segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21834: Notas de leitura (1338): "Voando sobre um ninho de STRELAS", por António Martins de Matos; Edições Ex Libris, 2020 (2) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Janeiro de 2021:

Queridos amigos,
 
Na escassa bibliografia emanada de Oficiais da Força Aérea que combateram na Guiné, este depoimento de um então Tenente Piloto-Aviador permaneceu em atividade de 1972 a 1974, conseguintemente pôde assistir à evolução da guerra, à chegada dos mísseis terra-ar, fez parte das missões de grande delicadeza como bombardeamentos nalgumas das mais significativas bases de abastecimento do PAIGC, que presenciou os terríveis acontecimentos de maio de 1973 e a mudança dos Comandantes-Chefes, é de uma grande importância, que se saiba, não há outro de igual dimensão. 

Cinjo-me à narrativa dessas atividades, o agora Tenente-General postula considerações que merecem amplo debate e fazer uma recensão não passa por debater conjeturas ou especulações, como ele faz com o projeto de Sékou Touré em manipular o PAIGC para depois se apossar do território.
 
Nenhuma documentação valida estas especulações, elas seriam mesmo inviáveis por falta de apoio dos combatentes guineenses de Bissau, das populações em geral da Guiné-Bissau (recorde-se a trepa que deram aos invasores a guerra civil de 1998-1999), a Guiné-Bissau era então um rasto de luz para os movimentos revolucionários, não havia qualquer apoio internacional para um golpe sórdido de Sékou Touré para asfixiar um povo que se libertara pelas suas próprias mãos.

Um abraço do
Mário



A Guiné de 1972 a 1974 vista por um tenente da Força Aérea ao tempo (2)

Mário Beja Santos

O livro "Voando sobre um ninho de Strelas", redigido pelo Tenente-General António Martins de Matos, 2.ª edição, Sítio do Livro, 2020, é uma narrativa da sua caminhada para a Força Aérea e uma descrição exaustiva da sua comissão na Guiné de 1972 a 1974. Esmiúça ao pormenor a chegada do míssil Strela e como se processou a adaptação para contrariar os seus tão nefastos danos. 

O moral das Forças Armadas na Guiné já conhecera melhores tempos, Spínola aceitou um bombardeamento em território na Guiné Conacri, em Kambera, na zona Sul. 

“Tinha apenas uma vaga ideia do nome, base de apoio do PAIGC, recebendo o material de guerra de Kandiafara e posteriormente fazendo de entreposto para o Leste e Norte”

A missão foi à hora do almoço, o alvo rapidamente identificado, largaram as bombas e tudo ficou coberto por nuvens de pó. 

“Só muito mais tarde soubemos que os resultados tinham sido devastadores, de tal modo que o PAIGC resolveu abandonar definitivamente aquele local”.

E assim chegamos à reunião de 15 de maio de 1973, Spínola convocara uma reunião de Altos Comandos, estas altas patentes apresentaram-lhe os seus pontos de vista e enumeraram os requisitos operacionais necessários para se continuar a manter a superioridade militar na guerra contra o PAIGC, houvera discussão na Base Aérea n.º 12 e identificaram-se necessidades urgentes, a saber substituição das metralhadoras 12,7 milímetros do Fiat G-91 por canhões 20 ou 30 milímetros; em alternativa, a instalação de dois PODs com canhões nas estações interiores das asas. Tece uma reflexão: 

“Aqui que ninguém nos ouve, o armamento que a Força Aérea usava na altura para combater o PAIGC estava completamente em desacordo com o tipo de guerra que estávamos a travar. A ideia de andar a caçar guerrilheiros usando bombas variadas era um pouco como matar formigas com um martelo. A missão do Fiat G-91 nunca deveria ser essa, a sua especialidade era a destruição de objetivos com algum significado. Mas os erros em relação ao armamento utilizado até ao momento não se ficavam apenas nos Fiat G-91. Na área dos helicópteros as coisas não estavam melhores. O transporte de tropas com cinco helicópteros AL-III em coluna logo alertavam o inimigo. A arma mais indicada para combater aquela guerra de guerrilha contra o PAIGC não era o Fiat G-91 mas sim o helicanhão. Nunca soube quantos equipamentos de helicanhão existiam, suspeito que seriam poucos já que nunca vi mais de dois em simultâneo.”

Na reunião de Altos Comandos, o Coronel da Força Aérea salientou a total inexistência de meios de deteção e interceção e a limitada eficácia de defesa com armas antiaéreas, havia necessidade de um radar unidirecional e uma força suficientemente dimensionada de aviões com grande capacidade de retaliação. 

A Força Aérea na Guiné apresentou um documento enumerando os pedidos: 8 aviões SKYVAN para substituírem os DO-27; 5 helicópteros com armamento axial para substituírem os AL-III; 12 aviões MIRAGE para substituírem os Fiat G-91; radar de longo alcance. Todas as outras armas fizeram inúmeros pedidos, a Acta de 15 de maio anda publicada por toda a parte, é uma questão de conferir. Tece depois considerações sobre o radar e segue para o cerco de Guidaje, iniciado em 8 de maio, dá conta das atribulações sofridas pela tropa apeada, para aliviar a pressão realizou-se um ataque a Kumbamori, a Operação Ametista Real: as nossas forças contabilizaram 10 mortos e 22 feridos, o PAIGC teve mais de 60 mortos e a destruição do seu armamento foi uma cifra impressionante. Lamenta que a Força Aérea não tenha sido lembrada ao tempo em que se condecorara o Comandante da Operação Ametista Real. 

Segue-se Guileje, Martins Matos revela-se profundamente crítico da estratégia adotada, inclusive a escolha de Guileje para sede do COP-5. O episódio seguinte está relacionado com o anterior, é aquela cena quase apocalítica de Gadamael. E Costa Gomes volta à Guiné, de 6 a 9 de junho, pelo que propõe não há muitos mais meios a oferecer àquele teatro de operações, fala-se então em retração, o Comandante Militar apoia, Spínola é relutante, é bem provável que esteja aqui o motivo fundamental para ter pedido a demissão. 

O autor interroga o que levou a ofensiva do PAIGC no Sul a deter-se depois de Gadamael e faz a sua reflexão: 

“Por um lado a presença do Batalhão de Paraquedistas condicionou de imediato os movimentos dos guerrilheiros na zona; por outro lado a Força Aérea Portuguesa começou por bombardear as matas à volta de Gadamael, silenciando várias bases de fogo". Mais tarde entrou pelo território da República da Guiné-Conacri, destruindo a maior base de apoio do PAIGC (situada perto da localidade de Kandiafara, e descreve pormenorizadamente a Operação, que constituiu um sucesso. “A capacidade de abastecimento do PAIGC na região Sul ficou seriamente abalada e o grande esforço que vinha realizando nesta área diminuiu-se de imediato”.

