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segunda-feira, 6 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17110: Agenda cultural (545): Apresentação do livro de fotografia, "Buruntuma", do nosso camarada Jorge Ferreira, em Oeiras, no passado sábado, dia 4 (Parte I) - As primeiras fotos


Foto nº 1 > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00 . 16h30 > Sessão de lançamento do livro de fotografia, da autoria de Jorge Ferreira, "Buruntuma: algum dia dia serás grande!... Guiné, Gabu, 1961-63" (edição de autor:  Oeiras, 2016; impressão: Jotagrafe - Artes Gráficas Lda)...  Na foto, o  "calmeirão" do Jorge Ferreira,  no uso da palavra...  A apresentação esteve a cargo do nosso editor Luís Graça.(*)


Foto nº 2 > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00-16h30 > O Manuel Barão da Cunha, fazendo as honras à casa... Esta é a 164ª tertúlia do Programa Fim do Império, da Liga dos Combatentes!... 

Presentes meia centena de camaradas e amigos, o que é um excelente nº para uma trade de sábado de fim de inverno... O convite foi foi feito  pelo autor, Jorge Ferreira, e teve o apoio de: (i)  Ptograma Fim do Império; (ii) Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné; (iii) Movimento de Expressão Fotográfica (MES); e (iv) Núcleo de Fotografia de Oeiras (NFO). (**)

O Programa Fim do Império celebrou no passado mês de janeiro o 8º aniversário da sua existência. O cor cav ref e escritor Manuel Barão da Cunha tem sido um dos rostos deste programa, que promove a publicação de obras literárias ligadas à temática da guerra do ultramar / guerra colonial (1961/75). A iniciativa é da Liga dos Combatentes, com apoio da Comissão Portuguesa de História Militar e a Câmara Municipal de Oeiras.


Foto nº 3  > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00-16h30 > Presidente do Núcleo de Oeiras-Cascais da Liga dos Combatentes, Isaías Fernando Ferreira Teles, superintendente reformado. Teve a gentileza de oferecer ao nosso blogue o livro "Olhares sobre a Guiné e Cabo Verde" (org., Manuel Barão da Cunha e José Castnho Paes) (Linda A Velha: DG Edições; e Porto; Caminhos Romanos, 2012, 389 pp. (Coleção Fim do Império, 9).

Oficial do exército, da arma de infantaria, Isaías Fernando Ferreira Teles  nasceu em Bragança em 1946, passou pelos TO de Guiné (esteve como alferes na região de Tombali), Angola e Moçambique. Em 1985 transitou para os quadros da PSP onde chegou ao posto de superintendente.



Foto nº 4  > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00-16h30 >  Além do Jorge Ferreira, do Luís Graça e do Manuel Barão da Cunha, estava na mesa o Manuel Rosas, do Núcleo de Expressão fotográfico, aqui em primeiro plano. O representante do  Núcleo de Fotografia de Oeiras, o fotógrafo Luís Rocha, não pôde comparecer motivo de agenda.



Foto nº 5 > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00 - 16h30 >   O mestre Braima Galissá mostrando o "mezinho" que, na melhor tradição mandinga, usa para proteger o seu korá... O instrumento que ele usa, nos seus concertos, já não é o que lhe deu o seu pai, mas uma versão moderna, ocidental, do instrumento original, misto de harpa e alaúde...  (Pode ser ligado a um amplificador, mas nesta ocasião o Braima Galissá tocou sem amplificação e encantou-nos!).



Foto nº 6 > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00 - 16h30  >   O Braima Galissá falando,  com saber e paixão, do "seu" korá... Além de tocador, é também "djidiu", cantor... E tem Portugal na sua alma. Nascido em 1964, no Gabu (NovaLamego), "sob a bandeira portuguesa" (sic), vive em Lisboa dese 1998  e aguarda, com ansiedade, o deferimento do seu pedido de naturalização como cidadão português.



Foto nº 7 > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00 - 16h30>   Atuação do mestre Braima Galissá  e aspeto da assistência. Infelizmente nãotenho fotos de todos os camaradas da Guiné que estavam presentes na sala: falei com alguns no fim...Um dos que esteve presente, por que o vi levantar-se da cadeira, a uma chamada do "comandante" Jorge Ferreira, foi o ex-fur mil cav Mário Magalhães, que comandava  secção da CCAV 252 (ou Esquadrão de Cavalaria 252), antes ainda de o Jorge Ferreira chegar a Buruntuma... 

Outro camarada que tive o prazer o conhecer foi o Domingos Pardal empresário de mármores (MP - Mármors Pardal, Lda, com sede em Terrugem Sintra) e grande colaborador do escultor Francisco Simões, com trabalhos representados no Parque dos Poetas, ali mesmo, em Oeiras. Esteve em Buruntuma 11 meses, tal como o seu camarada e nosso grã-tabanqueiro  Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil da CCAV 703 / BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66). Fiquei com o seu contacto e espero poder conversar mais com ele... Estava em Cufar quando morrue o meu primo, da Lourimnhã,  José António  Canoa Nogueira.


Foto nº 8 > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00 - 16h30>   A antiga equipa que deu voz e alma ao PIFAS: o antigo primeiro sargento Silvério Dias (, nosso grã-tabanqueiro) e a famosa "senhora tenente", sua esposa... 

Outro  camarada e grã-tabaqnueiro que tive o prazer de encontrar aqui, e de conhecer pessoalmente, "ao vivo", foi  o Albano Mendes de Matos (hoje ten cor art ref; ex-tenente art, GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74; "último soldado do império". natural de Castelo Branco, vive entre Oeiras e o Fundão; é poeta, romancista e antropólogo)... Recorde-se que um dos organizadores do célebre caderno de poesia Poilão, por muitos considerado uma primeira antologia de poesia guineense...




Foto nº 9 > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00 - 16h30>   Na assistência, mais dois dos nossos grã-tabanqueiros, o António Graça de Abreu (que acaba de dar a volta ao mundo em 100 dias...) e a Alice Carneiro


Foto nº 10 > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00 - 16h30 >  Avô (Jorge) e neto (Daniel)... O Daniel quer ser fotógrafo como o avô...





Foto nº 11 > Oeiras > Galeria-Livraria Municipal Verney > 4 de março de 2017 > 15h00 - 16h30 >  Aspeto parcial da assistência: na primeira fila o Daniel e e a Alice... Ao fundo, do lado direito, o Jorge Miguel, filho do Jorge Ferreira, com a sua filha Sofia... O Jorge dedicou o seu livro àqueles  quem mais ama: "Para o meu filho Jorge Miguel, meus netos Daniel e Sofia que, espero, irão recordar o pai e o avô Jorge, e privilegiar os valores que enalteci"... É uma belíssima passagem de testemunho.




