos, como não podia deixar de ser, numa alta madrugada;

(iii) O Bemba, incansável motorista que nos acompanhou todo o tempo com uma disponibilidade e uma paciência que nem o Jó, o tal da Bíblia teria; creio que foi uma oportunidade para ele de reviver os seus tempos de soldado português e para nós a possibilidade de voltarmos a sentir o “pulsar” de português na Guiné-Bissau de alguém que se assume conscientemente como guineense, mas não esqueceu Portugal e os seus camaradas e amigos brancos que a seu lado lutaram e sofreram;

(iv) O Jorginho e o Valdemar na Escola de Artes e Ofícios no Quelelé, o nosso poiso em Bissau;

(v) A Cadi Guerra que deixou a família para ir uma tarde connosco até Bissau ajudar-nos nas “mérculas”;

(vi) O Abubakar Serra em Iemberém e o Abdulai, que nos acompanhou nas visitas pelas tabancas do Cantanhez e o Domingos Fonseca, que nos recebeu no Museu de Guiledje;

(vii)  O “velho” saracolé, Kissimá que se perdeu de paixões por uma bajuda felupe e se ficou por Varela uma vida inteira; foi receber-nos a S. Domingos e velou por nós dia e noite até à nossa partida para Bissau; foi o guia, o interlocutor, o tradutor, o companheiro de aventura;

(viii) As nossas amáveis cozinheiras; A Fatmata de Farosadjuma, a Satu (esposa do Abubarkar) em Iemberém e a Satu ( filha do Kissimá) de Varela; foi graças a elas que saboreamos galinha de todas as formas e feitios, sempre cozinhadas com esmero e carinho; o peixe e o marisco também estavam óptimos. 

Temos de voltar!

E as populações, que encanto! Tudo é motivo para fazer festa. Já o sabia há muitos anos, mesmo do tempo da mordaça da guerra. Mas tanta alegria! A sua forma de comunicar, de expressar sentimentos independentemente da etnia, é profundamente cativante. E as crianças, meus Deus, que loucura!


Zé Teixeira
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Nota do editor:

Último poste da série > 10 de agosto de 2013 >  Guiné 63/74 - P11923: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (12): Djufunco, a hospitalidade felupe, a solidariedade portuguesa

Guiné 63/74 - P11975: Parabéns a você (617): Manuel Carmelita, ex-Fur Mil Radiomontador do BCAÇ 3852 (Guiné, 1971/73)

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Nota do editor

Último poste da série de 24 de Agosto de 2013 > Guiné 63/74 - P11971: Parabéns a você (616): António Fernando Marques, ex-Fur Mil da CCAÇ 12 (Guiné, 1969/71)

sábado, 24 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11974: Furriel enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (8): Ainda Bula, 1969: Fotos do meu álbum


Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) >  Foro nº 1 >   Safim – 1969 – Os dois caminhos do meu destino. À esquerda, para Bula, através do Rio Mansoa. Em frente, para Bissorã, via estrada de Mansoa. 



Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) >  Foro nº 2 > Bula, 1969, Porta de armas do Quartel de Bula.


Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) >  Foro nº 3 > Bula – 1969 - Logo após a chegada, o periquito tira o postal para a família ver como estava longe de casa. [... a 2882 km de Lisboa; Mansoa vficava a 256 km; Nhacra a 52; Safim a 67; Bissau a 82]


Guiné > Mapa da província >  1961 > Escala 1/500 mil > Pormenor: posição relativa de Bula, na região do Cacheu




Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) >  Foro nº 4 >Bula – 1969 – Esplanada do quartel, vendo-se o écrã onde eram projectados os filmes que vinham de Bissau.




Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) > Foto nº 5 > Bula – 1969 – Interior do aquartelamento. Em primeiro plano as oficinas auto. À esquerda, casa das transmissões, secretaria do batalhão e, ao fundo, casa do comando.



Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) > Foto nº 6 > Bula – 1969 – Pau de Bandeira, armazém de víveres e oficina de armamento, à esquerda a enfermaria.



Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) > Foto nº 7 > Bula – 1969 – Abrigo e posto de vigia para a estrada de S. Vicente.



Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) > Foto nº 8 > Bula – 1969 – O “bunker” da sala de operações e informações.




Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) > Foto nº 9 > Bula – 1969 – Espaldão do morteiro 81





Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) > Foto nº 10> Bula – 1969 – Fortim de Bula. À saída da vila, onde a estrada bifurcava para S. Vicente e Binar.



Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) > Foto nº 11 > Bula -1969 – Alinhamento de uma coluna de reabastecimento para Binar, fotografado do alto do Fortim de Bula.



Guiné > Região de Cacheu > Álbum fotográfico de Armando Pires (ex-fur mil enf, CS/BCAÇ 2861, Buila e Bissorã, 1969/71) > Foto nº 12>Bula – 1969 – Eu e o David Ventura, fur. mil. mecânico auto da CCAÇ 2466, meu amigo, conterrâneo e colega de escola.


Foto (e legenda): © Armando Pires (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]>


1. Mensagem datada de 5 de agosto  de 2013, enviada pelo nossocamarada e amigo  nosso camarada Armando Pires (ex-Fur Mil Enf  da CCS/BCAÇ 2861, Bula e Bissorã, 1969/70):


Meu Caro Luís Graça, camarada: 

Tal como prometera, envio um conjunto de 12 (doze) fotografias de Bula. Tenho dúvidas quanto à forma de as editar. Por essa razão permito-me enviar duas versões. Como podes ver, a que tem o titulo de Bula 2 ocupa menos espaço no blog, mas algumas das fotos perdem em qualidade. Deixo ao teu critério, ou ao critério do "Editor de Dia", escolher qual das duas versões publicar. Do mesmo modo, também fica ao vosso critério decidir em que série as inscrever. Se na série "furriel enfermeiro, ribatejano e fadista", se em "Álbum fotográfico..." do que for.

Agora que Bula ficou para trás (P11869) (*), para o álbum recordações deixo algumas das suas mais significativas imagens. E começo pela “porta de entrada para a guerra”, a norte de Bissau, que era Safim... Abraço

2. Comentrário de L.G.:

Meu caro Armando: Levantei-me às 5 da manhã, para editar o teu poste, o que fiz com muito gosto, embora com 3 semanas de atraso... Segunda feira vou para no norte, para Candoz, e aí deixo de ter Net. Quanto às fotos, prefiro sempre o seu envio diretamente por email (e não em formato word) , em formato jpg que pode vir em ficheiro zipado ou não, mas com com uma resolução mínima de 0,5 MB, e as legendas àparte.

As tuas fotos, têm menos de 100 KB, o que quiser dizer baixa resolução... Tive que as editar e ampliar. De qualquer modo, o que conta é o teu gesto, magnânimo, generoso, de partilhar com a Tabanca Grande estas imagens, irrepetíveis, de Buba 1969... Estamos a falar, sem nostalgia, muito nenos nostalgia neocolonialista, de um mundo que se perdeu e que não volta mais...  Um dia os historiadores guineenses vão utilizar as tuas fotos de Bula para falar da história da sua terra... O que dirão, não sei. Mas as fotos de Bula 1969 que estarão disponíveis serão as tuas e de mais alguns tugas. E espero que eles tenham, no mínimo,  um sentimento de gratidão para contigo e por todos os tugas que, cinquentas depois, ainda guardam entre o seus trastes velhos estes restos das suas memórias.

Como eu e os nossos mais  de 600 camaradas que fazem parte desta Tabanca Grande, nós temos o direito e o dever de memória. E cultivamos a memória. Nós estivemos lá. Há coisas que ninguém nos pode roubar,  nem vai roubar. Justamente a nossa memória. As nossas memórias. Obrigado, camarada.

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Nota do editor:

(*) Vd. último poste da série > 25 de julkho de 2013 > Guiné 63/74 - P11869: Furriel enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (7): O meu adeus a Bula

Guiné 63/74 - P11973: Resumo dos Factos e Feitos Mais Importantes da CCAÇ 3476 - "Bebés de Canjambari" (3): Capítulo II - MAI72/NOV72 (Manuel Lima Santos)




Capítulo II do Resumo dos Factos e Feitos Mais Importantes da CCAÇ 3476 - "Bebés de Cajambari", enviado pelo nosso camarada Manuel Lima Santos (ex-Fur Mil Inf.ª nesta Companhia açoriana que esteve em Canjambari e Dugal, nos anos de 1971 a 1973.





CCAÇ 3476
BEBÉS DE CANJAMBARI

RESUMO DOS FACTOS E FEITOS MAIS IMPORTANTES

CAPÍTULO II

ACTIVIDADES MAIS SIGNIFICATIVAS NO TO DA GUINÉ

MAIO DE 1972

Em 02 – Grupo de Combate na picagem do itinerário Canjambari – Sare Tenem detectou e levantou 02 minas A/P de plástico de cor verde.

