Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça, com o objetivo de ajudar os antigos combatentes a reconstituir o puzzle da memória da guerra da Guiné (1961/74). Iniciado em 23 Abr 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência desta guerra. Como camaradas que fomos, tratamo-nos por tu, e gostamos de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Guiné 63/74 - P16863: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (13): Mensagem de José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf.ª da CCAÇ 2381
1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux. Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de 20 de Dezembro de 2016:
Meus caros editores.
Como está a chegar o Natal, é tempo de pensarmos em mudança na nossa forma de ESTAR, para que este Mundo se transforme no Paraíso Prometido - com uma condição em quem ninguém está atento – Tem de ser cada um de nós a construí-lo.
Junto um pequeno poema que se entenderdes podeis publicar.
Com os meus melhores votos de um Santo Natal todo o ano.
Zé Teixeira
PRESENTE DE NATAL
Antes de dar ou receber presentes de Natal,
Eu quero ser Presente de Natal,
Junto das pessoas do meu Mundo.
Presente nos afetos que abrem corações.
Presente nos sorrisos que dão vida à alma.
Presente na dor para dar consolo.
Presente na vida dos que mais precisam.
Presente no combate à solidão que mata
Presente nos abraços que transmitem calor.
Presente em ti meu irmão.
Este “Ser Presente” não tem custo monetário.
Não se gasta nem desgasta
E pode usar-se todos os dias do ano.
Faz de mim uma pessoa feliz
Porque recebo sorrisos gratuitos de felicidade.
UM SANTO NATAL
Para todos os que ousarem ler esta mensagem e a tentarem pôr em prática.
José Teixeira
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Nota do editor
Poste anterior de 21 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16862: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (12): Mensagens dos nossos camaradas: Mário Pinto, ex-Fur Mil Art da CART 2519; Jorge Picado, ex-Cap Mil do CAOP 1; Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2208; Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1546 e Luís Fonseca, ex-Fur Mil da CCAV 3366
Guiné 63/74 - P16862: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (12): Mensagens dos nossos camaradas: Mário Pinto, ex-Fur Mil Art da CART 2519; Jorge Picado, ex-Cap Mil do CAOP 1; Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2208; Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1546 e Luís Fonseca, ex-Fur Mil da CCAV 3366
1. Mensagem do nosso camarada Mário Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71):
Caros camaradas, amigos e família
Desejo a todos os camaradas, amigos e suas famílias um Feliz e Bom Natal.
Que o Ano Novo vos traga tudo que mais desejam
Um abraço
Mário Pinto
https://www.youtube.com/watch?v=6bdF8QysDA0
2. Mensagem do nosso camarada Jorge Picado (ex-Cap Mil na CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, na CART 2732, Mansabá e no CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72):
Amigos
Nesta época Natalícia que já se vai vivendo, não me posso esquecer de todos aqueles que fazem parte do meu circulo alargado de amigos.
Desta forma vos endereço os meus desejos de Feliz Natal e um Ano de 2017 bem melhor do que este que se aproxima do seu final.
Muita Saúde, Alegria e tudo de bom para vocês e respectivas famílias.
Com muita amizade
Jorge Picado
3. Mensagem do nosso camarada Ernestino Caniço (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Rec Daimler 2208, Mansabá, Mansoa e Bissau, 1970/71):
Caro amigo Carlos:
Votos de Boas Festas, Feliz Natal e um óptimo Ano 2017, especialmente com muita saúde até ao ano 2100.
Aproveito o ensejo para anexar os votos Natalícios para todos os camarigos.
Um abraço
Ernestino Caniço
4. Mensagem do nosso camarada Domingos Gonçalves, (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1546 / BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68):
Ao aproximar-se mais uma quadra festiva, para todos nós muito importante, venho desejar a todos os que pelas ruelas da Tabanca Grande, se vão cruzando, e conversando, um Feliz e alegre Natal.
Desejo que a todos o MENINO JESUS, tão meiguinho, deixe no sapatinho muitas coisa boas. Quanto ao velhote barrigudo, e barbudo, que até já trepa pelas paredes, para entrar pelas janelas, que anda por aí a distribuir prendas enganosas - só coisas de nada - às crianças, não prestem atenção especial.
BOAS FESTAS
Domingos Gonçalves
5. Do nosso camarada Luís Fonseca, ex-Fur Mil Trms da CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela, 1971/73, o seu postal natalício:
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Nota do editor
Último poste da série de 21 de Dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16860: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (11): Joseph Josephsson, aliás J. Belo, o régulo (e único tabanqueiro) da Tabanca da Lapónia...
Caros camaradas, amigos e família
Desejo a todos os camaradas, amigos e suas famílias um Feliz e Bom Natal.
Que o Ano Novo vos traga tudo que mais desejam
Um abraço
Mário Pinto
https://www.youtube.com/watch?v=6bdF8QysDA0
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2. Mensagem do nosso camarada Jorge Picado (ex-Cap Mil na CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, na CART 2732, Mansabá e no CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72):
Amigos
Nesta época Natalícia que já se vai vivendo, não me posso esquecer de todos aqueles que fazem parte do meu circulo alargado de amigos.
Desta forma vos endereço os meus desejos de Feliz Natal e um Ano de 2017 bem melhor do que este que se aproxima do seu final.
Muita Saúde, Alegria e tudo de bom para vocês e respectivas famílias.
Com muita amizade
Jorge Picado
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3. Mensagem do nosso camarada Ernestino Caniço (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Rec Daimler 2208, Mansabá, Mansoa e Bissau, 1970/71):
Caro amigo Carlos:
Votos de Boas Festas, Feliz Natal e um óptimo Ano 2017, especialmente com muita saúde até ao ano 2100.
Aproveito o ensejo para anexar os votos Natalícios para todos os camarigos.
Um abraço
Ernestino Caniço
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4. Mensagem do nosso camarada Domingos Gonçalves, (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1546 / BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68):
Ao aproximar-se mais uma quadra festiva, para todos nós muito importante, venho desejar a todos os que pelas ruelas da Tabanca Grande, se vão cruzando, e conversando, um Feliz e alegre Natal.
Desejo que a todos o MENINO JESUS, tão meiguinho, deixe no sapatinho muitas coisa boas. Quanto ao velhote barrigudo, e barbudo, que até já trepa pelas paredes, para entrar pelas janelas, que anda por aí a distribuir prendas enganosas - só coisas de nada - às crianças, não prestem atenção especial.