Mantinha-se ainda intacta uma base de abastecimentos do PAIGC, em Koundara, a cerca de 50 quilómetros a leste de Buruntuma, o novo Governador, Bettencourt Rodrigues, não autorizou. O autor não esconde o descontentamento com o estilo do novo Comandante-Chefe. Em 31 de janeiro do ano seguinte novo avião abatido por um míssil Strela. Entra depois na questão polémica se havia ou não havia MIG-17 e MIG-19 do PAIGC na Guiné Conacri. Tece também conjeturas quanto à estratégia de Sékou Touré para conduzir o PAIGC à independência. E assim chegamos ao 25 de abril e Martins Matos não esconde uma relativa acrimónia sobre comportamentos e aspetos da descolonização.

O contributo do autor para o conhecimento das atividades da Força Aérea neste período crucial é do maior mérito. Quanto ao mais, como tenho vindo a insistir, há um conjunto de nebulosas sobre os acontecimentos militares na Guiné de 1973 e 1974 que requerem uma investigação dos arquivos dos Ministérios da Defesa Nacional e do Ultramar, pela simples razão que competia ao decisor político a última palavra. Quando o Comandante Militar alvitra na sequência da reunião de 15 de maio, 

“Se não forem concedidos os reforços solicitados e as armas que permitam às NF enfrentar o IN atual, para lhe evitar, a breve prazo, a obtenção de êxitos de fácil exploração psicológica e graves efeitos estáticos da maior influência na moral das NT, julga-se será necessário remodelar o dispositivo, reforçando guarnições que sob o ponto de vista militar se consideram essenciais (…) Mas neste caso, as missões atualmente dadas às NF, em termos de proteção das populações e apoio ao esforço principal da manobra de contrassubversão centrado na manobra socioeconómica, teriam de ser revistas…”

Costa Gomes irá perfilhar este ponto de vista, não havia possibilidade de reforço do teatro de operações. Iria ser adotada a manobra do retraimento do dispositivo para aquém da linha geral: rio Cacheu-Farim-Fajonquito-Paunca-Nova Lamego-Aldeia Formosa-Catió. Era reconhecido na retração que o PAIGC iria ocupar uma fatia considerável das áreas das fronteiras Norte e Leste, e no Interior, no Nordeste e Boé. T

udo se tinha complicado, como aliás consta do volume da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África, 6.º volume, tomo II, livro III, 2015, página 428, quando Bettencourt Rodrigues enviou em 20 de abril uma nota que confessava: “[…] são motivo de grande preocupação para este Comando-Chefe, cumprindo-lhe assinalara as consequências que podem resultar da possível evolução do potencial de combate do PAIGC ou do seu eventual reforço com novos meios das FA da Guiné, quer quanto à capacidade de resistência das guarnições militares que porventura sejam atacadas, quer quanto às limitações de intervenção com meios à disposição do Comandante-Chefe, em especial meios aéreos”

Enfim, o decisor político não tinha mais nada para dar, prenunciava-se um qualquer tipo de holocausto, antevisto numa linguagem elegante e formal de Bettencourt Rodrigues.

O passo decisivo para acabar com estas lendas negras é ir à profundeza dos arquivos, eles estão à nossa espera, com as revelações que permitirão esclarecer as responsabilidades dos últimos avatares do Estado Novo.
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Nota do editor

Último poste da série de 25 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21806: Notas de leitura (1337): "Voando sobre um ninho de STRELAS", por António Martins de Matos; Edições Ex Libris, 2020 (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P21833: In Memoriam (388): Aniceto Rodrigues da Silva (1947 - 2021), soldado condutor auto, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, maio de 1969 / março de 1971)




Aniceto Rodrigues da Silva (1947-2021), soldado condutor auto,
CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71),
 "Excelentes e Valorosos"

Fotos (e legenda): ©  Susana Almeida Novo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 

1. Através do nosso querido GG, o Gabriel Gonçalves, o ex-1º cabo cripto, cantor e tocador de viola, tivemos a triste notícia da morte de mais um camarada nosso,  pertencente à minha / nossa CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, maio de 1969 / março de 1971), o  soldado condutor autor Aniceto Rodrigues da Silva.

Foi no passado dia 3 de janeiro. Não sabemos mais pormenores.

A triste notícia chegou ao GG através de um mail da filha do Aniceto, Susana Almeida Novo (que, presumivelmente, vive e trabalha no estrangeiro, utilizou um teclado sem os caracteres portugueses, para escrever a sua mensagem).

Pelo nome e pelas duas fotos que ela anexou. identifiquei logo  o nosso camarada, o soldado condutor auto Aniceto Rodrigues da Silva... O seu nome consta, de resto,  da composição orgânica da nossa CCAÇ 2590 / CCAÇ 12... 

A filha pede-nos, entretanto,  ajuda para decobrir o seu mecanográfico e outros dados, uma vez que o pai havia perdido há muitos anos, quando ainda era novo, todos os papéis da tropa, incluindo a caderneta militar.


2. Mensagem de Susana Almeida Novo, dirigida ao Gabriel Gonçalves:

Date: sex., 29 de jan. de 2021 às 21:07
Subject: Pedido de informação sobre o meu pai, ex-combatente na Guiné
 
Boa noite,

Espero que este email o encontre bem. Encontrei o seu email na seguinte página https://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial_tertulia.html,   enquanto procurava informação sobre o meu pai que foi ex-combatente na Guine. 

Eu sei que ele iniciou a recruta em Outubro de 1968 em Elvas e suspeito que ele depois tenha sido transferido para Abrantes e daí mobilizado para a Guiné. 

Ele infelizmente faleceu dia 3 de Janeiro do presente ano. Ainda novo,  poucos anos depois de regressar da guerra, perdeu todos os documentos militares. Não sabia o número militar e nós agora estamos a tentar encaixar as peças do que foi a história dele na guerra, inclusive tentar obter o número militar [mecanográfico] dele para tentar providenciar à minha mãe a pensao de viuvez correta.

Pelos dados que tenho até agora,  acho que ele terá feito parte do RI 2 Abrantes,  CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (1969-1971). Mas agradecia se me pudesse confirmar se conhecia o seu nome – Aniceto Rodrigues da Silva – ou me orientar na direcção de como obter mais informações. 

O meu pai sei que era condutor. 

Envio também abaixo  duas fotos que temos do tempo dele na Guiné.

Desde ja agradeço pelo seu tempo, os meus melhores cumprimentos,
Susana Almeida Novo




Crachá da CCAÇ 2590 ("Excelentes e Valorosos") e da CCAÇ 12 ("Sempre Mais Além") (CTIG, 1969/71). Design: Tony Levezinho. Cortesia do autor (2006).


3. Resposta do editor LG:

Já tive ocasião, ontem, de ter respondido à filha do nosso camarada Aniceto Rodrigues da Silva e dado conhecimento do seu falecimento a mais alguns camaradas da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, pedindo-lhes inclusive ajuda para recuperarem o seu antigo número mecanográfico.

O que transmiti à sua Susana foi o seguinte.

