quinta-feira, 18 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19692: In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-75) (cor art ref António Carlos Morais da Silva) - Parte XXI: José Manuel Ribeiro Baptista, alf inf (Chaves, 1945 - Angola, 1967)







1. Continuação da publicação da série respeitante à biografia (breve) de cada um dos 47 Oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar que morreram em combate no período 1961-1975, na guerra do ultramar ou guerra colonial (em África e na Ásia).

Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva [, foto atual à direita], instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972.

Foi cadete-aluno nº 45/63, do corpo de alunos da Academia Militar. É membro da nossa Tabanca Grande, com o nº 784, desde 7 do corrente.

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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P19691: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXVII: Memórias do Gabu (VII)



F13 >  Guiné > Regão de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > Dezembro de 1967 > A picada entre Piche e Canquelifa, na saída de Piche com destino a Canquelifa, a Norte. Foto tirada a partir de uma viatura militar.



F08 >  Guiné > Regão de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  Dezembro de 1967 > Uma imagem de moranças da população, captadas das traseiras.


 F11 > Guiné > Regão de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 15 de dezembro d e1967 > Sentado no pico duma paliçada, numa pose de descanso, refletindo na vida sobre o que estou ali a fazer. 


F03 > Guiné > Regão de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  Novembro  de 1967 >À saída do meu quarto descendo as escadas.


 F05 > Guiné > Regão de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  26 de dezembro de  1967 > Jantar convívio de aniversário, tendo como ementa frangos assados. Realizado com os condutores nas instalações dos dormitórios, podendo ver-se alguns furriéis e soldados e cabos.


F07 > Guiné > Regão de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 4º trimestre de 1967 > No bar das praças, ouvindo musica. Sentado e a ler, o furriel Assunção da ‘ferrugem’.




F02 > Guiné > Regão de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 18 de fevereiro de 1968  > Vestido com hábito fula, no papel de ‘noivo’ . Percebe-se uma brincadeira numa tabanca fula, talvez em épocas de Carnaval.

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2019). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, chefe do conselho administrativo, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); é economista e gestor, reformado; é natural do Porto; vive em Vila do Conde. (*)


CTIG/Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:
T067 – MEMÓRIAS DO GABU – PARTE V


I - Introdução do tema:

Devido ao interesse que tem suscitado a ‘Princesa do Gabu’, e para juntar às muitas que já existem, é com muito gosto que venho enviar para futuro Poste, mais algumas fotos de Nova Lamego (Gabu) dos tempos de 1967/68 (Período de 23Set67 a 26Fev68).


II - Legendas das fotos (uma parte já publicadas no poste 19627) (*)

F01 – Uma petiscada nas instalações do Conselho Administrativo. Acho que o petisco era uma ‘punheta de bacalhau’, ao fim da tarde. Presentes da esquerda para a direita: Eu, O furriel vagomestre Paiva Matos, sentado o furriel Riquito do CA, o 1º cabo Seixas do CA, um soldado da secretaria, um Sargento do quadro fa Força Aérea, o 1º cabo Horta do CA. Foto captada na zona de Gabu - Nova Lamego, no dia 26 de Dezembro de 1967

F02 – Vestido com hábito fula, no papel de ‘noivo’ . Percebe-se uma brincadeira numa tabanca fula, talvez em épocas de Carnaval. Foto captada na zona de Gabu - Nova Lamego, no dia 18 de Fevereiro de 1968.

F03 – À saída do meu quarto descendo as escadas. Foto captada em Gabu-Nova Lamego, em Novembro de 1967.

F04 – Picada a caminho de localidade de Sonaco. Numa viagem a Sonaco, previsto para a compra de uma vaca, local relativamente sossegado. Foto captada na zona de Gabu - Nova Lamego, no mês de Dezembro de 1967

F05 – Jantar convívio de aniversário, tendo como ementa frangos assados. Realizado com os condutores nas instalações dos dormitórios, podendo ver-se alguns furriéis e soldados e cabos. Foto captada na zona de Gabu - Nova Lamego, no dia 26 de Dezembro de 1967.

F06 – Uma foto das primeiras em Nova Lamego, com o pequeno mato como fundo. A foto está em fraco estado, devido ao tempo mas em especial à qualidade do papel. Foto captada na zona de Gabu- Nova Lamego, no mês de Outubro de 1967

F07 – No bar das praças, ouvindo musica. Sentado e a ler, o furriel Assunção da ‘ferrugem’.
Foto captada na zona de Gabu - Nova Lamego, no 4º. Trimestre de 67

F08 – Uma imagem de moranças da população, captadas das traseiras. Foto captada na zona de Gabu - Nova Lamego, no mês de Dezembro de 1967

F09 – Vestido de blusão na fresca noite perto do Natal. Uma das raras vezes em que vesti outra peça além da camisa. Um blusão escuro que levei para a Guiné pensando que poderia haver frio. E vesti pelas costas. Poucos dias depois da primeira carecada. Foto captada na zona de GABU - Nova Lamego, no dia 17 de Dezembro de 1967