BOAS FESTAS
Domingos Gonçalves
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5. Do nosso camarada Luís Fonseca, ex-Fur Mil Trms da CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela, 1971/73, o seu postal natalício:
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Nota do editor
Último poste da série de 21 de Dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16860: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (11): Joseph Josephsson, aliás J. Belo, o régulo (e único tabanqueiro) da Tabanca da Lapónia...
Guiné 63/74 - P16860: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (11): Joseph Josephsson, aliás J. Belo, o régulo (e único tabanqueiro) da Tabanca da Lapónia...
Votos de Feliz Natal e Bom Novo Ano para os Camaradas
Um abraço do J.Belo
1. Recebemos, com natural curiosidade, notícias de um tal Joseph Josephsson. com perfil no Blogger desde novembro de 2016, administador do blogue Merely... Lapland, o que em português quer dizer, Simplesmente... Lapónia.
O misterioso senhor Joseph Josephsson vive em Kiruna, acima do círculo polar ártico... Espantosamente, a temperatuta local às 23h00 de ontem era de -3º, com céu limpo, . A previsão para a véspera de Natal, sábado, 24, era de queda de neve, com temperatura ambiente de -8º.
Eureca!, descascadas as várias camadas de neve que envolvem o tal blogue. descobrimos que o senhor Joseph Josephsson era, nem mais nem menos, do que o desaparecido lusolapão José Belo, nosso grã-tabanqueiro, capitão de infantria reformado, ex- alf mil, CCAÇ 2381 (Guiné, 1968/70)...
Era ele mesmo, sob disfarce, o nosso José Belo que, tal como Deus, tem o dom da ubiquidade... Para nós, ele estava simplesmente desaparecido desde o seu dia de aniversário, 4 de fevereiro de 2016. Depois disso, imaginávamos que tivesse "hibernado" como o urso pardo que costima rondar a sua "lappland trähus", a sua casa de madeira lapã e onde, dizem, fabrica-se e bebe-se o melhor vodka da Lapónia...
Aliás, temos dúvidas que ele tenha chegado a ler as quadras populares que lhe mandámos na altura, na ciaxinha de comentários, e que rezavam asssim:
Era ele mesmo, sob disfarce, o nosso José Belo que, tal como Deus, tem o dom da ubiquidade... Para nós, ele estava simplesmente desaparecido desde o seu dia de aniversário, 4 de fevereiro de 2016. Depois disso, imaginávamos que tivesse "hibernado" como o urso pardo que costima rondar a sua "lappland trähus", a sua casa de madeira lapã e onde, dizem, fabrica-se e bebe-se o melhor vodka da Lapónia...
Aliás, temos dúvidas que ele tenha chegado a ler as quadras populares que lhe mandámos na altura, na ciaxinha de comentários, e que rezavam asssim:
Em dia de aniversário:
Zé Belo… Feliz ? Pois que o sejas,
Muitos anos, até ao cent'nário.
Estocolmo ou Kiruna,
Key West ou Empada ?
Tens no blogue uma tribuna,
E um abraço de camarada.
Tu, José, lusolapão,
Dos vikings, conquistador,
Toma lá xicoração
Do Luís, teu editor.
Vemos agora, com alegria redobrada, que o nosso Zé Belo continua por lá, na sua adorada Lapónia, e na sua tabanca, sempre, sempre em busca, senão da suprema, pelmenos da relativa felicidade que os deuses consentem aos homens na terra... Agora com o Trump na Casa Branca, ficamos para ver se ele na próxima primavera sempre voltará a levar as suas renas até Key West...
Para ele, e família, filhos e amigos mais próximos, vão daqui, de Lisboa (que no sábado, 24, terá céu limpo, e 17º de temperatura) um xicoração fraterno e festivo, em nome da nossa Tabanca Grande onde se reunem, sob o poilão sagrado e com a benção de todos os irãs bons, os amigos e camaradas da Guiné. (LG)
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Nota do editor:
Último poste de série > 20 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16858: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (10): Joaquim Nunes Sequeira, o "Sintra", ex-1º cabo carpinteiro, BENG 447, Bissau, 1965/67; vogal da direção e porta-estandarte do Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
Guiné 63/74 - P16858: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (10): Joaquim Nunes Sequeira, o "Sintra", ex-1º cabo carpinteiro, BENG 447, Bissau, 1965/67; vogal da direção e porta-estandarte do Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes
O porta-bandeira do Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes, Joaquim Nunes Sequeira, o "Sintra", a ser cumprimentado pelo Chefe Supremo das Forças Armadas Portuguesas, na igreja do mosteiro da Batalha, em 9 de abril de 2016...
Foto (e legenda): © Joaquim Sequeira (2016). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. O "Sintra", ou seja, o nosso camarada e grã-tabanqueiro Joaquim [Nunes] Sequeira, "não brinca em serviço"... Onde se mete é para valer... O seu CV é curto e grosso:
"Comecei a Trabalhar aos 10 anos e ainda não parei em escola da vida; andei na Escola Secundária de Santa Maria - Portela de Sintra"; vive em (e é natural de) Mucifal, Sintra; é casado; foi 1º cabo canalizador, BENG 447, Bissau, 1965/67; frequenta com assiduidade a Tabanca da Linha; é membro. nº 608, da nossa Tabanca Grande desde 8/3/2013; é 1º vogal da direção do Núcelo de Sintra da Liga dos Combartentes, e o seu porta-estandarte...
Ao serviço do BENG 447, conheceu meia Guiné: Pelundo, Nhacra, Mansoa, Cutia, Mansabá, K3, Farim, Binta, Lamel, Jumbembem, Canjambari, Bambadinca, Cuntima, Bafatá, Nova Lamego, São João, Bolama, Jabadá, Tite, Enxudé, Fulacunda, Ilha das Galinhas, Ilha das Cobras, Nova Sintra, Olossato, e Bissorã...
Mandou-me há dias uma mensagem, com votos natalícios: "Luis graça, vai a foto para publicar no blogue, um abraço para toda a malta".
2. Cópia de areograma enviado pelo Joaquim Nunes Sequeira para efeitos da sua apresentação na Tabanca Grande, em 8/3/2013:
Ao serviço do BENG 447, conheceu meia Guiné: Pelundo, Nhacra, Mansoa, Cutia, Mansabá, K3, Farim, Binta, Lamel, Jumbembem, Canjambari, Bambadinca, Cuntima, Bafatá, Nova Lamego, São João, Bolama, Jabadá, Tite, Enxudé, Fulacunda, Ilha das Galinhas, Ilha das Cobras, Nova Sintra, Olossato, e Bissorã...