Foto nº 12 > Oeiras > Paço de Arcos > Centro Náutico >  4 de março de 2017 > O Estuário do Tejo, visto de Paço de Arcos... Foi daqui que todos (ou quase todos) partimos para a Guiné...



Foto nº 13 >  Oeiras > Paço de Arcos > Centro Náutico > 4 de março de 2017 > O Braima Galissá descobriu, emocionado, uma foto do Jorge Ferreira onde está o seu avô, tocador de korá, num festa em Buruntuma... O Jorge Ferreira trouxe-o, a suas expensas, para tocar e (en)cantar nesta sessão de lançamento do seu livro.



Foto nº 14 >  Oeiras > Paço de Arcos > Centro Náutico > 4 de março de 2017 >  O Jorge Miguel (que seguiu as peugadas do pai, trabalhando em informática, na Microsoft, no estrangeiro) e um velho colega do Jorge Fereira, dos tempos do Liceu Gil Vicente, o capitão de mar e guerra, reformado, Eugénio Ramos.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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quinta-feira, 10 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15839: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (101): O 'irmão guineense', doutor Augusto Paulo Silva, que, quando era adolescente costumava ouvir o PFA - Programa das Forças Armadas, e andou estes anos todos à procura do "dono daquela voz"... (Silvério Dias, o 1º srgt, radialista do PIFAS, "casado com a senhora tenente", beirão, "poeta todos os dias" e, provavelmente, o atual decano do nosso blogue)



Silvério Dias, a sra. Tenente e a "inesperada" visita de um irmão da Guiné:  Augusto Paulo Silva, hoje doutor em biologia, a viver e a trabalhar no Brasil... Foi secretário de estado da saúde da Guiné-Bissau, e era amigo do nosso amigo Pepito...

Fotos: © Silvério Dias (2016). Todos os direitos reservados



1. Mensagem do nosso grã-tabanqueiro Silvério Dias [ ex-2º srgt art, CART 1802, Nova Sintra, 1967/69; 1º Srg Art, locutor do PFA, Bissau QG/CTIG, 1969/74;  civil, delegado de propaganda médica, 1974/76, em Bissau; 1º srgt art ref]



“HIS MASTER VOICE”

Uma questão à volta desta frase: "Quem era o dono daquela voz 'emprestada' ao PIFAS?"

Rapazinho guineense viveu com esta dúvida durante largos anos, mas nunca desistindo de a tentar esclarecer. E foi através da “Tabanca Grande”, após incansável procura que chegou até mim.

A descoberta deveu-se à ligação do Augusto Paulo Silva com o “Tabanqueiro-Mor”, Luís Graça,  e através do blogue que nos irmana. Por insinuações expostas, respondi: à indicação que procuram…só poderei ser eu mesmo. 

Passados 48 anos, o rapazinho guineense, é hoje um ilustre doutorado que no Brasil exerce uma notável actividade no campo da Biologia, após formação na Moldávia, desempenhos em Portugal, para finalmente se instalar em Petrópolis, onde lhe rendem justa homenagem. 

O dono da tal voz é um simples Beirão que foi militar na Guiné, em Moçambique e na Índia e que teima manter-se vivo nos seus oitenta e tais…bem vividos, na Graça de Deus! 

Resumindo o final da estória, o Doutor Augusto esteve em Lisboa.  numa Missão Oficial da CPLP. O que foi difícil no passado, foi facílimo no presente. Recebido em minha casa com honras de “Homem Grande”, o Augusto e eu próprio firmámos de imediato um trato que irá perdurar: Somos desde agora, “IRMÃOS DA GUINÉ”!

Fica registado em “Conservatória Virtual”, com carácter definitivo. Também a prova fotográfica que nos identifica, bem assim, a Senhora Tenente, ela tão recordada e que. felizmente, mantenho a meu lado.


Silvério Dias – O ex-Primeiro do “Pifas”.


2. Poema publicado no blogue Poeta todos os dias, no passado dia 5 do corrente:

"IRMÃOS DA GUINÉ"

Tive hoje uma visita especial
De alguém que me conhecia pela voz
E em gesto único e cordial
Resolveu desatar uns nós!...

Era através da Rádio, na Guiné.
Garoto, fez-se meu admirador,
Acalentando sempre a fé
De um dia conhecer tal senhor.

Fez-se homem e doutorado,
Correu mundos pela ciência
Da Biologia, e bem graduado
Alcançou notável evidência.

No Brasil, obteve o saber
De quem a voz tinha pertença.
Fácil foi então estabelecer
Ligação escrita, ganha na crença.

Mas hoje e porque presente
Em missão oficial relevante
Nos encontrámos, finalmente!
Atingimos objectivo importante:

Encontro de "irmãos guineenses"
Que se abraçaram, fraternais!
Estórias assim, sendo presentes,
Dão ao mundo um sinal mais.

Caro Augusto, no teu regresso,
À actual morada brasileira,
Continua assim igual, te peço!
Eu serei, sempre, um homem da Beira! 

Silvério Dias

Publicada por Poeta Todos os Dias à(s) 16:05


3. Mensagem de Augusto Paulo Silva, enviada em tempos ao nosso blogue e reencaminhada para a "malta do Pifas":

Data: 21 de Fevereiro de 2014 22:03
 Assunto: Pedido de informação

Caro Prof. Luís Graça,

Sou visitante assíduo do seu blogue há muitos anos não só por ser guineense, mas sobretudo porque considero estas memórias, deixadas pelos seus companheiros, parte integrante da história da Guiné-Bissau. Como tal, todos vós merecem e merecerão toda a nossa consideração e estima.

Estes dias com o desaparecimento do nosso saudoso colega PEPITO, depois de ler alguma coisa sobre ele num blogue guineense que também me remeteu para o link do Público, acabei por descobrir que também este jornal foi beber ao Luís Graça. Ávido de encontrar mais coisas sobre o nosso PEPITO, meti atalho para o Luís Graça. Embora não tenha encontrado ainda o PEPITO, fiquei deliciado com os muitos posts cheios de histórias do meu/nosso país.

Como sabe, nessa época vivia eu em Bissau no auge da minha adolescência e, como residente de um dos bairros dessa cidade, ouvia-se muito rádio tanto da emissora provincial como, mais tarde, do famoso programa radiofónico das forças armadas (PFA), para além de relatos de futebol aos fins de semana. É precisamente aqui onde queria chegar com este pedido. Dos locutores do PFA que me marcaram, destacaria um que cujo nome nem me passa pela cabeça. Tinha conhecimento que era furriel ou sargento, mas tinha uma dicção ímpar de tirar chapéu. Um verdadeiro locutor. Só o conhecia de longe. Será que ele está vivo?

