Mostrar mensagens com a etiqueta Miguel Rocha. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Miguel Rocha. Mostrar todas as mensagens

domingo, 6 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22260: Fotos à procura de... uma legenda (151): Cecília Supico Pinto, em Có, em 2 de maio de 1969, distribuindo sorrisos e maços de cigarros da INTAR...


Guiné > Região de Cacheu > CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, "Os Vampiros" (OlossatoTeixeira Pinto e Cacheu, 1968/70) >  2 de maio de 1969  > O nosso camarada, membro da Tabanca Grande (e da Magnífica Tabanca da Linha), Miguel Rocha, ex-alf mil inf, na altura a fazer as funções de comandante da companhia,  aqui a "tabaquear o caso",  com a presidente do Movimento Nacional Feminino, Cecília Supico Pinto (a menos de um mês do seu 48º aniversário natalício)... O nosso camarada "indaga da possibilidade de obter mais uns maços de tabaco para os rapazes da sua Companhia" (*)... Mas o caixote está quase vazio... e o que resta já tem destino...O caixote tem uma marca, "INTAR", que hoje a maior parte dos nossos leitores já não é capaz de decifrar...

Recorde-se que nos bons velhos tempos da indúsria tabaqueira (que fez alguns milionários e milhões de cancerosos), havia em Portugal uma situação de quase monopolio: a produçao era dominada por "A Tabaqueira", criada em 1927 por Alfredo da Silva (o fundador da CUF), a empresa líder do mercado nacional, produzia e vendia marcas de cigarros, nossas conhecidas, como Provisórios, Definitivos, Águia, Kentucky, 20 20 20, High-life, Porto, Ritz, Sintra, Monserrate ou Kayak. A sua concorrente era a INTAR (sucessora da Companhia Portuguesa de Tabacos), responsável por marcas como Estoril, Kart ou Marialvas.
 
Em 13 de maio de 1975, a Tabaqueira e a INTAR foram nacionalizadas. A empresa pública Tabaqueira - Empresa Industrial de Tabacos, E.P., criada a 30 de Junho de 1976, resultou da fusão, numa única empresa, de A Tabaqueira, SARL e da INTAR - Empresa Industrial de Tabacos, SARL. (Estas duas empresas tabaqueiras detinham praticamente a totalidade do mercado nacional de cigarros).

A cena acima retratada foto, foi recordada pelo Miguel Rocha, em poste  recente (*). E nele acrescentou:

(...) "no ano do I Centenário do Nascimento (30/05/1921) de Cecília S. Pinto, em sua memória, e com profundo respeito e admiração pela sua pessoa e sua obra, não esquecendo todas as outras Senhoras do MNF, muitas delas Mães de jovens mobilizados para as frentes de combate, venho aqui deixar meu testemunho de eterna gratidão pelo apoio dado aos combatentes na sua inegável qualidade de 'portadora de afectos' " (!) (...).(*)

Foto (e legenda): © Miguel Rocha (2021). Todos os direitos reservados. [Edição elegendagem complementa: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Desafio aos leitores (**), nomeadamente fumadores e ex-fumadores: vamos lá "tabaquear o caso" (como dizia o meu amigo e cunhado, alentejano, que a morte levou recentemente do nosso convívio)...

Vamos lá sentarmo-nos à mesa, à volta de um copo (mas sem o cigarrinho, sff...) e falar sobre a INTAR... Diz-vos alguma coisa ? Uma dica: fabricava uma marca de cigarros que, segundo a publicidade (enganosa), dava "quilómetros de prazer"... (Ou, se calhar, dava mesmo, que o prazer não é coisa que se possa objectivar, medir, avaliar, comparar...)


(**) Último poste da série >1 de maio de  2021 > Guiné 61/74 - P22160: Fotos à procura de... uma legenda (143): a continência à(s) bandeira(s) (Valdemar Queiroz)

domingo, 30 de maio de 2021

Guiné 61/74 - P22236: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (6): Cecília Supico Pinto (30/05/1921-25/05/2011), uma portadora de afectos - No dia do centenário do nascimento da fundadora do Movimento Nacional Feminino

Sexta crónica do nosso camarada Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, "Os Vampiros" (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70):


MEMÓRIAS AO ACASO

06 - PORTADORA DE AFECTOS


Conheci a elegante Senhora D. CECÍLIA SUPICO PINTO a 02 de Maio de 1969, aquando da sua visita, por duas ou três horas, ao aquartelamento de CÓ, que à época transbordava de militares oriundos das mais diversas Armas do Ramo do Exército, empenhados na construção da estrada "CÓ-PELUNDO".