Mandou-me há dias uma mensagem, com votos natalícios: "Luis graça, vai a foto para publicar no blogue, um abraço para toda a malta".
2. Cópia de areograma enviado pelo Joaquim Nunes Sequeira para efeitos da sua apresentação na Tabanca Grande, em 8/3/2013:
"Primeiro uma explicação, o aerograma foi para ver se há mais companheiros que tenham outros pois até hoje só vi este que guardo religiosamente e que me foi enviado por um conterrâneo da Força Aérea que já não está entre nós. Transcrição do teor do aerograma:
"Bissalanca, 27 dez 65
Caro amigo:
Com os meus votos de felicidades, quero-lhe participar que já tenho em meu poder a encomenda que fez o favor de trazer de Colares [, Sintra].
Terei muito prazet em conversar consigo, mas não sei onde está, pois ignoro onde é o SPM 1588, mas se for perto [?] de Bissau, escreva-me para saber como está. Todas as 3ªs, 5ªs, sábados e domingos estou à noite no Café Universal.
Até breve, Teves Costa."
Folha de rosto do aerograma enviado ao 1º cabo Joaquim Nunes Sequeira, [BENG 447, Bissau]. SPM 1588, pelo 1º sargentyo MMA (?), Teves Costa (?), [BA 12, Bissalanca], SPM 0078 (?).
Folha de rosto do aerograma enviado ao 1º cabo Joaquim Nunes Sequeira, [BENG 447, Bissau]. SPM 1588, pelo 1º sargentyo MMA (?), Teves Costa (?), [BA 12, Bissalanca], SPM 0078 (?).
_______________
Nota do editor:
Guiné 63/74 - P16857: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (9): Liga dos Combatentes - Núcleo de Torres Vedras, Delegação do Núcleo na Lourinhã
..
Liga dos Combatentes - Núcleo de Torres Vedras
Rua 9 de Abril, 8 – 1º
2560-301 Torres Vedras
Telf 261 096 496
Delegação do Núcleo na Lourinhã
Av. Dr. Catanho de Menezes, 30-B
2530-117 Lourinhã
_______________
Nota do editor:
Último poste da série > 19 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16854: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (8): António Carvalho (ex-fur mil enf, CART 6250/72, Os Unidos de Mampatá, Mampatá, 1972/74)
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
Guiné 63/74 - P16854: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (8): António Carvalho (ex-fur mil enf, CART 6250/72, Os Unidos de Mampatá, Mampatá, 1972/74)
Guiné > Região de Tombali > Mampatá > CART 6250, "Os Unidos de Mampatá" (1972/74) > Um foto aérea de povoação e aquartelamento... A esquerda o heliporto. Era uma tabanca fula, ,logo muçulmana.
Foto: © José Manuel Lopes (2008). Todo os direitos reservados. /Edição e legenbdagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Um Natal Feliz
Para todos os meus amigos
e para todas as pessoas do mundo.
Mesmo para aqueles
para quem o Menino Jesus
para quem o Menino Jesus
não é Deus feito homem.
É que eu tenho amigos das mais diversas religiões,
nomeadamente amigos Muçulmanos,
e não quero ferir a susceptibilidade religiosa de nenhum deles.
Na verdade, ninguém tem que acreditar que Jesus é Deus,
essa é uma crença dos Cristãos.
Facto historicamente provado
é que Jesus anunciou uma nova religião
em dissidência com o Judaísmo,
e mais está provado que Jesus difundiu uma doutrina
baseada no bem, na bondade e no perdão absoluto
e isso, se não o deifica, no mínimo, confere-lhe heroicidade.
Pois, no dia em que se comemora o nascimento de Jesus,
meditemos todos no que podemos contribuir
para que a paz tome o lugar
nos estúpidos conflitos
que grassam no mundo.
António Carvalho
[ex-Fur Mil Enf.
[ex-Fur Mil Enf.
CART 6250/72, Os Unidos de Mampatá,
Mampatá, 1972/74;
é natural de (e vive em) Gondomar]
____________
Nota do editor:
Último poste da série > 19 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16853: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (7): José Martins (ex-fur mil trms, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70)
Último poste da série > 19 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16853: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (7): José Martins (ex-fur mil trms, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70)
Guiné 63/74 - P16853: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (7): José Martins (ex-fur mil trms, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70)
Original foto de Canjude, região de Gabu, com votos de Boas Festas, enviada pelo José Martins [ex-fur mil trms, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70)
Foto: © José Martins (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Votos de Feliz Natal
e prosperidades no Novo Ano de 2017
José Marcelino Martins
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Nota do editor:
Guiné 63/74 - P16852: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (6): Benjamim Durães [ex-fur mil op esp, Pel Rec Info, CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72)]
Guiné > Zona letse > regiãod e Bafatá > Bambadinca (Setor L1) > CCS/BART 2917 (1970/72) > Época das chuivas, 1970 > O Benjamim Durães no meio do capim da Bolanha de Bambadinca (?)
Foto: © Benjamim Durães (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Nota do editor:
Úlçtimo poste da série > 19 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16850: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (5): Miguel e Giselda Pessoa... nos altos voos dos céus da vida...
Guiné 63/74 - P16850: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (5): Miguel e Giselda Pessoa... nos altos voos dos céus da vida...
1. Sempre bem humorado, bonacheirão, irreverente, prestável, sempre surpreendente, o nosso Miguel, amigo do seu amigo, camarada do sue camarada, grã-tabanqueiro de longa data, cartunista talentoso e, claro, histórico sobrevivente da guerra colonial, o único coronel pilav '(e)strelado' que eu conheço em todo o mundo e arredores... (É, além disso, o diretor da Karas de Monte Real. )
Mandou-nos este divertido, belíssimo, festivo e original 'cartanito' de Boas Festas, como votos de Feliz Natal e Ano Novo para toda a Tabanca Grande, o mesmo é dizer todos os amigos e camaradas da Guiné...
O editor, infante, terráqueo, que não está habituados às alturas, retribui, em nome da tropa toda (de ar, terre a mar), com o desejo de boa continuação dos altos voos nos céus da vida, para a Giselda e o seu 'asa' Miguel (e viceversa, já que ele e ela fazém tandém...). LG
PS - Se eu fosse o Chefe Supremo das Forças Armadas Portuguesas, teria que lhes dar a nota máxima, na escala de 0 a 20, por esta exibição acrobática (que, felizmente não põe em risco o ptrimónio nacional nem muito menos a soberania e independêncioa da Pátria) ... Mas, como não sou o chefe dos chefes, mas ainda sou prof, dou-lhes um Excelente nesta "prova de vida" (que é isso que conta para o nosso blogue)...