Não resisti à tentação de lhe apresentar esta curiosidade e que muito lhe agradeço pela oportunidade.

Um grande abraço,

Augusto Paulo Silva
Fundação Oswaldo Cruz
Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS)
FIOCRUZ Center for Global Health
Palácio Itaboraí
Rua Visconde de Itaboraí
188 - Valparaiso
CEP: 25655-031 RJ
Petrópolis – Rio de Janeiro
BRASIL
(+55) 24 2246-1430 (Telefone do Palácio)

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15594: Inquérito 'on line' (26): "Em 2016 prometo enviar mais fotos e/ou textos para o blogue"... Amigo/a, camarada, até domingo, às 18h44, promete que sim... Precisamos DESESPERADAMENTE de mais fotos e textos em 2016...


Foto nº1


Foto nº 1 A

Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Bajocunda > 1.ª CCAV/BCAV 8323, 1973/74 > Vista aérea de Bajocunda, que ficava a 11 km de Pirada, sede do batalhão.  Vê-se,  ao fundo, a pista de aviação. Foto (editada), proveniente do álbum do nosso camarada, de Silves, Amílcar Ventura.

Foto: © Amílcar Ventura (2009). Todos os direitos reservados. com a devida vénia

A. INQUÉRITO DE OPINIÃO: "EM 2016 PROMETO ENVIAR MAIS FOTOS E/OU TEXTOS PARA O BLOGUE"

1. Sim, vou enviar mais fotos  > 14 (36%)



2. Sim, vou enviar mais textos  > 9 (23%)



3. Talvez mande alguma coisa  > 13 (34%)


4. Não, não tenciono mandar mais fotos  > 3 (7%)


5. Não, não tenciono mandar mais textos  > 1 (2%)



6. Não sei  > 5 (13%)

Votos apurados: 38
Fim da consulta:  domingo, dia 10, 18h44


B. Comentário do editor:

Amigo/as, camaradas: mais uma consulta... Termina domingo, dia 10, às 18h44... Desta vez, todos/as podem responder:

Há ou não mais textos e/ou fotos para mandar, este ano, para o blogue ?

Para já temos 38 respostas... Mas precisamos de mais... Acreditamos que o "filão da Guiné" está longe de se esgotar... É preciso "rapar o fundo ao tacho", camaradas... Precisamos DESESPERADAMENTE de mais textos e fotos para alimentar o "bicho insaciável" do nosso blogue... Por enquanto, isso ainda não paga IVA...

Apelamos sobretudo aos "periquitos" que ainda têm muito para dar ao nosso blogue... E aos "velhinhos", para que que tragam pela mão um filho, um neto, um bisneto...

Um dia ainda haveremos de orgulharmo-nos do nosso blogue e da Tabanca Grande que construímos juntos, tijolo a tijolo, morança a morança, poilão a poilão, irã a irã...

Alguns camaradas, poucos, já tiveram a gentileza de responder ao nosso convite, desafio, apelo,  provocação, grito, SOS... Aqui ficam os seus nomes e respostas (que são também uma forma de "prova de vida"):

José Rodrigues Firmino: 
"Bom ano, tenciono enviar algumas fotos, aquele abraço".

Rui Santos: 
"É claro que serão fotos do tempo de tropa, 
pois outras não fariam sentido, 
vou tentar descobrir algumas que ainda não foram publicadas. 
Prometo !!!"

Alcides Silva:
 "De momento não tenho nada presente ou em memória para enviar, 
com o tempo a passar poderá surgir alguma coisa,
Bom Ano para todos."

Armando Costa: 
"É para já, vou enviar mais fotos, 
é só algum tempo para digitalizar o álbum. 
Um abraço e 2016 em grande".

Silvério Dias: 
"Prometo enviar mais textos, palavra do 651! 
Abraço de tabanqueiro!"

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Nota do editor:

Último poste da série > 6 de janeiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15586: Inquérito 'on line' (25): Num total de 73 respondentes, há 31 (42,5%) que garante que o "fiel amigo", o bacalhau nunca faltou no Natal, no tempo da guerra"... Mas 1 em casa 4 não sabe ou não se lembra, o que é natural, depois de tantos Natais passados e de tantos fardos de bacalhau comidos...

sábado, 5 de dezembro de 2015

Guiné 63/74 - P15449: O PIFAS de saudosa memória (19): O Armando Carvalhêda no programa "Canções da Guerra", do Luís Marinho, na Antena Um: "O PIFAS, o Programa das Forças Armadas, era mais liberal do que a Emissora Nacional"...

  

A mascote do Programa [de Informação]  das Forças Armadas (PIFAS), da responsabilidade da Repartição de Assuntos Civis e Acção Psicológica. Autor desconhecido. 

Imagem, enviada pelo nosso camarada Miguel Pessoa, cor pilav ref (ten pilav, Bissalanca, BA 12, 1972/74). 



1. O Armando Carvalhêda é outro dos grandes senhores da rádio (*) que passou pelo Programa das Forças Armadas, o popular PIFAS, entre abril de 1972 e  setembro de  1973, conforme ele recorda em conversa com o Luís Marinho, no programa da Antena Um, Canções da Guerra.  O seu depoimento pode ser aqui ouvido, em ficheiro áudio de 4' 55''.

Segundo o Armando Carvalhêda, o PIFAS,  transmitido pela Emissora Oficial da Guiné, era "mais liberal" do que a estação oficial, transmitindo  canções de "autores malditos",  como José Mário Branco, Sérgio Godinho ou Zeca Afonso, que não faziam parte da "playlist" (como se diz agora) da Emissora Nacional, em Lisboa.

Armando Carvalhêda.
 Foto: cortesia do blogue Expressões Lusitanas
Eram os próprios radialistas, os locutores de serviço, jovens a cumprir o serviço militar e coaptados para a Rep Apsico, para o Serviço de Radiodifusão e Imprensa, que faziam "a pior das censuras", que era a autocensura...

O Armando dá um exemplo,  com o LP do José Mário Branco, "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" (que tinha sido editado em Paris, em 1971)... Havia um consenso tácito sobre algumas músicas que não deviam passar no PIFAS. Neste LP, era,  por exemplo,  o "Casa comigo, Marta!"...



Estava-se na época do vinil, o LP tinha seis faixas, de cada lado,... Intencionalmente ou não, ele uma vez deixou "cair" a agulha da cabeça do gira-disco na faixa do "Casa comigo, Marta" (cuja letra, "subversiva",  para a época, de crítica social corrosiva, se repoduz abaixo; recorde-se que o portuense José Mário Branco, compositor e músico,  era um conhecido opositor ao regime e à guerra colonial, estando exilado em Paris)... 

