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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Guiné 63/74 - P8889: Patronos e Padroeiros (José Martins) (22): D. Dinis - Curso de Infantaria da Escola do Exército - 1953-1956 (José Martins)

1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 7 de Outubro de 2011:

Caros amigos, boa noite
Se o "D. Diniz" fosse vivo completaria no próximo Domingo, a bonita idade de 750 anos.

Nada melhor evoca-lo neste dia, escrevendo mais um tema dos Patronos.

Bom fim de semana para todos.
José Martins



PATRONOS E PADROEIROS XXII

Curso de Infantaria da Escola do Exército – 1953/1956


Genealogia de D. Diniz. Painel existente na Confeitaria El-rei D. Dinis, em Odivelas.
© Foto José Martins


D. Diniz
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve

Filho do Rei D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela nasce em Santarém, no dia 9 de Outubro de 1261 e, bem cedo, o pai preparou-o para a governação, vindo a ser aclamado Rei em 16 de Fevereiro de 1279, com 18 anos incompletos, para um longo reinado de 46 anos, sendo o 6º Rei de Portugal e da Dinastia de Borgonha.

Cerca de três anos depois, em 11 de Fevereiro de 1282, casa por procuração com Isabel, Infanta de Aragão e com doze anos de idade, tendo a boda sido celebrada em Trancoso no dia 26 de Junho desse ano, quando entrou em Portugal. Deste casamento nasceram D. Constança de Portugal (3 de Janeiro de 1290 – 18 de Novembro de 1313) e Afonso (8 de Fevereiro de 1291 – 28 de Maio de 1357), futuro rei de Portugal.
Dada a sua longevidade, para a época, foi um monarca influente, não só no reino, mas também nas relações externas.

Ao criar um “forte sentimento de nacionalidade” foi cognominado por Duarte Nunes de Leão (n. Évora 1530 † Lisboa 1608), cronista português, como o Pai da Pátria.

À data da sua chegada ao trono, o país estava em conflito com a Igreja Católica que ele, de imediato, tentou sanar assinando um tratado com o Papa Nicolau II, jurando defender os interesses de Roma no nosso país.

Essencialmente foi um rei administrador e não guerreiro. Em 1925 entrou em confronto com Castela, mas desistiu da mesma, fazendo a paz com Castela, com a assinatura do Tratado de Alcanizes, onde foram definidas as fronteiras de Portugal, que passaram a incluir as localidades de Serpa e Moura. Por este tratado previa-se também uma paz de 40 anos, amizade e defesa mútuas, que incluía o casamento de sua filha Constança com o rei Fernando IV, de Castela.

Tendo a cultura como um dos seus interesses, apreciador de literatura e poeta notabilíssimo, instituiu a língua portuguesa como a língua oficial do país. Lisboa foi, no seu tempo, um dos principais centros de cultura da Europa e, a Corte, um dos maiores Centros literários do Península Ibérica. Pela “Magna Charta Priveligiorum”, criou os Estudos Gerais, em Coimbra.

As Ordens Militares, que foram um esteio da nação, foram libertadas das influências estrangeiras que tinham, passando a depender do poder real. D. Diniz criou a Ordem de Cristo, que veio a herdar os bens da Ordem dos Templários em Portugal, quando esta é extinta, e ajuda a Ordem de Santiago a separar-se da tutela da mesma ordem em Espanha

Organizou o estado de forma centralizada, reduzindo, dessa forma, o poder da nobreza. Deu prioridade à organização do reino continuando a acção legislativa que já vinha do reinado de seu pai, mandando reunir no “Livro da Leis e Posturas” e nas “Ordenações Afonsinas”, a diversa documentação de direito e de leis, que se encontravam dispersas.

Dinamizou o comércio, e a circulação de bens, ao criar as feiras. Fomentou a agricultura, protegendo-a com a ampliação do pinhal de Leiria. Ordenou e fomentou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro.
Em 1308, assina o primeiro contrato comercial com a Inglaterra, abrindo as portas para o comércio internacional.

Cria o almirantado, que entrega ao genovês Manuel Pessanha, criando as bases de uma futura Marinha Portuguesa, ao serviço do reino.

Afonso, seu filho e herdeiro, temendo que D. Dinis favorecesse o seu filho bastardo Afonso Sanches, reclamou que o rei lhe aumentasse os proveitos, exigindo a convocação das Cortes, ao que o rei acedeu. Porem, a reunião do Clero da Nobreza e do Povo, não deu os resultados que D. Afonso pretendia. Então este reuniu as forças que lhe eram fiéis e tentou dar combate ao Rei.

Nos campos de Alvalade, então situados a norte de Lisboa, encontraram-se frente a frente as forças leais ao rei e as forças que apoiavam o Príncipe herdeiro, mas não chegou a haver combate. Quando as forças se preparavam para dar inicio à batalha, o campo foi atravessado pela Rainha, já venerada como Santa, montada sobre uma mula, evitando o derramamento de sangue entre portugueses.

A 7 de Janeiro de 1325, em Santarém, morre D, Diniz, que veio a ser sepultado na Igreja do Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, em Odivelas, que o próprio rei mandara construir.

José Marcelino Martins
Odivelas, 7 de Outubro de 2011

Nota:
Para comemorar a efeméride, Odivelas já se encontra "em festa" desde o dia 1.
Consultar www.cm-odivelas.pt
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 11 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8765: Blogoterapia (189): ... i-guerra... (José Marcelino Martins)

Vd. último poste da série de 1 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8627: Patronos e Padroeiros (José Martins) (21): Mártir S. Sebastião, Padroeiro dos Arqueiros, da Infantaria e dos atletas (José Martins)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8627: Patronos e Padroeiros (José Martins) (21): Mártir S. Sebastião, Padroeiro dos Arqueiros, da Infantaria e dos atletas (José Martins)

1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70) [, foto à direita, no seu escritório,] com data de 29 de Julho de 2011:

Boa noite camaradas
São Sebastião, não sendo (oficialmente) patrono militar, foi um militar que, mercê das suas virtudes de mártir, veio a ser elevado à honra dos altares.
Foi alguém que, depois de Soldado foi Santo.

Um abraço e bom fim de semana.
José Martins


PATRONOS E PADROEIROS XXI

Soldados que se tornaram Santos

Mártir S. Sebastião

Imagem de São Sebastião, Orago da Igreja da Granja – Vialonga - V. F. Xira.
© Foto José Martins -2011/07/29

São Sebastião

Sebastião nasceu em Narbonne, no sul da França, no ano de 256 d. C., local onde existiu a primeira colónia romana fora da Itália - Colónia Narbo Martius – localizada na Via Domitia, estrada romana construída na Gália.

O nome Sebastião deriva do grego “Sebastós”, que significa divino, venerável, que seguia as virtudes do Altíssimo.
Escritos apócrifos, atribuídos a Santo Ambrósio, que foi à época Arcebispo de Milão, refere que Sebastião era um soldado, que se alistou no exército romano, por volta do ano de 283 d. C., tendo portanto acerca de 27 anos.
A intenção que o norteava era ajudar os cristãos a revitalizar a sua Fé, que era bastante abalada, após as torturas e perseguições a que eram submetidos.

Os Imperadores Diocleciano e Maximiano, apesar de o saberem cristão, mas reconhecendo o seu valor, convidaram-no para integrar a Guarda Pretoriana, ou seja, a sua guarda pessoal.
Manteve, contudo, a sua postura perante os prisioneiros cristãos, o que levou o imperador a considerá-lo traidor e a mandá-lo executar por meio de flechas.

Foi dado como morto e atirado ao rio, mas Sebastião não tinha morrido e foi socorrido por Irene, uma jovem de família grega e que viria a ser canonizada como Santa Irene. Depois de restabelecido, apresenta-se a Diocleciano, que o manda espancar, até à morte e atirá-lo para o esgoto público de Roma.

O seu corpo foi recuperado por outra mulher, que viria a ser Santa Luciana, que recolhe o seu corpo, limpa-o e, assim, foi sepultado nas catacumbas.

Estes casos ocorreram em Roma no ano de 286.

A Igreja Católica comemora a sua festa litúrgica em 20 de Janeiro, enquanto a Igreja Ortodoxa comemora em 18 de Dezembro.

É considerado patrono dos Arqueiros, dos Soldados, da Infantaria e dos Atletas.