Quanto ao cartune ("cartum", no Braisl...), acho que não tem preço!... Adorei!..
2. Em tempo... (Nota do Miguel Pessoa, com data de hoje, posterior à edição deste poste)
Como não contava que fosse dado tanto relevo ao meu "cartanito" não me preocupei em mencionar a autoria dos "bonecos" nele contidos. É certo que o cartoon foi ideia minha, mas os "bonecos" foram uma oferta do Paulo Moreno, o "benjamim" da Tabanca do Centro que muito nos tem apoiado nas nossas iniciativas - são da sua autoria as T-Shirts, aventais, bolsas, bonés, canecas e outros projectos que têm saído da sua loja com motivos alusivos à Tabanca do Centro. Aqui fica a informação, pois não gosto de brilhar com o trabalho dos outros...
Mandou-nos este divertido, belíssimo, festivo e original 'cartanito' de Boas Festas, como votos de Feliz Natal e Ano Novo para toda a Tabanca Grande, o mesmo é dizer todos os amigos e camaradas da Guiné...
O editor, infante, terráqueo, que não está habituados às alturas, retribui, em nome da tropa toda (de ar, terre a mar), com o desejo de boa continuação dos altos voos nos céus da vida, para a Giselda e o seu 'asa' Miguel (e viceversa, já que ele e ela fazém tandém...). LG
PS - Se eu fosse o Chefe Supremo das Forças Armadas Portuguesas, teria que lhes dar a nota máxima, na escala de 0 a 20, por esta exibição acrobática (que, felizmente não põe em risco o ptrimónio nacional nem muito menos a soberania e independêncioa da Pátria) ... Mas, como não sou o chefe dos chefes, mas ainda sou prof, dou-lhes um Excelente nesta "prova de vida" (que é isso que conta para o nosso blogue)...
Quanto ao cartune ("cartum", no Braisl...), acho que não tem preço!... Adorei!..
2. Em tempo... (Nota do Miguel Pessoa, com data de hoje, posterior à edição deste poste)
Como não contava que fosse dado tanto relevo ao meu "cartanito" não me preocupei em mencionar a autoria dos "bonecos" nele contidos. É certo que o cartoon foi ideia minha, mas os "bonecos" foram uma oferta do Paulo Moreno, o "benjamim" da Tabanca do Centro que muito nos tem apoiado nas nossas iniciativas - são da sua autoria as T-Shirts, aventais, bolsas, bonés, canecas e outros projectos que têm saído da sua loja com motivos alusivos à Tabanca do Centro. Aqui fica a informação, pois não gosto de brilhar com o trabalho dos outros...
Um abraço
Miguel Pessoa
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Nota do editor:
Miguel Pessoa
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Nota do editor:
Último poste da série > 19 de dezembro der 2016 > Guiné 63/74 - P16848: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (4): Alberto Branquinho / António Gedeão (com o poema "Dia de Natal")
Guiné 63/74 - P16848: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (4): Alberto Branquinho / António Gedeão (com o poema "Dia de Natal")
Lourinhã > 10 de dezembro de 2016 > "Boneco" de Natal > Há muito que a economia "mercantilizou" o Natal dos cristãos... Não há terra nem terrinha que escape à ideologia do consumo e e à compulsão do "shopping" natalício...
Foto (e legenda): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Comentário, ao poste P16841 (*), pelo nosso camarada,
gã-tabanqueiro e escritor Alberto Branquinho [ex-alf mil op esp, CART 1689, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69); ver aqui algumas das suas obras publicadas]
Pois é, Zé Teixeira!
Ou, melhor, FOI.
E veio, também, essa espécie de "coisa" a que chamam "árvore de Natal". E anda toda a gente excitada neste tempo de Natal, não pela ideia de "nascer" qualquer coisa de novo (ou renovada), mas por causa das compras, compras, compras... prendinhas, prendas e prendonas...
No poema "Dia de Natal" do António Gedeão está lá isso TUDO! Só tem que se substituir o "relógio de pulso anti-magnético" pelos mais recentes "gadgets" das novas tecnologias (?) inúteis ou fúteis.
Abraços
Alberto Branquinho
P.S. - Isto lido por muita gente que a gente sabe, será seguido por um pensamento ou uma afirmação:- Velhada!Cotas! (**)
Abraços
Alberto Branquinho
P.S. - Isto lido por muita gente que a gente sabe, será seguido por um pensamento ou uma afirmação:- Velhada!Cotas! (**)
2. Dia de Natal
por António Gedeão [1910-1997]
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprado.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.
Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.
Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.
Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprado.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.
Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.
Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.
Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.
______________
Notas do editor:
18 de dezembro 2016 > Guiné 63/74 - P16843: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (3): Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes (...um núcleo, formidável, ativo e solidário, mas também com preocupações culturais, seguramente um dos melhores que integram a Liga; um alfabravo também para eles, seus associados e dirigentes, por parte da nossa Tabanca Grande)
domingo, 18 de dezembro de 2016
Guiné 63/74 - P16846: Manuscrito(s) (Luís Graça) (105): Natal de 1955 (... quando ainda o Pai Natal não tinha sequestrado e morto o Menino Jesus)
Portugal > Estremadura > A8 > Torres Vedras-Lisboa > 17 de dezembro de 2016 > O pôr do sol... Onde estão os moinhos de vento da minha infância e dos meus Natais ? E o vento soprando nas velas e nas cabaças dos moinhos ? E o mar? E os heróis do mar ?
Foto (e legenda): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Canaradas da Guiné]
à
luz do candeeiro a petróleo,
a
lição do livro da primeira classe
onde terra rimava com chão.
onde terra rimava com chão.
Ainda
não havia televisão,
havia
o hino nacional,
na rádio, que era um luxo,
havia Deus,
havia a Pátria,
havia a Família,
e pouco mais,
na rádio, que era um luxo,
havia Deus,
havia a Pátria,
havia a Família,
e pouco mais,
e chegava,
essa tríade sagrada.
Afinal, o mundo acabava ao fundo
da rua grande da tua aldeia.
Afinal, o mundo acabava ao fundo
da rua grande da tua aldeia.