F10 – O serpenteado dos rios na Guiné, tal como serpentes rastejando. Foto conseguida a bordo de um Dakota, numa viagem entre Nova Lamego e Bissau. Foto aérea captada entre Nova Lamego e Bissau, nos céus da Guiné, entre Set-67 e Fev -68

F11 – Sentado no pico duma paliçada, refletindo. Uma pose de descanso sentado no alto duma paliçada, refletindo na vida sobre o que estou ali a fazer. Foto captada na zona de Gabu - Nova Lamego, no dia 15 de Dezembro de 1967

F12 – Um rapaz ‘Djubi’ em cima de uma árvore, vai mergulhar no rio. Imagem do rapaz a preparar-se para um mergulho, nas águas pouco profundas de um riacho. Foto captada na zona de GABU - Nova Lamego, no mês de Outubro de 1967

F13 – A picada entre Piche e Canquelifa. Penso tratar-se de um troço de uma picada, Na saída de Piche com destino a Canquelifa, a Norte. Foto tirada a partir de uma viatura militar. Foto captada na zona de GABU - Nova Lamego, no mês de Dezembro de 1967

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ 1933 / RI 15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21Set67 a 04Ago69».

Acabadas de legendar, hoje,

Em, 2019-03-03

Virgílio Teixeira
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 27  de março de  2019  > Guiné 61/74 - P19627: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXVI: Memórias do Gabu (VI)

Guiné 61/74 - P19690: Parabéns a você (1605): Raul Brás, ex-Soldado Condutor da CCAÇ 2381 (Guiné, 1968/70)

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Nota do editor

Último poste da série de 15 de Abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19681: Parabéns a você (1604): António Pimentel, ex-Alf Mil Rec Inf do BCAÇ 2851 (Guiné, 1968/70)

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19689: Consultório militar do José Martins (42): As Últimas Campanhas na África Portuguesa (1961-1974): De Dados Oficiais a Dados Oficiosos (Parte II)

  

1. Continuação do trabalho do nosso camarada e "consultor militar", José Martins (ex-Fur Mil TRMS, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sobre os dados oficiais e oficiosos das Últimas Campanhas na África Portuguesa, enviado ao nosso blogue em mensagem do dia 3 de Abril passado.





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 nota do editor

Poste anterior de 16 de Abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19686: Consultório militar do José Martins (41): As Últimas Campanhas na África Portuguesa (1961-1974): De Dados Oficiais a Dados Oficiosos (Parte I)

Guiné 61/74 - P19688: Historiografia da presença portuguesa em África (159): Relatório para o Sr. Governador da Guiné, assinado em Buba, em 6 de dezembro de 1882, pelo Capitão Caetano Filipe de Sousa (2) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 31 de Julho de 2018:

Queridos amigos,
O Capitão Caetano Filipe de Sousa, que fora Administrador em Buba, recebeu a incumbência do Governador para se inteirar da sua situação que se vivia em Buba e no Forreá por diferentes razões: sequestro, tensões entre Fulas-Pretos e Fulas-Forros, sobretudo. Em documento à parte, que o capitão enviou à Sociedade de Geografia de Lisboa, dá-se conta da decadência das feitorias de Buba e do Forreá por razões de ganância dos feitores e pressão dos comerciantes franceses, na época a fazerem uma autêntica tenaz, às ordens de Paris, para comprimirem a presença portuguesa em Casamansa e junto do rio Nunes, no fundo estava a ser feito um molde do território de que resultará a Convenção Luso-Francesa de 1886, que reduziu a presença portuguesa da Senegâmbia.
É um relatório do maior interesse para se perceber como a invasão dos Fulas alterara toda a demografia da colónia, o Sul da Guiné passara a ser outra coisa.

Um abraço do
Mário


Relatório para o Sr. Governador da Guiné, assinado em Buba, em 6 de dezembro de 1882, pelo Capitão Caetano Filipe de Sousa (2)

