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domingo, 10 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23156: Humor de caserna (45): Histórias pícaras: O Gasparinho - Parte II (José Borrego): (v) Meu comandante, vá chamar filho a outro


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > Pelotão de Artilharia / GA 7 > Agosto de 1972 > Espetacular foto noturna do obus 14 em ação...

Algumas características técnicas do Obus 14 cm m/943: 

(i) Origem Reino Unido; 

(ii) Ano de fabrico: 1941 (entrada ao serviço: 1943); 

(iii) Calibre: 140 mm; 

(iv) Guarnição: 10 elementos; 

(v) Peso do obus 6190 Kg; 

(vi) Peso da granada HE; 40,5 Kg; 

(vii) Alcance: 15.600 m; 

(viii) Campo de tiro horizontal: -530 mil a +530 mil; 

(ix) Campo de tiro vertical; -90 mil a 800 mil; 

(x) Cadência de tiro: 2 TOM; 

(xi) Locomoção Tração Automóvel... 

Observ: Foi descontinuado em 1987, é hoje peça de museu...

Foto (e legenda): © Vasco Santos (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Temos andado a recompilar histórias do (ou atribuídas ao) cap art José Joaquim Vilares Gaspar, o primeiro de três comandantes que teve a CART 3330 (Nhamate e Bula, 1970/72), e que depois  foi promovido a major, 2º cmdt do BA 7, por volta dos finais de 1970. No CTIG, ficou conhecido pelo diminutivo Gasparinho. Faleceu por volta de 1977.  (*)

Eis mais um depoimento sobre ele,  e mais uma história (se não duas...), desta feita já aqui contada em tempos (Poste P4628, de 2 de julho de 2009), pelo nosso camarada José Francisco Robalo Borrego, ten cor art ref, que pertenceu ao Grupo de Artilharia n.º 7 de Bissau (GA 7) e ao 9.º Pel Art (Bajocunda 1970/72). 

É também uma boa ocasião para relembrar aqui os nossos valorosos arilheiros do GA 7 / GA 7 (Grupo de Artilharia de Campanha 7 / Grupo de Artilharia 7)


Histórias pícaras > Gasparinho

(v) Meu comandante, vá chamar filho a outro...

(...) Em fins de 1970 (Outubro?), apresentou-se no Grupo de Artilharia n.º 7 (GA7) o Senhor major Gaspar, acabado de ser promovido, para assumir as funções de 2.º comandante do Grupo. 

O major Gaspar, também conhecido por Gasparinho, comandava a Companhia de Artilharia 3330, estacionada em Nhamate e mais tarde em Bula. Era uma Companhia independente, cuja unidade mobilizadora foi o extinto Regimento de Artilharia n.º3 (RAL 3) em Évora.

O comandante do GA7 era o Senhor tenente-coronel Ferreira da Silva que tinha por alcunha o Assassino da Voz Meiga, porque ao dirigir-se aos seus subordinados fossem eles oficiais, sargentos ou praças tinha por hábito tratá-los por “filho” ("Ó filho isto, ó filho aquilo"...) mas na hora de administrar a justiça e disciplina (RDM) era um “pai” pouco meigo.

Um dia tratou o major Gaspar por “filho” e, como este gostava pouco de paternalismos, terá advertido o comandante que pai só tinha um e que não admitia que o voltasse a tratar com tal “afecto”.

Devido ao feitio do comandante, ou talvez não, o certo é que não morriam de amores um pelo outro e, segundo se dizia, tinham muitas divergências e acesas discussões.

No dia de todos os Santos era tradição fazer-se uma formatura geral com representantes dos três Ramos das Forças Armadas em frente ao Palácio do Governador da Província, salvo erro.

A representação do Exército coube ao GA7 com a incumbência de enviar uma força para a cerimónia do dia de finados, força essa, que sob a responsabilidade do major Gaspar terá chegado ligeiramente atrasada ao local da formatura, o que desagradou profundamente ao comandante perante o olhar das altas entidades.

Como cmdt e responsável máximo, o ten cor Ferreira da Silva terá feito uma chamada de atenção ao major Gaspar, que,  não tendo gostado da “repreensão” em público, desatou aos berros e com insultos ao cmdt, sendo retirado do local por um oficial conhecido, pondo termo ao espectáculo deplorável!

Para quem conhecia a personalidade do major Gaspar, aquilo foi uma atitude perfeitamente natural em linha com o seu temperamento. Para a época era, ou parecia ser, um oficial desinibido, frontal e, por vezes, desafiador da disciplina. Dizia-se que na sua folha se serviços tinha tantos louvores como castigos e que gozava de alguma simpatia, junto do Senhor General António de Spínola, devido às suas características peculiares.

No regresso à Unidade os dois comandantes discutiram o incidente anteriormente ocorrido, tendo ambos chegado, ou quase chegado, a vias de facto e a situação só não foi mais grave, porque um oficial se intrometeu entre os dois.

Perante a insubordinação do major Gaspar, o cmdt mandou chamar o Sargento da Guarda para prender o major, mas este dizia ao 1.º sargento que não podia prendê-lo, porque não estava em flagrante delito.

Este episódio durou algum tempo em que um mandava avançar o Sargento da Guarda e o outro mandava-o recuar... Houve até quem dissesse que o sargento da guarda, impaciente e nervoso, terá suplicado: "Meus comandantes, decidam-se lá, porque, segundo o Regulamento, o comandante da guarda não pode abandonar o distrito da guarda, por muito tempo". Tal era o desconforto…!

Face ao sucedido,  o escalão superior procedeu ao respectivo processo disciplinar e criminal, acabando os dois por serem punidos com penas de prisão. (...)

(José Borrego)


[ Seleção / Revisão / fixação de texto e título, para efeitos de publicação deste poste no blogue: LG ]

domingo, 31 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P21026: Os nossos últimos seis meses (de 25abr74 a 15out74) (19): Fotos do álbum do José Lino Oliveira (ex-fur mil amanuense, CCS/BCAÇ 4612/74, Mansoa, Cumeré e Brá, 12jul74 - 15out74) - Parte I: Mansoa


Guiné > Região do Oio > Mansoa > CCS/BCAÇ 4612/74 (12jul74-15/10/74) > Artilharia: espaldão do obus 14


Guiné > Região do Oio > Mansoa > CCS/BCAÇ 4612/74 (12jul74-15/10/74) > Aspeto da rua principal da vila.


Guiné > Região do Oio > Mansoa > CCS/BCAÇ 4612/74 (12jul74-15/10/74) > Instalações do quartel


Guiné > Região do Oio > Mansoa > CCS/BCAÇ 4612/74 (12jul74-15/10/74) > Aspeto de uma das tabancas


Guiné > Região do Oio > Mansoa > CCS/BCAÇ 4612/74 (12jul74-15/10/74) > O José Lino Oliveira, à direita, de óculos, com outros furrieis milicianos de diversas unidades.