E, no
Natal,
quando
ainda o Pai Natal
não
tinha sequestrado e morto o Menino Jesus,
ia-se
à missa do Galo,
à
meia noite em ponto,
na
igreja do Castelo,
e só
depois,
a
tiritar de frio,
de
regresso a casa,
pela rua escura e medonha dos Valados,
rente ao muro branco do cemitério,
é
que se bebia o cacau quente
e se
comiam os coscorões,
o
arroz doce
e as
filhós de sangue de galinha!
De manhã, junto ao fogão a petróleo
ou ao fogareiro a carvão,
a mãe tinha alinhado os sapatinhos
onde por um golpe de magia haviam florido
meias e lenços,
e uma ou outra, rara, guloseima...
e, com sorte, talvez um carrinho de lata para ti
ou uma boneca de cartão para a mana,
comprados às escondidas na feira de setembro.
e uma ou outra, rara, guloseima...
e, com sorte, talvez um carrinho de lata para ti
ou uma boneca de cartão para a mana,
comprados às escondidas na feira de setembro.
Havia uma noite do ano
em que os meninos da tua rua
eram inconscientemente felizes,
os mais inconscientemente felizes do mundo!
os mais inconscientemente felizes do mundo!
Havia
o ouro, a mirra,
os
três reis magos,
e um
deles era o pretinho da Guiné,
havia
o presépio,
o burro,
a vaca,
a vaca,
a esterqueira,
havia
o incenso,
ligeiramente
enjoativo das missas,
havia,
enfim, o sagrado
e o
pagão,
e a tudo isto, ou a só isto,
se
resumia o acanhado palco da vida
que
te coubera em sorte.
E, claro, havia o mar,
os moinhos nos cabeços,
e o vento uivando nas velas e nas cabaças dos moinhos,
e, por detrás dos cabeços e dos moinhos,
e das velas e das cabaças dos moinhos,
havia o mar,
o grande oceano.
e o apelo irresistível
do(s) que estava(m) para além do mar.
E, claro, havia o mar,
os moinhos nos cabeços,
e o vento uivando nas velas e nas cabaças dos moinhos,
e, por detrás dos cabeços e dos moinhos,
e das velas e das cabaças dos moinhos,
havia o mar,
o grande oceano.
e o apelo irresistível
do(s) que estava(m) para além do mar.
Excerto de:
Luís Graça - Autobiografia: com Brughel domingo à tarde
(poema, inédito, 2005, c. 40 pp)
________________
Nota do editor:
Último poste da série > 17 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16848: Manuscrito(s) (Luís Graça) (104): uma boa oferta de Natal o livro do José Ferreira da Silva, "Memórias Boas da Minha Guerra" (Chiado Editora, 2016, 216 pp.)... Um bom antídoto contra o stress natalício e a tristeza que nos invade ao cair da última folha do calendário...
Guiné 63/74 - P16843: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (3): Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes (...um núcleo, formidável, ativo e solidário, mas também com preocupações culturais, seguramente um dos melhores que integram a Liga; um alfabravo também para eles, seus associados e dirigentes, por parte da nossa Tabanca Grande)
1. Mensagem de boas festas enviada pelo Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes, com data de 16 do corrente, e a que retribuímos com votos de boa saúde e longevidade para todos os camaradas, associados e dirigentes.
Daqui a 10 anos este núcleo vai fazer 100 anos!
Destaque para o seu projecto da construção da “Sede Social/Centro de Dia”, uma ideia que tem vindo a ganhar força face ao problema do envelhecimento dos combatentes. Segundo se lê na apresentação do Núcleo da Covilhã na página oficial da Liga dos Combatentes, é dever do Núcleo: (i) lutar contra adversidades, (ii) congregar sinergias que permitam intensificar actividades, (iii) proporcionar a abertura a outras formas complementares de lazer e cultura," em suma colaborar para um envelhecimento saudável, onde não falte a medicina preventiva, curativa e de reabilitação, apoiada em serviços de gerontologia, geriatria e fisioterapia."
O que sabemos, através das notícias que nos chegam, veiculadas por este seu jornal, é que se trata de um núcleo, formidável, ativo e solidário, mas também com preocupações culturais, seguramente um dos melhores que integram a Liga dos Combatentes.
Detalhe da página principal de "O Combatente da Estrela", edição nº 103, jul-set 2016, órgão do Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes,
__________________
Nota do editor:
Último poste da série > 16 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16840: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (2): Boas festas, de Macau, tão longe e afinal aqui tão perto (Virgílio Valente, ex-alf mil, CCAÇ 4142, Gampará, 1972/74)
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
Guiné 63/74 - P16841: Estórias do Zé Teixeira (43): O meu Natal perdeu todo o encanto no dia em que o Menino deu lugar a um velho de barbas brancas que trazia um saco às costas, a quem chamavam o Pai Natal mas não era o pai do Menino (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf)
1. Uma "prenda de Natal" que nos mandou o Zé Teixeira, ex-1.º cabo aux enf, CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada , 1968/70, com data de 11 do corrente:
Meus caros camaradas.
O Natal está a chegar. Por todo o lado “chovem” flashes comerciais a lembrar o Natal e a injetar convites para o consumismo.
Há outro Natal, talvez mais verdadeiro – o Natal de cada um – Um convite a viver a amizade e a partilha do sorriso, do abraço que aquece o coração.
Gostava de transmitir a todos os camaradas que de algum modo “passeiam o olhar pelo nosso
blogue os meus votos de que tenham um Santo Natal, com muito amor e carinho. E para entreter, junto um pequeno conto num regresso aos meus tempos de criança.
2. Estórias do Zé Teixeira (44 > O meu Natal perdeu todo o encanto no dia em que o Menino deu lugar a um velho de barbas brancas que trazia um saco às costas, a quem chamavam o Pai Natal mas não era o pai do Menino
O Natal era aquela noite santa em que o Menino nascia no presépio, mas que antes passava lá por casa. Chegava de noite, quando o João estava a dormir. Trazia-lhe uma prendinha que a madrinha comprava na manhã seguinte. Mas era um segredo muito bem guardado. Até a padaria, nesse dia, abria antes da missa, para que as madrinhas fossem para casa, logo após o “ite missa est”, acordar os afilhados levando-lhe a prendinha para colocar no tamanco, que as crianças deixavam junto à lareira. Era apenas uma pequena regueifa em forma de pomba, mas tinha o valor de todo o ouro do mundo.
O João admirava aquele Menino, tão pequenino, cheio de frio que nascia no presépio naquela noite, prenhe de magia. Vinham os tios, da longínqua cidade junto ao mar, para contar as suas histórias; vinham os primos de sapato engraxado e tudo! Era uma festa.