Beja Santos

Esta documentação que se encontra nos Reservados da Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa é do maior interesse histórico, o Capitão Caetano Filipe de Sousa permite-nos compreender o porquê da perda de importância de Buba e as tensões existentes no Forreá, entre Fulas-Pretos e Fulas-Forros e as suas continuadas guerras, que se prolongaram por muito tempo. Ficamos igualmente a saber que se praticava, em doses moderadas, a escravatura.
No vasto conjunto desta documentação, encontramos um apêndice muito curioso: Instruções dadas pela secretaria do Governo em Bolama, em 3 de novembro de 1882, assina o Capitão Manuel José da Piedade Alvarez, reza o texto o seguinte:
“Ao Capitão sindicante em Buba, Caetano Filipe de Sousa,
Sua Excelência o Governador determina que além da comissão especial e da muita circunspecção de que vai encarregado, deve procurar informar-se: 1.º do estado de espírito dos Fulas-Pretos quanto à paz concedida aos Fulas-Forros; 2.º se os Fulas-Pretos pensam em retirar-se definitivamente para o Corubal, por terra, esperando embarcação do Governo no rio, para passar o rio, ou por mar, e quando; 3.º se pensam em abandonar completamente a tabanca que está próxima da praça de Buba; 4.º se algumas das famílias dos Fulas-Pretos desejam ficar pacificamente naquela tabanca lhe seja permitido em nome do Governo, ficarão responsáveis por qualquer acto de pilhagem que será devidamente castigado; 5.º fazer constar aos Fulas-Pretos que o Governo não lhes permite levantar outra tabanca, além daquela que tem construída; 6.º que o Governo considere como um acto hostil qualquer ataque às caravanas dos Fulas-Forros e Fulas-Pretos que se dirijam à praça; 7.º informa-se da grande satisfação em que o Mamadu Paté retire para o Forreá, com respeito à entrega da sua gente: se foi toda, ou quantos faltam ou o motivo; 8.º informar-se igualmente das disposições que os Fulas-Forros com respeito à época em que possam principiar o comércio do Futa; 9.º qual o indivíduo mais conspícuo para seguir até Futa em companhia de um emissário de Bacari Quidali para transmitir a notícia de paz aos Futa-Fulas e em que condições aceita ir; 10.º qual a disposição dos Mandingas que residem na praça com respeito às três raças, Futas, Fulas-Forros e Fulas-Pretos; 11.º informar-se, finalmente, de tudo quanto possa interessar ao Governo para o desenvolvimento do comércio de Futa e Buba e das mais prontas decisões para conseguir esta necessidade”.

Segue-se a assinatura do Capitão Alvarez.

E vem agora um importante documento intitulado Resumo do Relatório de Caetano Filipe de Sousa, escrito em Buba, em 25 de novembro de 1882:
“Excelentíssimo Senhor Governador,
Em cumprimento às instruções que Vossa Excelência se dignou dar-me em 3 do corrente mês, nas quais me ordena que faça consulta aos Fulas-Pretos a desejo do Governo, a seu respeito e em forma à resolução por eles tomada, assim como informo também alguma coisa sobre os meios a empregar para o engrandecimento do comércio de Buba e Futa, e ainda acerca dos Fulas-Forros e Mandingas, tenho a honra de dizer a V. Ex.ª o seguinte:
Os Fulas-Pretos pretendem retirar para o Corubal logo que o Governo lhes dê embarcação, isto sem referência aos Fulas que são do Corubal, Firdu e Badora, porquanto os que são do Forreá desejam ficar e pedem ao Governo que lhes permita o transporte de suas famílias para esta praça na embarcação que leva as suas companhias para o Corubal.
Este desejo dos Fulas-Pretos vai assim um pouco ao encontro do que V. Ex.ª determina naquelas instruções, porém, não me parece que isto seja contrário ao engrandecimento de Buba, pois tendo eles aqui as suas famílias, é suposto que vivam pacificamente; notando-se que, esta a minha esperança, está de acordo com Bacari Quidali. Diz ele: os Fulas-Pretos do Forreá podem ficar com as suas famílias; quanto aos que são do Corubal, Firdu e Badora, devem retirar-se sem perda de tempo.

A tabanca que os Fulas-Pretos têm, além da praça, não pode comportar todas as famílias desta tribo, e para não alterar o determinado por V. Ex.ª nas instruções referidas, dei-lhes licença para que possam construir casas dentro da praça e pelo lado do segundo caminho, formando assim um bairro que ficará denominado Bairro dos Fulas-Pretos. Esta minha concessão foi-lhes feita, dependendo da aprovação de V. Ex.ª; assim como lhes fiz ver que, a ficarem, têm que sujeitar-se à legislação portuguesa, serão punidos severamente caso cometam algum acto hostil contra os Fulas-Forros ou às caravanas que venham do Futa, Fuinhó ou Labé e se dirijam à praça; isto, tanto no que diz respeito aos que habitam na praça como aos que habitam na tabanca, a qual é considerada, para todos os efeitos, sob a acção e protecção do Governo.
Procurei também estudar o modo como eles consideram a paz dada aos Fulas-Forros, em 27 do mês findo. A este respeito, permita-me V. Ex.ª dizer duas palavras. Os Fulas-Pretos têm nome na história desta parte de África há muito, abraçam de preferência a rapinagem e ficam contentes quando têm ocasião de mostrar a sua habilidade nesta matéria; ora, como devem eles ficar contentes com a paz concedida aos Forros? Os Fulas-Pretos consideram ter relações amigáveis com o Governo de há muito tempo.