Fotos (e legendas): © José Lino Oliveira (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mensagem de José Lino [Padrão de] Oliveira  [ex-Fur Mil Amanuense da CCS/BCAÇ 4612/74, Mansoa, Cumeré e Brá, 12-7-1974 / 15/10/1974, a mesma unidade a que pertenceu o nosso coeditor  Eduardo Magalhães Ribeiro; membro da nossa Tabanca Grande desde  31/12/2012 (*); vive em Paramos, Espinho]

Date: quinta, 28/05/2020 à(s) 16:12
Subject: Guiné 1974
Boa tarde

O último Batalhão a chegar e a sair da Guiné foi o 4612/74, a que eu pertenci. 

Envio algumas fotos desse tempo, do quartel e da vila de Mansoa; da cerimónia, em Mansoa, da entrega do quartel ao PAIGC, em 8/9/1974, com o Magalhães Ribeiro a arrear a bandeira; e ainda do Batalhão de Engenharia em Bissau: (i) parte do que lá ficou abandonado, viaturas, artilharia, etc.; (ii) arrear da bandeira no dia do embarque, por coincidência essa"honra" também coube ao Magalhães Ribeiro).

O nosso batalhão, em Bissau, ficou colocado no BENG 447 até virmos todos embora no T/T Uíge,  em 15/10/74, nós,  os últimos soldados do império... Estivemos no CTIG apenas 3 meses, desde 12/7/74... (**)

Se vires que tem interesse,  podes editar.

Legendas da Parte I:

Fotografia de Mansoa nº 0 - furriéis milicianos de diversas  unidades jantando no exterior.
Fotografias de Mansoa nºs 1 a 4 - aspectos de Mansoa, quartel e tabanca.

Um abraço
José Lino
_______________

Notas do editior:

(*) Vd. poste de 31 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10886: Tabanca Grande (377): José Lino Padrão de Oliveira, ex-Fur Mil Amanuense da CCS/BCAÇ 4612/74 (Guiné, 1974)

(**) Último poste da série > 10 de maio de  2014 > Guiné 63/74 - P13122: Os nossos últimos seis meses (de 25abr74 a 15out74) (13): No caos de Bissau, sou destacado, como médico, para uma missão nos Bijagós, Ilha Caravela: um aeródromo de recurso, para uma eventual evacuação de emergência das NT... (Rui Vieira Coelho, ex-alf mil med, 1972/74)

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20893: 16 anos a blogar (3): o obus de Bambadinca (foto do Frederico Amorim, autor da página "Mundo do Fred", 26/4/1997)


Guiné > Região de Bafatá > Bambadinca > Abril de 1997 > O obus de Bambadinca... Vestígios da guerra colonial: uma peça de artilharia (obus de 140 mm) abandonada pelos tugas. (Foto reproduzida gentilmente autorizada pelo Frederico Amorim. vd. O Mundo de Fred).

Foto (e legenda); © Frederico Amorim (1997). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Bambadinca > Setor L1 >  CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Um obus 14 (ou peça 11.4 ?) em trânsito por Bambadinca: da esquerda para a direita, o alf mil  Ismael Augusto, um furriel não identificado e o furriel José Carlos Lopes...

No tempo dos BCAÇ 2852 e BART 2917, ou seja entre 1968 e 1972, Bambadinca não tinha artilharia... Mas muitos obuses 14 e peças 11.4 passaram por aqui, desembarcados no Xime, ou mesmo no porto fluvial de Bambadinca  a caminho de outras guarnições do leste, nomeadamente situadas nas zonas fronteiriças. No final da guerra, estes equipamentos regressaram pelo mesmo caminho. No setor L1, só havia artilharia (3 obuses 10.5) no Xime e em Mansambo.

Foto: © José Carlos Lopes (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)

O Fred, foto atual. Cortesia do
"Mundo do Fred"
1. É uma raridade, esta foto, com o obus de Bambadinca, Foi tirada pelo Fred, o Frederico Amorim, em 1997, e divulgada na Net, numa altura em que ainda havia muito poucos sítios, individuais, dedicados a viagens. "Mundo do Fred", na sua primeira versão, data de 1998. 

Como ele explica:

(...) Tendo desenvolvido uma enorme paixão pelas viagens, comecei a criar um site para divulgar as aventuras mas também que me permitisse alimentar essa paixão durante todo o ano e não apenas nas férias. O primeiro site Mundo do Fred foi para o ar em 1998, ainda a Internet, conhecida como World Wide Web, era utilizada por uma pequena minoria. (...)

Se não erro, o "Mundo do Fred" estava originalmente alojada  no portal português Sapo. O Fred transferiu o seu sítio, em 2006.  E criou uma 3ª versão mais recentemente;

.(...) "Por fim em 2018, 20 [anos] depois, coloquei no ar a versão 3 do Mundo do Fred, finalmente com o seu domínio próprio e com a ajuda de ferramentas que hoje estão disponíveis para ajudar neste desenvolvimento de conteúdos." (...). 

Perdi o link original  da foto do velho obus de Bamadinca, que reproduzi no poste nº 3, de 28/4/2004, no início da nossa aventura bloguística (*). Só hoje, 16 anos depois,  a recuperei, com muita alegria, ao redescobrir a última versão, a 3, do "Mundo do Fred".

Explica-nos ele como é que começou essa paixão pelas viagens.

(...) A minha primeira grande viagem foi aos 15 anos, com uma travessia de carro através de Espanha até chegar ao Sul de França, Itália até Milão, Suíça e regresso a Portugal. Hoje pode parecer banal, mas nos anos 80′ era um grande feito quando ainda se parava em cada fronteira da Europa para mostrar o passaporte. Dois anos depois fomos de carro a Paris e no ano seguinte a Londres. Dez anos depois chegava ao “fim do mundo” na Terra do Fogo.

Hoje, da mesma forma que os meus pais me levaram a viajar desde cedo, tento fazer o mesmo com os meus filhos. Mas hoje as condições de vida em Portugal e a massificação das viagens com a globalização, permitem que as viagens cheguem mais longe e com melhores condições, assim como o acesso a mais informação facilmente. Se os meus pais me levaram até à longínqua Hungria de carro, eu já levei os meus filhos ao México e ao Vietname. (...)

2. Sabemos que de 20 a 27 de abril de 1997, o Fred foi, com um grupo de amigos,  todos jovens, incluindo um amigo guineense, com família em Bissau e em Bambadinca, em viagem até à Guiné-Bissau.

Não sabemos quais eram então  as suas motivações, para além do prazer da descoberta e da aventura. Ele deveria ter já nessa altura vinte e poucos anos .E até é possível que o seu pai tenha estado na Guiné, no tempo da guerra colonial, como militar ou como civil...

De qualquer modo, em 1997, a Guiné-Bissau estava longe de ser um "destino apetecível"... E no ano seguinte, 1998, 'Nino' Vieira é derrubado por um golpe de estado e o país é mergulhado numa guerra civil-

O Fred conheceu, portanto, a Guiné Bissau, ainda sob o regime "nitista" e tirou fotos de alguns sítios por onde viajou, incluindo esta foto "patética", que ainda hoje nos causa calafrios, mas também repulsa e compaixão,  a de um velho obus, abandonado, esventrado, sem rodas, reduzido  ao miserável "esqueleto", esquecido,  sem honra nem glória, apontando, cego, surdo e mudo, o teu tubo inútil à grande bolanha de Bambadinca..