Igreja da São Sebastião em Granja – Vialonga – Vila Franca de Xira.
Festeja o seu Padroeiro, este ano, nos dias 29 / 30 e 31 de Julho.
© Foto José Martins -2011/07/29
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 27 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8610: Efemérides (52): 27 de Julho de 1970: Amélia teve um menino (José Marcelino Martins)

Vd. último poste da série de 24 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7495: Patronos e Padroeiros (José Martins) (20): Padroeira da Sagres (Navio Escola da Marinha Portuguesa)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7495: Patronos e Padroeiros (José Martins) (20): Padroeira da Sagres (Navio Escola da Marinha Portuguesa)



1. O nosso Camarada José Marcelino Martins, (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos,
Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais uma mensagem, em 22 de Dezembro de 2010, para a série “Patronos e Padroeiros do Exército”, agora sobre a Padroeira da Sagres (Navio Escola da Marinha Portuguesa), que termina amanhã, dia 23, a 3ª viagem circum-navegação, que durou 338 dias á volta do mundo, naquela que foi a maior missão de sempre efectuada pelo Navio Escola Sagres. Assim, esta nossa embaixadora aportou em 27 portos de três continentes, navegou 39 112 milhas (72 435 km), que demoraram 5405 horas a navegar (27% à vela).
Padroeira da Sagres
(Navio Escola da Marinha Portuguesa)


Foto: Página da Sagres, com a devida vénia
Nossa Senhora dos Navegantes
Na devoção popular Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, e nossa Mãe, vai adquirindo o nome, quer de lugares ou, até, relacionada com profissões.
A devoção a Nossa Senhora já era antiga em Portugal mas, com o inicio dos descobrimentos, no século XV, os navegadores passaram a pedir a intercessão da Virgem, para que os acompanhasse nas viagens e os trouxesse de novo a casa, mais ainda quando enfrentavam o mar revolto e as tempestades, quando viajavam pelo mar.
Em Portugal, Nossa Senhora dos Navegantes, também é associada às comunidades de pescadores, já que elas vivem do e para o mar, colocando nas Suas mãos a sua vida e a sua esperança.
A sua festa é celebrada a 15 de Agosto, fazendo, em muitas localidades, um percurso por terra e por mar ou rio, transportada nos barcos da faina marítima.
Oração à Nossa Senhora dos Navegantes
Ó Nossa Senhora dos Navegantes,
Mãe de Deus,Criador do céu, da terra, dos rios, dos lagos e dos mares.

Protegei-me em todas as minhas viagens,
Dos ventos, tempestades, borrascas,
Raios e ressacas para que não perturbem minha viagem,
E que nenhum incidente ou imprevisto cause alteração,
Ou atrase a minha viagem,
Nem me desvie da rota traçada.

Virgem Maria,
Senhora dos Navegantes,
Minha vida é uma travessia de um mar turbulento.
As tentações, os fracassos e as desilusões
São ondas impetuosas,
Que ameaçam afundar minha frágil embarcação
No abismo do desânimo e do desespero.
Nossa Senhora dos Navegantes,
Nas horas de perigo penso em vós.
O medo desaparece,
O ânimo, a disposição de lutar
E de vencer fortalecem-me.

Com a vossa protecção e a bênção de seu filho.
A embarcação da minha vida há de ancorar segura
E tranquila no porto da eternidade.

Nossa Senhora dos Navegantes,
Rogai por mim,
Amém.
José Marcelino Martins
Fur Mil Trms da CCAÇ 5
Pesquisa e fixação do texto
21 de Junho de 2010
__________
Nota de M.R.:

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Guiné 63/74 - P7224: Patronos e Padroeiros (José Martins) (19): Patrono do Curso 1964/1969 da Academia Militar, Major Caldas Xavier


1. O nosso Camarada José Marcelino Martins, (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais uma mensagem, em 3 de Novembro de 2010, da série “Patronos e Padroeiros do Exército”:
Patronos do Exército Português
Patrono do Curso 1964/1969 da Academia Militar

Foto: Wikipédia, com a devida vénia

Major Caldas Xavier

A 25 de Setembro de 1852 em Lisboa, na freguesia das Mercês, filho de Henriqueta Pereira Caldas Xavier e António Prado Xavier, nasce Alfredo Augusto Caldas Xavier que, face à sua habilidade manual, os pais pretendiam que seguisse a carreira de escultor mas, por influência de seu avô materno Pereira Caldas, oficial superior do exército e com quem viveu desde novo, acabou por abraçar a carreira das armas.

Em 1871, terminando o curso no Liceu Nacional de Lisboa, pretende entrar para a marinha de guerra, mas assenta praça no Regimento de Caçadores nº 5 enquanto se matricula no curso de infantaria na Escola do Exército, hoje Academia Militar. No ano seguinte casou com Amélia do Nascimento Conti.

Efectua uma primeira comissão, civil, em Moçambique, chegando a Lourenço Marques no dia 7 de Março de 1877, com o objectivo de colaborar no levantamento de obras públicas necessárias naquela província.

Não esqueceu a sua condição militar colaborando nas Campanhas de Pacificação realizadas na zona de Inhambane e distinguiu-se, especialmente, no apaziguamento da revolta do Batalhão de Caçadores de Inhambane (1877) e nas negociações com o régulo de Zavala, em Outubro de 1879. Das negociações com o régulo fazia parte o estabelecimento de um quartel em Nhagondel, que fortaleceria a presença portuguesa a sul do Inharrime, na direcção das terras do Império de Gaza.

Regressa ao Reino durante um curto período, altura em que, a 11 de Agosto de 1881, foi promovido ao posto de Tenente, tendo regressado a Moçambique em 1883, mas na qualidade de administrador da Companhia de Ópio da Zambézia. Constata que o quartel apenas tinha sido iniciado. A sua materialização, estabelecimento de um comando militar ao sul do Inharrime, só foi conseguida em 1884, por imposição de uma portaria de Agostinho Coelho, governador-geral.

Enfrentou, ainda, problemas originados com a forma como contratava trabalhadores para a companhia que administrava, como o ataque por grupos armados, a 20 de Junho de 1884 de que resultou a morte do Capitão Victoriano Queirós, a família deste e a quase totalidade dos elementos do destacamento, sendo apenas poupado o Alferes Curado, por ser genro de um dos assaltantes.

Aquando do assalto às instalações da Companhia de Ópio da Zambézia, os revoltosos acabaram por ser desbaratados, rendendo-se ao Capitão-mor de Manica em 11 de Agosto seguinte.

Quando a Companhia do Ópio passa a ser dirigida por ingleses, o que acontece em Janeiro de 1886, Caldas Xavier tem de abandonar o lugar e regressa a Portugal.

De 1887 a 1890 vai para a Índia Portuguesa, agora já com o posto de Capitão, para cumprir mais uma comissão de serviço. Ocupa os cargos de inspector-geral do Caminho-de-Ferro de Mormugão, chefe da repartição militar de Mormugão e, por pouco tempo, governador de Diu. Quando termina a comissão e regressa ao país já tinha sido promovido a Major.

Chegado a Lisboa, parte de novo para Moçambique, a convite do engenheiro Joaquim José Machado, para integrar a comissão de técnicos para delimitação das fronteiras entre o distrito de Lourenço Marques e a República do Transvaal, mas, face aos problemas levantados com o ultimato inglês, estes vieram a sofrer algum atraso.

Com a posição de força tomada pela Inglaterra no ultimato, uma força da British South Africa Company provoca incidentes em Manica, reclamando a sua posse e aprisionou as autoridades estabelecidas.

Em reunião pública de 10 de Dezembro de 1890 na Câmara Municipal de Lourenço Marques, é aceite a proposta de organizar uma força militar para expulsar o invasor, pelo que, estando presente Caldas Xavier, é o mesmo nomeado para comandar a mesma.

Enfrentando grandes dificuldades, consegue reunir uma força constituída por elementos do Regimento de Caçadores nº 4, do Corpo de Policia e uma companhia do Batalhão de Voluntários, constituído na altura, partindo para a Beira em 10 de Janeiro de 1891, a bordo do vapor Rovuma.

A 11 de Maio a expedição entra em combate com a força ocupante, tendo de bater em retirada. Face a concessões feitas por Portugal à Grã-Bretanha, a força retira, chegando a Lourenço Marques em 4 de Setembro de 1891.

Ao Major Caldas Xavier, apesar de não ter obtido êxito na expedição efectuada, foi-lhe reconhecido o mérito do seu empenhamento, sendo condecorado com a medalha de Oficial de Ordem Militar da Torres e espada, a juntar ao grau de Cavaleiro, que já lhe tinha sido atribuído, anteriormente.

Regressa à Metrópole em 1893, onde profere várias conferências sobre a necessidade da ocupação efectiva de Moçambique, à luz dos requisitos impostos pela Conferência de Berlim.