(Segue-se um parágrafo praticamente ilegível, oxalá que o investigador que se seguir saiba grafologia…)

A tribo dos Fulas-Forros é uma tribo simpática. O seu aparecimento data de 1851, vieram em pequeno número estabelecer-se no chão de Bolola (é como então se chamava ao que hoje é o Forreá), tiveram que pagar um pequeno imposto aos Beafadas.
Alguns Fulas-Pretos, naturalmente por simpatia, ligaram-se a esta gente, chamando-lhes ‘seus senhores’; isto pelo facto de os Fulas-Forros serem conhecidos por Fulas-Brancos e mesmo porque sendo os Fulas-Pretos de origem dos Beafadas, estes vendiam os seus irmãos aos Fulas-Forros que habitavam nos seus domicílios. Coitados, nem sequer se lembravam que estavam a cavar a sua ruína. O nome Fula-Preto é herdado do Fula-Forro e por isso que, sendo o Fula-Preto descendente do Beafada e vendido por este aos Fulas-Forros, foi por ali que tomara o nome de ‘seus senhores’ com a diferença que sendo estes claros e aqueles escuros, ‘o senhor’ é conhecido pelos Fulas-Forros e os Beafadas vendidos por seus parentes aos Forros, tomando nome ‘Fula-Preto’.”

(Continua)

Imagem dos rochedos do Futa-Djalon, em plena Guiné Conacri, imagem da Wikipedia. Os Fulas atravessaram este maciço rochoso, no século XIX, para entrar na Guiné, instalar-se no território, entrando em guerra com os Mandingas, impuseram-se e espalharam-se pela colónia portuguesa, impondo-se no Leste, sobretudo. A palavra Futa deve ser entendida como a região onde estavam acantonados sobretudo os Futa-Fulas, conhecidos pela sua cor de cobre.



Imagens das instruções assinadas pelo Capitão Alvarez e relatório escrito pelo capitão Caetano Filipe de Sousa, documentos que fazem parte dos Reservados da Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa, com a devida vénia.
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Nota do editor

Último poste da série 10 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19665: Historiografia da presença portuguesa em África (157): Relatório para o Sr. Governador da Guiné, assinado em Buba, em 6 de dezembro de 1882, pelo Capitão Caetano Filipe de Sousa (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P19687: (De)Caras (128): Capitão de Infantaria Francisco Meireles, cmdt da CCAÇ 508, morto em Ponta Varela, Xime, em 3/6/1965 - V ( e última) Parte (Jorge Araújo)


Foto 1 – Bissorã (1964) - Grupo de militares da CCAÇ 508. [Foto do álbum de Cândido Paredes, com a devida vénia] in: http://lugardoreal.com/imaxe/candido-paredes-e-camaradas-6


Foto 2 – Bissorã (1964) - Grupo de militares da CCAÇ 508. [Foto do álbum de Cândido Paredes, com a devida vénia] in: http://lugardoreal.com/imaxe/candido-paredes-e-camaradas-5




 Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 (Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue desde março de 2018


A COMPANHIA DE CAÇADORES 508 [CCAÇ 508] - (1963-1965) E A MORTE DO SEU CMDT CAP INF FRANCISCO MEIRELLES EM 03JUN1965 NA PONTA VARELA: A ÚNICA BAIXA EM COMBATE DE UM CAPITÃO NO XIME -  V (e última) Parte


1.  INTRODUÇÃO

Depois das narrativas dos P19597, P19613, P19640 e P19656, eis a última na qual se respeitam as mesmas questões de partida. Na primeira daremos a conhecer o que foi possível recuperar da história da CCAÇ 508, identificando factos, feitos e consequências da sua vasta e importante missão operacional desenvolvida ao longo dos dois anos da sua presença no CTIG (1963-1965), entre 20Jul63 e 07Ago65, e dos dez locais diferentes onde a mesma teve lugar.

Para além dos documentos consultados e das informações orais transmitidas, via telefone, por alguns
dos elementos desta Unidade, contámos com o precioso recurso ao álbum do condutor auto rodas da "508", Cândido Paredes, actualmente a residir em Ponte de Lima, do qual apresentaremos abaixo mais algumas imagens, e a quem nos cumpre agradecer.

Na segunda, por uma feliz coincidência, ter encontrado, num alfarrabista de São João da Madeira, um livro sobre a vida e a morte do Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meirelles (1938-1965), esta ocorrida no Xime, em 3 de Junho de 1965, 5.ª feira, local mítico e muito familiar durante a minha presença na Guiné e do contingente da minha CART 3494 (1972-1974), elaborado em sua memória pela sua família e que, segundo creio, foi editado no âmbito do primeiro aniversário da sua morte.
Daí que, nesta última narrativa, recuperaremos algumas das diferentes missões do Capitão FranciscoMeirelles, e da sua CCAÇ 508, durante os seus últimos três meses, desde a chegada a Bambadinca, em Março de 1965, até ao fatídico dia da sua morte. Seguir-se-ão as descrições de alguns factos e dos ambientes que os envolveram, que tiveram como corolário a atribuição do seu nome à toponímia da Cidade do Porto. 