Ele escreveu no seu diário:

 "26/4 – Bafatá – Bambadinca – Bissau : Confrontos em Bafatá: tiros e carros incendiados. Houve uma greve dos funcionários públicos, sem salário há 5 meses, que culminou em violência. Visita à cidade. Bambadinca: conversa com um empresário local. Restos de canhão da guerra colonial. Visita à madrasta e irmãos do Serifo.  Bissau. Jantar em Quinhamel. Estadia no Hotel Hoti-Bissau. Discoteca Kapital."

Mas foi o "obus de Bambadinca" que me chamou a atenção,quando,  em 28 de abril de 2004, andava à procura de uma foto de Bambadinca  e então  dei com a sua página na Net, com fotos de Bafatá, Bambadinca, Saltinho, com paisagens que me eram familiares,,,

Havia ainda na época muita sucata da guerra (viaturas, peça de artilharia, etc., a par de instalações militares), espalhadas por toda a Guiné, e que eram testemunhas arqueológicas de um guerra já esquecida, a de 1961/74...

3. Volto a reproduzir essa foto (, com a devida vénia ao autor...) e as notas de viagens que a acompanham  (a esta e a outras, aqui disponíveis no respetivo sítio). 

 Guiné Bissau / Bafatá e Interior

Bafatá é a segunda maior cidade da Guiné-Bissau com 10.000 habitantes. Fica no interior do país na margem do Rio Geba, 150 kms a leste de Bissau.



Bafatá é uma cidade surpreendentemente tranquila, caracterizada por uma predominância de edifícios e casas coloniais, infelizmente num estado avançado de degradação. O herói nacional, Amílcar Cabral, nasceu em Bafatá e esse facto está assinalado num pequeno monumento com o seu busto e na casa onde nasceu, perto do Mercado Central. A cidade fica numa colina sobre o Rio Geba. 12 kms a oeste ficam as ruínas de Geba, um antigo entreposto português.

Cussilinta é um lugar mágico onde se pode contemplar uma magnífica paisagem natural num rio de leito rochoso com selva em redor. Nada com um belo banho na água quente…

Saltinho é outro lugar paradisíaco num enorme leito de rio rochoso com cascatas e selva em redor. Fica a 25 kms a sudeste de Xitole (por sua vez, 35 kms a sul de Bambadinca), junto à aldeia de Mampatá. As suas cascatas são muito bonitas e ainda mais na época das chuvas, tornando-se o rio num lago imenso. Saltinho tem ainda hoje uma importante ponte construída pelos portugueses nos anos 60.

Bambadinca é uma cidade a oeste de Bafatá. Foi um importante palco da guerra colonial, encontrando-se ainda vestígios desse conflito, como um velho obus.

Fonte : Mundo do Fred (com a devida vénia...)

Obrigado ao Fred por, mesmo sem a sua vontade expressa, nem sequer o seu conhecimento, ser associado à celebração dos 16 anos do nosso blogue... Mas é por uma boa causa... Sei que ele ficou a adorar, em abril de 1997, aquela terra e aquelas gentes. (**)
___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 28 de abril de 2004 > Guiné 63/74 - P3: Excertos do diário de um tuga (2) (Luís Graça)

domingo, 8 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20425: Lições de artilharia para os infantes (9): Os Pel Art, de vez em quando, tinham que "tocar uma punheta" aos obuses, por razões de manutenção... (C. Martins, ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74)


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > Agosto de 1972 > Espetacular foto noturna do obus 14 em ação...

Algumas características técnicas do Obus 14 cm m/943:  (i) Origem Reino Unido; (ii) Ano de fabrico: 1941 (entrada ao serviço: 1943); (iii) Calibre: 140 mm; (iv) Guarnição: 10 elementos; (v) Peso do obus 6190 Kg; (vi) Peso da granada HE; 40,5 Kg; (vii) Alcance: 15600 m; (viii) Campo de tiro horizontal:  -530 mil a +530 mil; (ix) Campo de tiro vertical;  -90 mil a 800 mil; (x) Cadência de tiro: 2 TOM; (xi) Locomoção Tração Automóvel... Observ: Foi descontinuado em 1987, é hoje peça de museu...

Foto (e legenda): © Vasco Santos (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentário do nosso camarada C. Martins (, ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74; hoje médico, reformado), ao poste P20423 (*)

Foto: Cortesia de António Rios (2019)
O GA7 [Grupo de Artilharia nº 7, em Bissau]  tinha uma oficina de reparação de obuses chefiada por um 1.º sargento.

Quando avariava um ou mais obuses,consoante o tipo de avaria, podia-se eventualmente fazer a reparação no próprio local, os Pel Art  tinham material de substituição, ou então deslocava-se um mecânico de Bissau, e em último caso o obus era substituído.

Os tubos (que para os infantes são canos) tinham estrias e, após mil tiros, tinham que ser substituídos porque estas se desgastavam, mas, para evitar isso, aconselhavam avivá-las o que dava uma trabalheira do "caraças".

Os graduados dos Pel Art  tinham uns conhecimentos de mecânica dos obuses não só para a manutenção como para eventuais pequenas reparações.

Algures no sul da Guiné um alferes de um Pel Art  perdeu um "cogumelo", que era uma peça em aço da culatra cujo o formato era isso mesmo, um cogumelo, e como ia ser substituído tinha que fazer o espólio do Pel Art.

Pediu ao Pel Art  da vizinhança, que amavelmente cedeu um. Este por sua vez resolveu a falta do dito incluindo-o no relatório dos estragos feitos por um ataque, evidentemente com mais uma picareta, uma pá e tralhas várias em armazém.

Sabia-se que ninguém lia o dito relatório, e se lessem que fossem lá verificar a veracidade da coisa.

Também se tocava periodicamente uma "punheta" aos obuses que consistia na lavagem dos tubos,  e esta parecia que os tubos estavam a ejacular, daí o respectivo nome.

Mais lições de artilharia, têm que pagar, porque andei eu a queimar os neurónios para vocês passarem a saber tanto como eu, só faltava mais essa!

Ah, na foto [, à esquerda],  está-se a reparar o aparelho de pontaria que era uma avaria frequente.