Regressa a Moçambique em 1894, chegando a Lourenço Marques na altura que uma rebelião punha em causa a presença portuguesa na área.

Apesar da comissão de serviço de Caldas Xavier ser de carácter civil, foi o escolhido para efectuar um reconhecimento, pelo que, á frente de uma força do regimento de Caçadores nº 2, de uma secção de artilharia de montanha e tropas auxiliares do Batalhão de Caçadores nº 3 parte, a 21 de Janeiro de 1894, patrulhando a área circundante sem que tenha havido qualquer contacto.

António José Enes, Comissário Régio, determinou que Marracuene fosse ocupada pelas forças portuguesas, onde se reconhecia existir o maior foco de resistência.

Criada nova força, com elementos das unidades que tinham constituído a anterior, reunindo 37 oficiais e 800 soldados, Caldas Xavier parte como 2º comandante da força, comandada pelo Major José Ribeiro Júnior.

A expedição parte de Lourenço Marques em 28 de Janeiro de 1895. O comando passa para a responsabilidade de Caldas Xavier, uma vez que o comandante que continua a acompanhar a força, adoece, chegando a Marracuene por volta das 4 horas da tarde do dia 29.

Após ter bivacado na zona durante três dias em aparente calma, a força foi atacada no que ficou conhecido como o Combate de Marracuene.

Apesar do inimigo ter conseguido penetrar no quadrado defensivo, mas rapidamente reconstituído, a sorte das armas pendeu para o lado português, tendo esse combate sido o primeiro das Campanhas de Pacificação em Moçambique.

A coluna regressa a Lourenço Marques em 5 de Fevereiro de 1895 e, Caldas Xavier que não se encontrava na província devido à sua condição militar, volta a ocupar a missão para a qual tinha sido designado. No entanto, ainda colabora no apoio logístico às colunas que estavam empenhadas na campanha.

Sofrendo de doença tropical, veio a falecer em 8 de Janeiro de 1896, na cidade de Lourenço Marques, poucos dias depois da chegada aquela cidade de Gungunhana, principal opositor às pretensões portuguesas naquele território.

José Marcelino Martins
Fur Mil Trms da CCAÇ 5
02 de Novembro de 2010
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

23 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7163: Patronos e Padroeiros (José Martins) (18): Nossa Senhora do Cheche

sábado, 23 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7163: Patronos e Padroeiros (José Martins) (18): Nossa Senhora do Cheche


1. O nosso Camarada José Marcelino Martins, (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais uma mensagem, em 22 de Outubro de 2010, da série “Patronos e Padroeiros do Exército”:


Patronos e Padroeiros do Exército
Padroeira do Destacamento

© Foto: José Marcelino Martins (1969) – Direitos reservados

Nossa Senhora do Cheche

A imagem intitulada Nossa Senhora do Cheche, não é mais que a imagem da Senhora de Fátima que, para lá foi transportada, provavelmente, por um militar europeu.

A primeira unidade a instalar-se naquele destacamento foi a Companhia de Cavalaria nº 702, que em 5 de Junho de 1965 para ali enviou uma secção, reforçada poucos dias depois por um pelotão da Polícia Administrativa que, por sua vez, é substituído por um pelotão de Milícias.

Em 1 de Abril de 1967, a 3ª Companhia de Caçadores Indígenas já guarnece o destacamento do Cheche, quando é alterado o seu nome para Companhia de Caçadores nº 5, permanecendo naquele destacamento um Grupo de Combate (reforçado) e o Pelotão de Milícias nº 163.

Aquele destacamento passa a ser guarnecido por um Grupo de Combate (reforçado) da Companhia de Artilharia nº 2338, até ao dia 6 de Fevereiro de 1969, data em que é desactivado, após a retirada da guarnição que se encontrava no Cheche.

A imagem que se encontrava no Cheche em Junho de 1968, vem para Canjadude onde, em 12 de Maio de 1968, é incorporada numa procissão de velas, data em que se celebrava o 51º aniversário da primeira aparição, em Fátima, de Nossa Senhora aos pastorinhos.

Rezando e cantando, a procissão percorreu o caminho que levava à porta sul, na direcção do Cheche, tantas vezes percorrido pelas patrulhas quando se dirigiam para efectuarem operações para aqueles lados. Chegando ao fim do caminho, circundou uma árvore enorme, à sombra da qual se davam reuniam os “homens grandes”, regressando pelo mesmo caminho até ao aquartelamento.

Se no percurso de ida o caminho estava ladeado pela população que tinha acorrido, não só atraído pelas “ladainhas e cânticos”, mas também pelo cortejo de luz que as velas proporcionavam, no regresso pouca gente se via. Poucas pessoas estavam ao longo do percurso.

Feitas as orações finais e quando o padre Libório se voltou para os militares para proferir a despedida, ficou surpreso, direi mesmo espantado. Misturados com os militares metropolitanos estavam quase todos os habitantes civis que, tendo à frente os seus “sacerdotes”, com os seus terços, rezando a Alá, se foram integrando no cortejo, fazendo daquela procissão, um acto ecuménico espontâneo.

Quando deixamos Canjadude em Maio de 1970 a imagem ainda lá permanecia, desconhecendo-se se foi trazida por algum militar ou, na altura da desactivação do aquartelamento, teria ficado esquecida ou foi destruída involuntariamente.

José Marcelino Martins
Fur Mil Trms da CCAÇ 5
__________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

9 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7106: Patronos e Padroeiros (José Martins) (17): Curso 1962/1967 da Escola Naval - Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo

sábado, 9 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7106: Patronos e Padroeiros (José Martins) (17): Curso 1962/1967 da Escola Naval - Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo


1. Mensagem de José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 7 de Outubro de 2010:

Caros amigos e Camaradas
Junto mais um texto sobre Patronos das nossas Forças Armadas.

Um abraço
José Martins




PATRONOS E PADROEIROS XVII

Patronos da Marinha Portuguesa

Patrono do Curso 1962/1967 da Escola Naval


Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo, nascido no ano de 1936 em Santo Estêvão no concelho de Alenquer.
Entrou para a Escola do Exército em Outubro de 1954, depois de ter concluído o estudo secundário, para se preparar para o acesso à Escola Naval.
Passados quatro anos, em 1 de Maio de 1958, é promovido a Guarda-Marinha e a Segundo-Tenente no dia 31 de Dezembro dessa mesmo ano.

Depois de servir nos Patrulhas “Boavista” e “Porto Santo” assim como na Fragata “Pedro Escobar”, foi nomeado para comandar a Lancha de Fiscalização “Vega” a prestar serviço em Diu, para onde se deslocou em meados de 1961.

Desde 1954, após a queda de Dadrá e Nagar Haveli, que pairava no ar um certo clima de “invasão”. Numa viagem de rotina a “Vega” fundeou pelas 22 horas em frente a Nagoá. Cerca da 1 hora e 40 minutos foram ouvidos tiros em terra, pelo que o Comandante mandou ocupar postos de combate e levantar ferro.

Dirigiu-se na direcção de um contacto não identificado, que se encontrava a cerca de 12 milhas. Cerca das 4 horas o contacto foi identificado como um cruzador, que lançou sobre o barco português, granadas iluminantes e fogo de metralhadora pesada, pelo que a “Vega” se retirou para Diu.

Pelas 7 horas da manhã, do dia 18 de Dezembro de 1961 são avistados aviões de combate que se dirigem para a fortaleza de Diu para a bombardear, tendo a “Vega” aberto fogo com a peça de 20mm, atingindo um dos aparelhos.

Os aviões indianos ripostaram ao fogo da lancha, ferindo quase a totalidade da guarnição e acabando por afunda a Lancha de Fiscalização “Vega”. Tinha terminado o último combate naval da história da Marinha de Guerra Portuguesa, enquanto em terra se consumava a invasão do Estado Português da Índia, por tropas da União Indiana.

Mantendo uma lúcida coragem, brilhante conduta que honra as tradições da nossa história, amor pátrio e desprezo pela vida, Oliveira e Costa foi condecorado com a Medalha de Valor Militar com Palma, agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada e promovido ao posto de Capitão-Tenente.