Ainda de acordo com o Armando Carvalhêda, o PIFAS era o produzido pela  Repartição de Assuntos Civis e Acção Psicológica, a APSICO, a 2ª Rep do Com-Chefe, na Amura, por onde passaram nomes ligados ao 25 de Abril como Ramalho Eanes  e Otelo Saraiva de Carvalho. [Em 1969/71, o Serviço de  Radiodifusão e Imprensa foi chefiado por Ramalho Eanes.]

Mais diz  o conhecido autor e realizador de rádio, que não havia "confronto direto" com a Rádio Libertação do PAIGC  (e, portanto, com a "Maria Turra", a locutora do IN, a Amélia Araújo), "embora a gente os ouvisse e eles a nós"...

O Armando Carvalhêda lembra-se com emoção das gravações áudio  que fez, por toda a Guiné,  por ocasião das gravação das mensagens de Natal e Ano Novo. Recorda-se, em particular,  do Natal de 1972: havia soldados emocionados que recebiam o pessoal do PIFAS com grande entusiasmo e carinho. Num aquartelamento, o comandante já tinha selecionado quem iria falar para a rádio.  Um dos soldados que ficara de fora da lista,   quis "meter uma cunha" ao Armando Carvalhêda, oferecendo-lhe o fio de ouro que trazia ao pescoço...

Também se lembra do programa de discos pedidos, que era feito pelo  "senhor primeiro" [, o 1º sargento Silvério Dias] e a "senhora tenente [, a esposa, Maria Eugénia Valente dos Santos Dias]. Em geral o que passava então, nesse programa de discos pedidos, eram as "canções românticas", em voga na época, com letras de fazer chorar as pedras da calçada… O PIFAS recebia centenas, milhares de cartas/aerogramas com pedidos para passarem canções...

Já aqui temos falado do Armando Carvalheda, de resto conhecido do nosso grã-tabanqueiro Hélder Sousa,  dos tempos de juventude. Não sei se ele nos acompanha, ao nosso blogue, de qualquer modo ele tem a "porta aberta", na Tabanca Grande, para partilhar, connosco, mais memórias do tempo de Guiné, em geral,  e do PIFAS, em particular. Alguém aqui escreveu que ele estava colocado em Gadamael quando foi requisitado para o PIFAS. Já trabalhava na rádio, na vida civil, antes de ir para a tropa. (LG)




Um poema de Natal enviado de Farim, dezembro de 1967,  pelo  2º srgt art  Silvério Dias,  da CART 1802, mais tarde radialista no PIFAS (de 1969 a 1974)... O aerograma (edição especial de Natal do MNF) era endereçado à D. Maria Eugénia Valente dos Santos Dias, que morava em Carnide, Lisboa. Já na altura era um "poeta de todos os dias", o nosso camarada e grã-tabanqueiro Silvério Dias, um jovem de 80 anos... [Vd. aqui o seu blogue].

Foto: © Silvério Dias (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]

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Casa Comigo, Marta
Música e ntérpretação: José Mário Branco
Álbum: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades (1971)

Chamava-se ela Marta,
Ele Doutor Dom Gaspar,
Ela pobre e gaiata,
Ele rico e tutelar,
Gaspar tinha por Marta uma paixão sem par
Mas Marta estava farta, mais que farta de o aturar.
- Casa comigo, Marta,
Que estou morto por casar.
- Casar contigo, não, maganão,
Não te metas comigo, deixa-me da mão.

- Casa comigo, Marta,
Tenho roupa a passajar,
Tenho talheres de prata
Que estão todos por lavar,
Tenho um faisão no forno e não sei cozinhar,
Camisas, camisolas, lenços, fatos por passar
Casa comigo, Marta,
Tenho roupa a passajar.
- Casar contigo, não, maganão
Não te metas comigo, deixa-me da mão

- Casa comigo, Marta,
Tenho acções e rendimentos,
Tenho uma cama larga
Num dos meus apartamentos,
Tenho ouro na Suíça e padrinhos aos centos,
Empresto e hipoteco e transacciono investimentos.
Casa comigo, Marta,
Tenho acções e rendimentos.
- Casar contigo, não, maganão,
Não te metas comigo deixa-me da mão.

- Casa comigo, Marta,
Tenho rédeas p´ra mandar,
Tenho gente que trata
De me fazer respeitar,
Tenho meios de sobra p´ra te nomear
Rainha dos pacóvios de aquém e além mar.
Casas comigo, Marta,
Que eu obrigo-te a casar
- Casar contigo, não, maganão,
Só me levas contigo dentro de um caixão.

A música pode ser aqui ouvida.
A letra foi aqui recolhida. [Fixação de texto por LG.]

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Notas do editor:

(*) VIVA A MÚSICA! - Música ao vivo cantada na nossa língua. Um programa de Armando Carvalhêda.

Desde 1996, a ANTENA 1 tem no ar o programa VIVA A MÚSICA!, único espaço regular no panorama áudio-visual nacional que apresenta semanalmente, durante uma hora música cantada na nossa língua, ao vivo e em directo.

O programa desenrola-se no Teatro da Luz, em frente ao Colégio Militar, em Lisboa, todas as Quinta-feiras, entre as 15h00 e as 16h00, e é produzido por Ana Sofia Carvalhêda e realizado e apresentado por Armando Carvalhêda.
Por aqui desfilaram já quase todas as grandes figuras da música cantada em português como são os exemplos de: Carlos do Carmo, Pedro Abrunhosa, Ala dos Namorados,..

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14068: Estórias e memórias de Silvério Dias, radialista, PFA, 1969/74 (4): "É Natal, / De todos diferente, / Mais quente / Que os outros Natais. / Hoje, só tenho ais, / Quando no passado / Ria feliz, / Contigo a meu lado. / Natal de tristeza, / O Destino assim quis, / Natal que defino / Com uma só certeza: / - Nasceu o Menino" (Silvério Dias, 2º srgt art, CART 1802, Farim, dezembro de 1967)







Foto: © Silvério Dias (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem de hoje, do Silvério Dias [ ex-2º srft art,
CART 1802, Nova Sintra, 1967/69; 1º Srg Art, locutor do PFA, Bissau QG/CTIG, 1969/74: civil, delegado de propaganda médica, 1974/76; 1º srgt art ref):


Caro "Homem Grande da Tabanca", manda tocar o clarim a reunir para que todos vejam o pragmático aerograma (para nós, bate-estradas), na emissão especial de Natal, este datado de Dezembro de 1967, altura em que eu, "periquito", passei as "festas" em Farim, local de "pouso" após desembarque no Cais de Pidjiguiti.