Em 19 – Seguiu em coluna para Farim 01 Grupo de Combate desta CCAÇ a fim de reforçar C/P do “Corredor” de Lamel, tomando parte na operação “Cordão Detonante", realizada de 18 a 23 de Maio, conforme directiva da Rep. Oper. do Com/Chefe. Tomaram parte nesta operação ll Grupos de Combate e o Pel Mil Esp 322, das CCAÇ 14, CART 3358, CART 3359, CART 3360 e CCAÇ 3476. O Grupo regressou em 25 deste mês.

Em 26 – O Pelotão de Milicia 283, adido a esta CCAÇ detectou e levantou 01 mina armadilha PMD-6 em Colina do Norte, L C256.

Em 27 – Recebida mensagem do BART 3844 do seguinte teor: ”Este Comando apreciou com agrado actividade desenvolvida por esse, durante período reforço C/P”.


JUNHO DE 1972 

De 01 a 04 – Apoio à operação “Esmeralda Encantada”, realizada por Comandos Africanos, na região Canjambari – Banjara, tendo sido mantida ligação rádio permanente com as NF. Ao mesmo tempo o BART 3844 realizava a operação “Ainda Bem”, tendo em vista reforçar a outra operação, através dum incremento de Contra-penetração dos “Corredores” tradicionais. O BART 3844 dirigiu a todas as Companhias do sector a seguinte mensagem: “Este Comando reconhece com muita satisfação esforço dispensado todas Companhias Sector e espírito missão revelado”.

Em 10 – Inaugurada uma Capela e a nova Central Eléctrica, construídas pela Companhia em Canjambari.

De 25 a 27 – A Companhia Africana de Cuntima realizou, com apoio desta CCAÇ uma operação na região de Bricama – Biribão – Maninhã, com elementos do COE, tendo capturado várias armas e feito prisioneiros.


JULHO DE 1972

Em 03 – Grupo de Combate com uma equipa de Sapadores do BART 3844 efectuou uma patrulha com vista a armadilhar o rio Tufili, junto do carreiro para Ponta – Penói e o rio da Bolanha Grande, junto ao mesmo carreiro.

Em 04 – Grupo de Combate com 01 secção de milícia e a equipa de sapadores do BART 3844, efectuaram a C/P, tendo aproveitado para implantar campos de armadilhas em vários locais do “Corredor” de Sitató.

Em 05 – Procedeu-se à abertura duma picada para Dando – Mandinga a partir da estrada de Fajonquito em Banjara 3E 082.

Em 15 – Após informação de caçador que tinha ouvido rebentamentos na noite anterior na região de Dando, o Comandante da Companhia com 01 Grupo de Combate seguiram para a referida região, tendo verificado que o IN caiu no nosso campo de armadilhas da região de Dando – Farincó. Foram accionadas onze, três das quais reforçadas. Confirmados houve um morto enterrado e 03 ou 04 feridos por restos de trapos com sinais de sangue, havendo outros mortos e feridos prováveis. Encontrado 01 pente com cartuchos URSS 7,62 e um maço de tabaco Russo. As pegadas revelam que o Grupo vinha do Sul para Norte, dispersou e retrocedeu para Sul. Foram implantadas novas armadilhas. Sobre este acontecimento, foi recebida do Comando – Chefe a seguinte MSG: ”SEXA GENERAL COMANDANTE CHEFE felicita sucesso obtido prontidão com que Unidade acorreu verificar rebentamentos implantou novas armadilhas”

Em 29 – Grupo de Combate com o Comandante de Companhia na picagem da estrada de Fajonquito detectou e levantou uma mina A/P PMD-6, muito próxima do desvio da estrada para a nossa nova picada para Dando Mandinga. A mina era de implantação muito recente.

Em 30 – Concluídos integralmente os trabalhos de reordenamento planeados para esta época, apesar de contratempos abundantes que dificultaram imenso o andamento dos trabalhos e que o pessoal soube vencer com determinação, mereceu as melhores referências superiores.

Em 31 – Grupo IN cerca das 16h30 bateu a região de Canjambari Praça/Ponte Penói, durante cerca de 10 minutos com fogo de morteiro, cuja base se situava a Sul do rio Canjambari. Não havia actividade NT na região nesse momento.