Pesquisa e fixação do texto por
José Marcelino Martins
07 de Outubro de 2010

[Organizado a partir do texto da díptico distribuído em 10 de Junho de 2010, aquando da Homenagem Nacional]
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 8 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7099: Patronos e Padroeiros (José Martins) (16): CCAÇ 3477 - Nossa Senhora dos Milagres

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7099: Patronos e Padroeiros (José Martins) (16): CCAÇ 3477 - Nossa Senhora dos Milagres

1. Mensagem de José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 5 de Outubro de 2010:

Caros amigos e camaradas
Na continuação dos textos sobre Patronos e Padroeiras Militares, segue mais um texto com um agradecimento especial ao Abilio Delgado e um fraterno abraço para todos, em especial para os camaradas de armas açorianos, onde conto com alguns amigos pessoais.

José Martins


PATRONOS E PADROEIROS XVI

Padroeira da Companhia de Caçadores n.º 3477

José Carioca, Abílio Delgado e Sérgio Sousa, elementos da CCAÇ 3477, os Gringos de Guileje (Nov 1971/Dez 1972).
Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.


Nossa Senhora de Guilege

Quando a foto supra foi divulgada no blogue do Luís Graça & Camaradas da Guiné, ficamos com a percepção de que se tratava de uma peça em metal que, pelo aspecto, poderia ter sido esculpida sobre liga metálica “macia”, que permitisse o uso de objectos cortantes para a sua moldagem.

Assim, nada melhor que dirigir aos retratados as seguintes questões:

“Pela foto, vê-se bem, que tiveram a Protectora de Guilege nas mãos, pelo que vos ponho a seguinte questão.

1 - A imagem foi feita com que materiais?
2 - Quem foi o autor?
3 - Chegou a estar exposta na Capela?
4 - É uma escultura de expressão livre ou representa efectivamente alguma das diversas «versões» da imagem de Nossa Senhora?
5 - Actualmente qual é o paradeiro da imagem?”

A resposta, remetida pelo Abílio Delgado, ex-capitão miliciano, comandante da CCAÇ 3477, mobilizada nos Açores, não se fez esperar e, assim, ficamos a saber que:

A Imagem, de origem Açoriana, é feita em série, numa liga metálica rija. O metal ou liga é vazado num molde quando está em estado líquido. Posteriormente são retocadas e pintadas à mão. Foi feita numa qualquer rudimentar oficina artesanal.

Esta imagem era para os Açorianos a NOSSA SENHORA DOS MILAGRES. Podem encontrar-se imagens destas em vários tamanhos nos Açores. Durante a permanência dos Gringos em Guileje, esta imagem esteve sempre exposta na Capela. Como todo o quartel foi destruído quando do seu abandono pelas tropas portuguesas, esta imagem ficou soterrada nos escombros e foi encontrada intacta na véspera da nossa visita no final de Fevereiro de 2008, o que nos causou muita emoção.

Esta imagem ficou entregue à AD (Acção para o Desenvolvimento), entidade que estava a construir o MUSEU DE GUILEJE, onde ficaria exposta na Capela recentemente reconstruída. Todo o meu espólio militar de Capitão Miliciano (Comandante dos Gringos) ficou igualmente entregue à AD para ser exposto no Museu, que foi inaugurado em Janeiro de 2010 no local onde era o quartel.


Foi assim que pesquisamos quem era a Santa que os açorianos, especialmente na Ilha do Corvo, veneram.

Foto: Wikipédia, a enciclopédia livre


Nossa Senhora dos Milagres

A veneração de Nossa Senhora dos Milagres, remonta ao Século XVI, quando os corvinos solicitavam a intervenção do divino, quando enfrentavam o desconhecido e o medo.
Reza a lenda de que, quando num dia de acalmia e provavelmente em horas que não eram de lide de mar, um grupo de homens encontrou, enquanto recolhiam restos de madeira que vinham dando à praia e que utilizavam para queimar, encontraram um caixote, de madeira clara, apesar de dar sinais de que se encontrava no mar há bastante tempo.

Retirando a caixa de dentro de água e abrindo-a, com o cuidado que se impunha, verificaram que no seu interior se encontrava uma imagem, uma imagem que lhes lembrou Nossa Senhora.
A imagem tinha uma inscrição que, mais não era mais que um pedido: “Onde eu sair, façam-me uma ermida”, pelo que ficou decidido que a ermida ficaria localizada no Alto da Rocha.

A notícia, como não podia deixar de ser, espalhou-se e, além de ter chegado às outras ilhas açorianas, chegou também à capital do Reino, onde de imediato alguém deu ordens para que uma nau zarpasse para as ilhas, a fim de trazer a “imagem” para um templo em Lisboa, onde foi colocada num altar dourado, em lugar de destaque.

Acontece que, os crentes que visitavam a Santa no seu altar dourado, começaram a notar que o seu manto, de manhã, se encontrava molhado, pelo que começou a correr a lenda de que a Santinha, todos as noites, fugia para a “sua Ilha do Corvo”, onde tinha a sua Capela e onde gostava de estar, daí ter o mato molhado de água salgada durante a travessia do mar.

Quando estas notícias chegaram ao Corvo, a imagem passou a ser conhecida como Nossa Senhora dos Milagres e, preocupados com estes factos inexplicáveis, os clérigos resolveram enviar de volta a Santa para a sua capela, sobranceira ao Porto da Casa, donde, convicção dos corvinos e, por extensão os açorianos, passaram a ser protegidos pela Santa.

A veneração e a necessidade de protecção sentida pelos nossos camaradas de armas açorianos, justificam a existência desta imagem em terras da Guiné.

A festa de Nossa Senhora dos Milagres, que relembra os grandes prodígios operados pela Mãe de Deus, omnipotência suplicante e canal de todas as graças, a quem Deus nada recusa, celebra-se a 15 de Agosto.

5 de Outubro de 2010
José Marcelino Martins


2. Julgamos ser da maior pertinência deixar aqui uma mensagem do nosso camarada Carlos Cordeiro enviada a José Martins, a propósito deste trabalho

Meu caro Amigo José Martins,
Muitíssimo obrigado pela tua simpatia em me enviares o e-mail com as tuas preciosas informações, recolhidas do cap. Abílio Delgado. Não conheço qualquer Gringo de Guileje. Mas ainda vou tentar descobrir algum. É que, além do cap. Abílio, também o General António Martins de Matos se lhes referiu com muita simpatia, dizendo que era o aquartelamento onde era mais bem recebido. Não tenho aqui o número do poste.

Só três notas:

- Nossa Senhora dos Milagres também é a padroeira da paróquia dos Milagres, da freguesia dos Arrifes. Ora, o BII 18 situava-se nessa paróquia. Talvez fosse esta a justificação.

- Mas há uma coisa curiosa na imagem: é que quer a do Corvo, quer a dos Milagres (Arrifes) têm o Menino Jesus ao colo, mas direito e não deitado.
Isto pode ser explicado por dificuldades em fazer o molde. Mas não deixa de ser curioso.

- Tinha ideia de que as Companhias daqui levavam um oratório do Senhor Santo Cristo dos Milagres. O blogue de Carlos Silva tem a indicação de que à CCaç 3476 (irmã da 3477) foi oferecido, pela Comissão de Apoio ao Soldado Açoriano (o estudo dessa comissão será um bom tema para uma tese de mestrado), um oratório com a imagem do SSCristo . Isto deverá ter também acontecido com a 3477. É o oratório que aparece colocado no oratório de Guileje ao lado de Nossa Senhora de Fátima. Fica-se sem saber se a imagem de Nossa Senhora dos Milagres era pertença de algum dos militares açorianos, provavelmente da paróquia de NS dos Milagres (Arrifes), ou, por exemplo, se terá sido oferta da paróquia. Provavelmente nunca saberemos.


Já agora: qual era a invocação da capela de Guileje? Nossa Senhora de Guileje?

Quanto ao destino das imagens e oratórios, só sei o que ouvi, mas com muitas reservas. Disseram-me que no antigo BII 17 (hoje Regimento de Guarnição 1) existiam imagens das Companhias que regressaram. Parece também que no antigo BII 18 não há nada.

Uma curiosidade (que desconhecia por completo): também no blogue de Carlos Silva vem a indicação que o guião da CCaç 3476 (provavelmente aconteceu o mesmo com a 3477) foi oferecido pela Câmara de Ponta Delgada. Aí nas Unidades do Continente acontecia o mesmo?

Desculpem, caros amigos, o tamanho da prosa.

Um grande abraço,
Carlos Cordeiro
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 30 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7057: (Ex)citações (98): Ninguém ama a sua Pátria por ser grande / Mas sim por ser sua! (António Botto / José Martins)

Vd. último poste da série de 15 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6993: Patronos e Padroeiros (José Martins) (15): Forças Pára-quedistas – Arcanjo São Miguel

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P6993: Patronos e Padroeiros (José Martins) (15): Forças Pára-quedistas – Arcanjo São Miguel


O nosso Camarada José Marcelino Martins, (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais uma mensagem, com data de 14 de Setembro de 2010, da série “Patronos e Padroeiros”:

Camaradas,

No dia em que desceu à terra o corpo da nossa camarada Tenente Enfermeira Pára-quedista Maria Zulmira André Pereira, envio um texto sobre o Patrono/Padroeiro das Forças Pára-quedistas.

Patronos e Padroeiros da Força Aérea

FORÇAS PARAQUEDISTAS – ARCANJO SÃO MIGUEL

São Miguel Arcanjo, imagem da Colecção de Maria Manuela Martins
© Foto de José Martins

O termo Arcanjo, em grego “arch” e “angelos”, que se pode traduzir como “o primeiro”, o “que está acima”, o “que dirige”, coloca S. Miguel este santo numa “situação de distinção” perante outros Santos.

O nome Miguel [do hebraico Mi = aquele ou quem, Ka = como, El = Deus], de acordo com escritos sagrados, pode significar “Aquele como Deus”, pelo que também se interpreta que S. Miguel pode (?) ser o próprio Jesus.

São Miguel é representado por um militar alado, armado de espada ou lança, subjugando uma figura representativa do mal, que se aproxima do que revela o texto da Bíblia em Apocalipse 12:7, diz:

"Houve então uma batalha no céu: Miguel e seus Anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão batalhou, juntamente com seus Anjos, mas foi derrotado, e não se encontrou mais um lugar para eles no céu."

O Arcanjo também aparece referido de Enoque, um antepassado do Noé, que o apresenta como o Príncipe de Israel; a Torá, livro sagrado dos Judeus, foi S. Miguel que instruiu Moisés a escrevê-lo, como aparece referido no livro dos Jubileus; enquanto os Manuscritos do Mar Morto, apresentam S. Miguel a lutar com Beliel, o demónio que comandava as forças do mal.

A devoção ao Arcanjo S. Miguel pelas tropas pára-quedistas já é antiga, podendo-se considerar como seu Patrono desde a constituição das Tropas Pára-quedistas no início da segunda metade do século XX, dependente da Força Aérea Portuguesa.

Na capela da Escola das Tropas Aerotransportadas ocupa lugar destacado uma bela imagem de S. Miguel, do século XVIII, oferecida há anos pela primeira mulher pára-quedista portuguesa (e Ibérica) D. Isabel Rilvas.

Com a integração das Tropas Pára-quedistas no Exército, foi S. Miguel Arcanjo consagrado como Padroeiro desta força de elite, sendo escolhido a data da sua festa litúrgica – 29 de Setembro – com o dia do Comando das Tropas Aerotransportadas.

A Prece do Pára-quedista

Dai-me, Senhor, o que Vos resta.

Dai-me o que nunca ninguém Vos pede.

Eu não Vos peço o repouso,

Nem a tranquilidade,

Nem a da alma, nem a do corpo.

Eu não Vos peço a riqueza,

Nem o êxito, nem mesmo a saúde.

Eu quero a incerteza e a inquietude,

Eu quero a tormenta e a luta...

E concedei-mas, Senhor,

Definitivamente

Que eu tenha a certeza de as ter para sempre,

Porque não terei sempre a coragem

De Vo-las pedir.

Dai-me, Senhor, o que Vos resta.

Dai-me o que os outros não querem.

Mas dai-me também a coragem

E a força e a fé...

(Oração encontrada no corpo do Aspirante pára-quedista Zirnheld das Forças Francesas livres, morto em combate em 1942 no Norte de África.)


A Boina Verde e os vários distintivos, de boina, usados pelas tropas pára-quedistas
© /www.paraquedistas.com.pt, com a devida vénia

José Marcelino Martins
Fur Mil Trms da CCAÇ 5
__________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

11 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6972: Patronos e Padroeiros (José Martins) (14): C.T.O.E (Centro de Tropas de Operações Especiais) – Nossa Senhora da Conceição

sábado, 11 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P6972: Patronos e Padroeiros (José Martins) (14): C.T.O.E (Centro de Tropas de Operações Especiais) – Nossa Senhora da Conceição

1. O nosso Camarada José Marcelino Martins, (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais uma mensagem, com data de 10 de Setembro de 2010, da série “Patronos e Padroeiros do Exército”:
Patronos e Padroeiros do Exército
C.T.O.E (Centro de Tropas de Operações Especiais) – NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

Memorial aos militares da Unidade (Caçadores Especiais, Comandos e Rangers), falecidos nas campanhas de África - C.T.O.E. © Foto José Félix

A Imaculada Conceição, comemorada em 8 de Dezembro, é invocada como Padroeira de muitas organizações. Foi definida como uma festa universal em 1476 pelo Papa Sisto IV. A Imaculada Conceição foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus em 8 de Dezembro de 1854.

Nas instalações onde foi criado, em 16 de Abril de 1960, pelo Decreto 42926, o Centro de Instrução de Operações Especiais [hoje, Centro de Tropas de Operações Especiais], existe a Igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição.

Sob a sua invocação, foi criada a Irmandade Militar de Nossa Senhora da Conceição que, após a sua investidura de novos membros, dirigem-se à parada onde, durante as homenagens militares prestadas aos militares caídos no Campo da Honra, rezam a Prece dos militares Rangers:

Dai-nos, Senhor, tudo aquilo que nunca Vos é pedido.

Não Vos pedimos o descanso, nem a tranquilidade do corpo, nem tão pouco a do espírito.

Não Vos pedimos riqueza, nem o êxito e as honrarias, nem sequer o reconhecimento dos homens.

De tudo isto, que insistentemente Vos pedem, talvez quase nada já Vos reste.

Dai-nos, pois, ó Deus, o que ninguém quer, o que todos rejeitam:

A insegurança, a incomodidade, a inquietude, a tormenta e o risco. A vereda estreita e agreste que vai até Vós.

Concedei-nos isto, nós Vos suplicamos, definitivamente, porque a fraqueza, fruto do egoísmo humano que em nós existe, talvez nos tire a coragem de o solicitar de novo.

Dai-nos, Senhor, o que Vos sobra, aquilo que ninguém quer, nem sequer Vos pedem mas, dai-nos, ao mesmo tempo, o valor, a vontade, a força e a fé que temperam a alma do soldado na grandeza da sua servidão.

Por ultimo, Vos rogamos, ó Senhor, por aqueles que, de entre nós, em todos os tempos, caíram no campo da Honra e derramaram o seu sangue pela Independência e Liberdade da Pátria.

Nós Vos pedimos, ó Deus dos Exércitos, que, no Vosso Seio, repousem na paz eterna as almas destes bravos.

(Adaptação feita pelo Tenente Coronel António Cor. Feijó, sobre um tema de uma poesia do General Mac Arthur - C.I.O.E. em Lamego, Junho de 1986)

José Marcelino Martins

Fur Mil Trms da CCAÇ 5

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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

26 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6788: Patronos e Padroeiros (José Martins) (13): Avós - Santa Ana e S. Joaquim

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6788: Patronos e Padroeiros (José Martins) (13): Avós - Santa Ana e S. Joaquim

1. Mensagem de José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 24 de Julho de 2010:

Caros Camaradas
Como se aproxima o «Dia dos Avós» que se comemora em 26 de Julho - segunda-feira - , nos quais a maioria de nós se inclui ou espera a hora de entrar neste clube, envio mais um texto sobre Patronos e Protectores,

Fraterno abraço
José Martins


PATRONOS E PADROEIROS XIII

DEDICADO ESPECIALMENTE AOS AVÓS DO NOSSO BLOGUE

São Joaquim e Santa Ana com Nossa Senhora, imagens da Colecção de Maria Manuela Martins
© Foto de José Martins

Santa Ana e São Joaquim, não sendo Padroeiros ou Patronos Militares, não deixam de estar ligados a um sector, com algum peso, nas Forças Armadas e, especialmente nos Antigos Combatentes.

Santa Ana, que pertencia à família do Sacerdote Aarão e, São Joaquim, homem rico da família do Rei David, sendo familiar próximo de São José, havendo teorias que seriam mesmos irmãos, eram casados, mas não tinham filhos.

Alguns factos chegam ao nosso conhecimento pelo chamado “Livro de Tiago”, atribuído Tiago Menor, filho de Zebedeu, e escrito cerca do ano de 150, tendo sido publicado nos finais do século XVI, sob a designação de “Proto-Evangelho de Tiago”.

À época, era norma os casais terem vários filhos, já que a ausência destes era considerada na cultura judaica, como um castigo de Deus. Além da tristeza que esta situação provocava em Joaquim, o Sacerdote Ruben censurou-o por não ter filhos, mas a mulher era estéril. Homem pio e crente, retirou-se para o deserto, a fim de meditar, rezar e fazer penitência, durante quarenta dias e quarenta noites. Foi nessa altura que Ana recebeu a visita de um Anjo, que lhe disse: "Conceberás e darás à luz, e de tua prole se falará em todo o mundo." Era o prémio para a resignação com que haviam sofrido a esterilidade da Ana. Em Jerusalém, localidade em que residiam, a 8 de Setembro do ano 20 a.C., nasceu uma filha ao casal a quem puseram o nome de Miriam, que significa “Senhora da Luz” (em hebraico) ou Maria (em latim).

Já que Maria tinha sido dedicada pelos pais a Deus, aos três anos de idade Maria foi para a escola do Templo de Jerusalém, onde ficou até aos doze anos. Foi nesta altura que São Joaquim morreu, contando cerca de oitenta anos.

A devoção a Santa Ana e a São Joaquim já é muito antiga no Oriente e, quando as relíquias de Santa Ana foram trasladadas da Terra Santa para Constantinopla, cerca do ano de 710, o seu culto foi desenvolvido no ocidente. O Papa Urbano IV oficializou, em 1378, o culto a Santa Ana, tendo sido fixada a data da sua festa, pelo Papa Gregório XIII, a 26 de Julho.

O culto de São Joaquim que vinha, desde os primeiros tempos da era cristã, estendeu-se ao ocidente no século XV. A sua festa litúrgica era comemorada a 20 de Março, associando a data à festa de São José, a 19 desse mês, vindo a ser transferida para o dia 16 de Agosto, associando, assim, a sua festa à celebração da Ascensão de Nossa Senhora, sua filha. O Papa Leão XIII, de seu nome de baptismo Goiacchino (Joaquim na versão italiana), estendeu a sua festividade a toda a Igreja.

O Papa Paulo VI associou as festividades de Santa Ana e de São Joaquim num único dia, a 26 de Julho, passando a comemorar-se, nesta data, o dia dos avós. Por serem os pais de Maria e avós de Jesus, Santa Ana e São Joaquim são os santos protectores dos avós, entre os quais se encontra a maioria dos antigos combatentes.

24 de Julho de 2010
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 5 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6674: O Nosso Livro de Visitas (91): Hélio Matias, ex-Alf Mil Cav, comandante do Pel Rec Daimler 805 (Nova Lamego, 1964/66), que conheceu o Triângulo do Boé (José Martins)

Vd. último poste da série de 29 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6657: Patronos e Padroeiros (José Martins) (12): Escola de Sargentos do Exército - Nossa Senhora do Mundo

terça-feira, 29 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6657: Patronos e Padroeiros (José Martins) (12): Escola de Sargentos do Exército - Nossa Senhora do Mundo

Patronos e Padroeiros - XII

Patrono da Escola de Sargentos do Exército


Nossa Senhora do Mundo


Não sendo, propriamente, a Padroeira da Escola, mas sim da Capela existente no aquartelamento, poderemos considerar que, por extensão, será a Padroeira da Escola, que se encontra instalada nas Caldas da Rainha, onde estava instalado o Regimento de Caçadores n.º 5, que descende do “Terço de Elvas”, criado em 1641, passou a designar-se por Regimento de Infantaria de Elvas, por alvará de D. João V de 15 de Novembro de 1707, tendo o 1.º Regimento de Infantaria de Elvas, em 1806, passado a designar-se por Regimento de Infantaria n.º 5, tendo passado pelas localidades de Elvas, Ilha Terceira, Lisboa, Porto e Caldas da Rainha até 30 de Março de 1975, data em que foi extinto. Serviu como centro mobilizador e como centro de instrução de Instruendos do Curso de Sargentos Milicianos.

A capela, onde a imagem da Senhora se encontra no local destinado ao titular, foi inaugurada em 16 de Maio de 1965. A imagem, coroada, Nossa Senhora tem numa mão uma estrela e ao colo o Menino que segura uma esfera azul com estrelas e a lua, que simboliza o mundo.

A imagem, esculpida em madeira, veio do antigo Estado Português da Índia, trazida pelos militares que a veneravam e que lá se encontravam aquando da invasão, em 18 de Dezembro de 1961, conseguindo trazê-la escondida quando foram resgatados.

O dia de Nossa Senhora do Mundo é festejado em 31 de Maio, festividade da Visitação de Nossa Senhora, data esta fixada pelo Papa Pio XII, em 1954.

Pesquisa e fixação do texto por
José Marcelino Martins
17 de Junho de 2010
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 23 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6633: Patronos e Padroeiros (José Martins) (11): Marinha Portuguesa - Infante D. Henrique

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6633: Patronos e Padroeiros (José Martins) (11): Marinha Portuguesa - Infante D. Henrique

Patronos e Padroeiros - XI

Patrono da Marinha Portuguesa


Infante D. Henrique

"Talent de Bien Faire"


Henrique, o Navegador, foi o quinto filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nascendo, no Porto a 4 de Março de 1394, uma Quarta-feira de Cinzas, dia pouco propício ao nascimento de uma criança. O seu baptizado ocorreu poucos dias após o seu nascimento, sendo seu padrinho o Bispo de Viseu, D. João Homem. O seu nome, Henrique, provavelmente ficou a dever-se ao seu tio-avô materno, o Duque Henrique de Lencastre, que, a 30 de Setembro de 1399, foi coroado Rei de Inglaterra com o nome de Henrique IV.

Dos primeiros anos da vida do Infante, assim como a dos restantes infantes de Ínclita Geração, pouco se sabe, mas há a indicação que tinha como aio um cavaleiro da Ordem de Avis, da qual o pai tinha sido Mestre.

Por volta dos 20 anos, cerca de 1414, D. Henrique convence o rei, seu pai, a organizar uma expedição a Ceuta, o que vem a acontecer em 22 de Agosto de 1415. É a primeira incursão de Portugal em África. A partir desta data o destino de Portugal era a África e, daqui, para o mundo.

Foi em Ceuta que D. Henrique e os irmãos foram armados cavaleiros, tendo recebido os títulos de Duque de Viseu e Senhor da Covilhã, sendo ainda nomeado encarregado do governo de Ceuta, em 18 de Fevereiro de 1416.

A 25 de Maio de 1420, D. Henrique é nomeado dirigente da Ordem de Cristo, criada em 14 de Março de 1319, pela Bula Papal “Ad e a ex-quibus”, de João XXII, originalmente com o nome de Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, herdando os bens do Ordem dos Templários. Possuidora de vastos recursos, foi a financiadora dos descobrimentos marítimos, cujo símbolo, a Cruz de Cristo, figuraria nas velas das naus portuguesas

João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira já tinham aportado, em 1418, à Ilha de Porto Santo e, no ano seguinte, acompanhados de Bartolomeu Perestrelo, chegam à Ilha da Madeira. As primeiras ilhas, do arquipélago dos Açores, são descobertas, em 1427, por Gonçalo Velho. Em 1434, após quinze tentativas e utilizando um novo modelo de embarcação denominado Caravela, Gil Eanes dobra o Cabo Bojador, “abrindo” caminho para sul. Nesse mesmo ano é encontrado ouro na região da Guiné.

Contra a vontade do Rei D. Duarte e as Cortes, D. Henrique comanda, em Setembro de 1437 uma expedição a Tanger, que se revela um fracasso, tendo ficado prisioneiro o infante D. Fernando, que ficou conhecido na história pelo Infante Santo, vindo a falecer em 1441, no cativeiro. Nesse ano, em 1441, os navegadores portugueses, tendo ao comando da expedição Nuno Tristão e Antão Gonçalves, descobrem o Cabo Branco.

As expedições chegam à Baía de Arguim e, no ano seguinte, Dinis Branco chega ao rio Senegal e dobra o Cabo Verde. Em 1946, Álvaro Fernandes chega às terras onde hoje se situa a Guiné-Bissau.

Dez anos mais tarde, em 1456, são encontradas as primeiras ilhas do arquipélago de Cabo Verde por Diogo Gomes e Alvise Cadamosto. As restantes seriam descobertas por Diogo Gomes e António Noli, ao serviço da coroa portuguesa, em 1461.

No ano de 1460, a costa de África já estava explorada até onde se situa hoje a Serra Leoa, quando, a 13 de Novembro morre, em Sagres, o Infante D. Henrique que durante a vida foi Grão-Mestre da Ordem de Cristo, Duque de Viseu, Fronteiro-mor de Leiria, Cavaleiro da Ordem da Jarreteira (Inglaterra), Senhor da Covilhã, de Lagos e de Sagres, do Algarve, de cujo reino foi governador perpétuo.

José Marcelino Martins
15 de Junho de 2010
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Nota de CV:

Vd. último poste da série 18 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6613: Patronos e Padroeiros (José Martins) (10): Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra - Nossa Senhora do Sameiro

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6613: Patronos e Padroeiros (José Martins) (10): Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra - Nossa Senhora do Sameiro



1. Mensagem de José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 15 de Junho de 2010:

Caros Camaradas
Mais um Patrono para a Galeria dos Patronos e Padroeiros.

Um abraço
José Martins




Patronos e Padroeiros - X

Padroeira da A.P.V.G. - Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra


Nossa Senhora do Monte Sameiro


D. Sebastião de Matos de Noronha, nascido em 1586, e falecido em Lisboa, na Torre de Belém, enquanto prisioneiro de D. João IV, em 14 de Junho de 1437, à data Arcebispo de Braga, jurou defender o privilégio da Imaculada Conceição da Virgem Nossa Senhora, cujo dogma só viria a ser proclamado em 8 de Dezembro de 1854, por Sua Santidade o Papa Pio IX, beatificado pelo Papa João Paulo II em 3 de Setembro de 2000 [Pio IX nasceu em 13 de Maio de 1792, falecendo em 7 de Fevereiro de 1878. O Cardeal Giovanni Maria Mastai-Ferretti iniciou o pontificado em 16 de Junho de 1846, adoptando o nome de Pio IX].

A primeira pedra do Santuário, construído por iniciativa do Padre Martinho Silva, vigário de Braga, foi lançada no dia 14 de Julho de 1863, no monte Sameiro sobranceiro à cidade de Braga, constituído por uma imagem da padroeira, em mármore, que assentava num amplo quadrado.

Em 10 de Agosto de 1877 é sagrada a Igreja que, um ano mais tarde recebe a imagem de Nossa Senhora do Sameiro, esculpida por Eugénio Maccagnani, escultor italiano.

A construção da cúpula é iniciada em 12 de Julho de 1936 e, cinco anos mais tarde, no mesmo dia, é sagrado o altar da Basílica do Sameiro. O cruzeiro monumental, da autoria do arquitecto David Moreira da Silva foi inaugurado em 7 de Junho de 1953 e, em 13 de Junho do ano seguinte, são inaugurados os monumentos ao Sagrado Coração de Jesus e ao Papa Pio IX. A cripta, construída sob a igreja original, foi inaugurada em 17 de Junho de 1979.

Na visita a Portugal em 1982, Sua Santidade o Papa João Paulo II visita o Santuário do Sameiro onde, dois anos depois, em 3 de Junho, é inaugurada uma estátua ao Sumo Pontífice.

Em 8 de Dezembro de 2004, na comemoração do 150.º aniversário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, o Papa João Paulo II através de um seu delegado do Vaticano distingue o santuário com a Rosa de Ouro.

Nossa Senhora do Sameiro é Padroeira da APVG – Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra e a sua festa foi fixada em 12 de Junho, dia em que S. Pio X coroou oficialmente a imagem de Nossa Senhora da Conceição


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A Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (A.P.V.G.), com o NIPC 504330330, com sede no Largo das Carvalheiras 52/54, da cidade de Braga, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) e foi fundada por escritura pública de 18 de Março de 1999.

É uma Associação que agrega ex-combatentes (Veteranos) da Guerra Colonial de todos os Ramos das Forças Armadas;

Foi reconhecida como pessoa colectiva de utilidade pública de âmbito social e secundariamente de saúde, por despacho de 26/06/2001 publicado no DR III série n.º 160 de 12/07/2001;

Possui actualmente 45.500 associados efectivos, distribuídos por todo o território nacional.

A APVG tem ainda 14 Delegações e 70 Delegados concelhios;
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 12 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 – P6581: Fichas de Unidades (7): Companhia de Artilharia 2673 - CART 2673 (José Martins)

Vd. último poste da série de 7 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6550: Patronos e Padroeiros (José Martins) (9): Força Aérea Portuguesa - Nossa Senhora do Ar

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6550: Patronos e Padroeiros (José Martins) (9): Força Aérea Portuguesa - Nossa Senhora do Ar

1. Mensagem de José Marcelino Martins (ex-Fur Mil, Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 3 de Junho de 2010:

Meus amigos
Como ultimamente se tem falado nas nossas meninas, lembrei-me da Nossa Senhora.

Aqui vai um texto que, penso, poderá merecer a vossa atenção

Um abraço
José Martins



Patronos e Padroeiros - IX

Força Aérea Portuguesa - Nossa Senhora do Ar


Nossa Senhora do Ar


Apesar de Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, ser só uma, os crentes têm-lhe atribuído diversas designações, para assim, duma forma simples, a evocarem.

Dentro desta tradição, os aeronautas portugueses, passaram a utilizar a expressão “Nossa Senhora do Ar”, para assim designarem a mãe de Deus e a venerarem, prestar culto e invocarem.

Manda, também, a tradição de que em qualquer destacamento da Força Aérea exista, mesmo que pequena, uma imagem da devoção à Padroeira da Força Aérea Portuguesa.


Cântico a Nossa Senhora do Ar

Nossa Senhora do Ar
Guiai-nos, por Além Fora
Para que possamos voltar,
Ó minha Nossa Senhora.

Acalmai os elementos,
Fazendo por nos guardar
Do rude impulso do vento,
Nossa Senhora do Ar.

Para que revivam na história
Altas façanhas de outrora,
Facilitai-nos a glória:
Guiai-nos pelo além fora

Pela fé que nos trespassa,
Por quem nos espera e chora
Pela Pátria. Pela Raça.
Valei-nos, Nossa Senhora


(Cântico retirado do opúsculo “In Memória” , da Missa celebrada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário – Templo da Força Aérea Portuguesa em 26 de Julho de 2008, aquando do regresso dos três Paraquedistas de Guidage.

Este texto, alem de ser mais um na Galeria dos NOSSOS PATRONOS, também pretende ser uma homenagem ás “Nossas Meninas do Ar – As Nossas Queridas Enfermeiras”, pois que nós nunca as esquecemos e podemos gritar bem alto:

Olhem bem, sintam respeito!
Elas usam asas ao peito!

José Martins
3 de Junho de 2010
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 6 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6548: In memoriam (43): Faleceu Joaquim Cardoso Veríssimo da CCAÇ 5 (José Marcelino Martins)

Vd. último poste da série de 17 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5831: Patronos e Padroeiros (José Martins) (8): Portugal - Tenente-Coronel Santo António

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5831: Patronos e Padroeiros (José Martins) (8): Portugal - Santo António - Tenente-Coronel Taveira Azevedo



1. Mensagem de José Marcelino Martins (ex-Fur Mil, Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 15 de Fevereiro de 2010:

Boa tarde
Mais um texto sobre santos e militares.

Um abraço
José Martins



Patronos e Padroeiros - VIII

Tenente-Coronel Taveira Azevedo


Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo, nasceu em Lisboa – presume-se que na zona da Sé – filho de Martim de Bulhões e Maria Teresa Taveira Azevedo, no dia 15 de Agosto de 1195 (data oficialmente reconhecida).

Em Portugal reinava D. Sancho I (o Povoador - 2.º Monarca Português – 1185/1211), e o país preparava-se para entrar no século XIII. Estávamos na Baixa Idade Média. Lisboa expandia-se para fora dos muros, começava a surgir uma nova classe social formada pelos burgueses, e ainda se sentia o Espírito das Cruzadas.
Começou a estudar nas aulas ministradas na Igreja de Santa Maria Maior, hoje Sé Catedral de Lisboa.

Cerca do ano de 1210 ou 1211, pela mão do prior D. Estêvão, ingressa como noviço na Ordem dos Cónegos Regrantes de Santa Cruz de Coimbra, que tinham uma das suas casas instalada no Mosteiro de S. Vicente de Fora, em Lisboa, um dos centros mais importante de cultura medieval, à época, onde realizou os estudos de Direito Canónico, Filosofia e Teologia.

Mais tarde, em 1220, com a chegada a Portugal dos corpos de cinco mártires franciscanos, que tinham sido decapitados em Marrocos, decide transferir-se para a Ordem de São Francisco, recolhe-se no Eremitério dos Olivais, em Coimbra, e muda o seu nome para António.