Saudações artilheiras (**)
C.Martins
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 7 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20423: Facebook...ando (54): António Rios, ex-fur mil mecânico de artilharia (GA 7, Bissau, 1972/74), algarvio de Vila Real de Santo António, a viver em Tavira

(**) Último poste da série > 23 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20375: Lições de artilharia para os infantes (8): Algumas características técnicas do obus 14 e da peça 11.4 (C. Martins, ex-cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74; João Martins, ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20413: Álbum fotográfico de Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 (Bissau e Fulacunda, 1969/71) - Parte IV: Acção Mabecos (subsetor de Piche, 22-24 de fevereiro de 1971)


Guiné > Região de  Gabu > Piche > Acção Mabeos > 22-24 de fevereiro de 1971 > Progressão da coluna


Guiné > Região de  Gabu > Piche > Acção Mabeos > 22-24 de fevereiro de 1971 > Progressão da coluna


Guiné > Região de  Gabu > Piche > Acção Mabeos > 22-24 de fevereiro de 1971 > Progressão da coluna



Guiné > Região de  Gabu > Piche > Acção Mabeos > 22-24 de fevereiro de 1971 > Progressão da coluna


Guiné > Região de  Gabu > Piche > Acção Mabeos > 22-24 de fevereiro de 1971 > Progressão da coluna


Guiné > Região de  Gabu > Piche > Acção Mabeos > 22-24 de fevereiro de 1971 > Progressão da coluna


Guiné > Região de  Gabu > Piche > Acção Mabeos > 22-24 de fevereiro de 1971 >  "Eu estava sob as ordens do Capitão Osório [, de origem macaense,  aqui na foto], homem da artilharia, já falecido. No relatório desta operação está referido a forma elevada como o pessoal da Artilharia participou na resposta ao fogo IN, na sequência de emboscada, logo no primeiro dia, 22".


Guiné > Região de  Gabu > Piche > Acção Mabeos > 22-24 de fevereiro de 1971 >  O fur mil art Domingos Robalo, adjunto do cap art Osório: "A minha posição na coluna era na retaguarda, numa Berliet com um obus 14. Noutra viatura, na retaguarda da minha, ía o alferes Sá Viana Rebelo (sobrinho o Ministro do Exército)."

Imagens da progressão da coluna, de Piche  até à fronteira (, no rio Campa): "Sem fazer grandes cálculos, mas tendo em mente as tropas envolvidas, a nossa coluna teria um comprimento, em movimento de cerca de entre 1500 m a 1800m".

Fotos (e legenda): © Domingos Robalo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico (*) de Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7, Bissau, 1969/71; foi comandante do 22º Pel Art, em Fulacunda (1969/70); vive em Almada; tem mais de 20 referências no nosso blogue. [, Foto atual, à esquerda].

Já no final da comissão, que terminaria em abril de 1971 [, 24 meses!], o  Domingos Robalo, de rendição individual, colocado no BAC 1 / GAC 7,depois de trer comandado o 22º Pel Art, em Fulacunda (1969/70),  ainda participa na Acção Mabecos, em 22, 23 e 24 de fevereiro de 1971 (**):

A Acção Mabecos, executada a partir de Piche, tinha como objecto a retaliação,  com fogo de artilharia, à base IN de Foulamory, na região fronteiriça, a cerca de 12/13 km  Os obuses adequados e definidos para a operação eram os de 14 cm [, Saré Bacar e Canquelifá], e as peças de 11,4 cm, com maior alcance [ Piche.]

Então, convocaram-se os Pelotões de Artilharia de Saré Bacar, com 3 obuses 14,0; Canquelifá com 2 obuses [,14,0] e o pelotão reforçado de Piche, com 4 obuses [, peças 11.4]. [Bajocunda e Pirada tinham obuses 10,5 cm, não sendo adequados à operação.] 

O objectivo era Posicionar - se próximo da fronteira, Rio Campa, junto ao Corubal, e bombardear posições IN na região de Foulamory (Guiné Conacri).

Participaram as seguintes forças:

(i) 1º, 2º, 3º e 4º P el / CART 3332.

(ii) 3º e 4º Pel / /CCAV 2749 / BCAV 2922).

(iii) Duas secções de milícias da CM 249;

(iv) Uma secção de milícias da CM 246, com Morteiro 60, e 30 granadas;

(v) Uma secção Morteiro 81, 30 granadas;

(vi) Artilharia Pesada: 4 peças 11,4 com 160 Granadas [Piche], 2 Obus 14, com 100 [Canquelifá], 3 Obus 14 com 120 [Sare Bacar] ;

(vii) duas WHITE PEL/REC 2.


(...) Estávamos em semana de carnaval. A emboscada foi ao fim da tarde, de 22 de fevereiro de 1971. desencadeada com fogo muito forte. Lembro-me de haver referência à existência de soldados cubanos nas forças que nos atacaram. 

Com o decorrer do tempo parecia que o fogo era cada mais intenso.Daqui resultou que ordenei aos meus soldados que instalassem o obus 14 em posição de fogo. Creio que 5 minutos depois, estavam no ar as primeiras granadas do obus 14. Passados momentos aparece o Capitão Osório, também do GAC7, apoiando a decisão tomada. Passados 2 ou 3 minutos, o fogo do inimigo cessou. Todavia, as noticias não eram agradáveis porque, no pelotão que estava na frente [, o 3º Gr Comb / CART 3332], havia baixas e na manhâ seguinte havia a confirmação de um desaparecido, a do 1º cabo Duarte Fortunato [, além de 3 mortos e feridos graves]

Naquela mesma área, a artilharia [, 9 bocas de fogo,] tomou posição e durante toda a noite efectuaram-se bombardeamentos.   O erro desta operação foi a demora na reunião da logística bélica, porque estivemos em Piche alguns dias com movimentações anormais, o que despertou a curiosidade da população e consequentemente a organização do inimigo.

De certo modo, lembro-me que havia a expectativa de haver condições para uma emboscada, que se verificou. Lembro-me, também do acidente, na caserna, com uma bazuca [ que fez 3 vítimas mortais entre o pessoal do 4º Pelotão da CCAV 2749 / BCAV 2922]. O pessoal já saiu para a operação completamente desmoralizado e entristecido. (...)





Guiné > Região de Gabu > Carta de Piche (1957) (Escala 1/50 mil) > A tracejado azul, o provável trajecto da coluna, com um cumprimento de 1500 a 2000 metros, que, no âmbito da Acção Mabecos, partiu de Piche até fronteira. (Em linha reta, não devem ser mais de 15 km.)

Nas proximidades do Rio Campa, afluente do Rio Coli,  a par do Rio Cimongru e do Rio Nhamprubana, 9 bocas de fogo (obuses 14 e peças 11.4, c. 500 granadas) flagelaram toda a noite de 23 para 24 de fevereiro de 1971 a base IN de Foulamory, do outro lado da fronteira: A fronteira, aqui,  é delimitada pelo Rio Coli.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2019)
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(**) Vd. postes de:

22 de novembro de  2019 > Guiné 61/74 - P20370: Fotos à procura de uma... legenda (113): Camaradas artilheiros, quando media, em comprimento, o conjunto Berliet ou Mercedes ou Matador + reboque + obus 14 ou peça 11,4 ?.. 15 metros!... E quanto pesava ? 15 toneladas!... Façam lá o TPC: 9 bocas de fogo, mais 9 rebocadores, mais 9 Unimogs e Whites, mais 300 homens em armas... mais 500 granadas... Qual o comprimento (e o peso= de uma coluna destas, a progredir numa picada, no mato, de Piche, a caminho da fronteira, "Acção Mabecos", 22-24 de fevereiro do século passado, numa guerra do outro mundo ?!..

21 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20368: Blogues da nossa blogosfera (115): "A guerra nunca acaba para quem se bateu em combate": o dramático relato da Acção Mabecos, Piche, 22, 23 e 24 de fevereiro de 1971 (texto de Eduardo Lopes; fotos de Jorge Carneiro Pinto, CART 3332, 1970/72)

19 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20364: Recordações e desabafos de um artilheiro (Domingos Robalo, fur mil art, BAC 1 /GAC 7, Bissau, 1969/71) - IX (e última) Parte: Nunca mais esquecerei aquele abraço, num lojeca em Bissau, antes do meu regresso a casa, daquele negro de Fulacunda, o Eusébio, suspeito de colaborar com o IN, e a quem poderei ter salvo a vida...

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20392: Álbum fotográfico de Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 (Bissau e Fulacunda, 1969/71) - Parte II


Guiné > Bissau > BAC 1 > 1969 >  O Domingos Robalo junto do obus 14


Guiné > Bissau > BAC 1 > 1969 > O fatídico obus 10.5 de Guileje ["O obús 10,5 cm sem ferrão é o de Guileje, na sequência de uma morteirada a 21/02/1969"]

(...) "A minha mobilização para a Guiné ocorrera para cumprir uma rendição individual de um militar que não teve oportunidade de chegar ao fim. Ia substituir o furriel miliciano Batista [, António da Conceição Dias Baptista, natural de Murtal, São Domingos de Rana, Cascais ], que infelizmente não terminara a sua comissão no tempo normal. No dia 14 de fevereiro de 1969, morre heroicamente ao lado do seu Comandante de pelotão, o alferes Gonçalves [, José Manuel de Araújo Gonçalves, natural de Lisboa], São vítimas de um ataque IN no aquartelamento de Guileje."  (...)

(...) O seu sacrifício resultou de um ato heroico, não por falta de discernimento ou inconsequente, mas, na sequência da intensidade do fogo IN, por terem querido proteger os seus soldados, todos negros e do recrutamento da Província. Ordenou o Alferes que todos se recolhessem no abrigo. O Furriel Batista manteve-se a seu lado respondendo ao fogo IN, como se de um duelo de artilharia se tratasse. Mas a má hora chegou. Uma morteirada cai sobre o ferrão do lado esquerdo do obús 10,5cm e ali morrem os dois. (...)




Guiné > Bissau > BAC 1 > 1969 > A despedida do cap art Moura Soares, hoje cor art ref...  [Da direita para a esquerda, o Domingos Robalo, o cap Moura Soares e... o furriel Osório, da CART 2520]... A malta de 1968/70 encontrou-se pela primeira vez em 1989, segundo o José Diniz  Faro (*). O Domingos Robalo esclarece: "A malta de 68/70, encontrou-se em 1989, pela segunda vez. A alegria foi imensa. O convívio teve lugar em Oeiras, junto às peças da artilharia de costa do Regimento de Artilharia de Costa/Oeiras, tendo como Comandante, na altura, o Coronel de Artilharia Moura Soares. O nosso 1º encontro/convívio tinha sido em Coimbra,  creio que dois anos antes. (1987 ? )".


Guiné > Bissau > BAC 1 > 10 de junho de 1969 > Exercícios (1): " Nas fotos [esta e seguinte] estou eu e o meu amigo e camarada Avelino Glória (Furriel de artilharia). As fotos dizem respeito à exibição da "milicia" que recebia instrução na BAC1, sendo eu um dos instrutores. O local é o campo de futebol de Bissau [, Sarmento Rodrigies,]  e o rapaz é um dos instruendos da milícia (estudantes do liceu de Bissau). A arma é uma Mauser (sem bala). A instrução era dada aos sábados de tarde na BAC1".


Guiné > Bissau > BAC 1 > 10 de junho de 1969 > Exercícios (2)


Fotos (e legenda): © Domingos Robalo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Tabanca da Linha, 2019 > Domingos Robalo.
Foto de Manuel Resende (2019)


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico (**)  de Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7, Bissau, 1969/71; comandante do 22º Pel Art, em Fulacunda; tem cerca de 20 referências no nosso blogue

 Domingos Robalo [, foto acima]:

(i) tem página no Facebook desde março de 2009 e administra também o grupo Artilharia de Campanha na Guiné-BAC1/-GAC7;

(ii) vive em Almada, está ligado à Universidade Sénior Dom Sancho I, de Almada, onde faz voluntariado, desde julho de 2013, como professor da disciplina de "Cultura e Arte Naval";

(iii) trabalhou na Lisnave; é praticante de golfe;

(iv) e passou a integrar a Tabanca Grande, com o nº 795, desde 21 de setembro último.


2. Comissão de serviço na Guiné:
Domingos Robalo, BI militar, Bissau,
23 de maio de 1969, com a assinatura
do comandante da BAC1,
cap art Moura Soares

Chegou à Bissau em 13 de maio de 1969, em rendição individual. Foi colocado no BAC 1 [, mais /GAC 7], onde durante  cerca de quatro meses participou  nas “escolas de recrutas” que era levada a efeito com soldados do recrutamento da Província.

Em agosto, é nomeado para ser o instrutor na formação de artilharia de obuses 10,5cm e a 14,0cm, a furriéis, sargentos e a oficiais subalternos, oriundos de pelotões de morteiros. 

É colocado em Fulacunda como  comandante do 22º Pel Art-  Embora apenas sendo furriel, foi considerado como tendo o perfil adequado. De resto, havia falta de oficiais subalternos para preencher todos os comandos dos Pelotões de Artilharia  espalhados ou a espalhar pela Província.

Segue de Bissau para Bolama em LDM. O comboio foi atacado à morteirada, foi o seu batismo de fogo.  (***)


(***) Vd. poste de 12 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20232: Recordações e desabafos de um artilheiro (Domingos Robalo, fur mil art, BAC 1 /GAC 7, Bissau, 1969/71) - Parte V: Rumo a Fulacunda, com o 22º Pel Art, passando por Bolama, e com batismo de fogo

sábado, 23 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20375: Lições de artilharia para os infantes (8): Algumas características técnicas do obus 14 e da peça 11.4 (C. Martins, ex-cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74; João Martins, ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69)


Guiné > Região de Gabu > Coluna Bafatá - Nova Lamego - Piche > Setembro de 1968 > Picada a caminho de Nova Lamego, com três peças 11.4.  As peças foram desembarcadas em Bambadinca, vindas de Bissau, na LDG 101. Seguiram depois em estrada alcatroada, até Bafatá. Só mais tarde é que foi construída uma estrada alcatroada entre Bafatá e Nova Lamego, com seguimento até Piche. Estas peças participaram na Acção Mabecos, 22-24 de fevereiro de 1971.

Foto (e legenda): © João José Alves Martins (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] (*)


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 135/199 > O temível obus 14... mais um elemento da guarnição africana do  Pel Art ali destacado.

Foto (e legenda): © João José Alves Martins (2012).   Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].(**)


VI Encontro Nacional da Tabanca Grande, 4 de junho de 2011.
Uma das  raras fotos do C. Martins, aqui de óculos escuros,
ao lado do J. Casimiro de Carvalho,
dois heróis de Gadamael.
Foto: Luís Graça (2011)
1. Comentário ao poste P20370 (***), por parte do nosso C. Caria , ex-alf mil art, cmdt do 23º Pel Art, Gadamael, 1973/74


O C. Martins - nosso leitor e camarada, mais conhecido por ter sido o "último artilheiro de Gadamael" , comandante do Pel Art 23, que acabará por (con)fundir-se com o 15, mas também médico, reformado,  a viver no Portugal profundo, - não faz parte formalmente da nossa Tabanca Grande (TG), por razões que ele invocou, de natureza  deontológica, éticas e profissional, razões que sempre  entendemos e respeitámos. . Isto quer dizer que: (i) nunca pediu para aderir à TG; (ii) nunca aceitou o nosso convite para ingressar na TG; (iii) nunca se apresentou ao "pessoal da caserna", como mandam as NEP do blogue; (iv) nem nunca enviou as duas fotos da praxe. Tem cerca de 3 dezenas de referências no blogue, foi em tempos presença assídua nos Encontros Nacionais da Tabanca Grande, em Monte Real

Alcance do obus 14...16 km. E da peça 11,4...18 km
Peso de ambos sensivelmente 7 toneladas

Para pôr a peça ou obus em posição de tiro,(abrir sapatas,colocar espoleta na granada e introduzi-la no tubo, colocar carga,fechar culatra principal,introduzir escorva na culatra auxiliar, puxar cordel para accionar disparo) levava no mínimo 1 minuto para artilheiros experientes.

Após o obus estar pronto para disparar,  o comandante introduzia os dados de tiro no aparelho de pontaria,  verificava níveis e fazia a respectiva rectificação com a cruzeta colocada normalmente atrás do obus.

Convém referir que em situação normal de estacionamento em quartel, o obus estava em posição de tiro e as granadas estavam já com a respectiva espoleta e as cargas à disposição.

A espoleta era armada pela rotação da granada após a saída do tubo.

A velocidade da granada à saída era de 600 m /s

A elevação do tubo ía de -5º a 45º-

Se se fizessem vários tiros directos com uma elevação baixa corria-se o risco de rebentar os hidráulicos.

O grande perigo que todos os artilheiros temiam era o rebentamento da granada à boca do tubo..Invocava-se Santa Bárbara e vai disto!...

Se bem que a dotação de cada obus 14 fosse de 10 serventes,  fazia-se tiro com menos, dependia da experiência de cada um.

Havia um Pel Art  algures na guiné que conseguia fazer tiro de 20 em 20 segundos e,  para gáudio dos infantes,  terminava-se sempre com 3 tiros em simultâneo,  era um "mini ronco".

Ah!, já me esquecia,  a granada do 14 pesava 45 kg e da peça 11,4 25 kg. (**)

Saudações artilheiras

C.Martins

2. Informação do João Martins (ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69; vive em Lisboa: tem 55 referências no nosso blogue]


Sobre o obus 14 (cm e não mm...), ele já nos deu, em tempos,  as seguintes explicações técnicas (**)::

(...) "14 cm é o diâmetro da alma do canhão. Recordo que um obus é constituído por "reparo", a parte que assenta no chão e que tem duas "flechas" à retaguarda para que não recue, o "canhão" que começa na "culatra" que é a parte onde se colocam as "granadas" e os "cartuchos" com diferentes dimensões e cargas, conforme a força impulsionadora que se pretende, e que está relacionada com a distância, e, finalmente, a "massa recuante" que é o sistema hidro-pneumática que, após o tiro, leva o "canhão" à posição inicial.

Quando estive em Bedanda, e antes de rumar a Gadamael-Porto, com destino a Guileje, os 3 obuses estavam dirigidos para 3 direções bem distintas porque os ataques eram provenientes de 3 lados bem diferenciados, pelo que, regra geral, não disparavam simultâneamente, além de que estavam em extremos do aquartelamento.

Recordo-me que um dia, alguém vestido de modo "estranho" me perguntou se os obuses disparavam só para longe, ou, também, para perto. Respondi que só para longe. É claro que, naquela noite, perceberam quando queriam entrar no aquartelamento, que também disparava para perto. Os africanos que se encontravam no interior da moranças é que não gostaram do "festival" porque as granadas, que pesam 45 kg, passaram-lhes a rasar, eu diria que entre 1 metro e 2 metros. Numa das fotografias das minhas memórias, vê-se um furriel a acimentar o chão, onde o obus rodava... 


Enfim, algumas das minhas muitas recordações...que não esquecerei facilmente.. (...) (**)

Portanto, , no  essencial, pode dizer-se o seguinte:

(i) a peça de 11.4 cm e o obus 14 cm eram parecidos (mesmo reparo );

(ii) a peça 11. 4 era de menor calibre mas tinha o tubo mais comprido que o obus 14.(****)
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Notas do editor:


(**) Vd. poste de 26 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9947: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte VI: Bedanda, com o obus 14: um dos locais que me deixou mais saudades...

(***) Vd. poste de 22 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20370: Fotos à procura de uma... legenda (113): Camaradas artilheiros, quando media, em comprimento, o conjunto Berliet ou Mercedes ou Matador + reboque + obus 14 ou peça 11,4 ?.. 15 metros!... E quanto pesava ? 15 toneladas!... Façam lá o TPC: 9 bocas de fogo, mais 9 rebocadores, mais 9 Unimogs e Whites, mais 300 homens em armas... mais 500 granadas... Qual o comprimento (e o peso= de uma coluna destas, a progredir numa picada, no mato, de Piche, a caminho da fronteira, "Acção Mabecos", 22-24 de fevereiro do século passado, numa guerra do outro mundo ?!..

(****) Último poste da série > 30 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20107: Lições de artilharia para os infantes (7): Tal como o Strela reduziu a liberdade do nosso movimento aéreo, o radar de localização de armas (vulgo contra-morteiro) teria congelado a artilharia do PAIGC... (Morais da Silva / António J. Pereira da Costa / Luís Graça / Manuel Luís Lomba)

Postes anteriores:

10 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10019: Lições de artilharia para os infantes (6): O obus 14 de Bedanda em tiro direto... (C. Martins / Rui Santos)

17 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9915: Lições de artilharia para os infantes (5): Quando o oficial de dia fez um levantamento de rancho... (C. Martins, Cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

4 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9852: Lições de artilharia para os infantes (4): O que era uma bateria (ou bataria)... (C. Martins, Cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

16 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9496: Lições de artilharia para os infantes (3): Fazer a rotação, de 180º, do obus 14, para apoiar Jemberém (C. Martins, CMDT do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

15 de fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7791: Lições de artilharia para os infantes (2): O artilheiro Doutor, Mansambo, CART 2339, 1968/69 (Torcato Mendonça)

14 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7782: Lições de artilharia para os infantes (1): Como era feito o tiro de obus 14 (C. Martins, ex-Alf Mil, Pel Art, Gamadael)

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20370: Fotos à procura de uma... legenda (121): Camaradas artilheiros, quando media, em comprimento, o conjunto Berliet ou Mercedes ou Matador + reboque + obus 14 ou peça 11,4 ?.. 15 metros!... E quanto pesava ? 15 toneladas!... Façam lá o TPC: 9 bocas de fogo, mais 9 rebocadores, mais 9 Unimogs e Whites, mais 300 homens em armas... mais 500 granadas... Qual o comprimento (e o peso= de uma coluna destas, a progredir numa picada, no mato, de Piche, a caminho da fronteira, "Acção Mabecos", 22-24 de fevereiro do século passado, numa guerra do outro mundo ?!..



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > "Porto fluvial", no Rio Fulacunda > Montagem de segurança > Um obus 14, rebocado por uma Berliet. Para o que desse e viesse... Mas eram mais de 15 toneladas de aço em movimento... Um conjunto com 15 metros de comprimento...


Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Infografia da emboscada de 22/2/1971, no decurso da Acção Mabecos, que envolveu forças do BCAV 2922, numa operação de escolta e segurança a forças de artilharia no trajecto Amedalai - Sagoiá - Rio Sagoiá - Rio Cimangru [... e não Camongrou] - Piche 4E545 - Rio Nhamprubana. As baixas das NT  (3 mortos, vários feridos graves e ligeiros, 1 desaparecido...) foram todas da CART 3332 que ia na altura na cabeça da coluna.

Mortos nesse dia: 1º cabo at art Justino de Sousa Costa; sold at art Simplício Borges da Mota. sold at art João Peixoto de Araújo. Feridos graves: alf mil at art Art. José Agusto F.F.Rodrigues e sold at art Art. José Augusto S. Faria, mais 3 feridos ligeiros,  todos do 3º Gr Comb da CART 3332. O 1º cabo at art  Duarte Dias Fortunato, capturado pelo IN, foi  liberto depois do 25 de Abril.

Por acidente com uma bazuca, quando se preparavam para participar na Acção Mabecos,  morrerarm também nesse dia, na caserna da CCAV 2749, três militares:  sold at cav Leonel Pinto,  sold at cav Mário da Costa Morgado, e 1º cabo at cav Joaquim António Carregueira Correia (este a caminho do HM 241, em Bissau). Houve vários feridos.

Foto (e legenda): © Domingos Robalo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Guiné > Região de Gabu > Piche > Acção Mabecos > Rio Campa > 22 de fevereiro de 1971 > "10 segundos antes da emboscada. O 4º pelotão da CART 3332 abrigou -se na mata à direita onde estava postado,"


Guiné > Região de Gabu > Piche > Acção Mabecos > 23 de fevereiro de 1971 > Entre nevoeiro, pó e fumo: bombardeamento matinal, após uma noite dramática, à posição Foulamory (Guiné Conacri)



Guiné > Guiné > Região de Gabu > Piche > Acção Mabecos > 23 de fevereiro de 1971 > Os obuses, no regresso. O cenário é o da emboscada no dia anterior. [As viaturas com as bocas de fogo parecem vir coladas umas às outras no regresso...como se os condutores temessem uma segunda emboscada...Ninguém queria ficar para trás...]



Guiné > Região de Gabu > Piche > Acção Mabecos > 24 de fevereiro de 1971 > "Regresso dos guerreiros a casa (Piche). Empoeirados e tristes e com sede de vingança. A missão 'soube' a derrota"


Notáveis fotos do ex-alferes at art Jorge Carneiro Pinto, CART 3332 (1970/72). Legendas: Eduardo Teixeira Lopes, ex-1º cabo trms, CART 3332 ( Bolama, Piche, Nhacra, Dugal,Fatim, Chgué, 1970/72) Reproduzida. aqui. com a devida vénia- Fonte: "A guerra nunca acaba para quem se bateu em combate": terça-feira, 22 de fevereiro de 2011 > Guiné : Operação Mabecos, 22 de fevereiro de 1971


1. A Berliet Tramagal GBC 8KT CLD tinha as seguintes dimensões : comprimento máximo: 7.28 m - Largura: 2.4 m- Altura: 2.7 m... O peso era uma brutalidade:  8 toneladas (sem carga). A peça rebocada devia ter outro tanto de comprimento... 

Recorde-se que a peça 11.4 é mais comprida do que o obus 14... A viatura devia rebocar outro tanto peso: já não me lembro quanto pesavam aqueles mastodontes... E ainda faltam as granadas: 380, cada um com de 45 quilos mais ou menos (as de obus Agora ponham nove viaturas destas (Berliets ou equivalentes)  a rebocar 9 bocas de fogo, com uma segurança mínima de 30 /40  metros entre cada uma, dava mais de meio de quilómetro (equivalente ao comprimento de 5 campos de futebol)... 

Agora ponham mais 9 Unimogs e Whites - de acordo com o croqui acima reproduzido - além de 4 grupos de combate da CART 2332, 2 Gr Comb da CCAV 2749, 3 secções de milícia (=1 Gr Comb), mais 1 secção de morteiro 81, 3 Pel Art (Sare Bacar, Piche, Canquelifá)...o que dá 10 pelotões x 30 homens = 300 homens em armas...

Não se sabemos se a coluna ia toda motorizada ou  se havia combatentes apeados... Temos no mínimo mais meio quilómetro... Numa picada no mato, com todos os obstáculos que surgem (árvores, curvas, buracos... mesmo sabendo que estamos na época seca), as forças envolvidas na Acção Mabecos quando se deslocavam para o objetivo e foram emboscadas, deviam parecer um cobra gigante  com mais de um quilómetro da cabeça à cauda...300 homens, 9 bocas de fogo (não contundir om os  morteiros 60 e 81...), mais de 400 granadas, cerca de 20 viaturas...

De qualquer modo era uma massa impressionante de homens e aço em movimento, dando até uma falsa sensação de segurança a quem ia, a 3 metros do solo, empoleirado...Mas, ao mesmo tempo, cada homem sente que pode ser um alvo a abater... Eu fiz escolta e segurança a várias colunas logísticas, com dezenas de viaturas, também passei por essa estranha sensação...

2. Recorde-se o que já aqui escrevemos  sobre o Obus 14 cm:

 (...), de origem inglesa, foi recebido em Portugal, em 1943, para equipar as Unidades de Artilharia pesada, substituindo os Obuses 15 cm T.R. m/918 e 15 cm / 30 m/41. O Obus foi concebido para tracção auto exercida pelo camião tractor de 8 ton A.E.C. (Matador) 4x4 MA/46 e pelo camião tractor de 8 ton Magirus – Deutz 4x4 MA78. Serviu operacionalmente nos teatros de guerra da Guiné, Angola e Moçambique, entre 1961 e 1974, tendo sido substituído, em 1987, pelo Obus M114 155mm/23"... O obus 14 pesava mais de 6 toneladas... Cada granada pesava c. 45 kg... Tinha um alcance de c. 15 km... e uma cadência de tiro de 2 granadas por minuto... Tinha uma guarnição de 10 militares... (Fonte: Exército Português).

3. Em bicha de pirilau, ainda era pior: 250 homens (8 grupo de combate  + carregadores e guias), separados de cinco em cinco metros, a progredir no mato, de madrugada, na antiga picada Xime-Ponta do Inglês, toda já coberta de mato, o comprimento da coluna era de cerca de 1300 metros, quando a cabeça caiu numa emboscada em L e a secção da frente foi toda massacrada à "roquetada"...