(i) Ele foi mobilizado pelo RI 2 (Abrantes), esteve a fazer connosco a  formar companhia (CCAÇ 2590)  e a fazer a IAO - Instrução de Aperfeiçoamento Operacional no Campo Militar de Santa Margarida, partiu connosco no T/T Niassa em 24/5/1969, e esteve connosco em Contuboel e depois em Bambadinca, tendo nós todos regressado (, exceto o GG), em 17/3/1971, no T/T Uíge... 

(ii) Em 18 de janeiro de 1970,  a CCAÇ 2590,  constituída com quadros e especialistas metropolitanos,  e praças  do recrutamento local, da etnia Fula, passou a designar-se CCaç 12, sendo considerada subunidade da guarnição normal, desde aquela data.

(iii) A CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 tem história da unidade, até fevereiro de 1971, podendo uma cópia do documentado,mimeografado,  ser consultada no Arquivo Histórico-Militar, em Lisboa. 

(iv) No nosso blogue, há uma série, disponível "on line": "A minha CCAÇ 122",  de que se publicaram 3 dezenas de postes (*)

 (v) Lembro-me bem dele, do nosso pacato, discreto, afável e diligente Aniceto Rodrigues da Silva. De resto conhecíamo-nos todos, mais ou menos bem, quando partímos éramos apenas umas escassas 6 dezenas de militares, entre quatro e especialistas, incluindo os seguintes condutores auto [, entre parênteses, a sua morada conhecida, em 2010]

1º Cabo Cond Auto Luís Jorge M.S. Monteiro [Vila do Conde, mais tarde Porto];
Sold Cond Auto António S. Fernandes [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Manuel J. P. Bastos [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Manuel da Costa Soares [, morto em, mina A/C, em Nhabijões, em 13/1/1971];
Sold Cond Auto Alcino Carvalho Braga [Lisboa];
Sold Cond Auto Adélio Gonçalves Monteiro [Castro Daire];
Sold Cond Auto João Dias Vieira [Vila de Souto, Viseu];
Sold Cond Auto Tibério Gomes da Rocha [,Viseu, falecido em 6/12/2007;
Sold Cond Auto Francisco A. M. Patronilho [Brejos de Azeitão];
Sold Cond Auto Manuel S. Almeida [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto António C. Gomes [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Fernando S. Curto [, Vagos];
Sold Cond Auto Aniceto R. da Silva [, morada actual desconhecida];
Sold Cond Auto Diniz Giblot Dalot [Aljubarrota, Prazeres, Batalha];
Sold Cond Auto Manuel G. Reis [, morada actual desconhecida]

Na história da CCAÇ 12 vem o nº mecanográfico dele... Só que eu não tenho aqui, agora, à mão, o exemplar em papel da história da unidade (, de que de resto fui o autor) E no blogue não vem o nº mecanográfico dele, só do da malta dos 4 grupos de combate.
 
Lamento a a perda de mais um camarada nosso, em plena pandemia de Covid-19. E faço questão  transmitir à Susana, à mãe e demais família a nossa solidariedade na dor. (**)

Os condutores auto da CCAÇ 12 foram belíssimos e bravos condutores,  excelentes e valorosos camaradas. Só o nosso condutor auto António Manuel Soares, morto por mina anticarro em 13/1/1971, em Nhabijões, não regressou, vivo, connosco, nem teve a alegria de conhecer a sua filha pequena. 
 
Um alfabravo fraterno para todos. Luís Graça


 
Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 > Bambadina > CCAÇ 12 (1969/71) > s/d> Dos dos nossos bravos condutores: em primeiro plano, o Adélio Monteiro, em segundo plano o Aniceto R. Rodrigues

Foto (e legenda): ©  Adélio Monteiro (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


4. Ficha da unidade > CCAÇ 2590 / CCAÇ 12

Companhia de Caçadores nº 2590
Identificação:  CCaç 2590
Unidade Mob: RI2 - Abrantes
Cmdt: Cap Inf Carlos Alberto Machado de Brito
Divisa: Excelentes e Valorosos
Partida: Embarque em 24Mai69; desembarque em 30Mai69
Extinção em 18Jan70

Síntese da Actividade Operacional

A subunidade foi constituída com quadros e especialistas metropolitanos e
enquadrou pessoal natural da Guiné, da etnia Fula, tendo efectuado a 2ª  fase da
instrução de formação em Contuboel, de 2Jun69 a 12Ju169. 

Em 18Ju169, foi dada como operacional, sendo colocada em Bambadinca, como força de intervenção e reserva do Agr 2957 [, com sede em Bafatá], na zona Leste, ficando adida ao BCaç 2852 [Bambadinca, 1968/70].

Por períodos variáveis, destacou forças para guarnecerem diversos destacamentos
em Sinchã Mamajã, Sare Gana, Sare Banda e ponte do rio Udunduma,
colaborando ainda, de Nov69 a Jul70, na construção do reordenamento de
Nhabijões.

Tomou também parte em reacções a ataques a tabancas da região e
em várias acções sobre grupos inimigos infiltrados; parte dos seus efectivos
foram temporariamente integrados no COP 7, de 21Jul69 a meados de Ag069,
para operacções na região de Madina Xaquili.

Em 18Jan70, a subunidade passou a designar-se CCaç 12, sendo considerada
subunidade da guarnição normal, desde aquela data.

Observações

Tem História da Unidade, CCaç 2590 / CCaç 12 (Caixa n." 124 - 2ª Div/4ª
Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas de unidade: Tomo II - Guiné - (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002), pág. 380.

Ficha de unidade > CCAÇ 12 (1970/74)

Companhia de Caçadores nº 12
Identificação : CCaç 12

Cmdt: 

Cap Inf Carlos Alberto Machado de Brito
Cap Inf Celestino Ferreira da Costa
Cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier
Cap Mil Inf José António de Campos Simão
Cap Mil Inf Celestino Marques de Jesus

Início: 18Jun70 (por alteração da anterior designação de CCaç 2590)
Divisa: Sempre Mais Além
Extinção: 18Ag074

Síntese da Actividade Operacional

Em 18Jan70, foi criada por alteração da sua designação anterior, integrando
os quadros e praças especialistas metropolitanos, que constituíam anteriormente
a CCaç 2590, e pessoal natural da Guiné, da etnia Fula.

Continuou instalada em Bambadinca, como subunidade de intervenção e
reserva do CAOP 2, sendo particularmente orientada para a realização de
patrulhamentos, escoltas a colunas de reabastecimento e segurança, protecção
dos trabalhos de construção da estrada Bambadinca-Xime e acções sobre grupos
e bases inimigas, estas efectuadas nas regiões de Enxalé, Ponta do Inglês, Ponta
Varela, Satecuta e Madina-Belel, em reforço do sector de Bambadinca. 

Destacou ainda pelotões para aldeamentos da zona por períodos variáveis, nomeadamente para Missirã, ponte do rio Undunduna e Nhabijões entre outras, com vista a garantir a segurança e protecção das populações.