Silvério Dias
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Nota do editor:

domingo, 19 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13761: Convívios (637): Convívio da CART 1802 (Nova Sintra, 1987/69)... 27 de Setembro, em Vila Velha de Rodão (Silvério Dias)

1. O nosso camarada Silvério Dias, ex-1º Srg Art Ref, locutor do PFA, Bissau QG/CTIG (1967 a 1976), enviou-nos a seguinte mensagem. 

Camaradas,


Aqui se apresentam alguns dos "heróicos" defensores da camaradagem que uniu os "Pioneiros de Nova Sintra", ex-combatentes da Guiné no período de 1967/69.

Reunião "cultural" em Vila Velha de Ródão e almoço no Restaurante Quinta das Olelas (Retaxo), já no Concelho de Castelo Branco. Foi no dia 27 de Setembro p.p. ...Para mais tarde recordar...



2. Para afixar no "Jornal de Parede" recordamos estes interessantes versos do "senhor Pifas", hoje "poeta todos os dias", Silvério Dias... que “roubamos” no seu blogue: 


COMPANHIA DE ARTº. 1802

"Pioneiros de Nova Sintra"

Quem "houvera" de dizer'!
Na Guiné cumprimos missão.
Honrámos o nosso dever.
Dos tantos, hoje poucos são.

Aqui, com prazer nos juntámos
Para o convívio desejado.
"Pioneiros" nos tornámos,
Em Nova Sintra, o "baptizado"!

Vila Velha, de braços abertos
Nos acolhe e também a elas,
Nossas mulheres, talvez os netos...
Todos almoçaremos nas Olelas!

Bem-vindos companheiros
Que na Guiné foram "primeiros"!

VVR
27 Setembro, 2014
__________

Nota de M.R.:

Vd. Também o poste de:


Vd. último poste da série em:

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13704: Convívios (634): 22 ex-militares e 42 familiares da CART 1802 (Nova Sintra, 1987/69)... No passado dia 27, em Vila Velha de Rodão, terra natal do "nosso primeiro" Silvério Dias, o "poeta todos os dias", antigo locutor do PFA

1. Mensagem do nosso camarada Silvério Dias, com data de hoje:



[ex-1º srg art ref, com 9 anos de Guiné, esteve na CART 1802 (Nova Sintra, 1967/69) e depois no QG, como radialista do PFA - Programa das Forças Armadas (1969/74; e ainda como civil, delegado de proppaganda médica, em 1974/76;  poeta, é autor do blogue Poeta Todos Os Dias; é natural de Sarnadinha, Vila Velha de Ródão]



Reunião de antigos combatentes - Companhia de Artilhara 1802 (Guiné, 1967-69) 


Cada vez em menor número mas defensores do ideal, "Conviver é Reviver", os "Pioneiros de Nova Sintra" reencontraram-se em Vila Velha de Ródão, no passado dia 27 de Setembro, para o habitual almoço e convívio.

Recebidos "à boa maneira beirã", foram obsequiados com abundante e variada degustação de produtos regionais, gentileza da edilidade local que se agradeceu na pessoa do excelentíssimo Presidente, Snr. Luís Miguel Ferro Pereira.

Também, e da parte do Vereador da Cultura e Vice-Presidente, Snr. José Manuel Alves, a oferta de lembranças alusivas ao Concelho, calou fundo em todos nós.

Bem-hajam, foi o agradecimento que deixámos.

Cumpriu-se deste modo o desejo expresso pelo "nosso sargento" Silvério Dias, natural do Concelho de VVR, que,  como "Poeta de Sarnadinha", registou o evento para a posteridade:

ENCONTRO DA CART 1802

Nos quiseram "Pioneiros"
Por algo que não desejámos.
Em Nova Sintra, os primeiros,
E por mais lados andámos.
Alguns por lá ficaram,
Moram connosco em saudade.
Aos seus que os choraram,
A nossa sentida fraternidade.

Cada vez já somos menos
Nestes encontros anuais.
Por dificuldades nos perdemos.
Muitos, não virão jamais!
Valem as nossas gerações,
Filhos, alguns netos até, 
São as novas "comissões"
Dos "Pioneiros da Guiné".

Bem-vindos, todos os presentes.
Hoje, minh'alma se encanta.
Germinaram as boas sementes,
Pois nasce o fruto quando se planta.
Plantei a ideia e pegou,
De semente ou por estaca?
Não interessa, ela vingou,
Na criação desta nova etapa.

Eu, o Albino e também o Capela,
Vos encaminhámos a esta terra.
Me direis, não é bela?
Partilhai, pois, o que ela encerra.
Um minuto de silêncio, devido
Aos que já tenham partido.
E agora, em passo de corrida,
Vamos saborear, a boa comida!

Notas à margem:

A reunião fez-se no Cais Fluvial do Rio Tejo, Efectuaram-se passeios de barco às celebres Portas de Ródão, visitas ao Castelo do Rei Wamba e o almoço foi servido na Quinta das Olelas, Retaxo (Castelo Branco).

Há fotografias a divulgar. Esperamos que os fotógrafos as apresentem.
Presentes, 22 ex-militares e 42 familiares.

Para o próximo, Silvério Dias, "decano da Companhia", espera mais!




Página do posto de turismo de Vila Velha de Ródão,  uma região fascinante a exoplorar, com uma valioso património natural e cultural desconhecido de muitos portugueses...

________________

Nota do editor:

Último psote da série > 28 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13661: Convívios (632): Encontro de 4 magníficos Especialistas das Transmissões em Grilo, Baião (Manuel Dias Pinheiro Gomes)

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13240: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (14): Homenagem do nosso "poeta todos os dias", Silvério Dias, ex-radialista do PFA,... que infelizmente não vai poder estar connosco em Monte Real, no dia 14... E, a propósito, já temos 110 inscrições, 6 das quais da diáspora lusitana (França, EUA, Holanda)

1. Mensagem do nosso camarada Silvério Dias [ex-1º srg art ref, com 9 anos de Guiné, de 1967 a 1976, radialista no PFA, entre 1969 e 1974], com data de 3 do corrente

Assunto >  10º aniversário da Tabanca Grande

Ao "Homem-Grande" e a todos os "Tabanqueiros", votos de saúde, alegre disposição e alguna euros para gastos, deste vosso companheiro, o 651 - Silvério Dias.

Definitivamente, não me é possível marcar presença em Monte Real,no dia 14 de junho, o que lamento. Porém, homem previdente que sou, tinha alinhavado um escrito para. vos ler, com "voz Pifas". Delego no António Garcez Costa, vulgo "Tony Sacavem", tal tarefa. Prometeu estar convosco, tal como esteve, comigo no PFA [, Porgrama das Forças Armadas] da Guiné.