 A cauda levou com armas pesadas, morteiro 81 e canhão s/ r... O IN teve tempo de sacar as G3 dos mortos e deixou-nos apenas os cadáveres  o que restou deles: tripas, pernas, braços, trocnos, cabeças: 6 mortos, 9 feridos graves... enquanto a "cobra" se recompunha do tremendo fogachal que apanhámos à frente, a meio e atrás... 

Foi a 26 de novembro de 1970, no subsetor do Xime, 4 dias depois da Op Mar Verde.  O senhor major de operações tinha dado um estranho nome, esotérico, ao raio da operação que era para fazer manga de ronco nas hostes inimigas, enquanto o PAIGC lambia as feridas em Conacri: Operação Abencerragem Candente!... 

Teve dedo de cubanos, tal como a emboscada sofrida, 3 meses depois, em Piche, na região do Gabu...Afinal, os nossos "crâneos" não aprendiam nada com os desaires dos vizinhos... Mas quem é que planeia uma operação destas,  a nível de batalhão, num raio de uma guerra como aquela do toque e foge ?!.. .E com os olhos e os ouvidos da população do Xime que tinha "parentes no mato", tal como os de Nhabijões, ali ao lado ? 250  homens dão muito nas vistas...E para mais entrando e saíndo duas vezes no Xime...A segunda saída, por razões de segunda, devia pura e simplesmente ter sido anulada... Mas, não, a obsessão de "fazer ronco", a todo o custo, por parte do comando do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) deu em tragédia...

As grandes vítimas foram os "periquitos" da CART 2715, comandados por um jovem, mas bravo, capitão de artilharia Vitor Manuel Amaro dos Santos, para quem a guerra acabou nesse dia... 

Sei do que falo porque, partindo do meio da coluna, fui dos primeiros camaradas da CCAÇ 12 (que atrás da CART 2715) a chegar à cabeça da coluna, para socorrer os feridos e resgatar os mortos... Ainda hoje tenho pesadelos quando me lembro do raio deste dia 26/11/1970... 

4. Desafio aos leitores: qual o comprimento, de facto, da coluna que progredia de Piche para o Rio Campa, na fronteira, com 9 bocas de fogo e cerca de 400 granadas de artilharia para flagelar Foulamory,   ali em frente ? E quantas toneladas de ferro, aço e carne humana deslocava a coluna ? Quem foi o génio militar que planeou uma operação destas ? (*)


Pelas minhas contas por alto, temos... x quilómetros,  x toneladas... Façam  alguma coisa, façam lá o TPC, camaradas....

PS - Não confundir esta Acção Mabecos com a Op Mabecos Bravios, dois anos antes (retirada de Madina do Boé, que culminou no desastre no Rio Corubal, em Cheche, na manhã de 6 de fevereiro de 1969: 47 mortos, afogados). Há uma diferença entre Acção e Operação... Não sei se existia, na altura, no território da ex-Guiné Portuguesa, o Mabeco (Lycaon pictus, "lobo pintado"), o cão selvagem africano... "A espécie já foi comum em toda a África subsaariana (exceto em áreas de floresta tropical ou densa e zonas desérticas). A sua distribuição geográfica actual limita-se ao sul da África especialmente em Namíbia, Zimbábue, Zâmbia, Botswana e sul da África Oriental na Tanzânia e norte de Moçambique. É uma espécie ameaçada de extinção", diz a Wikipédia...

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Nota do editor:

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20365: Álbum fotográfico de Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 (Bissau e Fulacunda, 1969/71) - Parte I


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Fotos (e legenda): © Domingos Robalo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Tabanca da Linha > Domingos Robalo.
Foto de Manuel Resende (2019)
1. Fotos do álbum de Domingos Robalo,  ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7, Bissau, 1969/71; comandante do 22º Pel Art, em Fulacunda;  

[, Foto à direita: Domingos Robalo:

(i) tem página no Facebook desde março de 2009 e administra também o grupo Artilharia de Campanha na Guiné-BAC1/-GAC7;

(ii) vive em Almada, está ligado à Universidade Sénior Dom Sancho I, de Almada, onde faz voluntariado, desde julho de 2013, como professor da disciplina de "Cultura e Arte Naval";

(iii) trabalhou na Lisnave; é praticante de golfe;

(iv) e passou a integrar a Tabanca Grande, com o nº 795, desde 21 de setembro último]


Legendas das fotos acima publicadas (*)


(...) A minha mobilização para a Guiné ocorrera para cumprir uma rendição individual de um militar que não teve oportunidade de chegar ao fim. Ia substituir o furriel miliciano Batista [, António da Conceição Dias Baptista, natural de Murtal, São Domingos de Rana, Cascais ], que infelizmente não terminara a sua comissão no tempo normal. No dia 14 de fevereiro de 1969, morre heroicamente ao lado do seu Comandante de pelotão, o alferes Gonçalves [, José Manuel de Araújo Gonçalves, natural de Lisboa], São vítimas de um ataque IN no aquartelamento de Guileje.

(...) A sete de maio de 1969, embarco no “Niassa” com destino a Bissau (Fotos nº 1 e 2].

(...) Ao fim da manhã do dia 12 de maio, o navio “Niassa” está ao largo de Varela, aguardando a ida a bordo da Autoridade Marítima. Ao fim da tarde do mesmo dia está a acostar ao cais de Bissau.

(...) Sou dos últimos militares a desembarcar, por ser de rendição individual e por o meu destino ser o quartel da BAC 1 [Bataria de Artilharia de Campanha nº1, sediada junto ao QG (Quartel General)]. [Fotos 3, 4 e 5]

(...) Chego finalmente ao aquartelamento da BAC1, onde me espera um quarto com cama feita.
Sou recebido por Furriéis e Sargentos e Oficiais que me aguardavam com amizade e simpatia. Ainda hoje me encontro com alguns desses meus camaradas, o Mendes, o Glória, o Faro, o Chaves, o Correia, o Mendes de Almeida e outros tantos, e até o meu Comandante, à altura o Capitão M. Soares.

(...) Durante cerca de quatro meses permaneci em Bissau [, na BAC 1], participando nas “escolas de recrutas” que era levada a efeito com soldados do recrutamento da Província. [Fotos nºs 6. 7 e 8]

(Continua)

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Nota do editor:
Vd. postes de :


3 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20202: Recordações e desabafos de um artilheiro (Domingos Robalo, fur mil art, BAC 1 / GAC 7, Bissau, 1969/71) - Parte II: recruta no RI 5, Caldas da Rainha, na 5ª companhia, comandada pelo ten inf Vasco Lourenço


9 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20222: Recordações e desabafos de um artilheiro (Domingos Robalo, fur mil art, BAC 1 /GAC 7, Bissau, 1969/71) - Parte IV: Depois de 4 meses a dar formação de artilharia de campanha, a graduados de pelotões de morteiro, sou colocado em Fulacunda, a comandar o 22º Pel Art