Havia tropas de infantaria, cavalaria, armas pesadas, artilharia, engenharia e eventualmente outras, que a memória de há 52 anos poderá deixar escapar.

O Comando da minha Companhia estava a meu cargo, e é nessa circunstância que o CMDT do aquartelamento me indigita para assumir a acção protocolar de receber a ilustre Presidente do MNF, missão assaz facilitada pela sua natural simpatia, sublime educação, determinação, inteligência, coragem, conhecimento dos teatros de guerra, do carinho quase maternal com que "A CILINHA" se dirigia aos seus"meninos", falando-lhes, é certo, com alguma exultação patriótica, mas sobretudo do amor e da saudade de suas MÃES, que curiosamente eram da sua geração e que lá longe, na Metrópole, viviam em permanente ansiedade cientes da dureza da guerra por terras da Guiné.

Num dos momentos mais informais, e num cordial diálogo que mantivemos, enalteci-lhe, e agradeci-lhe, a criação do espectacular "AEROGRAMA" de que eu próprio era assíduo utilizador, e a importância sentimental que ele tinha para os militares e suas famílias, sem por sombras imaginar, à época, os números astronómicos diariamente assumidos no movimento postal só pelo uso do "BATE-ESTRADAS", como era conhecido na gíria militar.

E saudei na sua pessoa a intervenção bem notória do MNF na agilização das burocracias duma retaguarda inundada de emperrantes "pequenos poderes", que se quedavam numa abjeta inércia sem o mínimo respeito pelos combatentes, ou sua memória, e suas doídas e quase sempre carenciadas famílias.

Estamos no ano do I Centenário do Nascimento (30/05/1921) de CECÍLIA S. PINTO. Em sua memória, e com profundo respeito e admiração pela sua pessoa e sua obra, não esquecendo todas as outras Senhoras do MNF, muitas delas Mães de jovens mobilizados para as frentes de combate, venho aqui deixar meu testemunho de eterna gratidão pelo apoio dado aos combatentes na sua inegável qualidade de "portadora de afectos".

Foto 1 - Có - Cecília Supico Pinto no uso da palavra, na parada de Có, acompanhada do CMDT Major Ferreira da Silva e do Alf Mil Miguel Rocha.
Foto 2 - Có - A boa disposição de Cecília a contagiar todas as patentes.
Foto 3 - Có - Já na messe, combatendo o calor com uma bebida refrescante, depois do discurso e da distribuição das habituais "lembranças do MNF" aos rapazes reunidos na parada.
Foto 4 - Có - Cecilia Supico Pinto, perante o ar divertido do Major Ferreira da Silva, surpreende o Alf. Mil. Miguel Rocha com uma especial “lembrança”.
Foto 5 - Có - O Alf. Mil. Miguel Rocha indaga da possibilidade de obter mais uns maços de tabaco para os rapazes da sua Companhia.
Foto 6 - Có - Missão impossível! A caixa dos cigarros está quase vazia e o que resta tem destino marcado.
Foto 7 - Có - Uma cordial despedida de uma visita vivida com muita simpatia e permanente boa disposição
Foto 8 – Assinando como “Alferes” Cilinha, o cartão dirigido pela Presidente do MNF ao alf. mil. Miguel Rocha, a acompanhar a carta oficial de agradecimento pelo acolhimento que recebeu no aquartelamento em Có.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 24 DE MARÇO DE 2020 > Guiné 61/74 - P20767: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (5): Volkswagen "Pão de forma"

terça-feira, 24 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20767: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (5): Volkswagen "Pão de forma"

Volkswagen "Pão de forma"


Mais uma crónica do nosso camarada Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf.ª da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, "Os Vampiros" (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70):


MEMÓRIAS AO ACASO

05 - VW - "PÃO DE FORMA"

Era uma VW de passageiros do Exército (9 lugares), que às horas certas vinha a uma praceta da baixa de Bissau recolher os oficiais, que em trânsito pela capital, estavam alojados no "600", quartel fora de portas, famoso pela sua "vala comum", como apelidávamos o pouco dignificante dormitório.

Estávamos em meados de Setembro de 1969, o calor exterior era imenso, e a "pão de forma" com a sua térmica concentradora cor mate verde-escuro, e um único arremedo de isolamento no tecto, elevava a temperatura do habitáculo para próximo dos 50º!