Assim sendo:

Frase nº .26., fora de concurso: "A Tabanca é Grande... Nela cabe, sempre mais um!" (*)

O Mundo era pequeno.
Portugueses o tornaram maior.
Povo aguerrido mas sereno,
O dilatou, pela Fé e com Valor!

E descobriu,...uma tabanca.
Grande. Tão grande que acolhe milhares.
Homens vários, de cor branca.
Estiveram na Guiné como militares.

Tabanca! É aí que se encontram,
A contar as suas "estórias".
O que dizem quando as contam,
Nesse rapar, do baú das memórias?

Talvez blogando, recordando e sorrindo,
Outras vezes, gemendo e chorando,...
Porque foi bom, de lá ter vindo,
Sem males, mas algo lá deixando.

Tabanca Grande, onde cabemos,
Qualquer que seja a origem ou posto,
Perfilhando memórias e afetos serenos,
De há dez anos, com muito gosto!

E hoje, em dia tão memorável,
Tenhamos na mente esta união,
Dizendo, de forma sustentável,
Filhos de camaradas, nossos são!

Lembrar também ao povo Português:
A nossa bandeira tem sete castelos.
Quem a comprar, na loja do chinês,
Terá pagodes. Nela, espadas seriam cutelos.

Não há que mentir nem disfarçar.
Dizer sim, estive lá e voltei!
Na Guiné, em guerra do Ultramar.
Me disseram que defendia Pátria e Grei.

D'alguém como eu, me fiz amigo.
Partilhámos a saudade e os anseios.
E porque dormimos no mesmo abrigo,
Juntos ultrapassamos os receios.

Não deixes os outros falarem por ti.
As histórias são pertença só tua.
A mim, as mensagens que recebi,
Me confortam, se sinto a alma nua.

Quanto ao resto, "a roupa suja",
Ela é privada e na caserna se lava.
Nunca na parada. Aí, que apenas surja,
Aquele gigantesco poilão que nos abrigava!

................................................

Utopias, devaneios... são o que são!
Esta amálgama compilada da lista,
Sujeita a bem intencionada votação.
Eleita a melhor, que a ela se assista!

De parabéns, todos os "tabanqueiros"
Desde os mais recentes aos primeiros.
E, justiça, aqui e agora de faça:
O movimento (louvável) deve-se ao Luís Graça.

Para ele uma salva de palmas,
Como agradecimento das nossas almas!

Oeiras, 3 de Junho 2014. (**)

________________

Notas do editor: 

(*) Vd. poste de 1 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13222: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (12): Escolhidas as cinco melhores frases por 69 grã-tabanqueiros... E a menos de 2 semanas, temos já 94 bravos voluntários para a Operação Monte Real 2014, no dia 14 deste mês...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13233: Estórias e memórias de Silvério Dias, radialista, PFA, 1969/74 (3): Acompanhando artistas de variedades como o Horácio Reinaldo, o Rui de Mascarenhas e outros em digressões pelo mato


Guiné > Região do Oio > Setor de Farim > Canjambari > CCAÇ 2533 (1969/71) > 17 de fevereiro de 1970 , 3ª feira  (nesse ano, o Carnaval foi a 10) > 14h > Espetáculo de variedades, organizado pelo Programa das Forças Armadas (PFA) > Na foto o cantor Horácio Reinaldo (1992-1993) é apresentado ao auditório, nmum improvisado palco montado de manhã.


Guiné > Região do Oio > Setor de Farim > Canjambari > CCAÇ 2533 (1969/71) > 17 de fevereiro de 1970 , 3ª feira  (nesse ano, o Carnaval foi a 10) > 14h > Espetáculo de variedades, organizado pelo Programa das Forças Armadas (PFA) > Aspeto da assistência, incluindo à direita o piloto da avioneta que trouxe a Canjambari o artista e um furriel do PFA.

Fonte: "Histórias da CCAÇ 2533", s/d, s/l, pp. 46-47 (*)


1. Resposta de ontem, a um pedido do editor sobre o cantor Horácio Reinaldo (*) ao nosso camarada Silvério Dias, no âmbito das suas funções no Programa das Forças Armadas (PFA) (**):


Ao tempo, tive por missão acompanhar Horácio Reinaldo, na sua digressão de alegrar as hostes espalhadas pelos aquartelamentos da Guiné.. O "artista" era possuidor de refinada brejeirice e alegrava sem duvidas os auditórios mais improvisados.

De compleição um tanto frágil, "o pobre" sofria imenso com o calor. Após breves actuações, já o ouvia:
- Oh senhor sargento, conte lá algumas anedotas do seu reportório, até eu recuperar deste clima!...

Contou-me histórias hilariantes da sua vida artística, que desenvolveu mundo fora.

Tal como aconteceu com o Horácio Reinaldo [Luanda, 1922- Entroncamento, 1993] (*), muitos mais artistas colaboraram, nessa base da diversão. Acompanhei muitos e destaco um espectáculo memorável na Base Aérea de Bissalanca, em que a "estrela" foi o saudoso, Rui de Mascarenhas [Vila Pery, Moçambique,1929 - Vila Nova de Gaia, 1987].(***)

Algum dos "tabanqueiros" da FAP . assistiu?

Meu Deus, há quanto tempo!...

terça-feira, 29 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P13070: No 25 de abril eu estava em... (22): Lisboa, a receber formação como futuro delegado de proganda médica... e com as minhas "duas mulheres" em Bissau. Regressei a 6 de maio de 1974... (Silvério Dias)


Guiné > Bissau > Primeiros dias a seguir ao 25 de abril de 1974 > As primeiras manifestações da população local, com cartazes de tipo "abaixo a DGS", "Viva o Spínola"... Foto do álbum J. Casimiro Carvalho.

Foto: © J. Casimiro Carvalho (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]


1. Mensagem do nosso camarada Silvério Dias ex-1º srg art ref, com 9 anos de Guiné, de 1967 a 1976, ex-locutor do PFA]

Data: 27 de Abril de 2014 às 17:09
Assunto: Aerogramas da Guiné

 Caro "homem-grande da tabanca". Antes do mais, votos de franca recuperação.
Pediste colaboração? Vê se interessa:

Onde estavas no 25 de Abril?

Com o pensamento em Bissau e o "corpo presente" no seio da revolução.

Explico: Tinha terminado o "termo de responsabilidade" perante o General Spínola, no sentido de permanecer no Emissor Regional, a troco da minha saída do Exército. Pedi a demissão do cargo
de locutor e, salvaguardando o futuro, aceitei ficar em desempenho de funções como Delegado de Propaganda Médica de conceituado Laboratório Nacional.