AGOSTO DE 1972

Em 13 – Grupo IN não estimado accionou uma armadilha das NT, na região de Ponta Penói, tendo reagido em seguida com fogo de armas ligeiras. Tendo sido feito imediatamente fogo de Morteiro sobre o local, o IN dispersou, continuando a fazer fogo, com baixas prováveis. Admite-se que a aproximação IN tivesse em vista um ataque ao nosso aquartelamento, que deste modo foi anulado.

Em 20 – Ficou concluído o espaldão de artilharia, construído em pouco tempo pelos militares da COMP, muitos dos quais em regime de voluntariado.

Em 30 – Foi instalado um Obus 14mm vindo na coluna de Farim, com uma Sec do Pel Art daquela localidade.


SETEMBRO DE 1972

Em 02 – O Exmo Chefe da Rep. Oper. do Com-Chefe visitou a nossa Companhia, tendo dirigido ao pessoal, em formatura, palavras de muito apreço pela actividade desenvolvida pela COMP no Subsector de Canjambari, salientando que a título de prémio seria brevemente transferida para localidade próxima de Bissau.

Em 09 – Um Grupo de Combate com o Cmdt de Companhia depois de ter picado a estrada de Fajonquito verificou o accionamento de três armadilhas reforçadas, colocadas pelas NT. Estas armadilhas estavam colocadas junto do local onde em 29 de Julho, foi levantada 01 mina A/P PMD-6. Foi picado exaustivamente o local e não foram encontradas novas minas. Implantaram-se novas armadilhas próximo do mesmo local.

Em 13 – Entre Manfonhe (A) e Manfonhe, foram encontrados vestígios de passagem no sentido N/S, que segundo o Guia que acompanhava o GRCOMB eram de cerca de três dias antes .Encontrou-se accionada apenas 01 armadilha. Os vestígios revelam que o IN teve preocupação de dispersar o pessoal provavelmente para evitar novas armadilhas. Dada a chuva copiosa, a nossa actividade foi dificultada pois os vestígios foram apagados.

Em 20 – Concluída a acção “Cintia” efectuada por dois grupos de combate. Saíram às 190600 patrulhando todos os limites do Subsector. Esta acção mereceu do Comando do BART 3844 o seguinte comentário: “Salienta-se o espírito de iniciativa e o esforço despendido, na medida em que a Companhia, do antecedente, já vinha desenvolvendo um apreciável acréscimo de actividade”.

Em 29 – Tendo sido distinguido com o prémio “Governador da Guiné”, pelo seu comportamento nas flagelações de 08Fev72, segui para Bissau, a fim de tomar o transporte para a Metrópole, um militar desta Companhia.


OUTUBRO DE 1972 

Em 02 – Grupo de Combate em patrulha junto ao rio Canjambari encontrou um grande tronco de colocação recente sobre as duas margens do rio, próximo de Ponta Penói. Serviria provavelmente de ponte para o IN efectuar uma acção contra as NT. O extremo do tronco na margem direita foi armadilhado pelas NT.

Em 11 – O IN flagelou o Aquartelamento com granadas de Morteiro 82, durante 7 minutos, da direcção de Tita Sambo, sem consequências. As NT reagiram imediatamente com Mort.81 sobre a base IN, não tendo o obus feito fogo por desnecessário. No dia seguinte foi encontrada a base dos fogos IN utilizada na flagelação. De notar que foi a primeira vez, durante a permanência desta CCAÇ no Subsector que o IN instalou a base de fogos dentro da nossa ZA. O IN utilizou para cambar o rio o tronco mencionado em 02 de Outubro, tendo accionado 01 armadilha nossa com baixas prováveis. Foi recebido do BART 3844 o seguinte comentário a esta flagelação: “1. A CCAÇ 3476 tinha detectado, poucos dias antes da flagelação, uma passagem no rio Canjambari que oportunamente armadilhou. 2. O IN instalou a base de fogos a Norte do rio Canjambari e utilizou a passagem anteriormente referida, vindo a accionar as armadilhas montadas e referidas em 1, com possíveis baixas. 3. As NT reagiram com disciplina de fogo”.

Em 13 e 14 – Apoio à CCAÇ Africana de Cuntima, em operação na área de Maninhã, tendo como ponto de partida e local de recolha o Aquartelamento de Canjambari.