Estar acordado, para ver o Menino chegar com as prendinhas, era o sonho do João. Mas Ele era maroto. Chegava à meia noite e o soninho vinha mais cedo. Bem tentava resistir, mas as pestaninhas teimavam em fechar-se. Então encostava a cabeça no colinho da mãe e adormecia. A mãe depositava-o no leito com carinho. Aconchegava-lhe o cobertor e cantava a cantiga
Último poste da série > 30 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16541: Estórias do Zé Teixeira (42): Tempestades
Vd. os últimos cinco postes:
8 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16176: Estórias do Zé Teixeira (41): O sonho do João
(...) A noite chegara cedo. Extenuado de um dia de trabalho, o João adormeceu no sofá, deixando-se abraçar suavemente pelo Morfeu que o transportou rapidamente ao país dos sonhos… Caminhava com uma sombra à sua frente. Parecia-lhe o pai vergado por um dia de trabalho.As árvores da floresta verdejante impediam a sua passagem. O sol penetrava por entre a folhagem, aquecendo-lhe o corpo de forma impiedosa. O zumbido estridente de um mosquito perturbava-o. Parecia um comboio a apitar, quando se aproximava dos seus ouvidos. Então, parou e olhou em redor. (...)
(...) O Cascais sentiu-se perdido no alto mar. A amargura penetrava-lhe na alma. O ondular das ondas que faziam dançar a velha e desgastada carcaça do Niassa, recordavam-lhe que há muitas marés. Há marés baixas e marés altas. No circuito da sua vida passada, assim tinha acontecido, mas as nuvens que ao longe escondiam o azul dos céus, varriam-lhe a mente, escondendo-lhe o futuro. Sabia de onde vinha, não sabia para onde ia. Vagueava como um autómato no convés do barco. (...)
3 de dezembro de 2010 Guiné 63/74 – P7373: Estórias do Zé Teixeira (39): O medo do terrífico telegrama (José Teixeira)
(...) Naquele dia 8 de Fevereiro de 1970, uma mãe esquecida do quadragésimo oitavo aniversário, preparava o almoço para os três filhos. Um quarto estava ausente na Guiné. Este, tinha feito 23 anos dois dias antes. Era comum juntar-se a família no dia oito e cantarem-se os parabéns em duplicado. Apenas se mudavam as velas no bolo que aquela mãe, analfabeta, cozinhava com todo o carinho. (...)
14 de agosto de 2009 > Guiné 63/74 – P4819: Estórias do Zé Teixeira (38): Mataram o futuro (José Teixeira)
(...) No dia 24 de Julho de 1968, uma mina A.C. (Anti-Carro) roubou a vida a um camarada que ia em cima da viatura de rádio a comunicar com a base em Buba. Foi o meu primeiro encontro no mato com o IN e o primeiro camarada que vi morrer sem lhe poder valer. Nunca soube o seu nome. Apenas sei que pertencia à Companhia dos Lenços Azuis, que estava estacionada em Aldeia Formosa e nos foi buscar a Buba para de seguida partilharmos aventuras em comum durante mais de meio ano. (...)
11 de agosto de 2009 > Guiné 63/74 – P4808: Estórias do Zé Teixeira (37): “A vala, salva vidas” (José Teixeira)
(...) Chegado a Buba, toda a gente correu para os poucos chuveiros existentes, formando fila. Enquanto uns se molhavam, outros esfregavam o sabão, fazendo um rodopio. Os restantes, completamente nus, esperavam pacientemente uma vaga, quando o IN apareceu a baptizar a Companhia atacando de canhão sem recuo, morteiro e "costureirinha". De repente um estrondo lá longe. Logo se ouviu a frase mágica que eu nunca mais vou esquecer - “Aí estão eles” - vinda de vários lados. Numa fracção de segundos, o tempo da vida ou da morte, toda aquela gente desapareceu da vista. (...)
Meus caros camaradas.
O Natal está a chegar. Por todo o lado “chovem” flashes comerciais a lembrar o Natal e a injetar convites para o consumismo.
Há outro Natal, talvez mais verdadeiro – o Natal de cada um – Um convite a viver a amizade e a partilha do sorriso, do abraço que aquece o coração.
Gostava de transmitir a todos os camaradas que de algum modo “passeiam o olhar pelo nosso
blogue os meus votos de que tenham um Santo Natal, com muito amor e carinho. E para entreter, junto um pequeno conto num regresso aos meus tempos de criança.
2. Estórias do Zé Teixeira (44 > O meu Natal perdeu todo o encanto no dia em que o Menino deu lugar a um velho de barbas brancas que trazia um saco às costas, a quem chamavam o Pai Natal mas não era o pai do Menino
O Natal era aquela noite santa em que o Menino nascia no presépio, mas que antes passava lá por casa. Chegava de noite, quando o João estava a dormir. Trazia-lhe uma prendinha que a madrinha comprava na manhã seguinte. Mas era um segredo muito bem guardado. Até a padaria, nesse dia, abria antes da missa, para que as madrinhas fossem para casa, logo após o “ite missa est”, acordar os afilhados levando-lhe a prendinha para colocar no tamanco, que as crianças deixavam junto à lareira. Era apenas uma pequena regueifa em forma de pomba, mas tinha o valor de todo o ouro do mundo.
O João admirava aquele Menino, tão pequenino, cheio de frio que nascia no presépio naquela noite, prenhe de magia. Vinham os tios, da longínqua cidade junto ao mar, para contar as suas histórias; vinham os primos de sapato engraxado e tudo! Era uma festa.
Estar acordado, para ver o Menino chegar com as prendinhas, era o sonho do João. Mas Ele era maroto. Chegava à meia noite e o soninho vinha mais cedo. Bem tentava resistir, mas as pestaninhas teimavam em fechar-se. Então encostava a cabeça no colinho da mãe e adormecia. A mãe depositava-o no leito com carinho. Aconchegava-lhe o cobertor e cantava a cantiga
“O meu menino é doiro.
é doiro o meu menino,
hei-de levá-lo ao céu
enquanto for pequenino."
O João, tolhido pela sonolência, tentava opor-se e balbuciava: não quero ir para o céu, quero ficar à tua beira! Depois adormecia e só acordava quando a madrinha o chamava, já o sol tinha chegado para iluminar o céu e o Menino se tinha ido embora.
Como era lindo o céu do Natal! Tinha o aspeto de uma grande abóbada azul, onde o sol se plantava de manhãzinha para derreter a fria neve que cobria a noite, e levar calor às crianças que esperavam o Menino.
– Bom dia Joãozinho! – dizia-lhe a madrinha com uma voz muito meiguinha. – O Menino já nasceu e depositou uma prendinha no tamanquinho que deixaste na lareira. Queres ir ver?
O João saltava-lhe para o colo, porque a neve era fria, muito fria. Abraçados, corriam para a cozinha e encontravam no tamanco a pombinha de regueifa.
O Natal do Menino desapareceu, para nossa frustração. Perdeu-se o encanto daquela criança que nascia pobrezinha na manjedoura, e tinha sempre uma prendinha de amor para a todas as crianças da terra.
Era assim o Natal dos pobres. Mas era tão rico!
Deu lugar à noite do velho de barbas brancas que traz um saco às costas, a quem chamam o Pai Natal, mas não é o pai do Menino.ã
Ah! Como eu gostava que o Natal do Menino voltasse todos os dias e não só nas noites frias. Ele tinha o condão de deixar as pessoas muito felizes.
José Teixeira
Como era lindo o céu do Natal! Tinha o aspeto de uma grande abóbada azul, onde o sol se plantava de manhãzinha para derreter a fria neve que cobria a noite, e levar calor às crianças que esperavam o Menino.
– Bom dia Joãozinho! – dizia-lhe a madrinha com uma voz muito meiguinha. – O Menino já nasceu e depositou uma prendinha no tamanquinho que deixaste na lareira. Queres ir ver?
O João saltava-lhe para o colo, porque a neve era fria, muito fria. Abraçados, corriam para a cozinha e encontravam no tamanco a pombinha de regueifa.
O Natal do Menino desapareceu, para nossa frustração. Perdeu-se o encanto daquela criança que nascia pobrezinha na manjedoura, e tinha sempre uma prendinha de amor para a todas as crianças da terra.
Era assim o Natal dos pobres. Mas era tão rico!
Deu lugar à noite do velho de barbas brancas que traz um saco às costas, a quem chamam o Pai Natal, mas não é o pai do Menino.ã
Ah! Como eu gostava que o Natal do Menino voltasse todos os dias e não só nas noites frias. Ele tinha o condão de deixar as pessoas muito felizes.
José Teixeira
______________
Nota do editor:
Nota do editor:
Último poste da série > 30 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16541: Estórias do Zé Teixeira (42): Tempestades
Vd. os últimos cinco postes:
8 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16176: Estórias do Zé Teixeira (41): O sonho do João
7 de maio de 2016 > Guiné 63/74 – P16059: Estórias do Zé Teixeira (40): Estranhoacidente com arma de fogo (José Teixeira)
14 de agosto de 2009 > Guiné 63/74 – P4819: Estórias do Zé Teixeira (38): Mataram o futuro (José Teixeira)
11 de agosto de 2009 > Guiné 63/74 – P4808: Estórias do Zé Teixeira (37): “A vala, salva vidas” (José Teixeira)
Guiné 63/74 - P16840: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (2): Boas festas, de Macau, tão longe e afinal aqui tão perto (Virgílio Valente, ex-alf mil, CCAÇ 4142, Gampará, 1972/74)
´
"Ama-me quando menos o mereça, pois é quando mais o necessito."
"Love me when I least deserve it, because that's when the more need."(Chinese proverb)
.Postal de boas festas enviado ontem pelo nosso camarada Virgílio Valente [Wai Tchi Lone, em chinês], que vive e trabalha em Macau, há mais de 2 décadas; foi alf mil, CCAÇ 4142, Gampará, 1972/74; é o nosso grã-tabanqueiro nº 709.
Estamos-lhe gratos e tomamos esta mensagem como a competente "prova de vida" anual... Fazemos votos, por nossa vez, que o Virgílio continue a sentir-se em casa em Macau, território da República da China onde ainda se fala a nossa língua e onde há portugueses da diáspora a viver e a trabalhar lá, dando o seu melhor e servindo Portugal e a China.
Temos esperança que em 2017 o Virgílio Valente vá conseguir, por fim, surpreender-nos com o envio da tão desejada sua foto da tropa, de preferência do tempo de Gampará. Esperamos também que nos vá dando conta dos contactos que tem feito no sentido de localizar, aqui em Portugal, os seus antigos camaradas da CCAÇ 4142.
Da CCAÇ 4142 temos ainda poucas referências, cerca de dezena e meia..
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Da CCAÇ 4142 temos ainda poucas referências, cerca de dezena e meia..
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Nota do editor:
Último poste da série > 5 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16803: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (1): "Natal Económico para a bolsa, esbanjador em afetos" (Mário Beja Santos)
Último poste da série > 5 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16803: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (1): "Natal Económico para a bolsa, esbanjador em afetos" (Mário Beja Santos)
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Guiné 63/74 - P16803: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (1): "Natal Económico para a bolsa, esbanjador em afetos" (Mário Beja Santos)
Lisboa > Praça do Comércio / Terreiro do Paço > 4 de dezembro de 2016 > Árvore de Natal (pormenor)...
Foto (e legenda): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados.
1. Amigos e camaradas: está dado o mote para abrir a nossa série relativa à quadra festiva deste Natal de 2016 e Ano Novo de 2017: este magnífico texto do Mário Beja Santos, nosso colaborador permanente, nosso grã-tabanqueiro da primeira hora, nosso crítico literário encartado, escritor, especialista em assuntos de defesa do consumidor, amigo até mais não da Guiné-Bissau e do seu povo... e ex-comandante do Pel Caça Nat 52 (Missirá e Bambadinca, 1968/70), também conhecido carinhosamente como o "Tigre de Missirá"...
E, a propósito, ele vai amanhã, dia 6, 3.ª feira, às 18h00, na sede da Associação Nacional de Farmácias, em Lisboa, lançar o seu mais recente livro: "História(s) da Guiné-Bissau: da luta de litertação aos nossos dias" (Lisboa, Húmus Editora, 2016) (*)
Natal económico para a bolsa, esbanjador em afetos
por Mário Beja Santos
Cada um de nós olha o Natal à sua maneira, o prisma do calor familiar, o nascimento para a vida com base religiosa ou não, a partilha de encontros e troca de calor humano, tem aqui um momento alto, sob um olhar personalizado. A sociedade de consumo imiscuiu-se na natureza destas festas, alargou, por força da comunicação social, a sedução e o contágio para o aumento exponencial de compras, para o agregado familiar ou para presentes a trocar com amigos.