A origem dessa decisão teve por contexto a reunião ordinária da Câmara Municipal do Porto, realizada em 20 de Julho de 1965, onde foi aprovada por unanimidade, em cerimónia pública, a proposta dirigida à Comissão de Toponímia de dar o nome do Capitão Meirelles a uma das ruas ou praças da Foz do Douro. 


2. SUBSÍDIOS HISTÓRICOS DA COMPANHIA DE CAÇADORES 508 (BISSORÃ, BARRO, BIGENE, OLOSSATO, BISSAU, QUINHAMEL, BAMBADINCA, GALOMARO, PONTA DO INGLÊS E XIME, 1963-1965)


Quadro cronológico da presença da CCAÇ 508 por localidades


2.1. SÍNTESE DOS PRIMEIROS DEZOITO MESES

A CCAÇ 508 chega a Bissau a 20Jul1963, sábado, a bordo do cargueiro "Sofala", sob o comando, interino, do Alferes Augusto Teixeira Cardoso, onde se juntou o Cap Mil Inf João Henriques de Almeida, o seu 1.º Cmdt. Cinco meses após o início do conflito armado na região de Tite, a CCAÇ 508 assumiu a responsabilidade do subsector de Bissorã, então criado, com GrComb destacados em Barro, até 23Dez63, e Bigene, até 26Dez63, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 507 e, após remodelação daqueles sectores, no BCAÇ 512. Em 26Dez63, passou a ter um GrComb destacado em Olossato.

Em meados de Julho de 1964, chega a esta Companhia Independente o Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meirelles [1938-02-21/1965-06-03], em rendição do anterior Cmdt, Capitão João Almeida. Em 04Set64, 6.ª feira, já então na dependência do BART 645, e depois da chegada da CART 566, a CCAÇ 508 foi substituída no subsector de Bissorã pela CART 643, do antecedente ali colocada em reforço, tendo seguido para o sector de Bissau, a fim de se integrar no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área, com um GrComb destacado em Quinhamel, ficando na dependência do BCAÇ 600.

No início de Março de 1965, com dezoito meses já contabilizados no tempo da sua comissão ultramarina, a Companhia do Capitão Francisco Meirelles foi de novo transferida para uma zona operacional.


2.2. SÍNTESE OPERACIONAL DO CAPITÃO MEIRELES DURANTE OS SEUS ÚLTIMOS TRÊS MESES

Recebida a ordem para uma nova actividade operacional, agora no Leste, a CCAÇ 508 deslocou-se em 07 e 23Mar65, por grupos, para Bambadinca, por troca com a CCAÇ 526, onde aí ficou instalado o Comando da Companhia, assumindo este a responsabilidade do respectivo subsector, com grupos de combate destacados em Xime e Galomaro e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 697, sediado em Fá Mandinga, sob o comando do TCor Mário Serra Dias da Costa Campos.

Porém, antes da sua chegada a Bambadinca, cujo sector passou a designar-se por «Sector L1» a partir de 11Jan65, o BCAÇ 697, para desenvolver a intensa actividade operacional, recorria às subunidades do sector e a outras que lhe eram atribuídas como reforço, pois era constituída somente por Comando e CCS.

Uma das primeiras acções planeadas pelo BCAÇ 697, do início de 1965, tinha por objectivo a ocupação seguida da instalação de um aquartelamento na Ponta do Inglês. Essa missão, baptizada de «Operação Farol», foi agendada para os dias 19 e 20Jan65, envolvendo forças da CCAÇ 526, CCAV 678 e Pel AMetr "Daimler" 809, onde, depois, ficou instalada a Companhia de Cavalaria para, a partir de 16Abr65, data em que foi criado o subsector do Xime, ficar reduzida a nível de grupo de combate.

Durante o decorrer desta operação, as NT foram emboscadas, no primeiro dia, pelos guerrilheiros do PAIGC, tendo este sofrido algumas baixas não estimadas e onde foi capturado algum material de guerra, nomeadamente granadas de mão e de RPG. No dia seguinte, forças da CCAÇ 526 e CCAV 678, durante a sua actividade de segurança à distância e por efeito de um reconhecimento na área da Ponta do Inglês-Buruntoni, destruíram um acampamento IN com 15 casas a cerca de 600 mts a sul da antiga tabanca da Ponta do Inglês, tendo capturado mais munições diversas, onde foram encontrados alguns abrigos no lado sul da Ponta do Inglês-Xime, no local da emboscada do dia anterior, onde foram destruídas mais duas casas, a leste da Ponta do Inglês.

Em 16Abr65, com a criação do novo subsector do Xime, a CCAÇ 508 seria substituída em Bambadinca pela CCAV 678 (que se encontrava na Ponta do Inglês), deslocando-se, então, para o Xime, onde assumiu a responsabilidade deste subsector, com GrComb destacados em Ponta do Inglês e Galomaro.