Em 19 – Grupo de Combate na picagem da estrada Canjambari - Junbembem detectou e levantou em Sare Tenem 04 minas A/P PMD-6 e 02 minas A/C TMH-46. Foram accionadas duas, com feridos graves sendo 01 milicia e o outro Soldado Sapador de Farim, que foram evacuados em DO-27. Houve mais dois milícias feridos ligeiramente que foram evacuados na manhã seguinte. Neste mesmo dia chegou a CCAÇ 4143, a fim de nos render no Sector.

Em 20 – Detectado por Grupo de Combate em patrulha na região de Sare Tenem 01 trilho IN na direcção da área de Bricama. Neste dia a CCAÇ 4143 iniciou o seu treino operacional, orientado por esta CCAÇ. 

De 23 a 26 – Realizadas as acções “Caloiro”, “Chibata” e “Capricho”, na região de Dando, Farincó, Manfonho, com forças da CCAÇ 4143 e desta CCAÇ.

Em 27 – Realizada a operação “Ousadia Pira” por forças da CCAÇ 4143 e desta CCAÇ conjugando a C/P com patrulha, batida e emboscada. A operação desenrolou-se desde a região de Dando até Sinchã Massa, Canhacó e região de Cabelo Mandinga. Não foram encontrados quaisquer vestígios IN recentes. 

Em 30 – Um Furriel em diligência nesta CCAÇ teve morte instantânea ao accionar um fornilho IN colocado próximo do tronco referido em 02 de Outubro. O Grupo de Combate patrulhava a região de Canjambari Praça e Ponta Penói pouco depois de ter levantado todas as armadilhas das NT na referida zona.

Em 31 – Recebida a apreciação do COM-CHEFE sobre a actividade operacional: “Salienta-se no período, a boa actividade da Companhia eventual de Cuntima (Africana) e a muito boa e bem orientada actividade operacional da CCAÇ 3476 (Canjambari )".


NOVEMBRO DE 1972

De 02 a 04 – Forças da CCAÇ 3476 e CCAÇ 4143 a 05 Grupos de Combate, organizadas em 02 escalões, com os respectivos CMDTs de COMP efectuaram a operação “Caloiro Dinâmico” na região de Bananto – Samba Candó – Maninhã – Missirã. Apenas foram ouvidos alguns tiros distantes, provavelmente de caçadores a Sul do rio Canjambari. Na região de Maninhã – Missirã o capim estava muito alto e não se viam quaisquer vestígios de utilização recente do IN desta região. Foram encontrados alguns restos de culturas abandonadas.

Em 04 – Terminou o treino operacional da CCAÇ 4143, iniciando-se o período de sobreposição de 10 dias.

Em 07 – Na coluna para Farim partiu um Alferes Milº que veio estagiar durante quatro meses na nossa COMP, para o curso de Comandante de Companhia, tomando parte activa em toda a actividade da COMP, nos seus vários sectores, incluindo o operacional.

Em 14 – A CCAÇ 4143 assumiu a responsabilidade da ZA de Canjambari.

Em 16 – Em coluna da Companhia de Transportes, deixámos Canjambari, rumo ao novo Sector. A população veio toda ao quartel e dispôs-se ao longo da estrada até à saída da povoação, tributando à Companhia uma despedida comovida. Chegados a Farim, pernoitámos no Quartel.

Em 17 – Vindos pela estrada asfaltada, passando por Saliquinhedim, Mansabá, Cutia, Mansoa, Uaque e Rossum, chegámos ao Dugal. Os pelotões previamente destinados aos destacamentos, seguiram imediatamente para Fatim e Chugué. Por falta de instalações, a maioria do pessoal ficou em tendas na parada.

Em 19 – Inicio da actividade operacional no novo Sector, em sobreposição com a CART. 3332.

De 21 a 24 – Período de prevenção, com patrulhas conjugadas com emboscadas de 24 horas.

Em 25 – Assumimos a responsabilidade da conclusão de 02 grandes reordenamentos no Subsector – os de Changue Bedeta e Jugudul/Com-Cadé.

Em 28 – Fim de sobreposição e data em que assumimos a responsabilidade da ZA do Dugal, precisamente um ano depois de termos assumido a da ZA de Canjambari. Operacionalmente a COMP ficou dependente do COP 8, que tem sede em Nhacra e administrativamente do CMI (Cumeré).

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 20 DE AGOSTO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11959: Resumo dos Factos e Feitos Mais Importantes da CCAÇ 3476 - "Bebés de Canjambari" (2): Capítulo II - OUT71/ABR72 (Manuel Lima Santos)