Há quem comece o Natal logo no dia 1 de Janeiro, eu pertenço a esse grupo, planeio a agenda dos meses para encontros, telefonemas para quem vive longe e perto, na minha idade de septuagenário é impensável confiar só na memória. Percorro mercados à procura de pechinchas e objetos que interessem às pessoas que eu amo, guardo-os ou restauro-os para fazer os outros felizes. Tenho um ano inteiro para saber quem se vai interessar por estes livros, aguarelas, desenhos, molduras, tecidos, e tantas outras coisas que podem funcionar como comprovantes de amor. Tenho igualmente o ano inteiro para mandar correio eletrónico, distribuindo informação que lhes pode ser útil, não há ser humano que não goste que lhe envie notícias e informações presuntivamente úteis. Natal é encontro.
E de Janeiro passo para Fevereiro, como sou perseverante e andarilho, vou à descoberta de coisas, combino almoços, idas ao cinema ou ao teatro ou à música e reparto o Natal por cada mês do calendário, sempre com imprevistos, e de sorriso radiante. É uma forma de amar duas vezes, escutar o outro e surpreendê-lo. Evito conflitos, amarguras com cláusulas contratuais, não ando a desconfiar de como os outros me interpretam, tenho tempo para fazer o Natal com o máximo de disponibilidade.
Cada um de nós olha o Natal à sua maneira, o prisma do calor familiar, o nascimento para a vida com base religiosa ou não, a partilha de encontros e troca de calor humano, tem aqui um momento alto, sob um olhar personalizado. A sociedade de consumo imiscuiu-se na natureza destas festas, alargou, por força da comunicação social, a sedução e o contágio para o aumento exponencial de compras, para o agregado familiar ou para presentes a trocar com amigos.
Há quem comece o Natal logo no dia 1 de Janeiro, eu pertenço a esse grupo, planeio a agenda dos meses para encontros, telefonemas para quem vive longe e perto, na minha idade de septuagenário é impensável confiar só na memória. Percorro mercados à procura de pechinchas e objetos que interessem às pessoas que eu amo, guardo-os ou restauro-os para fazer os outros felizes. Tenho um ano inteiro para saber quem se vai interessar por estes livros, aguarelas, desenhos, molduras, tecidos, e tantas outras coisas que podem funcionar como comprovantes de amor. Tenho igualmente o ano inteiro para mandar correio eletrónico, distribuindo informação que lhes pode ser útil, não há ser humano que não goste que lhe envie notícias e informações presuntivamente úteis. Natal é encontro.
E de Janeiro passo para Fevereiro, como sou perseverante e andarilho, vou à descoberta de coisas, combino almoços, idas ao cinema ou ao teatro ou à música e reparto o Natal por cada mês do calendário, sempre com imprevistos, e de sorriso radiante. É uma forma de amar duas vezes, escutar o outro e surpreendê-lo. Evito conflitos, amarguras com cláusulas contratuais, não ando a desconfiar de como os outros me interpretam, tenho tempo para fazer o Natal com o máximo de disponibilidade.
Eu sei que é um problema de convicções, tenho comigo uma certa ideia de que o Natal significa que nasço e renasço com todos aqueles com quem me vinculo, de quem preciso e a quem posso ser útil. Posso ouvir canções de Natal em Abril ou Junho, posso descontraidamente percorrer as avenidas com iluminações de Natal somente para me sentir em casa, ando num certo presépio em que em vez do bafo da vaca ou do boi sinto a respiração dos outros. Chama-se companhia e solicitude
Enfim, na chamada época natalícia ando desafogado a escrever, a telefonar, a encontrar-me sem tensões, não é possível endividar-me assim, com esta autodisciplina dos afetos perduráveis. Há muitas e muitas décadas atrás a minha mãe dizia-me insistentemente que nunca se vai a casa de ninguém sem levar uma flor, uma planta ou um sorriso. Tenho impressão que há pessoas que se esfalfam para reverter a culpa de pesados silêncios, de sentidas indiferenças, paga-se com prendas o que não se dá com atenções.
Enfim, na chamada época natalícia ando desafogado a escrever, a telefonar, a encontrar-me sem tensões, não é possível endividar-me assim, com esta autodisciplina dos afetos perduráveis. Há muitas e muitas décadas atrás a minha mãe dizia-me insistentemente que nunca se vai a casa de ninguém sem levar uma flor, uma planta ou um sorriso. Tenho impressão que há pessoas que se esfalfam para reverter a culpa de pesados silêncios, de sentidas indiferenças, paga-se com prendas o que não se dá com atenções.
Não moralizo, adoto o preceito de não me lançar na correria das compras, a partir do dia 1 de Janeiro já ando a festejar as alegrias do Natal, o que me permite isentar-me das pressões publicitárias, das promoções-choque, das tão propagandeadas alegrias de Natal e que não passam de puras relações comerciais. E dou-me bem com o sistema, na bolsa e na alma. Esbanjo-me com os outros e não tenho nada contra com este modelo de desenvolvimento pessoal.
Mas reconheço que as campanhas natalícias para sensibilização dos consumidores têm grande importância: na alimentação, cuidar da saúde e obstar ao desperdício; ponderar as compras de bens semi-duradouros, na ótica da sua utilidade, saber escolher brinquedos e fugir daqueles que podem ter alguma perigosidade…
Mas reconheço que as campanhas natalícias para sensibilização dos consumidores têm grande importância: na alimentação, cuidar da saúde e obstar ao desperdício; ponderar as compras de bens semi-duradouros, na ótica da sua utilidade, saber escolher brinquedos e fugir daqueles que podem ter alguma perigosidade…
O essencial é recordar aos consumidores, sem ser diretivo, que devemos assumir os limites, noção básica da sustentabilidade, exceder os limites é arriscar a economia familiar, abrir caminho a tensões dispensáveis, valorizar a prudência e as opções de escolha com critério faz-nos mais maduros. É assim que também abrimos caminho para um mundo melhor, na cidadania no consumo.
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Nota do editor:
(*) Vd. poste d e 1 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16782: Agenda cultural (518): Convite para a sessão de apresentação do livro "História(s) da Guiné-Bissau - Da Luta de Libertação aos Nossos Dias", da autoria de Mário Beja Santos, a levar a efeito no dia 6 de Dezembro de 2016, pelas 18,00 horas, no Auditório da Associação Nacional das Farmácias, Rua Marechal Saldanha, em Lisboa (Mário Beja Santos / Editores)
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