Seria a viagem das 15 horas, e como pontualmente acontecia, dez minutos antes, a viatura chegou e estacionou no ponto de recolha. Era dado adquirido que assim que a lotação estivesse completa a carrinha abalava, caso contrário esperava pela hora certa para o fazer.

No banco da frente, junto ao condutor, sentava-se o oficial mais graduado, que nesse dia, se bem me lembro, seria um major.

Tomámos lugar mas faltava um viajante para que a largada se desse de imediato! Olhares esperançosos de todos nós para o dobrar das esquinas... e nada! Não aparecia mais ninguém! O calor estava ao nível de boca de forno de padaria!

Então com voz dorida, pausada e com as sílabas bem batidas, clamei :
- Condutor! Está completo, podes arrancar!

E à laia de justificação, acrescentei:
- Eu conto por dois! Têm-me fodido tanto que acredito que estou grávido!

O senhor major, de soslaio, avaliou o grau de "cacimbagem" que o meu semblante de 17 meses de mato denotava, e com um conveniente sentido de humor virou-se para o condutor e ordenou:
- Arranca! O nosso alferes é capaz de ter razão!
____________

Nota do editor

Último poste da série de 5 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20706: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (4): Alcunhas

quinta-feira, 5 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20706: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (4): Alcunhas

Foto n.º 1 > Soldado Ribeiro, o "Perna Facaia"

Foto n.º 2 > Soldado Toninho,  o "Senhor Doutor"

Foto n.º 3 > 1.º Cabo Bento,  o "Mal disposto"

Foto n.º 4 > Soldado Sá,  o "Capilé"

Foto n.º 5 > Soldado Dias, o "Padeiro"

Foto n.º 6 > Soldado Sousa, o "Simpático"

Guiné > Região do Oio > CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, "Os Vampiros" (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70) > Miliares do pelotão do alf mil Miguel Rocha e respetivas alcunhas...

Fotos (e legendas): © Miguel Rocha (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Mais uma crónica do nosso camarada Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf.ª da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, "Os Vampiros" (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70):


MEMÓRIAS AO ACASO

04 - ALCUNHAS

As alcunhas, fruto duma criativa espontaneidade, eram servidas sem luvas e sem bandeja aos seus forçados titulares, num misto de picardia e natural bonomia. O nível de aceitação por parte dos visados era elevado dada a reciprocidade vigente!

Umas vincavam características de personalidade, quer por excesso, quer por antítese, outras visavam a oralidade, tanto nos seus regionalismos como no grau de dificuldade de expressão.

As profissões civis, bem como as funções militares, e ainda um ou outro episódio mais burlesco ocorrido já no teatro de guerra, eram farta e garantida sementeira para elas. Colavam-se-lhes à pele de forma indelével, substituindo no nosso registo de memória o nome e apelido do visado.

Do meu pelotão, recorrendo ao meu álbum de guerra e mais uma vez às fotos do meu aniversário (13.02.69), recordo com muito carinho as seguintes:

"TATIBITILÉ" - Pela forma titubeante como se expressava.
"PERNA FACAIA"- Argumento que usava para pedir escusa de operações.
"SIMPÁTICO" - Pura antítese.
"GÉMEO" - Por ter o seu irmão gémeo na Guiné.
"CUBA" - Por bem "decilitrar".
"MAL DISPOSTO" - Pelo condizente semblante.
"PADEIRO" - Profissão civil.
"TELEGRAFISTA" - Função Militar.

"XIPANÇO", "MIASSAS", "MÃO CERTA", "BRANQUINHO" e "CAPILÉ" são outras alcunhas que o significado já me escapa.

Havia ainda a "EQUIPA DO PINCEL" - todos oriundos da construção civil.

No meu álbum fotográfico, faço-me acompanhar de alguns daqueles que viram distintivas alcunhas substituir, no dia a dia, os seus nomes próprios. [Vd. fotos caima]
____________

Nota do editor

Último poste da série de 20 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20669: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (3): Um Presépio de cartolina

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Guiné 61/74 - P20669: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (3): Um Presépio de cartolina

Olossato – Um Presépio em cartolina que com “uma improvisada lamparina acesa, até ao fim do Dia de Reis”, fez a diferença naqueles dias de Natal no Olossato.


Mais uma crónica do nosso camarada Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf.ª da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, "Os Vampiros" (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70):


MEMÓRIAS AO ACASO

03 - UM PRESÉPIO DE CARTOLINA

As licenças no período Natalício estavam completamente vedadas aos militares deslocados nos teatros de guerra.

No mato, tomavam-se precauções redobradas para os dias de maior significado Cristão, e festejava-se um arremedo de Natal com rancho melhorado, que de forma alguma colmatava a nostalgia da família, dos amigos e das diversas gastronomias regionais, evocadas tanto por ausência, como por contraste.

No Natal de "68", na única e incipiente loja existente no Olossato, e depois nos comércios de Bissorã, onde a oferta melhorava substancialmente, procuramos, sem resultado, um Presépio.

Aprazado um telefonema nos correios de Bissorã (havia que pedir a chamada com aviso e marcar hora de contacto), solicitei a minha Mãe, do "stock" da nossa loja em Vila Real, o envio em envelope comercial de um Presépio de cartolina, que depois de armado, tinha a particularidade de ficar com o aspecto tridimensional que foto documenta.

Bissorã – No centro, e ao fundo da foto, o edifício dos Correios em Bissorã, de onde o ex-Alf. Mil. Miguel Rocha telefonou à Mãe, a D. Mariazinha, pedindo que lhe enviasse para o Olossato um Presépio em cartolina.

Nas costas do Presépio em cartolina, a Mãe do ex-Alf. Mil. Miguel Rocha escreveu esta mensagem. “Natal de 1968. Que a Paz que reina neste Presépio caia sobre a Guiné”. 

Apesar da humildade artística, este singelo presépio fez a diferença na atípica envolvente tropical, impondo-se como fio condutor dos nossos pensamentos, recordações e emoções daquela quadra festiva, quiçá para nós, a mais marcante, vivida longe dos nossos, num ambiente hostil e de avassaladora saudade.

Uma improvisada lamparina, acesa até ao fim do Dia de Reis, completava o arranjo numa pequena mesa da messe de oficiais.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 13 de Fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20646: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (2): Hoje, exactamente 51 anos depois!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Guiné 61/74 - P20647: Efemérides (318): em 13 de fevereiro de 1969, em que faziam 25 anos o Miguel Rocha e o Baldaia Martins, ambos alferes, da CCAÇ 2367, eu estava, de passagem, no Cacheu, onde eles também estiveram (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS / BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)


Foto nº 1 >  Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > Fevereiro de 1969 > O Virgílio Teixeia, de cigarro, na boca e escola escuros,  com mais dois camaradas que ele gostava de poder identificar


Foto nº 2 Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > Fevereiro de 1969 > O Virgílio Teixeira junto ao monumento do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, o Navegador (Porto, 1394 - Sagres, 1460)


Fotos (e legendas: © Virgílio Teixeira  (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem, com data de hoje,  do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, chefe do conselho administrativo, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69).

Caro Luis,

Estive a ler esta coincidência dos 51 anos do camarada Miguel Rocha (*)

Eu tenho fotos desse dia, quer em 1968, quer  em 1969 (50 e 51 anos respectivamente). Mas não encontro as fotos, preciso de passar muito tempo a procurar.

Mandava estas fotos [, nºs 1 e 2, reproduzidas acima], para relembrar os tempos em que ele, o Miguel,  esteve no Cacheu.  Já lhe mandei os parabéns, pois é uma feliz coincidência

Se puderes, podes publicar.

Um abraço,

Virgilio Teixeira

2. Comentário do Virgílio Teixeira ao poste de parabéns, P20645 (**):

Parabéns ao camarada Miguel Rocha, e um dia de muita saúde.

Nessa data - 13 de fevererio de 1969 - , ou próxima, provavelmente eu estava no Cacheu, de visita, quando estava colocado em S. Domingos.

Tenho várias fotos, do Cacheu, local por onde terás estado, segundo li no Poste. Vou enviar uma foto ao Luís Graça (o meu mano, porque nascemos no mesmo dia - 29 de janeiro - mas de anos diferentes, eu  em 1943, o Luís em 1947, e o camarada Miguel Rocha em 1944).
Vou pedir-lhe para a publicar, para saber se conheces os dois camaradas que lá estavam em comissão, em Fevereiro de 1969 [, foto nº 1]. Nunca se sabe. 

Sei que estavas nesse dia no Olossato, terra que não conheço. E também tinhas um "mano", nascido precisamente em 13 de fevereiro de 1944, o alf mil  Baldaia Martins, (***)

Algumas coincidências da nossa estadia na Guiné, que para mim acabou em 4 de agosto de 1969, seis meses depois.

Um abraço

Virgilio Teixeira

____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 13 de fevereiro de  2020 > Guiné 61/74 - P20646: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (2): Hoje, exactamente 51 anos depois!

(...) Nunca na minha existência havia encontrado alguém que fosse precisamente da minha idade, e isto aconteceu na CCAÇ 2367. O Alf Mil Baldaia Martins, que comandava o 2.º pelotão, havia nascido, tal como eu, a 13 de Fevereiro de 1944.

Desde já esclareço os crentes seguidores de signos, que as nossas personalidades eram totalmente distintas e que tal facto não era impeditivo de um são convívio e uma franca amizade, que perdurou até ao seu falecimento em 2013.

Resolvemos festejar o nosso 25.º Aniversário (1969) em conjunto, e para a festa adquirimos uma vaca na população do Olossato. (...)

Guiné 61/74 - P20646: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (2): Hoje, exactamente 51 anos depois!

Segunda crónica do nosso camarada Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf.ª da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845, "Os Vampiros" (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70), a propósito do seu 25.º aniversário festejado há 51 anos no Olossato:


MEMÓRIAS AO ACASO

02 - HOJE, EXACTAMENTE 51 ANOS DEPOIS!

A vida reserva-nos surpresas do Arco da Velha!

Nunca na minha existência havia encontrado alguém que fosse precisamente da minha idade, e isto aconteceu na CCAÇ 2367. O Alf. Mil. Baldaia Martins, que comandava o 2.º pelotão, havia nascido, tal como eu, a 13 de Fevereiro de 1944.

Desde já esclareço os crentes seguidores de signos, que as nossas personalidades eram totalmente distintas e que tal facto não era impeditivo de um são convívio e uma franca amizade, que perdurou até ao seu falecimento em 2013.

Resolvemos festejar o nosso 25.º Aniversário (1969) em conjunto, e para a festa adquirimos uma vaca na população do Olossato.
O almoço, no refeitório das praças, foi reservado aos nossos dois pelotões, muito bem regado, seguido de uma partida de futebol de equilíbrio assaz difícil, dado o grau de "anestesia" da rapaziada. À noite, na messe, teve lugar um beberete com fados e desgarradas, para sargentos e oficiais.

As fotos dizem respeito aos aniversariantes e aos rapazes do meu pelotão, o 1º.


Olossato – Os alferes milicianos Baldaia e Miguel Rocha, já um pouco adornados, na celebração comum dos seus 25 anos de idade.


Olossato – Os homens do 1.º pelotão da CCAÇ 2367, comandado pelo alf. mil. Miguel Rocha. De pé: Bento, Mendes, Toninho, Miguel Rocha, Dias, Afonso, Carvalho, Rocha e Figueiredo. Sentados: Vizela, Almeida, Ferreira, Tocha, Antunes e Balbino. De joelhos: Almeida e Sá. Deitados: Sousa e Américo


Olossato – Depois do almoço, descarregando a cerveja da festa do aniversário.


Olossato – Lá do alto, no refeitório, o aniversariante alf. mil. Miguel Rocha faz contas à despesa que tem de pagar.


Olossato - O soldado Ferreira, “O Cuba”, pela cerveja que consumia, estava adoentado mas o seu alferes foi busca-lo ao colo para participar na festa.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 4 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20623: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (1): Origem do nome, Vampiros

Guiné 61/74 - P20645: Parabéns a você (1756): Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367 (Guiné, 1968/70)

____________

Nota do editor

Último poste da série de 10 de Fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20637: Parabéns a você (1755): José Brás, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 1622 (Guiné, 1966/68)

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Guiné 61/74 - P20623: Memórias ao acaso (Miguel Rocha, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845) (1): Origem do nome, Vampiros

Crónica do Miguel José Ribeiro da Rocha[1], ex-Alf Mil Inf.ª da CCAÇ 2367 do BCAÇ 2845, “o 800”

MEMÓRIAS AO ACASO

01 - Origem do nome, VAMPIROS

As canções de intervenção, mormente as de Zeca Afonso, trazidas pela malta das Faculdades Coimbrãs, cujos cursos haviam sido interrompidos pelo recrutamento intensivo para o Serviço Militar, faziam parte das noites de tertúlia da "aspirantada" que no verão de 67 arribou ao RI 7/Leiria, para dar a sua primeira recruta. Prática que se acentuou no formar do Batalhão, nas noites gélidas do inverno de 67/68, no BC 10, em Chaves, com a Guiné como destino resistentemente adivinhado.

A CCAÇ 2367, "a vinte e três sessenta e sete", era assim que entre nós se articulava o seu número, saiu da Metrópole sem nome de guerra.

