Freixo de Espada à Cinta > Lápide evocativa do nascimento de Sarmento Rodrigues (Freixo de Espada à Cinta, 15 de Junho de 1899 / Lisboa, 1 de Agosto de 1979), oficial da Marinha de Guerra Portuguesa, político, africanista, homem de cultura, escritor... Foi Governador da Guiné, entre 1946 e 1949, e por muitos considerado o melhor dirigente da administração colonial que passou por aquele território. Em 1950 integrou o Governo de António de Oliveira Salazar como Ministro das Colónias (a partir de 1951, Ministro do Ultramar). Nessas funções governativas levou a cabo uma vasta reforma da administração colonial portuguesa, tendo visitado o Extremo Oriente, o Sueste Asiático e a África. Entre 1961 e 1964 foi governador-geral de Moçambique.
Tem uma extensa obra publicada sobre assuntos navais, de defesa e de administração colonial. Cite-se apenas algumas das suas publicações, relacionadas com a Guiné: Os maometanos no futuro da Guiné Portuguesa (1948), No governo da Guiné : discursos e afirmações (1949), Horizontes para um médico em África: conferência pronunciada no Instituto de Medicina Tropical em 30/3/1950, A nossa Guiné (1972)...
Fotos: © Luís Graça (2010). Direitos reservados
1. Texto do editor Luís Graça:
Meu caro Carlos [Vinhal]:
Como te tinha dito, fui este fim de semana fazer um passeio até ao nordeste transmontano... O pretexto eram as amendoeiras em flor. A viagem foi organizada pela Casa do Pessoal do IPP - Instituto Politécnico do Porto. Fui de propósito de Lisboa, a convite da minha cunhada Ana Carneiro Soares (Nitas), que é técnica superior, no Laboratório de Química do ISEP.
Fui até a um concelho que, para mim e para os demais mouros do sul, era sempre associado - injustamente - ao "cu de Judas", Freixo de Espada à Cinta, e que eu lamentavelmente não conhecia (um dos poucos, de resto, aonde nunca tinha ido, nem de passagem)... Pois foi uma surpresa, pela positiva, a começar pela riqueza e diversidade do seu património natural e edificado. E, claro, as suas gentes... Mas disso falarei noutra altura...
O que é surpreendente é ir encontrar, num grupo de cerca de 40 pessoas (Trabalhadores e seus familiares dde diversas unidades orgânicas do Instituto Politécnico do Porto), nada mais do que 3 camaradas nossos, que fizeram a guerra colonial na Guiné, e, ainda por cima, naturais e/ou residentes em Matosinhos...
Tomei nota do nome de dois deles, com quem privei mais de perto, nesse fim d\e semana (sábado e domingo passados):
(i) o António Soares [, foto à direita,] natural de Ovar, mas residente em Matosinhos, casado com a Nina, bancário reformado do BES, ex-Fur Mil de um pelotão de artilharia (obus 14), que passou por Gadamael, Bafatá e Bissau (1969/71, portanto do meu tempo);
(ii) O Sérgio Faria, engenheiro mecânico, antigo docente do ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto, residente na Rua Ruy Belo, em Matosinhos... (Para quem quiser, tenho o telefone e o mail, que não vou aqui, por razões óbvias, divulgar; espero que o Sérgio um dia destes apareça aqui a contar a sua história e a entrar pela porta grande da nossa Tabanca).
Depois de acabar o curso de engenharia, aos 24 anos, o Sérgio foi mobilizado para a Guiné, onde comandou, como capitão miliciano, a unidade de quadrícula que esteve em Ingoré e Sedengal. Fez a transferência de soberania para o PAIGC em 1974. Antes, o seu pessoal tinha sofrido uma emboscada com seis mortos, "mortos com tiro na nuca" (sic), pesdsoal que, ao que parece, descontraída e irresponsavelmente ia de viatura para Bissau... desarmado ou sem escolta (Episódio sujeito a revalidação dos pormenores; não sei a data nem o local da emboscada).
O Sérgio [, foto à esquerda], que é um excelente conviva e um homem bem disposto e divertido, reinadio, que gosta de dançar e cantar (faz parte do coro do IPP), adoraria voltar à Guiné, estando mesmo disposto a fazê-lo, desde que arranje companheiros de viagem ou garanta algum apoio logístico em Bissau e no interior...
Profissional liberal, ainda está no activo, mas não tem constrangimentos de tempo nem problemas com colaboradores ou pessoal assalariado...Em suma, é livre de planear o seu tempo.