Para tanto, desloquei-me a Lisboa e estava a absorver as composições e princípios activos, de imensa lista do produtos Atral/Cipan, quando se deu o 'movimento!... Uma autêntica festa para a qual não fui convidado mas as circunstâncias originaram.

Em Bissau, a "Senhora Tenente", em sobressalto, sozinha com nossa filha, de tenra idade. Tudo acabou em bem e regressei à "terra quente" em 6 de Maio de 1974. Levava uma certa expectativa na bagagem.
Não poderia esquecer o facto de ter sido porta voz do inimigo, dos agora senhores daquela parcela africana.

E aconteceu: No Café do Bento (5ª.Repartição), ao pedir uma cerveja, aproximou-se de mim um PAIGS imponente que indagou:

Bó não é aquele pessoa que fazia programa dos militar?  Encabulado, respondi
que sim...
É pá, bom música, bons programa!...

Nesse instante, cessaram todos os receios.

Ainda hoje, guardo respeito às gentes de Bissau que protegeram e apoiaram as minhas duas mulheres, naqueles momentos únicos.

Silvério Dias, grã-tabanqueiro nº 651


P.S. - Logo após, alguns momentos que se recordam, como a estreita colaboração com os médicos cooperantes, portugueses, cubanos e russos. O bom relacionamento com o pessoal da Farmácia
Moderna e as aulas de idioma russo levadas a cabo pela camarada Olga, senhora de extensa trança loira e possuidora de lindo sorriso!...

Valeu a pena!
___________

Nota do editor:

16 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12993: No 25 de abril eu estava em... (21): Nhala... e nessa noite já ninguém dormiu (José Carlos Gabriel, ex-1º cabo cripto, 2ª C/BCAÇ 4513, Nhala, 1973/74)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P13026: 10º aniversário do nosso blogue (19): "Manga di ronco", minha gente! (Silvério Dias, grã-tabanqueiro nº 651... e "poeta todos os dias")

1. Mensagem de hoje do Silvério Dias [, ex-1º srg art ref, locutor do PFA, Bissau QG/CTIG, com 9 anos de Guiné..., de 1967 a 1976], e que é uma das última das "aquisições" da nossa Tabanca Grande, onde se sentou, à sombra do respetivo poilão, frondoso, protetor, fraterno e mágico, no lugar nº 651 (*):


Para afixar, no "Jornal de Parede" que se apresenta no grande poilão...


"Manga di ronco",  minha gente!
A "Tabanca" está de parabéns.
Dez anos, à data presente,
Juntou milhares como reféns!

Presos, sim, às recordações
Daquela Guiné distante,
Na lonjura e nas emoções
Da nossa idade pujante.

Os bons e maus momentos
Que perduram em memórias...
Hoje, esqueçamos os lamentos,
Lembrando as tais "estórias"...

E tantas temos para recordar...
Da bolanha, da picada, do abrigo,

A nossa vida a salvaguardar,
Pois havia o tal inimigo!...

Cantemos pois ao passado:
Parabéns, "Grande Tabanca"!
O presente anda hipotecado
E, ao futuro, já se desanca!

Muitos abraços 
e um nunca acabar de "partir mantanha"
Silvério Dias, grã tabanqueiro nº 651.
_________

Nota do editor:

sábado, 19 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P13009: Estórias e memórias de Silvério Dias, radialista, PFA, 1969/74 (2): Relembrando outras Páscoas bem mais amargas...







Fotos: © Silvério Dias (2014). Todos os direitos reservados.

1. Mensagem do Silvério Dias, enviando-nos uma divertida sequência com o PIFAS lá de casa, mais este pequeno texto, que se segue e nos vem relembrar outras Páscoas, bem mais amargas do que as de hoje para muitos portugueses, ex-combatentes ou não...


Nesta Quadra e relembrando, "Páscoas do Passado", veio-me à memória uma iniciativa levada a cabo pela já falada "Senhora Tenente do P.F.A." [, foto à esquerda,] ao tempo, "madrinha" de um sem número de "afilhados", dispersos por aquela Guiné.

Batendo às portas do comércio local de Bissau, como. por exemplo, "Casa Gouveia", "Pintosinho", "Mussá Soda", "Taufik Saad" e outras, angariou uns quilos de amêndoas.  Com paciência de "madre", embrulhou-as em pequenos pacotes e através do S.P.M., enviou-os aos "castiços" espalhados pelo "mato".

Calculem, quantos "bate estradas" de agradecimento! E foi tão simples, adoçar a boca, cumprindo a tradição!...

Fica o registo e uns singelos versos, dedicados a tantos que, como nós, tiveram várias Páscoas de Solidão:

Páscoa, celebra-se agora.
E as outras, de outrora?
Quando, em distante missão,
Se sofria de saudade,
Naquela amarga verdade
Do viver em solidão?

Tantas Páscoas se perderam.
Tantos sonhos feneceram,
Porque não foram vividos?
E o que foi, já não regressou.
A vida depressa passou,
Com mágoas nos cinco sentidos.

Silvério Dias
"Poeta Todos os Dias" - Abril 2014.
____________

Nota do editor:

segunda-feira, 31 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12919: Estórias e memórias de Silvério Dias, radialista, PFA, 1969/74 (1): Como, por causa de um amigo, deixei a CART 1802, fiz provas para locutor do PFA e, mais tarde, abandonei voluntariamente o Exército


Guiné > Bissau > PFA - Programa das Forças Armadas, c. junho de 1971 > Noite 7 (Emissão especial aos Sábados).

Na foto, o 1º cabo José Camacho Costa e o 1º srgt Silvério Dias. Reconhecem-se excertos musicais de Carlos do Carmo, José Mário Branco, Beatles e outros... Faz-se referência á chegada do homem à lua, à guerra no Laos e no Camboja, e dá-se a notícia da flagelação, à cidade de Bissau, com foguetões 122 mm de origem russa (em 9 de junho de 1971)...

[Ouvir aqui o Compacto aúdio, de Garcez Costa, antigo locutor.  Vídeo (6' 31''): Alojado em You Tube > Nhabijoes ]

1. Mensagem do Silvério Dias, com data de hoje

Assunto: Voltar à Tabanca


Agora que "desbravei a picada" (*), é com maior naturalidade que me desloco até junto dos bons "rapazes da nossa Guiné". Para criar o tal ambiente, só falta mesmo o calor húmido. Porque, "manga de chuva" temos nós, nesta prima bera que não muda para melhor. 

Fora o humor negro, passo a expor alguns dados relativos à minha pessoa, face à curiosidade do barbas Luís Graça:

O meu percurso com a CArt 1802 incluiu presenças em Farim, S.João e Jabadá, com todas as contingências inerentes a uma Companhia Operacional.