Olossato - Rua principal
Com a devida vénia ao Blogue CC2367 Guiné Bissau 1968-1970  

É no Olossato, já como força de Intervenção e com independência consentida para planear as suas operações que, para além das mais rotineiras, efectua uma série de "golpes de mão" bem sucedidos a tabancas e acampamentos do IN, estabelecidos na sua zona de acção.
Basicamente, o "modus operandi" consistia em sair de noite e silenciosamente do nosso aquartelamento, fazer o percurso até ao objectivo, esperar pela visibilidade mínima, efectuar o cerco e assalto, e retirar rapidamente.

A ironia é que fragmentos dos versos da canção Vampiros do Zeca, cantados por pura rebeldia nossa, nos latejavam na mente, por perfeito encaixe, na hora de partida para estas operações. Assim nasceu o nome da CAÇ 2367.

“Vampiros”.
O grafismo foi inspirado no emblema da colecção policial de livros de bolso, do mesmo nome.
____________

Nota do editor

[1] - Vd. poste de 21 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20369: Tabanca Grande (488): Miguel José Ribeiro da Rocha, ex-Alf Mil Inf.ª da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845 (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70), tertuliano com o número 800 da nossa Tabanca

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20369: Tabanca Grande (488): Miguel José Ribeiro da Rocha, ex-Alf Mil Inf.ª da CCAÇ 2367/BCAÇ 2845 (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70), tertuliano com o número 800 da nossa Tabanca

1. Mensagem do nosso camarada e novo membro da Tabanca Grande, Miguel José Ribeiro da Rocha, ex-Alf Mil Inf.ª da CCAÇ 2367 do BCAÇ 2845, "Os Vampiros" (Olossato, Teixeira Pinto e Cacheu, 1968/70), com data de 19 de Novembro de 2019, encaminhada ao nosso Blogue pelo Armando Pires:

Por sugestão do amigo e camarada Armando Pires venho fazer a minha apresentação de adesão ao blogue "Tabanca Grande".

Sou, Miguel José Ribeiro da Rocha, nasci a 13 de Fevereiro de 1944, em Vila Real, Trás-os-Montes, onde vivi até ao ingresso no Serviço Militar.

A 1 de Maio de 1968, com o posto de Alferes Miliciano, embarquei, integrado na CCAÇ 2367 do BCAÇ 2845, no navio Niassa, rumo à Guiné.

O desembarque das tropas efectuou-se a 7 de Maio de 1968 em Bissau.
A minha Companhia, em coluna directa seguiu para o Olossato, onde permaneceu cerca de 11 meses.
Có, Pelundo, Teixeira Pinto e por fim Cacheu, fizeram parte dos cenários de aquartelamento na comissão da nossa Companhia com epílogo em Abril 1970.

********************



Sobre a CCAÇ 2367

Com a devida vénia à Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974)

7.º Volume - Fichas das Unidades - Tomo II - Guiné


********************

2 . Comentário do Editor:

Caro Miguel Rocha, muito bem-vindo à nossa Tabanca, onde te vais sentar num lugar histórico, o 800.º da nossa tertúlia, ou como o Luís gosta de dizer, da sombra do nosso poilão.

Não temos nenhum representante da tua CCAÇ 2367 pelo que assumes a responsabilidade de nos contar a sua história, a começar pela origem do nome "Vampiros" que exibis no vosso crachá.

Do teu Batalhão temos um camarada que em tempos colaborou, e muito, com algumas das suas memórias, o Albino Silva, de Esposende, que foi Soldado Maqueiro da CCS. Penso que o conhecerás pois foi (ainda será?) um elemento muito dinâmico na organização dos Convívios do vosso Batalhão.

Manda as tuas fotos e as tuas memórias para que fiquem ao dispor de quem, no futuro, queira estudar a nossa guerra. A todos nós, antigos combatentes, cabe deixar os meios para que com a maior fiabilidade não deixem morrer a nossa memória.

Em nome dos editores, Luís Graça, Eduardo Magalhães e eu próprio, assim como no da tertúlia, envio-te um abraço e os votos da melhor saúde.

CV
____________

Nota do editor

Último poste da série de 17 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20359: Tabanca Grande (487): Leonel Teixeira, natural da Madeira, luso-americano, Vice-Cônsul, Vice-Consulado de Portugal em Providence, Conselheiro da Diáspora Madeirense para os EUA, ex-alf mil, CCAV 3364 (Ingoré e Cumeré, 1971/73)... Senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 799