Contou-me como, graças aos seus conhecimentos pessoais e profissionais no batalhão de engenharia (BENG), em Bissau (aonde ia, periodicamente, de avião...), conseguiu construir excelentes instalações para o seu pessoal, "passando por cima da hierarquia" (ou melhor, fazendo uma finta a um tenente coronel qualquer que lhe 'roubava' o material em trânsito, entre Bissau e Sedengal)...
Falei aos dois, ao António Soares e ao Sérgio Faria, da Tabanca de Matosinhos, e dos convívios de 4ª feira... Também conheci o Alberto Sousa Guimarães, presidente da Casa de Pessoal do ISEP, engenheiro electrotécnico, antigo docente, vice-presidente do Conselho Directivo do ISEP [, foto à direita]. Antigo alferes miliciano, o Sousa Guimarães esteve em Bigene, em 1973, sendo contemporâneo dos acontecimentos de Guidaje... Disse-me que tinha um parente, de nome Manuel-qualquer-coisa [, não se lembrava do apelido,] que ia agora à Guiné, e que faria parte da Tabanca de Matosinhos...
Falei-lhes, aos nossos três camaradas, do nosso blogue. Prometerem dar uma vista de olhos...
Depois de acabar o curso de engenharia, aos 24 anos, o Sérgio foi mobilizado para a Guiné, onde comandou, como capitão miliciano, a unidade de quadrícula que esteve em Ingoré e Sedengal. Fez a transferência de soberania para o PAIGC em 1974. Antes, o seu pessoal tinha sofrido uma emboscada com seis mortos, "mortos com tiro na nuca" (sic), pesdsoal que, ao que parece, descontraída e irresponsavelmente ia de viatura para Bissau... desarmado ou sem escolta (Episódio sujeito a revalidação dos pormenores; não sei a data nem o local da emboscada).
O Sérgio [, foto à esquerda], que é um excelente conviva e um homem bem disposto e divertido, reinadio, que gosta de dançar e cantar (faz parte do coro do IPP), adoraria voltar à Guiné, estando mesmo disposto a fazê-lo, desde que arranje companheiros de viagem ou garanta algum apoio logístico em Bissau e no interior...
Profissional liberal, ainda está no activo, mas não tem constrangimentos de tempo nem problemas com colaboradores ou pessoal assalariado...Em suma, é livre de planear o seu tempo.
Contou-me como, graças aos seus conhecimentos pessoais e profissionais no batalhão de engenharia (BENG), em Bissau (aonde ia, periodicamente, de avião...), conseguiu construir excelentes instalações para o seu pessoal, "passando por cima da hierarquia" (ou melhor, fazendo uma finta a um tenente coronel qualquer que lhe 'roubava' o material em trânsito, entre Bissau e Sedengal)...
Falei aos dois, ao António Soares e ao Sérgio Faria, da Tabanca de Matosinhos, e dos convívios de 4ª feira... Também conheci o Alberto Sousa Guimarães, presidente da Casa de Pessoal do ISEP, engenheiro electrotécnico, antigo docente, vice-presidente do Conselho Directivo do ISEP [, foto à direita]. Antigo alferes miliciano, o Sousa Guimarães esteve em Bigene, em 1973, sendo contemporâneo dos acontecimentos de Guidaje... Disse-me que tinha um parente, de nome Manuel-qualquer-coisa [, não se lembrava do apelido,] que ia agora à Guiné, e que faria parte da Tabanca de Matosinhos...
Falei-lhes, aos nossos três camaradas, do nosso blogue. Prometerem dar uma vista de olhos...
Entretanto, explorando as nossas fontes de informação descobri que o Cap Mil Inf Sérgio Matos Marinho de Faria foi o comandante da 3ª Companhia do BART 6522/72, mobilizada pelo RAL 5. Partida para a Guiné em 7/12/1972 e regresso à Metrópole em 3/9/1974. Confirma-se que esteve em Ingoré e em Sedengal, na região do Cacheu, a leste de Farim.
O BART 6522/72, comandado pelo Ten Cor Art João Corte-Real de Araújo Pereira, esteve sedeado em Ingoré e em Bolama. As outras duas companhias do batalhão estiveram no chão felupe: em S. Domingos (a 1ª, comandada pelo Cap Mil Inf Artur António Pereira) e em Susana (a 2ª, comandada pelo Cap Mil Inf Raúl Manuel Bivar de Azevedo).