Em finais de Mar73, rendendo a CArt 3494, assumiu a responsabilidade do
subsector de Xime, onde se instalou, ficando integrada no dispositivo e manobra
do BArt 3873 e depois do BCaç 4616/73.

Em 18Ag074, foi desactivada e extinta.

Observações:
Tem História da Unidade até Fev71 - CCaç 2590/CCaç 12 (Caixa n.º 124 - 2ª
Div/4ª Sec, do AHM).


Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas de unidade: Tomo II - Guiné - (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002), pág. 632.
__________


(**) Último poste da série > 28  de janeiro de  2021 > Guiné 61/74 - P21818: In Memoriam (387): José Eduardo Oliveira (JERO) (1940-2021), que eu conheci em 2010, na Tabanca do Centro, em 27/1/2010... Na formatura do recolher de hoje, respondo "Presente!", com o meu poema "Reencontros" (José Belo, Suécia)

domingo, 31 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21832: Excertos do Diário de António Graça de Abreu (CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74) (24): O gen Costa Gomes, Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, em visita ao CTIG, em 8/1/1973, cumprimenta oficiais e população, em Teixeira Pinto, segundo vídeo da RTP Arquivos


Fotograma nº 1  > Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > 8 de janeiro de 1973 > Costa Gomes, ao centro, entre o cor pqdt, comandante do CAOP1. 


Fotograma nº 2


Fotograma nº 3


RTP Arquivos >  1973-01-13 > Vídeo (2' 17 ''> General Costa Gomes,  Chefe do Estado Maior das Forças Armadas,  visita aquartelamentos militares na Guiné Bissau, primeiro Teixeira Pinto e depois o Pelundo.

Sinopse: "General Costa Gomes e General António Spínola, Governador Geral da Guiné, a sair de helicóptero no aquartelamento de Teixeira Pinto; cumprimentam individualidades militares e locais; comitiva automóvel a partir de carro em movimento; em Pelundo o General Costa Gomes e o General António Spínola cumprimentam militares e populares; milícias em parada; a marcar passo; vacas e bezerros a pastar."

Reprodução de fotogramas, através da função "print screen", com a devida vénia à RTP Arquivos. 

O vídeo (2' 17''), completo, mas sem som, pode ser visto aqui. A visita foi a 8 de janeiro de 1973, mas o vídeo só passou no telejornal [, na altura, "noticiário nacional"], em 13/1/1973. Ainda não havia internet, e a bobine com o filme tinha que ir no avião da TAP... Hoje é tudo instantâneo, como o pudim...


1. Ao visionar o  vídeo.  fomos descobrir dois  dos nossos grã-tabanqueiros, o Mário Bravo, ex-alf mil médico, e o António Graça de Abreu, ex-alf mil, CAOP1 (Mansoa, Teixeira Pinto e Cufar,  1972/74).
 

No seu 
Diário da Guiné - Lama Sangue e Água Pura (Lisboa, Guerra e Paz, 2007, 220 pp),  o António Graça de Abreu dedicou três linhas a esta visita (p. 68)....


Canchungo, 8 de janeiro de 1973 


O general Spínola e o general Costa Gomes estão na sala ao lado,  com o coronel [Durão, comandante do CAOP1,], o tenente-coronel do Batalhão e os majores todos. 

Vieram arejar as cabeças ou polui os ares ?  Que congeminam  estes crâneos  iluminados pelos clarões da guerra ?  (*)


2. Na altura, ainda estava lá, em Teixeira Pinto, o Mário [Silva] Bravo, [ex-Alf Mil Médico, que passou por Bedanda, neste caso pela CCAÇ 6, entre dezembro de 1971 e março de 1972; trabalhou depois como cirurgião  no HM 241, em Bissau, acabando a comissão em Teixeira Pinto, e não em BIssau, no HM 241, como já escrevemos noutro poste] (**)

E a propósito ele fez o seguinte comentário, há pouco:

"Caro Luis Graça, um grande abraço e parabéns pela publicação do vídeo. Encontrei este mesmo vídeo no Facebook e até partilhei, para que não se perdesse. 

No blogue dizes que eu fui terminar a comissão em Bissau, como cirurgião, mas não foi assim. Como já tinha terminado a comissão, e não me "tiravam" de Teixeira Pinto, o cor Durão passou-me ele próprio uma guia de marcha sem local militar de destino, dizendo só Bissau. E que eu me desenrascasse.!!!... E lá tratei da vidinha, com a ajuda do meu comandante de Bedanda, passei à disponibilidade em Bissau, mas não no Hospital. Está feita a correcção.

Lembro bem desta visita do gen Costa Gomes".



Guiné > Região do Cacheu > CAOP 1 > Teixeira Pinto > 1972 > O Alf Mil Médico Mário Bravo,  o quarto a contar da esquerda, de óculos. Está  no meio de um grupo de oficiais, entre eles o António Graça de Abreu,  alferes miliciano (CAOP1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74), o primeiro da esquerda. 

O António Graça de Abreu veio depois  agora completar a legenda: 

"O Mário Bravo lembrou-se de mim em Teixeira Pinto e mandou essa fotografia onde apareço jovem, quase menino, na ponta esquerda da foto. Na ponta direita está, de camuflado, o meu amigo capitão miliciano António Andrade, comandante da 35ª Companhia de Comandos, também amplamente referido no meu livro. 

"Entre mim e o Bravo estão o alferes [Franciso] Gamelas, da Companhia 3863 [, mais exatamenet, cmdt do Pel Rec Daimler 3089, Teixeira Pinto,  1971/73 ], e o alferes Cravinho (de calções), do nosso CAOP 1 e meu companheiro de quarto".

Foto (e legenda): © Mário Bravo (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 20 de outubro de  2013 > Guiné 63/74 - P12179: Excertos do Diário de António Graça de Abreu (CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74) (23): Duas referências ao Marcelino da Mata

Guiné 61/74 - P21831: Tabanca Grande (509): Manuel Alves da Palma, ex-1.º Cabo Atirador da CCAÇ 4142/72, Gampará, 1972/74. Senta-se à sombra do nosso poilão no lugar n.º 827


1. Em mensagem do dia 29 de Janeiro de 2021, o camarada Sousa de Castro, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, tertuliano n.º 2 do nosso Blogue, envia-nos a inscrição na nossa tertúlia de mais um tertuliano que se vem sentar à sombra do nosso "Poilão Sagrado":

Caros amigos,

Apresento a todos os “atabancados” à sombra da Tabanca Grande um camarada que tal como nós calcorreou as matas da Guiné.
Curiosamente para além de ser um camarada d’armas, é também um camarada de trabalho do tempo do saudoso Estaleiros Navais de Viana do Castelo, onde foi soldador, trabalhámos naquela empresa sem que nunca tivéssemos tido oportunidade de falarmos sobre as nossas guerras devido a trabalharmos em áreas e secções diferentes.

Foi através das redes sociais que descobrimos termos algo em comum, ele esteve em Gampará e eu no Xime, embora a minha CART 3494 um pouco mais antiga, as nossas companhias ajudavam-se mutuamente quando era necessário apoio de fogo.

Chama-se:
Manuel Alves da Palma, nasceu a 07JAN1951
Ex-1.º Cabo Atirador da companhia independente CCAÇ 4142/72 (Herdeiros de Gampará);
Reside em Areosa - Viana do Castelo.

A companhia começou a ser formada em Junho de 1972 no RI 1 na Amadora, depois da instrução de especialidade rumou à Guiné a 16SET1972 onde no Cumeré fez o IAO (Instrução de Aperfeiçoamento Operacional).

Finda a instrução é colocada em Gampará a 18OUT1972 onde rendeu a CART 3417 (Os Magalas de Gampará).

Finda a comissão regressaram em Agosto de 1974.

É elemento activo do Grupo Etnográfico de Areosa para além de se dedicar à pesca.

Com amizade,
A. Sousa de Castro
Janeiro, 2021


Fotos de Manuel Palma nas suas actividades lúdicas e culturais

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2. Nota de Sousa de Castro:

Fotos de Gampará do tempo do Manuel Palma, onde aparece retratada uma canoa que faz lembrar a do Poste 21822:


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3. Comentário do editor CV:

Caro Sousa de Castro, muito obrigado por apresentares o teu amigo e nosso camarada Manuel Palma à tertúlia.

Caro Manuel Palma, sê bem-vindo à nossa Tabanca Grande, apadrinhado pelo teu amigo Sousa de Castro, com quem laboraste nos Estaleiros de Viana do Castelo. Como ele, também tu palmilhaste as terras cor de sangue da Guiné.

Futuramente, caso tenhas endereço de correio electrónico, poderás comunicar directamente connosco, caso contrário, contaremos com a colaboração do Sousa de Castro no papel de intermediário.
Deverás ter em conta que as fotos enviadas futuramente devem ser acompanhadas de legendas, referindo a data, o local e os retratados. Também esperamos que nos envies a narrativa de algumas das tuas memórias, as que consideres mais significativas. Podes sempre contar connosco para qualquer esclarecimento.

Ficas com o lugar virtual 827 da nossa tertúlia, onde poderás instalar-te. Navega e explora o nosso Blogue onde encontrarás inúmeras memórias fotográficas e escritas.

Recebe um abracelo da tertúlia e dos editores que ficam ao teu dispor.
Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 30 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21827: Tabanca Grande (508): Joaquim Costa, ex-fur mil at Arm Pes Inf (CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74), natural de Vila Nova de Famalicão; senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 826

Guiné 61/74 - P21830: Blogues da nossa blogosfera (148): Jardim das Delícias, blogue do nosso camarada Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 (58): Palavras e poesia


Do Blogue Jardim das Delícias, do Dr. Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887, (Canquelifá e Bigene, 1966/68), com a devida vénia, reproduzimos esta publicação da sua autoria.


Memórias, saudades, alegrias e tristezas

Adão Cruz

Este é o meu velho consultório de há quase cinquenta anos, fechado desde o início da pandemia. Entro lá de vez em quando, sento-me no sofá, e os meus olhos enchem-se de vazio. Não admira. Por aqui passaram milhares de pacientes, de Vale de Cambra, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Arouca, Alvarenga, Castelo de Paiva, Castro Daire, Cinfães do Douro, Amarante, Gondomar, Porto, Matosinhos, Espinho, Ovar, Estarreja, Aveiro, Albergaria e mesmo de mais longe, como S. Pedro do Sul, Viseu, Carregal do Sal, Guarda e até de Lisboa. Por aqui passaram também neste meio século muitos emigrantes, sobretudo em tempo de férias, da França, da Inglaterra, da Alemanha, da Suíça, do Luxemburgo, da Venezuela, do Brasil e até dos Estados Unidos.

A quarta fotografia mostra dois aparelhos, ecocardiógrafos. O mais pequeno, do lado esquerdo, um Alloka SSD 110 S (peça de museu), foi o primeiro ecocardiógrafo bidimensional que entrou no país, importado directamente do Japão. O da segunda foto foi o último que adquiri e que funciona correctamente. Tive ao todo oito ecocardiógrafos, três neste consultório e mais cinco no Gabinete de Ecocardiografia, em colaboração com os meus grandes e inesquecíveis amigos Dr. Duarte Correia e Professor Cassiano Abreu Lima. Entre eles, o primeiro Eco-Doppler a cor. Havia apenas dois laboratórios de Ecocardiografia no Porto que serviam todo o norte de Portugal.

A quinta foto a contar do fim mostra a velha secretária da minha empregada Aldina, mulher carinhosa e simpática que os doentes adoravam, conhecida por todas as redondezas e que sempre me acompanhou em quase sessenta anos, desde o início da clínica geral em Vale de Cambra, antes e depois da guerra da Guiné.

A quarta fotografia a contar do fim mostra o soneto que dediquei ao meu pai e que ainda se encontra na parede da primitiva sala de espera. As três seguintes são algumas das minhas primeiras pinturas que ainda por lá se encontram penduradas.

A despeito da idade, tudo poderia acabar de forma menos dura e menos triste, se não fosse a maldita pandemia. Mas a vida é assim e não há volta a dar-lhe.

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Nota do editor

Poste anterior de 20 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21666: Blogues da nossa blogosfera (146): Jardim das Delícias, blogue do nosso camarada Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 (57): Palavras e poesia

Último poste da série de 21 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21792: Blogues da nossa blogosfera (147): PANHARD - Esquadrão de Bula (Guiné, 1963/1974) (3): Nos dias da guerra: As Panhard em Guidage (José Ramos, ex-1.º Cabo Condutor de Panhard AML do EREC 3432)

Guiné 61/74 - P21829: Blogpoesia (716): "As ideias não dormem no chão"; "A encomenda esperada"; "Ameaças" e "Desfizeram-se as brumas", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 728

1. A habitual colaboração semanal do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) com estes belíssimos poemas, enviados, entre outros, ao nosso blogue durante esta semana:


As ideias não dormem no chão

No chão, vivem a terra e o húmus.
Os pés as pisam, inclementes,
Possantes.
Se alheiam dos sonhos e do belo.
Elas clamam socorro às mentes.
Alheadas, nas canseiras da vida.
Só o arado revolve as raízes.
Crescem e amaduram ao sol e à chuva.
Voam no ar seduzindo os sonhos.
Brotam do chão os frutos que saciam a alma.
Poetas, pintores entoam poemas nas telas
Como flores num jardim.


Berlim, 30 de Janeiro de 2021
10h9m
Jlmg


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A encomenda esperada

Ainda não chegou a encomenda esperada.
Bateram à porta. Mas por engano.
Era na porta ao lado.
O bom e o não pdem surpreender-nos,
A toda a hora.
Ainda ontem, cozinhou de festa para a netinha doce.
Fez anos.
Estava mesmo a chegar. Sem o saber.
Hoje, já cá não está.
Partiu para sempre,
Para o reino da saudade e da esperança.
Descansa em paz, camarada de guerra.
Um "ranger" apaixonado e desprendido.
O Roger dos "comandos" da Guiné.
O Senhor te tenha em bom lugar...


Berlim, 28 de Janeiro de 2021
15h29m
Jlmg


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Ameaças

Pairam ameaças tonitruantes pelos céus.
Aves agoirentas toldam-nos de sons sinistros.
Sobem prantos de dor e lágrimas.
Clamando o seu perdão.
Se transviou a humanidade.
Errou a rota,
Escolhendo mal os seus caminhos.
Há sinais evidentes de que ainda é tempo.
Não tem fim a divina clemência.
Sempre pronta a acolher o tresmalhado.


Berlim, 26 de Janeiro de 2021
9h36m
Jlmg


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Desfizeram-se as brumas

Desfizeram-se as brumas na história da humanidade.
Se desfiguraram os sonhos da paz e da solidariedade.
É tudo sete cães a um osso.
Regrediu ao reino do homem da caverna.
Todos tratam de seu umbigo.
É o vale tudo.
O que importa é o nosso osso.
Para os homens do poder é era do vale tudo.
Se matar o semelhante, porque não?
Não falte o pão e o vinho na mesa do poder...


Ouvindo Rimsky-Korsakov: Scheherazade op.35
Jlmg

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Nota do editor

Último poste da série de 24 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21801: Blogpoesia (715): "Naquelas paredes negras", "Vou partir" e "Tem sabor a fado", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 728

Guiné 61/74 - P21828: História da 3ª Companhia de Comandos (1966/68) (João Borges, 1943-2005) - Parte XI: atividade operacional, agosto/setembro de 1967, destaque para a Op Vénus, no Morés, região do Oio


Guiné > Bissau > Brá > 1966 > CCmds do CTIG >  O Alf Mil Virgínio Briote, à esquerda, ladeado de dois dos primeiros comandos africanos, o Jamanca e o Joaquim. Esta era a 1ª equipa do seu grupo de comandos, "Diabólicos" [que, juntamente com os "Centuriões", do alf mil 'comando' Luís  Rainha, fez a primeira operação helitransportada no CTIG, em março de 1966 (*)]. 

Essta foto foi tirada em vésperas da Op Atraca. O 1º cabo Abdulai Queta Jamanca integraria depois a 3ª CCmds, cuja história temos estado a apresentar.

 
 Foto (e legenda): © Virgínio Briote  (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





Brasão da 3ª CCmds (1966/68)





1. Começámos a publicar, em 17/11/2020, uma versão da História da 3ª Companhia de Comandos (Lamego e Guiné, 1966/68), a primeira, de origem metropolitana, a operar no CTIG. (Hão de seguir-se lhe, até 1974, mais as seguintes: 5ª, 16ª, 26ª, 27ª, 35ª, 38ª e 4041ª CCmds.)

O documento mimeografado, de 42 pp., que nos chegou às mãos, é da autoria de João Borges, ex-fur mil comando, já falecido (em 2005), e que vivia em Ovar. Trata-se de um exemplar oferecido ao seu amigo José Lino Oliveira, com a seguinte dedicatória:

"Quanto mais falamos na guerra, mais desejamos a paz. Do amigo João Borges".

Uma cópia pelo José Lino foi entregue ao nosso blogue para publicação. (*)




História da 3ª Companhia de Comandos
(1966/68) (**)


3ª CCmds
(Guiné, 1966/68) / João Borges
Parte XI (pp. 26-29)




16 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21774: História da 3ª Companhia de Comandos (1966/68) (João Borges, 1943-2005) - Parte IX: atividade operacional: maio de 1967: destaque para a Op Xerês

9 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21751: História da 3ª Companhia de Comandos (1966/68) (João Borges, 1943-2005) - Parte VIII: atividade operacional: março/abril de 1967: destaque para a Op White Label: golpe de mão ao acampamento de Cã Quebo, no Oio, que dispunha de abrigos de cimento

4 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21733: História da 3ª Companhia de Comandos (1966/68) (João Borges, 1943-2005) - Parte VII: atividade operacional: dezembro 1966 / fevereiro de 1967: destaque para a Op Valquíria, Catió, Cufar

27 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21699: História da 3ª Companhia de Comandos (1966/68) (João Borges, 1943-2005) - Parte VI: atividade operacional: Susana (Arame), Jababá (Flaque-Cibe e Bissilão), novembro de 1966

20 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21667: História da 3ª Companhia de Comandos (1966/68) (João Borges, 1943-2005) - Parte V: atividade operacional: Jugudul (Ansonhe e Ponta Bará), Tite (Jorge), outubro de 1966

16 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21650: História da 3ª Companhia de Comandos (1966/68) (João Borges, 1943-2005) - Parte IV: atividade operacional: Tite (Nova Sintra, Flaque Cibe, Jabadá, Jufá), setembro de 1966

10 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21628: História da 3ª Companhia de Comandos (1966/68) (João Borges, 1943-2005) - Parte III: Composição orgânica

24 de novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21578: História da 3ª Companhia de Comandos (1966/68) (João Borges, 1943-2005) - Parte II: Cruz de Guerra de 1ª classe; Mobilização, composição e deslocamento para o CTIG

17 de novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21552: História da 3ª Companhia de Comandos (1966/68) (João Borges, 1943-2005) - Parte I: "A minha história"

sábado, 30 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21827: Tabanca Grande (508): Joaquim Costa, ex-fur mil at Arm Pes Inf (CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74), natural de Vila Nova de Famalicão; senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 826




Joaquim Costa, ex-fur mil at Armas Pesadas,
CCAV 8351 (Cumbijã, 1972/74)

Fotos (e legenda): © Joaquim Costa (2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 


1. Mensagem de Joaquim Costa, novo membro, nº 826, da nossa Tabanca Grande (*):

Date: terça, 26/01/2021 à(s) 12:32
Subject: Pedido de adesão

Meu caro camarada Luís Graça, e amigo dos meus amigos e por isso (desculpando a presunção) meu amigo és.

Fui Furriel Miliciano, passei pela nossa Guiné de 72 a 74, tendo pertencido à companhia de intervenção CCAV 8351 ("Os Tigres do Cumbijã") cujo capitão era o já teu conhecido Vasco da Gama, de Buarcos (**.[Tem mais de 80 referências no nosso blogue.]

Fiz o percurso habitual até chegar à Guiné: Caldas da Rainha; Tavira (especialidade de armas pesadas); Chaves; formação da CCAV 8351 em Estremoz com uma passagem fugaz por Portalegre.

Não obstante um abstémio das redes sociais, sou um frequentador assíduo do teu blogue, mais particularmente nestes últimos 5 anos, altura em que me aposentei do Ensino

De há cinco anos a esta parte que todos os dias digo para comigo: "É hoje que vou deixar de ser um elemento passivo e passar a elemento ativo do blogue"...mas a inércia do corpo sempre venceu a dinâmica da mente.

Com a maldita Covid (não cocaína!), e a obrigatoriedade da preguiça contemplativa, a mente venceu este corpo invadido pelo reumático que, não obstante ser uma maleita de infância, foi agravado pelo cacimbo da Guiné.

E aqui estou, com a humildade que se impõe, perante todos estes catedráticos de estratégia militar bem como cronistas e escritores de primeira água, pedir permissão para entrar, sujeitando-me às praxes se tal as houver.

Embora me escasseiem a arte e o engenho, meti, de forma titubeante, mãos a uma hercúlea tarefa, A de rabiscar um conjunto de histórias ou estórias, desde a infância até aos tempos da Guiné.

Tive a ousadia de lhe chamar Paz e Guerra (que me desculpe Tolstoi mas este é um livro do avesso!) tendo como subtítulo: "De Pequeno ao Furriel Pequenina",

Embora não passe ainda de projeto, gostaria de partilhar no blogue parte destas vivências, se tal virem nos mesmos qualidade bastante para aqui serem difundidas, permitindo assim o crivo dos leitores, em particular dos que se acharem visados pelos mesmos, corrigindo o que houver a corrigir antes de o mesmo passar a livro.

Não abusando do teu tempo, a seu tempo pedirei permissão para a publicação de fotos propriedade do Blogue bem como citações de vários bloguistas.

Como creIo ser obrigatório, envio as duas fotografias da praxe bem como um resumo do meu percurso profissional.

Grande abraço,
Joaquim Costa
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Nota biográfica - Joaquim da Silva Costa

  • Nasceu a 27 de Abril de 1950
  • Minhoto de Vila Nova de Famalicão
  • Professor do Ensino Secundário
  • Com formação em engenharia eletromecânica pelo ISEP e um Curso Superior Especializado em Direção Pedagógica e Administração Escolar (ESEJP)
  • De 1975 a 1981 lecionou em várias escolas: Santo Tirso, Portalegre, Santarém, V.N. da Famalicão e Peso da Régua até se fixar em Gondomar.
  • De 1982 a 1985 foi destacado para a então Direção Geral do Ensino Secundário para exercer as funções de Orientador Pedagógco: Integrando a Equipa Pedagógica n.º 1 da DREN, orientou os estágios de professores nas escolas de V. N. de Gaia, V. N. de Famalicão, Braga, Barcelos , Viana do Castelo e Ponta Delgada (Açores)
  • Na escola Secundária de Gondomar ( mais tarde Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar) exerceu as funções de Vice-Presidente do Conselho Diretivo durante 4 anos e a de Diretor durante 20 anos
  • Responsável, durante 3 anos, pela cadeira de Prática Pedagógica, na profissionalização em serviço de professores, dos grupos: 430 e 520, na Escola Superior de Educação do Porto
  • Como profissional liberal, foi técnico responsável por projeto, exploração e execução de infraestruturas de eletricidade, telecomunicações e gás.
  • Durante vários anos trabalhou em regime de "part tame" numa empresa de construção civil e obras públicas
  • Foi ainda diretor pedagógico de um Polo de formação profissional do IEFP
  • Reformou-se em Maio de 2015 ao fim de 40 anos de serviço no ensino e 3 de serviço militar-...Ufff…!!!


Guiné > REgião de Tombali > CCAV 8351 (Cumbijã, 1972/74) > Nhacobá > s/d > Furriéis Azambuja Martins e Costa


Foto (e legenda): © Vasco da Gama (2009). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Aqui fica, desde já o índíce e a nota inicial do projeto de livro


PAZ E GUERRA (DE PEQUENO AO FURRIEL PEQUENINA)


ÍNDICE
Paz
1 – O primeiro dia das nossas vidas
2 – Dois tostões, o preço da privacidade
3 – A primeira grande (b)vitória
4 – As minhas tamanquinhas
5 – Sem pão "catem" (não há) presunto
6 – A primeira viagem para além do Ave
7 – A ida ao médico
8 – O mata bicho
9 – Caldas da Rainha – A chegada às portas da tropa … grande fardo!
10 – Tavira - Amor, ódio … e trampa
11 – Chaves – Férias, o Estraga a Tábua … e o Forte de São Francisco
12 – Estremoz – A "Outra Família", o Águias D'Ouro… e o Zé D'Alter
13 – Portalegre – De passagem, a fotografia… e o discurso
14– A Viagem dos três tristes tigres

Guerra
15 – O Embarque, as(os) hospedeiras(os) … e África Minha
16 – O batismo… com a reza do terço
17 – Gato por lebre.
18 – As nossas lavadeiras… e o Furriel Pequenina
19 – Cumbijã – A nossa modesta casinha, os picadores e a crueldade das minas
20 – A primeira visita dos "vizinhos"
21 – A cruel confirmação do discurso – "o primeiro murro no estômago"
22 – A segunda visita dos "vizinhos"
23 – Operação "Balanço Final" - A retribuição das visitas
24 – O dia mais negro – "o segundo murro no estômago"
25 – A primeira noite… em Nhacobá
26 - "Bora lá" para a nova casa (Nhacobá)
27 – Férias... e o teste da cerveja
28 – O regresso de férias – "o terceiro murro no estômago"
29 – O que outros disseram de nós
30 – A Ração de Combate
31 – O Cantinflas do Cumbijã
32 – As hortinhas dos "Duros" do Cumbijã
33 – Outras guerras... outros protagonistas
34– Atividades lúdicas… e Grândola Vila Morena
35– Galinha gorda... por muito dinheiro
36 – O regresso a casa

Nota inicial

Este meu pequeno livro não é, nem tem essa pretensão, autobiográfico. Não há lastro de vida que o justifique. São apenas flashes, de vivências de uma família numerosa no contexto de uma região, e de uma época, bem como vivências de um grupo de homens (...a outra família) que um acaso juntou em plena guerra colonial. Não é mais do que um auxiliar de memória coletiva para que se não percam nas brumas do tempo quer:

- As vidas de uma geração de homens e mulheres que em contextos tão adversos foram capazes de criar sólidos alicerces que tinham como cimento os valores do trabalho, da partilha, da honestidade da lealdade e da honra, e onde os seus filhos nasciam e cresciam como ramos de uma sólida árvore. O Zé e a Gracinda foram os pilares de uma dessas famílias: resilientes, determinados, de uma riqueza humana incomensurável e de uma grande sabedoria, não obstante nunca terem frequentado a escola;

- Bem como o sacrifício de toda uma geração de jovens, quase adolescentes, que generosamente ofereceram os melhores anos da sua juventude, e, muitos a própria viva, a uma causa que lhe disseram nobre, de defesa da pátria. Podemos, e devemos, questionar a justeza da guerra (se é que há guerras justas), mas é imperdoável esquecer e mesmo ostracizar muitos destes homens (que não conseguiram vencer o trauma da guerra), ignorando o seu sofrimento (e das suas famílias) tendo como causas quer deficiências físicas múltiplas quer o stress pós-traumático

Não pretendo com este livro questionar, analisar ou julgar, pretendo apenas e tão só contar um conjunto de histórias; entre muitas, de uma forma cronológica; vivenciadas e marcantes pela sua singeleza, ingenuidade e caricato das mesmas; bem como narrar, de uma forma ligeira (nunca aligeirada), aspetos da vida de um grupo de militares na guerra colonial, ainda hoje (mal contada) não contada.

Aqui procurei, com objetividade, narrar os acontecimentos sem os contaminar com narrativas autoelogiosas ou de patriotismos serôdio.

Por respeito aos meus camaradas que pereceram em combate e aos que ficaram com sequelas físicas e psicológicas, não obstante uma narrativa mais intimista e menos belicista e patrioteira dos acontecimentos, diferente de muitas outras já publicadas, são relatados todos os momentos, uns mais alegres e divertidos, outros mais dramáticos e dolorosos, com o respeito e admiração que a situação exige e estes valorosos homens (que a pátria rapidamente esquece) inequivocamente merecem. Limitei-me a contar ocorrências e vivências, evitando juízos de valor precipitados, não fugindo ao objetivo inicial de apenas contar histórias.

Com a memória já gasta, não obstante o rigor dos acontecimentos relatados, pode acontecer que nem sempre a sua sequência cronológica corresponda à realidade. Irrelevante para o caso tendo em conta o objetivo da narrativa


2. Resposta do editor LG:

26/01/2021, 13:10



Grande Tigre do Cumbijã!... Camarada e colega (também fui docente.. ) e, desde agora, membro da Tabanca Grande, com direito a sentares-te, à sombra do nosso sagrado e fraterno poilão, no lugar nº 826 (está "cativado", é teu):

Joaquim, fico feliz (, ficamos todos,) pela tua decisão. Como acompanhas o nosso blogue, há pelo menos 5 anos, sabes bem que temos incentivado os nossos camaradas a escrever e, se possível, publicar em papel... Hoje há outras alternativas como o e-book... De qualquer modo, temos o nosso blogue onde já se revelaram muitos talentos literários. Muitos livros aqui, dezenas e dezenas..

Fico entusiasmado com o teu projeto. Teremos muito gosto em publicar ( logo partilhar, ) as tuas memórias como minhoto, português,professor, engenheiro e ex-combatente. Como sabes, não somos um "blogue de causas", logo não temos qualquer "agenda político-ideológica"... Falamos de tudo ou quase tudo o que nos diz respeito, enquanto amigos e camaradas da Guiné, evitando apenas o "terreno minado" da PRF (Política, Religião e Futebol)... (Entenda-se: política partidária, proseltismo religioso, futebol clubístico...).

Gostamos de dizer que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande, nela cabendo todos nós (e mais alguns...) com tudo o que nos une e até com aquilo que nos pode separar... Portanto, Joaquim. estás em casa, e ainda por cima não muito longe (menos de uma hora de carro) da minha segunda terra, Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses (, também região demarcada do Vinho Verde) ...

Eu próprio faço questão de te apresentar à Tabanca Grande, o mais rápido possível. Manda, entretanto, em formato jpg, se possível, mas pode ser também em pdf, uma foto tua, fardado... Só me chegou, em boas condições, a tua foto atual.

Boa saúde. Mantenhas. Protege.te. Luis

PS - Se quiseres que a gente te dê os parabéns, quando chegar o teu dia de aniversário, dá ao teu OK. Dou conhecimento ao nosso coeditor Carlos Vinhal.


3. Resposta do Joaquim Costa
26/01/2021, 14:45

A Guiné, o ensino e “Baco” nos une, ergamos as nossas taças e brindemos, se não te importas com Alvarinho, pela amizade que nasce e pela saúde de todos aqueles que viveram momentos difíceis, e momentos de grande cumplicidade na guerra colonial

Reenvio a foto solicitada
Um grande abraço de amizade


4. Resposta de LG:


26/01/2021, 14:57


À tua, Joaquim!... Bebamos, pois, um copo, mesmo que metaforicamente falando, da nobre casra Alvarinho, à tua, à nossa saúde! E aos 17 anos do blogue, que nasceu em 23/4/2004... E, claro, à tua entrada na Tabanca Grande, pela porta grande...

Obrigado pela foto, mais logo vou-te apresentar ao resto da rapaziada: somos 826 (contigo), mas infelizmente mais de 10% já deixou a "terra da alegria", embora continuando, ao nosso lado, em espírito... 

Um abração, Luis
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25 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21692: In Memoriam (378): Isabel Levezinho (Lisboa, 1952 - Oeiras, 2020), esposa do Tony Levezinho (ex-fur mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)... A sua memória fica inscrita, a título póstumo, no lugar nº 824, sob o fraterno e simbólico poilão da Tabanca Grande (Luís Graça)

9 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21626: Tabanca Grande (506): António Marreiros, natural de Sagres, a viver há 48 anos no Canadá, ex-alf mil em rendição individual, CCaç 3544 (Buruntuma, 1972) e CCAÇ 3 (Bigene e Guidage, 1972/74): senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 822

4 de novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21516: Tabanca Grande (505): Serra Vaz senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 821: foi fur mil op esp, CCAÇ 2335 (Angola, 1968/70) e dedica-se ao estudo de memoriais militares

(**) Vd. postes de:

7 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3581: A História dos Tigres de Cumbijã, contada pelo ex-Cap Mil Vasco da Gama (1): Apresentação e Chegada a Bissau

15 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3624: A história dos Tigres de Cumbijã, contada pelo ex-Cap Mil Vasco da Gama (2): Natal de 1972 em Aldeia Formosa

16 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3638: A história dos Tigres de Cumbijã, contada pelo ex-Cap Mil Vasco da Gama (3): Jan 73: Com o Cherno Rachide, em Aldeia Formosa

17 de Dezembro de 2008 Guiné 63/74 - P3640: A história dos Tigres de Cumbijã, contada pelo ex-Cap Mil Vasco da Gama (4): 1973, Ano Novo... Vida Velha

28 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3675: A história dos Tigres de Cumbijã, contada pelo ex-Cap Mil Vasco da Gama (5): Ocupação do Cumbijã e construção das instalações

4 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3697: A história dos Tigres de Cumbijã, contada pelo ex-Cap Mil Vasco da Gama (6): Aditamentos (Vasco da Gama)

20 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3765: A história dos Tigres de Cumbijã, contada pelo ex-Cap Mil Vasco da Gama (7): A visita do General Spínola

15 de fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3898: A história dos Tigres de Cumbijã, contada pelo ex-Cap Mil Vasco da Gama (8): Maio de 1973 na vida da CCAV 8351 - (Parte I)

[As partes II e III não foram publicadas. LG]