A seguir segue para Marrocos onde, devido a doença grave, os Superiores da Ordem decidem repatriá-lo. Na viagem de regresso, por força de uma tempestade, o barco é arrastado para as costas da Sicília, onde acaba por ficar.

Continuando a sua vocação evangelizadora, percorre várias localidades, destacando-se Bolonha, Toulouse, Ferrara, Florença, Varene, Bréscia, Milão, Verona e Nântua. Entretanto, durante algum tempo, foi-lhe confiada a guarda do Convento de Puy-e-Velay, da Província de Limoges e da Província da Romanha, mas deixou, para se dedicar, em exclusivo, à pregação. Pregou, em 1228, na Basílica de São João de Latrão, em Roma, perante o Papa Gregório IX (de seu nome Ugolino di Anagni, nasceu cerca do ano 1160 em Agnini e faleceu em Roma e 22 de Agosto de 1241 – o seu Pontificado, o 179.º, decorreu entre 1227 e 1241), volta para Pádua onde, bastante doente, veio a falecer a 13 de Junho de 1231, tendo sido sepultado na Basílica de Pádua.

O Papa Gregório IX, antes de decorrido um ano após a sua morte, eleva-o à honra dos altares, canonizando-o na Catedral de Espoleto em Itália, no dia 30 de Maio de 1932, ficando conhecido por Santo António de Pádua, por ter sido esta cidade que acolheu as suas relíquias. Como nasceu em Lisboa, por tradição, também é conhecido por Santo António de Lisboa, sendo venerado não só na capital, mas em todo o país e em quase todas as regiões do globo.

Em 1946, o Papa Pio XII (de seu nome Eugénio Maria Giuseppe Giovani Paceli, nasceu em Roma em 2 de Março de 1876 em Agnini e faleceu em Roma e 9 de Outubro de 1958 – o seu Pontificado, o 261.º, decorreu entre 1939 e 1958), pela Carta Apostólica “Exulta Lusitanis Fidelis” proclama-o Doutor da Igreja, considerando-o “exímio teólogo e insigne mestre em matérias de ascética e mística".
A sua festa religiosa comemora-se no dia 13 de Junho, com liturgia própria.

Santo António de Lisboa
Imagem da colecção de Maria Manuela Martins
Foto © José Martins



Mas, na realidade, depois de muito brevemente ter lembrado o Frade e o Santo, vamos lembrar o militar.

Passou a fazer parte do Exército Português, em 1665, a partir do momento que é incorporado, por iniciativa de D. Afonso VI (o Vitorioso - 23.º Monarca Português – 1656/1683) que o mandou “assentar praça” no 2.º Regimento de Infantaria de Lagos, sendo integrado nas Forças que, comandadas pelo Marquês de Marialva, davam combate ao exército espanhol comandado pelo Marquês de Caracena. A iniciativa deu resultado, tendo as tropas portuguesas vencido os seus opositores.

O facto curioso é que, quase quatrocentos e trinta e cinco anos após a sua morte, é incorporado como soldado combatente e não como capelão ou “assistente espiritual”, dada a religiosidade do Santo e a veneração dos fieis.
No reinado de D. Pedro II (o Pacífico - 24.º Monarca Português – 1683/1706) é promovido a Capitão e no reinado de D. Maria I (a Piedosa - 27.º Monarca Português – 1777/1816), promovido a Tenente-Coronel e condecorado com a Medalha Cruz da Guerra Peninsular (*), a título de recompensa pela vitória alcançada pelas tropas luso-britânicas, na Batalha do Buçaco, travada em 27 de Setembro de 1810, contra as tropas francesas de Napoleão, sob o comando de André Massena. O soldo vencido como militar, servia para ajudar os soldados doentes.

Paralelamente no Brasil, ainda colónia portuguesa, José de Souto Maior, Governador da Capitania de Pernambuco, faz o Santo assentar praça nas milícias luso-brasileiras, durante as lutas contra o Quilombo dos Palmares (**).

Por carta régia de 21 de Março de 1711, D. João V (o Magnânimo - 25.º Monarca Português – 1706/1750), promove-o a Capitão pelos relevantes serviços prestados sob o comando de Francisco de Castro Morais, Governador da Capitania do Rio de Janeiro, contra a invasão dos piratas de Jean-François Duclerc.

O Príncipe-regente D. João, já na Bahia, confere-lhe a patente de Tenente-Coronel, com o soldo correspondente ao posto 80$000 (oitenta mil reis), até que em 1911, durante a presidência do Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca (8.º Presidente do Brasil – 1910/1914), este deu indicação ao General Emídio Dantas Barreto (ministro da Guerra entre Novembro/1910 e Setembro/1911), para suspender o pagamento do soldo ao Santo.

O Tenente-Coronel Santo António entra, com toda a certeza, em outras guerras, batalhas e combates transportado, não só no coração mas na mente de muitos combatentes que, devotadamente, transportavam pequenas imagens no seu espólio pessoal, em pagelas com orações votivas ou em medalhas, presas no interior da sua farda, e benzidas pelo pároco da freguesia.

José Marcelino Martins
15 de Fevereiro de 2010

(*) Medalha Cruz da Guerra Peninsular

A Cruz da Guerra Peninsular foi uma condecoração criada em 28 de Junho de 1816, pelo rei D. João VI, para distinguir os participantes nas campanhas da Guerra Peninsular entre 1809 e 1814. As campanhas eram contadas por anos, bastando ter participado numa batalha ou combate, para contar como um ano,

Para oficiais:
Ouro – para os Oficiais que participaram em quatro ou mais campanhas,
Prata – para Oficiais que participaram até três campanhas.

Para Sargentos e Praças:
Prata, sendo limitada a sua atribuição por cada unidade:
200 por cada Regimento de Infantaria de Linha;
100 por cada Regimento de Milícia;
120 por cada Batalhão de Caçadores;
25 por cada Esquadrão de Cavalaria;
30 por cada Brigada de Artilharia;
25 por cada Companhia de Artífices Engenheiros.

Em 18 de Maio de 1825, foi criada a Cruz da Guerra Peninsular para os empregados civis. Em prata para até 2 campanhas, ou Ouro, para 3 ou mais.

(**) Quilombo - Esconderijo no mato onde se refugiavam os escravos..
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Nota de CV:

Vd. último poste de José Martins com data de 6 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5775: Efemérides (44): O desastre de Cheche, 41 anos depois(José Martins)

Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5423: Patronos e Padroeiros (José Martins) (7): Transmissões - Arcanjo S. Gabriel

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5423: Patronos e Padroeiros (José Martins) (7): Transmissões - Arcanjo S. Gabriel




1. Na sua mensagem de 5 de Dezembro de 2009 o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil, Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70) fala-nos de mais um Patrono do Exército. Desta feita Arcanjo S. Gabriel da Arma de Transmissões.





PATRONOS E PADROEIROS - VII

TRANSMISSÕES – ARCANJO S. GABRIEL



Gabriel, “o homem forte de Deus”, tornou-se conhecido por ser o mensageiro das boas novas, não só na religião católica, mas também na muçulmana, que acredita que foi através de Gabriel que Deus revelou o Corão a Maomé, assim como Gabriel é citado na obra mística de Bahá'u'lláh, dos Bahá'í.

No Evangelho, segundo S. Lucas, logo no primeiro capítulo, é São Gabriel que anuncia a Zacarias, sacerdote segundo o costume dos sacerdócio, que Isabel, sua esposa que era considerada estéril, iria ter um filho, a quem poriam o nome de João, que viria a ser conhecido por São João Baptista.

No que respeita ao nascimento de Jesus, São Lucas disse: "Foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia, a uma virgem chamada Maria, e chegando junto a ela, disse-lhe: "Salve Maria, cheia de graça, o Senhor está contigo". Ela ficou confusa, mas disse-lhe o anjo: "Não tenhas medo, Maria, porque estais na graça do Senhor. Conceberás um filho a quem porás o nome de Jesus. Ele será filho do Altíssimo e seu Reino não terá fim".

A pena numa mão e o papel na outra, estes são os instrumentos necessários e suficientes para um mensageiro.

Em 12 de Janeiro de 1951, o Papa Pio XII declarou o Arcanjo São Gabriel como o Patrono das Telecomunicações, que, pela mesma razão é considerado Patrono da Arma de Transmissões.

José Marcelino Martins – 5 de Dezembro de 2009
[Organizado a partir de imagem do portal do exercito e texto da Wikipédia]


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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 1 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5383: Patronos e Padroeiros (José Martins) (6): Serviço de Saúde - S. João de Deus