Em 20Abr65, quatro dias após a instalação do GrComb da CCAÇ 508 na Ponta do Inglês, um GrComb de Paraquedistas (CCP 121), durante a «Operação Coelho» na zona de Galo Corubal, destruiu 12 casas, abateu um guerrilheiro e fez dois prisioneiros. Forças da CCAÇ 510, vindas do Xitole, destruíram várias casas na região de Silibalde e apreenderam granadas de mão ofensivas e defensivas.

Uma semana depois, em 03Jun65, na estrada Xime-Ponta do Inglês, na região de Ponta Varela, a CCAÇ 508 tem mais quatro baixas em combate, sendo uma a do seu Cmdt, o Capitão Francisco Meirelles, por efeito do rebentamento de uma mina "bailarina".


Foto 3 – (Xime; 03JUN65). Estrada Xime-Ponta do Inglês. Início da operação onde se encontrava o Cap Meirelles [foto gentilmente cedida pelo Cor Morais da Silva].


Foto 4 – (Xime; 03JUN65). Forças da CCaç 508 na zona de Ponta Varela, onde se encontrava o Cap Meirelles [foto gentilmente cedida pelo Cor Morais da Silva].

Recordam-se alguns antecedentes que marcaram este fatídico dia 03Jun65, 5.ª feira.

O Capitão Francisco Meirelles fora incumbido de mostrar a uma equipa de enviados especiais da RTP à Guiné – Afonso Silva (operador) e Luís Miranda (realizador) – como se fazia a detecção de minas, muito frequentes naquela zona [Xime-Ponta Varela], pois em menos de três meses tinham sido levantadas mais de 40. Perto do meio-dia, a umas centenas de metros da tabanca de Ponta Varela, rebentou repentinamente uma mina ("bailarina") dando origem à morte do capitão Francisco Meirelles e de mais três militares da CCAÇ 508. Os operadores da RTP, que ficaram ilesos, começaram a filmar a cena poucos momentos após a explosão, havendo um documentário fotográfico da operação e das consequências do rebentamento. Parte dessa reportagem filmada foi transmitida pela RTP em 16 de Setembro desse ano, como, aliás, já foi referido em narrativas anteriores.

Na madrugada de 04Jun65, os corpos foram levados para Bafatá, onde ficaram sepultados o 1.º cabo [José Maria dos Santos Corbacho] e os soldados [Domingos João de Oliveira Cardoso e Braima Turé], e onde um avião foi buscar o corpo do Capitão Meirelles.

Trazido para Bissau, ficou depositado na capela militar de Santa Luzia. No dia seguinte, pelas 10 horas, houve missa de corpo presente, celebrada pelo Tenente-Capelão Padre Nazário, finda a qual o cortejo fúnebre dirigiu-se para a capelinha do cemitério onde o caixão permaneceu até ser removido para a Metrópole. Aqui chegou no vapor «Manuel Alfredo» na madrugada de 18Jul65, precisamente quando se perfazia um ano depois da partida para a Guiné (Op. Cit. pp10-11).


3.  O CAPITÃO FRANCISCO MEIRELLES TEM O SEU NOME NA TOPONÍMIA DA CIDADE DO PORTO, NA ZONA DA FOZ DO DOURO

Após a chegada do seu corpo a Lisboa, o Governador Militar de Lisboa, General Amadeu Buceta Martins quis tributar uma derradeira homenagem a quem foi seu dedicadíssimo ajudante e ordenou que lhe fossem prestadas honras fúnebres, nas quais se dignou tomar parte, assim como o Brigadeiro Couceiro Neto, 2.º Comandante do Governo Militar de Lisboa. Até à 1 hora da madrugada do dia 19, hora em que partiu para o Porto, houve turnos compostos por um oficial, um sargento e quatro praças. Antes, havia sido celebrada missa, às 14 horas, pelo capelão Padre José Maria Braula Reis (1922-), mandada dizer pela Direcção da Arma de Infantaria, e às 19 horas missa celebrada pelo Ver. Padre Júlio Marinho S. J., a pedido da família.

À uma da manhã seguiu, então, o corpo do Capitão Meirelles num armão do Exército, cedido pelo Quartel-General de Lisboa, em direcção ao Porto, onde na Igreja paroquial da Foz do Douro houve missa de corpo presente celebrada pelo Padre Fernando Leite S. J. que já presidira ao seu casamento. Lançou a absolvição final o pároco da Freguesia, Padre Manuel Dias da Costa, que também presidira à sua Profissão de Fé e que pronunciou algumas comovidas palavras ao ver na sua Igreja Paroquial, antes de baixar à sepultura, quem, tantas vezes e tão devotamente, a frequentava.

Tanto na Igreja, como no cemitério, estavam alguns milhares de pessoas, algumas em representação oficial de entidades públicas e privadas, e, entre elas, muitas das mais destacadas figuras da vida intelectual, social, militar e política da cidade.