Ao tempo, em deslocação a Bissau para reabastecimento de frescos, encontrei velho amigo que,  de forma entusiástica e sabendo das minhas actividades radiofónicas em Moçambique, me deu conta de que estavam necessitando de um locutor para o Programa das Forças Armadas. 

A "reboque", lá prestei provas de  leitura e dicção. "Tiro e queda"!

Substitui o então profissional da E.N. [Emissora Nacional] 
Lima Jorge, dando início a nova missão e a possibilidade de ter comigo parte da família. Esse foi sem dúvida o prémio maior.

Também não será desajustado dizer que o encontro fortuito com o amigo, António Martins, mudou radicalmente o meu futuro. Quiçá o meu destino, porquanto começava a desenhar-se um certo desencantamento, quanto às missões que aos militares estavam destinadas.

Na Guiné, mercê do empenho do então Major, António Ramalho Eanes e a influência do General Spínola, abandonei voluntariamente, o Exército, para muitos, impensável, tratando-se de um 1º Srgt .do Quadro Permanente.

Já nesse tempo: Mandava quem podia!

Fica por hoje este fragmento. Prometo voltar, dissipando duvidas e contando "estórias"...

Oxalá tenham paciência para as ouvir!

De mim para todos os "tabanqueiros"... aquele abraço. 

Silvério Dias
_________________

Nota do editor:

(*) Vd. postes de:

24 de março de  2014 > Guiné 63/74 - P12894: Tabanca Grande (430): Silvério Dias, 1º srgt art ref, o senhor PIFAS, e "poeta todos os dias!...Nove anos de permanência em terras guineenses, incluindo uma comissão na CART 1802 (Nova Sintra, 1967/69)... É agora o grã-tabanqueiro nº 651


30 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12914: (In)citações (63); Senhor Ministro da Defesa, vamos lá falar, com toda a franqueza: dizer-lhe que militar não é, propriamente, um funcionário público. Já lhe ocorreu pensar nesta verdade? (Silvério Dias, ex-2º srgt art, CART 1802, Nova Sintra; ex-locutor do PFA, QG/CTIG, Bissau, 1969/74)

domingo, 30 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12914: (In)citações (63); Senhor Ministro da Defesa, vamos lá falar, com toda a franqueza: dizer-lhe que militar não é, propriamente, um funcionário público. Já lhe ocorreu pensar nesta verdade? (Silvério Dias, ex-2º srgt art, CART 1802, Nova Sintra; ex-locutor do PFA, QG/CTIG, Bissau, 1969/74)

1. Mensagem, com data de 28 do corrente, do nosso camarada Silvério Dias [, ex-1º srg art ref, com 9 anos de Guiné..., de 1967 a 1976], e que é a última das "aquisições" da nossa Tabanca Grande, onde se sentou, à sombra do respetivo poilão, frondoso, protetor, fraterno e mágico, no lugar nº 651 (*):


Comandante, apresenta-se o 651!

Por essas tuas respeitáveis barbas te direi estranhar que, morando tão perto, andámos tão distantes, tendo tanto para dar, em comum. Moro em Leceia (Barcarena) [, concelho de Oeira], a dois passos da tua "palhota" [, Alfragide, Amadora].

Gostei das palavras que se enunciaram acerca deste "velho combatente". (*)

Prometi voltar com participação activa e nem sei por onde começar, tanto o quanto tenho para dizer.

Começo por um desabafo:

Senhor Ministro da Defesa, vamos lá falar, com toda a franqueza: Dizer-lhe, que militar não é, propriamente, um funcionário público. Já lhe ocorreu pensar nesta verdade?

Eu explico: No tempo da "tal senhora" tão desprezada, fomos os defensores do "coiro" dos bem instalados e seus pertences. Quem sabe, até, se dos seus?!

E note, quando havia eleições, ditas "livres", para que o fossem, nós entrávamos de prevenção nos quartéis. Os "outros", ficavam no morno lar conjugal.

Eram os chamados tempos de paz. Não da nossa! Tínhamos as escalas de serviço. Domingos, feriados, férias a gosto? Nem pensar! O dever, sobrepunha-se a tudo.

Por vezes, morando na Grande Lisboa, se estava destacado em Santarém, Leiria... Casos meus e concretos. Fins de semana com a família, só quando a escala o permitia! Dá para entender?...
Funcionário Público muito especial, portanto.

Depois veio a famigerada Guerra da Ultramar. A partir daí,... Pense, tão somente, os medos que se viveram, as saudades sentidas, os filhos crescendo ou nascendo, longe do pai, casamentos desfeitos por falta de presença, noivados sem efeito por ausência...

As sedes, as fomes, as doenças, tudo em soma e em crescendo. A mutilação, o stress eterno, ou simplesmente... a morte!

Tudo isto, Excelentíssimo Senhor Ministro da Defesa, fez parte do "bornal" de um combatente.

À pergunta, porque exigimos respeito e compreensão, aproveite um domingo solarengo de Primavera e dê um passeio por Belém. No mural do Forte do Bom Sucesso, soletre os nomes dos dez mil que lá
"repousam". Depois, faça um pequeno exame de consciência e diga: "Em verdade, sois diferentes". 

E então, com dignidade e em nome de todos nós, assinale e vinque tal diferença!

De um dos muitos, falando por todos! (**)

Silvério Dias





Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)


2. E já agora, aqui vão uns versos, a propósito desta (in)citação (com referência aos nossos dez mil mortos, em combate, acidente e doença), do nosso "poeta todos os dias" [que é o nome do  blogue de poesia do nosso camarada Silvério Dias, beirão, que passou pela Índia, Moçambique e Guiné]: 


RESPEITO...

Andei na guerra, estive na frente:
Índia, Moçambique e Guiné.
Regressei sem mazelas, felizmente,
Mas do sofrimento me dei fé.

Além, na parede do Bom Sucesso,
"Jazem" os dez mil que partiram.
A morte não dá regresso,
Por eles, quantas mães carpiram!...

E os outros, os "nossos feridos"?
Tantos foram, Deus infinito!
Vinte e cinco mil, bem definidos.
Sobre eles, tanto medito!

A dor física, e bem danosa,
Se combate e minimiza.
A da alma, invisível e penosa,
Gasta, corrompe e se eterniza.

Se classifica de trauma,
Provocada por guerra injusta.
Rouba o sossego e a calma,
Num sofrer, que tanto custa!

Mutilações, feridas, incapacidades,
Lhes são comuns, em mau efeito.
E, tão jovens, nas suas idades!...
Hoje, o lamento, do pouco feito.

"Honrai a Pátria". Ela vos honrará.
Onde começa e finda a verdade?
É certo, a História não apagará
Mas anda escondida, a falsidade!

Silvério Dias
15 de novembro de 2013

____________

Notas do editor: