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domingo, 25 de outubro de 2009

Guiné 63/74 - P5157: Histórias de heroísmo (1): Sold nº 939 Paulo: Olha os cabrões, já me f... a arma! (José Colaço)

1. Texto do José Colaço, ex-Sold Trms, CCAÇ 557 (Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65), membro da nossa Tabanca Grande desde Junho de 2008 (*).


Olha, os cabrões, já me foderam a arma!

O título é forte mas o Paulo merece... Na descrição do texto direi a razão, mas os nossos editores têm toda a liberdade de o alterar se verem que ofende a moral pública.

No dia 3 de Agosto de 1964, os trabalhos da construção do quartel [de Cachil] podiam ser dados como concluídos. As explorações à mata do Cachil por ordem do CTIG tinham deixado de ter interesse, parece que o ponto fulcral era agora abrir o caminho Catió-Cufar.

É recebido uma mensagem no subsector do Cachil para a companhia, a 557, dispor de quase todo os efectivos, para participar na tentativa de limpar Cufar, zona onde o inimigo estava muito bem instalado. (A sorte foi que o inimigo nunca se lembrou de atacar o quartel num desses dias).

Nesta operação estavam também envolvidas outras forças, a companhia de Catió e os fuzileiros do sétimo destacamento que nesse dia pelo menos foram contemplados com uma baixa, o sargento vago mestre, o homem levou uma bazucada no ventre e levantou, num autêntico voo. Morte imediata com aquela zona do corpo desfeita.

A operação para a CCaç 557 era só por um dia. Principal razão: a insegurança em que o quartel do Cachil ficava. Havia camaradas que se ofereciam para trocarem e irem para o mato com todos os perigos que sabiam iam encontrar, mas o receio de ficarem no quartel ainda era maior.

As tropas da CCaç 557 saíram ao romper da manhã, embarcadas nas lanchas LDP e LDM e lá seguiram pelo rio Cumbijâ até à zona programada para o desembarque. As viaturas de Catió só iam até onde fosse considerado zona de segurança. A partir dai era a autopenantes.

Lá seguimos até encontrar o confronto com o inimigo. Era uma zona de mato como é normal, mas havia naquele local uma seara de milho, o que dava para ocultar a nossa progressão mas não protegia nada do fogo inimigo, que estava bem instalado e armado com um poder de fogo muito forte.

Houve da nossa parte um pequeno recuo, mas o pessoal não se apercebe de momento que o ilhéu 2º sargento Conde estava ferido com dificuldades de locomoção, mas pior estava o soldado nº 938 António Pires Martins Belo, mais conhecido entre nós pelo alentejanito, devido ao seu porte físico. Ele gritava com dores sem se poder deslocar e isolado.

Entretanto dois elementos do inimigo apercebem-se da situação do nosso camarada, e rastejam para tentar resgatar o António. E é aqui que surge o primeiro acto de coragem dos soldados nº 939, Dionísio da Conceição Paulo, e nº 917, António de Jesus Guilherme.

Foi feita uma barreira de fogo, os referidos soldados rastejam por baixo dessa barreira de fogo, o Paulo carrega o António Belo às costas, sempre a rastejar até conseguir trazer o camarada António para junto de nós, e o Guilherme trouxe a G3 do António Belo, sempre protegidos pela barreira de fogo.

Mas, além do azar, em tudo por vezes também a sorte nos acompanha e neste caso o António Belo teve alguma sorte: primeiro os camaradas que num acto destemido, com risco da própria vida, [fazem tudo} para salvar o companheiro o amigo; a seguir a equipa médica do helicóptero que no local lhe fez duas ou três transfusões de sangue senão o António Belo tinha-se finado.

O António Belo foi operado no Hospital 241 em Bissau onde permaneceu cerca de cinquenta e poucos dias, a seguir foi enviado para a metrópole para tratamentos e recuperação, não regressando mais à Guiné. O António hoje vive feliz em Castelo de Vide, casou, é pai, tem uma filha e um filho que trabalham e moram em Lisboa.

Bem, agora vamos esclarecer a história do titulo. O Paulo, assim que pôs o amigo em porto seguro, continuou como uma fera ferida, enraivecida, no seu ataque e defesa, mas a certa altura ouve um um barulho estranho na zona da culatra da G3 e simultaneamente a arma encrava. Olha para o carregador e vê no mesmo uma bala cravada. Reacção:
- Olha os cabrões, já me foderam a arma!

Seria normal até entrar em pânico mas a reacção foi esta... A seguir pega na arma do António Belo e continuou no seu acto de bravura.

Foi condecorado com a cruz de guerra, não sei de que ordem ou classe. O 2º sargento Conde, também evacuado para a Metrópole, não regressou à companhia, encontrei-o por acaso uma única vez num jogo de futebol Benfica-Sporting mas devido ao movimento e a ele já estar sentado só nos cumprimentámos.

Um alfa bravo, Colaço.

[ Revisão / fixação de texto / título: L.G.]

2. Comentário de L.G.:

A tua história merece que demos início a uma nova série, Histórias de Heroísmo... Palavra que usamos sempre com cautela, com pudor, com acanhamento e às vezes até com culpa!... Seria idiota, por preconceito, ou por um qualquer complexo (de culpa, de superioridade, de inferioridade seja o que for), não contarmos aqui as histórias dos nossos... heróis (da terra, do ar e do mar). Que os houve, seguramente, ao longo destes anos todos de guerra. De um lado e do outro, do nosso lado e do lado do PAIGC. Originalmente, a palavra herói, na língua grega, queria dizer, filho de um deus ou de uma deusa, e de um ser humano (homem/mulher), alguém que, pela genética, tinha qualidades sobre-humanas... O heroísmo é, pois, segundo os dicionários, "o conjunto de qualidades e acções que elevam um homem à classe de herói"...

Os heróis que conhecemos na Guiné eram de carne e osso, vulgares, mortais, com um buraco entre as pernas como os outros, nem melhores nem piores do que os outros, filhos de uma qualquer Maria e de um qualquer José... Como os teus camaradas, os Sold nº 939, Paulo, e nº 917, Guilherme...

Não quero aqui teorizar sobre o heroísmo na guerra. Quero apenas, como editor, agradecer-te mais esta história e desejar bom sucesso para as seguintes. A porta fica aberta. Deixemos aos leitores (devidamente identificados!) a tarefa de opinar, avaliar, criticar, malhar, comentar...

Quanto às ofensas à moral pública, José, que apareça o primeiro... filho da mãe que se atreva a atirar-te a primeira... pedra! Quanto ao Belo, vai daqui um quebra-costas valente, lá para Castelo Vide onde ele vive, espero que feliz e com saúde.

LG

___________

(*) Vd. postes relacionadas com o José Colaço e a CCAÇ 557:

2 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2912: Tabanca Grande (73): José Botelho Colaço, ex-Soldado de Trms da CCAÇ 557 (Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65)

20 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2970: Ilha do Como, Cachil, Cassacá, 1964: O pós-Operação Tridente (José Colaço)

29 de Julho de 2008 >Guiné 63/74 - P3099: Os Nossos Regressos (13): Fundeámos ao largo, com as luzes de Cascais...(José Colaço, Cachil, Bissau, Bafatá, 1963/65))

9 de Outubro de 2008 >Guiné 63/74 - P3287: Controvérsias (2): Repor a realidade vivida, CCAÇ 557, Cachil, Como, Janeiro-Novembro de 1964 (José Colaço)

19 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3334 O meu baptismo de fogo (14): Cachil, Ilha do Como, meia-noite, 25 ou 26 de Janeiro de 1964 (José Colaço)

11 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3598: O segredo de... (4): José Colaço: Carcereiro por uma noite

16 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4196: Blogpoesia (39): CCAÇ 557, Missão cumprida na Guiné (José Colaço/Francisco dos Santos)

1 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4765: Convívios (153): Almoço/Convívio: CCAÇ 557, Cahcil, Bissau e Bafatá 1963/65 - (José Colaço)

18 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5125: José Augusto Rocha: da crise estudantil de 1962 à Op Tridente, Ilha do Como, 1964 (José Colaço / Luís Graça)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Guiné 63/74 - P3155: Bibliografia (29): Ainda o "Rumo a Fulacunda" e o ex-Alf Mil Luís Rainha (Carlos Vinhal/Luís Rainha/Rui Ferreira)

1. Pretende o nosso Blogue ser um dos veículos para que seja reposta a verdade e o bom nome do ex-Alf Mil Luís Rainha, Comandante do Grupo de Comandos Centuriões, tratado indevidamente no livro Rumo a Fulacunda de autoria do nosso Tertuliano Rui A. Ferreira.

Assumimos esta responsabilidade porque:

i - No nosso Blogue foi dada certa notoriedade a este livro, embora tardiamente, já que o lançamento do mesmo se verificou no ano 2000.

ii - Parte dos nossos tertulianos, e leitores ex-combatentes da Guiné, o terão comprado para ler.

Felizmente, e porque temos algum cuidado em proteger as pessoas quando visadas com o nome próprio, não foi publicado no nosso Blogue qualquer parte do livro que ofendesse o bom nome do nosso camarada Luís Rainha ou outro qualquer ex-combatente.

Pensamos, com este poste dar por encerrada a nossa colaboração na compensação moral que o ex-Alf Mil Luís Rainha exigia e tinha direito, desejando que nunca mais se venham a verificar no nosso Blogue ou em algum livro bibliográfico da nossa Guerra Colonial, caso semelhante.

Carlos Vinhal
Co-editor


2. Mensagem do Luís Rainha (1), ex-Alf Mil, dirigida a Luís Graça em 25 de Agosto de 2008

Ex.mo Senhor Dr. Luis Graça

Dig.mo Criador, Editor e Administrador do Blogueforanadaevaotres

Assunto: Livro RUMO A FULACUNDA da autoria do T.Coronel Rui A. Ferreira

Chamo-me Luís Rainha, estive na Guiné, primeiro como Alf Mil do BCAV 705 e, mais tarde, nos Comandos do CTIG como Comandante do Gr Cmds Centuriões.

O que me leva a escrever-lhe é o recente conhecimento que tive da publicação do livro Rumo a Fulacunda escrito pelo Ten-Coronel Rui Alexandrino Ferreira, ao qual tem sido feita publicidade no Blogue.

Tinha, em tempos, ouvido algo sobre esse livro através do meu Camarada e Companheiro de Armas, Virgínio Briote e agora, de uma forma mais precisa através do Júlio Abreu, meu antigo Camarada dos Centuriões, que referiu ser o meu nome citado através de umas peripécias que, segundo o T.Coronel Rui A. Ferreira, teriam ocorrido comigo.

Naturalmente curioso entrei em contacto com a Editora Palimage, procurando saber onde o poderia adquirir. Dois ou três dias depois fui contactado pelo T.Coronel Rui A. Ferreira, que logo se prontificou a enviar-me a publicação.

Acabo de o ler e estou estupefacto ao ver o meu nome aparecer associado a eventuais factos que, segundo Rui Alexandrino Ferreira, teriam ocorrido comigo em determinada zona da Guiné.

Se tal facto ocorreu, quero afirmar aqui que não fui eu o protagonista nem me lembro de ter ouvido qualquer referência a tal acontecimento. Nem das minhas andanças pela Guiné me lembro de alguma vez me ter cruzado com o então Alferes Rui Ferreira.

Aliás, ao continuar a ler voltei a ficar surpreendido com uma passagem que o T.Coronel Rui A. Ferreira escreveu a respeito de um Camarada que muito bem conheci, o então Tenente Maurício Saraiva, que foi meu Instrutor e Camarada de Armas e que muito apreciei.

O senhor T.Coronel Rui A. Ferreira, ao telefone, referiu-me ter ouvido dizer que o Maurício Saraiva teria algures na Guiné um armazém ou arrecadação onde terá guardado armas apreendidas ao PAIGC e do qual se foi socorrendo ao longo da comissão nos Comandos, o que lhe terá servido para as numerosas condecorações que lhe foram atribuídas ao longo das comissões na Guiné e em Moçambique.

Como é que o senhor T. Coronel Rui Alexandrino Ferreira publica um livro com base em histórias que, segundo diz, terá ouvido?

O Maurício Saraiva (3) já cá não está para pedir as provas. Não me foi passada procuração pela mulher e filho para o defender, nem preciso, basta-me ter participado com ele em várias operações e ter apreciado as suas excepcionais qualidades de liderança em situações de combate, que aliás levaram as autoridades militares de então a condecorá-lo com Cruzes de Guerra, Valor Militar e a Torre e Espada.

Cabe aqui acrescentar um facto de que tive conhecimento muitos anos mais tarde. Após os acontecimentos do 11 de Março, o Maurício Saraiva pediu a demissão alegando não se reconhecer no Exército de então. Abandonou o País com um filho ainda pequeno, sem emprego e deficiente após meia dúzia de cirurgias de reconstituição de uma perna, resultante de uma mina A/P. E foi muito depois da situação político-militar estar estabilizada que, a pedido de vários Camaradas o Ministério do Exército procedeu à sua reintegração.

O livro Rumo a Fulacunda, para referir apenas as passagens que me dizem directamente respeito, não me pode assim merecer grande crédito. Custa-me a aceitar que um antigo Camarada escreva um livro com base no que se dizia na esplanada do Bento e, mais me custa ver os nomes de antigos Camaradas ligados a possíveis factos com os quais nada tiveram a ver. É pena, porque foi perdida uma oportunidade de abordar com seriedade e isenção aqueles anos dos inícios da Guerra na Guiné.

Dirijo-me ao blogue na convicção e na esperança de que uma parte dos leitores do Rumo a Fulacunda fazem parte da admirável Tertúlia de Camaradas da Guiné e, pelo menos nestes eu possa de alguma forma minorar os estragos que o livro me está a trazer.

Espero a compreensão dos editores e agradeço que publiquem esta pequena mensagem.

Recebam um abraço deste Camarada de armas que ainda hoje sofre por tudo aquilo que passámos.

Luís Manuel Nobreza D’Almeida Rainha
regisreginae@hotmail.com


3. Mensagem do nosso tertuliano Rui A. Ferreira, autor de Rumo a Fulacunda, com data de 21 de Agosto de 2008, enviada ao Luís Graça e já publicada no poste 3144 do dia 22 de Agosto passado, que publicamos novamente para esclarecimento total e definitivo deste lamentável incidente.

Assunto: Rumo a Fulacunda

Meu caro Luís

Todos os esclarecimentos para a verdade são importantes. Os que implicam com o bom-nome a que todos temos direito, ainda o são mais.

E tudo isto, porquê?

Sucedeu-me, e se assumo quanto a isso a responsabilidade do que escrevi, mantendo como verdadeiro e absolutamente coincidente com a realidade, sobre a actuação do grupo de comandos da Companhia de Comandos da Guiné, que em Dezembro de 1965, em reforço da CCAÇ 1420, deu de si fraca mostra do seu valor, mas lamentavelmente confundindo o grupo de Centuriões com o dos Vampiros, atribuí o seu comando ao então Alferes Rainha e não ao outro cujo nome não refiro, porque já não pertence a este mundo. (Quem pertenceu àquela Unidade sabe bem de quem se trata ou tratava).

Pela manifesta falta de rigor nessa troca de nomes de que efectivamente aquele se sente lesado, publicamente lhe peço as mais sentidas desculpas bem como lhe garanto que no próximo livro, que tenho em laboração referente à segunda comissão que cumpri na Guiné, as primeiras palavras serão para repor a verdade.

Agradeço que publiques esta mensagem o mais rápido que te for possível.

Um grande abraço,
Rui Ferreira

OBS:-Sublinhados da responsabilidade do editor CV
________________

Notas dos editores:

(1) - O Alf Mil Luís Rainha depois do C.O.M. em Mafra, fez um estágio de Educação Física Militar e frequentou com aproveitamento o Curso de Op Especiais.
Colocado no Regimento de Cavalaria 7, em Lisboa, foi incorporado no BCAV 705/CCAV 704 e mobilizado para a Guiné. Os primeiros meses passou-os na CCAV 704 e os restantes nos Comandos do CTIG.
Foi formado pelos então Major Monteiro Dinis, Cap Nuno Rubim, Alfs Mil Justino Godinho, Pombo dos Santos e Maurício Saraiva, Sargento Mário Dias e Furriel Miranda (participantes na Op. Tridente, com excepção dos dois primeiros) e foi contemporâneo dos Alfs António Vilaça, Neves da Silva, Vítor Caldeira, V. Briote e do então Cap Garcia Leandro.
Foram-lhe atribuídos dois louvores, um ao serviço do BCAV 705 e outro ao serviço dos Comandos do CTIG atribuído pelo Comandante Militar da Guiné e mais tarde foi condecorado com a Cruz de Guerra de 2.ª Classe.

(2) - Ver poste de 22 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3144: Dando a mão à palmatória (15): Alf Mil Rainha era comandante do Gr Cmds Centuriões (Rui A. Ferreira)

(3) - O editor Virgínio Briote tem em preparação um trabalho sobre o Cor Maurício Saraiva para a série do nosso Blogue, Tugas - Quem é quem.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Guiné 63/74 - P3144: Dando a mão à palmatória (15): Alf Mil Rainha era comandante do Gr Cmds Centuriões (Rui A. Ferreira)

Autor: Rui Alexandrino Ferreira
Título: Rumo a Fulacunda. 2ª ed.(*)
Editora: Palimage Editores.
Local: Viseu.
Ano: 2003.[1ª ed., 2000].
Colecção: Imagens de Hoje.
Nº pp.: 415.
Preço: c. 20€.



1. Mensagem de Luís Manuel Nobreza D'Almeida Rainha, com data de 18 de Agosto de 2008, para Nuno Pestana, Palimage e Palimage Distribuição.

Assunto: Compra do Livro da Colecção Imagens de Hoje RUMO A FULACUNDA de Coronel Rui Alexandrino Ferreira

Ex.mos Senhores

Eu, Luis Manuel Nobreza D'Almeida Rainha (...), venho por este meio junto de vós para o seguinte:

Soube por intermédio de antigos Camaradas meus, ou melhor, por antigos AMIGOS de GUERRA e Camaradas, que existia um Livro que continha referências muito pouco abonatórias à cerca da minha pessoa, e cujo autor é (ou era) um Coronel Miliciano ( entrado para o Quadro), Rui Alexandrino Ferreira, denominado RUMO A FULACUNDA. Muito tenho procurado saber onde pára esse senhor para que venha publicamente desfazer tal blasfémia.

Fui Oficial Milicíano dos Comandos da Guiné Portuguesa entre 1963 e 1966. Já há algum tempo que ando a procura do Livro RUMO A FULACUNDA, como já acima referi, e por tal motivo venho junto de Vós para que me informem como o puderei obter.

Fui Condecorado com a CRUZ de GUERRA de 2ª Classe, por actos praticados em Combate, não fui para o Quadro porque não quis e o que não admito é que venha alguém afirmar e, o mais importante, publicar coisas que não são exactas.

Por tudo isto desejo uma reparação pública do sucedido.

Espero que façam o favor de me indicar a maneira como posso obter tal livro, o mais urgente possível.

Sem outro assunto me subscrevo com a maior consideração

Crachá dos Centuriões > Grupo de Comandos que combateu na Guiné sob o Comando do ex-Alf Mil Rainha (**), visado por engano pelo Rui A. Ferreira no seu livro Rumo a Fulacunda


2. Mensagem, com origem na editora Palimage, para Rui Alexandrino Ferreira, com data de 19 de Agosto de 2008.

Assunto: Fw: Compra do Livro da Colecção Imagens de Hoje "RUMO A FULACUNDA" de Coronel Rui Alexandrino Ferreira

Caríssimo Senhor Ten. Coronel Rui Ferreira

Recebi esta mensagem abaixo que lhe reenvio. Somente o Senhor Ten Coronel poderá dizer-me como proceder: creio que poderei indicar a este senhor que nos escreve como obter o livro: basta ir a uma qualquer livraria e solicitá-lo, já que as livrarias, se não dispuserem do livro, têm meios de o solicitar à distribuidora ou à editora.
Mas gostaria de saber a sua opinião sobre esta questão.

Envio-lhe agora a mensagem e ainda hoje, provavelmente, ligar-lhe-ei para conversarmos a este propósito.

Com um grande abraço,
Jorge Fragoso
Palimage
Apartado 10032
3031-601 Coimbra
http://www.palimage.pt/


3. Mensagem de Rui Ferreira, com data de 21 de Agosto de 2008, enviada ao nosso Editor Luís Graça

Assunto: Rumo a Fulacunda

Meu caro Luis

Todos os esclarecimentos para a verdade são importantes. Os que implicam com o bom nome a que todos temos direito, ainda o são mais.

E tudo isto, porquê?

Sucedeu-me, e se assumo quanto a isso a responsabilidade do que escrevi, mantendo como verdadeiro e absolutamente coincidente com a realidade, sobre a ctuação do grupo de comandos da Companhia de Comandos da Guiné, que em Dezembro de 1965, em reforço da CCaç 1420, deu de si fraca mostra do seu valor, mas lamentavelmente confundindo o grupo de Centuriões com o dos Vampiros, atribuí o seu comando ao então Alferes Rainha e não ao outro cujo nome não refiro, porque já não pertence a este mundo. (Quem pertenceu àquela Unidade sabe bem de quem se trata ou tratava).

Pela manifesta falta de rigor nessa troca de nomes de que efectivamente aquele se sente lesado, publicamente lhe peço as mais sentidas desculpas bem como lhe garanto que no próximo livro, que tenho em laboração referente à segunda comissão que cumpri na Guiné, as primeiras palavras serão para repor a verdade.

Agradeço-te publiques esta mensagem o mais rápido que te for possível.

Um grande abraço
Rui Ferreira

4. Porque a verdade deve ser reposta, sem fazer qualquer juízo de valor e sem mais comentários, aqui deixamos o pedido de esclarecimento do nosso camarada e querido tertuliano, Ten Coronel Rui Alexandrino Ferreira.

CV
_______________

Notas de CV

(*) - Vd. postes de

17 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1285: Bibliografia de uma guerra (14): Rumo a Fulacunda, um best seller, de Rui Alexandrino Ferreira (Luís Graça)

1 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1718: Lendo de um fôlego o livro do Rui Ferreira, Rumo a Fulacunda (Virgínio Briote)

(**) - O Alf Mil Luís Rainha depois do C.O.M. em Mafra, fez um estágio de Educação Física Militar e frequentou com aproveitamento o Curso de Op Especiais.
Colocado no Regimento de Cavalaria 7, em Lisboa, foi incorporado no B CAV 705/CCAV 704 e mobilizado para a Guiné.
Os primeiros mese passou-os na CCAV 704 e os restantes nos Comandos do CTIG.
Foi formado pelos então Major Monteiro Dinis, Cap Nuno Rubim, Alfs Mil Justino Godinho, Pombo dos Santos e Maurício Saraiva, Sargento Mário Dias e Furriel Miranda (participantes na Op. Tridente, com excepção dos dois primeiros) e foi contemporâneo dos Alfs António Vilaça, Neves da Silva, Vítor Caldeira, V. Briote e Cap Garcia Leandro.
Foram-lhe atribuídos dois louvores, um do Comandante da Companhia de Cavalaria 704 e outro do Comandante Militar da Guiné e mais tarde foi condecorado com a Cruz de Guerra de 2.ª Classe.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Guiné 63/74 - P2694: Poemário do José Manuel (5): Não é o Douro, nem o Tejo, é o Corubal... Nem tudo é mau afinal.... Há o Carvalho, há o Rosa...



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cananime > Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Um grupo de participantes do Simpósio Internacional de Guileje (1 a 7 de Março de 2008) atravessam, de canoa motorizada, o Rio Cacine, entre Cananime e Cacine... De cima para baixo: o barqueiro, ao entardecer; o José Carlos Marques, jornalista do Correio da Manhã, em primeiro plano, do lado esquerdo; a discretíssima Catarina Santos, da Fundação Mário Soares, com a sua inseparável máquina fotográfica...

Fotos: ©
Luís Graça (2008). Direitos reservados.



1. Mais poemas do dia, do José Manuel Lopes, da Quinta da Graça, no Douro, o José Manuel, muito simplesmente (como era conhecido em Mampatá)... Poemas de um imenso poemário, recebidos, dia a dia, ao longo de uma quinzena, de 16 a 28 de Março de 2008. Foram escritos na Guiné, um por dia.

Por detrás da máscara do José Manuel (que eu não conheço pessoalmente, nem por fotografia, só por voz e por mail), que foi Fur Mil, Op Esp, CART 6250 (Mampatá, 1972/74), há uma voz muito original, pessoal, uma surpreendente revelação da escrita poética sobre a guerra colonial na Guiné... Até agora guardada o baú do sótão...

Muitos dos poemas (assinados por josema) que temos recebido, por e-mail, todos os dias, não têm título. E alguns não estão datados. Vão-se publicando (1), ao sabor da espuma dos dias, e das remessas do poeta, e dos humores do(s) editor(es)... Que já conquistou leitores fiéis aqui, na nossa Tabanca Grande... Eu, o Torcato Mendonça e, seguramente, muitos outros camaradas... Pode morder, que esta poesia é para morder, para comer, para trincar.... (LG).


Calor, cansaço, suor
saudades de tudo
e de um rio...
mas podia ser pior
pois há ali o Corubal
com sombras e água boa
nem tudo é mau afinal
não é o Douro, eu sei
nem o Tejo de Lisboa
são outros os horizontes
falta o xisto e o granito
as encostas e os montes
mas diga-se na verdade
há o Carvalho, há o Rosa
há um hino à amizade
há o Gomes e o Vieira
a sonhar com a Madeira
há o Farinha e o Polónia
gestos e solidariedade
há o Esteves e o Pinheiro
amigos e sinceridade
há o Nina e até amor
também sofrimento e dor
há o desejo de voltar
e um apelo à liberdade.

Josema
Mampatá 1974


Ouve-se um violão
numa noite de luar
tocado pelo Gastão
p'ra algo comemorar
cantigas de Zeca Afonso
de raíz popular
põem magia no ar
mas eis
outro som a chegar
mais grave e persistente
é Guiledje a embrulhar
é a guerra noutra frente
até que o ataque acabe
a festa é interrompida
e recomeça num brinde
à vida da nossa gente.

s/d


As brincadeiras loucas
acabam por ter sentido
se as alegrias são poucas
neste cantinho perdido

já vi tourear uma cabra
entre os arames farpados
e outros ao beber água
ir pelos ares aos bocados

desde o carreiro de Uane
à estrada para Nhacubá
todo o cuidado é pouco
ninguém quer ficar por cá

chegam do patrulhamento
cobertos de pó a suar
anseiam pelo momento
de se refrescar no bar.

Mampatá 1973
josema


Guernica!
pintura
visão, mensagem, recado?
para quem e porquê?
Pearl Harbour, Hiroshima
Londres, Leninegrado
e tantas mais
Vietnam, napalm
e o mundo não reage
se espera que acalme?
se esquece Nabuangongo
Guidage, Guiledje
e as minas de Mueda
dão graças à sua sorte
os regressados
dos corredores da morte
e agora
eis a bomba inteligente
mais importante
que gente
e o mundo estúpido
consente!

s/d


Quantas batalhas e guerras
geradas pela ambição?
quantos pior que feras
mataram o seu irmão?
sem nunca se aperceberem
das causas e da razão
mortes em troca de quê?
a que preço e porquê?
a resposta está no ganho
no lucro que é tamanho.

s/d


Ao menino do papá
"É mais fácil entrar um camelo no cu duma agulha, que
um rico no reino dos céus"


Metam-lhe a agulha no cu
para ver
se ele acorda
não vá morrer de repente
e venha culpar a gente
do encontro
com belzebu.

s/d


O calor húmido nos envolve
abraça-nos a escuridão
e a noite se faz dia
c’o ribombar do trovão
cai a água em catadupa
numa suave carícia
fecho os olhos
que delícia
até sinto um arrepio
sinto-me bem afinal
até chego a sentir frio
e penso que é Natal...

Guiné 1972
Josema


Neste imenso sofrer
pensar Nele ajuda
mas Ele parece não ouvir
então solta-se a raiva
incham as veias do pescoço
outro homem nasce
e cai-se dentro do fosso.

josema
Guiné 1972


Um ruido vem do céu
e há cabeças no ar
hoje é dia de correio
há novas para chegar
faz-se a distribuição
com chamada frente ao bar
para o Santos nada veio
será que vai desmaiar?
p'ró Zé Manel veio a Bola
com as novas do Benfica
p’ró Pinheiro uma encomenda
e alguém lhe manda uma dica
fazendo-se para a merenda
sim de correio foi o dia
não pode haver melhor prenda
é altura de alegria
retiram-se os felizardos
relêem a mesma carta
até afogar a saudade.

Mampatá 1972
josema


Quero irmas não sei onde
tudo
me parece um delírio
sem sentido nem razão
neste mundo desumano
quero fugir
mas não posso
prende-me
o sentir-me solidário
à união dos Unidos (*)
prende-me
o cheiro a mosto
prende-me
o calor de Agosto
prende-me
um regresso ao Douro
prende-me
uma família que espera
por tudo isso
não posso partir.

Bolama 1972
Josema

(*) Cart 6250, Os Unidos
________

Nota de L.G.


(1) Vd. postes anteriores:

27 de Fevereiro de 2008 >Guiné 63/74 - P2585: Blogpoesia (8): Viagem sem regresso (José Manuel, Fur Mil Op Esp, CART 6250, Mampatá, 1972/74)

3 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2608: Poemário do José Manuel (1): Salancaur, 1973: Pior que o inimigo é a rotina...

9 de Março de 2008 >Guiné 63/74 - P2619: Poemário do José Manuel (2): Que anjo me protegeu ? E o teu, adormeceu ?

13 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2630: Poemário do José Manuel (3): Pica na mão à procura delas..., tac, tac, tac, tac, tac, TOC!!!

19 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2665: Poemário do José Manuel (4): No carreiro de Uane... todos os sentidos / são poucos / escaparão com vida ? / não ficarão loucos ?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Guiné 63/74 - P2569: Tugas - Quem é quem (3): João Bacar Djaló (1929/71) (Virgínio Briote)

Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério (colonial) > Abril de 2006 > Restos de lápides funerárias de soldados portugueses cujos corpos por aqui ficaram. Como o guineense Capitão Comando João Bacar Jaló, natural da Guiné, morto em combate em 16 de Abril de 1971.

Foto: © A. Marques Lopes (2006). Direitos reservados


João Bacar Djaló (ou Jaló), ou só João Bacar, foi um dos nomes que passou à história da Guerra na Guiné. De quem, todos ou quase todos de nós, ouviram falar.

João Bacar Djaló

Até ser graduado em capitão, João Bacar participou em cerca de 350 operações. De Quinara a Cacine (Tite, Cufar, Cachaque, Caiora, Darsalame, S. João, Como) não havia trilho nem aldeia que não conhecesse.-

Da sua folha de serviços constam numerosos louvores, realçando não só a actividade militar mas também os esforços que fez para subtrair e proteger as populações do aliciamento da guerrilha.

De Comandantes de Batalhão com quem trabalhou até ao Comando-Chefe, de todos recebeu elogios pela capacidade operacional de que foi dando provas ao longo da Guerra que travou, desde o início do conflito até à sua morte em combate, em Abril de 1971.

A cumular as duas Cruzes de Guerra com que já tinha sido agraciado, foi-lhe atribuído em 10 de Junho de 1970, na Praça do Comércio em Lisboa, o grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

E na cerimónia do 10 de Junho do ano seguinte, o Governador e Comandante-Chefe, General António de Spínola, condecorou-o a título póstumo, na pessoa do irmão, Saído Jaló, com a Medalha dos Serviços Distintos com Palma.

Em 16 de Abril de 1971, segundo o relatório da operação Nilo, (…)João Bacar ao correr abnegadamente em socorro de um soldado que fora ferido, indiferente ao fogo cerrado, foi vítima de uma explosão que lhe causou a morte (…).

Guiné-Bissau > BIssau > Campa de João Bacar Djaló. As minhas desculpas e os agradecimentos devidos ao autor da foto que ainda não consegui identificar. Julgo que não seja do nosso camarada A. Marques Lopes que esteve no antigo cemitério de Bissau, aquando da sua viagem à Guiné-Bissau, em Abril de 2006 (O co-editor vb).

Notícias da época dão conta das circunstâncias em que decorreu o funeral. Um autêntico choro colectivo de milhares de pessoas, militares e civis, um acontecimento nunca visto até então na Guiné.

Nasceu em Cacine (Catió) em 2 de Outubro de 1929, filho de Sajo Jaló e Fatuma Só.

Alistado no Exército, voluntariamente aos vinte anos, prestou serviço de 1 de Março até Junho de 1951 (2ª CCAÇ, Bolama).

Nesse mesmo ano ingressou na Administração Civil de Bissau. Primeiro, durante 1952, como funcionário no Palácio do Governo, depois, até 1958, na Administração Civil, em Bissalanca, Antula, Prábis e Safim.

Entre 1958 e 1961 foi fiscal de fronteira no Sul, e em 1961 foi nomeado Comandante de ronda na vila de Catió, onde desempenhou também as funções de oficial de diligências do Julgado Municipal.

Com o início das acções armadas, João Bacar, então com 33 anos, alistou-se de novo, passando a ser o Comandante de Caçadores Naturais da Província.

Muito depressa ganhou fama. Em 8 de Junho de 1965 foi graduado em Alferes de 2ª linha, numa cerimónia em Catió, onde há pouco tempo tinha ascendido a régulo.

Várias vezes aliciado por Comissários Políticos do PAIGC, sempre disse não, apesar das ameaças e represálias de que ele e os familiares foram alvo.

João Bacar foi depois nomeado Comandante da Companhia de Milícias nº 13, onde continuou a revelar-se, segundo os documentos militares e os testemunhos da época, um combatente de excepção.

Um ano depois era Tenente de 2ª linha e, nessa altura, foi convidado, juntamente com alguns naturais do território, a frequentar um Curso de Oficiais.

Catió, 1967. Tenente João Bacar Jaló.

Foto e legenda: © Benito Neves, ex-Fur Mil da CCAV 1484 (Nhacra e Catió, 1965/67). Direitos reservados.

Em 4 de Junho de 1970, já como Capitão do Exército Português, foi-lhe confiado o comando da 1ª Companhia de Comandos Africana.

Com anos e anos de experiência de acções armadas, João Bacar tornou-se conhecido em toda a Guiné e, segundo relatos de antigos guerrilheiros do PAIGC, o seu nome metia respeito.

Terminou a sua vida como um ídolo, odiado e amado.

Virgínio Briote,
Ex-Alf Mil Comando, Brá, 1965/66
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Nota de vb:

Ver artigos de:

10 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2340: Pami Na Dondo, a Guerrilheira, de Mário Vicente (5) - Parte IV: Pami e Malan são feitos prisioneiros (Mário Fitas)

4 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2239: Tugas - Quem é quem (2): António de Spínola, Governador e Comandante-Chefe (1968/73)

23 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2207: Tugas - Quem é quem (1): Vasco Lourenço, comandante da CCAÇ 2549 (1969/71) e capitão de Abril

Ver também:

20 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1769: Estórias do Gabu (4): O Capitão Comando João Bacar Jaló pondo em sentido um major de operações (Tino Neves)

8 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1502: Crónica de um Palmeirim de Catió (Mendes Gomes, CCAÇ 728) (8): Com Bacar Jaló, no Cantanhez, a apanhar com o fogo da Marinha

30 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCXIX: Do Porto a Bissau (23): Os restos mais dolorosos do resto do Império (A. Marques Lopes)

31 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCXXVII: A 'legenda' do capitão comando Bacar Jaló (João Tunes)

11 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - CIII: Comandos africanos: do Pilão a Conacri (Luís Graça)