À porta do cemitério do Prado do Repouso,
Foto 5 > Porto, cemitério do Prado Repouso
situado na zona oriental da cidade do Porto (foto 5; ao lado), uma companhia de atiradores deu as salvas do estilo e outra companhia prestou a guarda de honra. E juntos ao jazigo de seus Bisavós, ficou finalmente sepultado. […]

No dia 20 de Julho de 1965, a Câmara Municipal do Porto, na sua reunião ordinária, aprovou por unanimidade as intervenções que, a propósito do falecimento do Capitão Francisco Meirelles, foram proferidas respectivamente pela vereadora Senhora Dona Maria José Novais e pelo Senhor Presidente da Câmara.

Nesta sessão pública e no uso da palavra, a vereadora enalteceu a memória do saudoso e heroico Capitão Francisco Meirelles, por motivo da chegada do seu corpo à Cidade do Porto e dos ofícios fúnebres, traduzidos numa grandiosa manifestação de dor a que comovidos todos assistiram na Igreja paroquial de S. João Baptista da Foz do Douro, associando-se a autarquia à dor daquela família. Ao lembrar o Soldado Desconhecido, fez também questão de recordar com viva emoção, todos quantos deram a vida para dignificar a farda, a Pátria e a Família.

Acrescentando: 

"Hoje, pelo contrário, vamos relembrar todos os nossos Heróis, num oficial distinto, que viveu junto de nós [desde 1939, quando veio viver com os seus pais para o Largo de Cadouços, 37], que é portanto muito nosso, e de quem guardamos profunda saudade. O Alferes Francisco Xavier de Meirelles, serviu exemplarmente em Angola, durante dois anos, [com início logo após os acontecimentos de Fevereiro de 1961. Seguiu no primeiro avião com reforços da sua 66.ª Companhia
que, depois, foi a 5.ª de Caçadores Especiais do Regimento de Infantaria de Luanda. Depois de tomar parte na sua missão em Luanda e subúrbios foi enviado para Malanje, onde na zona algodoeira houvera um levantamento e onde a sua Companhia ficou adstrita ao Batalhão comandado pelo então Major Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz (1920-1998). A 15Mar61 foi a sua Companhia retirada inesperadamente de Malanje e enviada para os Dembos, onde se tinham verificado actos de terrorismo. Durante alguns dias a coluna progrediu por Caxito, Quicabo, Nambuangongo e mais além. Instalado, depois, no Caxito o comando da Companhia, foi o seu pelotão destacado para a defesa de algumas localidades, onde esteve com intermitências, como sejam, Úcua, Mabubas, Tabi e Lifune, e mandado auxiliar a defesa de Ambriz, quando do grande ataque a essa povoação. Finda a comissão, regressou no vapor "UÍGE", tendo chegado a Lisboa em 29 de Março de 1963].

Foi promovido a tenente em 1 de Dezembro de 1962, sendo colocado, após o seu regresso ao Continente, na Região de Tomar. Promovido a capitão em 16 de Junho de 1964 foi novamente mobilizado, desta vez para a Guiné, para onde partiu com outros camaradas a 17 Julho de 1964, no barco de carga «António Carlos».


Continuou a vereadora: 

"Partiu, deixando sua mulher e dois filhinhos de tenra idade [dois rapazes; um nascido em Abril/1963, o outro em Junho/1964]. Foi nessas longínquas paragens, que soube morrer aos vinte e sete anos, depois de ter sido um magnífico exemplo das mais nobres virtudes morais e cristãs, a ponto de generosamente sacrificar o amor da própria família, que sempre subordinou aos altos interesses da Nação. […] Estas palavras são um apelo à Nação; um apelo a todos nós; para que respeitando tanto sacrifício saibamos honrar e merecer os nossos queridos mortos vivendo com dignidade o momento que passa".

Partindo dos considerandos supra, a vereadora apresentou uma proposta/pedido dirigido ao Presidente da Câmara solicitando "que a digna Comissão de Toponímia, promovesse no sentido de dar o nome do heroico Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meirelles a uma das ruas ou praças da Foz do Douro, para que ficasse a perpetuar a lembrança dos seus actos de valentia".

A proposta foi aprovada por unanimidade, passando o «Largo de Cadouços» a chamar-se, a partir de 1966, «Largo do Capitão Pinheiro Torres de Meirelles», conforme se dá conta nas imagens abaixo.


Fotos 5 e 6 (Largo do Capitão Pinheiro Torres de Meirelles, Foz do Douro, em 18Mar2019, antigo

Largo do Cadouços) do camarada Virgílio Teixeira, na sequência do meu apelo formulado no P19597 (parte I, deste tema) a quem agradeço publicamente. 


F I M

Fontes consultadas:

Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro I; 1.ª edição, Lisboa (2014); p195.

Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles (s/d). Braga, Editora Pax.
 Outras: as referidas em cada caso.

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

16Abr2019.
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Vd. postes anteriores:

1 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19640: (De)Caras (103): Capitão de Infantaria Francisco Meireles, cmdt da CCAÇ 508, morto em Ponta Varela, Xime, em 3/6/1965 - Parte III (Jorge Araújo)

1 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19640: (De)Caras (103): Capitão de Infantaria Francisco Meireles, cmdt da CCAÇ 508, morto em Ponta Varela, Xime, em 3/6/1965 - Parte III (Jorge Araújo)

18 de maro de 2019 > Guiné 61/74 - P19597: (De)Caras (101): Capitão de Infantaria Francisco Meireles, cmdt da CCAÇ 508, morto em Ponta Varela, Xime, em 3/6/1965 - Parte I (Jorge Araújo)

terça-feira, 16 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19686: Consultório militar do José Martins (41): As Últimas Campanhas na África Portuguesa (1961-1974): De Dados Oficiais a Dados Oficiosos (Parte I)

 1. Em mensagem de 3 de Abril de 2019, o nosso camarada e "consultor militar", José Martins (ex-Fur Mil TRMS, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70) enviou-nos um trabalho com dados sobre os números da guerra no que ao Exército diz respeito.

Para seguir com atenção neste e nos dois postes que se seguirão. 



(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 2 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19643: Consultório militar do José Martins (40): A primeira Unidade de Polícia Militar destacada para o Ultramar

Guiné 61/74 - P19685: MÁXIMAS, Médias e mínimas (1): Foi herói de si mesmo... (Alberto Branquinho, ex-Alf Mil Op Esp da CART 1689)

1. Há umas semanas recebi uma mensagem do nosso camarada Alberto Branquinho (ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), propondo uma nova série para o blogue.

Rezava assim:

Boa noite Carlos

Ando há uns dias a pensar escrever-te para propor uma nova série que não teria nada (?) a ver com as duas anteriores. Seria só uma frase ou duas em cada poste. Embora tenha já meia dúzia de ideias, tenho receio de não conseguir alimentá-la com frequência. Veremos.

Começaria, com este título e primeiro texto, assim:

MÁXIMAS, Médias e mínimas (1)

[...]

What you think about, Editor? Pode sair?

Abraço
Alberto Branquinho

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2. Perante esta ideia brilhante, e com medo de às tantas não ter continuidade, propus-lhe o seguinte:

Caríssimo Alberto Branquinho 
Óptima ideia. 
Queres que seja uma série só tua ou aberta a outros confrades? 
Quando podemos avançar? 

Boa noite 
Abraço e votos da melhor saúde. 
Carlos

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3. A resposta não se fez esperar:

Ó Carlos! 
Optimíssima ideia! Aberta a todos os que queiram expressar pensamentos e/ou sentimentos (ou, até, "julgamentos") baseados na sua experiência por aquelas terras há 50 anos (atrás...). 

Talvez, assim, apareça gente que não se arrisca a fazer grandes textos. (Se os textos tiverem erros de redacção, corrigem-se). 
MAS com duas condições: terem só uma ou duas frases curtas e não ofenderem/quererem atingir alguém em concreto. 
Acho que pode começar já. 

Grande abraço 
Alberto Branquinho

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4. Cumprindo o prometido, aqui fica a primeira "MÁXIMA":

"Foi o herói de si mesmo.
No fim da guerra teve a sorte de poder condecorar-se com a MEDALHA da juventude que lhe restava"

Alberto Branquinho

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5. A ideia está lançada. Venham mais MÁXIMAS, Médias e mínimas
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Guiné 61/74 - P19684: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte VIII: Catió, Destacamento de Ganjola


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > Destacamento de Ganjola > Rio Ganjola  > 1965 > O ex-alf mil João Sacôto, numa piroga (1)... Interessante embarcação   usada no sul da Guiné, com estabilizador ao meio e leme à popa, o que lhe dava outra segurança!...


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > Destacamento de Ganjola >Rio Ganjola  > 1965 > O ex-alf mil João Sacôto,  numa piroga (2)


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > Destacamento de Ganjola > Rio Ganjola > 1965 > O ex-alf mil João Sacôto, numa piroga (3)


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > Destacamento de Ganjola >  c. 1965 > A caminho do destacamento de Ganjola, na estrada de Catió para o cais.


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > Destacamento de Ganjola > À minha direita o Furriel Ilídio

Fotos (e legendas): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do João Gabriel Sacôto Martins Fernandes, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66). (*)

Trabalhou depois como Oficial de Circulação Aérea (OCA) na DGAC (Direção Geral de Aeronáutica Civil).  Foi piloto e comandante na TAP, tendo-se reformado em 1998.

Estudou no Instituto Superior de Ciencias Económicas e Financeiras (ISCEF, hoje, ISEG) . Andou no Liceu Camões em 1948 e antes no Liceu Gil Vicente. É natural de Lisboa. É casado. Tem página no Facebook (a que aderiu em julho de 2009, sendo seguido por mais de 8 dezenas de pessoas). É membro da nossa Tabanca Grande desde 20/12/2011.

2. Neste poste mostramos algumas fotos que documentam a passagem do alf mil João Sacôto  pelo destacamento de Ganjola. (**)
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